O Medo E O Desenvolvimento Humano
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Maria Helena da Silva Gil da Costa O MEDO E O DESENVOLVIMENTO HUMANO Uma proposta de Educação de Adultos desde a inter-relação Criatividade e Motricidade Humana para uma vida “serena, útil e corajosa” Dissertação de Doutoramento Área Científica – Educação Orientadora – Professora Doutora Eugenia Trigo UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Vila Real, 2008 Este trabalho foi expressamente elaborado com vista à obtenção do grau de Doutor em Educação de acordo com o Decreto-Lei nº 388/70, de 18 de Agosto. À Mãe e ao Pai Agradecimentos E agora, no final, é tempo de agradecer e de dar graças – não só por todas as vezes em que pedi e me foi dado, em que procurei e achei, ou em que bati e me foi aberto. Agora, no final, é também tempo de agradecer e de dar graças por todas as vezes em que me foi dado, mesmo sem ter pedido; em que achei, sem ter procurado; em que me foi aberto, sem ter batido. À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, por ter acolhido este meu projecto. E porque são as pessoas que fazem as instituições, aos Coordenadores do Departamento de Educação e Psicologia, Professor Doutor José João Pinhanços de Bianchi e Professora Doutora Maria da Conceição Azevedo, e a tantos dos Professores e Colaboradores deste Departamento e da Universidade que, em muitas ocasiões, formais ou informais, sempre me fizeram sentir de dentro, mesmo sendo de fora. À Professora Eugenia Trigo, Orientadora desta tese – pelo seu rigor científico e busca incessante de coerência, pela sua capacidade de me fazer conciliar e olhar a tese e a vida numa perspectiva que eu não sabia ser possível, pelo seu acompanhamento permanente, pela sua persistência em descobrir novas formas de fazer tutoria que transformaram em proximidade os milhares de quilómetros que nos separavam. Aos Professores Maria da Conceição Azevedo e Luis Guillermo Jaramillo que, em diferentes etapas do projecto e com diferentes papéis, mas num mesmo sentimento de amizade e num mesmo espírito de exigência, acompanharam os meus trabalhos e, com os desafios que me colocaram, me fizeram crescer como investigadora e como pessoa. Ao grupo e a cada uma das pessoas do grupo de pesquisa colaborativa – à Conceição Barbosa da Cunha, à Maria da Conceição Azevedo, à Joana Cunha e Costa, à Mariana Salvador, ao André Vela, ao Ricardo Mota Leite, ao Rui Pedro Pereira, ao Vítor Briga. Pelo seu sim e pela sua amizade. Pela sua disponibilidade para se deixarem ser parte da pesquisa, pelo seu empenho na qualidade dos resultados, pela coragem de falarem das suas emoções e dos seus sentimentos, pela alegria que em tudo isso puseram. Sem eles o trabalho não teria sido possível. Com eles – nas palavras, nos gestos e no silêncio –, vivi momentos mágicos de relação e comunhão. À Universidade del Cauca, em Popayán, na Colômbia, nas pessoas dos Professores Magnólia Aristizábal e Pedro Yanza, por tão generosamente me terem acolhido e permitido estar presente, não só em diversos dos seus encontros e seminários da “Tercera Promoción do Doctorado en Ciencias de la Educación”, que foram decisivos na minha formação como investigadora, mas por também me terem permitido a experiência de me sentir parte de um dos seus grupos de estudantes. Com o Francisco Bohórquez, o Mario Loaiza, a Nubia Agudelo, o Luis Felipe Contecha, o Miguel Corchuelo e o Juan Martin Velasco comecei a descobrir a sabedoria e a generosidade da alma colombiana e que às vezes é preciso aprender a receber sem nada dar em troca. Ao Professor Scott Isaksen, Presidente do Creative Problem Solving Group, Inc., em Buffalo, nos Estados Unidos, que, na riqueza científica e humana da sua equipa de Colaboradores e Associados (especialmente o Professor Don Treffinger, Brian Dorval, Ken Lauer e Jess Bergeron), não só me ajudaram agora na aplicação do VIEW e do Situational Outlook Questionnaire, como, ao longo dos anos, me têm ajudado a compreender e descobrir formas de potenciar a nossa capacidade criadora. Aos Professores Manuel Sérgio e Clara Costa Oliveira de quem, muito mais do que a validação das categorias de análise construídas, recebi importantes conselhos e incentivos. Ao Patronato de Santa Teresinha da Paróquia do Santíssimo Sacramento no Porto, muito especialmente ao Senhor Padre José Soares Jorge e ao Senhor João Sousa, por me terem disponibilizado os seus espaços para a realização dos diversos encontros do grupo de Pesquisa Colaborativa. À Universidade Católica, especialmente aos Professores Jorge Cunha e José Carlos Carvalho e ao Senhor Vítor Ventura que (muito para lá da cedência de uma sala de projecção para uma das sessões do grupo), com muita paciência estiveram disponíveis para encontrar os horários que melhor pudessem conjugar as minhas necessidades de trabalhar e de fazer a tese. À Guida e à Catarina pelo cuidado e carinho imenso que puseram na transcrição de tantas horas de gravação das sessões de trabalho de campo. E depois na recolha de textos, na revisão das minhas traduções, na impressão da tese, e etc. etc. etc. À Senhora D. Teresa Azevedo, e com muita saudade, pela sua amizade e capacidade de acolhimento, por todas as vezes que me recebeu na sua casa, por todas as vezes que se dispôs a vir à minha, por todas as vezes que organizou a sua vida pelas necessidades da minha tese, por todas as vezes que me alegrou a “alma” com os seus doces e coisas boas. Ao Richard que me ouviu, e ouviu e ouviu. À Guida, ao Zé, à Inês, à Mariana, à Catarina e ao Gonçalo, porque são a minha casa e durante sete anos não se cansaram de perguntar “quando é que acaba?”. À Mãe e ao Pai, junto de quem vejo o que é uma vida e um amor “sereno, útil e corajoso” – porque sempre acreditam, porque sempre estão. Resumo PalavrasPalavras----chave:chave: medo, desenvolvimento humano, educação de adultos, criatividade, motricidade humana, ecologia de saberes. O medo, estado psicológico e mecanismo natural, está inscrito de forma indelével no mais profundo do nosso ser, mas, por força da aprendizagem e da cultura, pode sofrer alterações nas suas formas de expressão e no seu significado. Quando saudável, pode ser uma chamada para a acção, mas, quando se torna crónico, mesmo que não patológico, afecta a nossa capacidade de desenvolvimento e crescimento pessoal, a nossa relação com os outros e a nossa relação com o mundo. Tendo como base esta preocupação e, como pressupostos, que o homem é um todo, a realidade é múltipla e complexa e a subjectividade é característica essencial do comportamento humano, esta tese assume e incorpora a necessidade de encarar a pesquisa nas ciências sociais e humanas com um acto criador. Assim, e enquanto Investigação Qualitativa que, em determinadas fases do processo, recorre à Pesquisa Colaborativa, pode ser sumariamente explicada a partir da interacção sistémica das quatro dimensões (os 4 P’s) da Criatividade. O Produto, a tese – com o propósito de chegar a um conjunto de princípios educativos para lidar com o medo que possam ser aplicados em contexto de Educação de Adultos, esta tese incorpora: um conceito multidimensional de desenvolvimento humano; a noção de que os discursos são encarnados e que o investigador influi na construção do objecto do conhecimento; diferentes cosmovisões e diferentes linguagens. A Pessoa, o investigador – para a criação de um produto com as características enunciadas, foi necessário que o investigador (singular ou colectivo, consoante as fases do processo), se dispusesse a conciliar a dualidade dos papéis de investigador e de investigado e, mais do que simples operador, mas como sujeito reflexivo, procurasse transformar o conhecimento em consciência. A Pressão, a natureza do contexto da pesquisa – num clima que se procurou que fosse matizado por um conhecimento vivido, uma atitude de habitar a pergunta e uma vontade de jogar a inventar modelos. O Processo, as operações realizadas – com correspondência entre as diferentes etapas e fases do processo da pesquisa e as componentes, estádios e fases do Processo de Resolução Criativa de Problemas, o processo de investigação foi percorrido em três diferentes caminhos: o caminho da reflexão e compreensão dos problemas e desafios encontrados; o caminho da execução e produção de resultados parciais e globais; o caminho da avaliação de todo o processo e que, como tal, encerra, mas também reabre para um outro ciclo da pesquisa. Resumen PalabrasPalabras----clave:clave: miedo, desarrollo humano, educación de adultos, creatividad, motricidad humana, ecología de saberes. El miedo, estado psicológico y mecanismo natural, está inscrito de forma indeleble en lo más profundo de nuestro ser, pero, por medio del aprendizaje y de la cultura, puede sufrir alteraciones en sus formas de expresión y en su significado. Cuando es saludable, puede ser una llamada para la acción, mas, cuando se vuelve crónico, aunque no patológico, afecta a nuestra capacidad de desarrollo y crecimiento personal, a nuestra relación con los otros y a nuestra relación con el mundo. Teniendo, como base, esta preocupación y, como presupuestos, que el hombre es un todo, la realidad es múltiple y compleja y la subjetividad es característica esencial del comportamiento humano, esta tesis asume e incorpora la necesidad de encarar la investigación en las ciencias sociales y humanas como un acto creador. Así, y mientras la Investigación Cualitativa, que, en determinadas fases del proceso, recorre a la Investigación Colaborativa, puede ser sumamente explicada a partir de la interacción sistémica de las cuatro dimensiones (los 4 P´s) de la Creatividad. El Producto, la tesis – como el propósito de llegar a un conjunto de procedimientos y principios educativos para lidiar con el miedo que puedan ser aplicadas en contexto de educación de adultos; esta tesis incorpora: un concepto multidimensional de desarrollo humano; la noción que los discursos son encarados y que el investigador influye en la construcción del objeto de conocimiento; diferentes cosmovisiones y diferentes lenguajes.