A Nucleação Das Escolas Do Campo No Município De Curralinho − Arquipélago Do Marajó: Limites, Contradições E Possibilidades Na Garantia Do Direito À Educação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE EDUCAÇÃO ERALDO SOUZA DO CARMO A NUCLEAÇÃO DAS ESCOLAS DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE CURRALINHO − ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ: LIMITES, CONTRADIÇÕES E POSSIBILIDADES NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO Belém 2016 ERALDO SOUZA DO CARMO A NUCLEAÇÃO DAS ESCOLAS DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE CURRALINHO − ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ: LIMITES, CONTRADIÇÕES E POSSIBILIDADES NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Instituto Ciências da Educação da Universidade Federal do Pará, na linha de pesquisa Políticas Públicas Educacionais, como requisito final para obtenção do grau de Doutor em Educação. Orientadora: Profa. Dra. Rosana Maria Gemaque Rolim. Belém 2016 ERALDO SOUZA DO CARMO A NUCLEAÇÃO DAS ESCOLAS DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE CURRALINHO − ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ: LIMITES, CONTRADIÇÕES E POSSIBILIDADES NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO Esta tese foi julgada adequada à obtenção do título de Doutor em Educação e aprovada em sua forma final pelo Curso de Doutorado em Educação do Programa de Pós- Graduação em Educação, Instituto Ciências da Educação da Universidade Federal do Pará. Belém, 10 de Junho de 2016. Professora e orientadora Rosana Maria Gemaque Rolim, Dra. (Presidente) Universidade Federal do Pará Prof. Salomão Mufarreg Hage, Dr. (Membro interno) Universidade Federal do Pará Prof. Gilmar Pereira da Silva, Dr. (Membro interno) Universidade Federal do Pará Profa. Maria das Graças da Silva, Dra. (Membro externo) Universidade do Estado do Pará Profa. Andrea Barbosa Gouveia, Dra. (Membro externo) Universidade Federal do Paraná In memoriam Ao meu sogro Sandoval, um homem de poucas palavras, pois era mais de ouvir do que falar, tinha no sangue o espírito empreendedor, pessoa maravilhosa, justa e honesta, caso estivesse aqui me diria: “Su homem, parabéns!”. Aos meus avós, Francisco Araújo, ou carinhosamente, tio Chico, Anália, ou vovó Mimita, minhas eternas lembranças da infância. À tia Antônia, por toda sua vida incansável de trabalho. À minha mãe, Júlia, mesmo com pouca escolarização, sempre teve a dimensão fantástica do que a educação representaria na vida de seus filhos, pela sua coragem da desterritorialização quando em 1990 arrumou tudo, colocou no barco e “partiu” para a cidade em busca da escola, não para si, mas para seus filhos, o percurso de milhares de famílias do campo, quando lá a educação lhes é negada. Mas também que não esqueceu de si, quando, nos altos de seus 52 anos, retornou à escola para concluir o Ensino Fundamental no Projeto Cametá-Tapera, claro com muita insistência nossa, a mim não era apenas simbólico, ou simplesmente a realização de uma etapa de ensino em sua vida, mas sim a devolução do direito à educação que lhe foi negado desde criança. A você, minha admiração, carinho e reconhecimento pela sua luta incansável pelo direito à nossa educação. Meu muito obrigado!! Ao amor de minha vida, a minha Su, que, no início, parecia ser apenas uma paquera de colegas de turma na UFPA, que bom que não foi e nos tornamos confidentes no amor e na vida. Uma cametauara e um marajoara. Nossos sonhos se entrelaçaram naquela conversa ao menos, a mim, despretensiosa (rs), foi o ponto de partida para unir nossos sonhos e alçar muitos voos em busca de certezas e incertezas em certos momentos, em meio a tantas adversidades, menos a vontade de vencer, pois sabíamos que era necessário. Desde que nos tornamos uma família os verbos ACOMODAR e DESISTIR deixaram de ser conjugados por nós, Talvez os mais apropriados passaram a ser LUTAR, ACREDITAR e VENCER, e aqui chegamos, ou melhor estamos a chegar. Tenha a certeza de que, sem você, tudo isso não teria o mesmo sabor. Para mim você é amiga, companheira, esposa, minha eterna namorada, tornou-se minha fiel escudeira, meu porto seguro. A Você, a dedicação desse trabalho. Amo você! AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos à família e aos amigos, pela torcida, compreensão, força, confiança, segurança – pessoas com quem sempre posso contar. À minha esposa Sueli, que esteve comigo nas dores, nas alegrias, nos choros, nas brigas também, no estresse, nas renúncias e anúncios – ufa!! – suportamos inclusive o frio do sul país; foi bom demais; tudo isso faz parte da construção de uma tese, e vivemos de tudo um pouco, e sobrevivemos. Apenas obrigado, talvez, não traduza minha gratidão a você, pela companhia, pelo partilhar da vida e de nosso amor, por ouvir minhas angústias. À minha mãe, Júlia, por suas orações, apoio, torcida, pela compreensão das ausências. Ao meu pai, Sebastião Costa, cujas opções de vida nos distanciaram, meu eterno respeito e agradecimento pelo que fez para mim. À orientadora e companheira Rosana Maria Gemaque Rolim, meus sinceros agradecimentos, gratidão, pelas valiosas contribuições nas orientações para que chegasse a esse produto final, por ajudar a encontrar, em certos momentos, o leito do rio para continuar a navegar rumo ao porto que se pretendia chegar. Aos professores da banca de defesa, Dr. Salomão Hage, Dr. Gilmar Pereira da Silva, Dra. Maria das Graça da Silva e Dra. Andrea Barbosa Gouveia, pelas contribuições e encaminhamentos para o brilhantismo do trabalho final. Aos professores Dr. Marcelino Pinto e Dr. Doriedson do Socorro Rodrigues, por ocasião do exame de qualificação, pelas suas valiosas contribuições. Nosso carinho e agradecimento aos professores da Programa, em especial àqueles com quem convivemos por ocasião das disciplinas, Olgaíses Maués, Terezinha Monteiro, Ronaldo, Gilmar Pereira e Vera Jacob. Aos colegas do curso de Pós-Graduação, em especial aos da linha de Políticas Públicas Educacionais. Aos colegas do Grupo de Estudo e Pesquisa em Financiamento da educação (GEFIN), pelas importantes discussões realizadas sobre financiamento da educação. À Universidade Federal do Pará, em especial ao Campus Universitário do Marajó – Breves e, agora, ao Campus Universitário do Tocantins/Cametá. À Secretaria Municipal de Educação do município de Curralinho, na pessoa dos professores Jonas, Francisco e Paulo Sérgio, pelo apoio institucional. Aos meus queridos, irmãos Everaldo, Elaize, Ronilson, Cecília, Cibeli, Aroldo, Evaldo e Elany, pela compreensão, incompreensão do afastamento, mas pela confiança e incentivo. Nossas vidas têm a marca das contradições da luta de cada um, à sua maneira, por seus ideais, mas também os sonhos que cada um carrega; a vocês, minha gratidão pela torcida. A você, Elany, pela presença, apoio sempre que solicitada, receba meu carinho e gratidão por tudo. Aos meus sobrinhos, Enzo, Kiki, Jenniffer, Evelin e Wallace, pelo amor e carinho que tenho por todos vocês. Ao meu filho do coração, Leozinho, uma das maravilhas mais extraordinárias que surgiu em nossas vidas nessa caminhada do doutorado, com você aprendi o sentido do amor incondicional, e que a descoberta que você fez de bater à porta sobre a expressão “abi papai” não havia coração que resistisse, seu danadinho. Amo você! “Parece que cada vez mais as pessoas não conseguem imaginar a presença da escola nas comunidades, o que é um problema, porque em muitas comunidades, às vezes, essas escolas são os únicos equipamentos públicos existentes. Pode haver até outras instituições privadas, comunitárias, mas instituições públicas, às vezes, a escola é a única naquela pequena comunidade. E onde a escola está presente, a movimentação está presente. Por lá, circula a aprendizagem, o ensino, o conhecimento. A escola é um lugar que reúne os moradores, a escola é um lugar que mobiliza, a escola dá vida à comunidade. À medida que você fecha a escola, você impede as pessoas de ter seus direitos à educação garantidos no lugar onde eles vivem, especialmente se os estudantes são crianças.” Salomão Hage (Rio de saberes) “Com o conhecimento da realidade, a filosofia não tem mais um meio para existir de maneira autônoma.” Marx e Engels RESUMO Este trabalho analisa a política de nucleação das escolas rurais no município de Curralinho, situado no Arquipélago do Marajó/PA, no contexto das reformas educacionais do Estado capitalista. Os eixos de análises são o direito à educação e à qualidade da educação escolar, que se traduzem nos indicadores de: acesso e permanência, infraestrutura das escolas, formação de professores, financiamento da educação e transporte escolar. De forma específica, objetivou- se: analisar as estruturas física e pedagógica das escolas núcleos para o atendimento educacional dos alunos do campo; verificar em que condições as crianças, adolescentes e jovens estão tendo acesso às escolas núcleos; analisar a repercussão da política de nucleação das escolas rurais quanto à melhoria dos indicadores educacionais. A corrente teórica utilizada para a análise do objeto da pesquisa foi o materialismo histórico-dialético, que contribuiu para situar as concepções, as relações capitalistas e seus reflexos na organização do Estado, assim como para compreender a (re)definição das políticas educacionais. Caracteriza-se como um estudo de caso, uma vez que busca apreender as singularidades da nucleação no lócus da investigação, município marcado por desigualdades sociais, culturais e econômicas, que se refletem nas condições de vida das populações do campo. A base empírica deste estudo, por sua vez, foi subsidiada pelas entrevistas semiestruturadas com professores, gestores, lideranças comunitárias, pais e alunos, e pela análise documental de projeto de nucleação, relatórios financeiros, dados educacionais, entre outros. A análise da empiria revelou que a nucleação contribuiu para ampliar o