Mark Twain: Um Patriota Antiimperialista E Seu Relato De
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HELOISA HELOU DOCA MARK TWAIN: UM PATRIOTA ANTIIMPERIALISTA E SEU RELATO DE VIAGEM EM THE INNOCENTS ABROAD OR THE NEW PILGRIM’S PROGRESS Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Doutor em Letras. (Área de conhecimento: Literatura e Vida Social). Orientador: Prof. Dr. Luiz Roberto Velloso Cairo ASSIS 2005 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da F.C.L. – Assis – UNESP Doca, Heloisa Helou D636m Mark Twain: um patriota antiimperalista e seu relato de viagem em The innocents abroad or the new pilgrim’s progress / Heloisa Helou Doca. Assis, 2005 282 f. : il. Tese de Doutorado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista. 1. Twain, Mark, 1835 – 1910. 2. Viagem na literatura. 3. Cultura. 4. Literatura americana. I. Título. CDD 813 DEDICATÓRIA EM MEMÓRIA Ao meu querido amigo Prof. Dr. Mário Mascherpe que tanto me incentivou para que eu fizesse esta viagem, entretanto, partiu com destino a outra. Aos meus filhos, Leonardo, Isabela e Frederico, razão de minha vida que, a bordo comigo, representam o porquê dessa jornada. Ao meu querido Orientador Prof. Dr. Luiz Roberto Velloso Cairo que , com sua competência e determinação, ao perceber que meu steam-boat estava à deriva, reconduziu-o a sua rota. À Profa. Dra. Elêusis M. Camocardi, minha grande companheira nesta viagem, fazendo-me questionar se é ela o próprio navio que me leva ou o porto seguro que me aguarda. AGRADECIMENTOS Enquanto meu navio singrava os mares de sua rota e aportava em ancoradouros diversos, pessoas especiais nele também embarcavam. A elas os meus agradecimentos: - Ao programa de Pós-graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp – campus de Assis – SP. - À Biblioteca e bibliotecários do campus da UNESP de Assis, em especial à Vânia Aparecida Marques Favato, Lucelena Alevato e Auro Mitsuyoshi Sakuraba que tão prontamente me atenderam sempre que solicitados. - À Profª. Dra. Cleide A. Rapucci, que me acompanhou desde a graduação, em quem espelhei minha carreira acadêmica e, como membro da Banca de Exame de Qualificação, pessoa que enriqueceu meu estudo com suas preciosas sugestões. - À Profª. Dra. Ana Maria Domingues que também, como membro da Banca de Exame de Qualificação, colaborou com valiosas e pertinentes idéias, dando-me suporte para formular parte do texto e concluí-lo - Ao Prof. Dr. Luiz Roberto Velloso Cairo, que me orientou nesta travessia fornecendo-me grande parte do material bibliográfico utilizado e estendendo-me a mão para desenvolver o trabalho com segurança. - Ao Prof. Dr. Paulo Zanotto, a quem devo muito do meu conhecimento na difícil “arte da tradução”. - À Profa. Dra. Heloisa Costa Milton, pelas luzes emanadas em seu curso de curso de Pós-graduação. - Ao Prof. Dr. Luiz Angélico da Costa, pelo rico material enviado sobre Mark Twain. - Ao Prof. Dr. Carlos Daghlian, pelo carinho e torcida constantes e por sempre me fortalecer com apoio incondicional. - Ao meu querido filho-poeta Frederico, que me brindou com o poema de abertura desta tese. - À minha nora-filha Fernanda, pelo carinho constante. - À minha amiga Profa. Dra. Maria Cecília Guirado, pelo estímulo profissional. - Minha eterna amizade e gratidão aos meus queridos “irmãos” José Marcel Lança Coimbra e Adriana – amigos de ontem, de hoje, de sempre... - Ao querido amigo Prof. Dr. Altamir Botoso, que sempre me fortaleceu com seu carinho. - Ao amigo Prof. Dr. Ivan Ribeiro - minha força virtual . - Aos meus alunos formandos da turma de letras de 2005, da UNIMAR, que me ouviram falar de Mark Twain durante todo o curso e, atentos, com ele também se encantaram. - A todos os meus colegas e amigos da UNIMAR, pelo estímulo recebido durante os momentos difíceis. - Aos meus irmãos Ricardo, Fernando e Cláudio, por terem sempre acreditado em mim. - Aos meus pais, Isa e João, que também partiram rumo a outra viagem, mas deixaram comigo o essencial para que eu continuasse a minha: o seu exemplo. - Ao querido Leandro, que com paciência e competência formatou e fez a arte final de meu trabalho. - E, acima de tudo e de todos, agradeço a DEUS por me fortalecer nesta viagem, privilegiando-me com saúde, disposição e energia. Através d’ELE pude receber o apoio e o carinho dos que comigo embarcaram. SAMUELISMO Mark Twain. Huckleberry Finn. Na Nova Inglaterra sem fim, peregrinos rosnavam aos red skins. Mark Twain. Samuel Langhorne Clemens, um homem que vem à proteção da África exportada como semens. Mark, na América estadunizada, não deixe que os canalhocratas com pose de bravata acabem com seu sonho de bufosa armada. Faça-os ingurgitar o Imperialismo de uma nação ingrata. Frederico Helou Doca de Andrade DOCA, H. Mark Twain: Um Patriota Antiimperialista e seu Relato de Viagem em “The Innocents Abroad or The New Pilgrim’s Progress”. Assis, 2005, 282 p. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Assis, UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. RESUMO A leitura cuidadosa do texto do “Tratado de Paris”, em 1900, leva Mark Twain a concluir que a intenção política norte-americana era, claramente, a de subjugação. Declara-se, abertamente, antiimperialista nesse momento, apesar das inúmeras críticas recebidas por antagonistas políticos que defendiam o establishment dos Estados Unidos. Após viajar para a Europa e Oriente, em 1867, como correspondente do jornal Daily Alta Califórnia, Mark Twain publica, em 1869, seu relato de viagem, The Innocents Abroad or The New Pilgrim’s Progress. Nosso estudo demonstra que o autor, apesar das diversas máscaras usadas em seus relatos, narra histórias, culturas e tradições, tanto da Europa quanto do Oriente, já com os olhos bem abertos pelo viés antiimperialista. Faz uso da paródia, sátira, ironia e humor para dessacralizar impérios, monarcas e a Igreja que subjugavam os mais fracos, iluminando, desde então, os estudos sobre culturas. O primeiro capítulo de nosso estudo enfoca os problemas que a Literatura Comparada enfrenta face à globalização, descolonização e democratização, norteado pelo Relatório Bernheimer, como também faz uma reflexão sobre cultura, tradição e o olhar do viajante, justificando o olhar do narrador de The Innocents Abroad. Como pressupostos teóricos, usamos autores como Eliot, Edward Said, Todorov, Foucault, dentre outros. O capítulo subseqüente traz o histórico sobre como se procedeu o ideário antiimperialista de Mark Twain, além de uma abordagem geral em algumas de suas obras. Nosso próximo passo trata do “inocente relato” twainiano, dando uma compreensão maior ao leitor de como foi feita a colonização norte-americana, como a personagem burlesca é construída e também demonstra o modo como as ilustrações do livro foram delineadas. Encerramos nosso estudo balizando os entrechos de toda a expedição twainiana, que trazem à luz sua posição contra impérios. Palavras-chave: The Innocents Abroad or The New Pilgrim’s Progress; Mark Twain; relato de viagem; jornal; paródia; cultura; antiimperialismo; América; Europa; Oriente. DOCA, H. Mark Twain: The Anti-imperialist Patriotic and his Travel Report in “The Innocents Abroad or The New Pilgrim’s Progress”. Assis, 2005, 282 p. Thesis (PhD. in Comparative Literature – Language). Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Assis, UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. ABSTRACT The careful reading of the “Trait of Paris”, in 1900, leads Mark Twain to conclude that America intended policy was clearly one of subjugation. He frankly declares himself an anti-imperialist at that time, notwithstanding the several criticisms he had received from political antagonists who had been defending the United States establishment for a long time. Having traveled to Europe and to the East in 1867 as the Daily Alta California’s newspaper correspondent, Mark Twain edits, in 1869, his travel report, The Innocents Abroad or The New Pilgrim’s Progress. Our study demonstrates that the author, in spite of using different masks in his reports, narrates histories, cultures and traditions from both Europe and the East with his point of view imbued by his anti-imperialistic ideal. By using in his texts parody, satire, irony and humor to desacralize empires, monarchs, and the Church that had been subjugating the weaker since the Old Age, he highlights, indeed, the cultural studies. The first chapter of our study focuses on Comparative Literature problems, face to globalization, decolonization and democratization, ruled by the Bernheimer Report. It also reflects on themes as culture, tradition and the traveler point of view, justifying the narrator “innocent point of view” in his report. For theorical support we’ve concentrated on Eliot, Said, Todorov, Foucault’s among others. Subsequently, our study brings up Mark Twain’s anti-imperialism way as a general approach to his work. Our next step is focused on the American colonization, and then we demonstrate how Mark Twain created his travel report as a burlesque character and also the way the illustrations of the book were drawn. Finally, we enclose our study highlighting several fragments of The Innocents Abroad that clearly demonstrate Mark Twain’s position against empires. Key Words: The Innocents Abroad or The New Pilgrim’s Progress; Mark Twain; travel report; newspaper; parody; culture; anti-imperialism; America; Europe; the East. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 15 I. LITERATURA COMPARADA,