I.

Equipa Técnica:

Coordenação e conceção geral: - Jorge Carvalho, urbanista - Ana Blanco, urbanista/ecologista - Carina Pais, urbanista - Ricardo Braz, urbanista/planeador

Colaborações diversas permanentes: Chefia da Divisão de Ordenamento e Gestão Urbanística - Carlos Duque, arquiteto - Evelina Mendes, engenheira ambiente Serviço de Ordenamento do Território e SIG: - Clara Pisco, arquiteta/urbanista - Eduardo Silva, geógrafo - João Rosa, urbanista - Mónica Alves, engenheira topógrafa

Colaborações sectoriais: - Frederico Moura e Sá, engenheiro civil - modelo “Infraestruturas versus Edificabilidade” (conceção e desenho) - Hugo Pereira, engenheiro geógrafo - modelo “Infraestruturas versus Edificabilidade” (programação) - Maria João, arquiteta paisagista - Anselmo Castro e Carlos Jorge - projeção demográfica - Schiu - carta de ruído - Ana Neves, gestora - estimativa de receitas municipais - Serviço de Educação - colaboração na análise e proposta relativa a equipamentos - Serviço de Ação Social - colaboração na análise e proposta relativa a equipamentos - Serviço de Desporto - colaboração na análise e proposta relativa a equipamentos - SMA - colaboração na análise e proposta relativa à rede de água - Abrantaqua - colaboração na análise e proposta relativa à rede de saneamento - Patrícia Venâncio, jurista - apoio jurídico - Sara Morgado, arquiteta - articulação com projetos de execução Serviço de Licenciamento - ensaios de aplicação do PUA e revisão do Regulamento - Carla Louro, arquiteta - Duarte Pedro, arquiteto - Rui Correia, arquiteto

1 I.

ÍNDICE

2 I.

ÍNDICE GERAL

I. CIDADE DE ...... 8 1. ENQUADRAMENTO ...... 10 2. SUPORTE BIOFÍSICO...... 12 3. GÉNESE, EVOLUÇÃO E PATRIMÓNIO ...... 14 4. ZONAMENTO FUNCIONAL E MOBILIDADE ESTRUTURANTE ...... 16 5. OCUPAÇÃO EDIFICADA POR MORFOTIPOLOGIA ...... 18 6. UNIDADES TERRITORIAIS ...... 20 7. POPULAÇÃO ...... 22 8. ALOJAMENTO ...... 24 9. ATIVIDADE ECONÓMICA ...... 26 10. EQUIPAMENTOS ...... 28 11. INFRAESTRUTURAS ...... 29 11.1 Rede viária ...... 34 11.2 Rede de água ...... 36 11.3 Rede de saneamento ...... 38 11.4 Rede elétrica ...... 40 12. EDIFICABILIDADE REPORTADA ÀS INFRAESTRUTURAS ...... 41 13. DISFUNÇÕES AMBIENTAIS E RISCOS ...... 46 14. DIAGNÓSTICO ...... 48

3 I.

II. O PLANO DE URBANIZAÇÃO ...... 52 15. OBJETIVOS PARA A CIDADE DE ABRANTES ...... 53 16. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL ...... 55 16.1 Área de Intervenção ...... 55 16.2 Princípios e metodologias adotados ...... 57 16.3 Matriz de Ordenamento ...... 59 16.3.1 Corredores Ecológicos ...... 59 16.3.2 Rede Viária ...... 61 16.3.3 Unidades territoriais e Polos vivenciais ...... 63 16.4 Zonamento ...... 65 16.4.1 Visão global (conceptual e quantitativa) ...... 65 16.4.2 Urbano Consolidado e a Consolidar/Colmatar ...... 67 16.4.3 Urbano/Rústico (enquadramento) ...... 68 16.4.4 Áreas agrícolas e florestais “da cidade” ...... 69 16.5 Infraestruturas e edificabilidade ...... 71 16.5.1 Infraestrutura existente ...... 71 16.5.2 Edificabilidade existente/proposta ...... 72 16.5.3 Nota reflexiva ...... 73 16.5.4 Dimensionamento das novas infraestruturas ...... 74 16.6 Regulação variável, orientando a forma urbana ...... 75 17. ESTRATÉGIAS, PROPOSTAS E CUSTOS SETORIAIS (PROGRAMA DE EXECUÇÃO) ...... 76 17.1 Rede rodoviária...... 76 17.2 Rede pedonal e verde urbano ...... 80 17.3 Equipamentos ...... 83 17.4 Infraestruturas de água e saneamento ...... 87 17.5 Reabilitação e alojamento ...... 89 17.6 Urbanizações estratégicas ...... 91 17.7 Corredores ecológicos e áreas sensíveis ...... 96 18. ORIENTAÇÕES EXECUTÓRIAS...... 99 18.1 Princípios ...... 99 18.2 Perequação de benefícios e encargos ...... 100 18.3 Operações estratégicas ...... 102 18.4 Investimentos municipais (Plano de Financiamento) ...... 104 19. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ...... 108 19.1 Conceção do Sistema ...... 108 19.2 Indicadores por PROJETOS enquadrados por OBJECTIVOS ...... 109

4 I.

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Sistematização da tipologia para análise da ocupação edificada por morfologia ...... 18 Quadro 2 - População, em 2001, 2011 e 2025 ...... 21 Quadro 3 - Alojamento, em 2001, 2011 e 2025 ...... 23 Quadro 4 - Rede viária local - Perfis transversais ...... 34 Quadro 5 - Sistema norte ...... 36 Quadro 6 - Carências...... 45 Quadro 7 - Folgas ...... 45 Quadro 8 - Unidades Territoriais / Polos...... 63 Quadro 9 - Classes, categorias de solo no PUA e respetivas áreas ...... 65 Quadro 10 - Folgas da infraestrutura existente face à edificabilidade existente ...... 71 Quadro 11 - PUA, espaços dominantemente residenciais ...... 72 Quadro 12 - PUA, espaços para atividades económicas ...... 72 Quadro 13 - Rede rodoviária - custos e investimentos municipais ...... 79 Quadro 14 - Rede pedonal - custos e investimentos municipais ...... 82 Quadro 15 - Verde público - custos e investimentos municipais ...... 82 Quadro 16 - Síntese das necessidades e propostas de reordenamento de Equipamentos Gerais ...... 84 Quadro 17 - Equipamentos coletivos - custos e investimentos municipais ...... 86 Quadro 18 - Rede de Abastecimento de Água, propostas e respetivos custos...... 87 Quadro 19 - Rede de Saneamento, propostas e respetivos custos ...... 87 Quadro 20 - Reabilitação e realojamento ...... 90 Quadro 21 - Urbanizações estratégicas – custos e investimentos municipais ...... 92 Quadro 22 - Urbanizações estratégicas - custos e investimentos municipais ...... 93 Quadro 23 - Outros espaços públicos - custos e investimentos municipais ...... 94 Quadro 24 - Qualificação de corredores ecológicos e áreas sensíveis...... 97 Quadro 25 - Espaços do PUA, respetivas Áreas e Edificabilidades ...... 101 Quadro 26 - Orientações para a execução de Operações Estratégicas ...... 103 Quadro 27 - PUA, Custos e Investimentos Municipais (em milhões de €, a custos de 2014) ...... 104 Quadro 28 - PUA, Operações Estratégicas e Investimentos Municipais (em milhões de €, a custos de 2014) ...... 105 Quadro 29 - Receitas e Despesas Municipais ...... 107 Quadro 30 - Indicadores ...... 110

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Enquadramento ...... 9 Figura 2 - Suporte Biofísico ...... 11 Figura 3 - Génese, evolução e património ...... 13 Figura 4 - Ocupação funcional e mobilidade estruturante ...... 15 Figura 5 - Ocupação edificada por morfologia ...... 17 Figura 6 - Unidades territoriais ...... 19 Figura 7 - Polos de emprego ...... 25 Figura 8 - Equipamentos existentes ...... 27 Figura 9 - Rede de gás ...... 30 Figura 10 - Rede de fibra ótica...... 31 Figura 11 - Rede viária geral, insuficiências ...... 32 Figura 12 - Rede viária local, por perfil transversal ...... 33 Figura 13 - Rede de água (geral e local) ...... 35 Figura 14 - Rede de saneamento (geral e local) ...... 37 Figura 15 - Rede elétrica ...... 39 Figura 16 - Carência das infraestruturas face à edificação existente ...... 42 Figura 17 - Folga de edificabilidade face às infraestruturas existentes ...... 43 Figura 18 - Folga de edificabilidade, a "custo zero", face às infraestruturas existentes ...... 44 Figura 19 - Disfunções ambientais e riscos ...... 47 Figura 20 - Modelo concetual/metodológico para elaboração de PU ...... 53 Figura 21 - Limite da área de intervenção ...... 56 Figura 22 - Matriz de Ordenamento da cidade de Abrantes ...... 58 Figura 23 - Corredores Ecológicos ...... 60 Figura 24 - Rede Viária ...... 62 Figura 25 - Unidades territoriais e Polos vivenciais ...... 64 Figura 26 - Zonamento simplificado ...... 66 Figura 27 - Solo Rústico, zonamento ...... 70 Figura 28 - Rede rodoviária proposta ...... 78 Figura 29 - Rede pedonal e Espaços Verdes Públicos ...... 81 Figura 30 - Equipamentos ...... 85 Figura 31 - Rede de abastecimento e saneamento ...... 88 Figura 32 - Urbanizações estratégicas ...... 95 Figura 33 - Qualificação de corredores ecológicos e de áreas sensíveis ...... 98 Figura 34 - Esquema da Monitorização e Avaliação ...... 108

6 I.

7 I.

I. CIDADE DE ABRANTES

8

Figura 1 - Enquadramento I.

1. ENQUADRAMENTO

A cidade de Abrantes integra o polígono urbano Tomar/Torres Novas/Entroncamento/Abrantes e, numa escala mais alargada, a região de Lisboa e Vale do Tejo. Situando-se na proximidade da A23, tem ligação fácil a Castelo Branco e à A1 e, através desta, a Leiria, Santarém e Lisboa. Dispõe de caminho-de-ferro, com 7 ligações diárias regulares a Castelo Branco e 8 ao Entroncamento. A paisagem da cidade é marcada pela presença do Rio Tejo, em cujas margens se situa. Localiza-se em área de transição: a norte, o pinhal interior e áreas acidentadas; a sul, a charneca Ribatejana, de montados de sobreiros e azinheiras; a lezíria, a este; vales estreitos e encaixados, a oeste. Das quatro cidades do referido polígono urbano, Abrantes (18,5 mil habitantes) é a segunda maior, tendo o Entroncamento ultrapassado os 20 mil, Tomar 15 mil e Torres Novas quase 13 mil. Importa notar que, beneficiando do seu posicionamento nodal (rodoviário e ferroviário), Entroncamento e Torres Novas tiveram crescimento demográfico significativo na última década (+11,2% e +8,5%, respetivamente), enquanto Abrantes apenas cresceu 3,3% e Tomar decresceu (-4,4%). As deslocações quotidianas que, para efeitos de trabalho e de estudo, ocorrem entre os quatro concelhos comprovam a relação que têm entre si. O saldo de tais deslocações é para Abrantes ligeiramente desfavorável, já que saem diariamente 807 e entram 633 indivíduos. A cidade, com os seus equipamentos e demais funções terciárias, polariza vários concelhos vizinhos, uma rede sub- regional que integra Constância, e Mação (todos do Médio Tejo) e que se estende a Vila de Rei, Ponte de Sor e Gavião. Entre estes concelhos e o de Abrantes verificam-se muitas entradas e saídas quotidianas por motivo de trabalho ou estudo, mas também neste caso o saldo não é positivo, entravam 1017 e saiam 1229. De notar que estes dados se referenciam ao concelho, sendo provável que o mesmo não acontecesse se referenciados à cidade. A área de intervenção do Plano de Urbanização de Abrantes (PUA), com um total de 2.921 ha, é limitada a norte pela A23, a este pela Ribeira de Alferrarede e Ribeira de Fernão Dias, a oeste pela Ribeira da Abrançalha e a sul pelas vertentes do Rio Torto. Abrange, na margem norte do rio Tejo, o centro de Abrantes, Alferrarede e a vasta mancha de urbanização dispersa do Tapadão e Chainça, e na margem sul, o Rossio ao Sul do Tejo e as áreas de matriz rural de Arrifana e Coalhos. Instrumentos de gestão territorial cujas orientações têm que ser consideradas na elaboração do PUA:  Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território – PNPOT  Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo – PROTOVT  Plano da Bacia Hidrográfica do Tejo – PBH-Tejo  Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo – PROF-Ribatejo  Plano Rodoviário Nacional - PRN

A visão para Abrantes constante do PNPOT e do PROTOVT corresponde ao seu reforço como “centro urbano estruturante”, em cooperação com os demais centros da região, afirmando-se especialmente como “polo industrial ligado às indústrias de fundição, automóvel e aeronáutica” (em conjunto com Ponte de Sor) e como polo integrante de percursos turísticos, valorizando o seu caráter de cidade patrimonial e a frente ribeirinha do Tejo (É classificada como centralidade URBANO/TURISTICA-CUT2 no PROTOVT).

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Figura 2 - Suporte Biofísico I.

2. SUPORTE BIOFÍSICO

A área do Plano de Urbanização de Abrantes (PUA) localiza-se nas margens do Rio Tejo e engloba as áreas finais da sub-bacia do Rio Torto e da sub-bacia comum às Ribeiras de Fernão Dias e de Coalhos, na margem esquerda, e a sub- bacia comum às Ribeiras de Rio de Moinhos, da Abrançalha, de Vale Ferreiros, de Alferrarede e das Necessidade, na margem direita. Existem ainda ribeiras de menor dimensão e de carácter sazonal, como a Ribeira de Vale de Rãs e Ribeira de Chainça. A área é marcada pelo Rio Tejo, na sua transição entre a feição de vale encaixado e de rio de planície, dando início à vasta bacia sedimentar do Ribatejo. Praticamente toda a área do Plano, com exceção da colina do castelo, constitui área preferencial de recarga de aquíferos.

Em termos geomorfológicos, localiza-se na área de transição entre o Maciço Antigo e a bacia Cenozóica do Tejo- Sado, de cujas constituições geológicas decorrem paisagens e ocupações diferenciadas.

A margem norte do Tejo, apresenta relevo bastante modelado e acidentado, de declives acentuados. Predominam povoamentos florestais de pinheiro e de eucalipto e ocupação agrícola na base das encostas e na cintura dos aglomerados urbanos. As áreas urbanizadas concentraram-se, inicialmente, à cota alta da colina de Abrantes e expandiram-se para as áreas agrícolas envolventes, a norte.

Na margem sul, com constituições geológicas dos períodos quaternário e neogénico, o relevo apresenta-se suave, com predominância de montados de sobreiros e azinheiras, alternados com povoamentos de outras espécies florestais, nomeadamente de pinheiro. A urbanização concentra-se nas cotas baixas, estando sujeita ao regime de cheias dos rios Tejo e Torto; a edificação dispersa associa-se à agricultura. No vale do Tejo ocorre ocupação dos solos de aluvião por sistemas agrícolas intensivos.

De acordo com a classificação de capacidade de usos do solo (normas do SROA), cerca de um terço dos solos insere-se nas classes A e B, com capacidade de uso elevada e corresponde, maioritariamente, às áreas com urbanização dispersa (Chainça, Tapadão) e às baixas aluvionares. Estes solos estão parcialmente integrados em RAN, que representa 20% da área de intervenção, englobando também solos de capacidade agrícola moderada, na margem sul. Cerca de metade da área do Plano não é susceptível de utilização agrícola, apresentando riscos de erosão elevados a muito elevados, podendo suportar apenas vegetação natural e matos ou, eventualmente, explorações florestais.

As encostas do vale do Tejo a jusante do Rio Torto e a encosta do castelo são condicionadas pelos declives acentuados, com instabilidade de vertentes e risco de erosão do solo. Toda a baixa aluvionar do Rossio, das ribeiras adjacentes e do Rio Torto constituem zonas ameaçadas pelas cheias. A bacia da Ribeira de Vale de Rãs, embora não incluída em REN, apresenta risco de erosão hídrica do solo. Trata-se de uma área vulnerável a inundações resultantes cumulativamente: da forma da bacia que potencia a concentração temporal do escoamento; do transporte de sedimentos, agravado pelo atual abandono agrícola (com menor intercepção, menor enraizamento, com menor infiltração, maior encrostamento) e sua acumulação em passagens hidráulicas subterrâneas (nomeadamente sob a rotunda do Olival); eventual dificuldade de drenagem dada a adjacência a zona de cheias.

12

Figura 3 - Génese, evolução e património

I.

3. GÉNESE, EVOLUÇÃO E PATRIMÓNIO

A cidade de Abrantes foi conquistada aos Mouros em 1173, tendo uma importância estratégica ao nível militar, por ser espaço de encontro e área de transição entre as regiões do Ribatejo, Alentejo e Beiras.

Até ao séc XVIII, o aglomerado urbano confinava-se à colina da margem direita do Tejo, com ligação ao porto fluvial de Abrantes através da Rua da Barca, com um entreposto comercial e ancoradouro de barcos, na margem esquerda (Rossio).

No séc. XIX, com a inauguração da linha do Leste (1863) e da linha da Beira-Baixa (1891), potenciados pela construção da ponte rodoviária (1870), desenvolvem-se núcleos urbanos e industriais associados às estações, no Rossio e em Alferrarede. Neste período as encostas norte e sul da colina de Abrantes e a zona norte, encontravam-se quase desocupadas.

Na primeira metade do séc. XX, é consolidada a rede de estradas nacionais que assegura a ligação dos 3 núcleos urbanos (Abrantes/Alferrarede/Rossio) e acentua-se a edificação ao longo das vias e nos núcleos existentes.

Até aos anos 70, continua a verificar-se a expansão do edificado ao longo da estrutura viária existente.

Nas duas décadas seguintes, até ao fim dos anos 90, a expansão dá-se fundamentalmente através de operações de loteamento, muitas vezes descontextualizadas e gerando o crescimento desordenado e disperso. Consolidam-se os festos secundários, adjacentes ao festo principal do núcleo primitivo, inicia-se a ocupação da encosta sul com a construção do Hospital e a expansão urbana para a encosta norte.

Nos anos mais recentes, até 2010, intensifica-se o carácter descontínuo do tecido urbano nas zonas periféricas, através de operações urbanísticas avulsas e descontextualizadas. Surgem, sobretudo a norte, diversas áreas residenciais em Chainça e Tapadão. É criado o parque industrial de Abrantes e requalificadas as margens do Tejo, por iniciativa pública, e é formatado um eixo comercial ao longo das Avenidas D. João I e Farinha Pereira (ex. EN’s).

No que respeita ao património, opta-se por integrar valores edificados, naturais e paisagísticos, classificados ou não.

Estão assinalados na planta valores patrimoniais singulares, nomeadamente estações arqueológicas e edificado, de onde se destacam a arquitetura civil (casas, escolas, fontes, teatro, hotel, lagar) e religiosa (igrejas, conventos, capelas e nichos). Na figura 3 relevam-se principalmente os conjuntos patrimoniais, nomeadamente os seguintes:

 Conjuntos edificados, identificados com base no valor histórico e arquitetónico: - Centro de Abrantes (A), Bairro do Outeiro da Forca (D), Alferrarede (E), Bairro da CUF (F), Rossio (G).  Conjuntos naturais, identificados com base no seu valor paisagístico e componente arbórea-arbustiva: - Parque do Alto de Santo António (B) e Outeiro no Vale da Fontinha (C).  Quintas, que se caracterizam pela associação de valores naturais a edificado com valor patrimonial: - Quinta de São João (H); Quinta Maria Amélia (I); Antiga Quinta dos Telheiros (J); Quinta do Bom Sucesso (K); Quinta da Ónia (L); Quinta das Tílias (M). O património arqueológico dispersa-se por toda a cidade, existindo uma grande concentração ao longo do Vale do Tejo, podendo identificar-se 34 estações ou arqueossítios.

14

Figura 4 - Ocupação funcional e mobilidade estruturante I.

4. ZONAMENTO FUNCIONAL E MOBILIDADE ESTRUTURANTE

A distribuição funcional da cidade (Fig. 4) reflete as contingências topográficas e um crescimento fragmentado. Ocupação tradicionalmente urbana, concentrada e com mistura funcional, apenas sucede:  no Centro Histórico (CH), estendendo-se ao longo do eixo Avenida 25 de Abril/Forças Armadas;  na zona baixa da cidade, a norte do CH, onde vai ocorrendo uma nova centralidade de características lineares que concentra grandes unidades comerciais, e que se estende da Encosta da Barata a Alferrarede;  no Rossio, ao longo da Avenida Dr. António Augusto da Silva Martins/EN2, até à Estação Ferroviária.

Ocorre ainda ocupação edificatória concentrada, mas essencialmente habitacional:  nas demais áreas ribeirinhas do Rossio e Barreiras do Tejo;  em eixos lineares ao longo das cumeadas que se desenvolvem a partir da Av. de 25 de Abril/ Forças Armadas;  em Vale de Rãs e Telheiros que, ao contrário das áreas anteriores, se encontram em dinâmica de expansão.

Existem grandes manchas habitacionais de baixa densidade:  lineares, ao longo da Avenida Conde de Alferrarede e da EN2/Rua Dr. João Augusto da Silva Martins;  com dinâmicas regressivas, em Arrifana/Fojo;  com significativa dinâmica de expansão, em Chainça e Tapadão, na zona norte da cidade.

Estas grandes manchas habitacionais de baixa densidade não dispõem de centros locais suficientemente atrativos. Relativamente à ocupação edificada não habitacional verifica-se a dispersão de importantes equipamentos e espaços verdes, sobretudo na zona do Barro Vermelho/S. Lourenço e na Encosta Sul, e de algumas indústrias a sul do Tejo. A Nordeste da cidade destaca-se a localização de uma zona industrial, infraestruturada e em expansão. Ao nível das manchas não edificadas, a cidade é delimitada a sul e oeste por extensos espaços florestais que ocorrem, também, a norte da A23. A agricultura intensiva localiza-se sobretudo junto às margens planas do Tejo, na Quinta do Taínho e Coalhos, bem como ao longo do Rio Torto. Os espaços de policultura surgem entrecruzados com quintas, associando-se às áreas habitacionais de baixa densidade. Na envolvente do Centro Histórico (Vale da Fontinha/Encosta do Castelo) e margens do Tejo ocorrem grandes manchas de espaços semi-naturais. No que respeita à mobilidade, as relações de Abrantes com o exterior são asseguradas, sobretudo, pela A23, com dois nós de acesso à cidade. As demais vias, coletoras e distribuidoras, organizam em grande parte a própria estrutura urbana e a ocupação funcional:  A EN2/EN244-3, que liga o nó nascente da A23 com a zona a Sul do Tejo, atravessando os núcleos de Barreiras do Tejo e Rossio com impactos negativos.  A EN118, que também atravessa o Rossio ao Sul do Tejo de forma penalizadora.  A EN3/Av. D. João I e as Av. 25 Abril/Forças Armadas, à volta das quais se organizou o principal crescimento recente da cidade.  A Avenida Conde de Alferrarede, com uma ocupação linear.  Os eixos das, Rua da Esperança - Rua dos Oleiros e Rua da Sociedade - Rua do Vale de Morenas que, de forma difusa, potenciaram a expansão urbana na zona norte.

A oferta de transporte coletivo na cidade é assegurada pela rede de carreiras interurbanas e por três linhas urbanas (Alferrarede, Chainça e Rossio), que coincidem no eixo Hospital - CCT, servindo os principais polos funcionais. De referir ainda a existência da linha de caminho-de-ferro e respetivas estações do Rossio e de Alferrarede, a primeira com mais relevância que a segunda, situação a ponderar, já que as recentes dinâmicas de crescimento (terciário, habitacional e industrial) são mais próximas da estação de Alferrarede.

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Figura 5 - Ocupação edificada por morfologia I.

5. OCUPAÇÃO EDIFICADA POR MORFOTIPOLOGIA

Na análise da ocupação edificada por morfologia adotou-se a tipologia sistematizada no quadro seguinte.

Quadro 1 - Sistematização da tipologia para análise da ocupação edificada por morfologia

Atributos Agregação dos Tipologia Desenho da malha Dimensão dos logradouros edifícios dos edifícios

Tipo de Morfologia

a

Regular Linear Orgânico e/ou irregular Em quarteirão Em band Soltos Colectivos ou Uni bifamiliares Inexistente a Pequeno Médio Grande Muito grande

Quarteirões fechados X X X X de edifícios colectivos X X Quarteirões fechados X X X X de edifícios uni/bifamiliares X X Edifícios colectivos, soltos ou X X X X X em banda, sem logradouro X X Edifícios colectivos, soltos ou X X X X X X X em banda, com logradouro X

Moradias em lotes regulares X X X X X X X X

Moradias em lotes irregulares X X X X X X

Moradias em parcelas profundas X X X X X X

Edificação pontual X X X X

Conjuntos isolados de edifícios X X X X X X X X X X

Mistura morfológica X X X X X X X X X X Áreas de pavilhões e/ou X X X X armazéns X X

X atributo indispensável; X atributo frequente; X atributo possível

A Figura 5 ilustra a existência e distribuição destas tipologias de ocupação edificada em Abrantes. As áreas de "quarteirão fechado" correspondem aos núcleos urbanos mais antigos: Centro Histórico, Alferrarede, Rossio ao Sul do Tejo e Barreiras do Tejo. Nas áreas habitacionais existe uma forte dominância das morfologias que integram a moradia (em lotes regulares, irregulares e parcelas profundas), exceto nas áreas mais centrais: Encosta da Barata, Telheiros, Quinta dos Pinheiros. Na zona norte observam-se grandes manchas de urbanização extensiva, de baixa densidade, sem regra ao nível das implantações, das volumetrias e dos alinhamentos, e entrecruzada com usos agro-florestais. A sul do Tejo, em Arrifana/Fojo, a ocupação encontra-se formatada por propriedades estreitas e profundas, que originam uma edificação linear, contínua ao longo dos eixos viários, com espaços de carácter agro-florestal na retaguarda. As manchas de edificação pontual e os conjuntos isolados de edifícios ocorrem sobretudo na zona de São Lourenço, Vale de Rãs e Alferrarede Velha, geralmente associadas à remanescência de quintas. Os pavilhões e grandes edifícios pontuam a generalidade da área de intervenção, sobretudo a norte do Tejo, entrecruzando-se com as restantes manchas morfológicas.

18

Figura 6 - Unidades territoriais I.

6. UNIDADES TERRITORIAIS

Assumiu-se como bom princípio de ordenamento da cidade, o reconhecimento de que a mesma é constituída por diversas partes, cada uma delas com caraterísticas e vivências próprias. Para tal, recorreu-se ao conceito de Unidade Territorial de Base (UTB), que assenta em visão sobretudo funcional, relações de acessibilidade e vizinhança, serviços e equipamentos locais, dimensão populacional centrada nos 3000 habitantes (1000 a 5000) 1. Procedeu-se então à divisão da cidade de Abrantes em UTB, recorrendo a conhecimento empírico e censos populacionais, tendo-se chegado à delimitação expressa na Figura 6. Face à ocupação existente, fragmentada e dispersa, apenas as UTB mais densas (Centro e Encosta da Barata/ Vale de Rãs) rondam os 3000 habitantes. A maioria oscila entre os 1100 e os 2300. Identificaram-se também unidades funcionais específicas quase sem residentes; é o caso da Zona Industrial, da Quinta do Taínho e de Coalhos. O recorte das UTB subordinou-se à recolha de informação disponível, coincidindo, sempre que aceitável, com limite de subseção estatística. De referir que as UTB serviram de referencial à recolha e tratamento de informação estatística e as unidades despovoadas foram, para esse efeito, associadas às UTB vizinhas com que mais se relacionam. Descrição sumária de cada uma das UTB consideradas:

 Centro de Abrantes - Corresponde, no essencial, ao centro histórico e administrativo da cidade, com a consequente predominância de usos terciários e habitacionais.

 Encosta Sul/Barreiras do Tejo - Área de expansão da cidade, com usufruto de uma paisagem singular, muito infraestrururada, mas ainda pouco edificada. A sul, núcleo antigo ribeirinho, onde predomina o uso habitacional.

 Alferrarede - Inclui núcleo histórico consolidado, de cariz industrial, com instalações fabris abandonadas. Centro tecnológico, próximo de estação de caminho de ferro. A norte, expansões essencialmente habitacionais.

 Alferrarede Velha - Ocupação edificada linear, de cariz rural, ainda associada à atividade agrícola

 Quinta do Taínho - Exploração agrícola de dimensão significativa.

 Zona Industrial - Urbanizações industriais, conforme plano de pormenor, já muito infraestruturadas mas só parcialmente edificadas.

 Tapadão/Chainça Este - Ocupação edificada de origem rural, com continuidade, apoiada em malha irregular de antigos caminhos. Essencialmente habitação individual e ainda alguma atividade agrícola.

 Chainça - Unidade com origem e ocupação similares às da Chainça Este, mas já com loteamentos de cariz habitacional na parte sul/nascente e muito pouco edificada a poente.

 Vale de Rãs/Encosta da Barata - Ocupação edificada ancorada em via arterial que liga as cotas altas e baixas da cidade. Integra unidades terciárias de grande dimensão e habitação de densidade elevada.

 S. Lourenço/Barro Vermelho - Ocupação urbana ao longo das linhas de festo, incluindo grandes equipamentos e usos habitacionais de morfologia irregular. Dominância de áreas muito declivosas não ocupadas.

 Rossio - Área dominantemente urbana e consolidada, com uso habitacional e algum comércio e serviços. Unidade fortemente condicionanda pelas cheias do Rio Tejo.

 Arrifana/Fojo - Área de cariz rural, caracterizada por edificação linear e dispersa e marcada pelo cruzamento de linhas férreas que dividem o território em várias partes.

 Coalhos/Zambujal - Unidade territorial de transição, atravessada pela EN118, com características vincadamente rurais e de fraca integração no tecido urbano da cidade.

1 Ver Carvalho, J e Marinho, R, “Planeamento de Equipamentos Locais”, pag.58 a 64

20 I.

Quadro 2 - População, em 2001, 2011 e 2025

População Residente Famílias Clássicas Curso 65 ou Empregada Empregada População Residente Total 0 aos 14 médio + Total Dimensão mais Analfabetos no setor no setor (Nº) anos Ensino (Nº) 2 média 3 anos primário 1 secundário 1 Superior 42235 12,89% 23,70% 15,97% 10,81% 5,64% 33,73% 16076 2,63 2001 Concelho 39325 12,58% 26,05% 5,75% 9,61% 3,51% 29,08% 15996 2,46 2011 2025 17935 16,09% 17,16% 13,42% 9,25% 2,22% 26,62% 6651 2,70 2001 Cidade 18458 15,68% 19,18% 3,41% 14,23% 1,26% 24,72% 7301 2,53 2011 19000 11,83% 23,90% 8155 2,33 2025 3092 11,97% 26,46% 11,19% 14,68% 2,77% 16,17% 1213 2,55 2001 UT1 Centro de Abrantes 2908 11,38% 29,50% 2,99% 18,19% 1,51% 17,87% 1237 2,35 2011 2840 11,37% 31,44% 1325 2,15 2025 518 18,73% 14,67% 13,90% 9,65% 0,91% 29,22% 178 2,91 2001 Encosta Sul / UT2 498 15,66% 18,27% 3,41% 19,88% 0,96% 27,40% 189 2,63 2011 Barreiras do Tejo 593 10,46% 25,97% 245 2,43 2025 1380 14,49% 18,48% 13,33% 7,54% 1,75% 30,73% 517 2,67 2001 UT3 Alferrarede 1800 18,44% 16,44% 2,72% 19,39% 1,36% 22,95% 718 2,51 2011 1911 11,15% 21,87% 830 2,31 2025 1164 13,06% 20,53% 16,92% 3,52% 2,21% 18,11% 439 2,65 2001 Alferrarede Velha + UT4 1088 13,60% 25,92% 6,43% 6,34% 1,30% 36,27% 440 2,47 2011 Quinta do Taínho 973 10,48% 29,80% 430 2,27 2025

Zona Industrial + 1973 15,51% 19,11% 13,13% 4,00% 1,60% 34,90% 731 2,70 2001 UT5 Tapadão / Chainça 2299 13,57% 20,97% 4,87% 9,35% 1,07% 28,57% 877 2,62 2011 Este 2305 11,89% 25,64% 956 2,42 2025 1496 19,39% 12,03% 16,31% 9,69% 0,91% 25,91% 534 2,80 2001 UT6 Chainça 2112 20,69% 8,43% 1,85% 17,71% 0,76% 24,26% 760 2,78 2011 2527 13,22% 14,68% 983 2,58 2025 2929 22,43% 5,74% 14,51% 8,57% 1,61% 27,76% 1054 2,78 2001 Vale de Rãs / UT7 3035 20,66% 8,24% 1,78% 11,30% 0,75% 25,41% 1156 2,63 2011 Encosta da Barata 3242 13,82% 15,39% 1338 2,43 2025 2074 17,21% 9,31% 8,49% 17,74% 1,93% 15,86% 728 2,85 2001 S. Lourenço / UT8 1783 13,63% 18,12% 2,13% 23,67% 1,75% 19,35% 713 2,50 2011 Barro Vermelho 2010 10,85% 26,87% 877 2,30 2025 2025 14,37% 21,98% 14,91% 6,12% 2,28% 31,69% 769 2,63 2001 UT9 Rossio 1805 14,74% 24,88% 4,93% 7,31% 1,34% 29,38% 740 2,44 2011 1640 11,16% 27,80% 734 2,24 2025 1284 12,85% 25,47% 15,65% 3,35% 5,36% 35,88% 488 2,63 2001 UT Arrifana / Fojo + 1130 10,71% 29,29% 6,55% 8,32% 3,07% 20,78% 471 2,40 2011 10 Coalhos / Zambujal 959 9,49% 34,31% 437 2,20 2025

Fonte: INE; CMA 1 % Relativa ao total da população empregada 2 Projeção para 2025 conforme referido no texto, com pequenos acertos para ajuste entre total da cidade e somatório das unidades territoriais 3 Dimensão média para 2025 = Dimensão média de 2011 - 0,2

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7. POPULAÇÃO

O quadro 2 apresenta uma síntese analítica e prospetiva da população e das famílias da cidade de Abrantes. Os dados de 2001 e de 2011 são dos Censos do INE (somatórios de subseções estatísticas, quando necessário com pequenos acertos). Os relativos a 2025 correspondem a projeções.

A cidade tinha, em 2011, 18458 residentes, o que traduz um acréscimo de 523 relativo a 2001, mas a população do concelho diminuiu quase 3000. As famílias, porque a sua dimensão média diminuiu para 2,53 pessoas/família, cresceram mais, eram 7300 em 2011 (fenómeno similar ao que tem vindo a ocorrer em todo o país).

Analisando a distribuição da população pelas diversas unidades territoriais, é fácil distingui-las em função das suas percas ou ganhos de residentes (em 2011, face a 2001):  O Centro da Cidade, com Encosta Sul/Barreiras do Tejo, perdeu 6%, tendo 3400 residentes.  De assinalar aumento de população: na área baixa da cidade, a qual tem vindo a constituir uma nova centralidade de configuração linear (Alferrarede + Vale de Rãs/Encosta da Barata), que cresceu 12%, ultrapassando os 4800 habitantes; na área norte (Chainça Este + Chainça Oeste), em que o crescimento foi ainda maior, de 27%, atingindo os 4400.  Verificou-se perca substancial: na zona a sul do Tejo (Rossio + Arrifana/Coalhos), menos 11%, ficando abaixo dos 3000; no Barro Vermelho/S. Lourenço, menos 14%, são cerca de 1800; em Alferrarede Velha, de caraterísticas rurais, menos 7%, sendo cerca de 1000 habitantes. As caraterísticas da população da cidade, comparadas com as do continente:  São próximas do ponto de vista etário.  Existem menos analfabetos, mas os com curso superior são similares.  Empregados no setor terciário são um pouco mais (74%) e no primário são menos (1,3%). Procurando distinguir entre unidades territoriais:  O Centro de Abrantes apresenta população mais envelhecida, com mais formação e mais empregados no terciário.  Mais envelhecidos são também os residentes das unidades a sul do Tejo e os de Alferrarede Velha, mas com menor formação e menos empregados no terciário.  Chainça Oeste e Encosta da Barata/Vale de Rãs têm população mais jovem.  Barro Vermelho/S. Lourenço destaca-se por ter residentes com mais formação.

A projeção demográfica foi feita inicialmente para a cidade, distinguindo e somando evolução natural e saldo migratório: da evolução natural espera-se um decréscimo para 17600 habitantes; o saldo migratório foi objeto de vários cenários de desenvolvimento económico, tendo-se optado por um de otimismo moderado; resulta uma projeção para 2025 de 19000 residentes. Perspetivando-se que a dimensão média das famílias continuará a diminuir e que será de 2,35, teremos 8155 famílias em 2025 (mais 855 do que em 2011).

Os cenários de população residente para cada uma das unidades territoriais resultam também do somatório de duas parcelas: a primeira corresponde à respetiva evolução natural; a segunda partiu do saldo migratório calculado para a cidade, distribuindo-o em função das operações e dinâmicas urbanísticas em curso, mas também de opções de planeamento, nomeadamente a de contrariar o esvaziamento do Centro da Cidade e da Encosta Sul.

22 I.

Quadro 3 - Alojamento, em 2001, 2011 e 2025

Alojamentos familiares clássicos Edifícios Ocupação Carências Alojamentos Unidades Territoriais Habitação Famílias – Residência Total Total (Nº) por edifícios Residência Vagos + 2ª própria residência habitual (Nº) habitual 1 residência 2 habitual sem banho (Nº) (Nº fogos) (Nº fogos)

22609 70,14% 29,86% 83,14% 219 1409 18538 1,22 2001 Concelho 25480 62,41% 37,68% 80,30% 94 456 20368 1,25 2011 2025 8460 77,26% 22,74% 77,19% 115 258 4937 1,71 2001 Cidade 10257 70,77% 29,23% 75,95% 42 91 5575 1,84 2011 11003 8155 2848 2025 1587 75,24% 24,76% 62,06% 19 38 860 1,85 2001 UT1 Centro de Abrantes 1935 63,05% 36,95% 59,51% 17 20 872 2,22 2011 2004 1325 679 2025 197 88,32% 11,68% 70,11% 4 16 153 1,29 2001 Encosta Sul / UT2 261 72,41% 27,59% 67,20% 0 2 177 1,47 2011 Barreiras do Tejo 313 245 68 2025 689 73,73% 26,27% 69,09% 9 26 478 1,44 2001 UT3 Alferrarede 1034 69,25% 30,75% 76,82% 2 5 495 2,09 2011 1132 830 302 2025 525 83,81% 16,19% 74,77% 0 42 411 1,28 2001 Alferrarede Velha + UT4 640 68,75% 31,25% 77,27% 0 12 520 1,23 2011 Quinta do Taínho 620 430 190 2025

Zona Industrial + 889 80,43% 19,57% 87,13% 16 34 759 1,17 2001 UT5 Tapadão / Chainça 1137 77,04% 22,96% 80,37% 1 11 933 1,22 2011 Este 1204 956 248 2025 655 80,15% 19,85% 91,62% 9 13 470 1,39 2001 UT6 Chainça 966 78,67% 21,33% 91,58% 0 4 552 1,75 2011 1179 983 196 2025 1358 75,92% 24,08% 86,91% 23 9 309 4,39 2001 Vale de Rãs / UT7 1484 77,70% 22,30% 81,70% 3 5 342 4,34 2011 Encosta da Barata 1652 1338 314 2025 885 79,55% 20,45% 91,76% 23 12 324 2,73 2001 S. Lourenço / Barro UT8 937 75,35% 24,65% 86,12% 7 4 364 2,57 2011 Vermelho 1097 877 220 2025 957 79,52% 20,48% 65,57% 8 37 579 1,65 2001 UT9 Rossio 1133 64,61% 35,39% 64,75% 8 7 676 1,68 2011 1115 734 381 2025 718 67,41% 32,59% 73,76% 4 31 594 1,21 2001 UT Arrifana / Fojo + 730 63,97% 36,03% 74,09% 4 21 644 1,13 2011 10 Coalhos / Zambujal 687 437 250 2025

Fonte: INE; CMA 1 Valor para 2025 = número de famílias em 2025 2 Valor para 2025 = 90% (vagos + 2ª residência) em 2011

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8. ALOJAMENTO

O quadro 3 apresenta uma síntese analítica e prospetiva relativa ao alojamento. Tal como para a população, os dados de 2001 e 2011 são dos Censos do INE e os de 2025 são projeções. Em 2011, a cidade tinha 10257 alojamentos, distribuídos por 5575 edifícios, dos quais 80% tinham 1 ou 2 pisos e apenas 4% tinham 5 ou mais. Entre 2001 e 2011 a dinâmica edificatória continuou desmedida. O aumento de fogos foi de 1800, quase o triplo do crescimento das famílias (650). O resultado foi a existência de muitos mais alojamentos de segunda residência e sobretudo de fogos vagos, que em conjunto atingiram os 3000 (quase 30%). Dos fogos ocupados por famílias residentes 76% eram habitação própria, % que diminuiu ligeiramente na última década, invertendo a dinâmica anterior. Relativamente a carências: 42 famílias (0,6%) não tinham alojamento (carência quantitativa, dada pela diferença entre famílias e residência habitual); 96 famílias (1,2%) habitavam alojamento sem banho (caraterística reveladora de carência qualitativa). As dinâmicas de construção de alojamento e da respetiva ocupação foram transversais a toda a cidade. Não obstante, detetam-se diferenças significativas entre unidades territoriais, sendo que nem sempre o crescimento ocorrido se compagina com as demais caraterísticas. O crescimento foi sobretudo no Centro da Cidade, Alferrarede, Chainça Oeste e Chainça Este. Quanto às demais caraterísticas:  Centro e área a sul do Tejo são as unidades que apresentam a maior % de fogos vagos e de segunda residência (≈ 36%), as maiores carências habitacionais e também (com ressalva para Arrifana/Coalhos) a menor % de habitação própria.  Chainça Este, Chainça Oeste, Vale de Rãs/Encosta da Barata e S. Lourenço/Barro Vermelho apresentam menos fogos vagos ou de segunda residência (≈ 23%) e mais habitação própria (entre 80% e 92%).  Alferrarede, Alferrarede Velha e Encosta Sul/Barreiras do Tejo apresentam valores próximos dos da Cidade, com as ressalvas de: Alferrarede Velha apresentar carências qualitativas; em Encosta Sul/Barreiras do Tejo a habitação própria ser 67%.

Entretanto, a inevitável crise da construção civil, a que se seguiu a atual crise financeira/económica, alterou radicalmente a dinâmica edificatória. Entre 2010 a 2012 apenas foram licenciados 90 fogos na cidade de Abrantes (41em 2010; 39 em 2011; 10 em 2012). A projeção para 2025 assentou nas seguintes hipóteses: n.º de fogos de residência habitual = n.º de famílias; fogos vagos e de segunda residência com inversão radical de tendência, diminuindo 5% até 2025 (por serem utilizados, entrarem em ruína, ou ainda - isto mais nas zonas antigas - objeto de emparcelamento). Daqui resultaria, para o total da cidade, 8155 + 2848 = 11003 alojamentos. Ocorreria então, entre 2011 e 2025, um aumento de 746 alojamentos, cerca de 50 fogos/ano (número muito inferior aos 180/ano da última década, mas ainda assim superior ao que tem ocorrido nesta época de crise).

Para construir um cenário de distribuição dos alojamentos pelas diversas unidades territoriais aplicou-se a cada uma delas o mesmo critério utilizado para a globalidade da cidade.

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Figura 7 - Polos de emprego I.

9. ATIVIDADE ECONÓMICA

De acordo com os Censos do INE, os residentes empregados da cidade de Abrantes seriam 7771 em 2011, 74% no setor terciário, 25% no secundário e, residualmente, 1% no primário.

Analisando as entradas e saídas quotidianas no concelho de Abrantes por motivos de trabalho, verifica-se que saiam 3220 e entravam cerca de 2720, o que se traduz num saldo negativo de 500 empregados. Não se dispõe, neste domínio, de dados relativos à cidade; mas constituindo esta um polo de emprego, pode admitir-se que este saldo negativo se reportava ao resto do concelho e que para a cidade seria nulo.

Estes números são relativos a 2011, ano em que o número de desempregados residentes nas freguesias da cidade, e inscritos no Centro de Emprego e Formação Profissional, era de 1261. Apesar da crise atual, o número de desempregados desceu ligeiramente para 1223, em 2013.

Na Figura 7 surgem assinalados os principais polos que os albergam, quantificados na maioria dos casos com base em informação direta dos principais empregadores. Estes polos totalizam 4914 empregos. Os demais estão disseminados por toda a cidade, inclusive nos polos referenciados, já que o seu levantamento não foi exaustivo.

O setor industrial, com forte tradição no concelho e na cidade, perdeu peso nas últimas décadas, como aliás aconteceu na generalidade do país. Mesmo assim, como se referiu, ainda representa 25% dos empregados, havendo a assinalar, na margem sul, a Fundição do Rossio e os Azeites Vitor Guedes e, a norte, a Fbp - Foundation Brakes , S.A. (antiga Bosch) com 220 empregados. Esta última integra-se na zona industrial em crescimento na zona nordeste da cidade, que em conjunto representa cerca de 1379 empregos.

De referir, ainda, a presença do Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes, que tem como parceiros fundadores a CMA, a Nersant, os Institutos Politécnicos de Tomar e Santarém e a Tejo Energia. Trata-se de um espaço que se pretende agregador das comunidades empresarial e tecnológica, de estímulo ao empreendedorismo, competitividade e inovação, tendo assumido como sectores estratégicos o agroalimentar, a metalomecânica, a energia e as tecnologias da informação e comunicação. Em crescimento, conta já com 17 empresas, 88 postos de trabalho e 3,2 milhões de volumes de negócios.

O setor terciário - grande empregador da cidade - concentra-se essencialmente no Centro Histórico (com quase 1000 empregos), Hospital (695) e também ao longo da Avenida D. João I (800 empregos), onde tem vindo a surgir uma centralidade linear marcada por grandes superfícies comerciais.

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Figura 8 - Equipamentos existentes I.

10. EQUIPAMENTOS

Confrontando os equipamentos existentes com critérios de serviço, conclui-se que a cidade, numa perspetiva genérica, está bem servida de equipamentos, com exceção dos de apoio a idosos, cuja escassez é comum a todo o país. Não obstante, porque dispersos, os equipamentos nem sempre originam as desejáveis sinergias. Num referencial de serviço ótimo perspetivado para 2025, faz-se um balanço quantitativo, para cada tipo. Equipamentos de educação: Conclui-se que o conjunto das 3 escolas EB2,3 e Secundárias, servindo outras freguesias para além da cidade, dispõe de capacidade muito superior à que irá ser necessária. As escolas do 1º ciclo e os jardins-de- infância apresentam, também elas, capacidade muito superior à necessária, potenciando o aproveitamento das salas disponíveis para atividades complementares. Existem, ainda, uma Escola Superior de Tecnologia (390 alunos - 2013/14) com localização no Centro Histórico, e dois centros de formação profissional. Creches: As existentes respondem globalmente às futuras necessidades; mas, não havendo nenhuma na margem sul, afigura-se adequada a instalação de uma (com dimensão mínima) no Rossio. Equipamentos de cultura: De âmbito geral, existem biblioteca, um museu e outro em projeto (MIAA), Cineteatro, duas galerias de arte, centro cultural; situados, todos eles, no Centro Histórico, afiguram-se suficientes. Na maioria das unidades territoriais existem centros de animação local, quase sempre enquadrados por coletividades; não existem no Tapadão, Chainça, Encosta da Barata, Barro Vermelho e Arrifana. Equipamentos desportivos: De âmbito geral, existem: grandes campos de jogos, pista de atletismo e piscinas em quantidade e com qualidade suficiente; 4 salas de desporto, justificando-se a construção de 1 pavilhão com a componente de espetáculo (consolidando o Complexo Desportivo Municipal) e um outro, pequeno, associado a Vale de Rãs; há necessidade de criar um circuito de manutenção física (pedonal e ciclável). Quanto a equipamentos desportivos de âmbito local: existem 15 pequenos campos de jogos, servindo a maioria das UT; justifica-se a construção de outros no Centro de Abrantes, Alferrarede e Chainça; e é de considerar a construção de prados desportivos associados a centros locais de caráter mais urbano. Equipamentos de apoio a idosos: Os existentes, incluindo lares, centros de dia e apoio domiciliário, servem 315 utentes, correspondendo a uma taxa de cobertura de 9% dos 3.500 residentes na cidade em 2011 com ≥65 anos. Esta taxa, sendo aceitável face ao todo nacional, é insuficiente face às necessidades de uma população cada vez mais idosa; estima-se que em 2025 os com ≥65 anos sejam já 4.500. Recomenda-se, assim, a adoção de um programa ambicioso de apoio a idosos com a instalação de equipamentos locais, com as valências integradas de centro de dia e de apoio domiciliário, com proximidade à residência. Tendo como critério apoiar 10% da população dos 70-75, e 30% com ≥75 anos. Outros equipamentos afiguram-se suficientes, existindo:  no domínio da saúde, o hospital e as 3 unidades públicas existentes (Unidades de Saúde Familiar);  equipamentos administrativos e de segurança;  um mercado municipal no Centro Histórico, espaço para feira anual, com localização adequada; feira semanal, com localização no vale da Fontinha;  cemitérios de Santa Catarina, Alferrarede, Rossio e Cabacinhos. Em síntese e face à situação existente considera-se adequado:  Que qualquer novo equipamento a construir se localize em polos de vivência que interesse dinamizar (nomeadamente polos locais).  Perspetivar um programa global de serviços de apoio a idosos.

28 I.

11. INFRAESTRUTURAS

Sob a designação genérica de infraestruturas, incluem-se:  Rede viária  Rede de abastecimento de água  Rede de saneamento  Rede elétrica  Rede de gás  Rede de fibra ótica As quatro primeiras são tratadas nas páginas seguintes, com algum detalhe.

Em todas elas se distinguem Rede Geral (que serve toda a cidade e/ou alguma das Unidades Territoriais que a constituem) e Rede Local (associada a cada rua, servindo diretamente os edifícios).

A Rede Local foi objeto de recolha de informação superior ao habitual, por se pretender confrontá-la com a correspondente edificabilidade, detetando situações de disponibilidade ou de carência.

A rede de gás natural já se estende pela cidade, embora a grande maioria das áreas ainda não esteja servida. A ligação é feita a partir da rede da Transgás, localizada na margem esquerda do Tejo.

Importa perspetivar a extensão da rede a toda a área urbana, dando prioridade às zonas de maior densidade, nomeadamente ao Centro Histórico (Figura 9).

A rede de fibra ótica já está presente na cidade, embora apenas sirva áreas pontuais, designadamente alguns edifícios públicos. Importa estendê-la a toda a cidade, admitindo que nas áreas de menor densidade esta possa ser aérea, coincidindo com aquelas onde a rede elétrica também o continue a ser.

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Figura 9 - Rede de gás

Figura 10 - Rede de fibra ótica

Figura 11 - Rede viária geral, insuficiências

I.

Figura 12 - Rede viária local, por perfil transversal 33 I.

11.1 Rede viária

A rede viária geral surge assinalada nas Figura 4 e 11, integrando três níveis, hierarquizados:  A23, que assegura o essencial das ligações da cidade, regionais, nacionais e internacionais.  Vias coletoras: EN2 e EN3, que ligam a A23 à margem sul do Tejo, atravessando a cidade; e EN118, que assegura a ligação nascente/poente na margem sul.  Vias distribuidoras: que complementam as anteriores e estabelecem ligações da cidade com a envolvente mais próxima. Assinalam-se nesta rede, as seguintes principais debilidades (Figura 11):  Nó do Olival, como ponto principal do funcionamento da rede viária, estabelecendo-se como ponto charneira, para um conjunto de ligações, o qual se encontra no limite da sua capacidade.  Troço sul da Avenida Farinha Pereira com perfil transversal insuficiente, não passível de alargamento, motivando recomendação de construção de variante.  Zona norte da cidade sem ligação nascente/poente suficientemente percetível e funcional.  Nó da Avenida 25 de Abril com o Centro Histórico, difícil, pouco amigável e percetível.  Nó junto ao Hospital, muito confuso e excessivamente rodoviário.  Nó da EN2 com a Avenida da Portagem, de fraco desempenho e visibilidade.  Insuficiência generalizada em todas as vias coletoras da margem sul, seja pelo seu traçado, seja pela ocupação marginal; de relevar, como principais problemas, o atravessamento do Rossio pela EN118 e o nó entre esta e a EN2. Relativamente à rede viária local, foi feito o levantamento de todas as vias públicas que conferissem acesso a edificações existentes e de outras que constituíssem malha urbana, excluindo-se as que apenas dão acesso a garagens.

As vias foram divididas em troços, desejavelmente não inferiores a 100 m, em função da sua largura. Assumiu-se como via todo o espaço público que lhe é marginal; tal exigiu o estabelecimento de critérios de medição para casos em que ocorre significativa variabilidade. Os intervalos adotados para diferenciação de largura das vias (ver Figura 12 e Quadro seguinte) obedecem a critérios previamente estabelecidos em investigação académica da Equipa.

De notar que os perfis de dimensão inferior a 10,9 m representam quase 2/3 do comprimento da rede viária existente, facto que não poderá deixar de condicionar a correspondente edificabilidade.

Quadro 4 - Rede viária local - Perfis transversais Perfis (m) Número de troços % Comprimento (m/l) % A ˂ 6,55 219 20,0% 23475,0 18,4% B [6,55 – 8,7 [ 234 21,4% 27294,7 21,4% C [8,7 – 10,9 [ 276 25,2% 33069,7 25,9% D [10,9 – 13,1 [ 118 10,8% 13212,1 10,4% E [13,1 – 15,6 [ 107 9,8% 14805,3 11,6% F [15,6 – 18,8 [ 54 4,9% 6942,4 5,4% G [18,8 – 21,6 [ 35 3,2% 4015,8 3,1% I [21,6 – 28,0 [ 15 1,4% 1037,0 0,8% J [28,0 – 35,7 [ 10 0,9% 1097,4 0,9% L > 35,7 26 2,4% 2559,5 2,0% Total 1094 100% 127508,9 100% Fonte: CMA

34

Figura 13 - Rede de água (geral e local) I.

11.2 Rede de água

REDE GERAL

A infraestrutura de água da cidade está representada na Figura 13, sendo composta por dois sistemas independentes, um a norte e outro a sul do Tejo.

O sistema norte tem origem na albufeira de Castelo do Bode, e está ligado por adutora com capacidade de 542m3/hora, a qual serve diretamente os reservatórios R1, R2 (com ligação ao R4) e R3 (este servindo os R5 e R6). A capacidade do sistema instalado (reservatórios e correspondente adução) consta no quadro seguinte, confrontada com as necessidades da população, da atual e da prevista para 2025.

Dele se concluiu, considerando que a capacidade de cada reservatório deve cobrir o respetivo consumo num dia de ponta, que o sistema instalado apenas apresenta insuficiências no reservatório R1 (Senhora da Luz), que deveria aumentar para 600m3) e no R3 (Encosta da Barata), que deveria aumentar para 2500 m3.

Quadro 5 - Sistema norte

Capacidade Necessidade Consumo Caudal de Necessidades Reservatório em dia de População adução (m3/dia de ponta) (m3) ponta 2011/2025 (m3/dia) 2011/2025 (m3/dia) R1 - Sr.ª Luz 200 624 2106 2014 568 543 R2 - Chainça 2050 3312 5472 5796 1477+370 1564+405 R3 - E. da Barata 1000 4680 6141 6580 1658+375+265 1776+348+313 0,27 R4 - São José 800 795 1373 1501 370 405 R5 - Castelo 470 11280 1390 1292 375 348 R6 - Encosta Sul 1000 2400 984 1161 265 313

O sistema sul é alimentado por duas captações subterrâneas (furo de São Macário e dreno de Vale das Donas), servindo também São Miguel de Rio Torto.

O volume de água assegurado por estas captações é inconstante, podendo ser insuficiente, pelo que se prevê que este sistema venha a ser ligado ao da margem norte, sendo de referir que a adutora vinda de Castelo do Bode já tem capacidade para tal.

Utilizando os critérios acima referidos, também o volume, somado, dos três reservatórios existentes se revela insuficiente para as necessidades.

REDE LOCAL

É assinalada, também na Figura 13, a rede local de abastecimento de água existente, a qual é reportada às vias locais previamente identificadas.

Garante a cobertura de todas as necessidades residenciais, terciárias e industriais da cidade.

O objetivo continua a ser o de confrontar infraestruturas existentes com edificabilidade.

36

Figura 14 - Rede de saneamento (geral e local) I.

11.3 Rede de saneamento

REDE GERAL

A infraestrutura de saneamento existente é ilustrada na Figura 14, sendo composta por três redes independentes, a bacia da Fonte Quente, a dos Carochos e a do Rossio.

A Bacia da Fonte Quente abrange a quase totalidade da cidade, integrando quatro sub-bacias (Centro Histórico/Encosta Sul, Alferrarede, Tapadão/Alferrarede e Encosta da Barata/Chainça), todas elas desaguando na ETAR da Fonte Quente.

Confrontando o sistema existente com a sua utilização (a atual e a prevista para 2025), conclui-se que:  os emissários e as estações elevatórias de todas as sub-bacias apresentam capacidade excedentária;  a ETAR, tendo sido projetada para 135 m3/h, trata já um caudal médio de 168 m3/h, pelo que exige ampliação de capacidade, não obstante o tratamento atual ainda se conformar com os critérios legais em vigor.

A Bacia dos Carochos é pequena, drenando de forma gravítica as águas residuais do Barro Vermelho e áreas adjacentes às escolas secundárias.

Também neste caso os coletores existentes são excedentários. A ETAR apresenta condições de funcionamento deficitárias, apenas com tratamento primário, exigindo obras de adoção do sistema de tratamento terciário.

A Bacia do Rossio abrange a margem sul da cidade e São Miguel do Rio Torto, sendo que todas as águas residuais do Rossio exigem elevação, de ETA junto ao Rio até à ETAR.

Os emissários não apresentam constrangimentos. A estação elevatória e a ETAR encontram-se a funcionar próximo do seu horizonte de projeto. Não obstante não se prever aumento populacional para 2025, a situação irá ser agravada por a rede se estender aos lugares de Fojo e Coalhos.

REDE LOCAL

Regista-se também na Figura 14 a rede local de saneamento existente, reportada às vias locais previamente identificadas.

De referir que na parte sudeste da cidade (área do Fojo) a rede assinalada ainda está em construção, após o que passará a existir uma cobertura adequada.

À frente se confrontará esta rede com edificabilidade marginal.

38

Figura 15 - Rede elétrica I.

11.4 Rede elétrica

REDE GERAL

A rede elétrica existente referencia-se à subestação de Olho-de-boi, localizada esta na entrada nordeste da cidade.

Tal proximidade (ver Figura 15) origina o atravessamento das áreas norte e poente da cidade por várias linhas de alta tensão, situação que terá que ser corrigida. Para tal, haverá que se reservar um corredor, que pode coincidir com traçados de alta tensão já existentes no extremo poente e a sul e que, a norte, pode vir a localizar-se junto à A23.

A rede de média tensão serve toda a cidade, nada havendo neste âmbito a assinalar.

REDE LOCAL

Debaixo da designação rede elétrica local incluem-se duas infraestruturas distintas, a rede de baixa tensão e a rede de iluminação pública.

Considerou-se de distinguir, em ambas as redes, as soluções de rede subterrânea das soluções de rede aérea, já que traduzem diferente qualidade urbana, sendo de admitir a manutenção da segunda apenas em áreas de menor densidade.

Tendo-se verificado que, na grande maioria das situações, a existência ou não destas redes é coincidente, coincidindo também o facto de serem subterrânea ou aérea, optou-se, por razões de operacionalidade, por reduzir toda esta informação a três situações: não existência de rede elétrica (baixa tensão e iluminação pública), existência de rede aérea; existência de rede subterrânea.

40 I.

12. EDIFICABILIDADE REPORTADA ÀS INFRAESTRUTURAS

Procurou-se confrontar a capacidade das infraestruturas existentes com a carga de utilização a que estão sujeitas e, em consequência, determinar “folgas” ou “carências” face à edificabilidade presente. Adotou-se para tal uma Metodologia (que tem vindo a ser desenvolvida em investigação de alguns membros da Equipa UA/CMA), que assenta nos seguintes pressupostos:  A carga de utilização incidente sobre cada troço viário: distingue as funções de circulação e estadia pedonal, circulação automóvel e estacionamento automóvel no momento de ponta da via e subdivide-se em carga marginal (decorrente da edificação marginal e respetivos usos), carga associada à presença de equipamentos (caso existam) e carga de atravessamento.  Capacidade de serviço de cada troço da rede viária calculada de acordo com perfis-transversais tipo previamente fixados. Assim, não foi utilizado o perfil transversal de facto existente em cada caso, mas o resultante de duas normativas: enquadramento em intervalo, adotando a largura do limiar inferior, escolha do perfil-transversal tipo que, com essa largura, maximize a edificabilidade. A aplicação da Metodologia integrou as seguintes etapas (descrição sumária):  Cálculo da carga de atravessamento (automóvel e pedonal) de cada troço viário, considerando referenciais de atravessamento associados a fluxos padrão.  Cálculo da carga de utilização associada a eventual presença de equipamentos (tendo por base referencial específico produzido para o efeito).  Cálculo da carga de utilização marginal de cada troço viário, considerando área de construção e tipologia morfotipológica, bem como uso da ocupação marginal.  Cálculo da carga de utilização incidente sobre cada troço viário (somando cargas de atravessamento, equipamentos e marginal).  Cálculo da capacidade de serviço de cada troço viário: considerando referenciais específicos por função (pedonal, circulação automóvel e estacionamento), adotando o perfil-tipo conforme referido.  Avaliação do desempenho de cada troço viário, concluindo sobre a sua situação de folga ou de carência/ sobrecarga face à utilização atual.  Redução de toda a edificabilidade a “unidades funcionais (u.f.) / 100 metros de via”, correspondendo a: 130 m2 de ABC na generalidade dos casos, 200 m2 quando vivendas; 400 m2 quando indústrias/armazéns.  Adoção, nos troços em folga, de limites à edificabilidade impostos por critérios de natureza urbanística (coerência morfotipológica): edifícios coletivos – 60 u.f. /100m de via; moradias – 20 u.f. /100m de via; indústria/armazéns – 10 u.f. /100m de via.  Classificação da carência de cada troço em função da respetiva intensidade: carência global (sobrecarga nas três funções consideradas); carência intermédia (sobrecarga em duas das funções); e carência singular (sobrecarga numa só das funções).  Avaliação das folgas de edificabilidade de cada troço em unidades funcionais, considerando o perfil da via e a existência ou não de cada uma das demais infraestruturas (água, esgoto e eletricidade). Quando existam as três, é considerada situação de existência de “folga a custo zero”.

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Figura 16 - Carência das infraestruturas face à edificação existente

Figura 17 - Folga de edificabilidade face às infraestruturas existentes

Figura 18 - Folga de edificabilidade, a "custo zero", face às infraestruturas existentes I.

Os resultados alcançados através da aplicação desta Metodologia podem ser observados nas Figuras 16, 17 e 18 e estão contabilizados nos dois quadros seguintes.

Quadro 6 - Carências

Carências Troços (un.) Troços (Km)

Total 477 48,4

Global (circulação aut. + estacion. + pedonal) 220 18,8 Intermédia (duas das funções) 87 9,4

carência Singular (uma das funções) 170 20,2

Intensidade da Com rede água, saneamento e eletricidade 376 35,9 Com 2 das infraestruturas consideradas 78 9,1 Com 1 das infraestruturas consideradas 16 2,0

Por nível de nível Por

infraestruturação Sem infraestruturas 7 1,4

Quadro 7 - Folgas

Unidades Funcionais Troços Folgas Margem Margem Margem Margem Total Total Norte Sul Norte Sul 492 125 617 Total 6079 1890 7969 (60 Km) (19 Km) (79 km) A custo zero 319 67 386 3593 637 4230 (com rede água, saneamento e eletricidade) (37,4 Km) (6,8 Km) (44,2 Km) 113 47 160 Com 2 das infraestruturas consideradas 1504 1176 2680 (14,1 Km) (11,0 Km) (25,1 Km) 51 11 62 Com 1 das infraestruturas consideradas 820 78 898 (6,4 Km) (1,5 Km) (7,9 Km) 9 9 Sem infraestruturas 161 - 161 - (1,9 Km) (1,9 Km)

Quanto a carências, a Metodologia deteta:  Uma realidade conhecida, a da carência global de espaço público em núcleos urbanos antigos, neste caso Centro Histórico, Rossio e Arrifana, tal constitui, aliás, um dos desafios da reabilitação urbana.  A situação muito problemática das estradas que atravessam o povoado da margem Sul.  Situações singulares, espalhadas pela cidade, algumas delas associadas a vias de maior circulação e tendo expressão dominante na carência de estacionamento.

No que respeita a folgas, a Metodologia permite concluir:  Existem folgas edificatórias em cerca de 60% da rede. Notar, no entanto, que eliminando folga da margem sul (dado que quase toda a área urbana aí instalada é inundável) este valor cai para cerca de 50%.  Nos troços totalmente infraestruturados seria possível instalar cerca de 4000 novas unidades funcionais (u.f. - fogos ou equivalentes), ditas a “custo zero”, mas que de facto poderiam exigir alguns acertos no perfil transversal das vias, não considerando margem sul esta folga baixa para cerca de 3500 u.f..  Perante construção de infraestrutura em falta em alguns dos troços, seria ainda possível instalar mais de 2000 novas unidades funcionais (cerca de 1500 na margem norte). Importa considerar que nalguns casos existirão outras razões urbanísticas que questionem algumas destas folgas edificatórias. Não obstante, a conclusão a sublinhar é a de que ela é muito superior ao crescimento urbano que se perspetiva para a cidade até 2025.

45 I.

13. DISFUNÇÕES AMBIENTAIS E RISCOS

Partindo da análise habitual de fatores ambientais (água, ar, solo, biodiversidade e paisagem), identifica-se um conjunto de disfunções e riscos, os quais são assinalados na Figura 19 e a seguir enunciados.

As margens do Rio Tejo estão sujeitas ao regime de cheias, constituindo um forte risco para as populações, com especial realce para a ocupação edificada na margem sul (Rossio).

Ainda nas margens do Tejo, verifica-se perturbação das galerias ripícolas, originando processos de erosão hídrica, perda de biodiversidade necessária à manutenção do corredor ecológico do Tejo e a consequente diminuição da qualidade da água.

Ocorrem disfunções em algumas linhas de água. Prendem-se com a degradação das galerias ripícolas, por povoamento de espécies não indígenas ou por destruição decorrente do encanamento/regularização. Traduzem-se no aumento de erosão hídrica das margens e em possíveis inundações.

Relativamente à ocupação florestal, na área de intervenção existem manchas homogéneas de eucalipto e/ou pinheiro e de floresta degradada, que potenciam a ocorrência de incêndios florestais, e consequente aumento da erosão hídrica do solo. Associadas à expansão de espécies invasoras e à fragmentação da floresta indígena, induzem perda de biodiversidade e de resiliência dos habitats remanescentes.

Na prática agrícola identificam-se duas disfunções ambientais. A agricultura intensiva desenvolvida nas baixas aluvionares dos rios Tejo e Torto ameaça a qualidade das águas superficiais e subterrâneas por contaminação de nitratos provenientes de fertilizantes. O recente abandono agrícola de grandes áreas, ainda num estádio inicial de regeneração vegetal, potencia a erosão hídrica e perda de solo. Ambas as situações prejudicam a recarga de aquíferos, a primeira pela qualidade, a segunda pela quantidade.

No que respeita a resíduos, há a assinalar: descarga de efluentes domésticos para o rio Tejo, apenas com o tratamento primário, decorrentes do deficiente funcionamento da ETAR de Carochos, 1 depósito de entulhos ilegais e 2 áreas de concentração de sucatas.

Algumas unidades industriais representam riscos tecnológicos, nomeadamente a Fundição do Rossio, os Azeites Galo e a Corticeira Amorim. Fora da área de intervenção, mas dada a sua escala, importa referir os riscos associados à Central Termoelétrica do , nomeadamente contaminação térmica e química da água e contaminação do ar.

Relativamente ao ruído, verificam-se apenas alguns conflitos, tendo por referência os valores de referência para zonas mistas, em determinadas vias rodoviárias estruturantes, Av. Dom João I, Av. 25 de Abril, Av. da Portagem, Av. Avelar Machado e Av. Doutor António Augusto da Silva Martins, não existindo outras fontes de ruído ou recetores, dignos de registo. Devendo as áreas supra identificadas, ser objecto de avaliação pormenorizada dos evenuais conflitos decorrentes dos usos marginais atuais e/ou futuros.

46

Figura 19 - Disfunções ambientais e riscos I.

14. DIAGNÓSTICO

O presente Diagnóstico relativo à cidade de Abrantes articula e remata a caracterização antes apresentada setor a setor, ela própria já formulada de forma muito resumida e conducente a diagnóstico.

Enumeram-se aqui, aspetos essenciais da realidade de Abrantes, portadores de potencialidades, insuficiências e desafios a ter em conta para o seu desenvolvimento e ordenamento:

A cidade estabelece relações externas significativas com as principais cidades da rede urbana do Médio Tejo (Entroncamento, Torres Novas e Tomar) e assume-se como polo sub-regional face a concelhos vizinhos (Constância, Sardoal, Gavião, Mação, Vila de Rei e Ponte de Sor).

O saldo das deslocações quotidianas entre concelhos por motivo de trabalho e estudo mostra-se algo desfavorável a Abrantes. Não obstante, a cidade posiciona-se como polo terciário no contexto regional e é detentora de uma tradição industrial, em parte diminuída, mas com expectativas de reanimação associadas ao Parque de Ciência e Tecnologia de que dispõe e à existência de espaços já infraestruturados e disponíveis para a instalação de atividades económicas. Há que não ignorar sinais regressivos, mas há sobretudo que tirar partido da sua tradição terciária e das dinâmicas já em curso de dinamização empresarial.

Abrantes evidencia-se também pelos seus valores históricos e patrimoniais (Castelo, Cento Histórico) e pela sua singular relação com o rio Tejo, nomeadamente vistas panorâmicas, atualmente não valorizadas. Há que aproveitar este potencial turístico, com a sua correspondente qualificação e divulgação e com a sua inserção em rede turística mais alargada, que inclua Tomar e Fátima.

A população da cidade encontra-se estabilizada do ponto de vista quantitativo, perspetivando-se um ligeiro crescimento até 2025, similar ao ocorrido na década precedente. Mas continuará a ocorrer um processo de envelhecimento, semelhante ao da generalidade do país. E é de esperar também que a dimensão média da família continue a diminuir.

O núcleo primitivo de Abrantes - Centro Histórico - continua a ser o centro administrativo da cidade, onde se concentra a maior parte do setor terciário e um número significativo de equipamentos coletivos.

Nele ocorre uma tendência regressiva da residência habitual e um maior envelhecimento da população, suscitando o desafio da reabilitação urbana: terciária, habitacional, vivencial e turística.

Localizado no alto da colina, com vistas privilegiadas sobre o rio Tejo e toda a envolvente, há que procurar aproveitar estas vistas numa perspetiva não apenas turística, também de fruição quotidiana.

As articulações funcionais do Centro Histórico com a sua envolvente são ténues, necessitam de ser intensificadas e qualificadas, especialmente a relação com o Hospital/Encosta Sul e com os espaços seminaturais da Encosta do Castelo e do Vale da Fontinha.

Perante uma topografia muito modelada e acidentada, de declives acentuados a norte do Tejo, o processo de crescimento urbano originou partes de cidade que, face à pequena dimensão da cidade e aos desníveis a vencer, se podem considerar relativamente afastadas:

48 I.

 A zona alta (Centro Histórico e Encosta Sul, Barro Vermelho e S. Lourenço) onde ocorre uma ocupação concentrada e tradicionalmente urbana;  A zona baixa a norte (Vale de Rãs, Encosta da Barata, Chainça, Tapadão e Alferrarede) que se caracteriza por grandes manchas habitacionais de baixa densidade;  E a zona sul do Tejo, que inclui o núcleo concentrado do Rossio e a mancha urbano-rural de Arrifana/Fojo.  Cada uma destas zonas, muito distintas entre si, revela alguma desarticulação interna decorrente de um crescimento fragmentado e relativamente disperso.

Este tipo de expansão urbana, observada desde a primeira metade do século XX, apoiou-se num natural estender das infraestruturas pelo território. Verifica-se agora que as infraestruturas instaladas estão em parte subaproveitadas, com muitas folgas para edificar a custo zero. Face a esta realidade há que adotar uma atitude de contenção, que passa pela otimização e qualificação da infraestrutura existente e pela minimização de novas intervenções, que se querem pontuais e estratégicas.

A atitude de contenção é ainda mais reforçada pela evidência de que na cidade existe um excedente de fogos vagos, para além de um elevado número de alojamentos de segunda residência.

Do ponto de vista da estrutura urbana, este tipo de cidade - fragmentada - exige especial reconhecimento das diversas partes de cidade, o reforço da respetiva identidade e a qualificação e/ou criação de centros locais suficientemente atrativos e impulsionadores de dinâmicas de vivência e coesão social (o que em diversos casos não acontece).

A existência de extensos espaços intersticiais não edificados, em torno da zona alta, em toda a zona baixa e ao sul do Tejo, suscita a explicitação de uma rede ecológica que articule usos urbanos com funções agrárias, assumindo a manutenção e harmonização da ocupação urbano-rural, tendo em conta a sua irreversibilidade num horizonte percetível. Para tal haverá que:

 Criar percursos essencialmente pedonais, de uso quotidiano e/ou de lazer e turismo, potenciando pontos de vista, valores paisagísticas e valores patrimoniais;  Estabilizar a existência de áreas agrícolas e florestais intercaladas com usos urbanos, estimulando o seu uso produtivo e articulando-o com salvaguarda ambiental;  Estabilizar as áreas adjacentes das linhas de água e estimular a recuperação de galerias ripícolas, promovendo a conservação do solo e infiltração e depuração da água.

No que respeita à rede viária principal verifica-se que:

 A rede existente a norte do Tejo apenas exige alteração significativa no troço sul da Avenida Farinha Pereira. As demais deficiências são resolúveis com pequenas colmatações e melhorias pontuais em cruzamentos e troços específicos;  A sul do Tejo ocorrem atravessamentos muito penalizadores da ocupação urbana existente, que exigiriam a criação de variantes. Mas há que ponderar a oportunidade de tais investimentos face ao facto de ser uma zona com risco de cheia e face à atual escassez de recursos.

A cidade é servida por linha de caminho-de-ferro com estação principal no Rossio e estação secundária em Alferrarede. Face às dinâmicas recentes de crescimento habitacional e industrial da cidade, essencialmente a norte, e face à localização do Parque de Ciência e Tecnologia, justifica-se o reforço da importância da estação de Alferrarede.

49 I.

O serviço de infraestruturas existente na cidade é genericamente bom, salvo insuficiências pontuais e com exceção das redes de gás natural e de fibra ótica, que ainda servem poucas áreas da cidade.

No que respeita a equipamentos coletivos a cidade encontra-se bem servida, numa perspetiva quantitativa as insuficiências são apenas pontuais. Mas, porque dispersos, nem sempre originam as desejáveis sinergias vivenciais.

A única insuficiência significativa é a dos equipamentos de apoio a idosos, cuja escassez é, aliás, comum a todo o país. Perspetivando-se um aumento significativo da população idosa, este assunto merece uma atenção especial.

A análise da cidade atrás abordada setor a setor, assim como o presente diagnóstico, consideram e articulam-se com o “Modelo concetual/metodológico para elaboração de PU”, apresentado na Figura 20, o qual constitui também ponto de partida para a formulação de Objetivos de desenvolvimento e ordenamento.

Assim sendo, este modelo é já apresentado no capítulo seguinte, no ponto primeiro das propostas do PUA, o da formulação dos objetivos do plano.

50 I.

51 I.

II. O PLANO DE URBANIZAÇÃO

52 I.

15. OBJETIVOS PARA A CIDADE DE ABRANTES

Adotou-se, logo à partida, o “Modelo concetual/metodológico para elaboração de PU” apresentado de forma esquemática na Figura 20.

De notar que este Modelo, constituindo um guião nas fases de análise e de diagnóstico, encerra também objetivos de ordenamento, mesmo que formulados de uma forma ainda genérica.

Figura 20 - Modelo concetual/metodológico para elaboração de PU

Aplicável à generalidade das cidades portuguesas (e não só), este modelo mereceu a concordância da Presidente da Câmara, nomeadamente quanto a esses objetivos genéricos:

 Atitude de contenção edificatória, diminuindo as áreas urbanizáveis e procurando o aproveitamento das infraestruturas e dos edifícios existentes;  Aposta na reabilitação e qualificação urbana, com respeito pela identidade e pela morfologia de cada parte da cidade;  Explicitação, melhor articulação e qualificação da rede estruturante da cidade, integrada essencialmente por rede de mobilidade, estrutura ecológica e polos vivenciais.

Os objetivos a seguir expressos desenvolvem e concretizam estas opções iniciais.

Para além disso, decorrem diretamente do diagnóstico formulado, mais não sendo, como se verá, do que um enunciado sistematizado de programas a desenvolver para ultrapassar as deficiências detetadas e para o aproveitar de potencialidades, adotando uma atitude de contenção e de aproveitamento de recursos.

53 I.

Os objetivos formulados, que nortearam em absoluto as propostas do PUA, são os seguintes:

a. Criação/qualificação de rede articuladora das várias partes da cidade e dos principais equipamentos existentes: a1. Rede viária estruturante, exigindo pequenos acrescentos relativamente à existente. a2. Criação/qualificação e dinamização de percursos pedonais e lúdicos e de zonas verdes, associados a proteção e qualificação ambiental e a promoção turística.

b. Reabilitação urbanística, social e económica do centro histórico e valorização das encostas envolventes: b1. Constituição de “área de reabilitação urbana”, para o efetivo uso e reabilitação das edificações existentes, para o reforço de funções centrais e com vista à sua animação vivencial. b2. Explicitação e criação de percursos pedonais, lúdicos e turísticos, articulando espaços públicos centrais, o castelo e pontos de vista sobre o Tejo. b3. Qualificação do acesso ao centro histórico e da sua relação com a envolvente, nomeadamente com o hospital e com o Vale da Fontinha.

c. Estabilização e qualificação das diversas áreas da cidade: c1. Qualificação dos tecidos urbanos e aproveitamento das infraestruturas existentes, evitando expansões desnecessárias. c2. Estabilização e valorização das áreas agrícolas e florestais integradas na cidade, com promoção ou restabelecimento de conetividade ecológica e mitigação de riscos naturais.

d. Reforço, qualificação e animação de centros locais: d1. Reforço ou criação de áreas específicas, uma em cada parte da cidade, com concentração de terciário, equipamentos e espaços públicos qualificados. d2. Dinamização de eventos sócio/culturais, suscitando dinâmicas de vivência local e processos participativos, organizadas em rede e visando o reforço da coesão social entre as diversas partes da cidade.

e. Reforço do Tecnopolo e da Área Empresarial: e1. Desenvolvimento do Tecnopolo, articulando instalações físicas e dinâmica imaterial (formação e inovação). e2. Melhoria da acessibilidade rodoviária, ferroviária e pedonal. e3. Desenvolvimento da área empresarial.

54 I.

16. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL

16.1 Área de Intervenção

O perímetro de intervenção do PUA difere do delimitado no plano que vem substituir. A área que abrange é bem maior, não obstante ter excluído os núcleos edificados de Abrançalha de Baixo e do sul da Arrifana e não obstante a edificabilidade e a dimensão de solo urbano terem diminuído significativamente A explicação para esta alteração consta logo no início do Regulamento, quando este, ao abordar ”âmbito e objetivos” da área abrangida, explicita que: - “O Solo Urbano delimitado pelo PUA é o necessário e o suficiente para assegurar o desenvolvimento edificatório e económico da Cidade”, tendo “como objetivos: o fomento da regeneração urbana; a estruturação da Cidade; a colmatação urbana indispensável à ocupação existente e à estruturação pretendida”. - “O Solo Rústico abrangido pelo PUA é o necessário para estabelecer uma intervenção integrada de ordenamento, assegurando serviços do ecossistema, componentes do bem-estar humano”, tendo “como objetivos: a proteção de valores ambientais e paisagísticos; a produção de externalidades positivas para a generalidade da Cidade, de natureza ambiental e de natureza económica; o fomento do potencial económico próprio, articulando produção primária com atividades recreativas de âmbito ambiental, pedagógicas, de hotelaria e de produção de eventos.”.

O PUA abrange, conforme estabelece a nova Lei de Bases, as áreas envolventes do núcleo central da Cidade de Abrantes que estão “total ou parcialmente urbanizadas ou edificadas”, sem prejuízo de ter classificado algumas delas como rústicas (“de edificação dispersa”). Abrange também, conforme RJIGT, artigo 98.º, 2, b), “os solos rústicos complementares necessários para estabelecer uma intervenção integrada de planeamento”.

Destas orientações e opções resultou a delimitação adotada, a qual corresponde a uma área de intervenção com um total de 2.921 ha, essencialmente localizada na Margem Norte do Rio Tejo, referenciada ao Centro Histórico e Castelo de Abrantes, mas abrangendo também a área envolvente do Rossio de Abrantes, na Margem Sul. Na Margem Norte é limitada, a norte pela A23, a este pela Ribeira de Alferrarede e a oeste pela Ribeira da Abrançalha. Na Margem Sul os limites são as vertentes do Rio Torto, a poente e a Ribeira de Fernão Dias, a nascente, sendo que a sul o limite coincide com o espaço canal reservado para possível (e desejável) variante à EN118.

Os limites adotados correspondem então, quase todos eles, a realidades físicas muito expressivas, nomeadamente linhas de água e autoestrada. Apenas a sul, não existindo atualmente limite percetível, se recorreu ao traçado da referida variante, a qual contém no essencial a ocupação dispersa existente de Arrifana e Coalhos. A alteração de limites relativamente ao plano anterior traduz-se então, sobretudo, em significativa inclusão de solo rústico (já classificado como rural no PDM), assegurando uma intervenção integrada de ordenamento.

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Figura 21 - Limite da área de intervenção I.

16.2 Princípios e metodologias adotados

A organização territorial expressa na planta de zonamento e, de forma mais esquemática, na Figura 22, corresponde ao Modelo adotado e aos objetivos formulados. Em concreto:  Estabelece corredores ecológicos muito expressivos, visando o restabelecimento de conetividade ecológica e a mitigação de riscos naturais.  Adota uma atitude de contenção edificatória, admitindo pouco mais do que o preenchimento de vazios correspondente ao aproveitamento das infraestruturas disponíveis.  Promove, no essencial, a estruturação da ocupação existente, articulando rede rodoviária estruturante, percursos pedonais em contexto lúdico e polos de vivência local.  Reduz a expansão urbana à colmatação indispensável para a melhoria da conetividade (funcional, percetiva e vivencial) dessa articulação estruturante.

Adota-se então uma Matriz Estruturante, que articula corredores ecológicos, rede viária e partes de cidade, cada uma delas com os seus polos vivenciais (centralidades).

As realizações propostas e detalhadas pelo plano correspondem, na sua maioria, à melhor explicitação, colmatação e qualificação desta matriz.

No Zonamento estabelecido:  Consideram-se, como é habitual, espaços urbanos consolidados e a consolidar/colmatar.  Perspetiva-se, com mais desenvolvimento que o habitual, a ocupação dos espaços agrícolas e florestais, articulando funções produtivas com ambientais. Assumem-se como fazendo parte da atual ”cidade alargada”, tendo por isso funções específicas, algumas delas criadoras de externalidades positivas.  Assumem-se, ainda, espaços urbano/rústicos, estabelecendo para eles uma regulamentação que pode ser considerada inovadora. Obrigados por lei a uma classificação dicotómica, surgem integrados em duas categorias de espaço, uma urbana e a outra rústica.

Confrontaram-se edifícios existentes e capacidade, numa perspetiva edificatória, das infraestruturas instaladas.

Neste confronto entre Infraestrutura e Edificabilidade existentes utilizaram-se ferramentas em construção que nos permitem identificar potencialidades edificatórias a custo zero de infraestrutura.

Os números obtidos reforçam muito a opção inicial de reabilitação e de aproveitamento do existente e de redução da colmatação ao indispensável.

Sendo o PUA plano zonamento, nem por isso deixou de se preocupar com a Forma Urbana, o que faz através de:  Delimitação de espaços decorrente de análise morfotipológica e regulamentação que a respeita e dignifica.  Programas específicos, orientadores de forma, nas propostas de colmatação estruturante.

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Figura 22 - Matriz de Ordenamento da cidade de Abrantes I.

16.3 Matriz de Ordenamento

Representada na Figura 22, a Matriz de Ordenamento proposta integra, com já se referiu, Corredores Ecológicos, Rede Viária (incluindo rede rodoviária e rede pedonal) e Unidades Territoriais, com os correspondentes Polos vivenciais.

16.3.1 Corredores Ecológicos

Articulam-se, nas propostas do PUA relativas a corredores ecológicos, orientações decorrentes do PROTOVT e do PROF-Ribatejo com abordagens mais pormenorizdas, partindo da cidade existente. Face à atual ocupação do solo - áreas edificadas e rodovias, tipologias dos sistemas agrários e florestais – e baseados em literatura2, optou-se por rever os referenciais quantitativos para a delimitação de corredores ecológicos estruturais. Nalguns casos esses referenciais são aumentados com áreas cuja ocupação adjacente seja promotora de conetividade ecológica. Noutros casos, face à atividade agrícola instalada, reduziu-se a dimensão dos corredores à galeria ripícola.

Para além desta abordagem estritamente ecológica, perspetivaram-se também estes corredores como possíveis elementos de estruturação urbana, nalguns casos funcionando como limite, noutros casos como percurso, noutros apenas como área de potencial lúdico ou de qualificação ambiental.

Assumem-se assim, os seguintes corredores ecológicos:

 Corredor do Tejo – Corredor ecológico principal, que em situação ótima, para passagem de mamíferos de médio porte, apresenta 450m de largura (150m de galeria ripícola e 300m de encosta, que inclui 100m de orla). Aumenta quando confrontado com talvegues e encostas contíguos a espaço urbano, nomeadamente na área envolvente ao Castelo de Abrantes. Se adjacente a área agrícola intensiva, o que não é frequente: a largura reduz-se para 46m (30m de galeria ripícola e 16m de orla); mas, em baixas aluvionares, acrescem valas de drenagem de 12m de largura (6m com vegetação herbácea e arbórea e 6m de faixa não cultivada) para minimização da contaminação das massas de água.  Corredor S. Lourenço/Vale de Rãs/Nó do Olival/Tejo – Corredor apenas complementar na perspetiva ecológica, é da maior importância para a cidade, porque procura articular mitigação de riscos de inundações com espaços verdes públicos, sendo em grande parte percorrido por percurso pedonal estruturante. Integra o Parque de São Lourenço, a área da Samarra que se pretende florestada, o Parque de Vale de Rãs e o espaço rústico que enquadra a linha de água que desagua no Tejo.  Corredores do Rio Torto e da Ribeira de Alferrarede – Corredores ecológicos secundários, com 150m de largura (50m de galeria ripícola e 100m de agricultura de conservação) apresentam-se em boa situação na maioria da sua extensão na área do PUA, constituindo passagem para aves, répteis e plantas.  Outros corredores ecológicos complementares – Associados a linhas de água, visando a salvaguarda do sistema hidrológico e do solo, têm largura de 46m (30m de galeria ripícola e 16m de orla). No Vale da Fontinha acresce a intenção de instalar percurso lúdico pedonal entre o Centro Histórico e o Tejo.

2 Adotam-se, para tal, critérios baseados em Environmental Law Institute (2003) – Conservation Thresholds for Land Use Planners, Washington, http://www.eli.org

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Figura 23 - Corredores Ecológicos I.

16.3.2 Rede Viária

Ao abordar a rede viária, importa distinguir a rodoviária e a pedonal. Ambas estruturantes da cidade e com alguma articulação entre si, desempenham de facto, nas propostas do PUA, funções bastantes distintas.

A rede rodoviária estruturante integra, conforme as funções desempenhadas pelas vias que a constituem:  Vias Estruturantes de Nível 1, as que desempenham funções de atravessamento, compatibilizadas, quando a ocupação marginal o justifique, com funções de distribuição principal.  Vias Estruturantes de Nível 2, as que cumprem funções de distribuição principal, por vezes compatibilizadas com funções de atravessamento.  Vias Estruturantes de Nível 3, com funções de distribuição.

A demais são consideradas Vias Locais, tendo funções de organização do tecido urbano e de acesso a prédios.

Em conformidade com as opções de partida, as propostas do PUA assentam no aproveitamento das infraestruturas instaladas no território, reduzindo os novos investimentos ao indispensável. Correspondem, quase sempre, a qualificações pontuais ou à criação de novos troços de curta extensão que, articulando-se com as vias existentes, melhoram significativamente o funcionamento da rede atual.

A exceção é a da reserva de um canal na margem sul para desvio de tráfego, em grande parte de pesados, que atravessam o aglomerado urbano do Rossio. Mas corresponde apenas a uma atitude de cautela, a realizar se e quando as Estradas de Portugal o julguem possível.

As propostas são detalhadas, uma a uma, no ponto 3.1. Referem-se aqui, em síntese:  Na zona a norte do Eixo Terciário/Rodoviário (que integra a Av D. João I) uma dúzia de pequenos novos troços viários, de hierarquia diversa, que irão constituir uma malha reticulada e percetível, suprindo deficiências atuais.  Na encosta que integra o Bairro Vermelho, uma sequência de troços viários locais constituirá em grande parte limite urbano e articulará entre si equipamentos e zonas habitacionais que hoje são beco.  Na Encosta Sul, pequenos troços garantirão ligação entre as diversas plataformas, vencendo a encosta.  No Rossio, variante de pequena dimensão resolverá os atravessamentos mais agressivos, antecipando solução de futuro que se afigura incerta.

A rede pedonal percorre corredores ecológicos e áreas centrais, articulando as grandes áreas de verde público da cidade e integrando-se no percurso do Tejo. Trata-se, na maioria, de percursos não existentes, totalizando cerca de 22 km, que poderão ir sendo concretizados por troços. Servem nalguns casos deslocações quotidianas, mas sobretudo lúdicas e turísticas, tirando partido das magníficas vistas sobre o Tejo e da mistura urbano/rústica que carateriza a cidade.

Destacam-se os principais percursos:  Na direção norte/sul, subindo e descendo as encostas (Tejo/Centro Histórico/Nó do Olival) percurso panorâmico, quase todo em contexto verde, integrando Aquapolis, Vale Fontinha e Encosta do Castelo.  Alternativo a este, o velho percurso medieval, integrando a Rua da Barca e a Rua 5 de Outubro de 1910.  Na direção nascente/poente, a norte, um percurso que liga Estação de Alferrarede ao Nó do Olival, seguindo então o corredor ecológico que integra os parques de Vale de Rãs e de São Lourenço.

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Figura 24 - Rede Viária I.

16.3.3 Unidades territoriais e Polos vivenciais

Em conformidade com a Matriz de Ordenamento adotada, considerou-se útil identificar as diferentes partes que constituem a cidade (Unidades Territoriais de Base), com vista à intensificação da vivência local e como referencial para o reforço ou criação de centros locais.

A divisão da cidade em partes foi realizada logo no início do trabalho, com base em conhecimento empírico, tendo servido de base à recolha e tratamento de informação estatística. Em consequência, traduziu-se em limites exatos, coincidentes com os de subseções estatísticas.

As Unidades Territoriais constantes na Figura 25 apresentam limites esquemáticos, reveladores da sua verdadeira natureza. Coincidem, no essencial, com as limitadas inicialmente, não obstante pequenos ajustes cartográficos e toponímicos.

Os Polos Vivenciais considerados organizam-se em rede, cuja articulação é assegurada pelas redes rodoviária e pedonal. Integram:  O Centro da Cidade;  O Eixo Terciário (Avenida D. João I/ Polo Tecnológico);  Os Centros Locais previstos para cada uma das Unidades Territoriais.

A lista das Unidades Territoriais e os correspondentes Polos vivenciais constam na Figura 24 e no quadro seguinte.

Quadro 8 - Unidades Territoriais / Polos

Unidades Territoriais Polos

A – Centro da Cidade Polo Central B – Alferrarede Eixo Terciário; Rua do Comércio C – Av. D. João I / Encosta da Barata Eixo Terciário; Polo local E. Barata D – Alferrarede Velha Polo local Alferrarede Velha E – Zona Industrial Polo Tecnológico; Polo local Olho-de-boi F – Tapadão / Chainça Polo local Olho-de-boi; Polo local Chainça G – Chainça / S. Lourenço Polo local Arca de Água H – S. Lourenço / Barro Vermelho Polo local Casal da Preta I – Encosta Sul Polos locais Av. D.ª Leonor J – Rossio ao Sul do Tejo Polo local Rossio K – Arrifana / Fojo Polo local Arrifana

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Figura 25 - Unidades territoriais e Polos vivenciais I.

16.4 Zonamento

16.4.1 Visão global (conceptual e quantitativa)

Apresenta-se, no quadro seguinte, a listagem das categorias de solo constantes no PUA e a área ocupada por cada uma, em ha, e em % relativa aos 2.824 ha que são abrangidos pelo Plano.

Estas categorias estão conforme Planta de Zonamento e Regulamento do PUA, obedecendo à dicotomia urbano- rústico imposta pelo quadro legal em vigor.

Quadro 9 - Classes, categorias de solo no PUA e respetivas áreas

Solo Urbano Solo Rústico Área Área Categorias de espaços Categorias de espaços ha % ha % Espaços Canais 15 1 Espaços Canais 33 2 Espaços Centrais 50 4 Espaços Rurais de Conservação 551 34 Espaços de Uso Especial 164 14 Espaços Agrícolas 423 26 Espaços para Atividades Económicas 169 14 Espaços Florestais 259 16 Espaços Residenciais 292 24 Outros Espaços em Solo Rústico 12 1 Verde Urbano 162 14 Espaços Urbanos de Baixa Densidade 345 29 Espaços Rurais de Edificação Dispersa 349 21 TOTAL 1.197 100 TOTAL 1.627 100

O conteúdo do zonamento do PUA será, contudo, melhor percecionado através da Figura 26, na qual se identificam zonas traçadas de forma muito mais sintetizada e reportadas aos seguintes usos:

- Urbano Consolidado e a Consolidar/Colmatar 558 ha (19,7 %) - Industrial 183 ha (6,5 %) - Urbano/Rural 822 ha (28,9 %) - Agrícola ou Florestal 1276 ha (44,9 %)

Estas macrozonas são abordadas nos pontos seguintes, explicitando as subcategorias que as integram e explicando ou salientado aspetos mais relevantes relativos à sua delimitação ou à regulamentação que lhes é aplicável. Zonas de Urbano Consolidado e a Industrial são tratadas no mesmo ponto.

De destacar, desde já:  Um zonamento que exprime, no essencial, a ocupação existente, adotando uma atitude de contenção edificatória, salvo em casos pontuais de colmatação associada a reforço da rede estruturante da cidade.  O reconhecimento da existência, de facto, de zonas de edificação dispersa, aqui designadas Urbano/Rústicas, que como tal são assumidas e que, como tal, se pretendem ordenar.  A dimensão quantitativa e, como se verá, a importância atribuída às “Áreas Agrícola e Florestais da Cidade”, que se considera fazerem parte da atual “cidade alargada”.

Confrontando as categorias de solo formalizadas no PUA com o macrozonamento da Figura 26 logo se conclui que algumas categorias se implantam de forma transversal.

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Figura 26 - Zonamento simplificado I.

É claramente o caso dos Espaços Canais, os quais incluem Rede Rodoviária, Rede Pedonal (em parte associada a Corredores Ecológicos) e Rede Ferroviária. Já foram abordados no ponto 16.3.2. por fazerem parte da Rede Estruturante que integra a Matriz de Ordenamento adotada.

É ainda o caso dos Espaços Centrais (também já referidos, neste caso em 16.3.3, por também fazerem parte dessa Matriz de Ordenamento), dos Espaços de Uso Especial e do Verde Urbano. Mas estas três categorias ocorrem sobretudo no Urbano Consolidado e a Consolidar/Colmatar, pelo que delas falaremos no ponto seguinte.

16.4.2 Urbano Consolidado e a Consolidar/Colmatar

O Urbano Consolidado e a Consolidar/Colmatar corresponde a áreas urbanizadas e edificadas, totalmente, ou em grande parte. Estas áreas são sujeitas à normativa habitualmente aplicada em espaços urbanos, incidindo sob usos e edificabilidade. São áreas a conservar e qualificar, mas também a colmatar, através de edificação pontualizada e através de pequenos loteamentos, visando a continuidade e articulação do tecido urbano.

As categorias do solo urbano são citadas no Quadro 9, referindo-se aqui as respetivas subcategorias e acrescentando-se alguns comentários relevantes:

No Urbano Consolidado e a Consolidar/Colmatar concentram-se, com se referiu, categorias de solo transversais, desde logo a dos Espaços Canais e também:  Os Espaços Centrais, que integram o Centro da Cidade, Grandes Superfícies (quase todas associadas ao Eixo Terciário), Espaços Terciários Tipificados (na sua grande maioria localizados em Centros Locais) e ainda Espaços Terciários Não Tipificados (que correspondem a preexistências ou locais específicos e notórios, cada um deles sujeito a programa urbanístico próprio). O Centro da Cidade e Eixo Terciário localizam-se no Urbano Consolidado; os demais servem também o Urbano/Rural.  Os Espaços de Uso Especial, que incluem Equipamentos e Infraestruturas, cada zona com programa próprio, e ainda a subcategoria de Outros, destinados estes a usos muito específicos, com impacto na organização ou funcionamento da cidade, como são os casos do Castelo ou da Escola Prática de Cavalaria.  O Verde Urbano, que inclui Verde Público, Verde de Proteção e Quintas. Integra, na maioria dos casos, os corredores ecológicos que estruturam a cidade a que já se fez referência em 16.3.1.

Sendo que as categorias já citadas são estruturantes do território, as categorias que a seguir se referem são as quantitativamente dominantes, em Abrantes como em qualquer cidade:  Os Espaços Residenciais, os quais surgem subdivididos em função das respetivas cateterísticas morfotipológicas, identificando-se Núcleos Antigos, Moradias Isoladas, Moradias em Banda, Edifícios Coletivos com Logradouro e Edifícios Coletivos sem Logradouro. Pretende-se, em todos eles, respeitar, qualificar e acentuar as respetivas características. Acresce uma área, a Encosta Sul, muito infraestruturada mas pouco edificada, para a qual é estabelecida uma morfologia de referência e se recomenda plano de pormenor.  Espaços para Atividades Económicas, que incluem o Polo Tecnológico, a grande Área Industrial assinalada na Figura 26 e ainda Atividades Pontualizadas já existentes. A Área Industrial encontra-se muito infraestruturada, mas ainda não muito edificada, sendo o acréscimo de edificabilidade admitido superior ao existente.

67 I.

16.4.3 Urbano/Rústico (enquadramento)

Não constituindo classe de espaço no quadro legal em vigor, mesmo assim se entendeu indispensável que fosse assumido e, como tal, estabilizado e qualificado.

O Urbano/Rústico integrou-se, então e para tal, em duas categorias de espaço, uma delas urbana (Espaços Urbanos de Baixa Densidade) e a outra rústica (Espaços Rurais de Edificação Dispersa).

Os Espaços Urbanos de Baixa Densidade são “dominantemente constituídos por prédios com edificação e possibilidade de utilização agrícola, marginados por arruamentos infraestruturados”, sendo que neles:  Não é permitida a abertura de novos arruamentos.  O fracionamento exige lotes com frente ≥ 15m e deve integrar faixa no tardoz destinada a funções essencialmente agrícolas.  A edificabilidade é reportada à frente do lote (≤ 16m2 de ac/m de frente).

Os Espaços Rurais de Edificação Dispersa “são constituídos por prédios de uso rústico pontuados por edifícios” sendo que neles:  Não é permitida abertura de novas vias ou novas infraestruturas, prevendo-se um nível de serviço de infraestruturas inferior ao das áreas urbanas.  No fracionamento admitido cada prédio deve ter área ≥ 5000m2.  Em cada prédio é admitida edificação, mas com dimensão limitada (250m2 ou índice de utilização ≤ 0,06m2 de ac/m2).

De notar que a generalidade destas áreas, as urbanas como as rústicas, eram classificadas no anterior Plano como urbanas, com os habituais índices de utilização. Assim sendo, a adoção destas categorias e a correspondente regulamentação traduzem:  Por um lado, uma diminuição muito significativa da anterior edificabilidade.  Por outro, a intenção de estabilizar estas áreas, sublinhando e mantendo a sua realidade urbano/rústica, permitindo novas edificações quando correspondam ao aproveitamento das infraestruturas existentes e, como se poderá verificar pelas intervenções para elas propostas, dignificar as suas funções e qualificar a vivência de quem nelas habita.

68 I.

16.4.4 Áreas agrícolas e florestais “da cidade”

A atitude de partida é a de considerar que cada “cidade alargada” integra os seus espaços agrícolas e florestais.

Estes espaços têm diversos usos potenciais, desde logo produtivos: agricultura de proximidade e tradicional, atividades de natureza, ações pedagógicas, hotelaria, espaços de eventos. Produzem, também, externalidades ambientais positivas, articuladas com serviços dos ecossistemas: amenização climática; infiltração e fitodepuração de águas pluviais; manutenção do solo (mitigando fenómenos de erosão, deslizamento de vertentes e contaminação); qualificação da paisagem, através de efeito cénico, originando bem estar psicológico à população. E podem integrar, ainda, rede estruturante de cidade, se utilizadas como fronteiras entre partes e/ou como suporte para percursos pedonais.

As propostas de PUA visam aproveitar todos estas potencialidades, assumindo como “espaços agrícolas e florestais da cidade” os vales que a penetram e as encostas que a envolvem, o que se traduz em área de dimensão muito significatiava, 44,9% da integrada no PUA.

Já atrás se abordou a importância que se atribui a estas áreas, quando se explicitaram os corredores ecológicos, assumidos como parte integrante da Matriz de Ordenamento da cidade de Abrantes.

Referem-se, agora, as categorias e subcategorias de espaço presentes na Planta de Zonamento:  Espaços de conservação, que correspondem aos referidos corredores ecológicos, sendo áreas com valor ambiental, que incluem as galerias ripícolas, os espaços agrícolas de conservação e os espaços florestais de conservação. Para o conjunto destes espaços são estabelecidas normas de mobilização de solos, orientações de arborização e manutenção, bem como, os elementos formais de divisão de parcelas. Admite-se edificabilidade muito baixa, desde que associada a atividades recreativas e de ações pedagógicas, ou de aproveitamento turístico de quintas existentes.  Espaços agrícolas, destinados à agricultura e que incluem: os espaços agrícolas de policultura, muito associados ao urbano/rústico e tendo ainda importantes funções ambientais; os espaços de agricultura intensiva, correspondentes às baixas planas e aluvionares em parcelas de dimensão significativa. Nestes últimos, há que sublinhar a necessidade do controlo da emissão de nitratos, fosfatos e pesticidas para o meio, em especial para as massas de água.  Espaços Florestais, destinados à silvicultura e que incluem: os espaços florestais de baixa combustibilidade, destinados a floresta mista e com função cumulativa de defesa das áreas urbanas contra incêndios florestais; os espaços de produção, cujo principal objetivo é a produção lenhosa.

Não integrados nestas categorias, há que referir duas zonas para as quais se prevê ocupação florestal e que são muito sensíveis para a cidade, do ponto de vista ambiental:  A Encosta do Castelo, classificada como “verde urbano de proteção”, marcante na imagem da cidade, necessitando de ser estabilizada e reflorestada.  A área da Samarra, classificada como Espaço Rural de Edificação Dispersa, onde existe e se admite ainda alguma pouca edificação, mas que se pretende seja florestada, para manutenção do solo e infiltração de água, acautelando problemas no eixo que integra o Nó do Olival.

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Figura 27 - Solo Rústico, zonamento I.

16.5 Infraestruturas e edificabilidade

Contenção edificatória, regeneração urbana, aproveitamento dos edificios e das infraestruturas existentes foram, desde o início, objetivos do PUA.

Para validar esta opção foi necessário confrontar prospectivas demogáficas e edificatórias com capacidades instaladas, nomeadamente edifícios disponíveis e capacidade das insfraestruturas.

16.5.1 Infraestrutura existente

Procurou-se então conhecer a capacidade das infraestruturas instaladas - rede viária (considerando funções pedonais, circulação automóvel e estacionamento), rede de água, rede de saneamento, rede elétrica (de baixa tensão e de iluminação pública) – confrontando-a com a carga correspondente aos edifícios que dela se servem.

Numa primeira fase desta tarefa, aplicando uma Metodologia que a Equipa tem vindo a desenvolver para o efeito, foi possível identificar “carências” e “folgas” por confronto direto entre infraestrutura instalada e carga edificatória que em cada troço a ela se reporta (ver Capítulo I.12).

Foram detetadas “Carências” de espaço público que já se esperavam e que correspondem, no essencial, aos núcleos antigos e às vias de tráfego de passagem que atravessam a aglomeração urbana da margem sul.

Foram encontradas “Folgas” em cerca de 50% da rede existente, estando traduzidas no quadro seguinte. De tal quadro se conclui existir uma folga, a custo zero de infraestruturas, para cerca de 4.000 novas unidades funcionais (fogos ou equivalente). Considerando as vias nas quais apenas se verifica ausência de uma das três infraestruturas consideradas, essa folga aumenta para cerca de 6.000 unidades funcionais.

Quadro 10 - Folgas da infraestrutura existente face à edificabilidade existente

Unidades Funcionais Troços Folgas Margem Margem Margem Margem Total Total Norte Sul Norte Sul 492 125 617 Total 6079 1890 7969 (60 Km) (19 Km) (79 km) A custo zero 319 67 386 (com rede de água, saneamento e 3593 637 4230 (37,4 Km) (6,8 Km) (44,2 Km) eletricidade) Com 2 das infraestruturas 113 47 160 1504 1176 2680 consideradas (14,1 Km) (11,0 Km) (25,1 Km) Com 1 das infraestruturas 51 11 62 820 78 898 consideradas (6,4 Km) (1,5 Km) (7,9 Km) 9 9 Sem infraestruturas 161 - 161 - (1,9 Km) (1,9 Km)

Está-se pois, iniludivelmente, numa situação de grande “folga”, o que recomenda total contenção no estender de infraestruturas. Tal não significa investimento zero neste domínio. Mas significa, sem dúvida, reduzi-la ao indispensável para a qualificação do existente, nomeadamente para aumentar a funcionalidade e coerência das redes estruturantes.

71 I.

16.5.2 Edificabilidade existente/proposta

O exercicio foi continuado, passando a uma segunda fase, na qual continuou a ser considerada a infraestrutura disponível, mas também e principalmente as propostas do PUA (Zonamento e Regulamento), propostas muito assentes nessas existências.

Em consequência, foram eliminadas as áreas que, por qualquer razão pertinente, foram consideradas como não aedificandi e foi considerada para cada zona a normativa urbanística aplicável, elaborada no respeito pelas morfotipologias dominantes. No Urbano Consolidado foi contabilizada, portanto, não apenas a edificabilidade correspondente a novos edifícios que irão utilizar a infraestrutura existente, mas também a decorrente de pequenos loteamentos de colmatação do tecido urbano.

Esta metodologia conduziu aos resultados constantes nos quadros seguintes, um deles relativo a áreas dominantemente residenciais e o outro a áreas destinadas a atividades económicas.

Quadro 11 - PUA, espaços dominantemente residenciais Área bruta 2 Acréscimo de ABC admitida (m ) Acréscimo de Unidades de Zona construção funcionais Em terrenos Em terrenos unidades existente existentes Total infraestruturados a urbanizar funcionais (m2) Centro da Cidade (T0) 191.132 1.274 0 0 0 0 Zonas Residenciais (R0) 544.145 3.628 72.596 18.924 91.520 610 Zonas Residenciais (R1) 341.369 1.422 134.249 38.902 173.151 721 Zonas Residenciais (R2) 39.505 165 16.151 13.228 29.379 122 Zonas Residenciais (R3) 216.459 1.443 84.657 57.102 141.758 945 Zonas Residenciais (R4) 312.620 2.084 37.264 5.408 42.672 284 Zonas Residenciais (R11) 39.072 260 115.806* 18.830 134.636 898 Espaços Urbanos de Baixa Densidade 481.899 2.008 306.936 0 306.936 1.279 (UBD) Espaços Rurais de Edificação Dispersa 140.337 468 58.590 0 58.590 195 (RED) TOTAL 2.306.538 12.752 826.248 152.394 978.642 5.055 * Considerou-se que 2/3 da área ocupada por R11 corresponde a "terreno infraestruturado", sendo a restante área "a urbanizar".

Quadro 12 - PUA, espaços para atividades económicas

Área bruta de Acréscimo de ABC admitida (m2) Zona construção Em terrenos Em terrenos a Total existente (m2) infraestruturados urbanizar Polo Tecnológico (A1) 17.540 61.666 0 61.666 Zonas industriais (A2) 153.237 256.563 101.779 358.341 Atividades pontualizadas (A3) 64.791 24.479 0 24.479 Espaços de grandes superfícies comerciais (T1) 48.321 31.535 0 31.535 Espaços terciários não tipificados (T11 a T17) 13.464 36.578 0 36.578 TOTAL 297.353 410.821 101.779 512.599

72 I.

Justifica-se uma primeira nota, a de que a Metodologia utilizada é validada por outra informação disponível, a relativa ao número de fogos registados no Censo do INE. Os fogos recenseados na cidade em 2011 foram 10.257; as unidades funcionais agora calculadas para as zonas de edificação dominantemente residencial foram 12.752; tal traduz a presença nestas áreas de funções não habitacionais ocupando 20% do edificado, número que se afigura conforme conhecimento empírico de que se dispõe.

Tirando então conclusões relativas à edificabilidade:  Existindo na cidade uma área bruta de construção (ac) de 262 ha, a admissibilidade edificatória do PUA é de 149 ha, o que se traduz em 57% do existente, percentagem que apresenta significativa variação entre áreas sobretudo residenciais e áreas para atividades económicas.  Nas áreas de uso dominantemente residencial a ac existente é de 231 ha, sendo o acréscimo de edificabilidade admitido de 98 ha (42%), o que corresponde a 5.000 unidades funcionais, incluindo 4000 fogos.  Nas áreas para atividades económicas a ac existente é de 30 ha e o acréscimo de edificabilidade admitido de 51 ha, ultrapassando muito o existente. Este facto reflete investimentos municipais recentes com a infraestruturação de uma grande zona industrial.

16.5.3 Nota reflexiva

O percurso percorrido é extremamente elucidativo da problemática edificatória presente na cidade de Abrantes, que se pensa comum ao da grande maioria das cidades portuguesas.

O PUA foi elaborado na opção, logo inicial, de forte contenção edificatória comparativamente ao que fora praticado nas últimas décadas:  Diminui o perímetro urbano, criando Áreas de Edificação Dispersa, de densidade edificatória muito baixa.  Cria Áreas Urbanas de Baixa Densidade, onde apenas é permitida edificação ao longo dos eixos infraestruturados existentes.  Reduz a expensão urbana à colmatação indispensável para uma melhor estruturação da cidade.  Utiliza para o Urbano Consolidado e a Consolidar índices edificatórios correntes, mas relativamente baixos.

Não obstante, raciocinando apenas para o alojamento, por apenas para ele dipormos de dados estatísticos relevantes:  Perante o existente, mesmo com estas opções do PUA, o acréscimo edificatório admitido é ainda de 4000 fogos.  Existiam na cidade de Abrantes, em 2011, 1.746 alojamentos vagos.  Existiam na cidade de Abrantes, em 2011, 7.301 famílias.  Considerando 50% dos fogos vagos e 50% da admissibilidade edificatória, o seu somatório ainda seria de 2873, o que, comparado com o número de famílias, corresponderia a um acréscimo de 40%.  Adotando atitude de otimismo moderado (ver Capítulo I.7), o crescimento previsto para as famílias é de 12%.

Este raciocínio não nos convida, necessariamente, a rever as opções que foram sendo adoptadas na elaboração do PUA, desde logo porque este excesso é pequeno quando comparado com as demais situações, e ainda porque – vale a pena repeti-lo – a atitude adotada foi a da máxima contenção possível, sem abandono do existente e sem desistir de estruturar e qualificar a cidade.

O que estes números nos confirmam, desde logo, é a necessidade de contenção. Põem em evidência, além disso, que a

73 I. edificabilidade do PUA corresponde apenas a uma colmatação admissível, que poderá ir ocorrendo de forma casuística, não necessariamente desejada e muito menos previsivel. E confirma que as grandes apostas da intervenção municipal têm que incidir, sem qualquer dúvida:  Na regeneração urbana, assumida, como desígnio generalizado e incidindo especialmente nas áreas que, na perspetiva do funcionamento global da cidade, mais o justifiquem.  No desenvolvimento de operações estratégicas, as identificadas como necessárias para uma melhor estruturação da cidade.

16.5.4 Dimensionamento das novas infraestruturas

O PUA busca, então, um equilíbrio funcional entre serviço de infraestruturas e edificabilidade. A proposta de novas infraestruturas é reduzida, face à folga existente, salvo no que respeita à rede pedonal, que se pretende implantar (ver ponto 17.2).

Também o dimensionamento dessas poucas novas infraestruturas - tal como o dos equipamentos e das zonas verdes - procura esse equilíbrio funcional, não acolhendo a portaria 216-B/2008 (que deixará de ter aplicação na área do PUA), estabelecendo dimensionamentos em função de usos e morfotipologias existentes e propostos, suportando-se para tal na investigação “Ocupação Dispersa, Custos e Benefícios à Escala Local”, coordenada por Jorge Carvalho e publicada pela DGT, em 2013.

74 I.

16.6 Regulação variável, orientando a forma urbana

Um plano de urbanização é, pelo seu enquadramento legal, um plano zonamento. Assumindo essa tipologia, o conteúdo do PUA aproxima-se de plano estratégico (estabelecendo programas e orientações executórias) e a sua atitude reguladora aproxima-se por vezes do plano desenho, orientando a forma urbana.

O conteúdo programático tem expressão evidente nas fichas relativas a Operações Estratégicas, que surgem anexas ao Regulamento e cuja natureza é orientadora.

O Regulamento incide, como é habitual em planos zonamento, na regulação do uso do solo e da carga edificatória. No que a esta respeita, vale a pena realçar que, apostando o PUA na reabilitação e colmatação, e prevendo-se frequente ambiguidade entre novas edificações e pequenos loteamentos, as normas adoptadas compatibilizam os conceitos de índice bruto (aplicável à urbanização de zona) e de índice líquido (aplicável à edificação em lote urbano), através da seguinte formulação (aqui exemplificada para as zonas R3): A área de construção admitida em cada licenciamento é a maior das duas seguintes: a resultante da aplicação de índice de construção de 0,8 à globalidade do prédio inserido na zona; a resultante da aplicação de índice de construção de 1,2 à faixa do prédio, até 30m, marginal a via infraestruturada.

A preocupação normativa com o desenho urbano traduz-se, desde logo, numa delimitação de zonas conforme morfotipologias presentes no território. As zonas residenciais, em concreto, são subdivididas em Núcleos Antigos (R0), Moradias Isoladas (R1), Moradias em Banda (R2), Edifícios Coletivos com Logradouro (R3) e Edifícios Coletivos sem Logradouro (R4).

Para zona em que não se identifica ainda uma morfotipologia (a Encosta Sul), é o Plano a estabelecê-la, referindo que para ela se pretende solução morfotipológica que privilegie as vistas panorâmicas sobre o Tejo a partir de espaço público e estabelecendo que a solução morfotipológica a adotar deve partir dos arruamentos existentes e previstos no Plano e, reportando-se às vias paralelas às curvas de nível, deve prever: do lado norte, edificações implantadas paralelamente à via, não ultrapassando os 3 pisos; do lado sul, edificações perpendiculares às curvas de nível, com cobertura plana 6 metros acima da cota da via e afastados entre si pelo menos 30 metros.

Acontece também que a normativa adotada articula programa com orientações de desenho. É, nomeadamente, o caso dos Espaços Terciários não Tipificados. Exemplificando: - T16 - Edifício de 1 ou 2 pisos, destinado a restauração e eventualmente outros usos terciários, formatando largo/miradouro com atravessamento rodoviário condicionado. - T17 - Espaço terciário resultante de reutilização da antiga fábrica da Companhia de Moagem de Abrantes, mantendo a volumetria e o essencial das fachadas existentes, salvo acrescentos existentes no tardoz que devem ser demolidos, destinando-se o rés-do-chão a estacionamento ou outras funções compatíveis com eventuais inundações. A aproximação ao desenho urbano está presente, ainda, na própria Planta de Zonamento onde não raro, especialmente para as áreas correspondentes a intervenções estratégicas, estabelece malhas urbanas de algum pormenor. Tal acontece, por exemplo, no Vale da Fontinha, no Centro Local da Chainça, no Centro Local de Arca d’Água, na Variante à EN18 (ao Rossio), ou no percurso pedonal do Nó do Olival à Rua da Esperança.

Casos há em que, sendo previstos novos edifícios que integram rede estruturante, a respetiva regulamentação se aproxima da arquitetura, estabelecendo para os edifícios soluções volumétricas e relacionais. É o que ocorre para o Nó do Mercado e para o edifício relacional Centro Histórico/Hospital.

75 I.

17. ESTRATÉGIAS, PROPOSTAS E CUSTOS SETORIAIS (PROGRAMA DE EXECUÇÃO)

17.1 Rede rodoviária

Face à topografia acidentada e à dispersão dos equipamentos e das zonas residenciais, o planeamento da mobilidade quotidiana, devendo integrar o fomento de percursos de modos suaves, terá que assentar sobretudo na rede rodoviária, recomendando-se a concecção/implementação de formas colectivas informais de transporte motorizado.

Trata-se neste ponto da proposte relativa à rede rodoviária, apresentada na Figura 27, e que integra, conforme referido em 16.2.2, Vias Estruturantes de Nível 1, Vias Estruturantes de Nível 2, Vias Estruturantes de Nível 3 e Vias Locais, classificação decorrente das funções que se pretende venham a desempenhar (quase sempre coincidente com as que já hoje desempenham).

São propostas pontuais e estratégicas, decorrendo de uma atitude de contenção, que se considerou adequada e necessária face ao atual subaproveitamento das infraestruturas instaladas no território. Correspondem ao estabelecimento de uma estrutura de circulação hierarquizada, que passa pela otimização e qualificação das vias existentes e pela criação de novos troços articuladores, pontuais e de curta extensão, que se destinam a suprir as dificuldades e carências identificadas na rede atual.

Enumeram-se uma a uma, em concreto, as propostas do PUA para a qualificação e melhor explicitação da Rede

Rodoviária.

Vias estruturantes de nível 1  (1) Construção de nó viário organizado por rotundas, no cruzamento da Via Industrial 1 com a Av. Farinha Pereira, facilitando a circulação entre as zonas industriais e a A23.  (1) Construção de troço viário entre a Av. Farinha Pereira e a Via Industrial 2, constituindo variante de ligação ao Tecnopolo, em alternativa ao troço sul da Av. Farinha Pereira que apresenta perfil transversal insuficiente e não passível de alargamento.  (2) Construção de troço viário entre a EN2 e a EN118, no Rossio, constituindo variante à Av. Dr. António Augusto da Silva Martins, via local que desempenha atualmente funções de atravessamento interurbano.  (3) Construção de variante à EN118, evitando atravessamento rodoviário penalizador do núcleo do Rossio (a cargo das Estradas de Portugal).  (R1) Intervenção na rotunda do Olival, atualmente no limite da sua capacidade, incluindo criação de duas vias de entrada nos ramos da Av. D. Manuel I e da Av. Farinha Pereira e o reperfilamento da Av. Mário Soares.  (R2) (R6) (R8) Construção de rotundas no entroncamento da EN3 com a Av. de Aljubarrota (que estabelece a ligação ao nó sul da A23), no entroncamento da Av. Dr. Francisco Sá Carneiro com a Av. D. Manuel I e no nó entre a EN2 e a Av. da Portagem.

Vias estruturantes de nível 2  (4) (5) Construção de dois troços viários: entre a Rua Manuel Lopes Valente Júnior e a Rua da Igreja e entre a Rua da Igreja e a Rua de S. Lourenço, para constituição de ligação nascente/poente contínua, percetível e funcional na zona norte da cidade.

76 I.

 (6) (7) (9) Construção de três troços viários: entre o Largo do Comércio e a Rua da Indústria, entre a Rua da Escola Nova e a Av. Mário Soares e entre o Nó dos Bombeiros e a Rua da Esperança, para melhoria da relação viária norte/sul a partir da Avenida D. João I.  (8) Construção de troço viário entre a Rua do Tecnopolo e a Av. Conde de Alferrarede, melhorando a acessibilidade a Alferrarede Velha.  (10) Reperfilamento da Av. 25 de Abril no Nó do Mercado.  (11) Construção de variante à EN118/Av. Avelar Machado, colmatando e melhorando as condições de atravessamento do núcleo urbano do Rossio.  (R3) (R4) (R5) (R7) Construção de rotundas no cruzamento da Avenida 14 de Junho com a Rua Cidade de Parthenay, no nó da Av. das Forças Armadas com a Rua das Acácias, na interseção da Av. Dr. Francisco Sá Carneiro com a Av. Dr. Santana Maia (Nó do Hospital) e no entroncamento da Av. do Paiol com a Av. Rainha D. Leonor.

Vias estruturantes de nível 3  (12) (13) (14) (15) (16) Construção de troços viários para colmatação da rede viária existente na zona norte (Alferrarede, Telheiros e Vale de Rãs).  (17) Construção de troço viário entre a Rua 5 de Outubro de 1910 e a Av. Defensores de Chaves, servindo novo centro escolar.  (18) (19) (20) (21) Construção de troços viários articulando ocupação de cumeadas a sul da Av. das Forças Armadas.  (22) (23) (24) Construção de troços viários para estruturação de ocupação urbana qualificada na Encosta Sul.  (25) Melhoria do nó viário entre a N118 e a Rua do Serrado, Coalhos.

Na Figura 28 são assinaladas as intervenções referidas e, no Quadro 13 a correspondente estimativa de custos.

Nessa estimativa considerou-se que:  Nas vias estruturantes de nível 1 os custos a suportar pela CMA serão de 100%.  As vias estruturantes de nível 2 e nível 3 devem corresponder a cedências de terreno e obras de urbanização no âmbito de loteamentos e unidades de execução, pelo que o investimento municipal se situará entre os 30 e os 40%.  As propostas relativas a vias locais não foram contempladas nesta estimativa de investimentos municipais; dada a sua função de acesso a prédios e edifícios, estas vias devem, em princípio, ser realizadas por particulares. Estima-se que o total da concretização das propostas formuladas exigirá um investimento municipal de 5,3 milhões de euros na rede rodoviária. De notar, no entanto, que os considerados como de 1ª prioridade, exigiram apenas 1,6 milhões €.

De referir que o troço 1 (Variante à Av. Farinha Pereira), tal como os troços 2 e 11 e posteriormente o troço 3, todos estes na área do Rossio, irão contribuir não apenas para a resolução de problemas de tráfego, mas também para ultrapassar situações de conflito no âmbito do ruído.

77

Figura 28 - Rede rodoviária proposta I.

Quadro 13 - Rede rodoviária - custos e investimentos municipais

Obra Terreno Investimento Municipal Identificação Comprimento Custo Área Custo Obra Terreno Prioridade (€) (ml) (€)3 (m2) (€)4 (%) (%)

Vias estruturantes de nível 1 Rotunda 135.0005 - - 100 C 135.000 1 Av. Farinha Pereira 2 433 484.960 6.928 79.672 100 C 484.960 437 349.600 6.992 13.984 100 100 363.584 2 Variante à EN2 1 Rotunda6 114.000 1.520 3.040 100 100 117.040 3 Variante à EN118 7.336 - - - - 7 - Subtotal 890.760 - 96.696 1.100.584

Vias estruturantes de nível 2 4 Chainça I 202 181.4788 2.565 151.4989 100 C parcial 303.478 1 5 Chainça II 508 451.640 6.452 74.198 P P - 3 6 Av. Escola Nova 214 254.660 3.638 54.570 100 C 254.660 2 7 Telheiros I 326 387.940 5.542 63.733 P P - 3 8 Alferrarede Velha 482 421.750 6.025 69.288 100 100 491.038 3 423 506.5707 7.191 272.6978 P7 P8 193.200 9 Nó dos Bombeiros 1 Rotunda4 184.725 2.463 - 100 100 184.725 Incluído nos custos das urbanizações estratégicas 10 Av. 25 de Abril - - - - 1 (Quadro 20) 11 Variante à EN118 488 507.7807 8.296 136.0948 50 C parcial 289.570 1 Subtotal 2.896.543 - 822.077 - - 1.721.681

Vias estruturantes de nível 3 12 Bairro da CUF 456 325.584 4.651 53.487 50 C 162.792 3 13 Telheiros I 147 96.138 1.602 18.423 100 C 96.138 3 14 Telheiros II 430 307.020 4.386 50.439 50 C 153.510 3 15 Arca d'Água I 406 248.460 4.141 47.622 50 C 124.230 2 16 Arca d'Água II 480 342.720 4.896 56.304 50 C 171.360 2 17 Rua 5 de Outubro 334 238.476 - - 100 - 238.476 1 18 Barro Vermelho I 313 307.992 5.133 59.030 P P - 2 19 Barro Vermelho II 412 405.420 6.757 77.706 50 C 202.710 3 20 Barro Vermelho III 418 411.312 6.855 78.833 70 P 287.918 3 21 Vale da Fontinha 424 417.240 2.234 25.691 P P - 2 22 Encosta Sul I 124 142.380 2.034 23.391 P P - 1 23 Encosta Sul II 247 283.570 4.051 46.587 100 C 283.570 2 24 Encosta Sul III 312 358.190 5.117 58.846 P P - 3 25 Cruzamento Coalhos 162 185.990 2.657 30.556 100 100 225.845 3 Subtotal 4.070.492 - 626.911 - - 1.946.549

Rotundas4 R 1 - Olival 10 14.000 - - EP - - 1 R 2 - Cruzamento EN/ R. Moinhos 184.726 - - EP - - 3 R 3 - Pingo Doce 114.040 - - P - - 3 R 4 - Av. Forças Armadas 228.080 - - 100 - 228.080 1 R 5 - Hospital 184.726 - - P - - 1 R 6 - Av. Dom Manuel I 184.726 - - EP - - 3 R 7 - Av. do Paiol 114.040 - - 100 - 114.040 3 R 8 - Av. da Portagem 114.040 - - EP - - 3 Subtotal 1.138.378 - - - - 342.120

Outros investimentos Av. Forças Armadas11 166.000 - - 100 - 166.000 3 Av. Mário Soares11 41.000 - - 100 - 41.000 3 Av. da Portagem11 23.000 - - EP - - 1 Av. Dr. João A.S. Martins11 31.000 - - EP - - 1 Subtotal 261.000 - - - - 207.000

TOTAL 9.257.173 - 1.545.684 5.317.934

3 Custo da obra com todas as infraestruturas e capacidade construtiva de ambos os lados - 70 €/ m2 Custo da obra com todas as infraestruturas e capacidade construtiva só de um lado - 60 €/ m2 Custo da obra sem esgotos, abastecimento de água e sem rede elétrica de baixa tensão - 50 €/ m2 4 Custo do solo urbano - 11,5 €/m2 Custo do solo rústico - 2 €/m2 5 Estimativa existente 6 Custo de obra -75 €/m2 7 Variante à cidade, responsabilidade das EP 8 Inclui obra de demolição de imóvel 9 Inclui valor de aquisição ou substituição de imóvel a demolir 10 Intervenções várias de reperfilamentos, medidas de acalmia, sinalização horizontal/vertical e desenho pontual 11 Intervenções várias, ao nível de medidas de acalmia C = Cedência P = Particular (suportado por privados, ou pelo município quando este recupera o investimento realizado através da venda de lotes/edifícios)

79 I.

17.2 Rede pedonal e verde urbano

A rede pedonal proposta, já referida em 16.3.2 e assinalada na Figura 29, quase não existe, embora seja de fácil implantação. Trata-se, sobretudo, de uma rede lúdica e turística, articulando corredores ecológicos, as grandes áreas de verde público, o Centro Histórico e outros espaços públicos centrais, procurando pontos de vista privilegiados sobre o

Tejo.

Integrando troços de diferentes caraterísticas, podem ser realçados alguns percursos:  Na direção norte/sul, subindo e descendo as encostas, um percurso em contexto verde (Aquapolis, Vale da Fontinha, Castelo, Nó do Olival) e um outro coincidente com caminhos medievais.  Na direção nascente/poente, a norte, um percurso que liga a Estação de Alferrarede ao Nó do Olival, seguindo então o corredor ecológico que integra os parques de Vale de Rãs e de São Lourenço.  Um na Encosta do Castelo, que associa percurso quotidiano, qualificação paisagística e estabilização da vertente face a desmoronamentos.

Para efeitos de estimativa de custos, dada a diversidade dos percursos propostos, a rede foi subdividida em 14 troços, em função do respetivo contexto e correspondentes requisitos. Cada troço é associado a uma das seguintes situações- padrão, cada uma delas com custos unitários distintos (ver Quadro 14):  Percurso pedonal em contexto rural ou de verde de proteção;  Percurso pedonal em contexto urbano pressupondo construção de raiz: - integrado em espaço verde urbano; - integrado em alargamento pedonal; - troço autónomo; - pressupondo explicitação em arruamento existente; - paralelo a vias estruturantes de nível 1 ou 2.  Percurso pedonal na Encosta do Castelo.

Os espaços verdes públicos propostos (ver Figura 29) assumem funções ambientais e lúdicas, articulando-se funcionalmente com percursos pedonais e pontos nodais. Na estimativa de custos que se apresenta no Quadro 15 foram considerados os seguintes:  V1 - Espaço verde integrado no atual Parque de S. Lourenço  V2 e V4 - Futuro Parque da Arca d'Água  V3 e V5 - Espaço verde ao longo de linha de água, da Fonte de S. José ao Centro Escolar de Alferrarede  V6 - Espaço verde no Vale da Fontinha  V7 - Espaço verde do Convento de S. Domingos  V8 - Espaço verde polivalente abrangendo Jardim do Castelo, Outeiro de S. Pedro e envolvente à Fortaleza  V9 - Espaço verde na continuidade do Aquapolis, para receção do percurso da Rota do Tejo

Considerou-se que todo o investimento na rede pedonal e nos espaços verdes públicos propostos é municipal, exceto nos casos em que as obras estão integradas em loteamento ou unidade de execução, sendo por isso suportadas, total ou parcialmente, por particulares.

Estima-se, então, que a total concretização das propostas formuladas neste domínio exige um investimento municipal na ordem dos 9,6 milhões de € (7,6 milhões de € em espaços verdes públicos e 2 milhões de € na rede pedonal).

De 1ª prioridade consideram-se investimentos de ordem dos 3,3 milhões de €.

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Figura 29 - Rede pedonal e Espaços Verdes Públicos I.

Quadro 14 - Rede pedonal - custos e investimentos municipais

Obra Terreno Investimento Municipal

Identificação Extensão Custo Área Custo Obra Terreno (€) (ml) (€)12 (m2) (€)13 % %

Prioridade 1 Tecnopolo - Igreja de Alferrarede 821 - - - P P - 3 Nó do Olival - Centro Escolar de 2 796 - - - 100 - 2 Alferrarede 3 Parque de São Lourenço - Nó do Olival14 3.547 212.330 4.113 8.226 100 220.556 3 4 Nó do Olival - Estação de Alferrarede 913 85.220 855 9.833 - 95.053 1 5 Nó do Olival - Av. D. Manuel I 578 17.570 753 1.506 100 19.076 1 Av. D. Manuel I - Estação de 6 1.316 204.530 2.637 5.274 100 209.804 3 Alferrarede10 7 Largo da Ferraria - Vale de Rãs 1.483 109.960 1.617 18.596 100 128.556 3 100 8 Av. D. Manuel I - Aquapolis10 2.605 1.044.24915 3.843 10.956 100 1.055.205 1 9 Largo da Ferraria - Av. D. Manuel I 1.328 46.480 - - - 46.480 1 10 Outeiro S. Pedro - Castelo 1.000 27.160 - - - 27.160 1 11 Rua da Barca10 1.494 524.48011 - - - 524.480 2 12 Praça da República - Rua da Barca 726 16.835 - - - 16.835 1 13 Vale da Fontinha - Aquapolis10 2.057 252.525 4.641 9.282 100 261.807 2 / 3 14 Aquapolis - Rota do Tejo 3.018 698.10516 1.308 2.616 100 700.721 3 Subtotal - 3.239.444 - 66.288 - - 2.029.971 -

Quadro 15 - Verde público - custos e investimentos municipais

Obra Terreno Investimento Municipal

Identificação Área Custo Área Custo Obra Terreno (€) (m2) (€)17 (m2) (€)13 % %

Prioridade V1 Parque de São Lourenço 80.345 803.450 - - - 803.450 3 V2 Parque da Arca d’Água 96.346 1.926.920 25.580 294.170 - 1.926.920 2 / 3 V3 Fonte de S. José ao Centro Escolar 1 38.527 770.540 38.527 443.061 100 1.213.601 2 V4 Parque da Arca d’Água 2 17.800 623.000 17.800 204.700 - 623.000 1 V5 Fonte de S. José ao Centro Escolar 2 10.381 363.335 10.381 119.382 100 100 482.717 1 / 2 V6 Vale da Fontinha 28.139 984.865 20.823 239.465 100 1.224.330 2 V7 Convento de São Domingos 8.143 285.005 5.219 60.019 - 285.005 1 V8 Castelo e envolvente18 51.000 737.250 51.000 - - 737.250 1 V9 Extensão do Aquapolis 7.476 261.660 6.434 73.991 100 335.651 1 / 2 Subtotal 330.681 6.756.025 169.330 1.434.786 - - 7.631.923 -

TOTAL - 9.995.469 - 1.501.074 - - 9.661.894

12 Troço de percurso pedonal em contexto rústico ou de verde de proteção - 35 €/ml Troço de percurso pedonal em contexto urbano: Integrado em espaço verde urbano - incluído no custo do espaço verde Integrado em alargamento pedonal - incluído no custo do espaço pedonal Troço autónomo - 120€/ml Pressupondo explicitação em arruamento existente - 35 €/ml Paralelo a vias estruturantes de nível 1 ou 2 - 70 €/ml Percurso pedonal na Encosta do Castelo - 250€/ml 13 Custo do solo urbano - 11,5 €/m2 Custo do solo rústico - 2 €/m2 14 Inclui ponto nodal e custo associado 15 Ao custo da obra acresce passagem aérea pedonal, com um custo estimado de 450.000€ 16 Ao custo da obra acresce consola-ponte sobre o rio Tejo, com um custo estimado de 600.000€ 17 Custo da obra - pequenas áreas - 35 €/m2 Custo da obra - grandes áreas - 20 €/m2 Custo da obra - Parque de São Lourenço - 10 €/m2 18 Inclui edifícios e área adjacente (ver anexo OE2 do regulamento do PUA) P = Particular (suportado por privados, ou pelo município quando este recupera o investimento realizado através da venda de lotes/edifícios)

82 I.

17.3 Equipamentos

As propostas do PUA no âmbito dos equipamentos coletivos visam colmatar necessidades e também desencadear sinergias e vivências, numa lógica de estruturação da cidade. Para tal é crucial a localização adequada dos novos equipamentos, para potenciar articulações com a estrutura viária e ecológica e, sobretudo, com as centralidades.

Do diagnóstico elaborado é de sublinhar que, quantitativamente, a cidade encontra-se bem servida de equipamentos coletivos, salvo nos de apoio à terceira idade. As propostas do PUA visam apenas dar resposta a necessidades, na maioria pontuais, tendo como referencial um serviço ótimo perspetivado para 2025 (ver Quadro 16).

Em concreto, propõe-se a instalação dos seguintes novos equipamentos coletivos:  10 Centros de Dia com serviço de apoio domiciliário (E1.14, E2.4, E4.3, E5.3, E5.5, E6.2, E8.3, E8.8, E9.5, E10.1), correspondendo a programa ambicioso que implica a instalação de um centro em cada unidade territorial, para apoiar 10% da população dos 70-75, e 30% com ≥75 anos.  Creche (E9.5) de dimensão mínima, localizada no Rossio, já que não existe na margem sul.  Jardim-de-Infância na unidade de S. Lourenço/ Barro Vermelho (E8.3).  Escola Básica do 1º Ciclo, localizada nas instalações desativadas do Colégio de Fátima (E1.4).  4 Centros de Animação Local (E6.2, E7.6, E8.3, E10.1), articulados com outras valências, a localizar em Chainça Oeste, Vale de Rãs/Encosta da Barata, S. Lourenço/Barro Vermelho e Arrifana/Fojo.  Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (E1.18), que se encontra já em fase de projeto.  6 Pequenos Campos de Jogos (E1.25, E1.26, E3.6, E5.6, E5.4, E7.8) localizados no Centro de Abrantes, Alferrarede, Tapadão/Chainça Este e Vale de Rãs/Encosta da Barata.  3 Prados Desportivos (E1.26, E3.6, R7.8), associados a pequenos campos de jogos e espaço verde, no Centro de Abrantes, Alferrarede e Vale de Rãs/Encosta da Barata.  Sala de Desporto em Chainça Oeste (E6.4).  Pavilhão Desportivo com componente de espetáculo (E8.5) localizado no Complexo Desportivo Municipal.  Espaço para feira semanal no Vale da Fontinha, em alternativa à atual localização a desativar (E1.27).  Espaço para feira anual junto ao Tecnopolo, Alferrarede (E3.7).  Nova estação ferroviária de Alferrarede (E3.8) na perspetiva de ver reforçada a sua importância.

No Quadro 17 apresenta-se a estimativa de custos associada à instalação de novos equipamentos coletivos. Na sua elaboração foram adotadas as seguintes hipóteses de investimento:  Equipamentos de maior impacto terão financiamento 100% municipal; é o caso do Museu Ibérico, do pavilhão desportivo e da sala de desporto e dos espaços para feiras.  Equipamentos de âmbito mais local, nomeadamente “centros de dia com apoio domiciliário”, “centros de animação local”, jardim-de-infância, creche e alguns dos pequenos equipamentos desportivos, procurarão articulação e parcerias com diversas organizações locais. Nestes casos, o terreno seria garantido pela CMA (resultante, na maioria dos casos, de cedências) e as obras teriam um financiamento municipal de 30%.

Globalmente, estima-se um investimento municipal na ordem dos 13,4 milhões de euros em equipamentos coletivos.

83 I.

Quadro 16 - Síntese das necessidades e propostas de reordenamento de Equipamentos Gerais

Equipamentos Gerais Cidade

19 Educação Necessidades 2025 96 EB2,3 + ES (nº salas/ nº salas) Existente  Proposta 142 20

Sala de Desporto/ Necessidades 2025 6 Pavilhão Existente  Proposta 4  621 Necessidades 2025 4 Grande campo de jogos Existente  Proposta 5  5 Necessidades 2025 1 Pista de atletismo Desporto Existente  Proposta 1  1 (nº equip/nº equip) Necessidades 2025 2 Piscina coberta Existente  Proposta 2  2 Necessidades 2025 1 Piscina ar livre Existente  Proposta 2  2 Necessidades 2025 1 Circuito Pedonal Existente  Proposta 0  122

Cultura Municipais   (nº equip/nº equip) Existente Proposta 7 7

Saúde   (nº equip/nº equip) Existente Proposta 4 4

19 Das quais 59 salas em EB2,3 e 37 salas em ES. 20 A ponderar oportunamente o que fazer perante o excesso de salas, sendo já de referir que a ES Dr. Manuel Fernandes apresenta localização menos adequada à função. 21 Dos quais 1 inclui a componente espetáculo. 22 Correspondente a um circuito de 3,5 km.

84

Figura 30 - Equipamentos

I.

Quadro 17 - Equipamentos coletivos - custos e investimentos municipais

Unidades de referência Custo Investimento Municipal Identificação Capaci. Abc Terreno Obra Terreno Obra Terreno 2 2 23 24 (€)

(Pop/Utent.) (m ) (m ) (€) (€) (%) (%) Prioridade

Equipamentos de Cultura (abc = 0,3 m2 de abc por utente; área de terreno = 1 m2/utente) E 6.2 Equipamento local 3.000 900 3.000 810.000 - 30 C 243.000 E 7.6 Equipamento local 3.000 900 3.000 810.000 - 30 C 243.000 1/2/3 E 8.3 Equipamento local local 3.000 900 2.500 810.000 - 30 C 243.000 E10.1 Equipamento local 1.000 300 500 270.000 5.750 30 100 86.750 E1.18 Museu loc MIA - - - 3.000.000 - 100 - 3.000.000 2 Subtotal 5.700.000 5.750 - - 3.815.750 Equipamentos desportivos (abc = 0,8-0,15 m2 de abc por utente; área de terreno = 1,2-0,48 m2/utente) Pequeno campo E1.25 800 + jogos + Prado 5.000 6.000 216.000 69.000 30 100 133.800 3.200 E1.26 desportivo Pequeno campo 800 + E 3.6 jogos + Prado 3.000 20.376 168.000 234.324 30 100 25 284.724 1.600 desportivo 1/2/3 E 5.6 Pequeno campo 1.000 800 1.200 120.000 13.800 100 100 133.800 E 5.4 Pequenojogos campo 1.000 800 2.000 120.000 23.000 100 100 143.000 Pequenojogos campo 800 + E 7.8 jogos + Prado 5.000 6.000 216.000 - 100 - 216.000 3.200 desportivo E 6.4 Sala de desporto 1.500 225 720 202.500 - 100 - 202.500 1 E 8.5 Pavilhão 12.000 1.800 5.760 1.620.000 - 100 - 1.620.000 3 Subtotaldesportivo 2.662.500 340.124 - - 2.733.824 Equipamentos educativos (abc = 6 m2 de abc por utente; área de terreno = 16m2/utente) E 1.4 Escola básica 1º - 3.929,85 - 2.000.000 - 100 - 2.000.000 1 E 8.3 Equipamentociclo local 66 396 800 356.400 - 30 - 106.920 3 Subtotal 2.356.400 - - 2.106.920 Equipamentos sociais (abc = 5-8m2 de abc por utente; área de terreno = 10-16 m2/utente) E 1.15 Equipamento local 100 500 1.000 300.000 - 30 - 90.000 E 2.4 Equipamento local 30 150 300 90.000 - 30 C 27.000 E 4.3 Equipamento local 65 325 650 292.500 - 30 - 87.750 E 5.3 Equipamento local 65 325 650 292.500 7.475 30 C 87.750 E 5.5 Equipamento local 65 325 650 292.500 - 30 - 87.750 1/2/3 E 6.2 Equipamento local 65 325 650 292.500 7.475 30 C 87.750 E 8.3 Equipamento local 50 250 500 225.000 - 30 - 67.500 E 8.8 Equipamento local 50 250 500 225.000 - 30 C 67.500 Equipamento local 65 325 500 292.500 E9.5 9.430 30 100 124.180 Equipamento local 20 100 320 90.000 2 E10.1 Equipamento local 65 325 500 292.500 5.750 30 100 93.500 1/2/3 Subtotal 2.685.000 37.605 - - 820.680 Outros equipamentos Museu de Arte U.2 - - - 1.800.000 - 100 - 1.800.000 3 Contemporânea E1.27 Feira semanal - 8.000 9.000 1.200.000 - 100 - 1.200.000 1 E3.7 Feira anual - - 54.000 1.000.000 - 100 - 1.000.000 3 E3.8 Estação ferroviária - 1.000 - 900.000 - - - - 1 Subtotal 6.100.000 - - - 4.000.000 TOTAL 19.503.900 500.190 - - 13.477.174

23 Valor estimado do custo de obra de equipamento em edifício novo - 900 €/m2 Valor estimado do custo de obra de equipamento em edifício adaptado - 600 €/m2 Valor do custo obra de pequeno campo de jogos - 150€/m2 Valor do custo obra do prado desportivo - 30€/m2 Valor do custo de obra dos espaços feira - 20-150 €/m2 24 Valor estimado do custo do solo urbano - 11,5 €/m2 25 Área a incorporar no âmbito do funcionamento do Tecnopolo C = Cedência P = Particular (suportado por privados, ou pelo município quando este recupera o investimento realizado através da venda de lotes/edifícios)

86 I.

17.4 Infraestruturas de água e saneamento

O serviço de infraestruturas de abastecimento de água e de saneamento existentes na cidade é genericamente adequado às necessidades residenciais, terciárias e industriais da cidade, pelo que apenas se propõem intervenções pontuais para a melhoria das respetivas redes gerais.

Quadro 18 - Rede de Abastecimento de Água, propostas e respetivos custos Quantidades Investimento N.º Designação do Projeto Municipal Prioridade (ml) Custo (€) (2) % Ampliação do Reservatório da Sr.ª da Luz em 100m3, P1 - 169.000 € 2 totalizando 300m3 (1) Expansão da adução da Albufeira de Castelo do Bode até aos P2 - 1.465.830 € 1 reservatórios da margem Sul 100 % Adução gravítica da Avenida D. João I aos reservatórios de S. P3 2.067 395.496 € 1 José, do Castelo e da Encosta Sul Ampliação de 1000 m3 do Reservatório da Encosta da Barata, P4 1.354 958.290 € 2 Estação Elevatória e adução ao Res. Castelo TOTAL 2.988.600 €

(1) A ampliação do reservatório envolve a aquisição de 464 m2, num total estimado de 1000 €; (2) Custos de acordo com Projeto existente, acrescido de IVA.

Quadro 19 - Rede de Saneamento, propostas e respetivos custos Obra Terreno Investimento Municipal N.º Área Custo Área Custo Obra Terreno Prioridade Projeto (€) (m2) (€) (m2) (€) % % ETAR dos Carochos - S1 10 000 1 750 000 10 000 25 000 0 0 0 1 Remodelação ETAR da Fonte Quente - S2 14 164 440 000 14 164 - 0 0 0 1 Ampliação Sistema de bombagem da S3 - 20.000 - - 0 - - 3 margem Sul - Qualificação TOTAL - 2.210.000 - 25.000 Conforme contrato de concessão, os projetos e respetivos custos são da responsabilidade da Abrantaqua, SA.

No que respeita à rede pluvial propõe-se a elaboração de estudo global para toda a cidade privilegiando o escoamento superficial, em pleno aproveitamento das linhas de água em solo urbano e potenciando para tal as zonas verdes propostas.

87

Figura 31 - Rede de abastecimento e saneamento

I.

17.5 Reabilitação e alojamento

Dos 10257 alojamentos existentes na cidade em 2011, 1252 eram de uso sazonal e 1746 encontravam-se vagos. Perspetivando-se que o crescimento do número de famílias entre 2011 e 2025 será de 854, logo se conclui que a utilização de fogos vagos seria largamente suficiente para albergar esse crescimento.

Não será exatamente assim, desde logo porque não se conseguiria mobilizar para tal a totalidade desses fogos, porque nem todos devem ser recuperados, porque existem também longas frentes já infraestruturadas que podem ser edificadas e até porque se defendem algumas (poucas) intervenções de colmatação estruturante.

Mas afigura-se inquestionável que a grande aposta deve incidir na regeneração urbana, invertendo a dinâmica expansionista que ocorreu nas últimas décadas, injustificável numa perspetiva racional de ordenamento.

Para tal importa articular varias medidas:  Diminuição significativa do perímetro urbano e, especialmente, da edificabilidade global (o que se cumpre neste Plano).  Fiscalidade diferenciadora.  Taxas urbanísticas também diferenciadoras.  Processos de reabilitação integrada de áreas estratégicas, começando pelo Centro Histórico já formalizado como ARU.

No que respeita à adoção de uma fiscalidade diferenciadora preconiza-se:  Que seja feito levantamento sistemático e continuado, pela CMA, dos prédios em ruína, dos prédios degradados e dos prédios devolutos.  Que aos prédios em ruína e degradados (salvo os que se admita que possam desaparecer) seja concedido prazo para reconstrução ou reabilitação, após o que sofrerão aumento de IMI, gozando de redução ou isenção caso realizem as obras necessárias.  Que aos prédios devolutos seja dado prazo para efetiva utilização, após o que sofrerão aumento de IMI, gozando de redução ou isenção caso a utilização aconteça.  Criação de bolsa de imóveis para venda ou aluguer a custos controlados, permitindo aos proprietários a colocação dos respetivos prédios nessa bolsa, ficando então isentos de agravamentos fiscais. Os valores das taxas devem ser revistos por forma a favorecerem a reabilitação relativamente à opção por obra nova, o que implica:  Isenção de taxas nas obras de reabilitação.  Adoção de taxas de valor significativo para as obras novas, salvo as que correspondam à concretização de operações urbanísticas assumidas como estratégicas.

A operação reabilitação do Centro Histórico já se encontra enquadrada por delimitação de ARU (deliberação da CMA de 26/08/2013). Nesta área, segundo o Censo de 2011 (adaptando, por excesso, os seus limites aos das subsecções estatísticas) existiam 693 edifícios e 1277 alojamentos, dos quais apenas 60% ocupados por famílias residentes e 324 vagos. Foram identificados em 2014, para efeito de IMI, 77 edifícios degradados.

89 I.

Esta área é objeto de ficha específica, anexa ao Regulamento. Nela se preconiza, em linhas gerais, uma intervenção centrada na reabilitação dos edifícios, incluindo:

Diferenciação do IMI com maior amplitude do que a aplicada à generalidade dos edifícios da cidade.

Apoios financeiros à realização de obras de reabilitação, o que se perspetiva como enquadrável nos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento.

Reabilitação pela CMA de alguns (poucos) edifícios de maior valor simbólico ou com potencial de “âncora”.

Preconizam-se ainda pequenas intervenções no espaço público, mas apenas pontuais. Excetuam-se as propostas de criação de circuito/miradouro nas traseiras da Misericórdia e de espaço miradouro na entrada do Jardim do Castelo (esta enquadrada em ficha especifica, também anexa ao Regulamento).

Considera-se que neste âmbito, da reabilitação e alojamento, pelo menos 50% do investimento municipal deva ocorrer no Centro Histórico.

Apresenta-se, no quadro seguinte, estimativa para tal investimento, sendo de referir que os valores nele constantes são muito arbitrários. Dependerão muito do sucesso dos programas de incentivo/pressão sobre os proprietários, da obtenção de fundos europeus e da especificidade de cada intervenção. Trata-se, pois, de estimativa muito grosseira, que deve ser corrigida no desenvolvimento do programa.

Quadro 20 - Reabilitação e realojamento

Custo Investimento* Identificação Quantidade Prioridade unitário1 Município Outros 100 500.000 € Reabilitação de edifícios privados 50.000 € 4.500.000 € 1 / 2 Intervenções (10%) 6 Reabilitação de edifícios municipais 75.000 € 450.000 € 0 € 1 / 2 Intervenções Qualificação da circulação e dos espaços pedonais - - 500.000 € 0 € 1 / 2 Percurso pedonal associado a espaço verde, a sul 8.143m2 285.005 € 285.005 € 0 € 1 / 2 da Misericórdia Museu MIAA - - * - 1 / 2 Dinamização de eventos no âmbito da potenciação - - 500.000 € 1.500.000 € 1 / 2 do Castelo (OE2) TOTAL - - 2.235.005 € 6.000.000 € * Incluído na rubrica Equipamentos

Considera-se que a regeneração urbana e a reabilitação dos edifícios deve ser considerada tarefa prioritária.

Tal reabilitação deve incluir, também, os objetivos da eficiência energética e de arquitetura bioclimática conforme orientações do PROT-OVT.

A prioridade 1 / 2 presente no quadro refere-se ao investimento, devendo ser entendido como 50% de 1ª prioridade e os restantes 50% de 2ª. Assumindo assim os investimentos de 1ª prioridade um valor de 1,1 milhões de €.

90 I.

17.6 Urbanizações estratégicas

Não obstante se preconize uma aposta generalizada na reabilitação e regeneração urbana, afiguram-se indispensáveis algumas novas urbanizações, quase todas de pequena dimensão, visando a melhor estruturação da cidade. Todas elas fazem parte das “operações estratégicas” abordadas no ponto 4.3 e, ainda, das fichas anexas ao Regulamento.

A maioria das propostas sectoriais antes formuladas, relativas à rede rodoviária, à rede pedonal, verde urbano e equipamentos já se integra nestas urbanizações. Assim sendo, para evitar duplicações, apenas aqui são explicitados os outros custos, ainda não apontados. Correspondem, na maioria dos casos, à disponibilização de imóveis necessários às operações urbanísticas integradas e também à construção de espaço público, sobretudo pedonal.

Cada uma destas intervenções é referida no quadro seguinte, nelas sendo possível identificar:  Operações de grande importância para a qualificação de cidade: - Nó do Mercado, projeto que corresponde à principal entrada no Centro Histórico, que se pretende percetível, funcional e qualificada. - Articulação Centro Histórico / Hospital, melhorando a relação entre ambos e com estacionamento a reconstruir. - Praça da Estação de Alferrarede, que se pretende venha a ser a principal estação ferroviária da cidade.

 Urbanizações associadas à construção de pequenos troços viários, os necessários à melhoria e explicitação de Rede Viária Estruturante (desígnio integrante da Matriz de Ordenamento, já tratado em 16.3.2): - Variante à Avenida Farinha Pereira - Variante à EN118 no Rossio - Ligação viária do Nó dos Bombeiros à Rua da Esperança - Ligação viária da Rua da Indústria ao Largo do Comércio - Melhoria da ligação viária nascente-poente na área Travessas S. Lourenço / Oleiros - Percurso Pedonal do Nó do Olival à Rua da Esperança - Vale da Fontinha

 Reforço e/ou criação de Centros Locais atrativos e impulsionadores de dinâmicas e vivências sociais (desígnio, integrante da Matriz de Ordenamento, já tratado em 16.3.3): - Centro Local da Chainça, associado à criação de ligação viária nascente-poente - Centro Local da Arca d'Água e rede viária com que se articula - Receção da Zona Industrial Norte / Centro Local de Olho de Boi - Encosta Sul, urbanização de eixo central - Centro Local da Encosta da Barata - Rua do Comércio, que se pretende centralidade linear de Alferrarede

As operações urbanísticas propostas devem traduzir-se, na maior parte dos casos, em intervenções programadas e integradas, de iniciativa mista (municipal e privada), que serão desenvolvidas no âmbito de unidades de execução. Estas intervenções são perspetivadas não apenas na ótica dos investimentos, mas também das receitas, sendo que para a CMA interessa sobretudo considerar o saldo financeiro.

Algumas intervenções devem ocorrer a custo zero para o Município. É o caso de operações que sejam totalmente financiadas por privados, com cedência de terreno para os fins públicos previstos. E é o caso de operações de investimento municipal (no todo ou em parte), em que as receitas (valor dos lotes) cubram esses investimentos.

91 I.

O investimento municipal referido nos quadros seguintes deve ser lido em articulação com o especificado nos quadros sectoriais precedentes, tendo-se anulado duplicações. Para uma perspetiva económica mais integrada de cada operação devem ser consultadas as fichas anexas ao Regulamento.

Quadro 21 - Urbanizações estratégicas – custos e investimentos municipais

Investimento Saldo Identificação Custo Terreno Custo Obra (suportar pelo Prioridade Município Outros município)

Obras de demolição do edifício do Mercado 0 € 33.380 € 33.380 € 0 € Edifício-miradouro 0 € 2.400.000 € 2.400.000 € 0 €

Espaço público em plataformas 0 € 146.400 € 146.400 € 0 € 841.280 € 1

OE OE 3 Reperfilamento da Av. 25 de Abril 0 € 401.500 € 401.500 € 0 €

Nó do Mercado TOTAL 0 € 2.981.280 € 2.981.280 € 0 € Terrenos municipais e/ou privados a afetar 32.660 € - (32.660 €) 0 €

rotunda 0 € 184.726 € 0 € 184.726 €

Estacionamento em frente ao Hospital 0 € 337.100 € 0 € 337.100 € 0 € 1

Hospital Espaço verde público associado a nova

OE OE 4 - 0 € 67.220 € 0 € 67.220 € Relação rotunda CH Praça na entrada do cemitério 0 € 73.860 € 0 € 73.860 € TOTAL 32.660 € 662.906 € (32.660 €) 662.906 €

Terrenos municipais e/ou privados a afetar 130.560 € - (113.827 €) 16.733 €

Praça da Estação - obras de urbanização 0 € 243.180 € 243.180 € 0 € (130.560 €) 1

OE OE 10 Estação ferroviária (E3.8) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos (Quadro 17)

Estação de Tecnopolo Alferrarede e TOTAL 130.560 € 243.180 € 357.007 € 16.733 €

Terrenos municipais e/ou privados a afetar 812.579 € - (250.689 €) 561.890 €

- Variante (incluindo rotunda) Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13)

reira 484.960 € 1

OE OE 13 Obras de urbanização adjacentes 0 € 1.547.531 € 1.547.531 €

Pe

Tecnopolo

Variante ao Av. Av. Farinha TOTAL 812.579 € 1.547.531 € - - Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P Variante à EN118, incluindo demolição de Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13) ruínas

Equipamento local (E9.5) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos (Quadro 17) 882.840 € 1

OE OE 14 Rossio Espaço público 76.500 € 882.840 € 882.840 € P Infraestruturas locais 0 € P 0 € P Variante à EN118 no TOTAL P P 882.840 € P

Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P

Troço viário entre o Nó dos Bombeiros e a

Incluído nos custos da rede rodoviária Av. Almada Negreiros, incluindo rotunda e (Quadro 13) demolição de edifício existente 0 € 1

OE OE 15 Troço viário entre a Av. Almada Negreiros e a 0 € P 0 € P

da Esperança Ligação viária Rua da Esperança

Nó Bombeiros à R. TOTAL P P 0 € P

Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P

Troço viário entre o Largo do Comércio e a Incluído nos custos da rede rodoviária Rua da Indústria e demolição de edifícios (Quadro 13) existentes 0 € 3 OE OE 16 Infraestruturas locais 0 € P 0 € P

do Comércio

da Industria ao Lg.

Ligação viária da R. TOTAL P P 0 € P

-

Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P

Troço viário entre a R. da Igreja e a R. de S. Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13) Lourenço 0 € 3

OE OE 17

Lourenço

Infraestruturas locais 0 € P 0 € P

.

elhoria ligação S

viária viária nascente

M

poente Travessas TOTAL P P 0 € P

92 I.

Quadro 22 - Urbanizações estratégicas - custos e investimentos municipais

Saldo Custo Investimento Identificação Custo Obra (suportar pelo Prioridade Terreno Município Outros município)

Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P

Escola João de Deus 0 € P 0 € P

Percursos pedonais e espaço verde público Incluído nos custos da rede pedonal e verde urbano (Quadros 14 e 15) Nó (V1) 0€ 3

OE OE 18

Esperança Infraestruturas locais 0 € P 0 € P

do Olival do à Olival Rua da

Percurso Pedonal do TOTAL P P 0 € P (355.511 €) Terrenos municipais e/ou privados a afetar 611.133 € - 0 € + 255.622

Via local para acesso ao edifício do mercado - 143.664 € 143.664 € 0 €

Restantes obras de urbanização Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13) 1.689.311 € 2 OE OE 5 Espaço para realização de feira (E1.27) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos Pequeno campo de jogos (E1.25) e Prado (Quadro 17) Vale Vale da Fontinha desportivo (E1.26) TOTAL 611.133 € 143.664 € 754.797 € 0 €

Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P Novo troço de via incluindo aquisição ou Incluído nos custos da rede rodoviária substituição de imóvel a demolir (Quadro 13)

Espaço público local 25.035 € 171.960 € 85.980 € 85.980 € 85.980 € 1 OE OE 6 Equipamento local (E5.3) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos (Quadro 17) Pequeno campo de jogos (E5.4)

Centro local da Chainça TOTAL P 171.960 € 85.980 € P

Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P Dois troços viários Arca d'Água - Vale de Rãs Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13)

Espaço público local 48.450 € 193.800 € 96.900 € 96.900 € 96.900 € 2

OE OE 7 Equipamento local (E6.2) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos (Quadro 17)

com que com se articulaque d'Água e viáriarede TOTAL P 193.800 € 96.900 € P

Centro Local da Arca Terrenos municipais e/ou privados a afetar P - 0 € P Nó viário na Avenida Farinha Pereira Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13)

Equipamento local (E5.5) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos (Quadro 17) Pequeno campo de jogos (E5.6) 374.333 € 2

de de Boi

OE OE 11 Espaço público 173.925 € 573.545 €26 286.773 € 286.773 € Espaço verde (V1) 21.655 € 65.905 € 87.560 € 0 €

Receção da Zona Industrial

Norte Centro Local de Olho TOTAL P 639.450 € 374.333€ P (174.904 €) + Terrenos municipais e/ou privados a afetar 593.159 € - 0 € 418.255 €

Rotunda e novos troços viários Incluído nos custos da rede rodoviária (Quadro 13)

Equipamento local (E2.4) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos (Quadro 17) 0 € 3

OE OE 8 Espaço público - 894.593 € 894.593 € 0 €

de de eixo central TOTAL 593.159 € 894.593 € 1.487.752€ 0 €

Encosta Sul, urbanização

Espaço público - 401.940 € 401.940 € -

da

Equipamento local (E7.6) Incluído nos custos dos equipamentos coletivos Equipamento local (E7.7) 0 € 3 OE OE 9 (Quadro 17) Equipamento local (E7.8)

Centro local Encosta da Barata TOTAL - 401.940 € 401.940 € - TOTAL - - 7.455.489 € - 4.586.164 €

O saldo entre despesas e receitas municipais (não considerando, como se referiu, investimentos já previstos noutras rubricas) representa 4,5 milhões de €. Dada a importância de todas estas operações urbanísticas para o ordenamento da cidade, não é de estranhar que os referenciados como 1ª prioridade atinjam aproximadamente 2,4 milhões.

P - Custos suportados por privados no âmbito de operações integradas potencialmente autofinanciáveis, cujo valor não foi calculado.

93 I.

São identificadas, ainda, no Quadro 23, outras intervenções em espaço público, que não se encontram abrangidas em urbanizações estratégicas.

Quadro 23 - Outros espaços públicos - custos e investimentos municipais Obra Terreno Investimento Municipal Identificação Área Custo Área Custo Obra Terreno Prioridade (€) (m2) (€) 27 (m2) (€)28 % % 1 Chainça 1 2.565 153.900 - - 100 - 153.900 1 6 Rua do Comércio 15.203 912.180 - - 100 - 912.180 1 8 Alferrarede Velha 1937 116.220 518 5.957 100 C 116.220 3 9 Encosta da Barata 6.699 401.940 - - 100 - 401.940 3 14 Arrifana 70 4.200 70 805 100 100 5.005 3 TOTAL - 1.588.440 - 6.762 - - 1.589.245

27 Custo da obra - 60€/m2 28 Custo do solo urbano - 11,5 €/m2

94

Figura 32 - Urbanizações estratégicas I.

17.7 Corredores ecológicos e áreas sensíveis

Sendo opção do PUA considerar os espaços agrícolas e florestais como parte integrante, estruturante e qualificadora da cidade, consideram-se também estratégicas as ações de qualificação de corredores ecológicos e de áreas sensíveis.

Pretende-se, globalmente, a promoção dos serviços de ecossistemas, nomeadamente, a proteção do solo, a promoção da qualidade das massas de água, a mitigação de risco de incêndios florestais e inundações, a criação de habitat favorável à biodiversidade e migração das espécies.

As intervenções propostas são, maioritariamente, passíveis de cofinanciamento aos proprietários, até 85%, pelos Fundos Europeus Estruturais. Preconiza-se que o Município tenha um papel mobilizador e orientador das ações a realizar pelos proprietários, proporcionando apoio técnico. Quando justificável, poderá ainda ocorrer apoio financeiro à manutenção, através de Fundo Municipal de Sustentabilidade Ambiental (FSAU), a criar.

Em concreto, a qualificação dos corredores ecológicos e das áreas sensíveis abrange todos os espaços rurais de conservação e também as áreas sensíveis da Samarra, Quinta do Taínho e Encosta do Castelo, cobrindo uma área de 573 ha, o que corresponde a 20% da área do PUA. São propostas as seguintes áreas e programas de ação: Corredor do Rio Tejo:  Margem norte do Rio Tejo (A1): Área florestal de articulação paisagística e lúdica entre a cidade e o rio Tejo, a sujeitar a rearborização com espécies de autóctones folhosas e instalação de pastagens biodiversas, pelos proprietários, entre os quais a CMA (detentora de cerca de 68 ha) – ação cofinanciável pelo FEADER: PDR2020 – Operação 8.1.5, se enquadrado em Plano de Gestão Florestal (PGF). Pode ainda prever-se a possibilidade de apoio financeiro periódico, de estímulo a ações de manutenção, por recurso ao FSAU.  Quinta do Taínho (A2): Área agrícola de produção intensiva, a sujeitar a rearborização com espécies folhosas autóctones dos diversos estratos da galeria ripícola e das valas de drenagem, visando a mitigação de emissão de efluentes agrícolas. Ação a desenvolver pelos proprietários e cofinanciável pelo FEADER: PDR2020 – Operação 8.1.1, incluindo prémio anual por perda de rendimento, se enquadrado em PGF.  Margem sul, a jusante do Rio Torto (A3): área fortemente comprometida pela proximidade de infraestruturas viárias e ferroviárias, a sujeitar a qualificação das galerias ripícolas, pelos proprietários, entre os quais a CMA (detentora de cerca de 2 ha).  Margem sul, a montante do Rio Torto (A4): área de agricultura intensiva, mas que apresenta um mosaico complexo e relativamente compatível com as funções desejadas, sendo de fomentar a compartimentação com sebes vivas, pelos proprietários, entre os quais a CMA (detentora de cerca de 0,2 ha). De sublinhar a existência de uma área de apoio a extração de inertes no leito do Tejo, cujo licenciamento deverá estar sujeito à reposição das galerias ripícolas.  Corredores Secundários do Rio Torto (B1) e da Ribeira de Alferrarede (B2): Ecossistemas que revelam razoável coerência, devendo no primeiro ser estimulada a manutenção do mosaico e das estruturas de compartimentação, e, no segundo, melhorar as funções ecossistémicas através da sementeira de coberto herbáceo com pastagens biodiversas nas entrelinhas dos sistemas de produção de regadio, pelos proprietários.

96 I.

Corredores complementares:

 Eixo Tejo/Rotunda do Olival/Vale de Rãs/Samarra/S. Lourenço (C1): Corredor com funções lúdicas, turísticas, ecológicas e de prevenção de riscos, articulando espaços verdes públicos, com o espaço Rural de Edificação Dispersa da Samarra, onde as áreas agrícolas abandonadas devem ser rearborizadas com espécies de autóctones folhosas. Ação a desenvolver pelos proprietários e cofinanciável pelo FEADER: PDR2020 – Operação 8.1.1, que inclui prémio anual de manutenção, se enquadrado em PGF.  Encosta do Castelo (C2): Área florestal de enquadramento da Fortaleza de Abrantes, a qualificar paisagisticamente, através de ações de rearborização com espécies autóctones ou introduzidas de valor cultural, a desenvolver pelos proprietários e cofinanciável pelo FEDER: POR Centro – Prioridade de Investimento: 6.3. Ação a complementar com a estabilização da vertente sobre a EN2, a cargo da CMA e da EP- Estradas de Portugal, S.A..  Linhas de água: Ribeira da Abrançalha (D1), Ribeira de Coalhos (D2) e Ribeira de Fernão Dias (D3), cujas galerias ripícolas devem mantidas ou restabelecidas.

Quadro 24 - Qualificação de corredores ecológicos e áreas sensíveis

Investimento Investimento Municipal Intervenção Área PGF29 Obra30 Custo PGF PGF Obra Obra Custo Prioridade (ha) (€) (€) (€) (%) (€) (%) (€) (€)

Corredor Ecológico Principal do Tejo A1 200,07 2.500 500.175 502.675 33,8 846 33,8 169.300 170.146 2 A2 60,58 1.500 60.580 62.080 50,0 750 - - 750 3 A3 11,74 - 11.740 11.740 - - 3,1 1.900 1.900 2 A4 12,97 - 12.970 12.970 - - 1,5 200 200 3 Subtotal 285,36 4.000 585.465 589.465 - 1.596 29 171.400 172.996 -

Corredores Ecológicos Secundários B1 121,89 - 31 ------2 B2 95,95 - 9.840 ------2 Subtotal 217,84 - 9.840 ------

Corredores Ecológicos Complementares C1 134,17 1.500 134.170 135.670 50,0 750 - - 750 1 - Verde público A A A A ------Ponto nodal A A A A ------Samarra 85,98 - 85.980 ------Baixa do Olival 48,19 - 48.190 ------C2 55,54 138.850 138.850 6,7 9.325 9.325 2

- Verde público A A A A ------Arborização 55,54 - 138.850 - - - 6,7 9.325 9.325 - Subtotal 189,71 1.500 273.020 274.520 - 750 - 9.325 10.075 -

Linhas de Água D1 9,46 - 9.458 ------3 D2 10,14 - 10.143 ------3 D3 3,98 - 3.977 ------3 Subtotal 23,58 - 23.577 ------

TOTAL 716,49 5.500 891.902 863.985 2346 180.725 183.071 -

29 PGF – Plano de Gestão Florestal 30 Valor estimado do custo de arborização em encosta declivosa – 2.500 €/ha (A1 e C2) Valor estimado do custo de arborização em área de deposição sedimentar – 1.000 €/ha (A1 e C2) Valor estimado do custo de sementeira de pastagens biodiversas, em cerca de 25 ha - 400 €/ha (B2) 31 Valor da obra considerado incluído nos custos de exploração agrícola já existente. A Valor da aquisição de terrenos e de obra já considerados noutros custos setoriais.

97

Figura 33 - Qualificação de corredores ecológicos e de áreas sensíveis I.

18. ORIENTAÇÕES EXECUTÓRIAS

18.1 Princípios

A abordagem executória adotada subordina-se à ideia de que um plano não deve orientar apenas "o que fazer", mas também o "como fazer", de forma a garantir a sua exequibilidade.

As orientações executórias assumidas no PUA baseiam-se num conjunto de princípios que vão ao encontro das recentes disposições da Lei n.º 31/2014 (LBPPSOTU) e do RJIGT.

Tendo em vista as considerações de ordenamento do território expressas no art.º 89 do Regulamento do PUA, nomeadamente que "todos os novos usos a instalar na área abrangida pelo PUA devem contribuir para a melhoria funcional, formal e ambiental do espaço onde se inserem", adotam-se os seguintes princípios que se pretendem norteadores da prática urbanística no Município de Abrantes:  Distinguir operações "rotineiras", a enquadrar e orientar através de licenciamento assistemático, de operações estratégicas e prioritárias, as quais devem ser programadas e dinamizadas pelo Município.  Programação de operações urbanísticas inscrita em plano de atividades e, se justificável, em orçamento municipal, dando origem a intervenções sistemáticas e integradas.  Voluntarismo e iniciativa municipal no cumprimento da programação, recorrendo a negociação com outros agentes e à organização de parcerias urbanísticas, disponibilizando-se para uma intervenção supletiva, nomeadamente na disponibilização de solo, e procurando ressarcir-se dos investimentos realizados.  Licenciamento mais criterioso, dando especial atenção à capacidade da infraestrutura instalada e recorrendo à elaboração de estudos urbanísticos orientadores, que assegurem a contextualização das operações.  Adoção de uma "perequação alargada" dos benefícios e encargos gerados pelo plano, abrangendo simultaneamente as pequenas operações rotineiras e as operações estratégicas e prioritárias, mas incentivando especialmente a ocorrência destas últimas, e abrangendo espaços geradores de externalidades ambientais positivas (compensação pela prestação de serviços ambientais).

Em conformidade com estes princípios, o Regulamento do PUA define:  Regras para a execução de operações urbanísticas sistemáticas, nomeadamente: - Sobre programação municipal (art.º 91); - Para aquisição de solo pelo Município (art.º 92); - Para organização de parcerias urbanísticas no âmbito de unidades de execução (art.º 93); - Para desenvolvimento de Operações Estratégicas (art.º 94).  Regras para a execução de operações urbanísticas assistemáticas, nomeadamente: - Sobre sequências e condições prévias à edificação em solo urbano (art.º 95); - Para indeferimento de operações urbanísticas (art.º 96); - Princípios perequativos, regras para a identificação e distribuição de mais-valias fundiárias e de encargos urbanísticos (Capítulo II do Título IV).

99 I.

18.2 Perequação de benefícios e encargos

O PUA é um instrumento de ordenamento do território que vincula particulares, atribuindo diferente uso (e consequentemente valor) a prédios similares. Esta situação deve ser corrigida, e se possível anulada, através de mecanismos perequativos que assegurem uma distribuição equitativa das mais-valias fundiárias (decorrentes da edificabilidade admitida) e dos encargos urbanísticos impostos pelo Plano.

A arquitetura perequativa assumida no PUA referencia-se à identificação de Unidades Operativas, que correspondem a zonas representativas da realidade territorial pré-plano, com características similares no que diz respeito à localização, usos e grau de urbanização. Com base nesta diferenciação, de forma fundamentada, o Plano:  Estabelece mecanismos de perequação compensatória de benefícios para o conjunto dos espaços urbanos onde o PUA origina mais-valia edificatória, nomeadamente espaços residenciais, espaços destinados a atividades económicas e terciário, e onde origina menos valia, os espaços destinados a infraestruturas gerais, equipamentos e verde público.  Perspetiva compensação por externalidades ambientais positivas, originadas por usos do solo pretendidos e comprovados, nomeadamente em Espaços Verdes de Proteção e Espaços Rurais de Conservação, prevendo para tal a criação de Fundo Municipal de Sustentabilidade Ambiental e Urbanística (FSAU).  Identifica áreas para as quais não se justificam processos perequativos, por o PUA nelas não introduzir diferenciações de uso e valor, face às respetivas e atuais localização e ocupação: Centro da Cidade; Espaços Urbanos de Baixa Densidade; Espaços Rurais de Edificação Dispersa; Espaços Agrícolas e Florestais de exploração corrente.

A distribuição perequativa dos benefícios entre os espaços urbanos referidos no primeiro grupo assenta em medições e cálculos rigorosos, expressos no Quadro 25.

De tais cálculos se conclui que o benefício-padrão deste conjunto de áreas, o mesmo é dizer a sua edificabilidade média, é de 0,4m2 de área de construção por m2 terreno (179+113 ha de ac/ 493+234 ha)

Em conformidade com a recente Lei de Bases (Lei 31/2014, art.º 62, nº4), o Plano afeta uma parte desta edificabilidade à função social do solo (FSAU). Estabeleceu, em conformidade, que ela poderá atingir 0,1 m2 de ac/ m2 terreno. A cada proprietário caberia, então, 0,3 m2 de ac/ m2 terreno. (Art.º 98)

Este valor destinado ao FSAU corresponde a um máximo, que verdadeiramente nunca é atingindo, face às duas seguintes regras estabelecidas pelo PUA:  A segunda, de articulação entre perequação e desenho urbano, estabelece um acréscimo que poderá ir até aos 150 m2 de área de construção em cada operação, facilitando pequenas operações urbanísticas.  A primeira visa estimular a participação dos proprietários em parcerias (unidades de execução) integradas em Operações Estratégicas. Nestes casos é eliminada a contribuição para o FSAU, sendo então reconhecida a cada uma dessas propriedades uma edificabilidade média de 0,4 m2 de ac./m2 terreno.

Referiu-se, atrás, o princípio de uma "perequação alargada", abrangendo simultaneamente operações pontualizadas e urbanizações em parceria. Em consequência, no caso das urbanizações em parceria a distribuição dos benefícios (tal como a dos encargos) faz-se em duas escalas territoriais complementares: a mais alargada, reportada à cidade e

100 I. considerando edificabilidade média do conjunto de prédios; a mais restrita, entre todos e cada um dos prédios abrangidos.

Quadro 25 - Espaços do PUA, respetivas Áreas e Edificabilidades

ABC Acréscimo de Área Categoria ou subcategoria de espaço Área (m2) existente a ABC admitido Índice (ha) manter (m2) (m2) PUA (não incluindo Rio Tejo) 28.237 .291 2.8 24 2.628.852 1.496.364 0,15 Solo urbano 11.968.997 1.197 2.488.515 1.437.774 0,33 Solo rústico 16.268.301 1.627 140.337 58.590 0,01 Áreas com criação de mais-valia edificatória 4.930.076 493 1.790.523 1.125.716 0,59 Espaços residenciais R0 861.712 86 544.145 91.520 0,74 Espaços residenciais R1 937.965 94 341.369 173.151 0,55 Espaços residenciais R2 123.856 12 39.505 29.379 0,56 Espaços residenciais R3 342.532 34 216.459 141.758 1,05 Espaços residenciais R4 408.146 41 312.620 42.672 0,87 Espaços residenciais R11 275.727 28 39.072 134.636 0,63 Polo tecnológico (A1) 85.648 9 17.540 61.666 0,92 Zonas industriais (A2) 1.491.952 149 153.237 358.341 0,34 Atividades pontualizadas (A3) 95.902 10 64.791 24.479 0,93 Espaços de grandes superfícies comerciais (T1) 270.892 27 48.321 31.535 0,29 Espaços terciários não tipificados (T11 a T17) 35.744 4 13.464 36.578 1,40 Infraestruturas gerais (custos) 2.344.811 234 0 0 0,00 Vias coletoras e caminho-de-ferro 149.196 15 0 0 0,00 Verde público (V1) 554.754 55 0 0 0,00 10% dos Espaços verdes de proteção (V2) 103.401 10 0 0 0,00 Equipamentos E 935.744 94 0 0 0,00 Outros espaços de uso especial (U1 + U2) 65.371 7 0 0 0,00 Espaços para infraestruturas (I1 a I11) 56.943 6 0 0 0,00 Infraestruturas gerais em solo rústico (EQ + I) 479.402 48 0 0 0,00 Áreas a não considerar na perequação de benefícios 21.110.545 2.111 838.329 370.648 0,06 Centro da cidade (T0) 154.191 15 191.132 0 1,24 Espaços urbanos de baixa densidade (UBD) 3.524.383 352 481.899 306.936 0,22 Alguns espaços de uso especial (U3+U4+U5) 407.744 41 13.461 0 0,03 90% dos espaços verdes de proteção (V2) 930.612 93 7.742 0 0,01 Quintas (V3) 34.145 3 3.758 5.122 0,26 Espaços rurais de edificação dispersa (RED) 3.545.377 355 140.337 58.590 0,06 Espaços rurais de conservação (C1 + C2 + C3) 5.774.193 577 0 0 0,00 Restante rústico 6.739.900 674 0 0 0,00 NOTA: Os espaços terciários tipificados (T2), a rede pedonal e a rede rodoviária (exceto vias de atravessamento), estão inseridos nas restantes categorias e subcategorias de solo

Na distribuição perequativa dos encargos urbanísticos, o PUA adota um conceito lato de infraestrutura pública (que inclui todo o espaço público, redes de infraestruturas e equipamentos sociais) e assume um encargo de urbanização igual para todas as novas operações urbanísticas.

Conforme o art.º 104 do Regulamento, o promotor de cada operação deve suportar:

 Obras de urbanização e cedência de terreno para infraestrutura local, quando necessário.

101 I.

 Contribuição mínima (por realização direta ou prestação pecuniária) nos custos das obras de urbanização, que corresponde a taxa à qual serão abatidos os encargos do promotor com eventuais obras de urbanização.  Contribuição padrão (em terreno ou prestação pecuniária) para infraestrutura geral, que corresponde a uma área de cedência média de 0,5m2 de terreno por m2 de área de construção.

De notar que, prevendo o PUA pouca expansão urbana e significativo aproveitamento de infraestruturas existentes, haverá muitas situações em que não se justificarão “obras de urbanização e cedência de terreno para infraestrutura local”. Entendeu-se então adequado, face ao custo das infraestruturas e por razões perequativas, fixar uma contribuição mínima para todas as novas edificações, cujo valor será o de taxa a prever em regulamento municipal.

No que respeita à infraestrutura geral, a contribuição corresponde a cedência de terreno. A cedência média, fixada em 0,5m2 de terreno/m2 de ac, resulta de cálculo decorrente dos valores expressos no Quadro 27, com arredondamento por defeito: 2.34 ha de área para infraestrutura geral (inclui vias coletoras, caminho-de-ferro, verde público, 10% do verde de proteção, equipamentos coletivos, infraestruturas e alguns espaços de uso especial) divididos por 413 ha de ac, (somatório da edificabilidade existente com a admitida).

18.3 Operações estratégicas

Assumindo uma atitude seletiva, o PUA identifica 22 Operações Estratégicas (OE) de carácter estruturante e/ou prioritário, que devem ser especialmente impulsionadas pelo Município.

A sua seleção baseou-se no diagnóstico elaborado e nos objetivos fixados para a cidade de Abrantes:  A reabilitação urbanística, social e económica do Centro Histórico através da sua vivificação e da qualificação de relações pedonais com a envolvente, desde logo com o Castelo, e também com o Hospital e o Vale da Fontinha (OE1 a OE5).  O reforço e/ou criação de centros locais, um em cada parte de cidade (OE6 a OE9)  A dinamização económica, através do desenvolvimento do Tecnopolo e das zonas industriais, melhorando as suas condições de acessibilidade e promovendo a oferta de lotes (OE10 a OE12).  A explicitação de rede viária estruturante, articulando as várias partes da cidade através de pequenos acrescentos relativamente à rede existente (OE13 a OE17).  A proteção e qualificação ambiental e a promoção turística, associadas à qualificação e dinamização de percursos pedonais e lúdicos e de zonas verdes (OE18 a OE22).

As Operações Estratégicas encontram-se identificadas no Art. 94º do Regulamento. Cada uma delas dispõe de ficha programática (anexa ao Regulamento), contendo objetivos, programa, orientações executórias e de financiamento, estimativa de custos, bem como requisitos de desenho macro: estrutura, malha, morfologia.

Muitas das Operações propostas são autofinanciáveis, suscitando orientações executórias de dinamização de processos de parceria com proprietários e promotores. Outras exigem financiamento municipal, supletivo ou total, sem possibilidades de ressarcimento.

No Quadro 26 apresenta-se uma síntese das orientações do PUA para a execução das Operações Estratégicas, dividindo-as em 4 tipos:

102 I.

 Operações de iniciativa e financiamento totalmente municipal;  Operações em que o município participa financeiramente em parceria com privados;  Operações de iniciativa municipal, não geradoras de receita, mas com possibilidade de cofinanciamento;  Operações de iniciativa e financiamento dominantemente privado.

Quadro 26 - Orientações para a execução de Operações Estratégicas

Identificação da OE Orientações executórias

OE5 Vale da Fontinha Operação urbanística de iniciativa municipal, com prévia aquisição dos terrenos

OE9 Centro Local do Casal da Preta abrangidos na operação OE3 Nó do Mercado Operação urbanística de iniciativa municipal, com prévia aquisição dos terrenos Pública OE10 Estação de Alferrarede e Tecnopolo abrangidos na operação, podendo associar parceiro investidor Avenida Farinha Pereira - variante de Intervenção urbanística de iniciativa municipal com prévia aquisição de OE13 ligação ao Tecnopolo terrenos ou, em alternativa, unidade de execução por cooperação Constituição de ARU + Intervenção pública direta pontualizada OE1 Regeneração do Centro Histórico Envolvimento de agentes locais na realização de eventos Centro Local da Chainça e ligação viária OE6

nascente-poente Centro Local da Arca d'Água e rede viária OE7 com que se articula Unidade de execução por cooperação Financiamento municipal de infraestruturas gerais OE14 Variante à EN118, no Rossio - 1ª fase Ligação viária do Nó dos Bombeiros à OE15 Rua da Esperança Pública /Pública Privada Financiamento de edificação e infraestruturas locais por associação empresarial Receção da Zona Industrial Norte/ OE11 (a formar) Centro Local de Olho de Boi Financiamento municipal de infraestruturas gerais Elaboração de PP cuja execução recorrerá, se necessário, à organização de OE8 Encosta Sul, urbanização de eixo central unidades de execução Projeto integrado na Regeneração do Centro Histórico Mobilização de Fundos OE2 Potenciação do Castelo Estruturais Europeus e de Investimento Encosta do Castelo, qualificação OE19 Cofinanciamento do FEDER paisagística Plano de Gestão Florestal a cargo dos proprietários ou cofinanciado pela

CMA, com recurso ao FSAU OE20 Samarra, florestação Possibilidade de cofinanciamento do FEADER Financiamento através do prémio anual de manutenção, para o período máximo de 10 anos, de 150 euros/hectare Plano de Gestão Florestal, a cargo da CMA e demais proprietários Margem do Tejo, qualificação ambiental Possibilidade de cofinanciamento do FEADER

Cofinanciamento OE21 da Ponte Rodoviária ao Bairro do Outeiro Possibilidade de apoio financeiro por recurso ao FSAU, de estímulo a ações de manutenção. Plano de Gestão Florestal a cargo dos proprietários ou cofinanciado pela CMA, com recurso ao FSAU. OE22 Quinta do Taínho, qualificação ambiental Possibilidade de cofinanciamento do FEADER Financiamento através do prémio anual por perda de rendimento, no período máximo de 10 anos, entre 210 e 153 euros/hectare. Concurso de conceção/construção em terrenos municipais, a adjudicar em OE4 Relação Centro Histórico/ Hospital função da qualidade do projeto e de contrapartidas financeiras

Percurso Pedonal do Nó do Olival à Rua OE18 Unidades de execução por cooperação da Esperança Ligação viária da Rua da Indústria ao

Privada OE16 Largo do Comércio Unidade de execução por cooperação Melhoria da ligação viária nascente- De evitar, à partida, investimento municipal OE17 poente, na área Travessas S. Lourenço/ Oleiros

O essencial do investimento municipal deve, então, ser canalizado para estas intervenções. No ponto seguinte apresentam-se os custos e os investimentos associados a cada uma.

103 I.

18.4 Investimentos municipais (Plano de Financiamento)

O PUA enquadra e propõe uma diversidade de intervenções, que poderão ser da iniciativa dos mais diversos agentes. Perspetiva-se aqui o investimento municipal necessário à sua concretização, sendo certo que apenas irá corresponder a uma pequena parte do total.

Assumem-se, para uma estimativa relativa à distribuição de encargos entre Município e demais promotores, os seguintes pressupostos:  A CMA assume o essencial dos custos com a infraestrutura geral viária e verde e uma parte significativa dos custos dos equipamentos (articulando-se, para estes, com outras instituições).  Os promotores de novas operações urbanísticas assumem os encargos correspondentes aos custos das infraestruturas locais e a cedência de terrenos destinados a infraestruturas gerais.  A CMA assume um papel dinamizador das operações urbanísticas assumidas como estratégicas ou prioritárias, as quais devem ser desenvolvidas de forma integrada e em parceria com proprietários e promotores.  As intervenções urbanísticas nas quais o Município venha a participar como parceiro devem ser perspetivadas para que, sempre que possível, se paguem a si próprias.

No ponto anterior, relativo a “Estratégias, Propostas e Custos Sectoriais”, elencaram-se os investimentos municipais necessários a uma cabal execução do PUA. Tais investimentos surgem resumidos no quadro seguinte, dele se concluindo que são da ordem dos 39 milhões de euros, sendo referenciados como de 1ª prioridade cerca de 15 milhões.

Quadro 27 - PUA, Custos e Investimentos Municipais (em milhões de €, a custos de 2014) Prioridades Custo total Investimento municipal Setor de Intervenção (milhões de €) (milhões de €) (milhões de €) 1 2 3 Rede Rodoviária 10,8 5,3 1,9 1,5 1,9

Rede Pedonal e Espaços Verdes 11,4 9,6 3,0 4,1 2,5

Equipamentos Coletivos 20 13,4 4,0 3,7 5,7

Infraestruturas de água e saneamento 5,2 3,0 1,9 1,1 -

Reabilitação e Alojamento 8,2 2,2 1,1 1,1 -

Urbanizações Estratégicas 9,8 4,5 2,4 2,1 -

Outros espaços públicos 1,6 1,6 1,1 - 0,5

Corredores ecológicos e áreas sensíveis 0,9 0,2 0,0 0,2 0,0

TOTAL 67,9 39,8 15,4 13,8 10,6

Numa outra abordagem, identificaram-se Operações Estratégicas, aquelas que devem ser desenvolvidas de forma integrada e que incluem a grande maioria das intervenções que, na visão do PUA, a cidade mais necessita para se desenvolver de forma ordenada.

104 I.

Estas operações surgem elencadas no Quadro 28, com indicação do respetivo e espectável saldo financeiro municipal. Para estas operações calculou-se que esse saldo (a suportar pela CMA, deduzidas receitas espectáveis com venda de lotes) pouco excede os 11 milhões de €.

Quadro 28 - PUA, Operações Estratégicas e Investimentos Municipais (em milhões de €, a custos de 2014) Investimento Saldo32 Identificação da OE (milhões de €) (milhões de €) Município Outros OE1 Regeneração do Centro Histórico 0,9 1,8 4,0 OE2 Potenciação do Castelo 1,1 1,5 1,1 OE3 Nó do Mercado 2,9 0,0 0,8 OE4 Relação Centro Histórico/ Hospital 0,0 0,7 0,0 OE5 Vale da Fontinha 2,9 0,2 1,6 OE6 Centro Local da Chainça e ligação viária nascente-poente 0,5 0,3 0,5 Centro Local da Arca d'Água e rede viária com que se OE7 0,4 0,7 0,4 articula OE8 Encosta Sul, urbanização de eixo central 2,0 0,1 0,0 OE9 Centro Local da Encosta da Barata 0,8 0,6 - OE10 Estação de Alferrarede e Tecnopolo 0,4 0,9 0,1 Receção da Zona Industrial Norte/ Centro Local de Olho OE11 0,4 0,2 0,4 de Boi OE12 Oferta municipal de lotes industriais - - - OE13 Avenida Farinha Pereira - variante de ligação ao Tecnopolo 1,5 - 0,5 OE14 Variante à EN118, no Rossio - 1ª fase 0,2 0,3 0,2 OE15 Ligação viária do Nó dos Bombeiros à Rua da Esperança 0,4 0,0 0,4 OE16 Ligação viária da Rua da Indústria ao Largo do Comércio 0,0 - 0,0 Melhoria da ligação viária nascente-poente, na área Travessas OE17 0,0 - 0,0 S. Lourenço/ Oleiros OE18 Percurso Pedonal do Nó do Olival à Rua da Esperança 0,4 0,4 0,4 OE19 Encosta do Castelo, qualificação paisagística 0,6 0,2 0,6 OE20 Samarra, florestação 0,0 0,1 0,0 Margem do Tejo, qualificação ambiental da Ponte OE21 0,4 0,2 0,4 Rodoviária ao Bairro do Outeiro OE22 Quinta do Taínho, qualificação ambiental 0,0 0,0 0,0

TOTAL 15,8 8,2 11,4

As propostas do PUA incluem, para além destas Operações, alguns outros investimentos que, porque pontualizados ou sectoriais, nelas não foram integrados, mas que se justificam serem assumidos como de 1ª prioridade. Em concreto:

Rede Rodoviária (Quadro13) – total 1.267.750 €  Variante à EN2 (Identificação 2 - 480.624 €);  Variante à EN 118 (Identificação 11 – 289.570 €);  Rua 5 de Outubro (Identificação 17 – 238.476 €);

32 A suportar pelo município, após eventual venda de lotes/edifícios.

105 I.

 Rotunda do Olival (Identificação R1 – 14.000 - EP);  Rotunda das Av. Forças Armadas (Identificação R4 – 228.080 €);  Avenida da Portagem (23.000 – EP);  Av. Dr. João A.S. Martins (31.000 €). Rede Pedonal (Quadro 14) - total 130.964 €  Nó do Olival - Estação de Alferrarede (Identificação 4 – 95.053 €);  Nó do Olival – Av. D. Manuel I (Identificação 5 – 19.076 €);  Praça da República – Rua da Barca (Identificação 12 – 16.835 €). Verde Público (Quadro 15) - total 694.189 €  Fonte de S. José ao Centro Escolar 2 (Identificação V5 – 241.358 €);  Convento de São Domingos (Identificação V7 – 285.005 €);  Extensão do Aquapolis (Identificação V9 – 167.826 €). Equipamentos (Quadro 17) - total – 3.402.500 € - Sala de desporto (Identificação E6.4 – 202.500 €); - Escola básica (Identificação E1.4 – 2.000.000 €); - Feira semanal (Identificação E 1.27 – 1.200.000 €); - Estação ferroviária (Identificação E 3.8). Rede de Abastecimento de água (Quadro 18) - total 1.861.326 €  Expansão da adução da Albufeira de Castelo do Bode aos reservatórios da margem sul (P2) – (1.465.830 €);  Adução gravítica da Av. D. João I aos reservatórios de S. José, Castelo e da Encosta Sul (P3) – (395.496 €); Rede de Saneamento (Quadro 19)  ETAR dos Carochos – Remodelação (a cargo da Abrantaqua);  ETAR da Fonte Quente – Ampliação (a cargo da Abrantaqua); Reabilitação e realojamento (Quadro 20) – total 450.000 €  Reabilitação de edifícios privados (225.000 €);  Reabilitação de edifícios municipais (Incluídos na rubrica dos equipamentos);  Qualificação da circulação e dos espaços pedonais (225.000);  Percurso pedonal associado a espaço verde, a sul da Misericórdia (Incluído na rubrica Rede pedonal/Verde publico). Estes investimentos pontualizados/sectoriais, não integrados em operações integradas, perfazem aproximadamente 8 milhões de euros. Somando estes investimentos de 1.ª prioridade com o saldo financeiro estimado para a totalidade das intervenções integradas chega-se a uma necessidade de investimento municipal da ordem dos 20 milhões de €.

Perspetivada a necessidade de investimento municipal correspondente às propostas do PUA, há que a confrontar com a previsível capacidade de investimento municipal até 2025, horizonte temporal a que o PUA se referencia. Para tal, consideraram-se as receitas municipais dos três últimos quadriénios (correspondentes a mandatos autárquicos), as despesas de investimento, as demais despesas e os investimentos ocorridos na cidade em realizações enquadráveis na tipologia de propostas do PUA. Analisadas as receitas, constata-se que têm vindo a diminuir significativamente nos últimos anos. Adotando uma atitude moderada (não otimista, mas também não muito pessimista), admitiu-se que o processo regressivo estará agora no seu auge, que no presente quadriénio ainda se irá verificar uma pequena diminuição de receita (apenas 1%) e que nos

106 I. quadriénios seguintes se assistirá a um retorno lento aos valores do passado, ainda assim muito abaixo da receita de 2002/05.

Considerou-se que, face à solicitação crescente de tarefas de funcionamento e de conservação, as Outras Despesas (não de investimento) continuarão a crescer, mesmo que apenas ligeiramente, por adoção de uma atitude de contenção.

Obteve-se então uma estimativa de Despesas de Investimento, resultado da subtração entre Receitas e Outras Despesas.

As despesas enquadráveis em PU da cidade sofreram uma enorme variação, tendo sido diminutas no último quadriénio. Considerou-se que terá sido uma exceção, até porque é a cidade que apresenta as melhores perspetivas de estabilidade demográfica e de desenvolvimento económico. Considerou-se, em consequência, que 38% da capacidade de investimento municipal seria enquadrável no PUA.

Estimou-se, assim, que a capacidade de investimento municipal para as realizações propostas pelo PUA entre 2014 e 2025, será da ordem dos 30 milhões de euros.

Quadro 29 - Receitas e Despesas Municipais 2002/05 2006/09 2010/13 2014/17 2018/21 2022/25 Receitas Totais (1) 128,9 114,8 107,3 106,2 107,3 114,8 Despesas de milhões € (2) 57,6 32,3 26,0 23,7 23,8 30,3 investimento % (2/1) 44,7% 28,1% 24,2% 22,3% 22,2% 26,4% milhões € (3) 71,3 82,5 81,3 82,5 83,5 84,5 Outras despesas % (3/1) 55,3% 71,9% 75,8% 77,7% 77,8% 73,6% Despesas milhões € (4) 19,8 13,2 5,8 9,01 9,04 11,51 enquadráveis em PU % (4/2) 34,4% 40,9% 22,3% 38,0% 38,0% 38,0%

Confrontando propostas com capacidade de investimento municipal conclui-se que esta não é suficiente para viabilizar todas as propostas do PUA até 2025. Mas as propostas elencadas visam o ótimo, pelo que não seria de esperar, à partida, que fossem possíveis de concretizar na sua totalidade. Face à atual situação de crise económica e financeira, vale a pena salientar, pela positiva, que a capacidade financeira municipal se afigura suficiente para concretizar quase 80% do que é proposto (30 milhões para 38 milhões).

As propostas do PUA não devem ser entendidas, portanto, como desígnios que seja necessário alcançar na totalidade, havendo que identificar e concretizar as prioritárias e que considerar as restantes como referencial enquadratório de oportunidades e ocorrências.

Centrados então nas operações estratégicas integradas e nas demais de 1.ª prioridade (20 milhões), logo se conclui que a capacidade de investimento da CMA excede a verba necessária para que possam ser concretizadas na totalidade. Pode pois afirmar-se que o PUA se revela exequível do ponto de vista das finanças municipais.

Mas há que não esquecer que o êxito do Plano dependerá muito da evolução económica e imobiliária que for ocorrendo e também do que for o desempenho municipal. Será necessário que os pressupostos sobre a participação dos diversos agentes sejam cumpridos, o que exigirá uma administração municipal dinâmica, com iniciativa, centrada na dinamização desses agentes e na correspondente organização de parcerias.

107 I.

19. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

19.1 Conceção do Sistema

A monitorização de um território (neste caso a Cidade de Abrantes) e da execução de um plano (neste caso o PUA) pressupõe a recolha periódica de dados e a respetiva análise, eventualmente anual e necessariamente quadrienal, já que terá que integrar os relatórios sobre o “Estado do Ordenamento do Território” previstos por Lei.

A monitorização visa em última analise uma avaliação, a qual desejavelmente será composta por várias componentes, articuladas entre si:

- Avaliação de Execução das propostas do PUA;

- Avaliação das transformações que irão ocorrendo no território Cidade de Abrantes;

- Avaliação dos Impactos da Execução do Plano no Território.

A monotorização e a consequente avaliação assentam no esquema da figura seguinte.

Figura 34 - Esquema da Monitorização e Avaliação

Para a concretização desta metodologia de avaliação utilizar-se-ão: - Indicadores de Estado (e de Evolução de Estado), para monitorizar as transformações que irão ocorrendo na Cidade e que irão ocorrendo no Exterior (Portugal; NUT3); - Indicadores de Execução, para monotonizar a execução das propostas do PUA; - Metodologia para análise do Impacto da Execução do Plano na evolução da Cidade de Abrantes.

108 I.

As duas primeiras famílias de indicadores são elencadas de forma explícita no quadro que integra o ponto 19.2, sem prejuízo de poderem ter acertos ou desenvolvimentos.

Para a avaliação do Impacto da Execução do Plano na evolução da Cidade de Abrantes há que ponderar “Evolução de Estado”, “Execução do Plano” e “Tendências Globais de Evolução”, sendo que estas podem ser associadas às transformações que ocorram no País e na NUT.

De forma simplista poderá considerar-se que: Impacto (de Execução) = Evolução de Estado – Impacto das Tendências Globais Esta avaliação corresponderia a uma forma avançada de planeamento, que ultrapassa o previsto na Lei e que aqui se enuncia como mera sugestão, não sendo estabelecidos para tal indicadores específicos.

Seria positivo, contudo, que os relatórios de Ordenamento de Território fossem desbravando este caminho. As propostas do PUA visam ordenar e desenvolver o território e, mais do que saber se o Plano vai sendo cumprido, o essencial é saber se o seu cumprimento contribui efetivamente para o ordenamento pretendido.

19.2 Indicadores por PROJETOS enquadrados por OBJECTIVOS

De acordo com o referido em 19.1 - e cumprindo com o estabelecido no RJIGT (artigo 110º, nº5 e artigo 189º) - são elencados nos quadros seguintes indicadores a utilizar na monotorização do PUA. Estes quadros integram uma listagem de Projetos (enquadrados em Objetivos) e os Indicadores a utilizar em cada um deles.

A listagem de Projetos foi elaborada com base em todas as propostas do PUA, procurando articular de forma integrada e coerente: os Objetivos expressos no ponto 15 deste Relatório; as “Operações Estratégicas Integradas” constantes no Anexo 3 do Regulamento; a totalidade das Propostas Sectoriais constantes no ponto 17 deste Relatório, sendo que destas apenas se referem de forma individualizada as consideradas de 1.ª prioridade, sendo as restantes agrupadas em rubricas genéricas de “outros”, cada uma reportada a um sector.

Os Indicadores estabelecidos distinguem totalmente: - Os relativos à Execução do PUA, cuja concretização (física e financeira) pode ser levada a cabo pela CMA ou por qualquer outro Agente; - Os que caracterizam o território, neste caso a Cidade de Abrantes, mas também a NUT3 e o País, constituindo estes um referencial comparativo.

109 I.

Quadro 30 - Indicadores INDICADORES OBJECTIVOS DE EXECUÇÃO DO PUA DE ESTADO: DE ESTADO: traduzidos em DINAMIZAÇÃO EXECUÇÃO EXECUÇÃO POR CIDADE DE PORTUGAL; PROJECTO MUNICIPAL DE PELO OUTROS ABRANTES NUT III AGENTES MUNICÍPIO AGENTES 1. VIVIFICAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO E ENVOLVENTE 1.1. Reabilitação do Centro Histórico

 N.º ações fiscais 1.1.1. Reabilitação de  N.º de obras  % de edifícios  % de edifícios  N.º de intimações  N.º de obras Edifícios  Investimento (€) degradados degradados  N.º de apoios

 % relativa à 1.1.2. Percursos Pedonais - proposta do PUA - - -  Investimento (€)

 % relativa à 1.1.3. Valorização do Castelo - proposta do PUA - - -  Investimento (€)

1.1.4. Projetos museológicos  % relativa à (MIA e Edifício Carneiro) - proposta do PUA - - -  Investimento (€)

1.2. Qualificação da Envolvente

 % relativa à proposta do PUA 1.2.1. Nó do Mercado  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - -  Investimento de Outros Agentes (€)

 % relativa à proposta do PUA 1.2.2. Vale da Fontinha  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - -  Investimento de Outros Agentes (€)

 % relativa à proposta do PUA 1.2.3. Ligação ao Hospital  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - -  Investimento de Outros Agentes (€)

1.3. Presença e animação vivencial

 N.º ações fiscais por  N.º de famílias não uso  residentes  1.3.1. Famílias residentes N.º alugueres de - N.º de famílias/n.º  N.º de apoios a fogos municipais  N.º de famílias / de fogos alugueres n.º de fogos

 N.º ações fiscais por  N.º alugueres em não uso  N.º de usos não 1.3.2. Usos não habitacionais edifícios - -  habitacionais N.º de apoios a municipais alugueres  N.º de ações de  N.º de visitas  N.º de visitas   1.3.3. Visitas turísticas N.º de agentes em divulgação N.º de ações de turísticas turísticas ações divulgação divulgação  Investimento (€)  N.º de dormidas  N.º de dormidas  N.º de eventos  N.º de eventos  N.º de agentes em 1.3.4. Ocorrência de eventos  N.º participantes  N.º participantes - - eventos  Investimento (€)  Investimento (€)

110 I.

INDICADORES OBJECTIVOS DE EXECUÇÃO DO PUA DE ESTADO: DE ESTADO: traduzidos em DINAMIZAÇÃO EXECUÇÃO EXECUÇÃO POR CIDADE DE PORTUGAL; PROJECTO MUNICIPAL DE PELO OUTROS ABRANTES NUT III AGENTES MUNICÍPIO AGENTES 2. DINAMIZAÇÃO ECONÓMICA / INDUSTRIAL 2.1. Tecnopolo / Inovação Industrial  N.º de empresas   Indicad. inovação/ 2.1.1. Empresas N.º de interações empresas/ensino -  N.º de interações empresas/município empresa  N.º de interações ensino/município  N.º de empregos  N.º de alunos 2.1.2. Ensino superior -  N.º de cursos  % Relativa à proposta do PUA 2.1.3. Estação em Alferrarede  N.º de Agentes  Investimento Municipal (€)  N.º passageiros -  Investimento de Outros Agentes (€)

2.2 Área Empresarial

 Nº lotes edificados  Nº lotes vendidos 2.2.1. Lotes  N.º de contactos  Nº lotes vendidos  Nº lotes constit. -  Nº novos edifícios não edificados  N.º de empresas 2.2.2. Empresas  N.º de contactos -  Nº novas empresas -  N.º de empregos 2.2.3. Receção em Olho-de-  % Relativa à proposta do PUA  N.º de Agentes - - boi  Investimento Municipal (€)  Investimento de Outros Agentes (€)

111 I.

INDICADORES OBJECTIVOS DE EXECUÇÃO DO PUA DE ESTADO: DE ESTADO: traduzidos em DINAMIZAÇÃO EXECUÇÃO EXECUÇÃO POR CIDADE DE PORTUGAL; PROJECTO MUNICIPAL DE PELO OUTROS ABRANTES NUT III AGENTES MUNICÍPIO AGENTES 3. ESTRUTURAÇÃO DA CIDADE

3.1. Reforço dos Centros Locais

 m2 espaço público  % relativa à proposta do PUA qualificado 3.1.1. Centro local da Chainça  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) -  N.º unid terciárias  Investimento de Outros Agentes (€)  N.º equipamentos  m2 espaço público  % relativa à proposta do PUA 3.1.2. Centro local da Arca de qualificado  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - Água  N.º unid terciárias  Investimento de Outros Agentes (€)  N.º equipamentos  m2 espaço público  % relativa à proposta do PUA 3.1.3. Centro local da Encosta qualificado  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - Sul  N.º unid terciárias  Investimento de Outros Agentes (€)  N.º equipamentos  m2 espaço público  % relativa à proposta do PUA 3.1.4. Centro local da Encosta qualificado  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - da Barata  N.º unid terciárias  Investimento de Outros Agentes (€)  N.º equipamentos  m2 espaço público  % relativa à proposta do PUA 3.1.5. Reforço de outros qualificado  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - Centros Locais  N.º unid terciárias  Investimento de Outros Agentes (€)  N.º equipamentos 3.2. Reforço da Rede Viária

Estruturante

 % relativa à proposta do PUA 3.2.1. Troço Av. Farinha  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Pereira/ Tecnopolo  Investimento de Outros Agentes (€)  % relativa à proposta do PUA 3.2.2. Variante à EN118, no  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Rossio  Investimento de Outros Agentes (€) 3.2.3. Ligação Nó dos  % relativa à proposta do PUA Bombeiros / Rua da  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Esperança  Investimento de Outros Agentes (€) 3.2.4. Ligação Rua da  % relativa à proposta do PUA Indústria / Largo do  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Comércio  Investimento de Outros Agentes (€)  % relativa à proposta do PUA 3.2.5. Outros reforços da  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Rede Viária  Investimento de Outros Agentes (€)

3.3 Criação de Percursos

Pedonais

3.3.1. Percurso Nó do Olival  % relativa à proposta do PUA / Estação de  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Alferrarede  Investimento de Outros Agentes (€)  % relativa à 3.3.2. Percurso Nó do Olival proposta do PUA - - - - / Castelo  Investimento Municipal (€)  % relativa à 3.3.3. Percurso Av. D. - proposta do PUA - - - Manuel I / Aquapolis  Investimento Municipal (€)  % relativa à proposta do PUA 3.3.4. Outros percursos  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - pedonais  Investimento de Outros Agentes (€)

112 I.

INDICADORES OBJECTIVOS DE EXECUÇÃO DO PUA DE ESTADO: DE ESTADO: traduzidos em DINAMIZAÇÃO EXECUÇÃO EXECUÇÃO POR CIDADE DE PORTUGAL; PROJECTO MUNICIPAL DE PELO OUTROS ABRANTES NUT III AGENTES MUNICÍPIO AGENTES 4. COLMATAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA CIDADE

4.1. Reabilitação e colmatação edificatória  N.º ações fiscais 4.1.1. Reabilitação de  N.º de obras  % de edifícios  % de edifícios  N.º de intimações  N.º de obras edifícios  Investimento (€) degradados degradados  N.º de apoios 4.1.2. Edifícios novos  N.º de intimações  N.º de obras  N.º de obras - - colmatantes  N.º de apoios  Investimento (€)  N.º de loteamentos  Área abrangida 4.1.3. Loteamentos  N.º de unidades de execução  Investimento em infraestrutura (€) - - colmatantes  N.º de agentes  N.º de lotes resultantes  N.º de unidades funcionais resultantes 4.2. Novos equipamentos

 % relativa à 4.2.1. Sala de desporto proposta do PUA  N.º de agentes - - - (E6.4)  Investimento Municipal (€)  % relativa à 4.2.2. Escola 1.º Ciclo proposta do PUA - - - - (E1.4)  Investimento Municipal (€)  % relativa à 4.2.3. Feira quinzenal proposta do PUA  N.º de agentes - - - (E1.27)  Investimento Municipal (€)  N.º equipamentos  % relativa à proposta do PUA 4.2.4. Outros equipamentos  N.º de agentes/  Investimento Municipal (€) - - equipamento  Investimento de Outros Agentes (€) 4.3. Estrutura ecológica em contexto urbano

4.3.1. Nó do Olival /  % relativa à proposta do PUA Parque de Arca  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - D´Água - V4  Investimento de Outros Agentes (€)  % relativa à proposta do PUA 4.3.2. Nó do Olival / Av D  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Manuel I - V5  Investimento de Outros Agentes (€)  % relativa à 4.3.4 Extensão do Aquapolis, proposta do PUA - - - - ponte - V9  Investimento Municipal (€)  % relativa à proposta do PUA 4.3.3. Outros espaços de  N.º de agentes  Investimento Municipal (€) - - Verde Público  Investimento de Outros Agentes (€)

113 I.

4.4. Reforço das redes de

água e saneamento

4.4.1. Expansão da Adução  % relativa à proposta do PUA da Albufeira de Castelo - - - -  Investimento de Bode á Margem Sul Municipal (€) 4.4.2. Adução gravítica da Av.  % relativa à D. João I aos proposta do PUA - - - - reservatórios S. José,  Investimento Castelo e Enc. Sul Municipal (€)

4.4.3. Remodelação da ETAR  % relativa à - - proposta do PUA - - dos Carochos  Investimento (€)

4.4.4. Ampliação da ETAR da  % relativa à - - proposta do PUA - - Fonte Quente  Investimento (€) 4.4.5. Outros reforços das  % relativa à proposta do PUA redes de água e -  Investimento Municipal (€) - - saneamento  Investimento de Outros Agentes (€)

114 I.

INDICADORES OBJECTIVOS DE EXECUÇÃO DO PUA DE ESTADO: DE ESTADO: traduzidos em DINAMIZAÇÃO EXECUÇÃO EXECUÇÃO POR CIDADE DE PORTUGAL; PROJECTO MUNICIPAL DE PELO OUTROS ABRANTES NUT III AGENTES MUNICÍPIO AGENTES 5. QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL

5.1. Estrutura ecológica em contexto rústico 5.1.1. Qualificação  % relativa à proposta do PUA paisagística da Encosta  N.º de agentes  Investimento (€) Privado; Municipal; - - do Castelo Fundos europeus  % relativa à proposta do PUA 5.1.2. Florestação da Samarra  N.º de agentes  Investimento (€) Privado; Municipal; - - Fundos europeus 5.1.3. Qualificação da

Margem do Tejo, da  % relativa à proposta do PUA  N.º de agentes  - - ponte rodoviária ao Investimento (€) Privado; Municipal; Fundos europeus Bairro do Outeiro

5.1.4. Qualificação da Quinta  % relativa à proposta do PUA  N.º de agentes - - do Taínho  Investimento (€) Privado; Municipal; Fundos europeus 5.1.5. Outras operações de  % relativa à proposta do PUA  N.º de agentes - - qualificação  Investimento (€) Privado; Municipal; Fundos europeus 5.2. Qualificação ambiental genérica

 Km de linhas de água qualificadas   Investimento Municipal (€) Km de rede pluvial 5.2.1. Escoamento pluvial  N.º de agentes construída -  Investimento de Outros Agentes (€)  Inundações anuais: nº ocorrências nº unidad. afetadas  Resíduos sólidos:  Resíduos sólidos: volume/ano/capita volume/ano/capita % recolha % recolha 5.2.2. Resíduos urbanos  Investimento Municipal (€) - diferenciada diferenciada (líquidos; sólidos)  Investimento de Outros Agentes (€)  Resíduos líquidos:  Resíduos líquidos: qualidade pós trat. qualidade pós trat. % reaproveitamento % reaproveitamento Ações redução ruído Ações redução ruído - N.º unidades acima 5.2.3. Circulação rodoviária - N.º ações - N.º ações limites legais ruído - N.º unidades acima  N.º de agentes (ruido; ar) - N.º de unid. favorec - N.º de unid. favorec - Qualidade do ar em limites legais ruído - Investimento (€) - Investimento (€) pontos selecionados

5.2.4. Deslizamentos de Ações de contensão Ações de contensão Ocorrências anuais  N.º de agentes - N.º - N.º - N.º - vertentes - Investimento - Investimento - Valor prejuízos (€) Ocorrências anuais Ocorrências anuais 5.2.5. Cheias do Tejo - - - - N.º - N.º - Valor prejuízos (€) - Valor prejuízos (€)

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