O Evangelho E a Cultura

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O Evangelho E a Cultura O EVANGELHO E A CULTURA O evangelho e a cultura Leituras para a antropologia missionária Organizador: Timóteo Carriker Evangelho e Cultura: Leituras para a antropologia missionária Tradução: Enedina Sacramento, Luciane Silva, Marta Carriker Revisão: Marta Carriker © Direitos autorais, 2008, de C. Timóteo Carriker. Todos os direitos reservados. A não ser para citações breves em resenhas ou artigos críticos, nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer maneira sem a permissão por escrito. Citações bíblicas, a não ser quando indicadas de outra maneira, são da tradução de João Almeida de Ferreira, versão revista e atualizada, © direitos da Sociedade Bíblica Brasileira. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Carriker, C. Timóteo, 1952- Evangelho e Cultura. Leituras para a antropologia missionária / Charles Timothy Carriker ISBN 978-1-4357-2481-5 1. Evangelização--Cristianismo. I. Carriker, C. Timóteo. II. Título. 253.7 2008 CDD -253.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Evangelização: Cristianismo 253.7 2. Evangelho: comunicação transcultural 301.14 3. Missiologia: Cristianismo 266.001 Índice Prefácio xii Timóteo Carriker Choque de Cultura, Língua e de Auto-Descobrimento 15 William Smalley Missionário Viável: Aprendiz, Comerciante, Contador de Histórias 23 Donald Larson Mecanismos Sociais de Desconversão 31 Timóteo Carriker Padrões de Mudança Religiosa em Sociedades Comunitárias 45 Alan Tippett Movimentos de Revitalização 69 Anthony Wallace Machados de Aço para Australianos da Idade da Pedra 83 Lauriston Sharp Fatores Ideológicos na Comunicação Transcultural 95 Charles Kraft A Missão Cristã e a Antropologia Cultural 109 Robert Ramseyer Em Busca de uma Definição Transcultural de Pecado 119 T. Wayne Dye Índios Evangélicos no Brasil Holandês 131 Frans Leonard Schwalkwijk Contextualização entre Muçulmanos: Reutilizando Pilares Comuns 151 J. Dudley Woodberry As Contribuições do Messianismo para uma Hermenêutica Missiológica 177 Timóteo Carriker A Evangelização dos Animistas 201 Alan Tippett Evangelização de Famílias Inteiras 213 Chua Wee Hian A Aprendizagem de Línguas por Missionários 217 Marta Carriker Os Filhos de Missionários 225 Alma Gordon A Imagem de Cristo na Religiosidade Popular dos Índios Americanos 233 Key Yuasa Muçulmanos no Brasil 249 Noêmia Marinho Bocatto A Crença e a Religiosidade Indígenas 255 Francis Popovich Prefácio Timóteo Carriker, organizador Um dos maiores desafios à evangelização mundial é a comunicação eficaz das boas- novas a respeito da transformação que Deus realizou através de Jesus Cristo. Diante de tamanha transformação que Deus realizou, urge anunciar o evangelho. Mas como vencer as barreiras culturais ao anúncio e como evitar as múltiplas possibilidades de ser mal entendido? A resposta não é nem distante e nem de difícil compreensão. Deus mesmo nos deu a resposta e nos deixou o modelo: a encarnação. Deus se fez carne e osso em Jesus. Por meio deste camponês da Palestina que falava a linguagem popular do “povão”, mas que falou e agiu com autoridade, Deus nos deixou valiosa lição. Ele deseja nos alcançar dentro das nossas culturas, de modo que podemos compreender. E assim seus emissários também anunciam e demonstram as boas-novas, no máximo possível, dentro dos diversos meios de comunicação que existem nas milhares de culturas do mundo inteiro. Não significa que o evangelho simplesmente aprova todos os nossos costumes de maneiras de viver. Longe disto! O evangelho desafia a todos e transforma a todos. Mas Deus, a princípio, vem “ao nosso lado”, onde vivemos e onde aprendemos a conviver com os outros. Não exige que nos convertamos aluma suposta cultura divina. Mas uma vez chamados somos chamados a outra tarefa, a de transformar as nossas maneiras de viver, a nossa cultura, para a honra e glória dele. Este livro reune ensaios que tratam das diversas dimensões da comunicação transcultural da fé. Algumas são reflexões mais técnicas, outras são mais populares. São 19 ao total, sendo que 13 são inéditos no Brasil e mais seis são re-edições do livro já esgotado, Missões e a igreja brasileira. Perspectivas culturais. 1 Mas todos visam capacitar candidatos ao ministério missionário a terem uma compreensão mais criteriosa da expressão da fé dentro de outras culturas. Durante anos estas reflexões foram utilizadas em escolas de preparo missionário no Brasil, começando com o Centro Evangélico de Missões em Viçosa, Minas Gerais. Temos o prazer de oferecê-las agora ao leitor de língua portuguesa...para a glória de Deus. 1 CARRIKER, Timóteo, org. São Paulo: Mundo Cristão, 1993. Choque de cultura, de língua e de auto-descobrimento William A. Smalley 2 O choque cultural tem sido descrito como um distúrbio emocional que resulta do ajustamento a um novo ambiente cultural .3 Sua causa é a perda dos padrões familiares pelos quais interagimos em qualquer sociedade. Cada cultura tem milhares de sinais sutis dos quais geralmente não temos nem consciência, mas pelos quais conhecemos nossa posição em relação às pessoas que nos cercam e sabemos como avaliar o que elas dizem e fazem. A perda destes padrões quando penetramos em uma nova cultura significa tensão, inquietação e até mesmo um mau ajustamento, porque os apoios foram arrancados de nossas bases e já não temos mais um fundamento familiar sobre o qual permanecer em pé. Até que aprendamos os padrões da nova cultura, ficamos culturalmente desorientados. Os problemas da língua jazem no íntimo de muitos choques culturais, e a própria tarefa do aprendizado da língua tem os seus perigos. Contudo, é no choque do auto-descobrimento que surge a possibilidade da cura do choque cultural. 2Extraído e traduzido com permissão de “Culture Shock, Language Shock, and the Shock of Self-Discovery” em Readings in Missionary Anthropology II , editado por William A. Smalley, Pasadena, William Carey Library, 1978, pp. 693-700. William Smalley é Professor de Lingüística na Faculdade Betel em St. Paul, Minnesota nos E.U.A. e foi consultor da Sociedade Bíblica Unida. 3Sinto-me devedor para com Kalervo Oberg, “Cultural Shock: Adjustment to New Cultural Environments”, PA, vol.7, nº 4 (Julho/Agosto de 1960, pp.177-182, pelas muitas sugestões referentas à causa e sintomas do choque cultural que são mencionadas neste trabalho. Os exemplo são meus próprios, tanto como as implicações para o aluno de línguas. Outra boa discussão sobre o fenômeno do choque cultural encontra-se no The Overseas Americans , de Harlan Cleveland, Gerard J. Mangone, e John Clarke Adams (New York: McGraw-Hill Book Co., 1960) (revisto na última edição de Practical Anthropology , Vol.10, nº 1, pp. 45-48). 16 Choque de cultura, de lingual e de auto-descobrimento Quando fui a Paris pela primeira vez a fim de estudar francês, eu e muitos outros americanos iguais a mim achamos difícil entender quando e onde apertar as mãos das pessoas. Nós tínhamos a impressão de que os franceses apertavam as mãos o tempo todo e isso era totalmente desnecessário do nosso ponto de vista. Nós nos sentíamos tolos apertando as mãos tanto assim, e contávamos histórias que sabíamos sobre crianças francesas que apertavam as mãos dos pais antes de irem para a cama todas as noites. Estas histórias enfatizavam a “esquisitice” desse costume francês. Esta pequena e inconseqüente diferença de hábito nos apertos de mão foi suficiente para provocar inquietação, e combinada com centenas de outras incertezas provocou o choque cultural em muitos. Em muitas regiões do Extremo Oriente, onde as pessoas são socialmente graduadas em extensão maior do que os americanos, a língua reflete as camadas sociais, a ponto da pessoa que fala ter de saber a posição relativa que assume para com a pessoa com a qual está falando para dirigir-se a ela de maneira adequada. Os membros da cultura aprendem desde cedo os sinais pelos quais as diferenças de status são demonstradas, e aprendem desde cedo a refletir este conhecimento em padrões de linguagem. Para o estrangeiro que está aprendendo uma língua, estes exemplos não são óbvios. Leva meses, e até mesmo anos, para aprendê-los e, enquanto isto, ele pode sofrer a tensão de não saber como falar com os estrangeiros, por mais que deseje agir apropriadamente. Além disto, os americanos acham muito difícil ajustarem-se ao fato de serem, automaticamente identificados com uma classe muito mais alta da sociedade, em muitos países da Ásia e África, comparando com a que ocupavam em seu próprio país. Isto pode apresentar problemas de saber como se comportar, mas principalmente deixa o missionário numa tensão sensível quanto aos sentimentos cristãos, dada a importância de uma identificação com os membros das classes inferiores, que compreendem o grande volume da população local, e a impossibilidade de alguém levar a sério uma identificação dessas. Centenas de americanos foram surpreendidos pela diferença de significado atribuída ao acenar das mãos em algumas partes do mundo. Minha esposa e eu estávamos olhando pela nossa janela no Vietnã, quando vimos uma senhora que conhecemos na frente da nossa casa. Minha esposa acenou-lhe amigavelmente e ela entrou imediatamente em nossa casa. Ela não sabia inglês e nós não sabíamos a língua dela. Ficamos ali parados, sorrindo de maneira esquisita uns para os outros. O que para nós significava um aceno amistoso, para ela significava “Venha cá”. Certamente não aconteceu nada de ruim com este gesto amistoso, mas foi um tanto desconfortável ficarmos ali sorrindo uns para os outros, sem saber o que deveríamos fazer em seguida! Este desconforto multiplicado milhares de vezes pode muito bem produzir o choque cultural. O relacionamento certo para com os empregados é uma causa contínua de choque cultural entre os missionários. Eles querem ser gentis e cristãos, e refletir esta gentileza e o Cristianismo da maneira igualitária pela qual os americanos interpretam o Cristianismo nos relacionamentos sociais, mas isto entra em conflito com o entendimento local sobre a posição de um servo na casa, e com o que o servo acha que é agradável.
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