Lago Da Comunidade De Santana Do Paytuna, Em Monte Alegre (PA)
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Lago da comunidade de Santana do Paytuna, em Monte Alegre (PA). Crédito: Priscila Olandim. Mensagem do Diretor Instituto Peabiru se posiciona, cada vez mais, como uma organização de campo, O que atua com agricultores famílias e povos e comunidades tradicionais, e em regiões onde a presença do estado é bastante tênue. A sustentabilidade depende, principalmente da equidade de Gênero e o respeito a direitos civis básicos. Ao mesmo tempo, o sucesso das cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade relaciona-se ao maior poder e posição para os produtores rurais. Em 2014 as nossas ações iniciaram-se por um processo de planejamento estratégico. Revisamos a nossa missão, em prol de uma ação de caráter mais incisivo, alcançando o seguinte enunciado – facilitar processos de fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade para que as populações extrativistas e os agricultores familiares da Amazônia sejam protagonistas de sua realidade. Outra questão importante foi a atenção especial a quatro territórios – Amapá, Belém Ribeirinha; Marajó e Salgado Paraense e a priorização de áreas temáticas em que atuamos e monitoramos. Fortalecemos a atuação no Marajó, prosseguindo no Projeto Marajó Viva Pesca, financiado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, e Governo Federal, com acordos de pesca que beneficiam milhares de famílias, e iniciamos parceria inédita com o IEB e Fundação Vitória Régia, por meio do projeto Embarca Marajó, financiado pelo Fundo Socioambiental Caixa (FSA CAIXA), que alcança dez municípios. Também no Marajó, consolidamos nosso aprendizado no processo de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) às mais de 800 famílias de 5 projetos de assentamento agroextrativistas (PAEs) de Ponta de Pedras e Cachoeira do Arari. Este conhecimento nos permitiu tomar a decisão de aumentar a dedicação à agricultura família, e concorrer e vencer novo edital para ATER, agora para as populações ribeirinhas de PAEs das ilhas de Belém e Ananindeua. Nestes mesmos municípios, prosseguimos no monitoramento do impacto da monocultura do arroz, que traz gravíssimas consequências para as populações tradicionais e quilombolas, especialmente na segurança fundiária. Numa visão regional avançamos na parceria com a UNICEF por meio do projeto Selo UNICEF Município Aprovado, para os municípios dos nove estados amazônicos. A agenda para a criança e o adolescente foi acrescida por nova ação, novamente com a UNICEF, no projeto “Protagonismos de Adolescentes na Realização da Plataforma dos Centros Urbanos”, conhecido como PCU. O Instituto Peabiru também iniciou parceria com o Tribunal Regional do Trabalho - TRT-8 (Pará e Amapá) para o enfrentamento da precariedade do trabalho no meio rural. Seguimos em nossa determinação de diálogo e contribuição ao setor empresarial, e realizamos ações para a Suzano Papel e Celulose, a Biofílica e a Fundação Vale. Concluímos um trabalho de seis anos com apoio da Agropalma, com a publicação de uma série de documentos sobre a agricultura familiar e a palma, e a Agenda 21 da Vila dos Palmares. Também encerramos um ciclo de mais de oito anos de pesquisas e ações de educação ambiental em Curuçá, com o Projeto “Meu Mangue”, de educação ambiental, com financiamento da UNESCO & Rede Globo (Criança Esperança). Questões como a agroecologia, a segurança alimentar, a segurança energética e a educação nos dez municípios em que estamos mais ativos são temas cada vez mais presentes em nossa agenda. Seguimos em diálogo com a academia, colaborando com diferentes pesquisadores e linhas de pesquisa, e buscando retornar este conhecimento para as comunidades estudadas. Por fim, seguimos priorizando a produção e divulgação do conhecimento gerado por nossas ações e parcerias, e avançamos na transformação de nosso web-site em plataforma de informações. Por fim, decidimos produzir um relatório anual, e não bianual como sucedeu no período de 2012-2013, visando manter a transparência e registrar nossas ações. João Meirelles Filho, diretor geral do Instituto Peabiru. Instituto Peabiru Relatório Anual 2014 4 Perfil Institucional O Instituto Peabiru 17 anos de atuação e sede em Belém, Pará; Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); Missão Facilitar processos de fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade para que as populações extrativistas e os agricultores familiares da Amazônia sejam protagonistas de sua realidade; Visão Até 2024 consolidar a sua atuação nos quatro territórios prioritários – Amapá, Belém Ribeirinha, Marajó e Salgado Paraense – e ser referência por sua abordagem no processo de fortalecimento da organização social. Públicos preferenciais O público beneficiário preferencial de nossas ações são as associações de moradores e produtores, especialmente de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas da Amazônia; Instituto Peabiru Relatório Anual 2014 5 Nossa opção se deve ao fato de que, em sua maior parte, estas comunidades se encontram isoladas e excluídas da maior parte dos benefícios sociais e das políticas públicas; porém, demonstram grande interesse em se organizar e em buscar novas formas de relacionamento com o mercado e a sociedade em geral. Crescentemente, buscam orientação técnica e apoio para suas iniciativas e, muitas vezes, o poder público não consegue atendê-las. Instituto Peabiru Relatório Anual 2014 6 Abordagem Atuamos por meio de processos participativos de pesquisa & ação, reflexão e tomada de decisão, respeitando o tempo das comunidades. Este perfil de atuação permite maior apropriação por parte dos grupos do contexto ao qual se encontram inseridos, além de contribuir para uma formação política numa perspectiva freiriana. Adotamos metodologias que visam facilitar os diálogos locais, o engajamento dos atores, nos diferentes níveis – jovens, mulheres, homens, produtores, lideranças etc. – a participação efetiva na tomada de decisões, e no processo de negociação com instituições gestoras e outros atores locais (governo local, empresas e partes interessadas (stakeholders), que apresentam impacto significativo na qualidade de vida do grupo e em seu acesso aos recursos naturais Nossa atuação tem como principal meta facilitar processos para o fortalecimento das comunidades locais, para que adquiram capacidade de participação ativa no planejamento, implementação e monitoramento de planos de desenvolvimento local e planos de uso e gestão dos recursos naturais; para melhorar a posição econômica destes grupos em cadeias de valor prioritárias; bem como, aumentar a sua capacidade de reivindicar seus direitos básicos. Com iniciativas de desenvolvimento local, o Instituto Peabiru mantém atuação prioritária nos territórios de acordo com o mapa seguinte. Instituto Peabiru Relatório Anual 2014 7 Mapa de atuação do Instituto Peabiru Oiapoque Amapá Mesorregião do Marajó Salgado Paraense Macapá Belém Monte Região Alegre da Palma Almeirim Belém Ribeirinha Mojú Tailândia Instituto Peabiru Relatório Anual 2014 8 Áreas de atuação Temas monitorados em 2014 Além da atuação em nos territórios, o Instituto Peabiru mantém ações de monitoramento em temas de amplo interesse e que impactam diretamente na qualidade de vida e garantia de direitos civis e básicos dos públicos preferenciais, com destaque para: Monitoramento dos impactos dos grandes empreendimentos nas populações tradicionais e na agricultura familiar, principalmente na questão do plantio de palma no Nordeste Paraense, e da monocultura do arroz no Marajó; Fortalecimento de cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade – especialmente para o açaí e a andiroba no Marajó, além do mel de abelhas (meliponicultura) e o ecoturismo de base comunitária; Priorização absoluta para a Criança e o Adolescente; Monitoramento da segurança social & direitos civis básicos – nas comunidades em que atuamos, especialmente relacionados à segurança alimentar e hídrica, violência, e segurança fundiária. Instituto Peabiru Relatório Anual 2014 9 Ações em 2014 Projetos e iniciativas Recuperar e conservar os recursos pesqueiros. Oferecer assistência técnica e extensão rural. Capacitar moradores para ampliar os criadores de abelhas nativas. Diferentes objetivos específicos de algumas das iniciativas executadas pelo Instituto Peabiru durante o ano de 2014. Em comum, a busca pelo fortalecimento da organização social do público atendido por cada um dos projetos. Apresentamos a seguir as iniciativas realizadas em 2014. Em primeiro lugar, os três principais projetos no Marajó; a seguir, as iniciativas no Salgado Paraense e, por fim, as iniciativas que abrangem diversos municípios e, mesmo, estados, como o Néctar da Amazônia, ou o projeto Selo UNICEF Município Aprovado. Marajó Viva Pesca Com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, e Governo Federal, trabalhou a criação de acordos de pescas que irão contribuir com a recuperação e conservação dos estoques pesqueiros do Rio Canaticu, em Curralinho, no Marajó. Para que a minuta das regras fosse produzida, foi trabalhado, junto aos pescadores e demais moradores, a formação do Núcleo Gestor dos Acordos de Pesca do Rio Canaticu ao longo de 35 eventos de oficinas e capacitações e mais de 7.100 pessoas envolvidas, direta e indiretamente. Houve amplo envolvimento da população local na discussão e diagnóstico das problemáticas locais e, como consequência, o empoderamento e conhecimento para buscar políticas públicas e demais iniciativas para o desenvolvimento da região. Instituto Peabiru Relatório Anual 2014