Rubens Paiva”

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Rubens Paiva” 152 COMISSÃO DA VERDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO “RUBENS PAIVA” DEP_13_FINAL.indd 152 08/09/14 15:55 A Lua de Leta por Leta Vieira de Sousa Convidada pela assessoria da Comissão curiosos esperando um depoimento cheio da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” a de profundidade. Mas eu já conheço esse escrever um testemunho de minha experi- olhar e entro num sistema de respostas au- ência enquanto filha de ex-presos políti- tomáticas e vagas. No fim, vejo os olhares cos da ditadura militar brasileira, me decepcionados e sinto que consegui al- peguei mais uma vez pensando: mas o cançar o que desejava : o final da sessão quê eu vou falar? “quem é você”. Como se ao saberem que eu “nasci na cadeia”, como alguns Acho que muitos filhos se fazem gostam de comentar, definisse meu essa mesma pergunta, um sentimen- caráter, o meu eu. to de “não faz sentido porque eu não vivi nada em comparação aos meus Agora, convidada a escrever esse pais e seus companheiros” que nos testemunho, fico refletindo sobre o que deixa habitualmente silenciosos. eu não falo a esses olhares curiosos, so- bre a constante insegurança, sobre as Além disso, ainda me vem o ques- tristezas, sobre as dificuldades. Penso em tionamento de “por que eu e não outros como meus pais lutaram pra me dar uma filhos que sofreram mais que eu?”. Nesse vida estável e buscaram que eu fosse apenas momento, passo a me lembrar da lista de “uma menina normal”. Mas quem pode ser amigos queridos que, como eu, têm pais normal quando a polícia entra na sua casa pra que sofreram muitíssimo com a ditadura, espancar seu pai? Ou quando vive a invasão mas que não têm o mesmo reconhecimento militar de Volta Redonda (já em 1989) e seus ou estatuto de anistiada que outros filhos e Sempre que as pessoas comentam sobre pais vêm até você para se despedirem, com eu temos. a própria infância, você pula um trecho. o sentimento de que serão assassinados? Sempre que você ouve alguém chamando a Pra mim, ser uma anistiada política, filha de Ou quando sua família está separada em vá- ditadura militar de revolução, você segura pessoas que lutaram contra os absurdos da rias partes do mundo porque foi obrigada a o grito. Sempre que você ouve alguém fa- ditaduta militar brasileira é, e sempre foi, ra- se exilar? Ou quando seu avô é obrigado a lando sobre terrorismo, você tenta não cair zão de grande orgulho. Meus pais e seus ami- viver escondido para evitar ser deportado? num debate emocionado. Sempre que você gos são o que toda criança sonha: são heróis Ou quando seus amiguinhos da escola são busca um emprego que exige suas refe- de verdade que ultrapassaram seus limites e proibidos de falar com você porque seus pais rências, você torce pra que não descubram suas próprias mazelas pelo bem comum. acham que você é representante das “forças “toda a verdade”. Um visto, morar fora do do mal”? No entanto, com esse status de “filha de he- país por um tempo? Você sabe que ele róis”, vem também o outro status, o de “filha pode ser negado e que eles terão justificati- Mas meu testemunho nunca será tão inte- de terroristas”. Com esse, vem o silêncio, o va, afinal, seus pais sequestraram um avião. ressante ou importante quanto o daqueles medo de saberem quem você é e o que você Quer algo mais top top na lista de terroris- que viveram experiência mais duras e sé- pensa. Esse medo me acompanha até hoje. mo internacional depois de 2001? rias que eu. Meu testemunho não pode ter o mesmo peso do que o de uma criança que Sempre que descobrem que sou filha da viu seus pais serem torturados ou assassina- Jessie e Leta na penitenciária de Bangu, Presídio Jessie Jane e do Colombo, imediatamente dos. Daí volta à pergunta : o que eu tenho a Talavera Bruce, Rio de Janeiro, 1976 me cercam de perguntas e vejo os olhares acrescentar? INFÂNCIA ROUBADA 153 DEP_13_FINAL.indd 153 08/09/14 15:55 Acho que o que eu poderia acrescentar é o tros bebês. Eu tenho o privilégio de ser filha de minha mãe, me passa pela mente várias vezes. testemunho de meus amigos desconhecidos, uma geração de sonhadores, de ser protegida Eu não estava presente, mas posso ver seus mas que têm muito mais histórias que eu so- e amada incondicionalmente por pessoas que rostos, sentir seu suor, ouvir suas vozes tene- bre esse período. Aqueles que iam todas as sequer conheço mas que, igualmente, amo. brosas. Sempre pude, sempre poderei. semanas visitar pais e tios nos presídios e fica- vam confusos tentando entender como aqueles Minha mãe, às vezes, conta de quando des- Quanto à minha experiência no presídio, heróis poderiam ser os bandidos. Ou a história cobriu que estava grávida, da felicidade que obviamente não tenho memória. Mas todas as daqueles que nasceram no Chile ou na Argen- sentiu. E, logo depois, da imensa bronca que vezes que eu vejo a lua cheia, lembro dos meus tina, por exemplo, e começaram suas vidas em recebeu de uma companheira: “Você está lou- pais dizendo que essa é a “Lua de Letinha”, fuga mesmo sem saber – alguns deles até hoje ca? Como pode ter um filho nessa situação?”. porque lhes mostrava no dia em que foram sol- não têm documentação brasileira regularizada. tos, como se eu estivesse advinhando que eles Talvez ela estivesse louca, talvez fosse um Porém, não cabe a mim falar por eles. não tiveram oportunidade de ver o mundo fora delírio de uma mulher que tinha todo o futuro do presídio. Porém, apesar da falta de memória Muitos me perguntam como foi ser um bebê traçado atrás de grades intransponíveis. E é por específica, eu me lembro do sentimento. na prisão. Como poderia responder se eu era causa de loucos assim que o mundo é melhor, um bebê? Mas quando vejo minhas fotos e mais belo, mais cheio de esperança, de alegria. Esse sentimento me acompanha até hoje. ouço os depoimentos de minha mãe, vejo que São os loucos que são capazes de colocar em Nos momentos importantes da vida ele me re- fui quase um bebê como outro qualquer, reple- xeque todas as verdades, de subvertê-las. Ain- torna, como se um clic interno me acendesse e to de amor e, talvez, mais carinho do que ou- da bem que sou filha de uma subversiva! informasse “isso é importante, seja forte, siga em frente, faça o que é preciso, ouça o entor- As histórias de meu nascimento me foram no, observe, fale menos, se proteja e, sobretudo, chegando aos poucos. Não, não nasci num pre- proteja os seus”. É um sentimento, uma coisa sídio, nasci em um ótimo hospital no Flamen- “Todas as vezes não mesurável, uma urgência. que eu vejo a lua cheia, go. Não, minha mãe não estava sozinha, ela teve o apoio de outros loucos que se expuse- Deparei-me com esse sentimento num belo lembro dos meus pais ram ao serem presos, mas que estavam ali ten- dia de sol. Eu brincava alienada a tudo, na rua dizendo que essa é a ‘Lua tando nos proteger. Pra mim, esses heróis são, Cuba, em Vila Americana, Volta Redonda. Era por extensão, meus pais e mães, meus parentes o ano de 1989. Comecei a ouvir minha avó me de Letinha’, porque lhes mais íntimos. chamar, eu precisava voltar para casa imedia- tamente. Quando cheguei, o caos estava esta- mostrava no dia em que A imagem dos homens que foram no quarto belecido. Uma mochila havia sido preparada, do hospital ameaçar a minha vida, a vida de foram soltos” papéis eram queimados no fundo da casa, meu Diário de Jessie “(...) Fiquei muito triste em me separar de você. Chorei muito, todo o tempo. Desde o início deste diário tenho te falado de como seria duro este momento. Mas tenho te falado também da necessidade dele (...)” “(...) É todo o nosso país que sofre um período negro da sua história, somos apenas parte disto tudo. Seu nascimento nos trouxe muita alegria. É nosso grito de liberdade (...)” 154 COMISSÃO DA VERDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO “RUBENS PAIVA” DEP_13_FINAL.indd 154 08/09/14 15:55 avô dizia que tínhamos que ir, “dá um beijo nos bora, ficou aquele sentimento de urgência, de seus pais”. Esses, correndo de um canto para o manter tudo em ordem, nada poderia nos atin- outro, vieram e disseram que era pra eu ir, que gir, nada poderia nos separar, nem mesmo a o Exército havia invadido a cidade e eles esta- morte, muito menos a prisão. vam indo para o Sindicato dos Metalúrgicos e me encontrariam mais tarde. Nessa madrugada, três operários foram as- sassinados, mulheres grávidas foram espanca- Já era noite quando pegamos um táxi, meus das por soldados em ônibus, a praça pública avós e eu, em direção à casa de uma compa- foi metralhada, entre outras barbaridades co- nheira de meus pais, a Marlene. No táxi, o rádio metidas após a ditadura ter oficialmente ter- falava como a cidade estaria sendo protegida minado. Nessa madrugada eu pude entender contra os baderneiros… O taxista começou a um pouquinho todo o terror que meus pais e falar : “Espero que o Exército pegue esse ban- seus companheiros sentiram por tantos anos, do de comunista, tem tudo que ir pra cadeia, primeiro na clandestinidade, depois nas tortu- vocês não acham?” Silêncio. ras e, por fim, nas prisões. Uma gota em um oceano de lutas, dores, decepções. Uma gota Quando chegamos na casa da Marlene, to- num oceano de esperança em um mundo me- dos de frente para a televisão, tentando ter lhor, mais igualitário e mais justo.
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