MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DA HERPETOFAUNA: ALGUMAS DICAS E ORIENTAÇÕES PARA ESTUDANTES E PROFISSIONAIS COM POUCA OU NENHUMA EXPERIÊNCIA DE CAMPO.

Pedro Costa Diniz¹

Ricardo Oliveira Latini²

RESUMO

Em pesquisas e muitos estudos de fauna são necessárias coletas de dados em campo para a geração de informações, sobretudo os diagnósticos de espécies. A definição e execução de métodos de amostragens da fauna são de extrema importância para a coleta de dados e para a geração de informações que visem à conservação de espécies e a minimização das ameaças à diversidade biológica. Muitos estudos, não apresentam resultados confiáveis, o que pode estar associado à baixa qualidade de profissionais disponíveis no mercado e uma grande demanda de trabalhos de campo. Outro fator que pode influenciar bastante, é a feitura de estudos e pesquisas totalmente relacionadas à inventário e monitoramento de fauna, sendo feita por profissionais que não se encaixam no perfil, mas que podem exercer a mesma função de um biólogo, tais como engenheiros florestais, engenheiros ambientais, zootecnistas, entre outros. Esse trabalho visa descrever alguns métodos de amostragem da herpetofauna, apresentando dicas e informações que contribuam com a execução de pesquisas em campo. Para isso foram realizadas pesquisas bibliográficas e compilados os métodos disponíveis nos artigos triados. Foram selecionados e descritos sete métodos de amostragem da herpetofauna. Inicialmente, foram apresentadas algumas informações gerais que dizem respeito à etapa prévia às atividades de campo e, em seguida, uma descrição dos métodos de amostragens geralmente utilizados para a realização de estudos da herpetofauna. É esperado que os resultados apresentados nesse estudo contribuam com o planejamento e execução de estudos da herpetofauna por profissionais e estudantes

1 - Graduando em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: [email protected]

2 - Professor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Graduação em Zootecnia; Aperfeiçoamento em Ciências Biológicas; Mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre. E-mail: [email protected]

2 pouco experientes e sirva como estímulo para o surgimento de outros estudos com abordagem semelhante abrangendo outros grupos temáticos.

Palavras chave: Métodos de amostragem, metodologia, herpetofauna, ecologia, inventário de fauna.

3

ABSTRACT

In many research and fauna studies are necessary field data collection for the generation of information, especially the diagnosis of species. The definition and implementation of fauna sampling methods are extremely important to collect data and to generate information aimed at the conservation of species and minimizing threats to biological diversity. Many studies currently do not have reliable results, which may be associated with low quality professionals available in the market and a great demand for field work. Another factor that can greatly influence, is the making of studies and research related to fully inventory and fauna monitoring, being performed by professionals who do not fit the profile, but that can have the same function as a biologist such as environmental engineers, scientists, among others. This paper aims to describe some methods of sampling herpetofauna, with tips and information that contribute to the implementation of research in the field. For this, the methods available in the selected articles and compiled literature searches were conducted. They were selected and described seven methods of sampling herpetofauna. Initially, there were some general information concerning the previous stage to field activities and then a description of the methods of sampling often used to perform herpetological studies. It is expected that the results presented in this study contribute to the planning and execution of herpetological studies by professionals and inexperienced students and serve as a stimulus for the appearance of other studies with similar approach covering other thematic groups.

Keywords: Sampling methods, methodology, herpetofauna, ecology, fauna inventory.

4

1 INTRODUÇÃO

A grande biodiversidade existente no Brasil faz com que este seja interpretado como um reservatório natural de espécies (AYRES et al., 2005, VALENTE et al., 2006), possuindo cerca de 200.000 espécies vegetais e animais já conhecidas (LEWINSOHN e PRADO, 2005). O crescimento da população humana, os avanços tecnológicos e a grande demanda de recursos naturais, no entanto, estão gerando vários impactos negativos nos sistemas naturais (GOUDIE, 1993), resultando na perda de espécies, sendo muitas ainda não catalogadas.

Para contribuir com a minimização desses impactos e maximizar a preservação da diversidade biológica é importante que hajam profissionais capacitados e empenhados em realizar pesquisas científicas, incluindo as de campo, coletando dados e gerando informações (VASCONCELOS, 2006). Muitas dessas pesquisas provêm da observação de fatos e fenômenos e da elaboração de perguntas e hipóteses (HEYER et al., 1994), sendo também imprescindível a coleta e análise de dados (ou informações) para a obtenção de respostas às perguntas e aceitação ou não da hipótese (FRANCO, 1985).

Em muitos estudos de fauna são necessárias coletas de dados em campo para a geração de informações e obtenção de resultados, sobretudo àqueles que necessitam do diagnóstico de espécies que ocorrem numa determinada região (HELLAWELL, 1991). Independente do tipo de estudo, a geração de resultados confiáveis e de qualidade está condicionada à realização do delineamento experimental adequado, à escolha e execução de métodos de amostragem apropriados, ao conhecimento prévio do grupo a ser estudado e à realização das devidas análises e interpretações dos dados (HEYER et al., 1994).

A definição e execução de métodos de amostragens apropriados para realizar estudos de fauna são de extrema importância para a coleta de dados e, consequentemente, para a geração de informações que visem à conservação de espécies e a minimização das ameaças à diversidade biológica (BERNARDE, 2012).

No entanto, muitos estudos carecem de qualidade e não apresentam resultados confiáveis, o que pode estar associado à baixa qualidade de muitos profissionais disponíveis no mercado e uma grande demanda de trabalhos de campo por parte das empresas de consultoria ambiental. Atualmente, os estudos não 5 alcançam um padrão de qualidade que era corriqueiro há poucos anos atrás, visto que hoje vários alunos que acabaram de sair da graduação, ainda carentes de trabalhos de campo e/ou experiência com vegetais ou animais in situ, aceitam a demanda e executam trabalhos de consultoria sem muita fidelidade e idoneidade (VASCONCELOS, 2006).

Diante desse cenário, a compilação e apresentação de métodos úteis para a realização de amostragem da fauna em campo, etapa imprescindível para a coleta de dados na maioria dos trabalhos de consultoria ambiental, deve representar uma boa contribuição para reduzir esses tipos de problemas. Independente do grupo temático a ser estudado, as pesquisas de campo devem seguir um padrão rigoroso nas suas diferentes etapas para se obter um resultado final satisfatório (MAGNUSSON et al., 2005).

No caso de herpetofauna, a etapa de coleta de dados e informações em campo pode apresentar uma grande importância para as pesquisas desse grupo, devido à carência de estudos publicados, quando comparados com os demais grupos (BERNARDE e GOMES, 2012). Apesar da extrema importância nas comunidades naturais, a herpetofauna tende a ser relegada a um segundo plano em estudos ambientais devido, sobretudo, ao desconhecimento da importância do grupo pela sociedade e a falta de pesquisas e modelos amostrais antecedentes que subsidiem tais estudos (GIBBONS, 1988). Muitos ainda apresentam repúdio ou mesmo receio de se estudar um grupo de animais representado por algumas espécies venenosas, peçonhentas e/ou que causam asco em algumas pessoas.

A herpetofauna é formada por um grupo proeminente em quase todas as comunidades terrestres. No Brasil, atualmente existem catalogados 946 táxons de anfíbios e 744 de répteis (SEGALLA et al., 2012; BÉRNILS e COSTA, 2012). Dentre as espécies brasileiras incluídas nas listas nacional (MMA, 2008) e internacional (IUCN, 2013) de ameaça de extinção, pelo menos 90 constam como “Deficientes em Dados” (DD) (SILVANO e SEGALLA, 2005). Isso reflete a falta de informações sobre o grupo em todo o país e reforça a necessidade da continuidade da realização de estudos e a importância da compilação e apresentação de métodos de amostragem da herpetofauna de maneira a maximizar a qualidade dos seus resultados. 6

Esse trabalho visa, portanto, descrever alguns métodos de amostragem da herpetofauna, apresentando dicas e informações que contribuam com a execução de pesquisas em campo.

7

2. METODOLOGIA

Para a elaboração do estudo foram realizadas pesquisas bibliográficas nos sites da empresa Google (http://scholar.google.com.br/), o Google Acadêmico, no Scientific Eletronic Library (http://scielo.br/), conhecido como Scielo, e na biblioteca virtual da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Portal de Periódicos da Capes (http://www.periodicos.capes.gov.br/). Essas buscas tiveram o intuito de obter artigos que pudessem dar um embasamento teórico ao tema abordado. Durante a realização das buscas bibliográficas foram utilizadas combinações dos descritores herpetofauna, metodologias de campo, estudos, amostragem, pesquisa, rigor e biologia. Foram selecionados os artigos de âmbito nacional e internacional, porém com foco maior nos nacionais. Aqueles que apresentaram o resumo relacionado ao tema aqui apresentado foram previamente selecionados. Em seguida, os mesmos foram selecionados conforme a relação dos seus objetivos e conteúdo da introdução com os objetivos desse estudo. Além dos trabalhos selecionados, foram consideradas as experiências de campo do autor para complementar a descrição das etapas de organização dos equipamentos prévia à execução dos procedimentos metodológicos de coletas de dados primários da herpetofauna. Inicialmente, foram descritas as etapas de organização dos equipamentos que devem ser selecionados e levados a campo, incluindo os itens de segurança e os cuidados que devem ser tomados antes do trabalho prático e, em seguida, as informações sobre os métodos de amostragem.

8

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Cerca de 60 artigos no total foram utilizados como referência para elaboração do presente estudo, sobretudo, para a descrição dos métodos de amostragem. Inicialmente, foram apresentadas algumas informações gerais que dizem respeito à etapa prévia às atividades de campo e, em seguida, as informações referentes aos tipos de metodologias geralmente utilizadas para a realização de estudos da herpetofauna.

Assumindo que em alguns estudos seja necessária a captura e coleta de espécimes, o primeiro passo prévio à realização das atividades de campo é a solicitação da licença emitida pelo órgão ambiental responsável. A Autorização de Captura Coleta e Transporte de Material Biológico (ACCTMB) deve ser solicitada com antecedência e o pesquisador deve ter consigo sempre uma cópia. Os procedimentos para solicitação dessa autorização no estado de Minas Gerais estão disponíveis no site do ICMBio. Além disso, é imprescindível que o trabalho seja planejado previamente à coleta de dados. Sugere-se que após a elaboração da pergunta e da hipótese, seja realizado o delineamento experimental da pesquisa anteriormente às atividades de amostragem em campo. O delineamento experimental é o processo de planejamento e condução da pesquisa que possibilita a coleta de dados analisáveis, usando processos metodológicos apropriados, que conduzam a conclusões válidas e objetivas (PANOSSO e MALHEIROS, 2007).

Após essa etapa, o pesquisador deve preparar e separar o material que será utilizado em campo. Entre esses materiais, é importante considerar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), que consistem basicamente nos apetrechos que os pesquisadores devem utilizar no campo, como perneiras, botas, luvas de raspa de couro ou de vaqueta, galochas, óculos de proteção, protetor solar, repelente e um kit de primeiros socorros. Esses equipamentos são importantes para manter a segurança do pesquisador em campo (MTE, 2011).

Também é recomendável a separação dos apetrechos de manuseio e coleta de espécimes, como gancho, pinção, luva de raspa, caixa de contenção para serpentes e sacos de coleta; e também os equipamentos eletrônicos, como lanternas de mão e de cabeça, pilhas e/ou baterias sobressalentes, máquina fotográfica, rádios de comunicação e aparelho de GPS (Global Positioning System). Esse último, no entanto, de nada servirá se o pesquisador não souber operar. Além 9 do treinamento prévio referente à utilização desse equipamento, é importante mantê- lo sempre funcionando para marcar a rota percorrida pelo pesquisador. Além de garantir a segurança do posicionamento geográfico do pesquisador em campo, esse aparelho é imprescindível para registrar as coordenadas geográficas dos pontos (ou trechos) amostrais (RODRIGUES, 1990).

Além dos equipamentos eletrônicos, é importante que os integrantes da equipe de campo levem água e comidas excedentes ao necessário para sua manutenção em campo e utilização, caso as atividades se estendam além do planejado ou ocorra algum imprevisto.

Já no campo, é importante que os pesquisadores se atentem aos riscos presentes na área de trabalho, visto que no período noturno várias espécies, incluindo de grandes mamíferos, estão ativas e saem para caçar (CHIARELLO, 2013).

Para realizar os estudos herpetofaunísticos é fundamental a utilização de métodos de amostragem, que auxiliam no encontro, registro e captura de anfíbios e répteis (BERNARDE, 2012). A grande maioria dos anfíbios anuros é relativamente fácil de ser registrada, por terem uma atividade de vocalização bem marcante durante o período reprodutivo em seu habitat, próximo ou em corpos d´água (brejos, poças temporárias, riachos, lagos, entre outras (DUELLMAN e TRUEB, 1994; POUGH et al., 2003). Já os répteis, como as serpentes, são mais difíceis de serem registrados, dificultando a realização dos estudos em questão (FITCH, 1987).

As atividades de amostragens realizadas em campo contribuem para obtenção de dados e para a geração de várias informações, como aquelas referentes à riqueza de espécies, à abundância de indivíduos, ao tipo e à frequência de utilização de habitat’s e as atividades reprodutivas (BERNARDE, 2012), que servem para fundamentar os estudos herpetofaunísticos.

Para a realização dessas atividades de amostragens da herpetofauna são utilizados vários métodos, sendo alguns aplicados para os três grupos (serpentes, lagartos e anuros), como as armadilhas de interceptação e queda, e outros específicos para somente um grupo, como o registro auditivo em transecto, utilizado somente para anuros.

Entre os procedimentos metodológicos mais utilizados para a realização de amostragens da herpetofauna no Brasil e no mundo, destacam-se as i) Armadilhas 10 de Interceptação e Queda, ii) Busca Ativa, iii) Procura Visual Limitada por Tempo, iv) Registro Auditivo em Transectos, v) Amostragem em Sítios Reprodutivos ou Procura de Anfíbios Anuros em seus Ambientes de Reprodução, vi) Coleta por Terceiros e viii) Encontros Ocasionais.

Para os métodos citados, os que compreendem esforço amostral, o esforço deve ser calculado multiplicando-se o número total de horas em que a metodologia foi aplicada pelo número de profissionais envolvidos na realização da atividade.

Já para as metodologias que utilizam armadilhas, como a armadilha de interceptação e queda, o esforço deve ser medido por número de baldes x número de horas.

Buscando contribuir com estudantes e profissionais do ramo com pouca ou nenhuma experiência de campo, a seguir está apresentada uma breve descrição dos métodos de amostragens da herpetofauna que podem ser utilizados nos trabalhos de campo, juntamente com algumas dicas e orientações.

3.1 Armadilhas De Interceptação E Queda “Pitfall Traps”

Estas armadilhas consistem em um conjunto de baldes, tambores ou algum recipiente que possa ser enterrado na terra com a entrada aberta (“boca” do balde) e sem tampa. Geralmente, cada unidade amostral possui cinco baldes, sendo três em linha e dois periféricos dispostos no formato de “Y”, interligados por cercas de lona direcionadas, utilizadas para guiar os animais até o balde (Figura 1A, 1B e 1C). A eficiência desta armadilha depende da sua construção e montagem. Segundo Campbell e Christman (1982), uma das vantagens do método é a captura de animais que raramente são amostrados através dos métodos tradicionais que envolvem procura visual. O emprego desse método é mais indicado para amostragens realizadas por período de tempo extenso (CECHIN e MARTINS, 2000), visto a necessidade de grande tempo de trabalho, de logística adequada e do grande esforço da equipe. Devido a facilidade da padronização do esforço amostral (número de baldes/dia), é considerado um bom método para se comparar riqueza de espécies entre diferentes habitats (BERNARDE, 2012). 11

Normalmente, a conferência das armadilhas é feita a cada 24 horas, no período da manhã, principalmente se os recipientes enterrados estiverem sobre a luz solar, o que pode levar a morte do animal que ali permanecer durante um longo período. Em alguns casos recomenda-se a vistoria das armadilhas mais de uma vez ao dia para que os animais capturados não fiquem muito tempo expostos a predadores e sejam predados (CECHIN e MARTINS, 2000). Em locais com muita água, onde o fundo do balde possa conter uma poça, é recomendado colocar pequenos pedaços de isopor (FRANCO et al., 2002) para que os indivíduos que caiam na armadilha possam utilizá-lo para se manter flutuando até a chegada do pesquisador.

A B

Fonte: Pedro Diniz Fonte: Pedro Diniz

C

Fonte: Google imagens

Figura 1: Estrutura de Armadilhas de Interceptação e Queda sendo montadas (A), montadas (B) e seu esquema básico (C).

12

3.2 Busca Ativa

A busca ativa consiste em procurar em todos os microambientes possíveis onde possam ocorrer anuros, lagartos e serpentes (HEYER et al., 1994). É desejável que a busca seja feita em ocos de árvores, serrapilheira, ao redor de brejos e poças temporárias, buracos e tocas no chão, debaixo de rochas, entre raízes, cupinzeiros e todos os estratos vegetativos (MARTINS e OLIVEIRA, 1998). As serpentes podem ser encontradas tanto durante o dia como a noite, visto que existem espécies de hábito noturno e diurno, tal como alguns anuros, porém a grande maioria dos anfíbios tem hábito noturno, exceto os lagartos que são geralmente diurnos (HEYER et al., 1994; MENIN et al., 2008). Diante isso, a busca ativa deve ser feita durante os períodos diurnos e noturnos, preferencialmente nos períodos da manhã, fim de tarde e noite. Alguns microambientes podem ser mais favoráveis para o encontro de determinadas espécimes da herpetofauna dependendo do tipo de vegetação e clima da área estudada. Estudos compravam que 30,6% a 56,8% dos anfíbios e répteis frequentam cupinzeiros (MOREIRA et al., 2009). Em áreas de restinga e Mata Atlântica, é muito comum a presença de bromélias, que podem e costumam ser ocupadas por anfíbios anuros em busca de um local para reprodução ou mesmo um abrigo (PEIXOTO, 1995; TEIXEIRA et al., 1997; ETEROVICK, 1999; SCHNEIDER e TEIXEIRA, 2001; TEIXEIRA e RÖDER, 2007; LANGONE et al., 2008;). Por último, na hipótese de utilização desse procedimento nos estudos de herpetofauna, é importante que sejam registradas e descritas na metodologia dos estudos informações referentes ao número de pessoas, ao comprimento do trecho percorrido e ao número de horas trabalhadas pela equipe. Isso possibilitará a quantificação do esforço amostral empregado no estudo e a realização de possíveis futuras comparações temporais e espaciais de dados.

3.3 Procura Visual Limitada por Tempo

A procura visual limitada por tempo se resume, basicamente, a considerar um transecto (linha traçada em um terreno, a qual contabilizará a área ou a distância em que será estudada) em que o pesquisador se deslocará lentamente à procura dos 13 animais que serão estudados, no caso anfíbios ou répteis que estejam visualmente expostos. De maneira análoga ao método anterior, também se deve registrar na metodologia dos trabalhos o número de pessoas participantes, e o número de horas trabalhadas pela equipe. Além disso, todos os micros habitats devem ser procurados e pesquisados, no entanto, não se deve remexer o ambiente, como na busca ativa. O transecto sempre pode ser realizado por dois pesquisadores que, por exemplo, checam cada um uma margem da trilha. Para uma melhor varredura da área trabalhada, aconselha-se que a mesma seja percorrida lentamente, levando, normalmente, cerca de três horas para se percorrer 400m (BERNARDE e ABE, 2006; MARTINS e OLIVEIRA, 1998; HARTMANN et al., 2009).

3.4 Registro Auditivo em Transectos

Para tal método ser bem empregado deve- se, preferencialmente, anterior ao estudo, fazer um levantamento sobre quais animais existem na área a ser estudada e conhecer os tipos de vocalizações dos mesmos ou ao menos da maioria (BERNARDE, 2012). No site Amphibia Web (http://www.amphibiaweb.org) podem ser encontrados algumas vocalizações e existem também alguns guias sonoros no mercado, como Straneck et al. (1993); Haddad et al. (2005); Toledo et al. (2007). Através de um transecto ou uma trilha, é feito o deslocamento a pé e são registradas as espécies que estão vocalizando. Quando não for possível identificar a espécie que está vocalizando, deve-se, caso possível, coletar o animal e gravar sua vocalização. Para emprego desse método, também é recomendável registrar as variáveis importantes para os cálculos de esforços amostrais (número de pessoas na equipe, comprimento da trilha e tempo trabalhado).

3.5 Amostragem em Sítios Reprodutivos ou Procura de Anfíbios Anuros em seus Ambientes de Reprodução

Este tipo de amostragem pode ser um dos métodos de maior sucesso amostral, pois foca as áreas de reprodução dos anuros, onde os mesmos vocalizam e, normalmente, são facilmente encontrados (BERNARDE, 2012). De maneira geral, consiste numa varredura em ambientes como lagos, brejos, poças, riachos, rios, 14 poças temporárias, ou qualquer outro corpo d´água em que o animal possa reproduzir (MORAES, et al. 2007). Em todos os métodos de amostragem, é de suma importância descrever o esforço amostral empregado, nesse caso a quantidade de horas e pessoas na equipe, e também a forma como ele foi realizado para se obter uma base de dados confiável (BERNARDE, 2012). A maioria dos anfíbios anuros no Brasil apresenta hábitos noturnos e aquáticos e somente vocalizam neste período reprodutivo e neste tipo ambiente. No entanto, alguns gêneros apresentam hábitos diurnos (HEYER et al., 1990; HATANO et al., 2002; LIMA et al., 2006; LINGNAU e BASTOS, 2007) e, portanto, esse método de amostragem deve ser realizado tanto no período diurno, quanto no período noturno, principalmente no início da manhã e fim da tarde. Outro fator que deve ser considerado é a utilização dos corpos d’água para a reprodução da maioria dos anfíbios anuros, embora algumas espécies endêmicas da Amazônia hoje já reproduzem em outros locais, até mesmo longe de qualquer fonte de água (HÖDL, 1990; MAGNUSSON e HERO, 1991). Estes anfíbios não necessitam de um ambiente aquático para reproduzir e conseguem carregar os filhotes no próprio dorso até pequenas fontes de água após o nascimento.

3.6 Coleta por Terceiros

Um método interessante e muito utilizado por pesquisadores e biólogos de consultoria, é o de coleta por terceiros que consiste em ter um contato prévio com moradores das redondezas de onde será feito o estudo. É fornecido a eles um recipiente tampado com solução formalina (15 ou 20%), para que eles guardem os animais que acharem ou que costuma matar, principalmente serpentes (FRANCO et al., 2000). Os moradores são visitados com frequência e caso haja algum animal os recipientes são recolhidos e os dados anotados. É de suma importância passar ao morador alguns dados e mostrar para eles a importância de tais estudos e principalmente dos animais na natureza, enfatizando a preservação da fauna. Cabe ressaltar que os dados obtidos através deste método de amostragem, apenas serão utilizados para composição de uma lista qualitativa de espécies, uma 15 vez que não é possível determinar unidades amostrais e, portanto, utilizar estimadores quantitativos (ex: riqueza e diversidade de espécies).

3.7 Encontros ocasionais

Alguns encontros ocasionais podem e comumente acontecem durante uma pesquisa de campo e também devem ser utilizados como método de amostragem. No entanto, assim como a Coleta por Terceiros, os dados provenientes do emprego desse método serão utilizados apenas para compor uma lista qualitativa de espécies na área estudada. Os espécimes são encontrados ocasionalmente durante outras atividades realizadas pelos pesquisadores, que não sejam de amostragem, como durante o reconhecimento da área a ser amostrada (ver MARTINS e OLIVEIRA, 1999; BERNARDE e ABE, 2006; SAWAYA et al., 2008). Todos os procedimentos metodológicos aqui descritos são utilizados para a realização de estudos da herpetofauna e já tiveram sua eficácia comprovada. No entanto, para que as amostragens tendam a representar a real composição e riqueza de espécies ocorrente numa determinada região, mais de um método deve ser sempre empregado (CECHIN e MARTINS, 2000; GARDNER et al., 2007; MACEDO et al., 2008; RIBEIRO-JÚNIOR et al., 2008). Alguns métodos tem uma especificidade maior para registrar algumas espécies e acabam não registrando outras. No caso do pitfall, por exemplo, anfíbios e répteis com hábitos arborícolas e subaquáticos dificilmente serão capturados (CECHIN e MARTINS, 2000; MACEDO et al., 2008). Além dos registros de espécies, muitos estudos necessitam de coletas de espécimes e, portanto, devem seguir alguns procedimentos para que a captura, o sacrifício e a fixação dos espécimes coletados sejam realizadas de maneira correta. A maioria dos anuros pode ser capturada com as mãos, salvo algumas exceções. Para os que expelem secreções tóxicas pelo manuseio, é recomendado que as mãos não toquem os olhos, boca, ou qualquer outra mucosa e ferimentos e que sejam lavadas logo após a captura. Algumas rãs, como a Leptodactylus labyrinthicus (rã pimenta), pode causar espirros e algum desconforto ao serem manuseadas, assim como algumas pererecas do gênero Trachycephalus, que podem causar irritação e reações alérgicas (DUELLMAN, 1956; JANZEN, 1962) e 16 também as conhecidas como pererecas verdes, Phyllomedusa sp. e os dendrobatídeos (pequenos sapos da família Dendrobatidae, com uma pele rica em alcaloides, e que os torna venenosos). No caso de o pesquisador querer usar luvas de látex para manuseio dos mesmos, não há qualquer problema, apenas levando em consideração que o manuseio pode ser menos preciso e as luvas não podem conter talco ou qualquer produto químico. Lagartos e serpentes não peçonhentas podem ser capturados manualmente, porém deve-se lembrar sempre que ambos podem morder, inclusive anuros (BERNARDE, 2012). As serpentes opistóglifas, ou não peçonhentas, que desferem mordidas devem ser capturadas preferencialmente com luvas de raspa, pois podem facilmente machucar um adulto e a ferida pode infeccionar se não for bem tratada. No caso das peçonhentas, mesmo com a luva de raspa, o perigo da peçonha atravessar a luva e perfurar a pele é grande, portanto deve ser evitado ao máximo (MARTINS e OLIVEIRA, 1998). Alguns instrumentos são muito usados para captura destes animais, como o gancho (Figura 2A), que é ótimo para se usar no manuseio de serpentes peçonhentas, pois mantém uma boa distância do animal, e o pinção (Figura 2B), também muito utilizado e confere uma segurança para o manuseador. Com ele se pode capturar animais sobre a vegetação, em cima de árvores e é o mais recomendado em termos de segurança e manuseio. Já o estilingue e a arma de ar comprimido são utilizados apenas para lagartos mais ágeis, mas devem ser evitados (FRANCO et al., 2002). A B

Figura 2: Gancho (A) e pinção (B), instrumentos usados para captura de serpentes peçonhentas. 17

Quanto ao sacrifício, é considerada uma atividade delicada no que se trata de Conselho de Ética e legislação. A eutanásia animal é um procedimento, na maioria das vezes, realizada apenas por veterinários treinados. Os animais representantes da herpetofauna tem um sistema nervoso bastante primitivo e com os métodos utilizados atualmente são alcançados ótimos resultados, praticamente, sem sofrimento para o animal (HEYER et al., 1994). Para os anfíbios, a pomada de xilocaína (lidocaína) é a mais indicada. Pode ser comprada em qualquer farmácia e é muito fácil de ser aplicada. Aplicar uma quantidade proporcional ao tamanho do animal sobre os dedos e ir massageando o mesmo com a pomada, principalmente na parte ventral do espécime (BERNARDE, 2012). Para répteis como lagartos e serpentes, pode ser utilizada uma câmara de éter (ver HEYER et al., 1994; e FRANCO et al., 2002). Já para fixação, após o sacrifício, os animais de pequeno e médio porte, devem ser condicionados em bandejas planas e primeiramente devem ser colocados na posição anatômica que se deseja fixar (FRANCO et al., 2002). Devem- se cobrir os mesmos com um papel filtro ou similar e despejar solução de formalina a 10% sobre eles. Em animais de grande porte, o que deve ser feito é injetar com uma seringa a mesma solução formalina a 10% nas cavidades corpóreas dos mesmos, se possível fixa-los também em bandejas, senão sobre mesas e/ou superfícies planas. Após a fixação dos espécimes desta maneira em uma bandeja ou superfície plana, deve-se repetir o procedimento de despejar um pouco de formol a 10% em cima deles, em cima do papel filtro e esperar fixar aproximadamente por 48 horas. Feito isso, os espécimes devem ser lavados em água corrente, conservados em recipientes com álcool a 70%, transportados e tombados por instituições que tenham coleções científico-zoológicas. Muitas coleções científicas têm um grande acervo de animais e os pesquisadores contribuem para isso. É muito importante que os espécimes coletados, tenham as devidas informações para que sejam depositados em coleções zoológicas, como o nome do coletor, data da coleta, nome da espécie (se possível) e localidade com suas coordenadas geográficas. Algumas outras informações podem ser inseridas para uma melhor identificação e uso do espécime por outros 18 pesquisadores, tais como o substrato que o animal foi capturado, o horário, condições climáticas e alguma observação pertinente. Além disso, é interessante fazer um acervo fotográfico para ser enviado juntamente com os espécimes, visto que os anfíbios, normalmente, perdem sua coloração após serem fixados (BERNARDE, 2012), o que às vezes dificulta na identificação do mesmo se ele não foi identificado antes de ser tombado na instituição da coleção zoológica.

19

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados desse estudo servirão para a melhoria da qualidade dos trabalhos executados em campo por estudantes e pesquisadores com pouca experiência sobre a temática. O seguimento das orientações metodológicas descritas contribuirá com o aumento de capturas ou registros de espécies de répteis e anfíbios, a melhoria da representatividade da riqueza e composição de espécies ocorrentes na área de trabalho, as comparações espaciais e temporais dos dados coletados e a realização de estudos mais aprofundados. Para dar continuidade ao trabalho aqui descrito, sugere-se a elaboração de um guia ilustrado, com linguagem simplificada e dicas acerca de procedimentos metodológicos para amostragem da herpetofauna e de outros grupos temáticos, como a mastofauna, avifauna, ictiofauna e entomofauna. Esses tipos de estudos, se divulgados entre estudantes e profissionais sem experiência, poderão contribuir com o aumento da qualidade dos diagnósticos de fauna demandados, sobretudo, pelas empresas de consultoria.

20

5 REFERÊNCIAS

AYRES, J.M.; FONSECA, G.A.B. da; RYLANDS, A.B.; QUEIROZ, H.L.; PINTO, L.P.; MASTERSON, D. & CAVALCANTI, R.B.; 2005. Os corredores ecológicos das florestas tropicais do Brasil. Sociedade Civil Mamirauá. Belém, PA. 256p.

BERNARDE, P. S. 2012. Ecologia e métodos de amostragem de Répteis Squamata. Pp. 189-201 In: SILVA, F.P.C.; GOMES-SILVA, D.A.P.; MELO, J.S. & NASCIMENTO, V.M.L. (Orgs.).Coletânea de textos - Manejo e Monitoramento de Fauna Silvestre em Florestas Tropicais. VIII Congresso Internacional Sobre Manejo de Fauna Silvestre na Amazônia e América Latina, Rio Branco, AC.

BERNARDE, P.S. & ABE, A.S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South Am. J. Herpetol. 1(2):102-113.

BERNARDE, P. S. & GOMES, J. O. 2012. Serpentes peçonhentas e ofidismo em Cruzeiro do Sul, Alto Juruá, Estado do Acre, Brasil. Acta Amazonica 42(1):65-72

BÉRNILS, R.S. e H.C. COSTA. 2012. Brazilian reptiles: List of species. Version 2012.1. Electronic document accessible at http://www.sbherpetologia.org.br/. Sociedade Brasileira de Herpetologia.

CAMPBELL, H.W.; CHRISTMAN, S.P. 1982. Field techniques for herpetofaunal community analysis. In N. J. Scott Jr. (ed.), Herpetological Communities, p.93-200. Wildl. Res. Rept.13, US. Fish and Widl. Serv. Washington, DC. 1982.

CECHIN, S.Z. & MARTINS, M. 2000. Eficiência de armadilhas de queda (pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Rev. Bras. Zool. 17:729- 740.

CHIARELLO, A.G.; AGUIAR, L.M.S.; CERQUEIRA, R.; MELO, F.R.; RODRIGUES, F.H.G.; SILVA, V.M.F. 2008. Mamíferos. In: A.B.M. MACHADO; G.M. DRUMMOND; A.P. PAGLIA (eds.), Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Belo Horizonte, Ministério do Meio Ambiente, Fundação Biodiversitas, p. 680-890.

DUELLMAN, W. E. 1956. The of the hylid genus Phrynohyas Fitzinger, 1843. Miscellaneous Publications. Museum of Zoology, University of Michigan 96: 1– 47.

DUELLMAN, W.E. 1994. The biology of an equatorial herpetofauna in Amazonian Equador. Univ. Kansas Mus. Nat. Hist. Misc. Publ. 65:1-352

DUELLMAN, W.E. AND L. TRUEB. 1994. Biology of . Baltimore: The Johns Hopkins University Press. 670 p.

ETEROVICK, P.C. 1999. Use and sharing of calling and retreat sites by Phyllodytes luteolus in modified environment. J. Herpetol., St. Louis, 33(1):17- 22. 21

FITCH, H. S. 1987. Collecting and life-history techniques. pp. 143-164. In: Snakes, Ecology and Evolutionary Biology. R.A. Seigel; J.T. Collins and S.S. Novak, (eds.). New York. MacMillan.

FRANCO, M. L. P. B. Porque o conflito entre as tendências metodológicas não é falso. Cadernos de Pesquisa. São Paulo: n. 66, ago/1985.

FRANCO, F. L.; SKUK S.; G. O.; PORTO, M. and MARQUES, O. A. V. 2002. Répteis na Estação Veracruz (Porto Seguro, Bahia). Estação Veracruz - Publicação Técnico-Científica 3. Veracel Celulose. Rio de Janeiro, RJ.

GARDNER, T.A., BARLOW, J. & PERES C.A. 2007. Paradox, presumption and pitfalls in conservation biology: the importance of habitat change for amphibians and reptiles. Biol. Conserv. 138: 166-179.

GIBBONS, J.W. 1988. The management of amphibians, reptiles and small mammals in North America: the need for an environmental attitude adjustment. In: Management of Amphibians, Reptiles, and Small Mammals in North America. United States Forest Service General Technical Report RM-166, p. 4–10. Szaro, R.C., Severson, K.E., Patton, R., Eds., Colorado, USA, Ft. Collins.

GOUDIE, A.S. 1993. Encyclopedia of Global Change. Oxford University Press.

HARTMANN, P.A., HARTMANN, M.T. & MARTINS, M. 2009b. Ecology of a snake assemblage in the Atlantic Forest of Southeastern Brazil. Pap. Avulsos Zool. 49(27):343-360

HADDAD, C. F. B. 2005. Anfíbios. Pp. 61-63. In A. B. M. Machado, C. S. Martins, and G. M. Drumond (ed.), Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas.

HATANO, F. H.; ROCHA, C. F. D. & VAN SLUYS, M. 2002. Environmental factors affecting calling activity of a tropical diurnal ( phyllodes: Leptodactylidae). Journal of Herpetolology 36(2):314-318.

HELLAWELL, J.M. 1991. Development of rationale for monitoring. Pg. 1-14 in Goldsmith, B. (ed.) Monitoring for Conservation and Ecology. Chapman and Hall, London.

HEYER, W.R.; DONNELLY, M.A.; McDIARMID, R.W.; HAYEK, L.C. e FOSTER, M.S. 1994. Measuring ands monitoring biological diversity. Standard methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press, Washington.

HÖDL, W. 1977. Call differences and calling site segregation in anuran species from Central Amazonian floating meadows. Oecologia (Berl.) 28, 351-363.

22

IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2003. Instrução Normativa nº. 3 de 27 de maio de 2003. Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília, IBAMA.

ICMBio, Instituto Chico Mendes De Conservação Da Biodiversidade.

IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Versão 2013.2. Acesso em: 25 de Maio de 2015

JANZEN, D.H. 1962. Injury caused by toxic secretions of Phrynohyas spilomma Cope. Copeia 1962, 651.

LANGONE, J.A., SEGALLA, M.V.; BORNSCHEIN, M.R. & DE SÁ, R. O. 2008. New reproductive mode in the genus Melanophryniscus Gallardo, 1961 (Anura: Bufonidae) with description of a new species from the State of Parana South American. Journal of Herpetology 3:1–9.

LEWINSOHN, T.M. & PRADO, P.I.; 2005. How many species are there in Brazil? Conservation Biology 19(3): 619-624.

LIMA, N.R.E., SILVA, M.L., AND VIELLIARD, J. (2006) Representação documentária e comunicação sonora animal: o caso do Tucuxi Sotalia fluviatilis na Baía de Marapanim, PA, Brasil. Cadernos da Pós-Graduação, v. 3, n. 3, p. 207-218.

LINGNAU, R., BASTOS, R. P. Vocalizations of the Brazilian torrent frog Hylodes heyeri (Anura: ): repertoire and influence of air temperature on advertisement call variation. Journal of Natural History. , v.41, p.1227 - 1235, 2007.

MACEDO, L.C., BERNARDE, P.S. & ABE, A.S. 2008. Lagartos (Squamata:Lacertilia) em áreas de floresta e de pastagem em Espigão do Oeste, Rondônia, sudoeste da Amazônia, Brasil. Biota Neotrop. 8(1): http://www.biotaneotropica.org.br/v8n1/pt/fullpaper?bn01108012008 (acesso em 13/04/2015).

MAGNUSSON, W.E. & Hero, JM. 1991. Predation and the evolution of complex oviposition behaviour in Amazon rainforest frogs. Oecologia, 86:310-318.

MAGNUSSON, W.E.; LIMA, A.P.; LUIZÃO, R.; LUIZÃO, F.; COSTA, F.R.C.; CASTILHO, C.V. E KINUPP, V.F. RAPELD: uma modificação do método de Gentry para inventários de biodiversidade em sítios para pesquisa ecológica de longa duração. Biota Neotrop. Jul/Dez 2005, vol. 5, no. 2. 3Urban, D.L. 2005. Modeling ecological processes across scales. Ecology 86(8):1996-2006

MARTINS, M. & OLIVEIRA, M.E. 1999. Natural history of snakes in forests of the Manaus region, Central Amazonia, Brazil. Herpetol. Nat. Hist. 6(2):78-150

23

Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Manual de auxílio na interpretação e aplicação da norma regulamentadora n.35 – EPI’s NR-35 comentada. Brasília: SIT/DSST, 2012.

MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). 2008. Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Disponível em http://www.mma.gov.br/sitio. Acessado em: fevereiro de 2015.

MORAES, R.A., SAWAYA, R.J. & BARRELLA, W. 2007. Composição e diversidade de anfíbios anuros em dois ambientes de Mata Atlântica no Parque Estadual Carlos Botelho, São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotrop. 7(2):27- 36.

MOREIRA, L.F.B., MACHADO, I.F., LACE, A.R.G.M. & MALTCHIK, L. 2008. Anuran amphibians dynamics in an intermitent pond in southern Brazil. Acta Limnol. Bras. 20:205-212.

PANOSSO, A.; MALHEIROS, E. B. Tópicos Especiais - Análise de dados na Produção Animal. Apostila. Departamento de Ciências Exatas - FCAV/UNESP - Campus Jaboticabal.

PEIXOTO, O.L. 1995. Associação de anuros a bromeliáceas na Mata Atlântica. Revista da Universidade Rural do Rio de Janeiro 17(2): 75-83.

POUGH, F. H., JANIS, C. M. & HEISER, J. B. 2003. A vida dos vertebrados. Terceira Edição. Coord. Editorial: Ana Maria de Souza. São Paulo: Atheneu Editora.

RIBEIRO-JÚNIOR, M.A.; T.A. GARDNER & T.C.S. ÁVILA-PIRES. 2008. Evaluating the effectiveness of herpetofaunal sampling techniques across a gradient of habitat change in a tropical forest landscape. Journal of Herpetology 42: 733-749. doi: 10.1670/07-097R3.1.

RODRIGUES, M. 1990. Introdução ao Geoprocessamento. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOPROCESSAMENTO. São Paulo. Anais. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1990, 1-26p.

SAWAYA, R.J., MARQUES, O.A.V. & MARTINS, M.R.C. 2008. Composição e história natural das serpentes de Cerrado de Itirapina, São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotrop. 8(2).

SEGALLA, M.V., CARAMASCHI, U., CRUZ, C.A.G., GARCIA, P.C.A., GRANT, T., HADDAD, C.F.B., LANGONE, J. 2012. Brazilian amphibians – List of species. Accessible at http://www.sbherpetologia.org.br. Sociedade Brasileira de Herpetologia (Acesso em Maio de 2015).

24

SCHNEIDER, J. A. P. & TEIXEIRA, R. L. 2001. Relacionamento entre anfíbios anuros e bromélias da Restinga de Regência, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Iheringia, Série Zool. 91: 41- 48.

SILVA-SOARES, T., F. HEPP, P.N. COSTA, C. LUNA-DIAS, M.R. GOMES, A.M.P.T. CARVALHO-E-SILVA AND S.P. CARVALHO-E-SILVA. 2010. Anfíbios anuros da RPPN Campo Escoteiro Geraldo Hugo Nunes, Município de Guapimirim, Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil. Biota Neotropica 10(2): 225-233.

SILVANO, D. L. AND M. V. SEGALLA. 2005. Conservação de anfíbios no Brasil. Megadiversidade 1: 79-86.

SILVEIRA, LUÍS FÁBIO .2010. Para que servem os inventários de fauna?. Estud. av. [online]. 2010, vol.24, n.68, pp. 173-207. ISSN 0103-4014.

STRANECK, R., E. V. DE OLMEDO, AND G. R. CARRIZO. 1993. Catálogo de voces de anfibios argentinos / Catalogue of the voices of argentine amphibians. Buenos Aires: Literature of Latin America.

TEIXEIRA, R.L., ZAMPROGNO, C., ALMEIDA, G.I., SCHINEIDER, J.A. 1997. Tópicos ecológicos de Phyllodytes luteolus (Amphibia, Hylidae) da restinga de Guriri, São Mateus-ES. Revista Brasileira de Biologia 57: 647-654.

TEIXEIRA, R.L., MILI, P.S.M., RÖDDER, D. 2006. Ecology of anurans inhabiting bromeliads in a saxicolous habitat of southeastern Brazil. Salamandra 42(2/3): 155-163.

TEIXEIRA, R.L. & ROEDDER, D. 2007. Diet, foraging strategy and reproduction of Scinax argyreornatus (Miranda-Ribeiro, 1926) from a mountainous region of the Atlantic rainforest in southeastern Brazil. Herpetozoa 19: 161-173.

TOLEDO, L. F., P. C. A. GARCIA, R. LINGNAU AND C. F. B. HADDAD. 2007. A new species of Sphaenorhynchus (Anura; Hylidae) from Brazil. Zootaxa 1658: 57-68

VALENTE, A.S.M.; GARCIA, P.O. & SALIMENA, F.R.G.; 2006. Zona da Mata Mineira: aspectos fitogeográficos e conservacionistas. In: Oliveira, AP.L. de P.; (org.) Arqueologia e patrimônio da Zona da Mata mineira: Juiz de Fora. Editar Editora Associada Ltda. Juiz de Fora. Pp. 79-92