Chaves Que Interpretam Profecias
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“HÁ MAIS COISAS ENTRE O CÉU E A TERRA DO QUE PODE IMAGINAR NOSSA VÃ FILOSOFIA ” (Willian Shakespeare) 2 3 ÍNDICE CAPÍTULO 1 – SUPERANDO O DETERMINISMO CAPÍTULO 2 – A PERSONIFICAÇÃO DO MAL CAPÍTULO 3 – O DI ABO E SEUS ANJOS CAPÍTULO 4 – A MILÍCIA CELESTIAL CAPÍTULO 5 – OS QUATRO ANIMAIS DA VISÃO DE DANIEL CAPÍTULO 6 – OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE CAPÍTULO 7 – CARACTERÍSTICAS DO FALSO CRISTO CAPÍTULO 8 – CARACTERÍSTICAS DO USURPADOR CAPÍTULO 9 – CARACTERÍSTICAS DO ANTICRISTO CAPÍTULO 10 – CARACTERÍSTICAS DO FALSO PROFETA CAPÍTULO 11 – CARACTERÍSTICAS DO ABOMINÁVEL DA DESOLAÇÃO CAPÍTULO 12 – OS DEUSES DAS NAÇÕES CAPÍTULO 13 – 2017: UM CALENDÁR IO JÁ DETERMINADO? CAPÍTULO 14 – O INÍCIO DO FIM NA VISÃO DE DANIEL CAPÍTULO 15 – A SEGUNDA VINDA DO CRISTO ETERNO CAPÍTULO 1 – SUPERANDO O DETERMINISMO Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos santos. (Apocalipse 13:9e10) Há uma lei que opera no Universo e que vem regendo a todos nós! Essa lei universal será uma das bases desse estudo. Ela pode ser chamada de “lei da reciprocidade”, “lei da ação e reação”, “lei da atração” ou mesmo “lei da causa e do efeito”. Essa lei, que é uma lei da física, tem efeitos no inconsciente coletivo humano, e por sua vez, nas ações humanas! A descoberta pela ciência dessa lei universal de “causa e efeito”, que já havia sido materializada desde os primórdios em partes de leis humanas como o “código de Hamurabi” e as “leis de Moisés”, só testificou o que inconscientemente a humanidade já conhecia. “Olho por olho, dente por dente”, ação e reação, um ciclo vicioso que tem relação com a crença determinista. O determinismo é a crença de que tudo já está determinado e estabelecido, e a liberdade não passa de uma ilusão. É um sistema fechado no qual tudo acontece por conta de causas anteriores, tornando os efeitos que se seguem destas causas, necessários e inevitáveis. A tese filosófica do determinismo é assim enunciada: as leis da matéria e do movimento são universais, e, segundo elas, o estado da totalidade do que existe no mundo em certo instante determina exatamente o que acontecerá em seguida. Resumindo, tudo estaria escrito nos dados de um único instante. Esta doutrina, inicialmente científica, acabou impregnando as mentalidades, nelas imprimindo uma representação das leis da natureza como se fossem regras infalíveis, governando mecanismos implacáveis. Acontece que hoje em dia o determinismo está com as asas amarradas. Saiu completamente dos trilhos no nível dos átomos, por causa dos fenômenos quânticos. Sua capacidade de prever também pode revelar-se ilusória, às vezes inclusive naquelas questões em que são válidas as leis de Newton. (CHARPAK,; OMNÈS, 2007, p. 58) Sobre a terceira lei de Newton citada anteriormente, se diz que toda a força que um corpo recebe é consequência da força que ele aplicou. Os cientistas Georges Charpak e Roland Omnès, sustentam que as leis quânticas se contrapõem a essa lei, ao determinismo dessa “causa e efeito”, já “que dão livre curso às possibilidades” ( CHARPAK,; OMNÈS, 2007, p. 113). Nesse sentido, alguns cientistas creem ter na física quântica uma grande oportunidade de explicar que nem tudo está determinado, nem tudo é efeito de alguma causa e que existem leis que abrem as 2 possibilidades da vida ao acaso. E isso tem se refletido em discussões filosóficas sobre a liberdade humana. Mas esse é um assunto que discorreremos mais adiante, nos concentrando por hora na “lei da ação e reação” ou “lei de causa e efeito” e seus desdobramentos na vida humana. Desde tempos remotos, Caim acreditou que o Altíssimo o recompensaria na medida de suas obras humanas (Gênesis 4:3a5). Seria Caim um adepto inconsciente da “lei da ação e reação”, da “causa e do efeito”? Sobre essa lei, o Cristo do Altíssimo alertou Pedro quando “...disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mateus 26:52). Essa é a “lei da ação e reação”, lei essa que o Cristo Jesus também citou em seus diálogos, porém revelou novas possibilidades para a vida humana através da operação de milagres e de um ensino que buscava superar todo determinismo de “causa e efeito” impregnado na mentalidade do mundo. Não seria o milagre uma grande força do “acaso”? Não seria o milagre a superação de uma situação determinista? A palavra “acaso” vem do latim “ a casu ” que quer dizer “sem causa”. Para o judeu, há muito condicionado pela “lei da ação e reação”, tudo tinha uma causa e o ensino de outra lei da vida, “o acaso”, era uma grande ameaça (Mt 5:38a42). O reflexo dessa lei do Universo no mundo acabou fazendo com que o homem a use como medida na sua relação com Deus. O judeu sempre acreditou que cumprindo leis, ritos e tradições humanas, seria justificado diante do Altíssimo, crendo numa reação justa as suas ações. Isso não passa de uma projeção das relações humanas nas relações entre o homem e Deus. Isso vigorou e ainda vigora, entre homens e homens, nas recompensas, nas trocas e reciprocidades (ainda que nem todas sejam justas). Mas será que vigora entre homens e Deus? Sobre esse assunto, em relação à justificação perante o Altíssimo por meio de obediências a leis e obras da lei (de Moisés), Paulo adverte que... Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas 3 as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; (Gálatas 3:10a13) Nesse texto podemos tirar várias lições que nos nortearão até o fim desse trabalho. O que significa dizer que aqueles “que são das obras da lei estão debaixo de maldição”? Teria isso relação com a mentalidade condicionada pelo determinismo, que não se abre a possibilidade do acaso, dos milagres e da fé? Ninguém será justificado (reação) diante de Deus por obras (ação), porque “o justo viverá pela fé” (Habacuque 2:4) e fé naquele que é o “autor e consumador dela”, Cristo (Hebreus 12:2). Cristo é o milagre de Deus, o “ponto fora da curva”, a possibilidade fora do ciclo vicioso e determinista da “lei de causa e efeito”. Cristo é a graça do Altíssimo concedida a nós, graça que por sua vez é um “favor imerecido”, uma recompensa sem causa que a antecede! Nesse contexto, o “estar em maldição” significa que ninguém consegue cumprir toda a lei, e aqui falamos da lei com suas centenas de regras descritas nas Escrituras que desembocam numa mentalidade de “ação (obras) e reação (justificação diante de Deus)”. Não há mérito na justificação diante de Deus! Por isso o milagre é a fé, a expressão de novas possibilidades além de “causas e efeitos”. O homem que se submete inteiramente a “lei da ação e reação”, da antiga regra do “olho por olho e dente por dente”, viverá e morrerá regido por essa lei. Quem da “espada lança mão, da espada morrerá” (Mateus 26:52) e quem “julgar o próximo será julgado na mesma medida” (Mateus 7:1e2)! Colher sempre o que semeia (Gálatas 6:7a9)! E apesar de ser uma lei do Universo, ela não explica tudo quando nós nos abrimos as oportunidades do “acaso”. Viver alienado do acaso, da fé, da possibilidade de milagres e da graça divina, é viver na escravidão de um sistema de “causas e efeitos” que tem pouca relação com a liberdade proposta pelo Filho do Altíssimo, que segundo Paulo, “nos resgatou da maldição da lei”. A maldição se dá quando não vemos possibilidades fora da bolha determinista, fora de uma 4 “ação” nossa. Tendemos a ficar esperando castigos por erros que cometemos, ou recompensas, por boas ações que fazemos. O que Cristo disse ao malfeitor que estava ao seu lado na cruz, é a superação desse ciclo de recompensas que vigorava e ainda vigora na mentalidade humana. A possibilidade do milagre! A possibilidade do impossível para os homens! A possibilidade de superação ao determinismo! Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso (Lucas 23:39a43). “Recebemos o castigo (efeito) que os nossos atos (causa) merecem”, foi a palavra do malfeitor, reflexo da mentalidade judia e reflexo da mentalidade de nossos dias também. Em outro relato, Cristo foi questionado sobre a causa, cujo efeito sobre um homem, uma cegueira de nascença, julgavam (os discípulos) ser fruto de “pecado”. O homem estaria cego “por causa dos seus pecados ou por causa dos pecados de seus pais?”, perguntaram os discípulos. “Nem uma coisa nem outra”, disse Jesus, “mas para nele se mostrar o poder de Deus”. Cristo opera um milagre curando o cego (João 9:1a3). Veja como a mentalidade da população estava impregnada dessa “lei de causa e efeito” e de um conceito de justiça deturpado.