Plano De Desenvolvimento Nacional 2018-2022
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Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 VOL. I Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 VOL. I © Ministério da Economia e Planeamento, Abril de 2018 Versão Aprovada, conforme Recomendação do Conselho de Ministros de 26 de Abril A elaboração do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 foi coordenada pelo Ministério da Economia e Planeamento, tendo contado com a colaboração dos restantes Departamentos Ministeriais e Governos Provinciais, nos termos da Lei de Bases do Sistema Nacional de Planeamento (Lei n.º 1/11, de 14 de Janeiro) MINISTÉRIO DA ECONOMIA E PLANEAMENTO Rua Rainha Ginga, Edifício Tour Elyseé Nº 31, 1º Andar | Luanda República de Angola www.mep.gov.ao PLANO DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 2018-2022 Sumário Executivo 1. Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) e complementares entre si, contendo objectivos, metas 2018-2022, constitui o segundo exercício a alcançar até 2022, acções prioritárias (actividades ou de planeamento de médio prazo realizado projectos), bem como responsáveis designados, visando no âmbito do Sistema de Nacional de concretizar as políticas e os objectivos estratégicos Planeamento em vigor, na sequência do do plano. Este exercício foi lançado em Novembro de OPlano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2013-2017, 2017, com uma reunião de apresentação do processo e visa a promoção do desenvolvimento socioeconómico de elaboração do Plano aos departamentos ministeriais, e territorial do País. O PDN tem um carácter prospectivo tendo-se seguido um intenso trabalho interno e vários e plurianual, abrange os níveis nacional, sectorial encontros de trabalho e interacções com o MEP, até se e provincial de planeamento, e implementa as opções chegar ao formato final dos programas, durante o mês de estratégicas de desenvolvimento a longo prazo do Março de 2018. País, assumidas na Estratégia de Longo Prazo (ELP) Angola 2025. 4. Em paralelo, decorreu um outro processo de trabalho com os Governos Provinciais e que teve três momentos 2. A preparação do PDN 2018-2022 decorreu de forma principais: um primeiro contributo das províncias em bastante inovadora e contrastante com a experiência resposta a um conjunto de questões relevantes em passada. Foi realizada em estreita articulação com matéria do desenvolvimento territorial; reuniões do MEP os órgãos sectoriais e provinciais de planeamento, com cada Governo Provincial através dos responsáveis procurando maximizar a sua apropriação do processo dos Gabinetes de Estudos, Planeamento e Estatística de desenvolvimento nacional. (GEPE) – que decorreram no mês de Janeiro de 2018 - para discussão de uma síntese que agrega a sua Visão, 3. O trabalho com os sectores visou identificar programas Apostas Estratégicas, Constrangimentos e Prioridades que dessem resposta a desafios nacionais que se de Investimento; adopção da ficha-síntese contendo colocam ao desenvolvimento do País, nas diferentes áreas as orientações estratégicas da província para o período de política; para tal, cada sector foi convidado a interagir 2018-2022. com as províncias e com os interlocutores do sector privado e da sociedade civil relevantes nas suas áreas 5. O anterior Plano permitiu introduzir uma prática de de intervenção. Seguiu-se um processo iterativo entre o planeamento e acompanhamento da implementação Ministério da Economia e Planeamento (MEP) e cada um das políticas públicas, de acordo com a visão estratégica dos ministérios sectoriais, ou mesmo em conjunto com escolhida para o País e com os compromissos vários ministérios sectoriais, para se chegar a programas assumidos perante a população para o período 2013- sectoriais, multi-sectoriais ou transversais, relevantes 2017. No entanto, a sua elaboração foi relativamente II centralizada, com um envolvimento reduzido dos dos 6% e um aumento da dívida pública para 67% do órgãos sectoriais e provinciais, o que, de alguma Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. forma, dificultou a apropriação por parte dos agentes implementadores. A execução do Plano ficou, também, 11. Estes desequilíbrios tiveram consequências ao nível aquém das expectativas, devido, fundamentalmente, ao do aumento generalizado dos preços – que passou grande impacte, na economia angolana, da diminuição de valores de um dígito, em 2013 e 2014, duplicou em do preço do petróleo nos mercados internacionais. 2015 e triplicou em 2016, até atingir um valor superior a 40% - e da instabilidade cambial que acompanhou CONTEXTO INTERNACIONAL todo o período, que se caracterizou por uma redução significativa das Reservas Internacionais Líquidas (entre 6. A nível internacional, no período 2013-2017, a 2017 e 2013, o país reduziu a cobertura de importações economia mundial cresceu em média 3,4% - um ritmo de oito para cinco meses) e pela dificuldade no acesso inferior ao verificado antes da crise de 2009 –, o que a divisas. se ficou a dever a uma recuperação das economias desenvolvidas abaixo das previsões (1,9% em média) 12. Para fazer face ao complexo quadro macroeconómico, e à redução do ritmo de crescimento dos países o Governo realizou várias intervenções: em Março de emergentes (4,6% em média), esta última motivada pela 2015, iniciou a implementação das “Medidas para fazer desaceleração do crescimento da China e pela queda face à Situação Económica Actual” (DP n.º 56/15, de do preço das commodities. Destaca-se a queda do 5 de Março); cerca de um ano mais tarde, delineou as preço do petróleo Brent em 2014 e 2015, em resultado “Linhas Mestras para a definição de uma Estratégia do aumento de produção (nomeadamente nas áreas para a Saída da Crise derivada da Queda do Preço de xisto dos Estados Unidos), de uma menor dinâmica do Petróleo no Mercado Internacional” (DP n.º 40/16, da procura mundial e da manutenção das quotas de de 24 de Fevereiro). Já em Outubro de 2017, o novo produção da Organização dos Países Exportadores de Executivo elaborou um Plano Intercalar a implementar Petróleo (OPEP). até Março de 2018, contendo medidas de política e acções para melhorar a situação económica e social, 7. Entre 2013 e 2017, o ritmo de investimento mundial orientadas para a estabilidade macroeconómica, para manteve-se moderado, abaixo das expectativas, tendo o crescimento económico e geração de emprego e crescido em média 2,3%. para resolver os problemas sociais mais prementes da população. 8. Os fluxos de comércio internacional continuaram estáveis nos países desenvolvidos, tendo-se verificado 13. O Recenseamento Geral da População 2014 (Censo uma redução da abertura nos países emergentes, 2014) permitiu ter um retrato actualizado da população associada à redução quer das exportações de Angola, principal destinatário das políticas públicas: (nomeadamente no valor das commodities), quer das 25,7 milhões de habitantes, desigualmente distribuídos importações (pela menor disponibilidade de divisas). no território, maioritariamente residentes em áreas urbanas (62,6%), com forte concentração na província de Luanda (6,9 milhões de pessoas) e vastos territórios CONTEXTO NACIONAL com densidade populacional muito baixa (menos de 5 habitantes por km2), como as províncias do Cuando 9. O contexto internacional condicionou amplamente Cubango e do Moxico. o período de governação anterior. De acordo com as Contas Nacionais publicadas pelo Instituto Nacional 14. Com um Índice de Desenvolvimento Humano em 2015 de Estatística (INE), entre 2013 e 2016, a economia de 0,533 (contra 0,390 em 2000), Angola pertence ao angolana registou um crescimento médio de 1,8%, 3,2 grupo dos países de baixo desenvolvimento humano. pontos percentuais inferior ao verificado no período Considerando-se a esperança de vida revelada pelo 2009-2012. Censo 2014, Angola passará a integrar o Grupo dos Países de Desenvolvimento Humano Médio, 10. Durante a implementação do anterior Plano, estima- aproximando-se dos objectivos a que aspira: até 2025 se que o ritmo de crescimento médio do sector pertencer ao Grupo dos Países de Desenvolvimento não petrolífero (1,2%) tenha sido o triplo do sector Humano Elevado (índice superior a 0,70). petrolífero (0,4%). No entanto, o efeito negativo da queda do preço do petróleo foi extensível a toda a 15. No domínio da educação destaca-se um aumento de economia, provocando uma contracção da actividade 2,5 milhões de alunos no sistema educativo nacional económica, uma redução da receita e da despesa e uma taxa de alfabetização de jovens e adultos pública, mas também uma redução da despesa privada. de 75% (contra 50% no início do século). Em relação Esta situação conduziu a uma quebra do investimento à escolaridade completa dos jovens dos 18 aos 24 público e a uma diminuição da despesa pública, no anos: 34% possuem a escolaridade completa do entanto com algum desfasamento em relação à quebra ensino primário, 29% completaram o I ciclo do ensino da receita, provocando défices orçamentais na ordem secundário e 13% o II ciclo. No entanto, ainda existem PLANO DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 2018-2022 III crianças fora do sistema educativo, por falta de salas ENQUADRAMENTO ESTRATÉGICO DO PDN 2018-2022 de aula, pela precariedade destas, ou ainda por falta de professores com boa formação. 21. A taxa média estimada de desemprego no período 2009-2014 foi de 22%. Em 2014, o Censo registou 16. No domínio da saúde, registam-se melhorias nas taxas um valor de 24%, praticamente igual para homens de mortalidade infantil (80 por mil em comparação e mulheres; e cerca do dobro para os grupos etários com 180 por mil em 2009) e de mortalidade de mais jovens. crianças com menos de cinco anos (120 por mil face a 300 por mil no início do século). Verificou-se uma 22. Além do contexto internacional e nacional, as diminuição da taxa de morbilidade devido à Malária (que orientações estratégicas e tácticas do PDN 2018-2022 caiu de 25% para 15%), a Poliomielite está erradicada são condicionadas, em primeiro lugar pela ELP Angola e a Lepra quase. A operação de prevenção contra o 2025, cujas opções estratégicas de desenvolvimento Ébola foi bem-sucedida. Porém, ainda existe uma a longo prazo do País são incorporadas no PDN, margem de progressão considerável, evidente nos enquanto instrumento de planeamento de médio prazo numerosos casos de Cólera e, mais recentemente, que implementa aquela.