/ / Constância / Mação / / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Patrícia Seixas / JANEIRO 2020 / Edição n.º 5587 Mensal / ANO 119 / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

MAÇÃO Governo desiste de recurso judicial e concelho vê direitos repostos Pág 21

ESTAJORNAL EM SUPLEMENTO

2020 a Fomos conhecer as expetativas de j ano novo Págs. 16 e 17 ABRANTES O início José Bioucas Dias é um dos investigadores mais do sonho influentes do mundo.Pág. 9 português Deixaram para trás uma vida na Venezuela, parte da família e todos os pertences, mas a vontade de viver e dar futuro a uma bebé de cinco meses levou um casal a deixar aquele país para recomeçar em . pág. 5 MÓVEIS PUBLICIDADE MOVÍRIS Móveis . Colchões . Sofás VÁRIAS PROMOÇÕES E BONS PREÇOS 241 377 494 A APEC BP PUBLICIDADE A ABRIR / EDITORIAL / FOTO OBSERVADOR / Foi com esta imagem que o rio Tejo se despediu de 2019. No último dia do ano, junto ao açude em Abrantes, o rio voltou a encher-se de espuma talvez para nos lembrar que esta é uma luta que não terminou. Vai continuar em 2020 e por aí em diante. É responsabilidade nossa zelar por ele. É responsabilidade das Patrícia Seixas autoridades fiscalizadoras não permitirem DIRETORA que cenários destes continuem a acontecer...

Quero começar por desejar-lhe um Feliz Ano de 2020. Diz a sabedoria popular que os anos bissextos não são lá grande coisa mas vamos acreditar que, num mundo em constante mu- dança e onde já nada é o que era, também esta “sina” se tenha alterado. Se for para melhor, claro. E para 2020 todos desejamos o melhor, com a saúde à cabeça. No entanto, como o ano vai ser exigente, fomos conhecer as expetativas de autarcas e de responsáveis por outras áreas da sociedade. Também convém não esquecer o final de 2019. A tormenta chegou em dezembro e deu pelo nome de Elsa. Foram muitos O bebé do ano 2020 do distrito de os estragos que deixou pelo caminho e os rios transbordaram. Santarém nasceu na maternidade do Apesar de na região não ter passado de ameaças, a situação pior Centro Hospitalar do Médio Tejo, em viveu-se no Baixo Mondego. Por aqui, para além das quedas de Abrantes. Chama-se Salvador, nasceu às árvores que são sempre imprevisíveis, é no mínimo estranho 14h42 do dia 1, com 3,870kg. É de que os problemas piores surjam sempre nos mesmos locais Paialvo, Tomar. Ao Salvador e à mãe dando a ideia que não têm resolução. A boa notícia é que deu Vanessa Ferreira a equipa do Jornal de para repor alguma água nas nossas barragens e adivinhar uns Abrantes deseja as maiores felicidades. meses mais tranquilos nas reservas deste bem cada vez mais escasso e precioso. Contudo, o ano não terminou da melhor forma no Tejo. Um “mar” de espuma voltou a cobrir o leito do rio na zona do açude, em Abrantes. Um alerta para percebermos que esta luta está longe de ter terminado. Mas 2019 também nos mostrou a crise na Venezuela e o deses- pero de uma população que só não foge do país se não puder. Mas há quem consiga. E é essa história que lhe contamos nesta edição. A vida de um casal que se viu sem alternativas e que se “refugiou” no interior de . Os olhos parecem encarar agora um futuro mais risonho. E como o frio vem para ficar, afinal é inverno, também lhe deixa- mos algumas dicas gastronómicas para aconchegar o estômago e dar energia suficiente. Em Mação, foi reposta a justiça. O Estado desistiu do recurso relativo à sentença do Tribunal PERFIL / Administrativo e Fiscal de Leiria que deu razão ao município Naturalidade / Residência Uma música de Mação sobre as indemnizações referentes aos incêndios de Abrantes Music, de John Miles 2017. E o anuncio foi feito pelo próprio ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e em Mação. E Vasco Estrela tem razão quando afirma que “para a história fica Um filme Um livro tudo aquilo que aconteceu”. Já passou mas não é para esquecer. Out of Africa Equador, de Miguel Sousa Tavares Terminamos ainda com outra notícia feliz. É que o abrantino José Bioucas-Dias, natural do bairro do Tapadão, na freguesia de Alferrarede, em Abrantes, está entre os investigadores mais Uma viagem que marcou Um país para visitar - influentes do mundo. Esta é a terceira vez que faz parte da lista Um cruzeiro, no ano passado, pelos Islândia e o professor catedrático do Instituto Superior Técnico fala do mares Adriático, Jónico e Egeu orgulho sentido sem esquecer que este é também o resultado de um trabalho em equipa. A mim, pessoalmente, enche-me Se fosse presidente de Câmara o o coração de alegria e fico com um sentimento de justiça pela / Hélder Silvano Neves Um momento importante que faria? pessoa que és, Zé Manel. Professor do Ensino Nascimento dos filhos Faria o que pudesse… E com 2019 a ser passado, resta-nos ter esperança e mudar atitu- Secundário Aposentado des para que 2020 seja o tal ano de mudanças boas. 58 anos O que mais e menos gosta na sua Saúde, sorte e prosperidade é o que se deseja. Pois que seja. Um recanto diferente na região localidade? Feliz Ano Novo! Polje de Minde Continuo a pensar que, em certos aspetos, Abrantes continua a ser boa madrasta, mas não boa mãe.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, [email protected]. Diretora Patrícia Seixas (CP.4089 A), [email protected] Telem: 962 109 924 Redação Jerónimo Belo Jorge (CP.7524 A), [email protected], Telem: 962 108 759, Ana Rita Cristóvão (CP7675 A), [email protected]. Colaboradores Carlos Serrano, José Martinho Gaspar, Paulo Delgado, Teresa Aparício, Paula Gil, Manuel Traquina. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. [email protected]. Design gráfico e paginaçãoJoão Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. [email protected]. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Luís Nuno Ablú a/ JORNAL DE ABRANTES Dias 70% e Susana Leonor Rodrigues André Ablú Dias 30%. Gerência Luís Nuno Ablú Dias. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. j Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de: 2 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 ENTREVISTA / “Nunca ninguém foi capaz de me calar, por muitas ameaças que me tenham feito”

// Adelino Gomes é um nome incontornável nos Bombeiros, quer a nível local, regional ou mesmo nacional. É a voz que não se cala, é a pessoa que encara a sua carreira como uma missão. Após mais de 40 anos de serviço, 20 deles como comandante dos Bombeiros Voluntários de Constância, terminou o seu mandato no final de 2019. Mas não pense que se afastou. Fica na Corporação, agora como presidente da Direção da Associação Humanitária.

Bombeiro há mais de 40 anos e que estamos errados, nós sabere- há 20 no comando dos Voluntá- mos emendar e tentar entrar em rios de Constância... Como é que consensos. O problema é que até se decide dedicar uma vida a esta hoje nós dizemos mas do outro causa? Foi por vocação? lado está sempre alguém que não Eu acho que sim, foi vocação quer reconhecer nem aceitar que e o espírito solidário que sempre somos homens com experiência e tive. Desde os 16 anos que fiz parte que, no fundo, queremos colocar de associações, estive sempre en- essa experiência ao serviço do país. volvido em atividades populares. Entrei para os Bombeiros numa Não se afastou por completo. É altura em que se pensava formar a presidente da Associação Hu - Secção de Santa Margarida e hou- manitária dos Bombeiros Volun- ve um pedido de voluntários para tários de Constância desde 23 dar início ao processo por parte da de dezembro. É-lhe impossível Junta de Freguesia. Como sempre “despir a farda”? estive ligado às causas sociais rapi- Não é fácil. A farda de Coman- damente aderi e inscrevi-me. Che- dante, comecei a despi-la já há al- guei onde cheguei, sou bombeiro guns meses com a passagem para o de carreira, passei por todos os 2º Comandante. Até para começar postos de bombeiros e no país são a trabalhar aquilo que eu entendo muito poucos os que não conheci. que deve ser a gestão da Associação Depois saltei para cargos a nível Humanitária. Essa farda eu dispo. nacional como foi o caso da Liga Agora a farda dos bombeiros eu dos Bombeiros Portugueses onde não sou capaz de despir. Razão pela fui vice-presidente, fui coman - qual decidi ficar como presidente da dante nacional de Operações em Direção e para que a minha Associa- Lisboa, presidente da Federação ção Humanitária de Bombeiros não Portuguesa por três vezes e estive caia porque custou muito a levan- sempre ligado à Federação como tar. Quero manter vivo o reconhe- vice-presidente ou como secre - cimento nacional dos Bombeiros de tário técnico. Não me arrependo / Adelino Gomes despiu a farda de comandante para vestir o fato da presidência da Associação Humanitária Constância até porque é a segunda nada de ter feito esta carreira de Associação do distrito com mais bombeiro e de a poder continuar capacidade, quer humana quer de no futuro. capacidade para poder continuar guém tinha que denunciar isto. E segura nestas coisas e vou conti- materiais. É mais uma missão que este trabalho e desenvolvê-lo com esse alguém, normalmente, era nuar a dizer aquilo que sinto. E eu assumo e sei que vai ser espinho- Em relação ao que encontrou outro tipo de ideias. eu. A comunicação social já sabia nunca ninguém foi capaz de me sa, difícil mas tem um bom ADN. quando chegou, como deixa os que nestas coisas eu não me cala- calar, por muitas ameaças que me Bombeiros Voluntários de Cons- Foi sempre uma das vozes mais va e toda a gente me perguntava tenham feito. A passagem de comando foi “me- tância? críticas nos anos dos grandes in- «porque é o comandante fala e os nos traumática” por ser o Marco Hoje em dia, em termos de equi- cêndios e sempre defendeu uma outros não podem falar?» Os outros Neste momento, é um dos secre- o novo comandante, sendo que o pamentos, a Associação Humani- mudança de paradigma para que podiam falar mas, provavelmente, tários da Mesa dos Congressos da Marco Gomes é seu filho? tária dos Bombeiros Voluntários novas tragédias não se repitam. alguns deles têm receio de perder Liga de Bombeiros Portugueses O segundo comandante era o de Constância tem oito viaturas de Porque é que a si nunca o con - algum protagonismo ou até mes- mas também já exerceu o cargo Marco, podia ter sido outro. Desde combate a incêndios e 24 ambulân- seguiram calar, ao contrário de mo o próprio lugar. Eu não! Não de vice-presidente do Conselho que eu reconheça que tem capa- cias. Conta com 28 profissionais e outros? estou preso a nada, ninguém me Executivo. A luta pela dignifica- cidade e consegue desenvolver a um corpo ativo de 120 elementos. É o espírito de bombeiro, o es- ção da carreira de bombeiro vai defesa dos bombeiros e esta Asso- Começou com uma escola de cade- pírito de defesa dos homens, das ter um fim um dia destes? Vão ciação, para mim era indiferente. tes onde já aprendem 22 crianças, instituições e quando alguém me conseguir? Calhou a ser o Marco. Mas quero mas queremos chegar aos 60 ele- tentou “meter uma rolha”, ou ten- Não sei se vamos conseguir ga- dizer que o Marco era segundo mentos. Temos um enorme patri- taram, eu disse imediatamente que nhar esta luta mas o que vamos é comandante não por nomeação mónio com dois quartéis e isto é a mim ninguém me cala. Eu vou tentar. E não se trata de ganhar nem proposta do pai. Foi porque os fruto do espírito de toda esta gente estar sempre na fila da frente pois “Quando alguém ou perder. Aqui, trata-se de fazer bombeiros votaram nele para este nos bombeiros, do espírito que foi não tenho nada a perder nem a prevalecer a nossa força, as nossas cargo na altura. Havia mais dois criado entre os elementos de co- ganhar. Não estou preso politica- me tentou ‘meter ideias e aquilo que entendermos. ou três que se propunham a isso mando e as associações à volta. E mente, não estou preso a nada que uma rolha’, ou Podemos até estar errados, ou não, e o Corpo de Bombeiros, maiorita- esta foi a maneira de chegar onde me possa impedir de dizer aquilo em algumas situações mas luta - riamente, votou no Marco. Todos chegámos. O Orçamento de 2019 que penso e dizer aquilo que acho tentaram, eu disse mos por aquilo que entendemos os que passaram desde adjuntos a foi de 2 milhões e 100 mil euros. importante fazer. Nos incêndios, que é o melhor para os bombeiros, comandantes, e já desde o tempo Agora é altura de parar. Eu podia quando as coisas não estavam a imediatamente que para o cidadão (que é esse que nos do Avô Dias, foram sempre escolhi- continuar no Comando mais algum correr como devia ser, quando ha- a mim ninguém me preocupa) e o que é melhor para dos pelo pessoal. Até porque é isso tempo mas optei por ir para a Dire- via interesses pessoais e alguns o país. Esta é a nossa maneira de que faz sentido porque é com eles ção e passar esta “pasta” ao Marco, interesses políticos de tentar dar cala” demonstrar as nossas posições. Se que têm que trabalhar. a quem eu reconheço uma grande uma imagem que não existia, al- nos disserem ou se nos provarem Patrícia Seixas

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 3 REGIÃO / Tempestade Elsa deixou rasto de destruição

Os dias 19 a 21 de dezembro registaram em Portugal, e na região, a passagem de duas tempestades, uma das quais, de nome Elsa [a primeira, a segunda Fabien foi mais fraca], foi bastante violenta. Sendo uma tempestade extra-tropical trou- xe a Portugal ventos muito fortes, com rajadas muito acima dos 100 kms/h e chuvas intensas que provocaram muitas inundações já para não falar em árvores caídas ou barreiras des- locadas. Na região, as chuvas intensas provocaram enxurradas na Pucariça e, depois, em Rio de Moinhos, onde chegou a haver algumas evacua- ções preventivas. Na zona de Sentieiras (União das Freguesias de Abrantes e Alferrarede) e em Vila de Rei, as ribeiras também encheram pela chuva forte e provocaram estragos, nomeada- mente nos passadiços do Penedo Furado. Em Constância, as águas do Tejo e Zêzere subiram e chegaram a ameaçar a zona baixa da vila, mas a Barragem do Castelo de Bode aca- bou por não fazer as descargas que inicialmen- te chegaram a estar previstas. Na Barquinha, o Tejo também saiu do leito normal, enquanto que em Mação registaram-se problemas e pon- tões que atravessam ribeiras. Já Sardoal regis- tou problemas em duas estradas concelhias.

4 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 SOCIEDADE / Família venezuelana começa em Mouriscas o sonho português

// Deixaram para trás uma vida na Venezuela, parte da família e todos os pertences, mas a vontade de viver e dar futuro técnico e treinador numa equi - pa de futebol. Tinham uma vida a uma bebé de cinco meses levou um casal a deixar aquele país para entrar em Portugal. estável antes das crises políticas que colocaram a Venezuela num No início de dezembro, a Jen- caos constante e sem solução à vis- nifer, o companheiro Gustavo, a ta. Não falam de política, embora mãe Iris e a bebé Samantha per - haja um sentimento de saudade, correram os corredores do aero- principalmente porque a família porto de Caracas com o medo e do Gustavo ficou lá. Falam com o receio de poderem a qualquer eles através do WhatsApp. E a momento ser interpelados pe - saudade aperta, mas a vontade de las autoridades venezuelanas e dar melhores condições à peque- serem impedidos de embarcar na Samantha faz ultrapassar as no avião que os haveria de fazer contrariedades que surgem pela chegar a Portugal. Jennifer recor- frente. Como chegaram sem nada, da, com lágrimas nos olhos, esses sem roupa, rapidamente algumas minutos que só tiveram descanso pessoas ajudaram. A dona da Mil quando se sentaram e, acima de Ideias e a Carla Filipe fizeram uns tudo, quando o avião levantou pedidos, uma espécie de campa- voo. Mesmo com a documentação nha informal que correu alguns toda certa, Jennifer é filha de pai circuitos do Facebook, e levou a português por isso, tem dupla na- que em dez dias esta família ti - cionalidade. Mas havia sempre o vesse as condições para poderem receio de qualquer impedimento viver e, acima de tudo, enfrentar por causa da pequena Samantha. o frio português a que não estão “Lá os bebés são 'propriedade' habituados. do Estado e isso podia impedir “Dizem que os portugueses a nossa saída”, conta ao Jornal são mais frios, mas não é assim. de Abrantes com a noção de que Só temos a agradecer tudo o que tiveram “sorte. Sim. Sorte porque nos deram”, diz Jennifer ao mes- não nos revistaram, não fizeram mo tempo que Gustavo puxa o perguntas”. A opção por Portugal colete que tem vestido e agradece foi natural, pela ligação ao pai e também o “regalo” que lhe de - aos tios que vivem em Mouriscas. ram. Quando esta família chegou E foi em Mouriscas que encon- a Lisboa, os tios da Jennifer, que traram a tranquilidade que há mui- Não consigo imaginar. Felizmente vivem em Mouriscas, foram bus- to tempo não tinham. “Aqui não correu tudo bem e o parto correu cá-los. “Vinham com a roupa que é preciso andarmos a correr por bem”, diz a luso-venezuelana com tinham vestido e sem qualquer gasolina ou por comida”, diz Gus- um sorriso. bagagem”. tavo que com admiração revelou Quando questionada sobre a Agora que já descansaram e que ficou impressionado com a opção de vir para Portugal, ex - deixaram de viver “em stress” e calma, pois até as “portas podem plicou que foi quase imediato. a “correr todo o tipo de riscos”, o ficar abertas”. A irmã foi para o Peru e lá “tra - casal que vive em casa da tia que E é nesta calma que descompri- tam-na mal como é venezuelana. os acolheu em Mouriscas só pensa miram de dias difíceis da Venezue- Mas não teve a oportunidade que em poder trabalhar. la em que viviam em sobressalto eu tive por ter nacionalidade por- “Estamos legais, a tratar de to- constante, pois as notícias “que tuguesa”, diz Jennifer com uma dos os papéis. Já temos número de passam cá mostram uma peque- lágrima no olho, tal como a sua contribuinte e esperamos poder na parte da realidade que é bem mãe Íris. Tiveram de “fugir” por- encontrar trabalho”, diz Jennifer mais grave do que aquilo que se que o custo de vida é incompor - com a esperança de poder refa - vê”, começa a contar Jennifer que tável. “A inflação mata as pessoas. zer a sua vida em Mouriscas ou relembra a corrida constante pelos Num mês uma coisa que custava na região. Gustavo sabe que pode bens essenciais. Desde a falta de um dólar agora custa cinco. E as não ser fácil encontrar trabalho comida, a falta constante de água pessoas não compram comida e / Gustavo e Jennifer (em cima) vieram da Venezuela com a sogra, nas suas áreas, mas para já que - ou de eletricidade. “Cá pagas a in- vão emagrecendo, emagrecendo”, Íris, e a filha, Samanth rem trabalho para darem início, ternet, mas tens. Lá é grátis, mas... explicam ao mesmo tempo que de forma definitiva, a nova etapa não tens”, comenta Gustavo para revelam que compravam “pas - na sua vida. exemplificar a vida que tinham a tas” (massas) e de má qualidade. comprar”. E continuam a explicar A Samantha, de cinco meses, os cerca de 3 horas de Caracas, onde Gustavo revela que os problemas Depois do repouso que peixe não podem comprar por pais Gustavo e Jennifer (de 33 e 30 viviam. de estômago que tinha desapare- não terem os meios de conserva- anos, respetivamente), e a avó (Íris A ideia de deixarem o país e toda ceram quando começou a “comer dos dias agitados o ção. Já na carne ou “compras porco Martinez, com 63 anos) vivem com uma vida começou a ganhar forma com mais qualidade”. Esta é, con- casal quer começar ou frango” porque não há dinheiro tranquilidade e saudade longe da quando entrou na vida deles a Sa- tam, uma realidade do país. para poder ter variedade na ali - sua terra, mas com a esperança e mantha. Quando foi para o parto Jennifer explica, novamente a trabalhar para mentação. a vontade num futuro mais risonho [numa clínica privada, pelo segu- com um sorriso no rosto, que ir recomeçar a vida Jennifer e Gustavo viviam perto em Portugal. ro de saúde da empresa em que ao supermercado e ter “escolha de Valência, a oeste de Caracas, A família abriu-lhes as portas, trabalhava] Jennifer recorda os de produtos” é uma “riqueza que depois do grande lago. Ela traba- a comunidade foi solidária com as receios que a falta constante de luz não temos”. E dá outro exemplo. lhava numa grande companhia necessidades imediatas e agora só criava. “Todos os equipamentos de Fruta. “Só temos a fruta da época. na área da qualidade alimentar lhes falta um trabalho para come- saúde estão ligados à eletricidade. Papaia e laranja. Se quiseres maçã e ele, mais ligado às tecnologias çar a viver o “sonho português”. E se fosse preciso? Como seria? ou uvas não tens dinheiro para as de comunicação, era secretário Jerónimo Belo Jorge

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 5 POLÍTICA / Independentes criam movimento AlternativaCom

Apresentou-se em 11 de novem- bro com o propósito do seu nome “AlternativaCom” e quer concorrer às eleições autárquicas de 2021 no concelho de Abrantes. Vasco Damas, João Pedro Céu, Rui André, José Rafael Nascimento e Ana Gomes são os nomes conhe- cidos e apresentados por um mo- vimento que se diz independente e com um objetivo único que visa o desenvolvimento da cidade e do concelho de Abrantes. Na altura da apresentação, Vas- co Damas referiu que “este núcleo fundador é composto por pessoas com currículos e carreiras profis- sionais, passe a imodéstia, de méri- to, que sabe de política, mas nunca viveu da política. Temos formação, conhecimento e experiência que agora colocamos ao dispor dos abrantinos”. Ainda no início de novembro, Vasco Damas fez questão de vincar que “tomámos a decisão de nos dis- ponibilizarmos para servir Abran- tes e os abrantinos e criámos este movimento independente depois de uma profunda reflexão sobre a si- tuação política, económica, social e cultural do concelho. Preocupa-nos os atrasos e os declínios observados no nosso município, assim como a ausência de dinâmicas cívicas e de- mocráticas”, explicou o gestor, ao mesmo tempo que avançava com a ideia de que esta candidatura não é contra ninguém, mas sim a pensar / João Pedro Céu, Ana Gomes, Vasco Damas, Rui André e José Rafael Nascimento são os fundadores do movimento de independentes no desenvolvimento de uma cidade e concelho. um pulsar diferente (…) existe uma Quanto à formalização do Al- manentemente no nosso foco”. No e e em 2017 Mouriscas, Um mês e meio de vontade de fazer mais e melhor e ternativaCom, o líder do movi - entanto, acrescentou que, “inde- e Rio de Moinhos. Sendo Movimento começamos inclusivamente a ou- mento independente revelou que pendentemente desse resultado, que esta última se notabilizou com Depois do lançamento, o Alter- vir algumas das nossas propostas já estão a trabalhar nesse sentido, ao assumirmos com coragem e Rui André [membro do Alternati- nativaCom apresentou-se com al- e sugestões em quem nos está a com o apoio da AMAI (Associa - com todas as dificuldades com vaCom] a ser reeleito para a junta guns comunicados disponibilizados governar (…) e isso deixa-nos com ção dos Movimentos Autárquicos que nos vamos deparar de hoje de freguesia por um movimento nas suas páginas nas redes sociais uma enorme satisfação”. Independentes) no sentido de se em diante, ao construirmos esta independente em vez do PSD, por e com uma “apresentação” do seu Agora, em 2020, Vasco Damas re- constituírem formalmente. Ainda alternativa, acabámos de oferecer quem tinha sido eleito em 2013. líder no período de intervenção do vela que o movimento vai continuar não há uma decisão, mas ficou a primeira vitória ao concelho de Nas autárquicas de 2017, as re- público na Assembleia Municipal a acompanhar de perto as atividades expressa a vontade de que seja Abrantes”. gras de candidaturas de movimen- de dezembro onde Vasco Damas do concelho. É o momento [no pri- muito em breve. tos independentes ditavam que as explicou ao que vêm e deixou uma meiro semestre] de ir para o terreno, Recorde-se ainda que a 11 de As listas de independentes listas tinham de cumprir a paridade série de perguntas ao presidente da às freguesias “para nos conhecerem novembro Vasco Damas havia reco- no concelho [garantir a representação mínima Câmara de Abrantes. e, acima de tudo, para ouvirmos as nhecido estarem “conscientes das Abrantes já experimentou mo- de 33,3% de cada um dos sexos e Ao Jornal de Abrantes, o líder do pessoas e as suas preocupações”. dificuldades que temos pela frente vimentos independentes em Au- não podem conter mais de dois can- movimento independente revelou Sobre algumas críticas que têm porque conhecemos a inclinação tárquicas, quer para a Câmara e didatos do mesmo sexo colocados, que nestes quase dois meses de feito ao AlternativaCom de não sociológica do concelho, resultado Assembleia Municipal quer para consecutivamente, na ordenação da existência pública, o movimento apresentarem qualquer proposta dos interesses cruzados que o inter- Assembleias de freguesia. Em 2009 lista], têm de constituir um conjun- continua a crescer “e a fazer o seu ou projeto, deixa clara a ideia de ligam”. Mas afirmou que “se fosse o movimento autárquico encabe- to de assinaturas proponentes com trabalho de sustentabilidade que se que têm um propósito claro para fácil não seria certamente para çado por Albano Santos conseguiu 3% do número de eleitores (3% dos propôs aquando da apresentação”. o concelho, mas que não mandam nós e é por isso que a assinatura eleger um vereador para a Câmara eleitores de Abrantes são 971) e tam- Mais concretamente, explicou que ideias avulso para o ar: “Não vamos do nosso movimento pretende de- e quatro deputados municipais, bém têm de constituir conta bancá- estão num trabalho de agregação apresentar ideias que nós achemos volver a confiança aos abrantinos”, tendo conseguido 16,41% dos votos. ria específica para a campanha, a de pessoas para “dar valor e robus- que são as melhores propostas que argumentando que “esta é uma Concorreu a sete das 19 freguesias designar um mandatário financei- tez” ao projeto. depois não têm adesão à realidade missão possível”. (da altura) tendo conseguido a vi- ro e a apresentar o seu orçamento Mas deixou desde já um gesto de e às reais necessidades das pes - O candidato garantiu ainda tória em S. Facundo. de campanha, bem como a prestar uma primeira vitória para o conce- soas”. E isso o movimento quer co- que irão “trabalhar para conquis- Nas freguesias, vários movimen- contas da sua campanha eleitoral lho: “desde o dia da apresentação nhecer nestes primeiros seis meses tar o melhor resultado possível e tos independentes foram crescendo perante o Tribunal Constitucional. [11 de novembro de 2019] existe de 2019. a vitória nas eleições estará per- e aparecendo. Em 2013 Mouriscas Jerónimo Belo Jorge

6 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 ATUALIDADE / Abrantes Município de Abrantes compra Cine-Teatro S. Pedro

O Cine-Teatro S. Pedro foi com- com a participação do vereador prado pela Câmara Municipal de com o pelouro da cultura, Luís Fi- Abrantes por 470 mil euros. Depois lipe Dias. de longas negociações e de um pro- O presidente frisou que “po - cesso complicado e que teve vários díamos ter feito esse contrato de avanços e recuos, a autarquia e a arrendamento, mas entendemos Sociedade Iniciativas de Abrantes, que devíamos comprar (…) está que era a proprietária do edifício em causa um investimento de 2 cultural, chegaram a acordo. O pre- milhões de euros [de requalifica- sidente da Câmara de Abrantes, ção] e faz todo o sentido fazer este Manuel Jorge Valamatos, anunciou investimento num imóvel que é do o negócio [a 9 de dezembro, um município”. dia depois da assembleia geral da José Alberty questionado sobre Iniciativas de Abrantes]no interior se a mudança de presidente de Câ- do cineteatro, lado a lado com José mara teve influência na rapidez que Carreiras e José Alberty, dirigentes o processo ganhou fugiu na resposta da sociedade proprietária do imó- para uma explicação do que tinham vel. A compra por 470 mil euros vai sido as negociações. Segundo afir- ser paga ao longo de sete anos. 70 mou, o processo emperrou entre o mil euros a serem pagos em 2020 final do contrato de comodato e as com assinatura da escritura e, de- mais-valias que a Câmara queria pois, 65 mil euros nos seis anos que a sociedade suportasse. Conti- subsequentes. nuou a explicar e finalizou “quando Nas últimas rondas negociais a há respeito, quando há a compreen- Iniciativas de Abrantes tinha apre- são dos interesses envolvidos para sentado uma proposta de venda cada parte, e há a possibilidade e pelo valor de 800 mil euros e a Câ- inteligência de se apagarem essas mara de Abrantes, já liderada por divergências para se construir uma Manuel Jorge Valamatos, fez uma obra, essa obra faz-se. Não tenho contraproposta do arrendamento mais nada a dizer.” por 35 anos, pelo valor de 150 mil José Carreiras disse que este é euros. A sociedade concordou com um momento histórico para a cida- a proposta de arrendamento, mas de e não apenas para a Iniciativas depois resolveram apresentar uma de Abrantes e agradeceu à Câmara nova proposta, desta vez para a ter criado condições para que se venda do edifício à autarquia. “tivesse chegado a acordo”. José Alberty e José Carreiras A ideia de construir um cine - explicaram o motivo da proposta ma ou um teatro terá começado de venda em vez do aluguer que ti- a germinar em 1946 quando um nha tido aceitação. “A sociedade não grupo de cidadãos abrantinos, en- tem rendimento nenhum (…) e não cabeçados por Manuel Fernandes, é possível manter uma sociedade terá encomendado um projeto ao ativa sem rendimentos. A solução do arquiteto Amílcar Pinto. A cons- arrendamento era empurrar de bar- trução ainda terá começado em riga um problema para os vindouros. 1947 com a demolição da Igreja de Temos filhos e netos e temos de ter S. Pedro Novo, construída em 1708, respeito por eles”, justificou José Al- mas acabou por não ir em frente. berty. E acrescentou que o acionista Apenas foram executadas as fun- com maior relevância da sociedade dações para que fosse apresentado é o Centro Social Paroquial de Rossio outro “desenho". ao Sul do Tejo e “havia de ter cuidado O projeto construído é da autoria para não prejudicar essa instituição”. do arquiteto Ruy Jervis d’Athouguia O dirigente assumiu que “talvez não e foi inaugurado a 19 de fevereiro de soubessem, mas há coisas que, por 1949 com a comédia de Júlio Dantas vezes mais escondidas, são muito “Outono em Flor” da Companhia importantes”. Não querendo adian- / José Alberty, Manuel Jorge Valamatos e José Carreiras firmaram o acordo final do Cineteatro S. Pedro do Teatro Nacional Dona Maria de tar valores ou percentagens, José Amélia Rey Colaço / Robles Mon- Alberty garantiu que o Centro Social teiro. A sala de espetáculos tinha, do Rossio será um dos grandes bene- à Câmara Municipal, que a partir agora é altura de levar o processo nesta altura, uma plateia com 512 ficiários desta venda. Negócio fechado de agora velará pela sua adequada para a CCDR Centro (Comissão de lugares a que se acrescentavam 232 Num comunicado conjunto, a manutenção e o porá ao serviço da Coordenação e Desenvolvimento no primeiro balcão e mais 210 no Câmara Municipal e a Iniciativas por 470 mil euros a Cultura e de Abrantes”. Regional do Centro), e tentar encon- segundo balcão. de Abrantes explicam, em resumo, pagar em sete anos O presidente da autarquia reve- trar financiamentos para suportar Com o encerramento deste pro- a história do imóvel e depois expli- lou que há uma estimativa de obras os investimentos que têm de ser cesso ficou igualmente encerrada a cam o negócio: “A Câmara Muni- no valor de 2 milhões de euros para feitos para que assuma a sua função novela “Antigo Mercado Diário” de cipal de Abrantes está consciente devolver o imóvel à sua função que, de sala cultural e de espetáculos. Abrantes. Formalmente, o presi- que o Município de Abrantes e os no entanto, poderão ser faseadas. Manuel Jorge Valamatos vin- dente da Câmara de Abrantes, Ma- seus munícipes têm para com o estando o mesmo vocacionado para Não querendo avançar datas para cou a abertura que a Iniciativas de nuel Jorge Valamatos, revelou que Cine-Teatro S. Pedro uma ligação o serviço público, para Abrantes e a reabertura da sala, revelou que a Abrantes sempre teve com ele, de- ali vai nascer “o pavilhão multiusos histórica e de grande afinidade. para a região”. primeira preocupação será com a pois de ter assumido a presidência de Abrantes, mantendo a traça das Considera que é um espaço privi- O texto assinado pelas duas par- segurança, pelo que será avaliada da autarquia, uma vez que antes fachadas, mas reconvertendo todo legiado de promoção e difusão de tes finaliza com a frase: “A proprie- e intervencionada a estrutura e o o processo estava a ser gerido por o seu interior”. atividades culturais e artísticas, dade do imóvel será transmitida teto do edifício. Adiantou ainda que Maria do Céu Albuquerque, sempre Jerónimo Belo Jorge

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 7 ATUALIDADE / Constância

Rui contou que não queria “cabelos” lá em casa e, como a mulher gostava Constância distingue de nunca estar parada resolveram adaptar a sua casa, que até poderia ter sido uma loja de materiais de construção, para um café. cidadãos em Gala concelhia Foi assim o início de uma vida dedicada à cafetaria, restauração e agora ao alojamento, com os olhos “Gostar de Constância” é uma postos no futuro, porque os filhos gala que a Câmara Municipal da já seguem as pisadas dos pais no Constância realiza anualmente a 7 negócio de família. de dezembro por ter sido nesse dia, Cláudia contou que ficou satisfeita em 1836, que a rainha D. Maria II, com a ideia de um café. Mas “impôs” satisfazendo um pedido apresenta- uma condição ao marido: “Tinha de do pela população local, mudou o ter pão quente. No Crucifixo tinha nome da vila de Punhete para No- pão todos os dias e aqui [Santa Mar- tável Vila da Constância. Este ano garida] havia padeiro uma ou duas foi na Casa do Povo de Montalvo vezes por semana. Por isso o café que Anabela Ferreira e João Paulo tinha de ter pão quente”. E assim foi. Moreira [cabeleireiros Contraste], O Parque Ambiental de Santa José Pereira [associativismo], e Margarida foi inaugurado a 18 de Cláudia e Rui Monteiro [Central abril de 2002 e “nós abrimos o café Park] receberam as distinções. Hou- em janeiro seguinte [2003]. Come- ve ainda tempo para dois momentos çámos com o café, umas sopas e musicais com os TINTINNABVLVM bifanas por causa das visitas ao Par- e com o Grupo de Cantares da Casa que, mas depressa passámos a ter do Povo de Montalvo. pequenas refeições.” Com uma sala pequena, 34 lugares, Rui explicou Os cabeleireiros que que perceberam a necessidade de casaram nas Pomonas crescer e em 2007 avançaram com João Paulo Morais e Anabe - o projeto das novas instalações. Aí já la Ferreira foram os primeiros a com cozinha mais “a sério” porque sentar-se nos cadeirões da Casa é onde Cláudia se sente bem. É a do Povo de Montalvo com Helena responsável pela cozinha tradicio- Calhau a lançar a conversa com o nal do Central Park que diz, entre mote da comemoração dos 20 anos sorrisos, “adoro aquilo que faço. Na do salão de cabeleireiro Contraste. cozinha perco a noção do tempo”. A conversa, muito ligeira, foi aos Apesar de estarem em Santa primórdios da atividade profissio- esta casa [Casa do Povo de Montal- Margarida os projetos não se ficam nal de João Paulo, quando desde vo]. Até me costumam dizer que o Zé por aqui. A aquisição da casa de um muito jovem deambulava pelo sa- Pereira vai a todas […risos] e vou.” irmão levou-os a entrar num dos ne- lão da mãe, também ela cabeleirei- Ainda sobre a organização dos gócios da moda: O alojamento local. ra. Depois a vida levou-o a conhecer bailes confidenciou que era para Atualmente, Rui diz com orgu- a lisboeta Anabela Ferreira. poderem namorar. “Havia muita lho que a sua pequena empresa tem A vida foi andando e a dada altu- responsabilidade nos namorados. nove empregados a tempo inteiro ra, João Paulo e a mãe resolveram Hoje não, é de qualquer manei - e que apenas dois são de fora do abrir um salão de cabeleireiro em ra”, foi dizendo à medida que se concelho. Constância. Alternavam o trabalho desenrolava a conversa das suas E o futuro está garantido. Vão entre Tomar e Constância. Ele com memórias. fazem nova ampliação da sala do penteados mais “modernos e arroja- Já foi alvo de uma homenagem restaurante e há o projeto para a dos” e a mãe com os mais clássicos. por parte da Casa do Povo de Mon- construção de uma pensão. “Te- E assim se mantiveram até nas- talvo porque já perdeu o conto aos nho um terreno de 3 mil metros e cer o filho, o Tomás, que alterou mandatos que tem como dirigente. o sonho de construir uma pensão as prioridades de João Paulo e de Serão mais de uma dúzia. com 34 quartos. Onda caiba [os Anabela. “Quando nasce um filho Hoje já não faz teatro, quem passageiros] um autocarro”. tudo muda, temos de pensar na samento quinhentista. Com o apoio Zé Pereira, o faz tudo no sabe possa voltar à Casa do Povo, O filho David está há seis anos vida dele e não apenas na nossa. da direção da Escola de Constância associativismo mas é o “motorista” que transporta a trabalhar com os pais. É aqui - Por exemplo, levá-lo todos os dias contaram os pormenores da prepa- José Pereira jogou à bola, foi os miúdos para os treinos de fute- lo que quer fazer e explica o pai: à escola”, referiu o cabeleireiro que ração de um casamento “público” treinador, fez teatro em Montal- bol. E são os miúdos que lhe fazem “sozinho toma conta da sala e às explicou então a decisão de fixarem que muitas pessoas chegaram “a vo e já foi tudo no associativismo. as traquinices e as partidas que, de- vezes até me manda embora de residência em Constância. pensar que era encenação das Po- Tudo não. Nunca foi presidente da pois, o acarinham mais, porque ao lá. Eu estou mais nos papéis”. Já a João Paulo Morais revelou ain- monas, mas depois iam percebendo direção. “Sou um braço de traba- invés de se zangar mantém sempre filha, Joana, também, está a dar os da os seus trabalhos para fora da que era real e integravam o cortejo.” lho, não um presidente”, afirmou uma boa disposição impressionan- passos no negócio. Tem uma outra região. Outro exemplo, foram a Sin- João Paulo Morais recordou ainda com uma boa disposição notável te. E isso faz-se notar na forma ca- formação, mais gourmet. “Há dias tra pentear os noivos, ingleses, e os a altura em que decidiram que a que arrancou muitas gargalhadas. rinhosa com que os miúdos tratam chegou lá com uma série de coisas convidados. A isso não será alheia noiva chegava de barco à margem e Aliás, começou por dizer que gosta o Zé Pereira. para começar a mudar o serviço.” formação constante fora de Portu- depois seguia de carruagem. de ajudar e de fazer parte da as - Tem outros andamentos que não é gal e a participação, enquanto júri, E para comemorar os 20 anos do sociação da sua terra. Desde cedo Central Park a crescer em a cozinha tradicional da mãe. em eventos do Guiness Book Od Re- salão em Constância, em 2019, resol- que era assim. Desde cedo que or- Santa Margarida O Rui e a Cláudia, já com os fi- cord’s, nomeadamente no recorde de veram convidar outros cabeleireiros ganizava os bailes em Montalvo. A Cláudia e o Rui Monteiro en- lhos ao lado, deixam a nota de que coloração. “Foram cinco cabeleirei- e fazer uma cerimónia diferente. “Naquele tempo diziam-nos assim, traram na restauração e agora na de verão são os visitantes do Par- ros de Portugal, e eu fui um deles”. “Convidámos uma série de pessoas fazem os bailes. Se tiverem prejuízo hotelaria de forma improvável. Des- que Ambiental que os procuram E como sempre colaboraram nos que são portadores de deficiência pagam do vosso bolso. Se tiverem de muito cedo em Santa Margarida e que no inverno é a população penteados das Pomonas Camonia- para as pentear e maquilhar. Foi lucro é para nós [associação]”. E foi da Coutada ambos se dedicaram mais local. nas, Anabela Ferreira recordou o um momento único”, disseram os assim que, ainda jovem, começou ao trabalho. A Cláudia quase foi E o Rui Monteiro acaba a dizer momento em que tiveram de ul - dois cabeleireiros que contam com a “dirigir” a sua vida associativa, cabeleireira. O Rui fazia obras de “enquanto houver vida humana tem trapassar algumas questões, mais a presença da Maria, especialista sempre em prol da terra. construção civil. Foi assim que se de haver casas para comer e beber” burocráticas, para fazerem o seu ca- em penteados apanhados. “Há 47 anos que trabalho para conheceram e casaram. Mas depois Jerónimo Belo Jorge.

8 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 SOCIEDADE / Abrantes Abrantino José Bioucas Dias é um dos investigadores mais influentes do mundo

O abrantino José Bioucas Dias, José Bioucas-Dias, com “a qualida- natural do bairro do Tapadão, na José Bioucas Dias de do trabalho, a inovação que o freguesia de Alferrarede, concelho trabalho tem - têm contribuições de Abrantes, está entre os investi- admite que este científicas inovadoras - vista pelo gadores mais influentes do mundo. reconhecimento é lado dos pares”. Este é o segundo ano consecu- Não escondendo que a investi- tivo que José Bioucas está na lista “uma grande honra gação “dá muito trabalho” e que dos investigadores mais influen- este o reconhecimento não é “do tes a nível mundial, figurando e uma enorme trabalho de um ano, é de um traba- no top de 1% de cientistas cujo responsabilidade” lho de muitos anos”, José Bioucas trabalho é mais citado por outros considera que esta é uma área que colegas da sua área - neste caso, dá “acima de tudo, gozo. O prazer na área das Geociências. No total, da descoberta, de introduzirmos é a terceira vez que faz parte da contribuições de alguma relevân- lista, com a primeira aparição a cia: isto é um desafio e as pessoas datar de 2015. têm de estar motivadas para fazer De acordo com a Clariva - isso”. te Analytics, esta lista agrega as “Motivação que eu tenho tido “mentes científicas mais influentes a sorte de ter, eu próprio, e de ter do mundo”, representando uma conjuntamente com os meus alu- das mais prestigiadas para nos e com os meus colaboradores avaliar o impacto das publicações internacionais”, conclui. científicas, investigadores e insti- “Acima de tudo, é um traba- tuições. lho de colaboração, é um trabalho José Bioucas Dias José Bioucas-Dias é professor em que muitas das ideias que dão mencionado na Assembleia no Instituto Superior Técnico, em origem a estes artigos foram de- Municipal de Abrantes Lisboa, na área científica de Tele- senvolvidas no âmbito de colabo- E a distinção feita a José Biou- comunicações. É também investi- rações internacionais, no qual eu cas-Dias não passou despercebida gador sénior a nível de análise de emprestei umas ideias mas tam- à comunidade abrantina, com o padrões e imagens de Tecnologia bém com uma forte componente presidente da União de Freguesias de Investigação - processamento das pessoas com quem colaborei. de Abrantes e Alferrarede, Bruno de imagem de vários tipos, com Parte destes trabalhos são com Tomás, a proferir algumas palavras destaque para o processamento a alunos meus de doutoramento na sessão da Assembleia Municipal nível de Geociências (em imagem mas tenho um enorme conjunto de Abrantes de 6 de dezembro. de satélite). // SOBRE A DISTINÇÃO de colegas nos quatro cantos do “Apenas e só lhe quero deixar Em declarações ao JA, o inves- mundo com os quais tenho vindo uma palavra: obrigado. E este obri- tigador admite que receber este Todos os anos, o Web of Science of Science Group. a colaborar e a produzir trabalhos gado é um obrigado sentido em reconhecimento é “acima de tudo, Group identifica os investigadores Este ano, apenas 6300 deste tipo, com alguma aceitação meu nome e em nome da Junta uma grande honra, e, em segundo mais influentes do mundo. Os investigadores em todo o mundo, pelos pares”, explica-nos o inves- de Freguesia, por aquilo que tem lugar, uma enorme responsabili- tigador que reforça que “isto não feito pela investigação não deste poucos que conseguem um lugar de 21 áreas distintas, foram dade”. seria possível se eu não tivesse os concelho, não deste país, mas a nesta lista são aqueles que foram reconhecidos neste âmbito, o “Isto é resultado das condições meus alunos e as instituições, so- nível mundial. É um dos investiga- que eu tenho, por um lado, dos co- citados com mais frequência pelos que representa cerca de 1% dos bretudo o Instituto Superior Téc- dores mais influentes do mundo. laboradores que tenho, das institui- seus pares na última década. investigadores mundiais. nico e, acima de tudo, o Instituto (...) Este senhor é de Abrantes, é de ções que me apoiaram e, modéstia 13.166 é o número de vezes que Destes, 23 são figuras vencedoras de Telecomunicações, que me tem Alferrarede, obrigado a ele. A Junta à parte, de um certo trabalho meu, o abrantino José Bioucas-Dias de um prémio Nobel. A lista de dado todas as condições para que de Freguesia a seu tempo irá fazer uma componente minha”, diz, sa- foi citado, num universo de 244 2019 contempla ainda mais de este trabalho surja”. chegar a ele uma missiva”, disse lientando que o trabalho desen - publicações, de acordo com o Web 1.200 instituições. Uma aceitação que “nos enche Bruno Tomás. volvido é “um trabalho de equipa”. de orgulho” e que tem que ver, diz Ana Rita Cristóvão PUBLICIDADE

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 9 ATUALIDADE / Abrantes

do tarifário dos resíduos sólidos urbanos “para um cliente do tipo Subida nos tarifários da água e dos doméstico que consuma 10 m3 de água” será de 0,86€. “Um aumento significativo mas é o ano de termi- resíduos, baixa no saneamento nar com estas subidas mais abrup- tas e obviamente que no próximo ano subirá em função da taxa de inflação” O Executivo da Câmara Mu - O presidente referiu ainda os nicipal de Abrantes aprovou, por tarifários especiais para apoiar as unanimidade, a proposta do pre- famílias economicamente mais sidente da Câmara para o tarifário vulneráveis “apesar destas dificul- para 2020 no que diz respeito ao dades”. abastecimento de água, recolha “Temos estado sempre a acom- e tratamento de resíduos sólidos panhar as famílias com rendimen- urbanos e atualizou as tarifas de tos baixos e as famílias numerosas saneamento. com mais dificuldades e têm sido Manuel Jorge Valamatos come- sempre acompanhadas pelos Ser- çou por explicar a que fica a dever- viços Municipalizados. O ERSAR -se o aumento de 14 cêntimos no (Entidade Reguladora dos Serviços que à água diz respeito. de Águas e Resíduos) define como “Perspetivando-se o aumento obrigatoriedade que não seja a en- dos custos que irão ocorrer durante tidade gestora a financiar este tipo o ano de 2020, designadamente de situações, tem de ser a Câmara custos com pessoal, quer devido ao Municipal. Estamos aqui a falar de aumento do salário mínimo nacio- um montante de cerca de 20 mil nal quer à mudanças obrigatórias euros”, afirmou. de posicionamento remuneratório, Boas notícias só mesmo no bem como o aumentos dos cus - tarifário de saneamento. É que tos dos produtos de tratamento Abrantes vai pagar menos um mi- de água, entre outros, propõe-se a lhão e 100 mil euros, dinheiro pro- atualização das tarifas de água em veniente de uma candidatura da 1,2%”, começou por dizer o presi- depois do investimento que os Ser- tem outra hipótese” mas avançou nal de cerca de 270 mil euros. Os Abrantáqua que vai ser devolvido dente. viços Municipalizados de Abrantes que 2020 será o último ano com Serviços Municipalizados viram a ao Município. “Esta atualização implica que têm feito nos últimos anos e, ape- estes “aumentos abruptos”. despesa agravada em 270 mil euros Assim sendo, “em 2020, um um utilizador do tipo doméstico sar de não ter nada contra a nova “Em 2017 os SMA foram con - na altura sem poder cobrar isso cliente de tipologia doméstico que que consuma mensalmente 10 m3 empresa Tejo Ambiente, justificou frontados com um enorme aumen- às nossas pessoas diretamente”, consuma 10 m3 de água, irá pagar de água pague mais 0,14€ por mês. o porquê de Abrantes não ter en- to da deposição de tratamento dos referiu Manuel Jorge Valamatos. menos 11 cêntimos por mês”. Atualmente paga 11,34€”, disse o trado. resíduos imposto pela Valnor, num No entanto, como avançou, “de Os tarifários para o ano de 2020 autarca que explicou que este cál- Com o aumento do custo da to- sistema de que nós e mais 24 mu- modo a minimizar o impacto que foram aprovados com o voto fa - culo tem por base o consumo mé- nelada por parte da Valnor, o tari- nicípios fazemos parte. (…) O custo estes aumentos tiveram nas faturas vorável do vereador do PSD. De dio e que considerou que este é um fário dos resíduos sólidos urbanos de deposição de tratamento passou mensais dos clientes, optou-se em referir que o vereador do Bloco de aumento “em nada robusto” e que também irá aumentar. Manuel Jor- de 31,20€ para 45€ a tonelada, em 2018 em repercutir esse aumento Esquerda teve que se ausentar da “tem a ver com a capacidade de ge Valamatos explicou o porquê 2018 passou para 50€ a tonelada. em três anos”. reunião de Câmara, não participan- continuarmos a ser competitivos”. deste aumento de 86 cêntimos que, Mais de 60,3% do que em 2016, o Propôs então “dar continuidade do da votação. O presidente da Câmara falou segundo disse, o Município “não que representou um custo adicio- a essa opção” em 2020 e o aumento Patrícia Seixas Chef Victor Felisberto conquistou prata na "Revolta do Bacalhau"

O Chef Victor Felisberto con - rueguês dos Produtos do Mar. quistou, no dia 17 de dezembro, um O regulamento previa a atribui- diploma de prata no concurso gas- ção de diplomas consoante a pon- tronómico “A Revolta do Bacalhau”. tuação do júri. [diploma de Ouro A Casa Chef Victor Felisberto era (acima de 90 pontos); diploma de um dos 30 restaurantes apurados Prata (entre 70 e 89 pontos); diplo- para a final cujos resultados foram ma de Bronze (entre 50 e 69 pon- divulgados numa gala que teve lu- tos); e diploma de Participação (até gar em Lisboa. 49 pontos)]. Quer isto dizer que o concurso em formato de rota gas- O prato apresentado por Victor bacalhau do Chef Victor Felisberto tronómica e em que puderam ser Felisberto foi um bacalhau confita- teve entre 70 a 89 pontos, o que lhe apresentados prados de bacalhau do com ervas aromáticas, com pés garantiu a categoria de prata. na forma tradicional, gastronómi- de porco recheados com foie gras Neste concurso - dividido por co e casual. de bacalhau e, a acompanhar, um três áreas: cozinheiros, estudantes Os 30 restaurantes mais bem puré de grão-de-bico. de cozinha e restaurantes - os can- classificados, onde se inclui a Casa Este é um concurso de receitas didatos foram desafiados a confe- Chef Victor Felisberto, entram na nacional, criado em 2005 pela Inter cionar pratos com a presença do Rota da Revolta do Bacalhau e fo- Magazine, para o RECHEIO Cash&- bacalhau. ram visitados por um júri que irá Carry e para a NSC – Conselho No- “A Revolta do Bacalhau” é um provar o prato a concurso.

10 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 SOCIEDADE / Sindicato e trabalhadores do Continente de Abrantes contra repressão laboral

O Sindicato dos Trabalhadores na mesma “tivemos de partir para “andam todos à volta do ordenado do Comércio, Escritórios e Servi- ação pública”. mínimo nacional. E os que não an- ços de Portugal (CESP) realizou Catarina Monge, a funcionária dam vão ficar, pelo menos, com a dia 18 de dezembro uma ação à do Continente que apresentou a atualização de 2020 decidida pelo porta do supermercado Conti - denúncia ao sindicato, diz que es- governo”. nente, em Abrantes, e acusa a perou tempo demais e que foi em O Jornal de Abrantes tentou direção de loja em Abrantes de julho deste ano que resolveu repor- obter uma reação do diretor da comportamentos repressivos e tar as situações ao sindicato. Loja de Abrantes, José Lourenço. atitudes impróprias com os tra - Revela que está há 23 anos nes- Quando nos dirigimos à loja foi - balhadores. ta loja, em Abrantes, e que conti- -nos dito que qualquer questão Ivo Santos, coordenador da de- nua a ganhar pouco mais do que teria de ser colocada por escrito, legação de Santarém e Leiria do o salário mínimo nacional porque, através de um endereço de cor - CESP denunciou ainda que na loja aponta, os aumentos não têm a ver reio eletrónico fornecido na loja. de Abrantes “é praticada pressão, apenas com a antiguidade, mas Como os emails com os pedidos repressão e assédio sobre traba- com avaliações de desempenho de esclarecimento vieram devolvi- lhadores, de forma reiterada e com “desenhados” pela direção da loja. dos, enviámos também um pedido objetivo de afetar a dignidade da Aliás, este é outro fator que leva de esclarecimento para a Sonae, a pessoa ou criar ambiente intimida- Ivo Santos a apontar o dedo à So- responsável pelas marcas Modelo/ tivo, hostil, degradante, humilhan- nae. “Mudam os funcionários de Continente. te e desestabilizador.” secções como querem”, e vinca Três dias depois do protesto Secundado por outros sindica- levar à desvinculação ao posto de outras queixas dos trabalhadores: tivemos um contacto da agência listas e pela funcionária do Con- trabalho através do despedimento Sindicato acusa “os horários são alterados e co - de relações públicas da marca em tinente de Abrantes que denun - voluntário”. municados por boca, sem terem que nos foi confirmado uma única ciou estes casos de repressão, Ivo Ivo Santos, diz que já deixaram SONAE de asssédio a definição de horários mensais” queixa de assédio que resultou de Santos disse que estas denúncias de tentar contactar a direção da laboral, empresa como está acordado no acordo co- um inquérito interno, tendo o mes- podem juntar-se às outras sobre loja continente de Abrantes. Já ti- letivo de trabalho. mo sido arquivado pelo instrutor o mesmo grupo empresarial. Mas nham feito os alertas necessários fala de um só caso A questão dos salários já é trans- designado. A agência revelou que neste caso, acrescentou “há pres- para que as situações fossem alte- versal a todas as lojas da cadeia de não houve outros casos reportados. são sobre os trabalhadores para os radas, mas como tudo se mantém venda a retalho e de todas as outras Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 11 SOCIEDADE /

todos quantos colaboraram no li- vro porque foi uma encomenda da Livro guarda a arte de Câmara de Abrantes à Associação Palha de Abrantes. Sandra Uva Alexandre é a auto- entrelaçar dos esparteiros ra do livro que tem ainda fotografia de João Jerónimo e as ilustrações de Raul Bueno. A autora explicou que esta foi mesmo uma corrida, já que o tempo que teve para a “Esparteiros: Arte de entrela- recolha, escrita e produção não çar” é um livro de história e aci - foi muito. Começou em fevereiro ma de tudo de histórias. De mui- deste ano com as conversas que tas histórias de vida. Sandra Uva teve de fazer com as pessoas das Alexandre, antropóloga, começou Mouriscas. E foi o primeiro regis- em fevereiro uma corrida de ir ao to que deixou, o facto das pessoas encontro de uma arte que já foi a “abrirem as portas da sua casa, da principal atividade económica de sua vida” a uma desconhecida que Mouriscas e que nos dias de hoje ali chegou a dizer que queria fazer tem apenas uma empresa a laborar. umas perguntas sobre aquele tema. A fabricação de seiras e capachos “Para um antropólogo é algo para os lagares de azeite, primeiro muito marcante deixarmos o nosso através do esparto, depois do cairo contributo para os vindouros para e, mais recentemente, de ráfia e ny- que fiquem com o registo de como lon, é uma das imagens de marca de se faz (…) porque corremos o risco Mouriscas, que em meados do sécu- de a perder no tempo”, explicou a lo passado chegou a ter 14 oficinas e autora acrescentado que do ponto a empregar dezenas de pessoas. Na de vista pessoal “foi algo fabuloso maioria, mulheres. E havia muitas terem partilhado as suas vidas”. que trabalhavam em casa para ven- Há muitas histórias semelhan- der a produção às oficinas. Bastava tes e que fazem a evolução dos ter uma roda [forma] e a matéria- tempos: “desde as que não apren- -prima. Primeiro a corda feita de deram a ler e a escrever, desde as esparto e, mais tarde, o cairo. que foram para a escola e rapida- Depois os lagares foram-se mo- mente [na quarta classe] tiveram dernizando e as seiras e capachos de sair ou das que iam trabalhar deixaram de ter a importância vital para ajudar as famílias”. Sandra na produção do azeite. Em Mou- Uva Alexandre referiu que as pes- riscas, por exemplo, ainda há uma soas com quem falou deixaram os cooperativa de olivicultores que registos não documentais desde produz o azeite a partir das pren- o início do século XX, dos tempos sas com capachos. Mas são casos das memórias e experiências das raros. Os lagares de linha são mais pessoas com quem falou. rápidos, eficientes, limpos e com O livro apresenta a componen- menos mão de obra. te de entrevistas a mourisquenses, Hoje a produção a única fábrica principalmente, mulheres que tra- de seiras e capachos de Mouris - balharam na arte de entrelaçar e cas, a SIFAMECA, aponta mais ao apresenta também investigação do- artesanato do que aos lagares de cumental. Os registos apontam para azeite. Produz capachos e tapetes 1898 como o ano da mais antiga ofici- em cairo, com a técnica da arte de na de espartaria. Mas os registos da entrelaçar as cordas. autora com moradores de Mouriscas E foi para salvaguardar esta arte aponta o período que vai dos anos que a Câmara de Abrantes se can- 20 do século passado até à década didatou ao programa Tradições da de 60, altura em que a espartaria foi EDP, em 2018, e viu ser aprovado o uma das principais atividades eco- seu projeto. Trata-se do financia- nómicas da freguesia de mouriscas, mento para a produção de um livro, onde chegaram a existir 14 oficinas apresentado no dia 16 de dezembro, a produzir as seiras e capachos para e de um vídeo documental, em pro- o país e para exportação. dução, para a salvaguarda deste pa- O livro apresenta algumas foto- trimónio que ainda existe em Mou- tisfeita com o resultado. Aliás, fez gáudio da plateia que reagiu de grafias antigas mas também algu- riscas. Paralelamente com o apoio O livro guarda as questão de dizer que também expe- forma divertida a este diálogo. mas ilustrações que Sandra Uva Ale- da Associação Palha de Abrantes e rimentou a entrelaçar as cordas e Manuel Jorge Valamantos, pre- xandre justificou por ser a forma de da SIFAMECA têm sido desenvolvi- memórias de uma revelou que se vivesse mais perto sidente da Câmara de Abrantes, deixar no papel “a descrição” da arte das muitas iniciativas em torno da arte, mas acima de vinha melhorar a sua experiência. deixou clara a importância de de entrelaçar as cordas. Com ilus- espartaria. Desde ações de forma- A coordenadora do programa salvaguardar este conhecimento. trações torna-se mais fácil deixar o ção com o Centro de Recuperação tudo conta muitas da EDP entrou mesmo em diálogo “O trabalho muito duro daquele registo deste património imaterial. e Integração de Abrantes (CRIA), a histórias de vida com a dona Maria Adília, mouris- tempo [referência às dificuldades Entre muitas conversas com as outras da associação cultural Palha quense que fez questão de recordar deixadas por Maria Adília] devia pessoas de Mouriscas encontrou de Abrantes ou a visitas de estudo, da freguesia de a todos aqueles tempo: “Os patrões de nos fazer pensar naquilo que muitas histórias de uma história com milhares de crianças a terem quando chegavam vinham ver nós hoje falamos de dificuldades”. ligada a esta aldeia. Afinal, Espar- passado pela fábrica de Mouriscas. Mouriscas quem fazia mais”. Manuel Jorge Valamatos refe- teiros eram nomes de famílias, era Helena Gomes, representante Helena Gomes provocou ainda riu-se ao livro agora apresentado uma profissão, é o Grupo Despor- do programa Tradições da EDP, um momento divertido ao falar das com o mote do programa Tradi - tivo e Recreativo e é o Grupo Etno- que financiou o projeto de salva- marcas que o entrelaçar das cordas ções: “não há futuro sem as ori - gráfico, e agora, passa a ser um li- guarda da espartaria, deixou vin- deixam nas mãos, porque não era gens”. É, afirmou, uma homenagem vro: Esparteiros: Arte de entrelaçar. cada a importância de não deixar um trabalho fácil. E a dona Maria aos esparteiros, aos mourisquenses E vai ainda, em 2020, ser um vídeo. perder esta arte e ficou muito sa- Adília vai dizendo “era lixado” para e aos abrantinos. E agradeceu a Jerónimo Belo Jorge

12 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 ATUALIDADE / Vila Nova da Barquinha Câmara vai concessionar o espaço “Sabores do Tejo”

A Câmara Municipal da Barqui- para o próximo ano, até para poder nha abriu concurso público para ganhar outra visibilidade. a concessão do espaço comercial O presidente da Câmara da Bar- “Sabores do Tejo”. Até agora o espaço quinha revelou que o concurso pú- teve uma gestão conjunta autarquia blico vai alargar o âmbito de funcio- e da associação de desenvolvimento namento da loja que passa também local ADIRN, mas o objetivo é dar para a restauração. Ou seja, man- nova vida ao espaço de produtos lo- tém os produtos locais e produtos cais, como explicou Fernando Freire, turísticos, mas poderá alargar-se à presidente da Câmara de Vila Nova alimentação e restauração. da Barquinha, em reunião do execu- “O nosso objetivo é que o pri - tivo realizada a 11 de dezembro. vado possa colher frutos de uma O concurso público vai estar exploração que faz, dentro dos cri- aberto até às 16 horas do dia 13 de térios de transparência de uma janeiro e a renda mensal pedida pela hasta pública. Todos os privados autarquia tem o valor de 100 euros. podem apresentar a candidatura É um valor muito acessível para até às 16 horas de 13 de janeiro”. permitir a criação de mais ativida- O espaço comercial “Sabores do de comercial que irá “fazer mexer” Tejo” foi criado na antiga cantina aquela zona da vila. escolar paredes meias com a Ga- O “Sabores do Tejo” continuará leria Santo António e inaugurado a funcionar com o mesmo obje - a 9 de junho de 2017. É uma loja tivo: a venda de produtos locais, de produtos derivados da produ- artesanato, vinhos e pode apostar ção local, explorada em parceria também na gastronomia. entre o Município e a Associação Fernando Freire revelou que de Desenvolvimento Integrado do como a atividade privada está mais Ribatejo Norte (ADIRN). habilitada ao desenvolvimento des- O espaço a ser concessionado te tipo de atividades “queremos até 13 de janeiro de 2020 conta com criar, sem colocar em causa a ofer- um ponto de venda com 41,84m2, ta dos produtos que ali já se en - com uma arrecadação com 7,25m2 contram, uma atividade comercial e dois wc`s, um deles adequado pura”. O autarca revelou que tam- para pessoas com deficiência. bém a ADIRN propôs esta solução Jerónimo Belo Jorge PUBLICIDADE

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af imprensa campanha armacoes gratis 257x140 abrantes.indd 1 08/10/2019 10:04 Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 13 SOCIEDADE /

a fogos florestais que recebeu o equipamento de proteção indi - Bombeiros de Constância recebem vidual. Adelino Gomes terá feito a última cerimónia pública como cinco equipamentos individuais... comandante dos bombeiros de Constância, depois de 24 anos naquele cargo. Vai ser substituí- do, por escolha dos operacionais [como sempre aconteceu] pelo O Intermarché do Tramagal atual segundo comandante, e o ofereceu cinco equipamentos de seu filho, Marco Gomes. Aliás, já proteção individual aos Bombei- é este que tem desempenhado as ros Voluntários de Constância. funções de comando por delega- Trata-se de uma ação habitual do ção de competências. grupo Intermarché para com os Adelino Gomes agradeceu o Bombeiros Portugueses e, nes - apoio do Intermarché e recordou te caso, para os voluntários de a colaboração que existe, há mui- Constância pela proximidade que to, entre das duas instituições. têm, por via da secção de Santa Já Marco Gomes, segundo co- Margarida. mandante e futuro comandante Os equipamentos oferecidos dos Voluntários de Constância, têm um custo global superior a destacou este apoio numa altura cinco mil euros são constituídos em que a corporação vive mo - por fardamento com proteção es- mentos difíceis face aos atrasos pecial para os incêndios florestais, nos pagamentos dos transportes botas, luvas, cógulas e capacetes. de doentes e que, por isso, obriga Ana Tanoeiro, gerente da loja a uma gestão complicada daquilo de Tramagal do Grupo Inter - que são os compromissos entre marché, explicou a escolha da entidade patronal e os colabo - corporação e a ação concreta de radores. 14 de dezembro. A proximidade Estes cinco equipamentos de que existe com Santa Margarida proteção individual foram muito porque, apesar de serem conce - bem recebidos pela corporação de lhos diferentes, a corporação de Constância. Constância precisa apoios, até por Os bombeiros de Constância via das dificuldades financeiras têm, atualmente, 28 profissionais que vive. e um corpo ativo de 120 elemen - Ana Tanoeiro, que prepara um tos. Começaram com uma escola outro desafio na sua vida profis- de cadetes onde já aprendem 22 sional, acredita que no futuro se bem vincado esse apoio dando o Pela corporação de Constância crianças, mas querem chegar aos vai manter esta colaboração entre exemplo da loja de Alferrarede que estiveram presentes o até entã 60 elementos. ambas as instituições, até porque já chegou a abrir às 04 horas da comandante Adelino Gomes, o se- Têm 8 viaturas de combate a a responsabilidade social faz parte madrugada para fazer sandes para gundo comandante Marco Gomes incêndios florestais e 24 ambu - do ADN dos empresários do grupo os operacionais nos grandes incên- e a equipa de cinco bombeiros de lâncias e viaturas de transporte “Os Mosqueteiros”. Aliás, deixou dios da região de Abrantes em 2017. um pronto-socorro de combate de doentes. ... e Cruz Vermelha de Abrantes PUBLICIDADE SERTÃ uma ambulância

Já em Abrantes a Cruz urgente. O autarca vincou a Vermelha recebeu a oferta de colaboração que existe com a uma ambulância para o trans- Cruz Vermelha e, na presença ABERTOS TAMBÉM SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 9H ÀS 19H porte de doentes. Trata-se de do seu presidente, Francis- uma viatura nova adquirida co Georges, deixou o convi- 274 800 100 | 917 211 258 ZONA INDUSTRIAL DA SERTÃ pela Câmara Municipal de te para que o núcleo passe Abrantes que vai substituir a integrar com regularidade WWW.JOAOMAIAAUTOMOVEIS.COM uma outra que tinha sido ce- as reuniões de segurança e dida há uns anos e que, nesta proteção civil, mesmo fora da altura, nos 800 mil quilóme- época dos incêndios. tros já estava inoperacional Já Francisco Georges agra- muitas vezes. Desta forma a deceu o apoio da autarquia Câmara de Abrantes decidiu a quem concedeu uma das comprar uma nova viatura de mais altas condecorações da nove lugares, no valor de cerca de 40 com as pessoas foi o indicador do instituição que dirige: a Ordem da mil euros para oferecer ao Núcleo discurso do presidente da Câma- Benemerência. de Abrantes e Tomar daquela insti- ra de Abrantes, Manuel Jorge Va- O Núcleo de Abrantes e Tomar tuição. Trata-se de uma viatura com lamatos, quando afirmou que os da Cruz Vermelha começou em Empresa Certificada capacidade para transportar duas serviços autárquicos necessitam 1976, tem atualmente 60 voluntá- cadeiras de rodas em simultâneo e de uma nova viatura, mas que esta rios, 34 funcionários e 12 ambulân- Mais de 200 viaturas em stock que vem dar mais condições para o [entregue à Cruz Vermelha] vai cias para o serviço de emergência NOVAS, SEMI-NOVAS e USADAS trabalho de apoio à população. servir muito mais as pessoas e por e apoio social. Aliás, a tónica de preocupação isso tornou-se numa compra mais Jerónimo Belo Jorge

14 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 MÚSICA /

e Montalvo para o mundo, a cantar há 20 anos, Ana Laíns afirma que “o cami- nho foi difícil, mas valeu pena”D e define-se como uma “can- tora colorida que canta as raízes”. Os festejos começam no dia 31 de janeiro, no Casino Estoril, num concerto para o qual promete “sur- presas” e em que vai partilhar o palco com amigos como Mafalda Arnauth, Fernando Pereira, Sil- vestre Fonseca, Ivan Lins, Luís Re- presas, as Adufeiras de Idanha e o Grupo de Cantares de Évora. Este concerto em que “a portu- galidade irá estar a 100%” irá ser gravado com vista a editar aquele que será o seu primeiro álbum ao Etnografia e Língua Portuguesa. vivo. Do galaico-português ao Mi - “Acho que tenho de festejar as randês, passando pelo português minhas vitórias e aquilo que de actual, do Fado à Música de cariz alguma forma não consegui”, disse Tradicional das Beiras e Trás-os- a criadora de “Quatro Caminhos”, -Montes, passando, paralelamente, referindo que tem feito “uma pelas influências dos diferentes gé- carreira muito discreta, longe do neros que foram a escola no seu iní- ‘mainstream’”. cio de carreira (Jazz, Bossa Nova, A artista confessou: “Foi duro, Músicas do Mundo Ocidental e trabalhando sozinha porque quero, Oriental), este disco é uma viagem mas tenho conseguido muitas coi- entre o Passado e o Futuro, que sas, de forma árdua é certo”. tem ao leme Ana Laíns, a “Cantora “Desde o princípio que tenho Colorida”. tentado mostrar às pessoas que O álbum conta com palavras não sou só fadista, sou uma can - de Ana Laíns, Mafalda Arnauth, tora que canta as nossas raízes Sophia de Mello Breyner, Fernan- de uma forma transversal. E im- do Pessoa, José Afonso, Sebastião por esta verdade na forma como Antunes, Carlos Leitão, D. Dinis, veem o meu trabalho tem sido D. António de Bragança, e alguns uma grande batalha, mas está a temas populares de recolha. dar frutos e as pessoas já falam Nas melodias a cantora contou de mim como aquela cantora co- com Ivan Lins, Fernando Alvim (a lorida”, afirmou. título póstumo), Paulo Loureiro, Laíns participa com a canção Filipe Raposo, Luís Caracol, Helena “Eu”, que fez parte do seu álbum Del Alfonso e José Lara Gruñeiro. de estreia a solo, “Sentidos” (2006). Este álbum conta ainda com Para a intérprete “a poesia as- as participações especiais de Ivan sume toda uma importância na Lins, Mafalda Arnauth, Luis Repre- sua carreira, a par das pesquisas ANA LAÍNS – 20 anos de sas e Filipe Raposo. etnográficas”. Portucalis, o 3º álbum da uma “Cantar na minha língua e as cantora, que dedica integralmente raízes do meu país é o que eu sou”, cantigas, no Casino Estoril o seu trabalho à Portugalidade que sublinhou. lhe define a identidade há 20 anos. Ana Laíns projeta uma digres- Depois de “Sentidos” (2006) e são nacional celebrativa dos 20 “Quatro Caminhos” (2010), Portu- anos na música, que irá passar por calis surge no tempo certo, sem Constância, a vila onde cresceu, Em 2010, a convite de Boy Geor- pelo que 10% do valor de bilheteira “Quatro Caminhos” (2010), Portu- atrasos, e com a certeza de uma além de palcos no estrangeiro onde ge, gravou o tema “Amazing Grace”, reverte diretamente para a Re-food calis surge no tempo certo, sem Missão por cumprir – Passar a tem atuado com regularidade. que fez parte do álbum “Ordinary de Cascais, que tem por objetivo atrasos, e com a certeza de uma Mensagem: Ana Laíns cantou pela primei- Aklien” (2011) do britânico. contribuir para a resolução do pro- Missão por cumprir – Passar a “Este disco é dedicado a todos ra vez em público aos 6 anos em Também em 2010 saiu o álbum blema da insuficiência alimentar Mensagem: que gostam de Pessoas, que gos- Constância, no Ribatejo, e em 1999 “Quatro Caminhos”, em que se es- de famílias, através da recolha e “Este disco é dedicado a todos tam de ser Pessoas do seu País, e venceu a Grande Noite do Fado de treou como letrista. Também nesse da redistribuição indireta de exce- que gostam de Pessoas, que gos- compreendem que a Vida é uma Lisboa, quando decidiu enveredar ano participou em dois temas do dentes e/ou de dádivas de produtos tam de ser Pessoas do seu País, e Missão. É dedicado a todos que pela carreira artística. álbum “Catavento”, de Beto Betuk. alimentares”. compreendem que a Vida é uma compreendem que desta Missão Em 2006, saiu o seu primeiro o Em 2017, saiu o álbum “Portu- Portucalis é o país dos sonhos Missão. É dedicado a todos que faz parte o Lugar onde nasce - álbum, “Sentidos”, em que gravou, calis”, no qual contou com a par- de Ana Laíns e é também o 3º ál- compreendem que desta Missão mos!” entre outros, poemas de Florbela ticipação de Luís Represas, entre bum da uma cantora, que dedi - faz parte o Lugar onde nascemos!” Este álbum conta ainda com Espanca, António Ramos Rosa, e outros músicos. ca integralmente o seu trabalho Alheio a rótulos, regras e co - as participações especiais de Ivan com o qual fez uma digressão que O concerto em janeiro no Casino à Portugalidade que lhe define a notações, Portucalis é um disco Lins, Mafalda Arnauth, Luis Repre- passou pela Bélgica, Países Baixos, Estoril tem “uma vertente solidá- identidade há mais de 18 anos. transversal, que viaja por todo o sas e Filipe Raposo. Rússia e Grécia. ria e de retribuição à comunidade, Depois de “Sentidos” (2006) e vasto Universo de cores da Música, (C/ Lusa)

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 15 EXPETATIVAS / 2020

Um Ano Novo traz sempre a esperança de dias melhores e 2020 não é diferente. Todos falam num ano de muitas exigências mas sempre com fé num futuro melhor. Quisemos conhecer quais são as expetativas para 2020 dos nossos autarcas bem como de outros representantes de várias áreas da sociedade. Manuel Jorge Valamatos António Alberto Margarido Presidente da Câmara Municipal de Abrantes Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes

Mais de Abrantes para os Abrantinos. Ao nível da política fiscal Para o Ano Novo, criam-se novas espectativas, metas, vamos manter as taxas de 2019, que estimamos que exista objetivos, como se estivéssemos no Ano zero, vamos começar uma devolução às famílias de 133 mil euros em sede de IRS, e tudo de novo, esta passagem dá-nos o alento necessário na assim contribuir para a sua estabilidade financeira. Melhorar procura de soluções que não encontrámos no Ano que agora ainda mais a qualidade de vida dos Abrantinos. finda. Reforçaremos o apoio às crianças e jovens, com investimentos Muitos acontecimentos novos surgirão, ambientais, familiares, superiores a dois milhões de euros nas Escolas Básicas, a natalidade, profissionais, com a troca de trabalhadores por valorização do Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes e robôs, muita reflexão irá acontecer no nosso velho continente. o concurso público para a empreitada de instalação da ESTA Com a nova configuração da União Europeia, principalmente, neste local. Mais juventude. os países pequenos irão reduzir as suas áreas de negocio, Mantendo os Contratos Interadministrativos, com as Juntas de de novo com a reposição de nova fronteira, criando custos e Freguesia, vamos transferir cerca de um milhão de euros para mais burocracia, a separação julgada improvável, afinal é uma a requalificação do espaço público. Mais democratização do realidade. território. Mas pensando bem, como é nosso timbre, afinal, sempre Não esquecendo a nossa história, arrancaremos com vivemos com pouco, dando cartas por todo o Mundo, no importantes projetos: a revitalização do Cineteatro S. Pedro e desporto, ciência, ensino universitário, nos grandes órgãos do antigo Mercado Diário. Vamos devolvê-los aos Abrantinos e decisórios mundiais. garantir mais cultura. Vamos ter receio de quê? Por um Ano Novo? Na saúde e ainda na educação, concretizaremos a Iremos vencer mais uma etapa. Descentralização de Competências do Governo para a Câmara Desejo a todos um Próspero Ano Novo. Municipal, traduzindo-se numa melhor resposta para as nossas pessoas. Mais saúde e mais educação. Estas, e outras medidas, para dar mais de Abrantes aos Abrantinos.

Sérgio Oliveira Joaquim Serras Presidente da Câmara Municipal de Constância Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e Vila de Rei

O ano de 2020 ficará marcado por três mais população. Neste momento simbólico, em que a setor assim como da dinamização de ações de intervenções importantes – a requalificação A reabilitação do edificado no centro histórico Associação Comercial e Empresarial de promocionais e de networking dirigidas aos do Parque Ambiental de Santa Margarida, da Vila levada a efeito por privados irá mudar Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e nossos Associados. a requalificação da zona ribeirinha e a a face da mesma, bem como a abertura do Vila de Rei celebra 99 anos de existência, Este é também um momento ímpar para construção da Extensão de Saúde de Montalvo. novo Hotel. são objetivos estratégicos contribuir para o avaliar o trabalho que tem sido desenvolvido Estamos a desenvolver o projeto da praia Continuaremos a fazer investimento público, desenvolvimento do ecossistema empresarial ao longo dos tempos pela ACE, no apoio fluvial do Zêzere, com vista à sua aprovação sem comprometer a saúde financeira regional, nomeadamente através da atração aos empresários da Região, e definir quais pelas entidades externas, bem como a da autarquia, honrando e cumprindo os e incentivo ao desenvolvimento de novos os caminhos que pretendemos trilhar nos necessária procura de fundos comunitários compromissos assumidos. e inovadores projetos empresariais; da próximos 100 anos. para a sua execução. É um processo que Em 2020, Constância continuará a ser um prestação de apoio técnico aos projetos Votos de um Excelente Ano 2020! levará algum tempo até à sua concretização. Concelho dinâmico, vivo e onde é bom viver, empreendedores, à criação de emprego e à E que os Vossos Projetos Empresariais se Por outro lado, estamos a desenvolver o plano investir e visitar. captação de investimento para os concelhos concretizem com sucesso! de acessibilidade local e a estratégia local de das áreas de abrangência da Associação; da habitação. contribuição ativa para a melhoria do setor Esperamos que em 2020 seja possível fixar empresarial, especificamente através da mais empresas e mais comércio, e com isso formação e qualificação dos profissionais do

16 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 JANEIRO DE 2020 EDIÇÃO N.º 48 www.estajornal.ipt.pt Gratuito · Periocidade Trimestral DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO CATARINA JACINTO • Edição especial sobre o ORION 2019, o exercício no âmbito da NATO que avaliou com sucesso a operacionalidade das tropas Forças militares preparadas para cenários internacionais de crise MAFALDA RODRIGUES Três freguesias de Abrantes e a localidade de Vendas Novas viveram dias diferentes, acolhendo cerca de 1300 militares de cinco países que participarem no ORION 2019, um exercício para testar as capacidades das forças armadas num eventual cenário internacional MAFALDA RODRIGUES MAFALDA de crise. Tudo foi preparado de acordo com as exigências da NATO. Foram criados inciden- tes equivalentes aos que os militares podem encontrar numa situação de estabilização, de- pois de períodos de conflitos armados. Foram feitos treinos de fogo real, diurnos e noturnos. Combinaram-se as diferentes capacidades do Exército, para avaliar a sua operacionalida- de, em articulação com as forças militares de outros países. E montou-se uma grande ope- ração que implicou tratar de tudo como num cenário real, incluindo assegurar o alojamento e a alimentação de centenas de pessoas. O resultado foi positivo.

PUB ORION 2019 02 JANEIRO 2020 ESTA JORNAL ORION 2019, um exercício militar com participação de civis MAFALDA RODRIGUES Simulação de um bloqueio de estrada testou com sucesso as capacidades do Exército. Este foi apenas um dos muitos exercícios que, ao longo de dez dias, decorreram em Abrantes e Vendas Novas, envolvendo 1300 militares de sete países da NATO.

ANDRÉ VENTURA, MAGDA FILIPE E MARIA NICOLAU ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

O ORION é um exercício realizado anualmente para treinar a capaci- dade de resposta do Exército em situações de crise, nomeadamente em contextos internacionais. Este ano teve a particularidade de sair dos muros das instalações milita- res, aproximando-se das populações e contando com a participação de várias entidades civis. “Este é um exercício extremamente importante porque permite validar o nosso trei- no movido ao longo de um ciclo de treino anual”, explicou o Tenente Coronel Melo Dias, comandante da Taskforce Viriato. Por outro lado, estar perto das populações “é be- néfico para ambas as partes” e aju- da a construir uma “boa imagem do Exército”. No final de novembro, cerca de 1300 militares de Portugal, Espa- nha, Lituânia, Roménia e Estados Unidos estiveram em três freguesias

de Abrantes (Bemposta, Tramagal e Água Travessa) e em Vendas Novas, v ocupando espaços civis cedidos pe- Comandos las Juntas de Freguesias, como cam- simularam pos de jogos. Do Brasil e de França população vieram observadores. revoltada que Para além de vários exercícios, como bloqueou uma o fogo real, os militares envolvidos estrada foram confrontados com situações idênticas às que poderão encontrar em cenários internacionais no âm- bito das ações da NATO. No decorrer do ORION foram criados incidentes v para testar a capacidade de respos- Alunos da ESTA ta das forças. Um deles aconteceu desempenharam numa estrada secundária da aldeia de Chaminé, em Abrantes. o papel de Imaginem-se dois países em con- jornalistas flito, décadas de incidentes que re- televisivos sultam da tentativa de supremacia v As Organizações Não Governamentais foram por parte de um deles. Imagine-se, ainda, crime organizado em ambos representadas por elementos do IGC – Centro os lados, grupos extremistas, aten- de Direitos Humanos, da Faculdade de Direito tados e tentativas de invasão. Já num de Coimbra período de estabilização, imagine-se que as forças da NATO estão nesse Road Block (bloqueio de estrada). que fingiam ser cidadãos revolta- O objetivo da simulação era avaliar No final do incidente simulado, o território, onde há uma manifesta- Durante cerca de duas horas, ouvi- dos pela passagem estar impedida. as capacidades de uma UEB-Unidade responsável pela operacionaliza- ção de civis, que bloqueiam uma es- ram-se gritos exigindo água potável Havia também quem fizesse o pa- de Engenharia Bélica numa operação ção, Tenente Coronel Telmo Hing, trada para exigir água potável. Este e recusas em reabrir a estrada. Com pel de membros de Organizações de estabilização, identificar o ponto fez um apanhado geral ao desem- foi o primeiro incidente criado para garrafas de líquido turvo e cartazes, Não Governamentais que tentavam de situação das funções de comba- penho dos militares avaliados, testar a reação das forças envolvidas os supostos manifestantes pergun- estabelecer a comunicação entre te e treinar a projeção intrateatro referindo que os objetivos foram no ORION 2019. tavam: “Esta é a água que eles que- manifestantes e militares. Dando de meios pesados. Neste incidente alcançados. Ou seja, apresenta- Os manifestantes – protagoniza- rem que a gente beba?” E acrescen- ainda mais corpo às parcerias com simulado participaram cerca de 50 ram uma solução para cooperar dos por um grupo de comandos – tavam: “Daqui ninguém nos tira!” entidades civis, os alunos do curso militares, incluindo os que vieram com as populações, conseguindo a mostravam descontentamento pela Tudo encenado. de Comunicação Social da Escola do arquipélago da Madeira. Confron- desmobilização dos manifestantes. poluição das águas e bloqueavam O incidente simulado contou com Superior de Tecnologia de Abrantes tados com o incidente, tiveram que Recorreram às capacidades de en- uma rua da localidade, impedindo a participação de elementos do IGC desempenhavam o papel de jorna- mostrar a capacidade para intervir, genharia do Exército, solução que a comunidade de se deslocar. Por – Centro de Direitos Humanos, da listas, como se estivessem realmente no âmbito da sua missão, sem recur- seria a apropriada, se estivessem isso esta simulação foi designada de Faculdade de Direito de Coimbra, numa situação de conflito. so à violência, como exigia a situação. numa situação real.g ORION 2019 WWW.ESTAJORNAL.IPT.PT 03 Em entrevista ao ESTAJornal, o Brigadeiro-General Matos Alves explica o ORION 2019 e justifica o investimento de 275 mil euros “Cumprir aquilo que nos pedem lá fora com êxito e sem grandes situações críticas” DR

GONÇALO MORAIS v ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL Brigadeiro- -General Matos O Brigadeiro-General Carlos Matos Alves, comandante da Brigada de Alvez garante Intervenção, explicou ao ESTAJornal que todos os o ORION 2019, um exercício militar militares são em que Portugal organizou no âm- preparados a bito da NATO. “Procuramos que o exercício e o cenário trabalhado vá todos os níveis ao encontro daquilo que está a ser para o teatro também trabalhado pela NATO nos das operações, cenários”, adiantou o responsável. incluindo no Ao longo de dez dias, os 1300 mi- litares envolvidos, para além de que diz respeito aspetos técnicos como a prática de às diferenças tiro, responderam a desafios criados culturais para testar a capacidade de resposta. Tal como se estivessem num cenário internacional de crise. O Brigadeiro- -General sublinhou que os diversos incidentes que foram injetados no exercício têm a finalidade de pre- parar os militares para que, numa situação real, não sejam surpreen- didos. “Provavelmente, em treino, já foram sujeitos a situações idên- ticas. É este o objetivo do exercício. O objetivo É treinar o mais possível para uma do ORION é situação real.” finalizar um O Brigadeiro-General Matos Alves conjunto de revelou que o custo do ORION 2019 – 275.000 euros – se justifica, pe- treinos setoriais rante a opinião pública, por várias combinando razões: “poucos incidentes e menos “todas as capa- episódios negativos para as forças cidades que o armadas”, “cumprir aquilo que nos pedem lá fora com êxito e sem gran- Exército tem” v des situações críticas” e “sermos MAFALDA RODRIGUES reconhecidos pelos nossos pares”. situações idênticas. É este o objetivo feliz. É resultado deste treino e deste do exercício. É treinar o mais possí- empenhamento todo. É represen- Qual é o grande objetivo deste exercício vel para uma situação real. tar bem Portugal, ajudar e cumprir que é o ORION? Qual é, então, a pior situação que pode aquilo que nos pedem lá fora com O grande objetivo deste exercício, acontecer? êxito e sem grandes situações críti- que é um exercício do Exército, é A pior situação é quando há vítimas. cas. E também sermos reconhecidos finalizar um conjunto de treinos de Quer seja da força ou da população pelos nossos pares e eles gostarem exercícios setoriais que vão sendo que nós estejamos a ajudar. É haver de ser nossos parceiros. realizados aos diversos escalões para danos humanos. Estas situações são Quanto custa e quem paga um exer- combinar com o treino de todas as sempre críticas. Não podemos dizer cício destes? capacidades que o Exército tem, o que é mais ou menos crítico, mas Este exercício é pago por verbas que procurando verificar o ponto de eu diria que, sempre que há vítimas, estão destinadas ao treino operacio- situação e a avaliação da sua opera- feridos ou mortos, é sempre grave. nal. Este exercício aproxima-se de cionalidade. De que forma é que a NATO acompanha um investimento de 275 mil euros. Qual é o grau de envolvimento que a o decorrer deste exercício ORION? É o que custa a nível de recursos NATO tem neste exercício? A NATO acompanha com os seus humanos, a nível de movimento de É um exercício que está previsto parceiros que estão cá. Com obser- material, de sistemas de alojamentos na calendarização dos exercícios vadores de vários países. Vai apro- e de alimentação. NATO. Dá-se a oportunidade aos veitando e vai vendo aquilo que Para finalizar sabe dizer a quantidade países para organizarem um exer- está a ser feito. Provavelmente vai de militares que participa ao todo no cício. Cada país convida os restan- diferentes pessoas e com a pressão a Este exercício prepara os militares para também acompanhar os relatórios ORION? E quantas viaturas? tes parceiros da NATO para que se que estão sujeitos? situações internacionais, de crise. Nes- finais do país. Nós, neste momento, nas duas possam candidatar, se for essa a sua Todos os nossos militares, nomea- sas situações existem elevados níveis Como explica à população portuguesa áreas do exercício (Vendas Novas e intenção, e participar no exercício. damente no recrutamento, recebem de stresse e também imprevistos. Sen- o investimento que é feito neste exer- em Santa Margarida), temos cerca Portugal teve total liberdade para criar um conjunto de palestras e um con- do esta uma simulação, como é que o cício face ao retorno que tem, que é de 1300 militares. Incluídos não só o cenário dos incidentes? junto de instruções que os prepara exercício ajuda os militares a enfrentar sobretudo preparação para missões como como audiência de treino, O cenário que é trabalhado no exercí- para o teatro de operações, para as os cenários reais de conflito? internacionais? mas também o apoio real que toda cio é da responsabilidade do país que suas condições climatéricas, para Este exercício visa sempre preparar O retorno que tem e que justifica esta atividade, com o deslocamento organiza o exercício. Fomos nós que a cultura e para o povo que lá irão forças para serem empenhadas em todo este evento, este treino e for- de tantos meios e tantos recursos organizámos. Procuramos que o exer- encontrar, respeitando sempre as situações reais. Por isso é que os di- mação, qualificação e na aquisição humanos por esta zona, obrigou a cício e o cenário trabalhado vá ao en- culturas que predominam nos dife- versos incidentes que são injetados de novo equipamento e sistemas montar um apoio real a todo o exer- contro daquilo que está a ser também rentes teatros de operações. É esta no exercício têm essa finalidade: novos, é o resultado que vamos cício. Em relação às viaturas, temos trabalhado pela NATO nos cenários. a preparação. Dar conhecimento da preparar as pessoas para que numa mostrando: com poucos incidentes cerca de 180/190 viaturas entre as Que tipo de preparação é feita para que cultura do povo que vamos even- situação real não seja a primeira vez e com menos episódios negativos duas áreas também. Estão cerca de estes militares vão em missão e saibam tualmente apoiar ou ajudar a nível que são surpreendidos. Provavel- também para as forças armadas. O 40 viaturas em Vendas Novas e cerca lidar com as diferentes culturas, com as de criar condições de segurança. mente em treino já foram sujeitos a nosso registo neste aspeto tem sido de 150 em Santa Margarida.g ORION 2019 04 JANEIRO 2020 ESTA JORNAL Exercício de fogo real noturno, transporte em veículos militares, controlo de segurança número de efetivos que fazem par- te desta operação, saber onde estão por parte de militares americanos e noite numa tenda distribuídos”. Também lhe compete também saber o número de baixas de militares, caso se verifiquem. O espaço que serve de cantina está amorosamente enfeitado com tra- balhos manuais de crianças que, normalmente, usam o espaço agora Uma noite com o Exército ocupado por forças internacionais da NATO. É um salão com cozinha HCS que dá apoio ao campo de jogos da Bemposta. Pela primeira vez o ALEXANDRA SILVA ORION 2019 teve pelotões instalados ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL em equipamentos civis. Organizam- -se como se esti- Estamos literalmente do outro lado HCS vessem num cená- de Abrantes, ao fundo está a torre rio de uma missão iluminada. Até Constância, a viagem internacional, com parece ser silenciosa. Ao entrarmos posto de comando, no Campo Militar de Santa Margari- enfermaria e tudo da as palavras “o futuro de nós dirá” o mais de que um marcam uma das pedras da entra- pelotão necessita. da. Aqui tudo funciona exatamente Para além da orga- como uma cidade. Poderíamos, até, nização própria do dizer que esta é uma cidade dentro Exército, nota-se de uma outra cidade. A sinalização também outro tipo está onde deve estar e a velocidade de preocupações, deve ser igualmente respeitada: 40 como a reciclagem. kms por hora. À saída falamos Agora parados, as portas do carro com o Capitão Ra-

abrem. Está de noite, mas não mui- fael Fernandez, do to frio. A primeira hora é de pre- v Esquadrão de Re- paração e contextualização. Entre Os capacetes são obrigatórios, por uma conhecimento Es- informações somos equipadas com questão de segurança panhol. Apesar da sacos de cama e o necessário para hora tardia, vem nos auxiliar nas refeições: cantil, MAFALDA RODRIGUES com um sorriso pratos metálicos e talheres. A bra- nos lábios. Entrou çadeira amarela no braço esquerdo para o exército há distingue-nos, indicando que não 20 anos, percebe- passamos de civis. -se que gosta do A paragem não é muito longa. Agora que faz. Sobre o em jipes militares voltamos a estar ORION 2019 diz em andamento. Ao volante está o que a relação e soldado Azevedo a fazer conversa colaboração entre casual. Vai mostrando a sua perspe- portugueses e es- tiva sobre o exército e sobre a opção panhóis “é bastan- que fez. Ao lado direito, passamos te boa”. Em termos por uma igreja. Entretanto entra- práticos, considera mos no meio do mato. Está escuro que as vantagens e a estrada não revela o melhor dos de participar num

estados. Já não estamos no alcatrão, v Capitão Rafael Fernandez, do Esquadrão de exercício destes, é terra batida. v Reconhecimento Espanhol, resume a experiência num país dife- Estamos no campo de tiro. As luzes “Esta é a nossa viatura 8/8 Pandur e tem várias versões. numa palavra: “interessante” rente, passam por no céu são evidentes e o som não Esta é a versão base.” permitir “fazer mente. A pólvora pressente-se nos exercícios de tiro nossos narizes e os tiros ecoam pelo num terreno que ar, acelerando o coração. É um exer- Antes de entrar, o Furriel Cordeiro de capotar. “Não! Isto é blindado!” difíceis dos conflitos. É claramen- não é conhecido”. Por outro lado, cício de fogos reais noturno. Já está faz uma descrição da viatura: “Esta Meia hora de viagem e estamos na te um campo desportivo, ocupado acrescenta que “é muito interes- quase a terminar. Aqui está o Esqua- é a nossa viatura 8/8 Pandur e tem Bemposta. À chegada estão os ame- por grandes tendas. As viaturas sante partilhar experiências, táti- drão de Reconhecimento Espanhol, várias versões. Esta é a versão base.” ricanos, que rapidamente proce- encontram-se estacionadas e no cas e procedimentos com exércitos que veio da Bemposta. Agora sim, entramos e sentamo- dem à nossa identificação. Ainda meio do recinto encontramos a de outros países”. Resume esta ex- O Capitão Carvalho, da Taskforce -nos. Equipada com comunicações demora algum tempo. Os proce- árvore dos fumadores. O objetivo periência em apenas uma palavra: Viriato, revela que os militares es- internas e externas, assim como um dimentos são rigorosos. Havia que é que haja sítios específicos para se “interessante”. panhóis planearam e executaram sistema de supressão de incêndios, fazer a revista, mas, tratando-se de fumar, com baldes para depositar Num exercício de preparação para “aquilo que entenderam consoan- o interior da viatura é um espaço mulheres, deveria ser feita por uma as beatas. cenários internacionais de crise não te as capacidades e munições” que apertado. Cintos apertados, senta- militar. Minutos depois chega uma As instalações estão vistas. Agora há dia nem noite. Já perto da meia trouxeram. Eram “munições de car- dos frente a frente, o veículo inicia jovem que haveria de nos acompa- fazemos uma pausa para um refor- noite, muitos dos militares estavam ro de combate 125 milímetros, mu- a marcha. Em determinada altura nhar durante boa parte da noite. ço alimentar, tal como vários dos a descansar. Mas havia sempre al- nições de 25 milímetros da viatura surge a indicação de que nos pode- Falamos-lhe em Inglês, mas afinal homens e mulheres envolvidos no guém alerta. Afinal, o ORION 2019 de reconhecimento, metralhadora mos levantar para espreitar. As es- era portuguesa. Os americanos não exercício. As expressões faciais e as teve como objetivo preparar mais ligeira e espingardas automáticas”. cotilhas estão abertas. Em pé, com trouxeram mulheres. Os espanhóis, posturas corporais demonstram já de 1300 militares para cenários em Em terreno estão meios de apoio ao as cabeças de fora, mesmo que a uma sim. Entre conversas, acabamos por algum cansaço, mas ainda há dis- que a NATO intervém. Neste caso, exercício, “equipa de bombeiros, velocidade controlada, a emoção das entrar, indo ao encontro do Capitão posição para conversar. O Soldado seria uma missão de estabilização. em caso de focos de incêndio que estreantes é visível. Pina. A conversa é formal, sendo- Figueiredo, do Regimento de Infan- Mesmo assim, há sempre coisas que podem acontecer”. Não acontecem. Estamos novamente na estrada onde -nos explicado todo o contexto em taria nº14, explica a sua missão: “dar podem acontecer, a qualquer hora Tudo controlado. o percurso volta a ser intenso. As que durante a semana decorrem os apoio logístico na cozinha”. Revela do dia ou da noite. Nem que seja Acaba o exercício, passa-se no- irregularidades do chão fazem a exercícios. ainda que “a distribuição de comi- acompanhar e acomodar um grupo vamente ao movimento. Carros e viatura abanar. Agora a conversa O espaço foi cedido pela Junta de da e confeção tem sido um trabalho de estudantes de Comunicação So- viaturas Pandur em fila, motores a não parece ser tão casual como na Freguesia para receber os milita- cansativo, mas que tem atingido os cial que quiseram ver o outro lado fazer barulho. É um cenário de fa- viagem anterior. “Esta viatura pode res participantes no ORION 2019, objetivos”. de um exercício desta dimensão. zer acelerar novamente o coração, chegar até aos 100 quilómetros por que o prepararam exatamente Ao lado está o Furriel Cordeiro. Nes- O único problema que tiveram foi sobretudo para quem vive esta ex- hora”, explica o Furriel Cordeiro, como fariam num território onde te exercício está a auxiliar a secção mesmo a dificuldade em fechar a periência pela primeira vez. Estamos integrante do Regimento de Infanta- tivessem que intervir debaixo da de indivíduos do posto de comando tenda… De resto, tudo controla- preparados para entrar numa Pan- ria nº14. Passamos Vale de Açor. Al- chancela da NATO, em missões de da sua taskforce. Revela que a sua do, como se espera neste tipo de dur. Os capacetes são obrigatórios. guém pergunta se há perigo no caso estabilização, depois das fases mais função passa por ter “controlo no cenários.g ORION 2019 WWW.ESTAJORNAL.IPT.PT 05 Viaturas Pandur em exercício que simula incidente numa coluna de proteção a viaturas civis “Touro 23, touro 23, daqui touro 20… escuto”

HCS HCS ALEXANDRA SILVA ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Acordamos na Bemposta, conce- lho de Abrantes, num dos locais onde estão instalados os militares que participam no exercício mi- litar ORION 2019. Aqui ouve-se falar português, inglês, espanhol e lituano. A manhã não é de muitas palavras, mas o pequeno almoço parece aju-

dar a despertar. Entramos num es- v Soldado Cruz, há pouco tempo no Exército, paço ameno. É um pavilhão junto assegurava as comunicações entre veículos a um campo de jogos da freguesia, disponibilizado para acolher este exercício militar de dimensão in- ternacional. À entrada a mesa está pronta para nos podermos servir. No ar as indicações ouviam-se: Entre papos-secos e croissants, há “touro 23, touro 23, daqui touro toda uma outra panóplia de com- 20… escuto” e “touro 50 avance plementos. para proteger o flanco esquerdo das A sala vai-se compondo de milita- viaturas civis”. Esta expressão uti- res, uns mais robustos, outros mais lizada parte exatamente do facto de

franzinos. E, entretanto, todos os o touro ser o animal adotado pela 1ª pormenores chamam a atenção de v Companhia de Atiradores de Viseu, quem entra nesta realidade pela Alferes Sabino ao comando da coluna, dando instruções via rádio às restantes viaturas à qual pertenciam estes militares – primeira vez. As botas em tons HCS HCS revela o 1º Sargento Marques. diferentes distinguem os milita- Era um percurso digno de ser fil- res, tal como os camuflados usam. mado. Ao longo de sensivelmente Enquanto uns utilizam copos de 15 quilómetros entre as estradas plástico, outros aplicam a criativi- das aldeias e o chão de terra batida, dade. E, assim, as garrafas de água a coluna, no seu percurso, contava de meio litro ocupam o lugar dos na frente com uma Pandur ‘testa’ e devidos recipientes. As conversas uma Pandur ‘canhão’ – a primeira parecem ser casuais. responsável por abrir caminho e a À saída somos encaminhadas pelo segunda por reagir com fogo em Alferes Sabino. Fora dos muros caso de necessidade. A terceira, era que protegem todos os outros mi- a do comando. Escoltados e inter- litares, encontramos uma senho- calados entre os veículos militares, ra com cabelo já grisalho. Vinha seguiam os carros civis. Por fim,

resguardada de baixo do chapéu a coluna terminava novamente de chuva enquanto passeava o cão. v com outras três Pandur, nomea-

Provavelmente, não teria mais do v 1º Sargento Marques, da 1ª Companhia de Proteger os veículos civis de uma eventual damente com funções de apoio que metro e meio de altura. Sobre Atiradores de Viseu, prepara-se para a próxima emboscada foi o objetivo deste exercício médico, recuperação de veículos o convívio com os militares que e competências relacionadas com missão, no Afeganistão neste exercício se instalaram, pela engenharia. primeira vez, em infraestruturas Assim chegados ao local, defron- civis, considera que é bom. Acres- tamo-nos com um incidente. Por centa, ainda, que esta experiência de missão internacional no âmbito provavelmente serão os filhos. momentos, os corações aceleram, deveria ser feita mais vezes “para da NATO. Fazemos uma primeira Entretanto todas as viaturas estão seria este um momento ‘play’ ou se prepararem para o que aí vem”. paragem, a nossa Pandur é a pri- no local. É de imediato explicada a ‘no play’? Ou seja, teria sido criado Agora dentro da viatura Pandur meira a chegar. Há uma tentativa tática a ser utilizada, com instru- no âmbito do exercício para testar e de capacete na cabeça, estamos de contacto via rádio, mas sem su- ções claras dadas pelo Alferes Sa- a capacidade de resposta do co- prontos para arrancar. É um espa- Em estradas civis e cesso. A soldado Cruz, responsá- bino aos condutores das diferentes mando da escolta ou seria mesmo ço apertado, mas há lugar para as vel pelas comunicações, continua viaturas militares que vão integrar real? Era ‘play’, portanto, criado habituais armas G3. Brevemente, estreitas, a coluna a tentar. a coluna de escolta. Por volta das para treinar os militares. Consistia serão substituídas por novas ar- cruzou-se“ com As escotilhas abrem. É notório o 9h40, dava ordem de partida: “A numa (suposta) avaria dos eixos de mas, mais modernas e, sobretu- carros, carrinhas cheiro a queimado. Parece que uma toda a rede, a toda a rede. Preparar um dos veículos militares presentes do, mais leves. Estas já quase são das viaturas da coluna sobreaque- para iniciar!” no exercício. Pelo que, em situação ‘peças de museu’. Além dos nossos e tratores sem ceu. No tempo morto, o 1º Sar- Em permanente comunicação com de resposta, o Alferes Sabino falou bancos, dentro da viatura há ainda incidentes. gento Marques, chefe de viatura, as outras viaturas militares, o Al- com os escalões superiores para espaço para o rádio de comunica- vai satisfazendo a curiosidade de feres Sabino ia dando as instruções decidir o que fazer. Enviou-se uma ções e para reforços os reforços quem não passa de meros civis. As relativamente às distâncias a ser plataforma para rebocar a viatura alimentares. perguntas e respostas são todas ca- mantidas. Ao mesmo tempo con- (supostamente) avariada. Partimos às 8h09. Ali dentro, estu- suais. Fala do seu percurso, revela trolava toda a coluna, num movi- Estavam concluídos todos os pro- da-se o mapa identificando o traje- que esteve recentemente na Ro- mento frenético de olhares entre cedimentos. Estava finalizado o to a ser percorrido. Quase sempre ménia. Regressou, esteve em Vila frente e trás. Ao volante encontra- exercício. E as caras revelavam num tablet, mas às vezes também Real e agora prepara-se para ir va-se o apontador, 1º Cabo Ferreira. satisfação. “Apesar das condições, em papel. Estávamos prontos para para o Afeganistão. A participar no O grau de dificuldade aumentava correu bem”, confessava o Alferes iniciar o exercício pretendido, a ORION 2019, em Santa Margarida, quando se passava por pequenas Sabino, reconhecendo que existi- escolta de três carros civis – com ” confessa que “o tempo em casa é povoações. Apesar da dimensão das ram “situações que podem ser, cla- 13 figurantes – membros represen- pouco” e que “tem de haver sobre- Pandur, a coluna cruzava-se com ramente, melhoradas”. Nada que tantes de ONG’s, simulando o que tudo compreensão”. No telemóvel carros, carrinhas e tratores nas es- estes treinos não ajudem a resolver poderia acontecer num contexto vê-se uma foto de duas crianças, tradas estreitas sem incidentes. em situações futuras.g ORION 2019 06 JANEIRO 2020 ESTA JORNAL “Nós estamos aqui desde as seis da manhã até às onze e meia da noite, sempre as mesmas pessoas, a confecionar” acrescenta a Furriel Cecília Garcia. “Até agora tem corrido bem e nós também fazemos por isso. Temos Cinco países, uma cozinha um bom ambiente de trabalho e isso torna muito mais fácil conseguir fa- zer as coisas.” A alimentação feita tem de ser ade- quada, uma vez que os envolvidos e 1300 militares necessitam de energia suficiente para as atividades propostas. É fei- ta uma dieta calórica, composta por CATARINA RESENDE alimentos mais calóricos, com um CATARINA RESENDE maior valor nutritivo. E CAROLINA RODRIGUES Para assegurar a qualidade das re- ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL feições e o bem-estar dos partici- pantes, são necessárias também Ao chegar ao campo militar da Bem- medidas de higiene, asseguradas posta deparamo-nos de imediato por todos os intervenientes, como com as forças militares. A postura garantiu a Furriel Garcia: “Temos rígida e séria contribui para reforçar sempre o cuidado de utilizar luvas. a maior proximidade possível com a Por exemplo, quem está a grelhar realidade, um dos principais objeti- a carne utiliza luvas, quando é ne- vos do exercício ORION. cessário cortar batatas ou outro ali- Por todo o lado havia soldados, mento, também o faz. Temos aqui portugueses e americanos, distri- um lavatório e produto para desin- buídos nas diversas funções. Con- fetar as mãos. Tentamos lavá-las o trariamente ao primeiro impacto, máximo de vezes.” rapidamente sentimos uma grande À conversa com o Praça Valetto, um disponibilidade e simpatia por parte soldado americano, sobre a quali- de todos, sem exceção. Havia au- dade das refeições, rapidamente tomóveis prontos a sair a qualquer responde com o seu sentido de hu- momento, militares armados de um mor e boa disposição: “A comida é lado para o outro, tendas onde se muito boa. Temos ficado cada vez encontravam vários elementos a mais gordos ultimamente, é sa- trabalhar. São mais de 1300 milita- borosa! (risos) Muito pessoal gos- res e 180 viaturas de cinco países da ta de comer pão”, confessou. “O NATO envolvidos no maior exercí- bacalhau é bom. Sou dominicano, cio anual organizado pelo Exército portanto como muito bacalhau. Português: o ORION. Conheço muita gente que nunca Partimos à descoberta de tentar tinha comido e gostaram bastante. perceber como se alimentam 1300 Estou contente com a comida que pessoas de diferentes países em ple- nos dão, tem que chegue!” no exercício militar. Foi o Capitão Quando, por alguma razão, as mis- Pina quem nos levou até à cozinha. sões se prolongam e os participan- Pão, batatas, água, leite, sacos de o pessoal que está nesta localidade tes não conseguem fazer as refei- rações. Tudo em grandes quanti- e para o pessoal que está na região ções no campo militar, a opção é dades. O espaço das refeições é de de Água Travessa. Os militares que a ração de combate. Esta ração é grandes dimensões e está organiza- estão na região do Tramagal vão ao composta por duas refeições prin- do com mesas compridas para ser- campo militar buscar a refeição de- cipais (almoço e jantar), talheres, vir os militares. Os alimentos são les. Estão lá pessoas indicadas para bebidas energéticas, açúcar, sal, confecionados em duas cozinhas cozinhar para eles, por uma questão café, bolachas doces e bolachas sal- móveis, de campanha, trazidas pe- de proximidade.” gadas, pastilhas purificadoras (para los militares, constituídas por gre- “Agora estamos a confecionar para o hálito, uma vez que não têm como lhas, bancadas e todos os utensílios 500 pessoas nestas cozinhas e faze- fazer a sua higiene oral), toalhitas, necessários. Este espaço é gerido mos mais ou menos duas peças por rebuçados, uma barrita de chocola- por seis Praças que se encarregam homem. Contamos à mão e sepa- te energética, sardinha e atum en- da preparação, da confeção, da dis- ramos por cuvetes. Depois, sepa- latados, pão, água e fruta (estes três tribuição e da limpeza da linha. ramos 160 refeições que vão para últimos fornecidos à parte), sendo As principais responsáveis pela um ponto de distribuição e 40 que suficiente para 24 horas. Conforme cozinha são a Furriel Joana Simões vão para outro, o resto fica aqui. Te- explica o Soldado Figueiredo, “in- e a Furriel Cecília Garcia. As duas mos de contabilizar também o que clui um saco onde se aquece a co- tratam de toda a logística necessá- aqui ficar, para o caso de ser preciso mida, que contém um químico que ria até ao momento da confeção. As mais… Geralmente não acontece, reage com a água. A seguir, basta ementas, ementas de exercício, fo- mas temos de ter um certo contro- colocar a ementa, o almoço ou o ram escolhidas pela Furriel Simões, lo para ninguém ficar sem comer”, jantar, dentro do saco. Fechamos que optou pelos pratos mais fáceis explica a Furriel Garcia. e esperamos cerca de 12 minutos, como costeletas, salada de atum, Os géneros são transportados mantendo-o deitado, começando a bifes de peru e de frango e, a es- para a brigada, localizada em San- ferver e fica pronto a comer”. Esta colha para o último dia, bacalhau. ta Margarida. Posteriormente, a ferramenta foi desenvolvida por “O pessoal prefere sempre comer Furriel Simões envia uma “check razões táticas, segundo o Capitão um bifinho. Carne, sempre carne! list” com as quantidades de cada Pina, pois “nem sempre podemos (risos)”, partilha. minuta (uma minuta corresponde utilizar o fogo para aquecer a co- Segundo informações fornecidas às quantidades de cada produto mida. O fogo é luminoso, vê-se que pelo Oficial de Logística, Capitão necessário para cada refeição). De está ali alguém. O facto de a comida Fonseca, os pedidos de alimenta- seguida, recebida essa lista e de- gunda triagem quando as matérias vessa. O almoço está marcado para aquecer também liberta cheiro, daí ção têm de ser feitos num perío- pois de devidamente concluída, chegam de manhã, realizada pelo o meio dia e meia e o jantar para as utilizarmos esta ferramenta”. do mínimo de nove dias antes do os alimentos são acondicionados pessoal da equipa de alimentação”, sete da tarde. “Nós estamos aqui Todas as embalagens fornecidas são exercício. As ementas estão pré- e transportados numa arca frigo- informa o Capitão Fonseca, oficial desde as seis da manhã até às onze guardadas para serem colocadas no -definidas, sendo enviada uma nota rífica, de volta ao posto, cerca de de logística. e meia da noite, sempre as mesmas lixo mais próximo. Está tudo pen- para a entidade responsável pelo 24 horas antes de serem utilizados, Os pequenos almoços começam a pessoas, a confecionar. Temos de sado de forma a não deixar nenhum fornecimento da alimentação. Os mantendo a frescura e a qualidade ser servidos às sete e meia, sendo ter organização, porque quando vestígio para trás. “No monte não produtos são previamente conta- das refeições. “Há uma primeira necessário fornecer a refeição para chegamos cá de manhã temos de se deixa mais do que pegadas, não bilizados. “Estamos aqui com uma triagem para verificar a qualidade fora do posto, como por exemplo os garantir que as coisas começam se leva mais do que recordações”, cozinha que está a confecionar para dos produtos e depois há uma se- militares instalados em Água Tra- logo a arrancar, senão atrasa tudo”, remata o soldado Fonseca.g ORION 2019

WWW.ESTAJORNAL.IPT.PT CATARINA JACINTO 07 ORION 2019 com balanço positivo: “O exercício correu conforme o planeado”

Coronel Miguel Freire Coronel Brito Teixeira

RUI ABREU Teixeira, responsável pela parte do ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL exercício que decorreu em Vendas Novas. Este responsável adiantou que, durante o exercício, a maior No final do ORION 2019, o Tenente- dificuldade encontrada foi mesmo o -Coronel Matos Dias, responsável estado do terreno, que se encontra- operacional pelo exercício no con- va muito enlameado, mas que por celho de Abrantes, garantia o su- sua vez proporcionou uma melhor O exercício final foi um evento de alta visibilidade: a demonstração de uma ope- cesso da operação e resumia o seu oportunidade de treino. ração ofensiva, com fogos reais e apoio aéreo próximo estado de espírito: “Estou feliz!” Apesar de os militares terem opera- Pelo seu lado, o ministro da Defe- do com equipamento e armamento sa Nacional João Gomes Cravinho, das respetivas nações, não foi senti- esclarecia que este exercício per- da qualquer diferença, pois “o equi- mitiu oferecer o treino necessário pamento é muito semelhante”, ga- para que as forças militares estejam rante o Tenente Coronel Matos Dias. Três membros do Governo melhor preparadas quando, no âm- Porque as missões no estrageiro não bito da NATO, são destacadas para se baseiam apenas na componente cenários internacionais de conflito. militar, mas também no comporta- “Este exercício é muito importante mento humano, o Coronel Miguel no encerramento do para que as forças nacionais tenham Freire garante que “quando um as melhores condições para o cum- soldado desempenha funções fora primento das missões.” do território nacional tem que o fa- O planeamento do ORION 2019 zer sabendo que está num país com ORION 2019 precisou de “cerca de um ano, que uma cultura muitas vezes estranha, se foi prolongando até aos dias de portanto tem de ser acima de tudo execução”, esclareceu o Coronel com respeito e cordialidade”. Aliás, CATARINA JACINTO tado Maior, o ministro da Defesa litares sendo que estes usavam Miguel Freire, responsável pela um dos incidentes criados ao longo ESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL Nacional, o secretário de Estado muitos códigos. Esta transmissão organização do exercício. Um dos da semana para verificar a capaci- adjunto da Defesa Nacional e a de mensagens tornou possível aos objetivos assumidos pela organiza- dade de resposta dos militares en- secretária de Estado de Recursos espectadores compreender a di- ção era a integração da multinacio- volvidos tinha a ver com questões Estava um dia cinzento e vento- Humanos e Antigos Combatentes, nâmica e a organização deste tipo nalidade, por isso, “numa mesma culturais. “Os soldados estão em so e o chão estava lamacento, na assim como as altas patentes do de situações. companhia, havia pelotões de di- missão com armas, mas sendo um carreira de tiro da base militar de exército. Quando saíram dos au- Foram momentos em que se viram ferentes nacionalidades”. instrumento de paz.” Sta. Margarida (Tramagal, Abran- tocarros em que foram levados até e ouviram diferentes tipos de dis- O exercício foi preparado para toda Sobre o balanço final do ORION tes). Apesar de as condições cli- à zona de demonstração, houve paros e várias movimentações de a tipologia de operações devido à 2019, o Coronel Miguel Freire con- matéricas não serem muito favo- uma série de cumprimentos aos veículos e de militares com vista a complexidade das missões em que siderou que o exercício correu bem, ráveis, era percetível o trabalho militares que já estavam presen- concretizar o objetivo do exercí- as forças militares portuguesas par- no entanto remeteu a opinião final de todos os militares presentes. tes, incluindo observadores inter- cio: neutralizar o ataque. O fumo ticipam, tal como explica o Coronel para os soldados: “Na minha hu- Ouviam-se várias línguas, entre nacionais. branco lançado ao fundo compro- Freire: “Nós temos sempre situa- milde perspetiva, eu acho que cor- as quais, o português, o inglês, o Começou a ser explicado o que vava o fim e o sucesso da ação. O ções que nos exigem operações reu bem. Mas no fim da linha terão francês, o espanhol, o lituano e o iria acontecer no exercício, e foi final do exercício foi marcado pela ofensivas, defensivas e de estabi- de ser eles a dizer se correu ou não romeno. Entre muitas conversas então que as pessoas começaram passagem de um F-16, da Força lização.” bem!” Tendo estado permanente- paralelas, estava a ser montado a colocar os supressores de ruído. Aérea, mais conhecido por ‘caça’. Com o decorrer do ORION 2019 não mente em contacto com os milita- o sistema de som e continuavam Quando o exercício começou, o O barulho muito intenso susci- se registaram incidentes graves. “O res no terreno, o Tenente-Coronel a chegar cada vez mais veículos barulho disparado pelos canhões tou curiosidade e fez toda a gente exercício correu conforme planea- Matos Dias garantia que “a moral militares, autocarros e ambulân- era estremecedor. O exercício olhar para o céu. do. Os incidentes que ocorreram está extremamente elevada” que cias. consistiu na visualização de uma No final da desmonstração, depois não planeados foram ainda mais o leva a concluir dizendo que este Perto das 10h15 estavam estacio- demonstração ofensiva, de fogos de todo o lançamento de fogo real, positivos”, afirmou o Coronel Brito exercício militar “foi um sucesso.”g nadas cerca de 30 viaturas, junto reais e de apoio aéreo próximo. Tal os veículos de guerra foram esta- à tribuna, onde as entidades civis como aconteceu entre 23 e 28 de cionados lado a lado e desligados. e militares assistiriam ao encerra- novembro, em Abrantes e Vendas Os militares formaram em frente mento do exercício ORION 2019. Novas, este exercício serviu para aos respetivos veículos. O Chefe À medida que o tempo ia passan- comprovar a capacidade de res- de Estado Maior, José Nunes da “Nova arma ligeira tem sido testada” do viam-se cada vez mais carros posta dos militares envolvidos em Fonseca, agradeceu a participa- militares a chegar, o que originou cenários de crise. ção de todos e desejou um bom re- No final do ORION 2019, o ministro da já com a nova arma”, adiantou João um grande movimento de pessoas Durante a demonstração assistia- gresso a casa dos militares estran- Defesa Nacional anunciou o novo equi- Gomes Cravinho. Acrescentou ainda no local. Supressores de ruído -se à chegada e à retirada de tan- geiros vindos da Espanha, Estados pamento que vai passar a ser usado que, “para isso, há todo um período de (tampões para os ouvidos, para ques e de militares, enquanto que Unidos da América, Lituânia, pelo Exército português: uma “nova aprontamento que corresponde exata- o comum dos civis) eram distri- tudo isto era narrado em inglês, Roménia, Brasil, França e Grécia. arma ligeira” que “tem sido testada, já mente a este período, em que se vão buídos por todos, o que permitia língua oficial do ORION 2019, uma Os portugueses preparam-se para no contexto deste exercício”. familiarizando, conhecendo a arma”. antecipar o nível de ruído que se vez que se tratava de organização novas missões, nomeadamente no “Em princípio, o contingente de pa- Entre vários outros objetivos, o ORION esperava. no âmbito da NATO. Era possível Afeganistão e na República Centro raquedistas que parte, em março, 2019 também fez parte desse processo Às 11h10 chegou o Chefe de Es- ouvir as transmissões entre mi- Africana.g para a República Centro Africana irá de aprontamento.g ORION 2019 08 JANEIRO 2020 ESTA JORNAL Uma parceria de excelência Os alunos da ESTA participa- parte desse trabalho. ram ativamente no ORION 2019, Para além do que fica registado colocando em prática a forma- nestas páginas, importa sublinhar o ção própria do ensino superior valor que esta experiência teve para politécnico: o saber fazer. Esta os alunos da ESTA, que certamen- oportunidade resultou de uma te fará a diferença no seu futuro parceria de excelência com o Exér- pessoal e profissional. Importa, cito português, que voltou a abrir também, reconhecer a confiança as suas portas à ESTA, permitindo depositada pelo Exército português que os alunos praticassem as com- nesta equipa, desde a primeira petências que adquirem nas salas hora em que o desafio foi lançado de aulas. Esta edição do ESTAJor- até ao momento da sua conclusão, nal, exclusivamente dedicada ao proporcionando todas as condições ORION 2019, é o resultado de uma para um balanço muito positivo.g

FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Alexandra Silva, André Ventura, Catarina Resende, Carolina Rodrigues, Gonçalo Morais, Mafalda Rodrigues, Magda Filipe, Maria Nicolau e Rui Abreu PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira | TIRAGEM: 15000 exemplares IMPRESSOR:Unipress Centro Gráfico, Lda PROPRIETÁRIO: Instituto Politécnico de Tomar MORADA: Estrada da Serra, 2300-313 Tomar EDITOR: Licenciatura em Comunicação Social da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes SEDE DA REDAÇÃO: Rua 17 de Agosto de 1808, 220-370 Abrantes EXPETATIVAS / 2020

Vasco Estrela Miguel Borges Ricardo Aires Presidente da Câmara Municipal de Mação Presidente da Câmara Municipal de Sardoal Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei

Neste ano de 2020 que marca o início de década deste século, Quando nos é pedida uma reflexão para o ano que acaba Vila de Rei prepara-se para entrar em 2020 com grandes quero manifestar os meus votos pessoais e do Município que de chegar, lembramo-nos de muita coisa. Apontamos um expetativas. lidero, de muitas Felicidades para a população do Concelho de conjunto infindável de desejos que nos vêm ao pensamento, Queremos dar continuidade à nossa aposta no apoio às Mação e de toda região de influência do Jornal de Abrantes e recheados de objetivos, metas e ambições, entre muitas outras famílias e às empresas, na coesão social, no investimento da Antena Livre. coisas. Há, no entanto, um desejo que nunca é esquecido: estrutural em áreas consideradas prioritárias que permitirão A concretização da felicidade de cada um depende dos a saúde, “muita saúde para todos”, “o que é preciso é haver um desenvolvimento sustentável do concelho e da população, objetivos traçados e das circunstâncias de vida que cada um saúde”, “saúdinha”! de forma equilibrada e capaz de atrair novos habitantes. de nós tem e que muitas vezes são impeditivas da mesma. Todos possuímos a experiência de vida necessária para O Município continuará o esforço de promoção do concelho Por isso mesmo, espero que seja possível remover as sabermos que este é, com toda a certeza, o melhor que e das suas potencialidades, dinamização e captação de dificuldades que impedem a concretização dos objetivos que podemos aspirar para a nossa passagem por estes 365 dias. investimento, de empresas e de atividades diversas geradoras cada um tem; que seja possível atingirem a felicidade que Com saúde, virá toda a nossa capacidade de saber fazer, a de emprego. merecem! nossa força de lutar contra as adversidades, de procurarmos o Estou profundamente convicto que, juntos e no respeito Da parte dos poderes autárquicos, compete fazer tudo para melhor de nós em prol da comunidade em que nos inserimos. pela diferença, podemos dar um contributo para promover e proporcionar aos cidadãos as condições para que tal aconteça. prestigiar Vila de Rei, para assegurar melhor qualidade de vida A Câmara Municipal de Mação tudo fará para que assim a quem vive e trabalha no nosso Concelho e para garantir o seja, cometendo aqui e ali erros, mas com a certeza que, em seu desenvolvimento sustentado. nenhum momento, os mesmos são cometidos com intenção maligna. Trabalharemos afincadamente para melhorar a qualidade de vida dos nossos Munícipes e na busca incessante do desenvolvimento do nosso Concelho. Para isso contamos com TODOS! Para que TODOS possamos ser felizes!

Luís Damas Fernando Freire Presidente da Associação dos Agricultores dos Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha Concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação Aos Agricultores da nossa região desejamos que seja um Ano Nuns tempos marcados pela incerteza política mundial, de 2020: sem fogos florestais, sem secas, sem atrasos nos pelas alterações climáticas com especial enfoque no nosso pagamentos pelas entidades públicas, sem burocracia por rio Tejo, evoquemos o melhor que temos: os sentimentos de parte das entidades públicas e com os maiores sucessos nas humanidade, de fraternidade, de solidariedade, de esperança, suas atividades. de justiça, de paz e de desenvolvimento. Estes sentimentos são Luís Ablú Dias Aos responsáveis do sector os votos de uma boa negociação mais vivificados nas pequenas comunidades, como a nossa, Diretor-geral Media On, Comunicação Social, Lda. com Bruxelas do novo Quadro Comunitário. Que passem da onde temos uma rede social atuante e onde a proximidade se retórica à prática para que a desertificação humana do interior pode fazer com mais facilidade. O ano que findou foi um ano de mudanças, adaptação e, seja invertida. Em 2020, vamos continuar a apostar na educação, na cultura, acima de tudo, de muito trabalho para conseguirmos ampliar Para a nossa Associação de Agricultores de Abrantes no turismo, nos percursos pedonais, na regeneração urbana, o portfólio da Media On e projetar o futuro deste nosso Constância Sardoal e Mação, a consolidação dos projetos em no saneamento básico na parte norte da freguesia da Praia do projeto…. curso: Que as sete equipais de Sapadores Florestais estejam Ribatejo, na receção a novas empresas no novel “ninho” bem Apesar das dificuldades que os órgãos de comunicação social em 2020 operacionais em pleno; As seis ZIF (Zonas de como no Centro de Negócios, em Atalaia. atravessam, principalmente os regionais, é com otimismo e Intervenção Florestal) que Associação é a entidade gestora O crescimento económico e a criação de emprego são muita confiança que olhamos para 2020, sempre focados no com uma área total de 72415 hectares nos concelhos de objetivos fundamentais face à ação da política municipal que serviço público que prestamos, na proximidade das nossas Abrantes Sardoal e Gavião; A manutenção do elevado rigor priorizou a fixação das pessoas e a renovação das gerações. populações e também na sustentabilidade do projeto. dos múltiplos serviços que prestamos aos agricultores; Manter Os últimos dados estatísticos são animadores e devem-se 2020 vai ser o ano de viragem em que continuaremos a o aumento do número de associados dos últimos anos; Aos à implementação de políticas sociais e fiscais indutoras de acompanhar a evolução das novas tecnologias, sempre com nossos colaboradores os maiores sucessos profissionais e novos investimentos e suscetíveis de captar novas famílias o intuito de chegar até vós das mais variadas formas e de pessoais. certamente atraídas por novos equipamentos públicos e informar com rigor, transparência e profissionalismo o que À Sociedade que está cada vez mais urbanizada, um maior escolares, serviços, cultura, zonas de lazer que proporcionem se passa na nossa região. Para o que tem acontecido e o que respeito pelo mundo rural e às suas tradições. Os Agricultores melhor qualidade de vida e bem-estar. perspetivamos que aconteça, não podemos deixar de contar são os maiores fazedores de ambiente e paisagem. Vai ser um ano cheio de energia para concretizar projetos, com todos e, desde já, agradecer em especial aos nossos À Ministra da Agricultura as maiores felicidades nas suas materializar as ideias e concretizar as obras do quadro clientes, parceiros, colaboradores, leitores e ouvintes, aos funções. comunitário vigente. Certos estamos que o futuro será aquilo quais deixo aqui os votos de um excelente 2020. BOM ANO 2020 que quisermos que seja. 2020Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 17 SOCIEDADE / Rotary Club de Abrantes atribui 64 bolsas de estudo a jovens do concelho

Aconteceu no dia 21 de de - com valor, e este é um projeto com zembro a cerimónia pública de valor acrescentado, sobretudo na entrega das bolsas de estudo do sociedade do futuro que queremos Rotary Club de Abrantes (RCA), construir”, reiterou a responsável na Escola Secundária Dr. Manuel que destacou que “a aposta na edu- Fernandes. cação é uma aposta decisiva” e que Perante a presença do presi - estes jovens que beneficiam desta dente do Rotary de Abrantes, da bolsa têm agora “um compromisso Governadora do Distrito 1960, do e uma responsabilidade”. administrador da Fundação Rotá- Por sua vez, o presidente da ria Portuguesa e dos parceiros e Câmara Municipal de Abrantes patrocinadores, foram atribuídas destacou este como um “exce - 64 bolsas de estudo a jovens do lente exemplo de uma parceria concelho. eficaz” e referiu o esforço feito Este ano, a Câmara Municipal pela autarquia consubstanciado de Abrantes aumentou o número num aumento de cerca de 10 mil de bolsas para alunos do ensino euros para o aumento do número superior de 30 para 42, no âm - de bolsas. bito do protocolo de cooperação “Cada vez há mais alunos, mais com o RCA e a Fundação Rotária famílias a recorrer a estas candi- Portuguesa. No total, foram 42 re- daturas das bolsas de estudo e é novações e 22 novas bolas que não com muita determinação que cá seriam possíveis de atribuir “sem a estamos para o fazer”, concluiu o confiança da comunidade no RCA presidente do Município, dizendo e no seu trabalho”, salientou o pre- que este “é um investimento nos sidente José Guilherme Moura nossos jovens” e mostrando es- Neves que vê este projeto como perança de que “todos os jovens uma ferramenta para os jovens possam voltar à sua cidade”. levarem “por diante um sonho que Em representação da PEGOP, será a vossa vida”. outro dos parceiros do RCA, José “Temos de preparar os nossos / Rotary Club de Abrantes já atribuiu 652 bolsas de estudo em 38 anos Vieira lembrou o apoio da empresa jovens para a sociedade dos dias a esta iniciativa já desde 2004 e de hoje, cada vez mais exigente. a sociedade: dar ao jovem a possi- Já Mara Duarte, a governadora “Hoje em dia aquilo que impor- destacou que “ter hoje uma educa- Nesta perspetiva, jamais o RCA bilidade de ele se formar. Seremos do Distrito 1960 do Rotary Portu- ta não é quem faz, é quem con - ção superior é um fator diferencial abdicará da responsabilidade que agente de mudança e promotores gal, expressou que o RCA é, com os segue agregar um conjunto de brutal”. tem em mãos, assumindo-a na ín- de um mundo melhor”, disse o seus parceiros, o que “mais bolsas boas vontades para efetivamente Patrícia Seixas tegra, perante os jovens e perante responsável. de estudo atribui em Portugal”. surgir projetos na comunidade e Ana Rita Cristóvão

da Escola Secundária Dr. Manuel Silva e Rico premiou Fernandes. Arturo explicou que a empre- sa fundada por Joaquim Rico, o melhor aluno de seu patrão durante muitos anos, continua ativa, agora mais no ramo imobiliário, com várias lo- Matemática da ESSA jas arrendadas no centro histó - rico de Abrantes e até casas de habitação. Mas recuemos ao ano de 1919 A empresa abrantina Silva e guel Marques Sousa, que fez o 12.º quando Manuel José Coelho, Rico, Lda, que este ano comemora ano de escolaridade em 2018/2019 Joaquim Rosado Rico e Eduardo 100 anos de existência [1919-2019] e que foi, igualmente, o melhor Dias da Silva fundaram a empresa decidiu, em colaboração com a aluno desta escola. Pedro Sousa Coelho, Silva e Rico. Mais tarde, Escola Secundária Dr. Solano de garantiu a melhor classificação da com a saída de José Coelho, a so- Abreu (ESSA), instituir o prémio disciplina ao conseguir 19 valores. ciedade manteve os outros dois para o melhor aluno de Matemá- Nesta altura, o jovem estuda na sócios, passando a chamar-se Sil- tica do ano 2018/2019. universidade de Manchester, em va e Rico. Um prémio de Matemática por- Inglaterra, Ciências da Computa- / Familia Cortés Fernandez com o diretor da ESSA (à esquerda) e com o Arturo Cortés Fernandez, nas- que, revelou Arturo Cortés Fer - ção - que por cá seria equivalente melhor aluno de matemática, Pedro Sousa (à direita) cido na Galiza mas com vida e nandez, gerente da empresa, o fun- à Matemática e a Engenharia In- carreira construída em Abrantes, dador desta, Joaquim Rico, tinha formática. revelou que há sempre uma gran- por isso concordo com este tipo de foi gerente de diversas empresas na base da sua vida de negócios o Pedro Sousa explicou porque de discussão sobre os benefícios iniciativas”. e mantém-se hoje como gerente “saber fazer contas”. escolheu estudar em Inglaterra e prejuízos de atribuir prémios, Cortés Fernandez explicou que da empresa aos 81 anos e meio A cerimónia de atribuição do e deixou como nota aos ex-cole - mas que a sua posição é simples: já em 2006, no ano em que o fun- e [entre risos] diz que está “a ul - prémio, constituído por um diplo- gas que assistiam à cerimónia que de concordância com a existência dador da empresa, Joaquim Rico, trapassar a média de idades de ma e por um cheque de 400 euros, “vale a pena trabalhar. Estudem”. deste tipo de ações. “Acho que o faria 100 anos, também fizeram Portugal”. foi atribuído ao jovem Pedro Mi- Já Jorge Costa, diretor da ESSA, mérito deve sempre ser premiado, uma distinção aos melhores alunos Jerónimo Belo Jorge

18 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 ATUALIDADE / Vila de Rei PSD diz ser necessário regular isenção de Derrama a empresas com sede no concelho

Na Assembleia Municipal de de Rei, desenvolvam a sua ativida- Vila de Rei de 10 de dezembro, o Fátima Tavares de em Vila de Rei e que mexa com deputado Hélder Antunes (PSD) a economia em Vila de Rei”. trouxe à mesa a questão da isenção (PSD) diz que não Em resposta, o presidente da de Derrama praticada no conce- concorda que “uma autarquia, Ricardo Aires, defende lho, no âmbito do regulamento de que desde a aprovação do regula- apoios e incentivos à fixação de empresa que tenha mento que se mostrou disponível empresas em Vila de Rei. sede em Vila de Rei para aceitar contributos [escritos] O regulamento referente às dos deputados, afirmando que con- Isenções de Impostos e outros Tri- tenha o benefício tinua “à espera dos contributos de butos Próprios do Município foi ambas as bancadas” e que só se agi- aprovado em fevereiro deste ano total de Derrama rá “quando as bancadas estiverem em AM, numa votação em que o decididas a modificar substancial- deputado social-democrata se abs- mente o regulamento”. teve por considerar que o mesmo Do lado da bancada do PS, o de- “contém incongruências” e que a putado Carlos Dias disse não lhe sua aplicabilidade suscita “muitas parecer necessário “mexer muito dúvidas”. estão isentas nem tão pouco con- mais nisto”, apesar de se mostrar Diz Hélder Antunes que “atual- seguem ter algum benefício à luz “disponível para colaborar”. mente, o regulamento prevê que do regulamento em vigor”. O deputado socialista considera todas as empresas com sede em / Bancada do PSD na AM de Vila de Rei Por sua vez, a deputada Maria que “o facto de a empresa ter a sede Vila de Rei estejam isentas de Der- de Fátima Tavares (PSD) diz que em Vila de Rei só por si é suficiente rama e que todas as empresas que que “as empresas não sejam apenas tenha sede em Vila de Rei mas não não concorda que “uma empresa para ter direito à Derrama” e que pretendam usufruir deste benefício beneficiadas por terem sede em desenvolva cá atividade ter direito que tenha sede em Vila de Rei te- “o fundamental é que haja empre- apresentem candidaturas e assi- Vila de Rei mas que desenvolvam, a isenção de Derrama, enquanto nha o benefício total de Derrama sas sediadas aqui. Nem todas as nem um contrato” - posição com a pelo menos em parte, a sua ativida- outras, apesar de não terem cá sede porque passamos a ser um paraíso empresas têm que ter atividade qual não concordou inicialmente de no concelho”. mas desenvolverem cá a atividade, fiscal, passa-se a ser uma offshore”, no concelho”, assumindo que esta mas que agora considera “necessá- Hélder Antunes constatou que a criam postos de trabalho e contri- reiterando que o importante é que isenção é “um fator de atração”. rio desenvolver mecanismos” para possibilidade de “uma empresa que buem para a economia local, não “as empresas tenham sede em Vila Ana Rita Cristóvão Acesso interdito aos passadiços afeta percursos pedestres PUBLICIDADE

Na sequência do encerramento da Praia estas se devem sobretudo pela necessidade Fluvial do Penedo Furado e acesso aos pas- de salvaguarda da segurança e integridade sadiços, devido às elevadas precipitações física das pessoas. ocorridas entre 19 e 20 de dezembro e con- O Município de Vila de Rei procedeu re- sequentes inundações e aluimentos, os per- centemente a trabalhos de beneficiação no cursos pedestres com passagem neste local acesso entre a Praia Fluvial do Penedo Fura- encontram-se interditos. do e o início dos Passadiços, bem como entre Os percursos pedestres em questão são o a zona de estacionamento e os balneários/ PR3 – Trilho das Bufareiras, a GR 44 - Grande WCs. Rota da Prata e do Ouro e a GR 33 – Grande Desta forma, foi implementado um pavi- Rota do Zêzere. mento em tout venant compactado, criando O Município, em nota de imprensa, solici- melhores condições de acesso a pessoas com ta a todos os pedestrianistas para o respeito mobilidade reduzida, cadeiras de rodas ou das interdições mencionadas, uma vez que carrinhos de bebé.

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 19 ATUALIDADE / Constância Município faz ponto de situação sobre obra do Villa Tejo Nature & Spa Hotel

Na última sessão de Assembleia da obra que se devem às dificulda- Municipal de Constância veio a des de mão-de-obra: “muitas vezes cima da mesa o tema referente ao o próprio empreiteiro tem falta de futuro hotel que está a nascer na pessoas para trabalhar, pelo menos Estrada Nacional 3, na entrada nor- é isso que me chega”, deu conta o te da vila de Constância, o Villa Tejo autarca. Nature & Spa Hotel. Em relação à inauguração, O anúncio do investimento do Sérgio Oliveira espera que “para hotel de quatro estrelas foi feito o próximo ano já esteja a funcio- já em 2017 e desde então as coisas nar”. não estão paradas, tendo já sido “Naquilo que estiver ao meu realizadas visitas por parte da au- alcance farei tudo para que aquele tarquia à obra. investimento se conclua e que o Nesse sentido, Sérgio Oliveira, hotel seja uma realidade”, con - presidente do Município de Cons- cluiu. tância, deu conta de que esteve Recorde-se que a Vila Poema, presente numa “visita que foi feita Sociedade de Exploração e Gestão pelas técnicas do Turismo de Por- Hoteleira, Lda, está a construir tugal à obra”, com o propósito de em Constância o Villa Tejo Nature “veicular e reafirmar a importância & Spa Hotel, um empreendimen- estratégica que tem para o conce- to que será constituído por: 28 lho a conclusão daquela obra”. quartos duplos, 10 suites, 5 suites Relembrando que este investi- premium com jacuzzi na varanda, mento é financiado pelo Turismo SPA com piscina interior, jacuzzi, de Portugal, o autarca explica que banho turco, sala de relaxamento “o apoio que o Turismo de Portu- e massagem com duche, restau - gal está a dar para a construção rante, bar e auditório. No exterior do hotel está a ser reembolsado haverá áreas verdes de utilização pelo promotor” deste investimento comum, percursos pedestres e privado. / Villa Tejo Nature & Spa Hotel (foto de arquivo 2018) de BTT, zonas de estacionamen- Lembre-se que o promotor João to, uma esplanada panorâmica e Rosa anunciou o investimento alo- 2020. Na altura, João Rosa vincou gio Oliveira reiterou que não é por Admitindo que este “não é um uma piscina exterior para adultos cado à construção do Villa Tejo que “o valor não é a fundo perdido, este ser um investimento privado investimento que se cinge apenas e crianças. Nature & Spa Hotel de cerca de 4 ele tem de ser reembolsado”, o que que deixa de ser “fundamental e ao nosso concelho mas sim à nossa A nova unidade hoteleira vai milhões de euros que são, em parte, significa que há “metas para atingir da maior relevância para aquilo região”, o presidente da autarquia garantir 30 postos de trabalhos comparticipados pelo Turismo de e objetivos para cumprir”. que é o nosso concelho e o nosso constanciense explica que “tem diretos e 42 durante a época alta. Portugal, pelo Programa Portugal Em Assembleia Municipal, Sér- território”. havido alguns atrasos” na execução Ana Rita Cristóvão

de água em todo o território muni- António Mendes (CDU) cipal; a construção da escola Luís Camões e consequente criação do ensino de 2º, 3º ciclo e secundário; renuncia a mandato de o ordenamento das margens dos rios Tejo e Zêzere; a construção da extensão de saúde de Santa Mar- deputado municipal garida e do Centro de Saúde de Constância; a zona industrial de Montalvo; o Centro de Ciência Viva O anúncio foi feito na última ses- dor em 1982, cargo que ocupou na – Parque de Astronomia; o Parque são da Assembleia Municipal (AM) oposição até 1985. Em dezembro Ambiental de Santa Margarida; a de Constância quando o presidente desse ano foi eleito presidente da Biblioteca Municipal”, entre outros. da mesa, António Luís Mendes (PS), Câmara Municipal de Constância Nesta moção, na altura apro - deu conta do pedido de renúncia ao – cargo que desempenhou durante vada por unanimidade, era ainda mandato por parte do deputado da 24 anos. Foi também, de outubro de recomendado ao Município que se CDU António Manuel dos Santos 2009 até 2015, presidente da AM de erguesse um monumento a Antó- Mendes. Constância. nio Mendes num dos equipamentos “Venho solicitar que me seja Após o anúncio de renúncia, a emblemáticos do concelho como aceite o pedido de renúncia ao bancada da CDU, pela voz do de- so concelho, podendo afirmar-se, Mendes foi condecorado, a 13 de “forma de perpetuar uma pessoa mandato de eleito na AM a par - putado Rui Ferreira, apresentou sem qualquer demagogia, que em fevereiro, pelo então presidente que (…) mudou a face do concelho tir do momento presente”, dizia o uma saudação e reconhecimento cada rua do nosso território, (...) em da República, Aníbal Cavaco Silva, de Constância, deu-lhe visibilidade respetivo pedido, sem apresentar a António Mendes pelos seus “40 cada estrutura dos serviços públi- com o grau de Comendador da Or- nacional e revolucionou a qualida- as razões da renúncia. anos de atividade autárquica”. cos existentes, a presença da ação dem de Mérito. de de vida de toda a comunidade”. António Mendes iniciou o per- Na saudação lida é referido que do autarca António Mendes é uma Nessa moção de 2015 lê-se que Em AM a 22 de novembro de curso autárquico aos 29 anos como António Mendes “durante todos constante”. “a António Mendes se deve o perío- 2019, a CDU apelou a que seja cum- vogal da Assembleia de Freguesia estes longos anos abraçou a cau- Nesse sentido, a CDU recordou do mais intenso de desenvolvimen- prida a deliberação tomada na mo- de Santa Margarida da Coutada, em sa pública, de forma intensa, em uma moção que foi aprovada em to do concelho”, dando a CDU como ção apresentada em 2015. 1979, tendo sido eleito para verea- prol do desenvolvimento do nos- AM em 2015, ano em que António exemplos o “abastecimento regular Ana Rita Cristóvão

20 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 ATUALIDADE / Mação Autarquia reage ao anúncio da desistência de recurso pelo Governo à sentença de Tribunal

Na reunião de Câmara de Mação para defender Mação”. de 26 de dezembro, o executivo ca- “Pouco a pouco veio-se perce- marário reagiu ao anúncio por par- bendo que este teria de ser o ca - te do ministro da Administração minho e de qual lado é que estava Interna de que o Governo desistira a razão”, disse o vereador, acres- do recurso apresentado perante centando que a visita do ministro a sentença do Tribunal Adminis- da Administração Interna no dia trativo e Fiscal de Leiria que dá 20 de dezembro foi “a prova mais parcialmente razão ao Município que provada de todo o esforço que de Mação no que diz respeito às o senhor presidente teve ao longo indemnizações relativas aos incên- destes dois anos e tal e de que a dios de 2017. razão estava do lado dele”, num No dia 20 de dezembro, Eduar- processo que foi “cansativo, de - do Cabrita e a ministra da Coesão masiado triste, (…) e vergonhoso”. Territorial, Ana Abrunhosa, estive- “Agora [é tempo de] fazer o que ram em Mação para apresentar o se possa fazer para minimizar os balanço do Fundo de Solidariedade prejuízos, sendo que parte deles da União Europeia (no qual consta jamais poderão ser compensados”, que 33 municípios beneficiaram concluiu o vereador, que informou diretamente de um apoio de 33,7 ainda que a autarquia recebeu re- milhões, num total de 50,6 milhões centemente um camião de material deste fundo disponibilizado a Por- cerâmico (azulejos), na sequência tugal). dos fogos de 2017, por parte de uma Nessa ocasião, o ministro da Ad- empresa da Beira Alta para ajudar ministração Interna afirmou que a o Município. decisão do Governo em desistir do Já a vereadora Margarida Lopes recurso “faz parte dessa vontade referiu que é “com satisfação” que manifestada por todos de olhar vê “aquilo que aconteceu [dia 20]” para o futuro”. e espera que “se passe a um novo Em reação, o presidente da Câ- / Mação vai receber 487 mil euros do Fundo de Solidariedade da União Europeia capítulo desta história que já vai mara de Mação manifestou-se sa- em resultado dos incêndios de 2017 longa e que seja agora mais justa tisfeito com a decisão anunciada para os munícipes maçaenses”. pelo governante, reconhecendo Por sua vez, o vereador do PS, “o facto de terem vindo a Mação Nuno Barreta, salientou que “todos fazer a apresentação destes resul- nós vamos fazer parte da história tados, para os quais Mação tinha Vasco Estrela diz por um motivo que não queríamos, sido excluído numa primeira fase” infelizmente” mas que fica provada e deixou também uma nota pelo que “para a história a importância do “direito ao exercí- facto de “terem desistido do recur- fica tudo aquilo cio da cidadania que todos devem so, quando estávamos muito em prezar”. breve para saber o resultado desse que aconteceu” e O vereador parabenizou a ati- recurso”. admite que “tudo tude do presidente da autarquia e No entanto, Vasco Estrela re- disse ainda que não esperava que força que “para a história fica tudo isto era evitável” o resultado fosse diferente daquele aquilo que aconteceu”. que aconteceu. “E o que aconteceu foi que Ma- Lembre-se que a Câmara de ção foi discriminado negativamen- Mação tinha avançado e 2018 te pelo Governo anterior, a forma com uma providência cautelar como fomos tratados, quer o Mu- para impedir que os interesses do nicípio quer os cidadãos”, admi- concelho e da população ficassem tiu o autarca relembrando que os excluídos do acesso ao Fundo de prejuízos foram para o Município, Solidariedade da União Europeia, para “os munícipes do concelho, que deveria financiar a 100% os as empresas, os agricultores. Tudo prejuízos causados pelos fogos. isto que não foi aplicado à Câmara Em julho de 2019, o Tribunal deu também não foi aplicado às pes - para fazer valer os seus direitos haveria “muitas pessoas a dizer que ram de forma discreta do lado da parcialmente razão ao Municí - soas”. em situações tão problemáticas e o presidente da Câmara de Mação razão”. pio, decisão face à qual o Gover- Vasco Estrela acrescentou que vulneráveis como aquela em que tinha sido demagógico (…) e tirou Tempo depois da intervenção no decidiu recorrer, acabando se não fosse a ação da Câmara nós estávamos. Tudo isto era evi- tentar proveito político, conforme dos vereadores. Vasco Marques deu agora por recuar e desistir do Municipal e a sua própria ação tável”. foi referido em Assembleia Muni- os parabéns ao presidente da autar- recurso apresentado. No entan- pessoal – sendo competência ex- “Não vale a pena agora escre- cipal”. quia pela “capacidade e por toda a to, em reunião de Câmara a 26 clusiva do autarca – de ter inten- vermos as coisas de maneira di - O presidente da autarquia ma- forma como conduziu o processo de dezembro, Vasco Estrela deu tado a ação contra o Estado, “hoje ferente do que aquela como elas çaense sublinhou ainda o apoio desde o primeiro dia porque no conta de que o Município ainda as coisas teriam sido de maneira aconteceram”, referiu o autarca de pessoas e entidades ao Municí- meio de tanta injustiça e confusão não foi oficialmente notificado diferente. Lamento que um Muni- que disse que se as coisas não tives- pio ao longo desta situação, como (…) teve sempre o bom senso de dessa decisão. cípio tenha de recorrer à Justiça sem tomado o rumo que tomaram “membros do Governo que estive- manter as suas ideias e firmeza Ana Rita Cristóvão

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 21 ATUALIDADE / Sardoal Aprovado novo tarifário da água para 2020

A Câmara Municipal de Sardoal aprovou, por unanimidade, o tarifário para 2020 no que à água, aos resíduos sólidos urbanos e ao saneamento diz respeito. Com a entrada do Município na empresa Tejo Ambiente, EIM, S.A., houve necessidade de rever os tari- fários para que sejam iguais nos seis municípios aderentes: Ferreira do Zê- zere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha. Na reunião de 19 de dezembro, o presidente da Câmara disse “haver uma atualização de tarifário com uma intenção clara e o compromisso de este tarifário não sofrer alteração nos próximos 15 anos, a não ser o valor da taxa de inflação”. No caso concreto do Sardoal, a atualização vai significar um aumen- to de 13% tendo o vereador socialista Pedro Duque referido “um acerto dos mais elevados”. No entanto, o verea- dor reconheceu que “os vereadores do Partido Socialista abraçaram” a integração do Município na Tejo Am- biente “com a plena convicção de que seria um projeto positivo e que não Câmara “e nunca vi da parte dos se- reste qualquer dúvida sobre isso”. nhores vereadores nenhuma propos- “A questão é que”, adiantou Pedro ta nem nenhum sinal ou vontade” de Duque, “agora que se teve que fazer IMI para 2020 com estímulo fazer a referida atualização. este acerto, isto decorre de não se ter Quanto ao que este aumento sig- feito qualquer atualização nos anos ao arrendamento nifica na prática, Miguel Borges ex- anteriores quando, se calhar, deveria plicou que, “para um consumidor do ter sido feita”. A Câmara Municipal de Ainda neste âmbito, foram tipo doméstico que consuma 10 m3, Miguel Borges concordou com Sardoal aprovou, por aprovadas as propostas estamos a falar de um aumento anual os vereadores e referiu que defende unanimidade, a proposta de redução de 20% sobre de cerca de 30 euros” o que vai dar, “e é obrigação imposta pela ERSAR do presidente da Câmara a taxa de IMI a aplicar a mensalmente, um aumento de 2,06 que o custo tem que ser imputado ao relativa às taxas de Impos- prédios urbanos arrenda- euros na fatura. consumidor final pois é isto que está to sobre Imóveis (IMI) para dos em todo o concelho, Mas o novo tarifário, em Sardoal, na Lei das Finanças Locais. Defen - o ano de 2020. assim como a majoração não vai ser aplicado já no início de do até, por preservação de um bem No caso geral, será manti- em 20% da taxa a aplicar a 2020, ao contrário do que se vai pas- que é escasso, que tenha que ter um da a taxa de 0,325% para prédios urbanos degrada- sar nos outros municípios que inte- custo justo e não um custo baixo de os prédios urbanos e de dos e ainda a majoração gram a Tejo Ambiente. forma a que as pessoas não o valori- 0.8% para prédios rústicos. até ao dobro da taxa no Miguel Borges explicou que a Tejo zem”. E lembrou que, em tempos, foi Por sua vez, os prédios caso dos prédios rústicos Ambiente está, neste momento, “com “fortemente criticado pelo Partido dos sujeitos passivos que tenham dependentes a com áreas florestais que se encontrem em situa- um conjunto de candidaturas que os Socialista” por propor uma “grande cargo beneficiam de uma redução do imposto em ção de abandono. municípios fizeram e estamos a falar atualização da tabela de taxas”. função do número de dependentes que integrem A aprovação das referidas taxas mantém o valor de um valor que ronda os 15 milhões Já com o atual Executivo, o pre - o agregado familiar, mantendo-se os valores em do IMI cobrado no concelho perto do mínimo de euros e este processo está a decor- sidente disse que a atualização tem 20, 40 e 70 euros para famílias com um, dois, ou permitido por lei, “e cria incentivos ao mercado de rer. Ainda há trabalhos a fazer e que vindo, todos os anos, a reunião de mais dependentes, respetivamente. arrendamento e à reabilitação urbana e florestal”. ocupam muito tempo. Então, foi tomada a decisão de não fazer tudo ao mesmo tempo porque poderia prejudicar uma coisa e outra. O que ficou decidido é que as nossas energias são canalizadas nos investimentos, no aproveitar destes Fundos Comunitários”. O autarca avançou que “concluído PUBLICIDADE este trabalho referente aos investi- mentos, e recordo que para o Sardoal são cerca de 800 mil euros que neste momento estão em candidatura para a Cabeça das Mós, entraremos num pro- cesso de transição. Até lá, continuará o serviço a ser feito pela Câmara Muni- cipal mas é garantido que a transição far-se-á no primeiro trimestre de 2020. Este novo tarifário só se aplica a partir dessa data”. Patrícia Seixas

22 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 ATUALIDADE / Sardoal Câmara e Águas do Tejo resolvem litígio da Barragem da Lapa em Tribunal

A falta de entendimento entre a Câmara Municipal de Sardoal e a Águas do Tejo vão levar a Barra- gem da Lapa para litígio judicial. A informação foi prestada pelo presi- dente da Câmara Municipal de Sar- doal, Miguel Borges, na Assembleia Municipal de dia 10 de dezembro. O autarca revelou que tinha tido na semana anterior uma reunião com o chefe da Divisão Financeira da autarquia e com um gabinete ju- rídico porque o “processo chegou a um ponto em que as Águas do Tejo [proprietária da infraestrutura] e a Câmara não se entendem”. Miguel Borges disse que tenta- ram procurar alguém “que acima de nós nos diga quem tem razão. E pronto, vamos para litígio”. O assunto está já a ser tratado pelo gabinete jurídico da Câmara porque “há coisas que têm o seu limite” e revelou ainda que as coi- sas não “podem ficar ad eterno”. Vincou depois que “deve envergo- nhar-nos, a todos nós que andamos neste processo há muitos anos, uns com maior culpa do que outros, que uma situação destas não esteja resolvida. É lamentável que uma obra pública esteja como está, pas- sados tantos anos”. Quando à segurança da barra- gem, que recorde-se apresentava uma fissura que poderia por em causa o seu enchimento pleno, Mi- guel Borges garantiu a segurança da infraestrutura. E adiantou que to, porque há aqui um manancial ainda a autarquia ser ressarcida de de manobras tem duas tomadas E observou que a infraestrutura a barragem tem estado a ser moni- tão grande de más práticas, maus uma parte dos cerca de 1 milhão e com o fim de abastecimento de “está em funcionamento, mas de torizada e acompanhada. E revelou procedimentos ao longo de muitos 100 mil euros que nunca chegou água. Quando foi construída, na forma limitada”. que o que eram as exigências da anos e de muita gente. Era inte - a receber. cota máxima, a barragem podia Uma inspeção realizada em Agência Portuguesa do Ambiente ressante.” E como não há entendimento, a armazenar 640 mil metros cúbicos 2004 pelo Instituto Nacional da (APA) até foram diminuindo pelo O que é que está em causa? questão vai ser resolvida a um nível de água. Esta barragem para abas- Água (INAG) obrigou ao início de comportamento que a barragem A Câmara de Sardoal construiu superior, ou seja, um Tribunal Ar- tecimento público do concelho de descargas controladas na Barra- tem tido. a Barragem da Lapa para abaste- bitral que é o que prevê o contrato Sardoal começou a ser construída gem da Lapa, em virtude de se ve- Na reunião que tiveram com a cimento público do concelho. A inicial entre das duas partes. em setembro de 1999 e a sua inau- rificar, “por deficiente construção”, Águas do Tejo, o presidente do Con- Águas do Tejo, no final da primeira Ora o futuro também poderá guração foi feita em 7 de dezembro uma fissura junto à parede do des- selho de Administração da EPAL e o década de 2000, ganhou a conces- estar em causa já que, segundo o de 2002 pelo então ministro das carregador e a inexistência de tela presidente da Câmara esgrimiram são de exploração da barragem presidente da Câmara de Sardoal, Cidades, Ordenamento do Territó- de isolamento no paredão junto à os argumentos das duas partes, por um prazo de 40 anos e deveria se a barragem continuar em modo rio e Ambiente. O valor inicial do fonte de captação, “deficiências que sem entendimento. Miguel Borges ter pago uma verba de cerca de de concessão necessita de um tipo investimento foi de 2 milhões 245 condicionam”, afirmou Borges, o afirmou aos deputados municipais 1 milhão e 100 mil euros à autar- de intervenção que poderá ser dife- mil euros. total aproveitamento da barragem que, nessa reunião, depois de mui- quia, coisa que nunca aconteceu. rente se deixar de estar concessio- Recorde-se que a 18 de março e respetivo enchimento. ta discussão disse “Engº Sardinha Ao longo dos anos a Águas do Tejo nada e a trabalhar como até aqui. de 2014, o presidente da Câmara Segundo Miguel Borges, os pro- [José Sardinha – presidente Execu- geriu a barragem e vendeu a água Recorde-se que a Barragem de Sardoal, Miguel Borges, afir - blemas de construção “não repre- tivo da EPAL] quando nós não nos ao concelho de Sardoal, com a Câ- da Lapa foi construída em 1999 mou à agência Lusa que “até hoje sentam perigo” para a população, entendemos há quem nos ajude a mara a reivindicar esta verba que para aproveitar a água da ribeira a barragem não foi entregue” pelo uma convicção “assente em pare- que haja um entendimento e nós nunca foi recebida. Ao que o Jornal das Sarnadas e da ribeira do Vale consórcio construtor à autarquia, ceres técnicos” do Laboratório Na- vamos partir para essa instância, de Abrantes sabe, houve a dado Formoso, que confluem num lo - município que se “recusa a rece- cional de Engenharia Civil (LNEC) que será o Tribunal Arbitral. Mas momento um acerto de cerca de cal próximo de um local chamado cionar a obra sem as devidas cor- que procede a análises e registos vamos partir para outra área”. 300 mil euros, mas o valor inicial Lapa, constituindo a partir daí a reções às anomalias” detetadas na de inspeções de rotina, nomeada- O presidente da Câmara de Sar- nunca chegou a ser fechado. ribeira de Arecês que vai desaguar infraestrutura. Afirmou Miguel mente a fim de se detetarem sinais doal, em jeito de comentário final, Agora a Águas do Tejo quer res- no rio Tejo. Borges que “o consórcio construtor ou evidências de deteriorações e disse ainda que este pode ser um cindir, de forma antecipada, o con- É uma barragem terra com 24 da Barragem da Lapa foi notificado anomalias, no corpo da barragem, caso a ser estudado por tantas más trato de concessão de exploração m de altura, com uma torre de ma- em 2004 para proceder à correção nos sistemas de drenagem e im - práticas. “É uma história triste. Al- daquela infraestrutura e as duas nobras, descarregador de cheias das anomalias detetadas na infraes- permeabilização, bem como nos guém um dia podia fazer uma tese entidades não chegam a acordo e descarga de fundo. A albufeira trutura hidráulica, mas até hoje, sistemas de observação. de mestrado ou de doutoramen- nos termos desta rescisão. E falta tem uma área de 47618 m2. A torre dez anos depois, não fez as obras”. Jerónimo Belo Jorge

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 23 SAÚDE / CHMT é o primeiro do país a certificar Unidade de Hospitalização Domiciliária 51.5 1.537 km percorridos pela visitas domiciliárias equipa de Hospitalização feitas pela equipa desde Domiciliária do CHMT 2018 Um ano de Hospitalização Domiciliária A 19 de dezembro de 2018, o Centro A funcionar 24 horas por dia, 365 dias Hospitalar do Médio Tejo, EPE, por ano, a Hospitalização Domiciliária internou os primeiros doentes em garante o mesmo nível de qualidade casa. Um residente em Abrantes e e segurança na prestação de cuida- outro em Alvega. Nascia a Unidade dos ao doente que o internamento de Hospitalização Domiciliária no convencional. CHMT. Desde então a equipa de A Unidade de Hospitalização Domici- Hospitalização Domiciliária percorreu liária cuidou de doentes em casa com 51.500 quilómetros e realizou 1.537 a seguinte distribuição por concelhos: visitas domiciliárias. Abrantes – 51; Torres Novas –22; Atualmente a equipa é constituída Entroncamento – 19; Constância – 8; por um médico e quatro enfermeiros Mação – 8; Tomar – 8; Sardoal – 7; a tempo inteiro e por um Assistente Barquinha – 3; Gavião – 2; Ponte de Social, um Farmacêutico e um Sor – 4; Alcanena – 1; Golegã – 1; Nutricionista, a tempo parcial. Ourém – 1; Ferreira do Zêzere – 1.

A Unidade de Hospitalização de dezembro, terá revisão anual, os melhores resultados. Este projeto do CHMT, EPE, trícia, dos Cuidados Paliativos, do Domiciliária (UHD) recebeu, no dia por forma a garantir a continui - As vantagens deste processo de resultou do trabalho em equipa Serviço de Psiquiatria, do Serviço 13 de dezembro, a certificação pela dade das condições de qualidade Certificação incidem sobre a uni- entre a Unidade de Hospitalização de Pediatria – Cuidados Neonatais, norma ISO 9001:2015. e de procedimentos validados pela formização de procedimentos ten- Domiciliária e o Serviço de Ges - da VMER, da SIV e do Serviço de Uma Certificação que aconteceu norma ISO 9001:2015. do por base a legis artis, no âmbito tão da Qualidade e junta esta nova Patologia Clínica. ainda antes de esta Unidade celebrar Os objetivos desta Certificação da Hospitalização Domiciliária; a certificação a um grupo de outros Segundo o CHMT, o conjunto o primeiro ano de existência, que se passaram por estabelecer critérios reflexão sistemática da equipa mul- Serviços Assistenciais do Centro dos Serviços Assistenciais certifi- completou no dia 19 de dezembro. de qualidade e satisfação de clien- tidisciplinar sobre os resultados Hospitalar do Médio Tejo, EPE, cados no CHMT, EPE, “torna esta Este processo de certificação, tes internos e externos definindo obtidos e procura de soluções de como são exemplo o Serviço de instituição hospitalar numa das agora concluído, torna o Centro todos os procedimentos da Uni - forma a garantir a melhoria contí- Pneumologia, a Unidade de Diabe- principais do Serviço Nacional de Hospitalar do Médio Tejo, EPE, na dade, tendo por base as Norma da nua dos processos o que melhorou tes e Obesidade e a Rede de água Saúde com maior número de Ser- primeira entidade hospitalar do Direção Geral de Saúde e a Missão o relacionamento da mesma; a re- do Serviço de Instalações e Equipa- viços Assistenciais certificados”. país a certificar uma Unidade de do CHMT; garantir a qualidade lação com outros Departamentos mentos, todos certificados durante Com uma equipa de 65 audito- Hospitalização Domiciliária. nos processos certificados, com a do CHMT (Logística, Farmácia; o ano de 2018. res internos, o Centro Hospitalar O âmbito desta Certificação in- monitorização contínua do Pro- Patologia Clinica) de forma a uni- Já antes, outros Serviços do do Médio Tejo, EPE encontra-se cidiu sobre a admissão e transfe- cesso; implementar medidas de formizar processos que são trans- CHMT estavam certificados como no grupo dos hospitais do SNS, rência de doentes para a UHD e melhoria contínua dos processos versais na Instituição; e formação são os casos, a título de exemplo, do com maior número de Serviços Internamento na UHD. tendo em consideração os objetivos contínua e ações de sensibilização Serviço de Nefrologia, do Serviço de Certificados e que têm mantido Este processo de Certificação e indicadores monitorizados e rea- internas e externas para divulgação Imuno-hemoterapia, da Central de essas certificações, após as revisões iniciado em Maio deste ano, e cujo lizar benchmarking e atualizar os da Hospitalização Domiciliária ain- Esterilização, dos Cuidados Inten- anuais dos respetivos processos de término aconteceu no corrente mês procedimentos de forma a garantir da recente em Portugal. sivos (UCIP), do Serviço de Obste- Certificação.

Secretário de Estado da Saúde anuncia pital de Abrantes para “lanchar” qualquer decisão será tomada no com os profissionais que estavam debate do Orçamento de Estado na recondução de Administração do CHMT de serviço nestas épocas festivas. especialidade da saúde, deixando A escolha recaiu sobre Abrantes a no entanto a indicação que o setor convite de Carlos Andrade. O go- vai ser um grande reforço financei- O Conselho de Administração do Carlos Andrade Costa, que tem feito vernante revelou que todos os anos ro em 2020. Centro Hospitalar do Médio Tejo um excelente trabalho com a sua escolhe uma unidade hospitalar Carlos Andrade Costa também (CHMT) foi reconduzido para um equipa no CHMT e seria mais do para fazer esta visita de cortesia confirmou que aceitou o pedido novo mandato de três anos, anun- que normal esta recondução”, disse e “este ano calhou em Abrantes”. de recondução da tutela, numa ciou em Abrantes o secretário de António Sales, quando questionado Já sobre as tão propaladas obras situação que vem igualmente ao Estado da Saúde, António Sales, sobre se confirmava a recondução na urgência do hospital de Abran- encontro do pedido da Comissão durante uma visita aos utentes e do atual gestor e da sua equipa à tes, o secretário de Estado afirmou de Utentes da Saúde do Médio Tejo profissionais daquele hospital no frente daquele Centro Hospitalar, levar “o recado” do presidente da (CUSMT) à Ministra da Saúde no dia 24 de dezembro. que agrega as unidades hospitalares Câmara de Abrantes, Manuel Jor- sentido da recondução do atual “É com muita honra e orgulho de Abrantes, Tomar e Torres Novas, ge Valamentos, e do presidente Conselho de Administração (CA) do que estou com o atual presiden - todas no distrito de Santarém. do Concelho de Administração do CHMT, que terminou o seu segun- te do Conselho de Administração, António Sales escolheu o Hos- Centro Hospitalar e revelou que do mandato no mês de dezembro.

24 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 DESPORTO / «No núcleo, mais do que jogadores, formamos homens»

// O Núcleo Sportinguista de Alferrerede foi constituído há 25 anos e, para além de um espaço de convívio para os Em tempos, ainda antes da exis- associados, tem 7 equipas de futebol de formação, desde as Escolinhas até ao escalão de Juniores. Conversámos com tência da Cidade Desportiva e dos vários relvados, o concelho Carlos Serrano, presidente da Direção, mas também treinador, sobre o passado, o presente e o que se pretende para o de Abrantes tinha habitualmente Núcleo no futuro. várias equipas de futebol de for- mação nos campeonatos nacio- Quando foi criado o Núcleo Spor- nais. Por que razão deixou isso tinguista de Alferrarede (NSA) e de acontecer? Estará para breve com que objetivo? o regresso aos nacionais? No dia 29 de setembro de 1994, Não se pode dissociar a relação um grupo de entusiastas sportin- entre a realidade do futebol de for- guistas da freguesia de Alferrarede mação e o ter equipas nos nacio- lavraram em escritura pública a nais. Uma coisa é certa, o futebol criação do NSA, tendo como ob - é uma das paixões do mundo do jetivo principal reunir a família desporto, mas na sociedade atual, sportinguista. atenta cada vez mais a particulari- dades, afirma-se muitas vezes que Que tipo de ligação mantêm com no desporto são os pormenores o Sporting Clube de Portugal? que fazem a diferença. Mas serão? Recebem muitos apoios do clube importante é fazer uma reflexão mãe? sobre o que queremos de forma A ligação dos Núcleos ao Spor- transparente e escolher o melhor ting faz-se apenas na promoção, caminho. Só assim poderemos ter apoio e divulgação da marca Spor- equipas nos nacionais e por muitos ting. Em relação aos apoios da casa anos. mãe, são praticamente inexisten- tes e dos poucos que possa haver Quais são, a curto prazo, os prin- só virão a ser dados aos Núcleos cipais objetivos do Núcleo? Oficiais, tendo o NSA já parecer O Núcleo tem como principal favorável do Sporting para alterar objetivo formar, o que é um o nome para Núcleo do Sporting processo longo e com etapas de Clube de Portugal de Alferrare - aprendizagem que devem ser de. Como é obvio, as dificuldades respeitadas, para que o processo existentes e aos escassos recursos de formação de cada miúdo seja financeiros disponíveis levam a de qualidade. Tal como indica o que a imaginação seja importante nome, e tendo em conta que es - para a angariação de algum dinhei- tamos a falar de futebol e de for- ro para cobrir as necessidades do mação, teremos que afirmar que o quotidiano. principal objetivo é a formação de miúdos na sua plenitude no que Têm várias equipas a participar se refere às suas competências em quadros competitivos. Dedi- técnicas, táticas, físicas, psicoló- cam-se exclusivamente ao fute- gicas e sociais. bol? Quantas equipas e atletas integram? Para além do Núcleo, o Carlos O NSA parte para esta época Serrano integra a equipa que faz desportiva com 110 atletas distri- / Carlos as emissões de Desporto da An- buídos por 6 equipas nos quadros Serrano, tena Livre. Como é esse trabalho competitivos da Associação Fute- presidente de contar na rádio o que se passa bol de Santarém e uma equipa de da Direção nos campos da região? escolinhas que participa no Tor- do Núcleo Tudo aconteceu há 20 anos neio Concelhio de Escolinhas. Po- Sportinguista de num jogo em Alpiarça, fui como demos falar em outras atividades Alferrarede observador do jogo entre o não como participantes, mas como Águias de Alpiarça e o Ferrei - organizadores, tais como torneios relevantes? Qual a realidade do futebol de Qual é o papel de um treinador ra de Zêzere, que discutiam o de pesca, sueca e provas de BTT. Falarmos de resultados será im- formação no concelho de Abran- das camadas jovens no meio disto primeiro lugar com o Abrantes portante? Em primeiro lugar há tes? tudo? Ser treinador no futebol de Futebol Clube, e acabei a fazer Onde é que as vossas equipas jo- que questionar a relação entre os O futebol de formação no conce- formação é uma tarefa mais com- comentários para a Rádio Ante - gam e treinam? resultados e/ou o crescimento dos lho de Abrantes tem vindo a ganhar plexa do que parece e é um cargo na Livre. Nunca pensei começar Como não temos instalações jovens atletas. O NSA tem como alguma visibilidade, pena é que de muita responsabilidade. Isto naquele momento, num progra- próprias, utilizamos as que nos são primeiro princípio formar depois não haja diálogo entre os clubes porque os treinadores das camadas ma de grande audiência, sendo disponibilizadas pelo Município, ganhar, porque a maioria dos pais de forma a que se possa constituir jovens têm uma participação ativa o grande responsável Manuel tendo no Complexo Desportivo a aborda essa expressão de forma equipas fortes, mas sem atropelos na vida dos miúdos. E, como tal, Chambel. Aqui aplica-se o velho nossa residência, sendo os Campos superficial, pensando apenas no e conscientes de que não vale tudo para além de lançar as bases da ditado “primeiro estranha-se de- n.º 2 – Abrantes e n.º 3 – Rossio ao presente e nos resultados imedia- para atingir objetivos. aprendizagem, também terá de pois entranha-se”, hoje continuo Sul do Tejo os recintos onde treina- tos. O resultado mais relevante foi O querer vencer e conquistar lhes transmitir os valores sociais a ser um apaixonado pelo futebol mos e jogamos. o título de campeão distrital da se- troféus é importante, mas será que durante o seu crescimento, para e faço aquilo de que gosto, que é gunda divisão de juvenis na época os miúdos estão a trabalhar atribu- que, acima de jogadores, também falar de futebol. Quais foram os resultados mais de 2017/2018. tos essenciais no seu crescimento? seja possível formar homens. José Martinho Gaspar

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 25 PUBLICIDADE /

NOTARIADO PORTUGUÊS NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES OPINIÃO / A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte de Dezembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas cento e vinte de Dezembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas cento e vinte e quatro a folhas cento e vinte cinco, do Livro de Notas para Escritu- doze a folhas cento e catorze, do Livro de Notas para Escrituras Diversas ras Diversas CENTO E OITENTA E QUATRO - A, deste Cartório Notarial, CENTO E OITENTA E QUATRO - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores MA- uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual a Senhora MARIA AMÁLIA, NUEL FILIPE DIAS DE JESUS e mulher PAULA FERNANDA DE JESUS contribuinte fiscal número 118 962 31 O, viúva, natural da freguesia e ESPERTO BONITO, contribuinte fiscal número 198 358 326, casados no concelho de Vila de Rei, residente na Rua dos Lírios, número 208 C, em regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho Chainça, Abrantes, DECLAROU que, com exclusão de outrem, é dona e de Vila de Rei e ela de Angola, residentes na Rua Dr. João Mota e Carval- legítima possuidora dos seguintes prédios: ho, lote 22, em Abrantes, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, ­---UM) Prédio rústico, sito em Cabeço da Esteveira, na freguesia de Alcar- ele marido é dono e legítimo possuidor do seguinte prédio: avela, do concelho de Sardoal, composto de cultura arvense de regadio, ---Prédio rústico sito em Restolho de Trigo, na freguesia de Alcaravela, do figueiras, oliveiras, mato e pinhal, com a área de dois mil metros quadra- concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de mil quinhentos dos, a confrontar de Norte e de Nascente com Luís de Jesus, de Sul e de e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com caminho, de Sul Poente com José Lopes, omisso na Conservatória do Registo Predial de com Manuel Martins, de Nascente com Luís de Jesus e de Poente com Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41 da Lucinda Maria de Jesus, omisso na Conservatória do Registo Predial de secção E. Sardoal, inscrito na matriz sob o artigo 102 da secção D. ---DOIS) Prédio rústico, sito em Bajouco, na freguesia de Alcaravela, do ---Que, ele justificante é possuidor do prédio acima identificado desde, concelho de Sardoal, composto de mato, pinhal e cultura arvense, com pelo menos, mil novecentos e oitenta e nove, por lhe ter sido doado a área de setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte e Construir verbalmente, ainda no estado de solteiro, maior, por sua mãe MARIA de Nascente com António Dias Pedro, de Sul com Luís Marques Pinheiro José Alves Jana AMÁLIA, viúva, residente na Rua dos Lírios, número 208 C, em Vale e de Poente com Luís Marques Branco, omisso na Conservatória do de Rás, Abrantes, não tendo, porém, celebrado a respectiva escritura. Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 501 FILÓSOFO ---Que, desde a referida data, logo há mais de vinte anos, vem exercendo da secção C. continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas ---Que, ela justificante é possuidora dos prédios acima identificados desde, as utilidades do prédio, amanhando-o, cortando a madeira e limpando pelo menos, mil novecentos e oitenta e nove, por partilha meramente ver- o mato, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito bal, por óbito de seu marido João de Jesus, não tendo, porém, celebrado ma colega que trabalha- formação a funcionários dos SMA. Pro- alheio, sendo reconhecido como seu dono por toda a gente da freguesia a respectiva escritura. va num concelho vizinho blema da Câmara? A generalidade das e freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, continua ---Que, desde a referida data, logo há mais de vinte anos, vem exercendo e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas tinha de organizar um en- nossas organizações locais nunca achou propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os as utilidades dos prédios, amanhando-os, cortando a madeira e limpando contro internacional sujei- que eu tivesse alguma coisa a dizer. E respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para o mato, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito que ocorra a aquisição do citado imóvel por usucapião, titulo este que, por alheio, sendo reconhecida como sua dona por toda a gente da freguesia to a tema e pediu-me para até a formação profissional que tenho natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. e freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, continua fazerU a respectiva formação. Disse-lhe feito na região foi quase toda através ­---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os que não, pois não sabia nada do assun- de uma empresa de… Coimbra. (A ESTA ---Abrantes, 20 de Dezembro de 2019. respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para to, que fosse procurar outra pessoa. E chamou-me várias vezes… mas é feita A Notária: Sónia Maria Alcaravela Onofre que ocorra a aquisição dos citados imóveis por usucapião, titulo este que, foi. Mas voltou mais tarde: “Tens de ser por pessoas de fora.) Só (?) aqui, na AL por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. ­---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em tu, não encontrei mais ninguém”. Fui e no JA não me dispensaram. contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. estudar e cumpri a missão. Correu bem, Estou a queixar-me? Não. Abrantes NOTARIADO PORTUGUÊS ­---Abrantes, 20 de Dezembro de 2019. CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES A Notária: Sónia Maria Alcaravela Onofre a ponto de o participante da Suécia me não me deve nada. Nada. Não tenho A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE perguntar se eu dominava o Inglês, para de que me queixar. Mas Abrantes deve . me levar a fazer formação lá. Não do- àqueles que tiveram menos sorte socio- ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte de Dezembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas cento e minava. E ali terminou a minha carreira lógica que eu. E para esses creio que eu NOTARIADO PORTUGUÊS quinze a folhas cento e dezassete, do Livro de Notas para Escrituras CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES internacional. poderia ter alguma utilidade. Diversas CENTO E OITENTA E QUATRO - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores SILVINO A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE Eu e um colega de Torres Novas fa- Aquilo que eu quero dizer, porque DE JESUS, contribuinte fiscal número 101 183 690 e mulher MARIA zíamos formação sobre gestão asso- é importante, é que domina por aí um ADÉLIA DA CONCEIÇÃO MOLEIRO DE JESUS, contribuinte ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia fiscal número 119 856 760, casados no regime da comunhão de adquiri- vinte de Dezembro de dois mil e dezanove, exarada de folhas cento e ciativa: uma semana intensiva, manhã, pensamento de desatenção ou mesmo dos, naturais, ele da freguesia e concelho de Vila de Rei e ela da freguesia dezoito a folhas cento e vinte, do Livro de Notas para Escrituras Diversas tarde e noite, em regime de internato. desrespeito pelo que é nosso, pelos nos- de Aboboreira, do concelho de Mação, residentes na Rua Jogo da Bola, CENTO E OITENTA E QUATRO -A, deste Cartório Notarial, foi lavrada Uma vez deram-nos um grupo de 40 sos, em paralelo com um encantamento número 76, em Aboboreira, Mação, DECLARARAM que, com exclusão de uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual os Senhores DOUVINA MARIA outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes DIAS DE JESUS APARÍCIO, contribuinte fiscal número 120 837 498 e pessoas, muito diversificado tanto em com o que vem de fora. Às vezes, vê-se prédios marido JOÃO PEDRO APARÍCIO, contribuinte fiscal número 147 385 806, formação escolar como em experiência depois, os de fora nada vêm acrescentar. ---UM) Prédio rústico sito em Carrapeteiro, na freguesia de Alcaravela, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da fregue- do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de mil cento e sia e concelho de Vila de Rei, residentes na Rua João XXIII, número 72, associativa. E descontentes, não sei já Não é um problema das pessoas que es- sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte e de Sul com António em Tapadão, Alferrarede, Abrantes, DECLARARAM que, com exclusão de com quê. Ainda por cima, já entrosado tão nos cargos, é da cultura das nossas Marques Branco, de Nascente com Manuel Marques Rosa e Outros e de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios: por uma semana com outros formado- organizações. Poente com António Marques Penedo e Outros, omisso na Conservatória ­---UM) Prédio rústico sito em Cabeço da Esteveira, na freguesia de do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz sob o Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de mato e pinhal, com a res. Quiseram fazer-nos a vida impossí- Eu e outros, em 45 anos, fizemos artigo 130 da secção D. área de trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte e vel, mas nós conseguimos concretizar alguns pequenos impossíveis: no ---DOIS) Prédio rústico sito em Covão da Velha, na freguesia de Alcarave- de Nascente com Luís de Jesus, de Sul e de Poente com Maria Felismina, la, do concelho de Sardoal, composto de cultura arvense de regadio, mato, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz o programa. Foi, para nós, tão duro que nos anos 70, na criação da Palha de pinhal e eucaliptal, com a área de três mil e seiscentos metros quadrados, sob o artigo 39 da secção E. depois fiquei três dias de cama e uma Abrantes, no Festival do Imaginário, a confrontar de Norte com António Dias Pimenta, de Sul com Pedro de ­---DOIS) Prédio rústico sito em Medronhal, na freguesia de Alcaravela, Jesus, de Nascente com Fernanda Silva e de Poente com Lucinda Maria do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de duzentos e semana em banho-maria. Mas con- na manutenção da revista Zahara há de Jesus, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Luís de Jesus, de seguimos. Umas semanas mais tarde 14 anos, entre outros. E foi sempre pe- na matriz sob o artigo 151 da secção D. Sul com Francisco Serra, de Nascente e de Poente com Agostinho Dias fomos interpelados pela organização: gando nos nossos e criando condições ­---TRÊS) Prédio rústico sito em Cova da Cabeça, na freguesia de Novo, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de matriz sob o artigo 296 da secção C. os formadores das outras três sema- para irmos mais longe e mais acima. Ao quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com António ­---TRÊS) Prédio rústico sito em Medronhal, na freguesia de Alcaravela, nas queixaram-se de que não tinham contrário, o culto dos deuses de fora não Maria Lopes, de Sul com António Maria Lopes e outros, de Nascente com do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de cento e vinte Lucinda Maria de jesus e Outros e de Poente com Lucinda de Jesus e metros quadrados, a confrontar de Norte com Luís Marques Coentro, conseguido fazer o trabalho e só nós, cria valor sustentado nas comunidades Outro, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na de Sul com Agostinho Serras, de Nascente com Francisco Oliveira e de não. Explicámos o problema e como o locais. São dois modelos de desenvol- matriz sob o artigo 525 da secção C. Poente com Manuel Martins Reis, omisso na Conservatória do Registo ­---QUATRO) Prédio rústico sito em Cova da Cabeça, na freguesia de Predial de Sardoal, inscrito na matriz sob o artigo 389 da secção e resolvemos e fomos deixados em paz. vimento: económico, social, cultural, Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de mato, oliveiras e pinhal, ---QUATRO) Prédio rústico sito em Cova da Cabeça, na freguesia de Al- Estes são dois dos troféus que ga- etc e tal. Mas, atrevo-me a dizer, um com a área de dois mil e duzentos metros quadrados, a confrontar de caravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de dois nhei ao longo da minha vida. Daqueles deles não produz resultados. Isso, sim, Norte e de Sul com António Marques Penedo, de Nascente com António mil seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Dias Pedro e de Poente com Manuel Marques Rosa, omisso na Con- Agostinho Dias Novo, de Sul com António Marques Penedo, de Nascente que interessa alcançar, digo eu, pois importa discutir. servatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz sob o artigo com Beatriz Navalho e Outros e de Poente com Luís Marques Branco, mostram – no terreno – se/que valemos 539 da secção C. omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz ­---Que, eles justificantes são possuidores dos prédios acima identificados sob o artigo 544 da secção C. alguma coisa. P.S. – Eu sei que não devia escrever desde, pelo menos, mil novecentos e oitenta e nove, por lhes terem sido ­---Que, eles justificantes são possuidores dos prédios acima identificados E é porque valia alguma coisa que fui este texto, mas eu nem sempre cum- doados verbalmente, por sua mãe e sogra MARIA AMÁLIA, viúva, residen- desde, pelo menos, mil novecentos e oitenta e nove, por lhes terem sido chamado a dizer da minha justiça por pro os meus deveres te na Rua dos Lírios, número 208 C, em Vale de Rás, Abrantes, não tendo, doados verbalmente, por sua mãe e sogra MARIA AMÁLIA, viúva, residen- porém, celebrado a respectiva escritura. te na Rua dos Lírios, número 208 C, em Vale de Rás, Abrantes, não tendo, câmaras e suas organizações da região: ­---Que, desde a referida data, logo há mais de vinte anos, vêm exercendo porém, celebrado a respectiva escritura. Mação, Constância, Entroncamento, continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas ­---Que, desde a referida data, logo há mais de vinte anos, vêm exercendo as utilidades dos prédios, fazendo a sua conservação, amanhando-os, continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas Tomar, Golegã, etc. cortando a madeira e limpando o mato, na convicção de exercer direito as utilidades dos prédios, amanhando-os, cortando a madeira e limpando Curiosamente, em 45 anos de in- próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus o mato, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito donos por toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, pacificamente, alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da fregue- tervenção pública no concelho de porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente sia e freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, continua Abrantes, que me lembre apenas por ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de três vezes a Câmara de Abrantes me quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição do citado imóvel por respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para chamou a dizer alguma coisa: uma vez usucapião, titulo este que, por natureza não é susceptível de ser compro- que ocorra a aquisição dos citados imóveis por usucapião, titulo este que, para dizer em 10 minutos, para dirigen- vado pelos meios normais. por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. ---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em ­---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em tes associativos, alguma coisa do que contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve. fazia na tal semana intensiva; outra vez ­---Abrantes, 20 de Dezembro de 2019. ­---Abrantes, 20 de Dezembro de 2019. para fazer em Abrantes o que andava a A Notária: Sónia Maria Alcaravela Onofre A Notária: Sónia Maria Alcaravela Onofre fazer pelas aldeias; e uma vez para uma

26 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 CULTURA / CEHLA organizou XVII OPINIÃO / jornadas de história local

A nova vaga Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS [email protected]

om o término de 2019, há tem crescido nas últimas décadas sem dúvida alguma um e que revela as mutações que, no fenómeno de grande re- meio do caos, se vive no mundo. A ins- levância global que marca tabilidade que se vive não é mais do não só o ano que passou, que o reflexo do caos provocado pelo Ccomo toda a década. Falo das grandes esgotamento do modelo político-e- manifestações que têm enchido conómico liberal criado nas últimas praças e cidades por todo o mundo, décadas e para o qual ainda não há desde Espanha, França, Chile, Rússia, uma alternativa à altura. Até lá, as Bolívia, Sudão, Argélia, Hong Kong, elites económico-políticas existentes Iraque, Cazaquistão, Índia ou Repú- continuarão a tentar prolongar a vida blica Checa. Se aparentemente estas do sistema vigente de forma a maxi- / N.º34 da Revista Zahara foi lançado durante as Jornadas manifestações nada têm em comum, mizarem os seus ganhos, exacerbando já que as reivindicações são muito as desigualdades sociais e compro- Realizou-se, em Abrantes, no diversas, o reforço destes movimentos metendo o bem-estar das gerações Edifício Pirâmide, a 6 de dezem- de protesto começa a mostrar uma futuras de uma forma cada vez mais bro, a 17.ª edição das Jornadas de abordagem mais agressiva e violenta conflituosa. Contudo, estarão estes História Local, uma organização contra a postura das elites polticas movimentos a serem bem sucedidos? do CEHLA - Centro de Estudos de onde a democracia é cada vez mais Nem por isso....Quanto mais estes mo- História Local de Abrantes. uma desilusão para as camadas mais vimentos crescem, menos resultados O CEHLA, que se integra na Pa- jovens. A corrupção que se enraizou eles conseguem. Ainda há 20 anos lha de Abrantes - Associação de no sistema é vista como um monstro atrás, 70% das manifestações reali- Desenvolvimento Cultural, realiza à solta, cada vez mais difícil de domar zadas conseguiam a concretização ininterruptamente as Jornadas de e que beneficia uma classe político- das suas reivindicações. Porém, com História Local desde 2003 e tem -económica em detrimento dos mais a chegada do novo milénio, essa ten- como espaço de abrangência, para jovens, que vivem num estado de dência alterou-se radicalmente. Esta além do concelho de Abrantes, os incognita, subsistindo diariamente taxa de sucesso é agora vítima de uma concelhos de Constância, Sardoal, com a incerteza do dia de amanhã. queda sem precedentes considerando Gavião, Mação, Vila Nova da Bar- Chegou-se a um ponto de saturação. que actualmente apenas 30% das quinha e Vila de Rei. Mas este não é um fenómeno novo. manifestações globalmente realizadas A sessão de abertura iniciou-se A última crise apenas colocou as conseguem a concretização dos seus com a intervenção de José Mar - fragilidades da democracia à vista: um objectivos. Na prática, fruto da não tinho Gaspar, Coordenador do sistema político cada vez mais corrom- resposta política às reivindicações, os CEHLA, que para além de apre - / As Jornadas de História Local contaram com a comunicação do pido pelos interesses individuais de movimentos crescem e instalam-se na sentar aquelas que têm sido as ati- Coronel Luís Sodré de Albuquerque quem deveria governar para todos paísagem social, passando, por vezes, vidades deste grupo informal e os e onde o sonho da prosperidade e a a correrem o risco de ser normalizados desafios que se lhe colocam, levan- o título “Coisas d’Abrantes”, de - pretação Templário de Almourol”, existência de oportunidades é cada ou até marginalizados pela opinião tou algumas questões respeitantes signação idêntica ao blogue deste por Vanda Costa; “Esparteiro: Artes vez mais ilusório. A Primavera Árabe, pública, que passa a desprezar as à política do Município de Abrantes investigador local. Ainda antes do de Entrelaçar”, por Anabela Diogo em 2011, foi talvez um dos momentos reivindicações em resultado da agres- no que concerne ao Património e intervalo para almoço, foi lançado e José Martinho Gaspar. mais visíveis desta contestação global, sividade e violência que vai crescendo à História Local, em particular no o n.º 34 da revista Zahara, publica- O programa das jornadas en - Contudo, esta é uma tendência que nestes movimentos. que concerne ao acesso digital à do- da semestralmente sem interrup- cerrou com a apresentação de vá- cumentação depositada no Arquivo ção desde 2003, que contou que rios livros por parte dos respetivos Municipal Eduardo Campos. Ma- com a intervenção da sua direção autores, na área da História e do nuel Jorge Valamatos, Presidente e de vários colaboradores. Património, publicados no último da Câmara Municipal, para além O período da tarde iniciou-se ano na região: Lembranças da Mi- Fisabrantes de ter dado alguns esclarecimentos com a apresentação de vários pro- nha Rua nos Anos 50 – Rua de São Centro de Fisioterapia Unipessoal, Lda. PUBLICIDADE no que diz respeito à ação do Mu- jetos da área de abrangência do Bento, de João Manuel Janino Pe- nicípio em termos de património CEHLA: “Memórias Resgatadas, reira, Castelo, Aldeia Até Quando?, Terapia da Fala histórico, elogiou aqueles que no Identidades Reconstruídas (MRIR): de Ismael Prates Margarido, O Meu Médico Fisiatra Dr.ª Sara Pereira CEHLA, em regime de voluntaria- Experiências de escolarização, pa- Seminário, de José Alves Jana, Os Dr. Jorge Manuel B. Monteiro Psicóloga Clínica Aconselhamento do, levam a cabo este projeto. trimónio e dinâmicas educativas Carvoeiros do Pego, de Joaquim Ana Lúcia Silvério Fisioterapeuta Da parte da manhã, as Jornadas locais”, por António Manuel Mar- Gomes dos Santos, O Povo que ia à de História Local contaram com as tins Silva; “MTAS – Tarefas em Fonte, de Susana Nabais, e Tradi- Teresinha M. M. Gueifão Audiologia / aparelhos auditivos Dr.ª Helena Inocêncio comunicações do Coronel Luís So- movimento através das formas: ção Oral do Concelho de Constân- dré de Albuquerque, intitulada “A a dispersão agropastoril para e a cia – Património Cultural Imaterial, Acordos: C.G.D., SAMS, PSP, SEGUROS, PT - Consultas pela ADSE Centralidade Militar de Abrantes”, partir do Alto Ribatejo”, por Sara de Anabela Cardoso. ------e de José d’Oliveira Vieira, com Garcês; “CITA – Centro de Inter- JMG Telef./Fax 241 372 082 Praceta Arq. Raul Lino, Sala 6, Piso 1 - 2200 ABRANTES Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 27 GASTRONOMIA / Comeres – de – inverno

jovial jornalista Patrí- cia Seixas, directora deste jornal, pediu-me um texto sobre recei- tas de comida subordi- nadas ao Inverno. Anui Ade imediato sem indagar quantos caracteres podia gastar, desaten- ção grave, porquê? Porque para lá das dificuldades da abrangência / Inverno é do tema (cozinha popular rural e sinónimo culinário urbana, cozinha burguesa, cozi- de pitanças fortes, nha contemporânea, cozinha de de untar a barbela autor e por aí adiante…) esqueci o e preparar os espinhoso escrutínio que se radica estômagos no conceito de comeres de Inverno quando nos dias de hoje o confor- a obrigar a recorrer ao bagaço de to das residências é muito maior estalejar os lábios (agora o uís - do que há escassos sessenta anos, que é rei) e à sueca no desejo de os produtos multiplicaram-se via esmoer, pois lá para a meia-noite globalização provocando novos re- vinha (vem) o chocolate quente, as ceituários, surgiram mais e melho- rabanadas e torresmos do rissol. res equipamentos nas cozinhas, as O Carnaval possibilita o retorno senhoras possuem melhores con- em triplo ao melhor amigo dos dições na preparação das comidas, cristãos – o porco –, sobe a forma daí o aumento de dificuldades na de enchidos, carne da salgadeira, enunciação dos denominados pra- trago à colação o entrecosto com tos de invernais. Vou tentar e ouso feijão, a orelheira de porco assada, fazer um desafio: que o Jornal de o presunto fresco destinado a bifes Abrantes produza um número te- e os pés. mático alusivo à cozinha abrantina Porque o espaço é como uma no qual estejam representadas às isso hoje já são raras as sopas dos sença, porque não se podia perder proporcionavam (proporcionam manta curta, de grosso modo, no várias formulações operativas in- três sons, entenda-se recheadas de o pão duro aproveitava-se para tal opulentos ensopados) fritadas pu- que tange a comeres representa- cluindo as derivadas da fast-food. carne de vaca (mugidos), de carne efeito sendo famosa a açorda de xavantes e greladas a contento. tivos da estação em curso, lembro O Inverno é sinónimo culiná - de porco (roncos), de carne de aves feijão-frade que podia ser enrique- No Inverno as duas grandes efe- as sopas bem grossas e gostosas, rio de pitanças fortes, de untar a (grasnadas), enriquecidas por fei- cida conforme as disponibilidades mérides de tirar a barriga de misé- ovos com cogumelos, empadões de barbela e preparar os estômagos jões, couves, macarrão, rodelas de da dona da casa. Também muito rias eram a matança do porco e o carne, fritadas de peixe apesar da de modo a não esmorecerem no chouriço e pão esfarelado. Lançada requestada a sopa de feijão-frade à Entrudo ou Carnaval. A matança languidez do Tejo, bacalhau com «árduo» trabalho de gastarem o essa sopa para a malga ou tigela, abrantina, as migas confeccionadas (vale a pena ler as descrições de presunto e cebolada bem tempe- tempo de pousio relativamente aos o dono da casa espetava garfo no um pouco ao sabor da existência Azinhal Abelho, Brito Camacho, rada, ensopados de enguias e de trabalhos inerentes às restantes meio e assim ficava erecto. Bom e nos armários e arcas, sem esquecer Aquilino Ribeiro e Agustina Bessa borrego, o entrecosto e as feijocas, estações do ano. Escrevi «o Inver- substancioso caldo da estação fria. a inspiração da cozinheira, no en- Luís no seio de muitas mais) junta- as lampreias a partir de Fevereiro, no é», os leitores façam o favor Nessa estação, para lá dos cal- tanto, na altura da abundância de va a colhia a parentela, os bocados as mioladas com pão, o cabrito a de ler era, os trabalhos agrícolas dos atolados daquilo que a horta sável ninguém protestava contra de porco velho e as recentemente cheirar a Primavera, nos lambiscos também sofreram alteridades, con- dá em conúbio com os tesouros um açorda do peixe dos pobres nos preparadas vísceras do morto ou os de Natal, ainda as compotas e as sequência do progresso técnico e guardados na salgadeira, as açor- séculos da idade Moderna a par mortos originando frituras delicio- maçãs assadas. dos solavancos climatéricos, por das também marcavam forte pre- da fataça e das enguia. As enguias sas são gulosos prelúdios de jantar Armando Fernandes

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28 JORNAL DE ABRANTES / Janeiro 2020 CULTURA / NOMES COM HISTÓRIA / Grupo

R Largo 1º de Maio NI Teresa Aparício

Encontramos este largo ou ala- meda na parte baixa da cidade, perto da estrada que segue na direcção do 241 360 170 . [email protected] Rossio ao Sul do Tejo, numa zona que www.mediaon.com.pt era noutros tempos conhecida por Ramal. Não é muito antigo, pois as obras de terraplanagem para o seu alargamento datam de Agosto de 1932 e certamente relacionadas com a construção, na proximidade, do novo edifício do mercado municipal, que ultimamente tanta polémica tem levantado por causa da sua possível Queres fazer parte da nossa demolição. Os vendedores, vindos de aldeias com bom solo para produtos equipa comercial? hortícolas, como Chainça, Valhas- cos, Alcaravela e outras ainda mais Deixou três filhos, entre os quais louça de Barcelos, com bonecos e Envia o teu currículo para: distantes, deslocavam-se na altura António Gentil Martins, na altura da outros brinquedos muito do agrado em burros e carroças e precisavam de morte do pai com apenas três meses das crianças. Em frente estavam as [email protected] um espaço para acomodarem os seus de idade e que mais tarde foi também barracas da louça de Sacavém e, como Juntos fazemos uma região muito mais forte! animais durante o tempo da venda. um médico famoso, por ser pioneiro algumas peças tinha pequenos defei- Em 1941, a Câmara atribuiu-lhe o na separação de gémeos siameses. tos, eram muito procuradas pelo seu nome de António Augusto da Silva Em homenagem a António Augus- módico preço. Muitos outros objectos Martins, um médico militar que se dis- to da Silva Martins foi construído um e quinquilharias espalhavam-se pelo tinguiu sobretudo como desportista, monumento no Jardim do Castelo, (o restante espaço. Havia também comes nascido em S. Miguel do Rio Torto, em busto em bronze foi roubado há uns e bebes para vários gostos e paladares PUBLICIDADE 1892. Em 1918 participou na Grande anos atrás, encontrando-se no local e o espaço mais prestigiado para esse Guerra e, integrado num batalhão apenas o pedestal) e foi dado o seu fim era uma grande barraca da res- de Infantaria nº 14, foi para França e nome a este largo, que contudo nunca ponsabilidade das senhoras da Acção aí esteve nas trincheiras da Flandres, foi muito assimilado pela população, Católica, cujo lucro revertia a favor onde se distinguiu como médico e talvez porque a sua vida se tenha de- de crianças desfavorecidas. Ao fundo como combatente, recebendo por isso senrolado noutros palcos longe daqui. estavam os carrinhos de choque, o várias condecorações, entre as quais Foi também por essa altura, em carrossel, o circo que nunca faltava e a medalha de 1ª classe da Cruz de Fevereiro de 1941, que neste local se outros divertimentos. Guerra. Mas foi sobretudo como des- realizou, pela primeira vez a nossa A feira compreendia três domingos, portista que mais se notabilizou não feira anual, deslocada do Jardim da sendo o do meio o mais concorrido. A só a nível nacional como internacio- República, o seu lugar de há séculos cidade enchia-se de gente e, apesar de nal. Campeão em várias modalidades e por aqui ficou durante quase 50 muitos já terem andado vários quiló- ( tiro, lançamento do peso e do dardo, anos, até 1989, nunca mais tendo metros a pé, nem por isso deixavam de salto em altura … ) esteve presente poiso certo a partir daí. Por esta longa encher as nossas ruas de vida e anima- em muitos campeonatos, sempre permanência e por ter sido bastante ção. Virem à feira era uma festa! com boas classificações, chegando vivido pelos habitantes de Abrantes e No início dos anos noventa, o largo mesmo a ir por duas vezes aos Jogos arredores, o local foi durante muitos foi pavimentado e preparado para Olímpicos: em1920 em Antuérpia, anos conhecido por Largo da Feira. ser o parque de estacionamento que onde participou como atirador e, em Este certame era, na altura, muito hoje é. 1924 em Paris, nas modalidades de mais animado e concorrido do que Em 1976, no rescaldo do 25 de tiro e atletismo, saindo se não como é hoje. Não havia supermercados Abril, a Câmara atribuiu a este espaço vencedor, pelo menos nos dez pri- nem centros comerciais, pelo que as a designação oficial de Esplanada meiros lugares. Por ironia do destino, populações procuravam nas feiras os 1º de Maio, mas a feira, para os mais foi em Pedrouços, num treino da produtos que não lhes eram acessíveis velhos e o tribunal, entretanto ali modalidade que ele mais amava, que de outro modo. construído, continuam a ser as gran- um tiro acidental o atingiu, morrendo Muitos dos feirante vinham de des referências para este local. prematuramente com apenas 38 anos longe e a barraca onde vendiam era de idade. Muito justamente o Comité também durante essas três semanas Consultas: Olímpico Português dedicou-lhe estas a sua casa. As crianças brincavam Campos, Eduardo, Cronologia de palavras …o desaparecimento deste por ali na rua e a comida deitava um Abrantes no século XX, C.M.A, 2000 desportista representa uma perda cheirinho que regalava. À entrada, Martins, Inês Gentil, António Augusto irreparável para o desporto nacional. do lado direito, estava a colorida da Silva Martins, Chiado editora, 2016

Janeiro 2020 / JORNAL DE ABRANTES 29 SAÚDE / Unidade de Intervenção Vascular é a nova valência do CHMT “Faz o que eu digo, não O Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, iniciou a 6 de dezembro uma nova valência do Serviço de Nefrologia - a faças o que eu faço.” Unidade de Intervenção Vascular sobre acessos de Hemodiá- Heloisa Oliveira lise (fístulas e próteses). Estes procedimentos são realizados Higienista Oral em cirurgia de ambulatório, por nefrologistas com formação em radiologia de intervenção. Recorde-se que em julho de 2019 que o Serviço de Nefro- logia tinha já iniciado a construção de acessos vasculares complexos em cirurgia convencional com apoio anestésico, garantindo, desde essa altura, aos utentes um maior conforto na cirurgia de acessos vasculares. Ana Vila Lobos, diretora do Serviço de Nefrologia consi- dera que “com estas duas novas valências podemos afirmar que o Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE tem agora um verdadeiro Centro de Acessos Vasculares (CAV) pois, junta- mente com a construção de acessos vasculares na cirurgia de ambulatório e as duas consultas de acessos vasculares, uma de planeamento e vigilância a cargo da Nefrologia e a outra de Cirurgia, temos o necessário para respondermos aos enormes desafios que o acesso vascular impõe à Nefrologia / Hemodiálise”. Diz o CHMT, EPE em comunicado que este é “um passo importante na prestação de cuidados de saúde cada vez mais diferenciados que o CHMT, EPE disponibiliza aos seus utentes”. Carlos Andrade Costa, presidente do CHMT, frisa “o empe- nho e a dedicação dos profissionais dos Serviços envolvidos nesta Unidade de Intervenção Vascular”, sublinhando que “a realização destes novos procedimentos consolidam um Serviço que é já uma referência nacional no tratamento a doentes com insuficiência renal, capacitando-o ainda mais, elevando o Distrito de Santarém a um outro patamar na oferta integrada de cuidados nefrológicos à população.”.

Em crianças, apesar do respeito, tância da escovagem para a Saúde boca com uma compressa ou pano do medo dum olhar “de esguelha” ou Oral?” Com o intuito de ajudar, deixo molhado, principalmente quando possível repreensão, quando à noite algumas sugestões: são pequenas ou estão doentes/me- nos apontavam o caminho da casa - Lavem os dentes ao mesmo tem- dicadas. de banho para lavar os dentes, uma po, de igual para igual, pratiquem o - Usar um alarme ou ampulheta vez fechada a porta, abríamos a tor- jogo da imitação (é importante que para controlar o tempo de escova - neira e voilá! A escova era um avião, a criança/jovem chegue ao espelho! gem. a torneira um repuxo e a pasta de Coloque um degrau se precisar). Também aconselho que não os dentes era a nossa sobremesa! (com - Tenham um quadro de registo. tentem incentivar com a frase: “se sabores de fruta, pastilha elástica ou Não poderão haver exceções e no fim não lavares tens de ir ao Dentista.” gelatina, eram demasiado saborosas de cada semana há direito a um pré- Isto vai deixá-los a pensar que ir ao para serem cuspidas). mio. (Um passeio, um prato preferi- Dentista é algo penalizador e na altu- É comum na consulta das crian- do ou esporadicamente a guloseima ra de visitar o profissional de Saúde PUBLICIDADE ças e jovens, nas sessões de educação mais desejada, sugiro que seja dada Oral (Higienista Oral ou Dentista) a ACORDOS E CONVENÇÕES ou na triagem dentária, quando falo como sobremesa do almoço/jantar criança irá com medo, mesmo que de higiene oral, ouvir que os pais de família). E claro, diariamente, não o verbalize. não lavam, o irmão também não, o deve haver reforço positivo: “Boa!”; Apenas 5 a 10minutos diários que avô tem dentes de tirar… Em geral, “Parabéns!”; “Lavaste muito bem!”. evitarão dores, horas desperdiça - na corrida do quotidiano, os pais, - Dar a cada dente um nome pró- das e dinheiro gasto em tratamentos cansados, mandam lavar os dentes, prio e respetiva função, reforçando dentários. Além disso, os hábitos vestem-lhes o pijama e enfiam-nos a importância de que para a desem- criam-se com imitação e repetição de na cama e só depois, vão cuidar de penharem bem precisam de estar comportamentos formando crianças si. Noutros casos, é um facto que há saudáveis e para isso bem lavados. e jovens com 10/11anos autónomas pessoas que durante 6-9h descan - - Pontualmente, podem fingir-se no que respeita à sua higiene oral. sam, sem fazer a escovagem mais cansados e deixar que sejam os filhos Não subvalorize a dentição de lei- importante do dia. (Imagine uma a lavar-vos os dentes, pois não devem te, ela é tão ou mais importante que boca repleta de bactérias com restos dormir sem o fazer. Eles entende - a dentição definitiva, pois é ainda A SUA VIDA EM BOAS MÃOS de tudo o que comemos e bebemos rão que o sono não pode ser usado com dentes de leite que se definem ao longo do dia a produzir gases e como desculpa, mesmo que nessas funções como a fala, a mastigação, www.clenlab.pt ácidos que lançam para os dentes e ocasiões deixem que sejam os pais a deglutição e a função músculo es- Para mais informações sobre outros acordos ou convenções: gengivas). a lavar-lhes os dentes. Importante quelética. A questão é: “Porque não FAZER o reforçar, que mesmo com as crianças Faz o que eu digo e vê como eu básico, se sabemos a enorme impor- adormecidas devem limpar-lhes a faço!

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