Karl Richter E Os Ciclos Bach Do Rio De Janeiro

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Karl Richter E Os Ciclos Bach Do Rio De Janeiro Karl Richter e os Ciclos Bach do Rio de Janeiro Marcelo Portela Nunes [email protected] Prof. Dr. Marcelo Fagerlande [email protected] Resumo: O presente artigo é parte da pesquisa de mestrado em andamento, abordando a presença no Rio de Janeiro, do regente, organista e cravista alemão Karl Richter (1926-1981) nos Ciclos Bach realizados na Sala Cecília Meireles nas décadas de 1960 e 1970. Segundo críticas musicais especializadas do período mencionado, consultadas em fontes primárias, estes Ciclos constituíram o maior e mais importante evento ocorrido na referida sala de concertos. O objetivo da pesquisa é a documentação historiográfica destes Ciclos, bem como um levantamento de informações para a constatação de uma possível existência de um legado que este evento artístico possa ter deixado para futuras gerações. Palavras-chave: Ciclos Bach; Karl Richter; Sala Cecília Meireles. Karl Richter Karl Richter, regente, organista e cravista nasce na cidade de Plauen na região da Saxônia, Alemanha em 1926. Vindo de uma família de luteranos do norte do país, Richter estuda com profundidade a teologia luterana, mantendo-se fiel aos preceitos da religião (GOLOMB, 2004, p.55), e segue a tradição da chamada "Escola de Leipzig", o que viria influenciar diretamente sua visão e interpretação da obra de J.S.Bach. Segundo GOLOMB (2004, p.53), a Escola de Leipzig pode ser entendida como toda a associação de músicos que dirigiram o Thomanerchor (Coro da Igreja de São Tomás) ao longo do século XX, desde Karl Straube, que exerce as funções de organista e kantor110 da referida igreja entre os anos de 1902 até 1940, passando por Günther Ramin (1940-1956) até Erhard Mauersberger (1961-1971). A Escola inclui ainda o Kreuzchor em Dresden, dirigido por Rudolf Mauersberger (1931-1971) e outros estudiosos, destacando-se Arnold Schering (1877-1941).111 A carreira musical de Karl Richter inicia-se já na sua infância quando em 1937 ingressa no Kreuzchor em Dresden e paralelamente estuda órgão em Leipzig com Straube. Em 1949 é indicado para o cargo de organista na Thomaskirche (Igreja de São Tomás), sob indicação de seu professor Günther Ramin e eventualmente atuava como cravista realizando o baixo contínuo. Em 1951, com apenas vinte e cinco anos de idade, Karl Richter é convidado para exercer o cargo de kantor na Markuskirche (Igreja de São Marcos) em Munique. Ali encontra o coro misto "Heinrich Schütz", expandindo-o e então sendo rebatizado 110 Segundo o The New Grove Dictionary of Music and Musicians, o termo alemão kantor está relacionado ao diretor de música na Igreja Luterana, bem como o diretor musical de qualquer estabelecimento educacional que esteja ligado à igreja. 111 GOLOMB (2004) situa a Escola de Leipzig em sua tese, especificamente ao longo do século XX, mas há de se entender, que tal movimento tem suas origens no século XIII com a fundação do Thomanerchor, e os primeiros "kantors" como Georg Rhau, que exerceu a função entre 1518 e 1520, bem como posteriormente Johann Hermann Schein, Johann Kulmau, Johann Sebastian Bach, entre outros. Ver "The New Grove Dictionary of Music and Musicians" verbete "Leipzig 1.Church music." Anais do 14º Colóquio de Pesquisa do PPGM/UFRJ – Vol. 1 – Educação Musical e Musicologia – p. 157 em 1954 como Coro Bach de Munique. Logo após, Richter funda a Orquestra Bach de Munique. A partir de então, Karl Richter concilia sua função de kantor em Munique com uma sólida carreira internacional e numerosas gravações através do selo "Deutsche Grammophon". Convém observar que, a partir do início da década de 1960, começa a despontar um novo modelo para a interpretação da música barroca, a denominada "performance historicamente informada" (PHI), tendo como seus principais defensores Nikolaus Harnoncourt (1929-) e Gustav Leonhardt (1928-2012). As bases para tal performance encontram-se fundamentadas na necessidade de se reavaliar a interpretação da então denominada "música antiga", “recriando-a segundo o espírito do tempo em que foi concebida” (HARNONCOURT, 1998, p.18). Buscava-se com isso a tentativa de uma reconstrução da música dos séculos XVII e XVIII, direcionada por extensas pesquisas musicológicas e a proposta de um total antagonismo ao estilo interpretativo da música barroca em uso desde o início do século XX, inspirado na herança romântica vinda do século anterior. Fortes características estão relacionadas a esta nova prática, como uma maior liberdade improvisatória em relação à partitura, mudanças de articulação, padrão de afinação, uso de instrumentos originais ou cópias fiéis aos originais (HAYNES, 2007). Karl Richter mantém-se fiel ao seu estilo interpretativo, obtendo enorme receptividade pelo público que então começava a tomar contato com a nova PHI. Em entrevista concedida para o jornal "O Globo", Richter denuncia seu estilo performático citando alguns dos seus mentores e modelos de regência dizendo que Karl Straube, Günther Ramin, Furtwangler112 e Knappertsbusch113 Eles [sic] deixaram as marcas mais importantes na minha juventude. Com eles aprendi tudo quanto sei hoje. (6/09/75, Caderno Cultura, p.27) O estilo de Richter, ao confrontado com a PHI, passa a ser considerado pelos novos estudiosos em Bach como um gênero "antiquado" e "romântico". O regente explica sua opção em não ter aderido ao novo estilo interpretativo considerando-o como um "modismo", e que o mesmo poderia causar "confusão"114. Segundo Richter, as modernas descobertas musicológicas levam a esta suposta confusão, pois não é possível existir uma interpretação baseada somente em regras, devendo-se valorizar essencialmente a expressão musical. (NYT, 1981)115 GOLOMB (2004, p.52) cita o regente Helmuth Rilling116 que então aborda três formas distintas da interpretação de Bach: a tradição sinfônica, a performance histórica e os coros de igreja e os conjuntos instrumentais das congregações, principalmente das igrejas protestantes, em especial as luteranas. É importante observar que as duas principais instituições exponentes da obra de Bach, o Thomanerchor em Leipzig e o Kreuzchor em Dresden, optam por um misto de pesquisa histórica com a suposta tradição herdada de épocas passadas. Mesmo estando ligado à "Escola de Leipzig" (que em tese mantém a citada tradição), Karl 112 Wilhem Furtwängler (1886-1954), regente alemão, relacionado à Orquestra Filarmônica de Berlim. 113 Hans Knapepertsbusch (1888-1965) regente alemão que atuou principalmente na Orquestra Filarmônica de Viena e no Festival de Bayreuth, especializando-se na obra de Richard Wagner. 114 New York Times, ed. online publicada em 17/02/81. 115 Ver site eletrônico "The New York Times", edição de 17/02/1981 .http://www.nytimes.com/1981/02/17/obituaries/karl-richter-conductor-dies-at-54-leader-of- munichbach-orchestra.html Acesso em 4/12/2015 116 Helmuth Rilling (1933- ), regente alemão fundador do Gänchinger Kantorei em 1954 e posteriormente o Bach-Collegium Stuttgart em 1965. Anais do 14º Colóquio de Pesquisa do PPGM/UFRJ – Vol. 1 – Educação Musical e Musicologia – p. 158 Richter adota um estilo de alta performance em suas execuções não admitindo coros congregacionais amadores bem como conjuntos orquestrais, e não aderindo aos preceitos da performance histórica. O crítico Zito Baptista Filho, na edição do jornal "O Globo" dos anos 70, cita que As interpretações de Karl Richter dramatizam ao extremo: suas exigências a todos, solistas vocais, coro e instrumentistas, levam à exaustão os intérpretes, impedidos, momento a momento, de não darem tudo de si para um realismo devastador. (15/11/76, Caderno Cultura, p.35) É bastante útil o texto de abertura do crítico Antonio Hernandez de "O Globo" sobre um concerto do Ciclo Bach de 1977, em que descreve de modo metafórico o estilo de Richter: La machine à coudre, que Colette identificava em Bach, começou a trabalhar em tempo lento. Era o Largo da Sonata para violino e cravo nº 5, em fá menor. Karl Richter estabelecia os pontos no cravo Neupert. (14/08/77, Caderno Rio, p.16) Renzo Massarani confirma a autoridade de Karl Richter, na época, perante a música de Bach em sua coluna musical do "Jornal do Brasil": "[...] É considerado o mais completo conhecedor da obra de Bach em todo o mundo." (17/08/70, Caderno B, p.4) Richter, que na América do Sul frequentava com regularidade as temporadas em Buenos Aires, a partir de 1966 passa a incluir o Brasil, em especial a cidade do Rio de Janeiro, na sua agenda anual de concertos acompanhado do elenco de solistas cantores alemães. Em duas temporadas do Ciclo Bach-Händel, nos anos de 1976 e 1978, Karl Richter sobe ao palco da Sala Cecília Meireles acompanhado da Orquestra Bach de Munique. A Sala Cecília Meireles, a música barroca e os Ciclos Bach Gênese A história da sala de concertos tem sua origem na localização onde ainda no século XIX encontrava-se a confeitaria denominada Armazém do Romão, "com entrada pelo Beco do Império, rua lateral da Sala e que o passar do tempo batizou como Teotônio Regadas"117. Pouco ou nada se sabe sobre tal estabelecimento que inicialmente ocupava o terreno onde hoje se encontra a Sala Cecília Meireles. As primeiras notícias sobre o prédio que deu origem ao edifício remontam às últimas décadas do século XIX, localizado no Largo da Lapa para abrigar o Hotel Freitas construído em 1887 e que posteriormente mudando de administração, passa a denominar-se Grande Hotel em 1896. Estabelecimento respeitável, costumava receber como hóspedes políticos da época em que a cidade era o Distrito Federal, rivalizando em qualidade de serviços com o tradicional e renomado Hotel dos Estrangeiros, localizado próximo ao Largo do Machado. Por sua excelente localização próximo ao Passeio Público, Biblioteca Nacional (esta, teve seu atual prédio fundado posteriormente em 1910), ao Cassino Fluminense (atual prédio do Automóvel Clube do Brasil à Rua do Passeio, 90), era frequentado pela burguesia e políticos nacionais. 117 Consultar site eletrônico da Sala Cecília Meireles.
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