HELENA SOLBERG: Trajetória De Uma Documentarista Brasileira

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HELENA SOLBERG: Trajetória De Uma Documentarista Brasileira UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Escola de Belas Artes Doutorado em Artes HELENA SOLBERG: Trajetória de uma documentarista brasileira MARIANA RIBEIRO DA SILVA TAVARES Belo Horizonte 2011 MARIANA RIBEIRO DA SILVA TAVARES HELENA SOLBERG: Trajetória de uma documentarista brasileira Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Artes. Área de Concentração: Arte e Tecnologia da Imagem. Orientador: Prof. Doutor Evandro José Lemos da Cunha. Belo Horizonte Escola de Belas Artes - UFMG 2011 Tavares, Mariana Ribeiro da Silva, 1967- Helena Solberg [manuscrito] : trajetória de uma documentarista brasileira / Mariana Ribeiro da Silva Tavares. – 2011. 282 f. : il. + 3 DVDs Orientador: Evandro José Lemos da Cunha. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes. 1. Documentário (Cinema) – Teses. 2. Documentário (Cinema) – Produção e direção – Teses. 3. Cinema brasileiro – Teses. 4. Solberg, Helena – Crítica e interpretação – Teses. I. Cunha, Evandro, 1950- II. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Belas Artes. III. Título. CDD: 791.4353 Para Marcos, Gabriela e Pedro. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Professor Doutor Evandro José Lemos da Cunha, pelos conselhos, leituras e apoio durante o trajeto desta pesquisa. A Helena Solberg e David Meyer, que abriram as portas de sua casa e o arquivo da Radiante Filmes para entrevistas, pesquisas ao acervo de filmes, reportagens, fotografias, livros, anotações para roteiros etc., além da disponibilidade para conversas informais, para sugestões aos textos e para a revisão das entrevistas. A Hernani Heffner, pesquisador e conservador-chefe da Cinemateca do MAM no Rio de Janeiro e a Gilberto Santeiro, diretor da Cinemateca do MAM-RJ, pelas entrevistas concedidas sobre Helena Solberg e o Cinema Novo. A José Carlos Avellar, pesquisador, professor, gestor de cinema que, entre tantas atividades, encontrou tempo para um encontro valioso, concedendo verdadeira aula/entrevista que clareou muitos tópicos abordados nesta tese. Ao Professor Doutor José Américo Ribeiro, pelo incentivo e apoio ao estudo do cinema documentário, num processo que se iniciou no mestrado e que se prolonga nesta pesquisa sobre o cinema de Helena Solberg. Muito obrigada! À Professora Dr a. Ana Lúcia Menezes de Andrade, pela correção dos textos apresentados na qualificação e valiosas sugestões para esta tese. Ao meu companheiro, Marcos Jorge Barreto, jornalista, professor universitário, incansável crítico, cuja orientação foi decisiva na definição do objeto de estudo desta tese, sem falar das incontáveis conversas, discussões, ideias e infraestrutura para que eu pudesse realizar meu doutorado. A minha mãe, Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, professora, doutora e pesquisadora, que desde cedo me transmitiu a paixão pela arte e pelo conhecimento e o rigor nos estudos, obrigada por todo o estímulo, exemplo e infraestrutura ao longo desses quatro anos. Ao meu pai, Hugo César da Silva Tavares, professor, doutor, filósofo, pesquisador, pelo exemplo, incentivo e conversas que me ajudaram ao longo do processo desta pesquisa. A Lourenço Veloso, pela parceria e apoio. A Cleusa Alvarenga, braço direito no dia-a-dia, obrigada pelo apoio, carinho e ajuda nos últimos anos. A Maria Aparecida da Silva, meus agradecimentos pelo apoio e ajuda nos últimos três anos. De repente, eu me dei conta que havia, sem eu ter jamais percebido, uma volta e uma insistência em certas imagens, em certos ângulos de câmera, em certas obsessões que escapavam. Filmes de assuntos diferentes, de repente, voltavam algumas coisas. Eu pensei: “Deus! Espero que ninguém tenha percebido!” Eu mesma me dei conta disso porque eu estava assistindo a um atrás do outro. Eu comecei a perceber umas insistências em algumas coisas, algumas obsessões com luz, com uma maneira de iluminar. Coisas que são suas, de cada um, muito especiais. Helena Solberg, em entrevista a Mariana Tavares 1. Essa minha coisa parecida com uma autobiografia que eu estou escrevendo aqui não é fiel ao que eu vivi. O fiel ao que eu sou está nos meus personagens. Porque aí eu não minto. E eu não me dou conta, mas de repente eu olho meus personagens, eles são iguaizinhos a mim. Akira Kurosawa citado por José Carlos Avellar 2. 1 Entrevista realizada em vídeo Betacam, em 09.06.2005, no Rio de Janeiro, para a dissertação de mestrado. 2 José Carlos Avellar, em entrevista a Mariana Tavares, no Rio de Janeiro, em 12.01.10, para esta tese. RESUMO Esta tese percorre a filmografia documental da cineasta brasileira Helena Solberg, que compreende doze documentários realizados no Brasil e nos Estados Unidos nos últimos 47 anos. Identificamos as diferentes fases da cineasta: Cinema Novo; Trilogia da Mulher; fase política; e o encanto pela expressão da palavra em sua fase atual. O objetivo foi demonstrar que Helena Solberg tem trajetória singular e coerente no contexto da produção documental brasileira e que se mantém fiel aos elementos temáticos e estilísticos que compõem seu universo autoral, sem perder de vista as transformações na linguagem do filme documentário e as tendências internacionais nas últimas cinco décadas. Esse estudo visa a reparar a lacuna de referências ao trabalho e ao percurso da cineasta na bibliografia sobre o filme documentário no Brasil e identificar os elementos estilísticos e temáticos que conformam seu universo criativo. Palavras-chave: Cinema. Documentário. Helena Solberg. ABSTRACT This thesis discusses the documentary films of the Brazilian filmmaker Helena Solberg, consisting of twelve documentaries produced in the United States and in Brazil in the last 47 years. We have identified several different phases of the filmmaker’s career – Cinema Novo; The Women Trilogy, the Political Phase, and the Enchantment with the power of words in her current phase, in an effort to demonstrate that Helena Solberg has a singular and coherent body of work in the context of Brazilian documentary production and that she remains faithful to the thematic and stylistic elements that inform her directorial universe without losing sight of the transformations in documentary film language and international tendencies in the last five decades. This study aims to fill the gap in terms of references to her work and career in the bibliography of Brazilian documentary filmmaking, and identify the stylistic and thematic elements that inform her creative universe. Keywords: Film. Documentary. Helena Solberg. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABC American Broadcasting Company ABI Associação Brasileira de Imprensa AI-5 Ato Institucional nº 5 AIVF Associação de Vídeo e Cineastas Independentes BMG Banco de Minas Gerais CAIC Carteira de Auxílio à Industria Cinematográfica CAMDE Campanha da Mulher pela Democracia CBS Columbia Broadcasting Service CIA Central Intelligence Agency CONCINE Conselho Nacional de Cinema CPB Corporation for Public Broadcasting CPC Centro Popular de Cultura DM David Meyer DVD Digital Versatile Disc EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronáutica EMBRAFILME Empresa Brasileira de Filmes EUA Estados Unidos da América FNL Frente Nacional de Libertação HD High definition HH Hernani Heffner HS Helena Solberg IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional JC José Carlos JUC Juventude Universitária Católica MAM Museu de Arte Moderna MoMA Museu de Arte Moderna de Nova York MR8 Movimento Revolucionário 8 de Outubro MT Mariana Tavares NBC National Broadcasting Company NORAD Norwegian Agency for International Development P&B Preto-e-branco PBS Public Broadcasting Service PUC Pontifícia Universidade Católica RTP Rádio Televisão Portuguesa SIDA Swedish International Development Authority TV Televisão UCLA Universidade da Califórnia UMES União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas UNB Universidade de Brasília UNE União Nacional dos Estudantes UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization UNICAMP Universidade Estadual de Campinas USP Universidade de São Paulo VHS Video home system LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - Reflexividade: apresentação da equipe do filme.................. 49 FIGURA 2 - Cartaz de From the Ashes... Nicaragua Today , 1982........... 65 FIGURA 3 - Helena Solberg e José Chavarría em Manágua-Nicarágua (1980): a reconstrução da Nicarágua pelo olhar da família Chavarría está entre os diferenciais do filme....................................................... 68 FIGURA 4 - Folder de divulgação do filme, 1995..................................... 109 FIGURA 5 - Cartaz de Palavra (En) Cantada , 2009................................. 130 FIGURA 6 - Dalton Vigh como Alexandre, pai de Helena Morley............. 202 FIGURA 7 - Ludmila Dayer interpreta Helena Morley............................... 203 FIGURA 8 - D. Teodora (Maria de Sá) é a avó de Helena Morley com nove anos (Bianca Lyrio)..................................................................... 204 FIGURA 9 - A escrita como individuação de Helena Morley (Ludmila Dayer).................................................................................................. 206 SUMÁRIO 3 INTRODUCÃO.......................................................................................... 15 CAPÍTULO 1 – HELENA SOLBERG, DIRETORA DO CINEMA NOVO... 35 1.1 Um universo de criação...................................................................... 35 1.2 A Entrevista (1966): gênese do documentário de Helena Solberg..... 38 CAPÍTULO 2 – PALAVRA DA MULHER, UMA TRILOGIA.....................
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