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www.ebooksbrasil.org Só os Fusquinhas Votarão no Itamar José Luiz Dutra de Toledo (22.12.1951–03.07.2004) Edição eBooksBrasil Copyright ©2000,2006 José Luiz Dutra de Toledo Só os Fusquinhas Votarão no Itamar José Luiz Dutra de Toledo ! N D I C E —O Autor: 7 — Alguns setores das esquerdas têm uma visão infantil do poder: 10 — As crianças de hoje entendem de computadores melhor que os adultos, mas confundem escorpião com barata e podem morrer numa dessas confusões!...: 12 — Ideologia e racismo na história das devoções católicas brasileiras: 19 — Itamar Franco quer dar uma de rei absolutista, no caso Luiz XVI, e proclama: “L’État c’est moi!”: 23 — Le peuple c'est moi: 29 — Livres Impressões e abaixo-assinado contra espíritas de porco: 34 — Manifesto contra a sórdida demagogia: 41 — Minha alma não é pequena, mas será que vale a pena?: 45 — Miss Brasil 2001 adverte: a fome ronda os lares da classe média: 50 — Mundividências de um habitante de uma caverna eletrônica no fim do segundo milênio: 63 — Ninguém diz tudo o que pensa ou sente e se o disséssemos o mundo teria um enfarte fulminante: 67 — O enjôo paulista: 75 — O leite das feras: 83 — O moderno realismo político de Fernando Henrique Cardoso nos sugere um adeus às ilusões: 92 — O que nos faz querer viver ou continuar vivendo?: 94 — O último encontro de escritores: 101 — Os cachorros não são racistas: 108 3 Os inesquecíveis perfumes de uma das minhas bisavós: 110 — Ossos, músculos, vermes e flores...: 123 — Out-doors dos meus caminhos: 129 — Ouvindo Elvis Presley num ônibus com ar condicionado, no fim de Novembro de 1999: 131 — Porque evitamos os porquês?: 136 — Precisamos de uma sociedade que seja melhor que as drogas!...: 141 — Projeto mais sapos para o bem do Brasil: 144 — Proust e a doença – 1914-1921: 147 — Quem tem medo de Itamar Franco?: 151 — Salvador Felipe Jacinto Dali i Domenech, um dos mais impressionantes e patéticos cronistas do Inconsciente no cotidiano derretimento do tempo no espaço atemporal: 153 — Sobre a mesmice dos dias: 156 — Sons de tambores excitavam anões num cortejo de Folia de Reis: 161 — Textos Mineiros: 167 — Tomo leite com açúcar queimado com o Czar Nicolau II e esfrego os meus pés nos dele: 162 — Traduzir não é trair, é propiciar diálogos, é reescrever o irremediável abismo profundo a separar as línguas e gentes do mundo, propôs Paul Celan: 185 — Um cachorro faminto bate à minha porta: 189 — Um cavalo amarrado às margens de uma avenida olha o matagal ressecado e queimado e montes de lixo e não vê água para beber: 192 — Um macho grita para o outro: — Desmaia, anda, desmaia! Desmaia logo, cara!...: 198 — Uma Babel de olhares suplicantes e de bocas desejantes e de esqueletos de peixes eleva-se ao cyber- espaço: olho por osso e dente: 204 — Uma história com começo, meio e fim, certinha, bonitinha, seqüenciada, escatológica, teleológica, linear e moralista como um conto de fada é ideológica e manipuladora: 211 — Uma procissão apocalíptica: 220 — Uma tarde feliz: 233 — Vários contos num só conto ou leia um e pense em vários outros: 236 — Vertical – Horizontal: 240 — Viva a baronesa das frutas!...: 242 — Yoga para nervosos: 246 O Autor “José Luiz Dutra de Toledo, historiador, professor, cronista, calabora desde 1969 com vários suplementos culturais mineiros, paulistas, cearenses, sergipanos, fluminenses e do exterior. Mestre em História pela UNESP-Franca-SP (1990), Prêmio Clio (1992) da Academia Paulistana da História. Professor da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto- SP, apreciador da música contemporânea de Zeca Baleiro, Chico Science, Banda Nação Zumbí, Tom Zé e Milton Nascimento. Capricorniano, nasceu em 22 de Dezembro de 1951, em Tabuleiro-Minas Gerais, filho de Joaquim Ribeiro de Toledo Netto e de Sílvia Dutra Toledo; estudou no Grupo escolar Menelick de Carvalho (escola estadual de Tabuleiro-MG), no Ginásio Comercial João XXIII (escola comunitária de Tabuleiro-MG), na Escola Agrícola Federal de Rio Pomba-MG, no Colégio Estadual Sebastião Patrus de Souza de Juiz de Fora-MG; na Universidade Federal de Juiz de Fora e na Universidade Estadual Paulista – campus de Franca-SP (tempo de escolaridade: 23 anos interruptos, sempre em escolas públicas, nunca estudou em escolas particulares); trabalhou em Juiz de Fora-MG, Chácara-MG, Porto Alegre-RS, Gravataí-RS, Sobradinho – Joazeiro-BA (CHESF), São Paulo-SP, Altinópolis-SP, Franca-SP e em Ribeirão Preto-SP; presidiu o Diretório Acadêmico Tristão de Atayde do Instituto de Ciências Humanas e de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora-MG e na mesma época (1972/1975) venceu concurso para a monitoria da disciplina História das Idéias Políticas I no Departamento de História do mesmo Instituto acima citado. Já viveu em Rio Pomba-MG, Juiz de Fora-MG, Porto Alegre-RS, São Paulo-SP, Sobradinho-BA, Altinópolis-SP, Ribeirão Preto-SP e em Piumhí-MG em variados e diversos endereços nestas mesmas cidades, repetindo as famosas sinas de Fernando Pessoa e de Dostoievski. Mora em Ribeirão Preto e região desde 1984. Acumula mais de 1500 textos publicados mas até hoje não tinha conseguido publicar sequer um dos seus 23 livros inéditos mas encadernados e guardados numa vulnerável arca de pó de madeira colada (compensado). Publicou entre 1969 e 1999 mais de dois mil textos em jornais, fanzines, suplementos culturais e revistas literárias de pelo menos doze estados brasileiros e Distrito Federal; professor em escolas públicas e particulares entre 1973 e 1995; organiza desde Abril de 1995 a Hemeroteca da Secretaria Municipal da Educação de Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/Estado de São Paulo/Brasil. Seus dois volumes de coletâneas de textos publicados em jornais brasileiros nos 7 primeiros meses de 1998 foram incluídos no acervo da Biblioteca Nacional do Uruguay em 18 de Janeiro de 1999. Aprecia muito moranga cozida com rodelas de cebolas e ovos cozidos, abóbora d’água com quiabo, carne de porco, arroz, feijão e angú..."não posso comer doces mas adoro pudins dietéticos de coco, figos secos da Turquia, bolos dietéticos, gelatinas, etc.. e sou narcisista, por que não haveria de sê-lo??..." Ama os animais e as plantas, não é esotérico, nem direitista, nem centrista, nem esquerdista, nem extremista, nem anarquista, irrotulável, mas apoiou Fernando Henrique Cardoso para o mandato presidencial (1999/2002). Atualmente tenta implantar o seu projeto de um Centro de Expressões e Estudos sobre Imaginários, Mentalidades e Tendências Contemporâneas, um desdobramento das projeções de Ivan Illitch, educador mexicano que no CIDOC – Cuernavaca anteviu uma sociedade sem escola, na qual o conhecimento seria cultivado em pequenos grupos de interesses específicos. Mais ou menos como hoje ocorre em torno de sites e home-pages da internet. No caso, busca-se intercâmbios e formas de divulgação e registros de reflexões, estudos e manifestações inspiradas ou suscitadas por questões atinentes aos nossos imaginários, mentalidades e tendências contemporâneas. O Centro está, provisoriamente, instalado à rua Vinte e Um de Abril, número 77 – Vila Tibério – Ribeirão Preto – Estado de São Paulo – Brasil 14050460 e-m ail: [email protected] .br, para o qual o leitor está convidado a contribuir.&lrdquo; O professor José Luiz Dutra de Toledo faleceu em 03 de julho de 2004, aos 52 anos de idade. [N.E.] Alguns setores das esquerdas têm uma visão infantil do poder No Capitalismo, sonhar que todo o mundo seja igualmente filho do Papai Noel, como se os presentes que carrega em seu saco para distribuição “equânime e justa” não tenham custado nada, como se do céu houvessem caído, como num passe de mágica irrealizável em qualquer sistema sócio-econômico, numa mágica realização eventual da mítica igualdade a satisfazer a crescente massa de despossuídos panfletários-improdutivos,...eis aquí uma das quimeras pré-natalinas das mais babacas. Outro dia, não, outra noite, no programa de entrevistas Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, deixando escapar esta sua imagem infantil sobre o que seja poder (justo e messiânico), Marcelo Rubens Paiva, autor de Feliz Ano Velho soltou uma destas: no caso da clínica de idosos Santa Genoveva, onde muitos anciãos morriam por descaso e inanição, aquele jovem escritor sonhava com o todo poderoso presidente Fernando Henrique Cardoso mandando o Exército Nacional isolar a área daquela casa de repouso e alí descendo de helicóptero com voz de prisão para todos os responsáveis pelo que ocorria naquela espécie atual de campo de concentração. Eu compreendo e louvo a indignação de Marcelo Rubens Paiva, mas um presidente da República não é nenhum super-herói de revista em quadrinhos, F.H.C. não é Bat-man, nem Antonio Conselheiro, nem o rei Dom Sebastião, nem o Zôrro. Além disto, tal concepção de governo é intervencionista, não se coaduna com o tão cantado mas pouco respeitado “Estado de Direito” (tão desrespeitado pelos extremistas de Direita e de Esquerda), em suma, uma idéia autoritária do que seja exercer o poder ou como se procede um governo que pretenda justiça social. Marcelo transforma os donos da Clínica Santa Genoveva em bodes expiatórios de uma sociedade hipócrita que há muito tempo vem relegando ao abandono os raros idosos sobreviventes em nosso país, descartando-os como objetos exauridos, bagaços secos e superados numa sociedade de consumo voraz e suicida, ávida por novas tecnologias para suas cavernas eletrônicas, por novas formas de usar e descartar os outros, seja em salas de bate-papo do “universo-on-line”, seja até em sua própria família, no seu partido, no seu bairro ou cidade ou na sua igreja. As crianças de hoje entendem de computadores melhor que os adultos, mas confundem escorpião com barata e podem morrer numa dessas confusões!... Isidore Ducasse, assim se chamava o recém- nascido filho do cônsul francês na Montevideo de 1846..