Prêmio Machado De Assis – João José Reis, O Vencedor
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Opiniões Número: Depoimentos ornalornal Novos Lançamentos 226 dede Mês: Agosto Entrevista JJ Ano: 2017 LetrasLetras Literatura Infantil Preço: R$ 5,00 Prêmio Machado de Assis – João José Reis, o vencedor O historiador baiano João José Reis, de 65 anos, referên- cia mundial para o estudo da História e da escravidão no século XIX no Brasil, é o vencedor do Prêmio Machado de Assis de 2017. Concedido anualmente, desde 1941, pela Academia Brasileira de Letras, o prêmio foi entregue no Salão Nobre do Petit Trianon, na ocasião da comemoração dos 120 anos de fundação da ABL. (Por Manoela Ferrari – págs. 10 e 11) Foto: Guilherme Gonçalves ornalde 2 JLetras JL Editorial JL Opinião Arnaldo Niskier Em 20 de julho de 2017, a Academia Brasileira de Letras come- acervo JL O orgulho de ser professor morou 120 anos de profícua existência. Foi uma festa bonita, em que Nélida Piñon fez uma linda oração sobre o significado da existência da ABL – e seus principais feitos, nesses anos todos. Foi também entre- Em todos esses anos, fiz um extraor- gue o Prêmio Machado de Assis ao historiador baiano João José Reis. dinário esforço para entender o fenômeno Em seu agradecimento, ele discorreu sobre os tempos de escravidão da educação, procurando trabalhar pelo seu no Brasil, naturalmente com críticas à demora na Abolição. Lembrou constante aperfeiçoamento. Como professor os muitos acadêmicos, como Machado de Assis e Joaquim Nabuco, dedicado e homem público, sempre busquei que foram grandes defensores da liberdade dos escravos. No final da separar o que era ensino do que representava sessão, foi muito aplaudido pelo público ali presente. A atriz Fernanda educação. Sem confundir as responsabilidades de cada um. Montenegro chegou a afirmar que a ABL era extremamente corajosa ao Servi ao governo do Rio de Janeiro, por quatro vezes, como secre- homenagear um profissional assim gabaritado: “Ela cresce na conside- tário de Estado. Primeiro, como secretário de Ciência e Tecnologia da ração dos brasileiros, graças a um gesto dessa natureza.” Neste número, Guanabara. Depois, durante quatro anos, de 1979 a 1983, quando fui consagramos nossa página central ao tema. secretário de Educação e Cultura do Governo Chagas Freitas. Foi uma rara oportunidade de comandar o sistema. Inaugurei 88 escolas, é ver- O editor. dade, mas com uma notável equipe foi possível servir à expansão do processo educacional, com a ajuda de grandes educadoras, como Edília Coelho Garcia, Cylene Gallart, Fátima Cunha Ferreira Pinto, Aloísio Boynard, Maria Alice Máximo e Lúcia Venina, entre outros. Também contei com a colaboração inestimável de Carlos Alberto Serpa, Edgard Flexa Ribeiro, Roberto Boclin, Padre Leme Lopes e outros grandes edu- cadores no Conselho Estadual de Educação. Todos entendiam muito bem o que deveria ser feito pelo enriquecimento da educação do nosso Estado. Vivemos entre 1979 e 1983 um período notável, de que nos lem- bramos muito bem. Tive ainda o privilégio de viver um segundo período como secretá- rio de Estado de Educação, no ano de 2006, uma época de consolidação das conquistas realizadas. A esses feitos pode-se agregar os oito anos vividos a serviço do Conselho Federal de Educação (seis anos) e depois dois anos no Conselho Nacional de Educação. Foram oportunidades raras, como a colaboração prestada ao senador Darcy Ribeiro, na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 9.394/96), especialmen- te no que se refere à inserção da modalidade de educação a distância no sistema brasileiro. Vivemos a experiência em Brasília de 1986 a 1992 e, depois, de 1996 a 1998. Saí do Conselho com uma vivência muito gran- de, que serviu extraordinariamente aos meus feitos como educador. Como professor de História e Filosofia da Educação, como autor de mais de 3 mil artigos e 100 livros sobre educação, publicados, há mais de 15 anos, em mais de 20 jornais brasileiros, como presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e como autor de dezenas de con- ferências em diversos estados brasileiros, posso afiançar que conheço muito bem quais são os melhores caminhos que devem ser percorridos Em visita à ABL, o reitor da Unicarioca, Celso Niskier, e o presidente do Grupo Ser pela nossa educação, para que seja devidamente aperfeiçoada. Educacional Janguiê Diniz, são recebidos pelos acadêmicos Marcos Vilaça, Arnaldo Niskier e Merval Pereira. JL Expediente Diretor responsável: Arnaldo Niskier Editora-adjunta: Beth Almeida Colaboradora: Manoela Ferrari Secretária executiva: Andréia N. Ghelman Redação: R. Visconde de Pirajá N0 142, sala 1206 – 120 andar — Tel.: (21) 2523.2064 Ipanema – Rio de Janeiro – CEP: 22.410-002 – e-mail: [email protected] “Naquele tempo, eu buscava os entardeceres, os arrabaldes e os conflitos. Distribuidores: Distribuidora Dirigida - RJ (21) 2232.5048 Correspondentes: António Valdemar (Lisboa). Agora, busco as manhãs, o centro e a serenidade.” Programação Visual: CLS Programação Visual Ltda. Fotolitos e impressão: Folha Dirigida – Rua do Riachuelo, N0 114 J. L. Borges Versão digital: www.folhadirigida.com.br/edicoes-digitais/jornal-de-letras O Jornal de Letras é uma publicação mensal do Instituto Antares de Cultura / Edições Consultor. ornalde JLetras 3 Doutor Honoris Causa Por Manoela Ferrari Em emocionante cerimônia no auditório Vera Janacópolus, da UNIRIO, o professor Arnaldo Niskier recebeu o título de Doutor Honoris Causa naquela instituição. A apresentação do homenageado ficou a cargo do decano do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET), Luiz Amâncio Machado de Sousa Jr. “É imperioso que a universidade pública torne-se o bastião da luta contra a dilapidação do ensino público de qualidade e da pes- quisa, honrando os que defenderam seus ideais acadêmicos e demo- cráticos e reverenciando aqueles que dedicaram a vida a refletir e deba- Compuseram a mesa os professores Domício Proença Filho, presidente da ABL, Luiz Amâncio ter a educação de base, como o professor Arnaldo Niskier”, salientou. de Souza Jr., decano do CCET, Luiz Pedro San Gil Jutuca, reitor da UniRio, Arnaldo Niskier, pre- sidente do CIEE-Rio, Carlos Alberto Serpa, presidente da Cesgranrio e Nélida Piñon, secretária Em seu discurso, o presidente da ABL, Domício Proença Filho, geral da ABL. destacou a “imortalidade” dos membros da Academia, lembrando a inquietação dos filósofos gregos com o percurso existencial humano. Em seguida, felicitou o colega pela homenagem: “A família festeja, a Academia rejubila-se, os amigos aplaudem.” A secretária geral da ABL, a escritora Nélida Piñon, apontou a generosidade como traço caracte- rístico de Niskier: “É um homem voltado para a compaixão: tem voca- ção para se envolver com as pessoas”, ressaltou Nélida, arrancando aplausos. “É um grande acadêmico, que não prescindimos e com quem aprendemos muito.” O presidente da Fundação Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa, emo- cionou o público, convocando todos a saudar o escritor: “Ele merece não só o título de Doutor Honoris Causa, mas que, de pé, o aplaudamos como exemplo para as novas gerações brasileiras.” O reitor, Luiz Pedro San Gil Jutuca, observou que, em 2010, o imortal recebeu o título de Doutor Honoris Causa conferido a Machado de Assis in memoriam, representando a Academia Brasileira de Letras. O professor também ressaltou que Niskier já proferiu uma aula magna na Universidade. “Nosso homenageado possui trajetória de inegável valor, dentro da educação e da cultura do nosso país”, ressaltou. Em seu discurso de agradecimento, o professor Niskier se emocio- nou ao lembrar de sua primeira professora, D. Paulina, e falou do esfor- ço contínuo para entender o fenômeno da educação: “Minha primeira O reitor da UniRio Luiz Pedro San Gil Jutuca e o homenageado, professor Arnaldo Niskier. formação em nível superior foi em Matemática, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da então Universidade do Distrito Federal, na década de 1950. Depois, a licenciatura em Pedagogia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Na UERJ, comecei a lecionar Geometria Analítica nos cursos de Matemática, Física e Química. Depois, já na década de 1960, passei a dar aulas de Administração Escolar e Educação Comparada, cadeira na qual fiz os concursos de Livre Docente e profes- sor titular. Ganhei o título de Doutor em Educação. Anos mais tarde, num concurso de títulos, fixei-me na cadeira de História e Filosofia da Educação do curso de Pedagogia, até a aposentadoria em 1997. Lecionei na UERJ nada menos de 37 anos, incluindo o tempo em que servi ao Colégio de Aplicação, como um dos seus fundadores, ocupan- do a cadeira de Desenho Geométrico. Em todos esses anos, fiz um extraordinário esforço para entender o fenômeno da educação, procurando trabalhar pelo seu constante aperfeiçoamento. Como professor dedicado e homem público, sempre busquei separar o que era ensino do que representava educação. Sem confundir as responsabilidades de cada um.” Para Niskier, o título é concedido a quem pode se orgulhar de uma longa vida de magistério – “na verdade, são mais de 60 anos de carreira”, salientou. O homenageado, professor Arnaldo Niskier com o diretor do CIEE do Paraná, Arwed Kirchgassner. ornalde 4 JLetras JL Breves JL Humor por Manoela Ferrari [email protected] por Jonas Rabinovitch [email protected] A ACADEMIA Pernambucana Ed. Grande Área, faz sucesso no de Letras promoveu sessão sole- meio esportivo o livro Guardiola CARTUM APOLÍTICO ne em homenagem ao poeta Confidencial, retratando o trei- Waldemar Lopes. Entre os pales- nador espanhol mais falado do trantes, os escritores Marly Mota, setor na última década em todo Amaury de Medeiros e Dirceu mundo. Rabelo. A EDITORA RECORD lançou, um OS BAIANOS driblaram a crise ano após o episódio, Crônicas e lançaram mais um festival do golpe, de Felipe Pena, sobre literário no Estado. A Flipelô, a crise política em que o país com show de abertura de Maria emergiu após o impeachment da Bethânia, acontece entre os dias presidente Dilma Rousseff. 9 e 13 de agosto, com a presen- O ça, entre outros, do acadêmico ITO OBRAS publicadas e aos Antônio Torres e da curadora da 44 anos, apontada como uma das Flip, Josélia Aguiar.