UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ Programa de Pós Graduação em Ciência Animal

Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus: desempenho e parâmetros hematológicos

KAUANA SANTOS DE LIMA

ILHÉUS – BAHIA 2013

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KAUANA SANTOS DE LIMA

Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus: desempenho e parâmetros hematológicos

Orientador: Prof. Dsc. Luís Gustavo Tavares Braga

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, para obtenção do grau de Mestre em

Ciência Animal.

Área de concentração: Produção Animal

ILHÉUS – BAHIA 2013

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L732 Lima, Kauana Santos de. Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus: desempenho e parâmetros hematológicos / Kauana Santos de Lima. – Ilhéus, BA: UESC, 2013. lv f. : il.

Orientador: Luís Gustavo Tavares Braga. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Cruz. Programa de Pós-graduação em Ciência Animal. Inclui referências.

1. Aquicultura. 2. Probióticos. 3.Desempenho. I. Título.

CDD 639.8

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KAUANA SANTOS DE LIMA

Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus: desempenho e parâmetros hematológicos

Ilhéus-BA, 28/02/2013.

Luís Gustavo Tavares Braga - Dr. UESC/DCAA (Orientador)

William Cristiane Teles Tonini – Dr. UESC/DCAA

Eduardo Teixeira Arruda Lanna - Dr. UFV/DZOO

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Dedicatória

À minha família.

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“basta ser sincero e desejar profundo” Raul Seixas

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Agradecimentos A Deus, pelo dom da vida e por me permitir sonhar, buscar e realizar. Aos peixes, que deram suas vidas em nome da ciência. Aos meus pais, Claudia e Antônio, pelo amor, apoio e por serem o meu alicerce. Ao meu namorado e amigo Filipe Cipriano, por trilharmos esse caminho juntos. Ao meu orientador Gustavo Braga, pela paciência, dedicação, ensinamento e amizade. A minha linda família, em especial ao Vô Antônio, Vó Nega, Tia Diva, Tia Rita, Tio Claudionor, Tio Claudio e Lorena, pelo constante incentivo e a torcida. Aos meus amigos Vagner, Taiane, Ozana e Amanda pela compreensão nos momentos de ausência. A equipe AQUANUT, William, Francisco, Ricardo, Érica, Driele, Fernanda, Milane, Dani, Hortência, Bruno, Vinicius e Jhon, pela amizade, risadas e a grande torcida. As meninas da limpeza, Aurita, Alda, Jamile e especialmente a Dona Antônia, pelos cafés no momento de sonolência, os chás nos momentos de euforia e os abraços nos momentos de tristeza. A Camila Machado, pela fundamental ajuda no cultivo das leveduras. A Izabela Garcia, pelo bate papo hematológico e a grande ajuda nas análises. Aos colegas do Laboratório de Pesquisas em Química Analítica, Lucas, Anderson, Raphaela, Mayara e Givaldo. Aos professores Ana Paula Uetanabaro, Leandro Costa, Alexandre Munhoz, Raildo Costa e José Augusto, pela colaboração para realização desse projeto. E a todos que ajudaram indiretamente. Um muito obrigada.

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Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus: desempenho e parâmetros hematológicos

Resumo

Verificou-se o desempenho e a resposta hematológica de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus, alimentados com extrato de alho, extrato de canela e levedura submetidos ao estresse de captura. O experimento foi realizado no Laboratório de Alimentação e Nutrição de Peixes (Aquanut), Ilhéus, Bahia, onde 192 juvenis de piavuçu com peso médio inicial de 3,09 ± 0,8 g foram distribuídos em 16 tanques de fibra de vidro (170 L), com densidade de 12 peixes/tanque em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiam na adição de 1% de extrato de alho, 1% de extrato de canela, 9x105 UFC.g-1 de levedura Saccharomyces cerevisiae DS-5 e uma dieta controle, sem a inclusão de aditivo. Foram avaliados o desempenho, índices corporais e sobrevivência dos peixes. Após o ensaio de desempenho os peixes foram submetidos ao estresse de captura e o efeito dos aditivos como mitigador do estresse foi avaliado por meio de análises hematológicas. Observou-se maior ganho de peso e melhor conversão alimentar (P≤0,05) nos peixes alimentados com as dietas contendo os extratos de alho e de canela. Foram verificadas alterações nos números de leucócitos logo após o estresse nos peixes de todos os tratamentos. Foram observadas reduções nos números de trombócitos nos peixes suplementados com extrato de alho e dieta controle 24 horas após o estresse. Juvenis de piavuçu alimentados com dietas suplementadas com os extratos de alho e de canela ao nível de 10 g. Kg-1 apresentaram melhor desempenho, entretanto nas concentrações utilizadas esses aditivos não influenciaram nos parâmetros hematológicos quando os peixes foram submetidos ao estresse de captura.

Palavras chave: aquicultura, probiótico, fitogênico, desempenho

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Food additives in the nutrition juveniles of piavuçu, Leporinus macrocephalus: performance and hematological parameters

Abstract

It was verified the juveniles piavuçu’s performance and hematological response, Leporinus macrocephalus fed with garlic extract, cinnamon extract and yeast subjected to capture stress. The experiment was conducted at the laboratory of Food and Nutrition of Fish (Aquanut) Ilhéus, Bahia, where 192 juveniles piavuçu with an average initial weight of 3.09 ± 0.8 g were distributed in 16 tanks (170L), with a density of 12 fish per tank in a completely randomized design with four treatments and four replications. The treatments consisted of the addition of 1% of garlic extract, 1% extract of cinnamon, 9x105 CFU.g-1 of yeast Saccharomyces cerevisiae DS-5 and a control diet without the inclusion of additive. Was evaluated the performance, body index and fish survival. After the performance test the fish were subjected to the stress of capture and the effect of additives such as mitigating stress was assessed by hematological analysis. Was noted more weight gain and improved feed conversion (P ≤ 0.05) in fish fed with diets containing extracts from garlic and cinnamon. Changes were observed in numbers of leukocytes after the stress on the fish in all treatments. Reductions in the number of thrombocytes in fish supplemented with garlic extract and control diet 24 hours after stress. Piavuçu juveniles fed diets supplemented with extracts of garlic and cinnamon to the level of 10 g. Kg-1 had better performance, however the concentrations used in these additives did not affect hematologic parameters when fish were subjected to the stress of capture.

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Lista de tabelas

Tabela 1. Composição (g/Kg) das dietas experimentais...... 34

Tabela 2. Valores médios de desempenho de juvenis de piavuçu alimentados com dietas contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura...... 37

Tabela 3. Valores médios de composição corporal (g/ Kg) de juvenis de piavuçu alimentados com dietas contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura...... 40

Tabela 4. Valores de hematócrito e hemoglobina de juvenis de piavuçu alimentados com dietas contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura...... 40

Tabela 5. Valores de leucócitos, monócitos e linfócitos de juvenis de piavuçu alimentados com dietas contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura...... 41

Tabela 6. Valores de linfócitos de juvenis de piavuçu alimentados com dietas contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura...... 42

Tabela 7. Valores de neutrófilos segmentado e trombócitos de juvenis de piavuçu alimentados com dietas contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura...... 42

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Sumário

Introdução...... 11

2. Revisão de literatura ...... 14

2.1 Piavuçu, Leporinus macrocephalus ...... 14

2.2 Aditivos fitogênicos ...... 15

2.2.1 Alho, Allium sativum ...... 17

2.2.2 Canela, Cinnamomum zeylanicum ...... 18

2.3 Probiótico ...... 19

2.3.1 Levedura Saccharomyces cerevisiae ...... 21

2.4 Estresse ...... 22

3.0 Referências bibliográficas ...... 23

4.0 Manuscrito ...... 30

Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus macrocephalus: desempenho e variáveis hematológicas ...... 31

Resumo...... 31

Introdução ...... 32

Material e métodos ...... 33

Resultados e discussão ...... 36

Conclusão ...... 43

Referências bibliográficas ...... 44

Anexo 1: Normas para preparação de trabalhos científicos para publicação na Scientia agricola ...... 50

1. Introdução A piscicultura está em crescente expansão, atingindo produção mundial em 2011 de aproximadamente 154 milhões de toneladas. No Brasil, a produção de pescados em 2010 foi de 1.264.765 t, sendo 479.399 t provenientes da aquicultura, colocando o país como o 17° maior produtor mundial (MPA, 2012). Quando relacionado aos países das Américas, o Brasil é o terceiro maior produtor contribuindo com 18,6%, ficando atrás do Chile (701.062 t) e dos Estados Unidos (495.499 t) (FAO, 2012). Tradicionalmente, a produção aquícola brasileira é baseada em espécies exóticas como a tilápia-do-nilo Oreochromis niloticus e a carpa Ciprinus sp. Que somadas representam 63,4% da produção nacional de pescado desta modalidade (MPA, 2012). Entre as espécies nativas, as que possuem maior produção é o tambaqui Colossoma macropomum (54.313,1 t), o pacu Piaractus mesopatamicus (21.245,1 t) e o híbrido tambacu (21.621,4 t) com volume de 97.179,6 t em 2010 (MPA, 2012). O piavuçu, Leporinus macrocephalus, é um peixe onívoro com grande potencial para a aquicultura, pois aceita uma gama de alimentos, inclusive quando fornecidos por meio de ração. Esta espécie exibe rápido crescimento e rusticidade (BOSCOLO et al., 2005), podendo chegar a 7 kg (BEZERRA e SILVA, 1997), sendo também bastante apreciado para a pesca esportiva, em função da agressividade quando capturado (SOARES et al., 2000). A situação atual do Brasil no cenário da aquicultura apresenta propensão para expandir, pois desfruta de vasto território e excelentes condições climáticas, entretanto a produção não condiz com o seu potencial, além da maior parte dos peixes ser oriunda do sistema de produção semi-intensivo (RIBEIRO et al., 2005) que utiliza elevadas densidades de estocagem, tornando o peixe susceptível ao estresse e a doenças, gerando assim perdas produtivas. Com o intuito de reduzir a carga bacteriana nos sistemas de criação de peixes e promover crescimento acelerado, a utilização de antibióticos é uma prática existente desde o século passado, exercendo função bactericida e bacteriostática no hospedeiro, porém a utilização demasiada desses compostos pode resultar em aumento do número de micro-organismos patogênicos resistentes a agentes antimicrobianos, acúmulo no ambiente e na carcaça do animal, tornado-se um problema para a saúde pública (ARIAS e CARRILHO, 2012). Em função disso, no ano de 2006, a União Europeia, restringiu a utilização de antibióticos na produção animal apenas para fins terapêuticos. Iniciou-se então a

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busca por aditivos funcionais, como prebióticos, probióticos, simbióticos e fitogênicos, capazes de manipular a microbiota do hospedeiro, contribuindo principalmente para um equilíbrio intestinal, além de promover benefícios ao sistema imunológico e consequentemente melhoria no desempenho animal. O termo prebiótico foi utilizado pela primeira vez por Gibson e Roberfroid (1995) como “ingredientes nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas do cólon, melhorando a saúde do seu hospedeiro”. A palavra probiótico é oriunda do grego que significa “para a vida”. Foi definido por Fuller (1989) como produtos constituídos por microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal. Já aditivos simbióticos, são produtos que contém tanto prebiótico como probiótico. A aplicação de bactérias probióticas na nutrição de peixes tem sido uma alternativa promissora, propiciando benefícios tanto no desempenho animal, através da melhor utilização dos alimentos, estimulação da resposta imune, colonização seletiva do trato gastrointestinal diminuindo a carga patogênica, quanto influenciando positivamente na qualidade da água (MEURER et al., 2006; CARVALHO et al., 2010). Os aditivos fitogênicos, por sua vez, são caracterizados por compostos químicos oriundos das plantas (WANG et al., 1998) e o seu beneficio no desempenho animal está relacionado à suas propriedades flavorizantes, aumento nas secreções enzimáticas melhorando a digestibilidade e absorção de nutrientes e com suas atividades biológicas como antibacteriana, antiviral, antifúngica, antioxidante e imunoestimulatória (HASHEMI e DAVOODI, 2011). Entretanto para a identificação de um possível aditivo, podendo ser probiótico, prebiótico ou fitoterápico e sua utilização na produção de peixes é necessário a verificação da sua eficácia na melhoria dos parâmetros produtivos e fisiológicos. Com isso, objetivou-se avaliar o efeito do alho, canela e a levedura Saccharomyces cerevisiae na nutrição de juvenis de piavuçu (Leporinus macrocephalus) e seus possíveis benefícios sobre os parâmetros zootécnicos e efeito mitigador de estresse de captura.

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2. Revisão de literatura

2.1 Piavuçu, Leporinus macrocephalus O piavuçu, Leporinus macrocephalus, pertencente à ordem dos Characiformes, família Anosmomidae, é um peixe reofílico, endêmico das bacias do Paraná e Paraguai (BALDISSEROTO e GOMES, 2010). Está inserido em um grupo de 10 gêneros, com o maior porte entre eles (GARAVELLO e BRITSKI, 1988), podendo atingir até 7 kg (BEZERRA e SILVA, 1997). Os dados de produção desta espécie no Brasil não são detalhados, visto que estão inseridos no gênero Leporinus spp que totalizam 7.228 t (MPA, 2012). Fenotipicamente a espécie é caracterizada pelo corpo alongado, fusiforme, três manchas escuras na lateral (CASTAGNOLLI, 1992), boca pequena na posição terminal e dentes na forma de trapézio (RODRIGUES et al., 2006). Considerado um consumidor oportunista, o piavuçu tem hábito alimentar onívoro e seus itens alimentares são constituídos por insetos, como odonatas, dípteros, além de pequenos peixes e macrófitas (DURÃES et al., 2001), variando de acordo com a disponibilidade no ambiente (RIBEIRO et al., 2001). O potencial dessa espécie para a piscicultura está relacionado à facilidade na reprodução induzida (STREIT Jr et al., 2003), com elevada fecundidade, rápido crescimento, rusticidade, fácil adaptação à dieta artificial, elevada sobrevivência (SOARES et al., 2000), entretanto, um obstáculo para a expansão do cultivo é o fato desse gênero possuir espinhos intramusculares, não sendo apropriado para a indústria de filetagem (REIDEL et al., 2004). O piavuçu foi utilizado com espécie de interesse em estudos desenvolvidos sobre toxidade (BARCAROLLI e MARTINEZ, 2004; ALBINATI et al., 2009), genética (MORELLI et al., 2007; HASHIMOTO et al., 2010), parasitologia (MARTINS et al., 1999), hematologia (TAVARES-DIAS et al., 2009), reprodução (RIBEIRO et al., 2003) e nutrição (SOARES et al., 2000; FARIA et al., 2001; NAVARRO et al., 2007; GALDIOLI., 2008). Com relação aos trabalhos sobre coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) de nutrientes e energia para o piavuçu ressaltam-se os realizados por Gonçalves e Furuya (2004) e Souza e Hayashi (2003) que analisaram os CDA da matéria seca, proteína bruta e energia bruta de ingredientes de origem animal e vegetal.

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Quanto às necessidades nutricionais doa espécie, Bittencourt et al. (2010) definiram níveis de 35% de proteína bruta (PB) kg-1 e 3.500 kcal de energia digestível (ED) kg-1 como os que propiciam melhores resultados para o crescimento de juvenis de 0,40 g. Navarro et al. (2007) afirmaram que a exigência de energia digestível de juvenis de piavuçu (0,56 g) é de 2.700 kcal de ED kg-1 e 28 % de PB kg-1. Faria et al. (2001) avaliaram a substituição da farinha de peixe por farelo de soja para juvenis de piavuçu e concluíram que a substituição total da farinha de peixe melhora os parâmetros de desempenho. Galdioli et al. (2001) afirmaram que a substituição de até de 50% do farelo de soja por farelo de canola e de algodão não prejudica o desempenho de juvenis de piavuçu. Nagae et al. (2001) concluíram que a inclusão de até 25,7% de triticale na dieta de juvenis de piavuçu não afeta o desempenho dos peixes. Reidel et al. (2004) ao analisarem o rendimento e características morfométricas de piavuçu, constataram menores valores de peso total e comprimento total nos indivíduos machos quando comparados as fêmeas, entretanto o melhor rendimento de filé e rendimento de carcaça foi encontrado nos machos quando mantidos sobre as mesmas condições ambientais.

2.2 Aditivos fitogênicos A utilização de plantas para fins terapêuticos é antiga, datado de 3000 AC no império da Babilônia. No Brasil essa prática já era realizada antes da colonização portuguesa, pois os índios utilizavam plantas nativas, entre elas o caju Anacardium occidentale, maracujá (Passiflora sp.) e a mandioca (Manihot esculenta) para curar problemas estomacais e infecções. Eles também se beneficiavam das propriedades antibacterianas das plantas, ao utilizarem plantas nativas para curar sarnas (SOUZA, 1587). O efeito benéfico das plantas está relacionado com os seus metabólitos secundários, ou principio ativo. Em geral, as plantas sintetizam vários compostos, dos quais um ou um grupo deles determinará a ação principal. Esses compostos podem ser concentrados em diferentes partes das plantas e estão intimamente relacionados com os mecanismos de defesa ou como atrativos para polinizadores (VIZZOTTO et al., 2010; MARTINS et al., 2000). Os princípios ativos podem está presente na forma de óleo essencial (composto volátil, insolúvel em água e na maioria das vezes é responsável pelo odor característico do alimento), alcaloides, taninos, mucilagens (polissacarídeos

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complexos formados por açúcares simples), glicosídeos, flavonoides, ácidos orgânicos, saponinas, princípio amargo e heterosídeo (KAZIYAMA et al., 2012). O teor desses compostos é variável em função do grau de maturação, composição do solo, condições climáticas e técnicas de processamento. Defini-se aditivo fitogênico como componentes das plantas incorporados a dieta animal que proporciona benefícios às funções orgânicas. São classificados de acordo com o processamento principalmente em extrato, óleo essencial e oleorresina (WINDISCH et al., 2007). Na aquicultura essa prática é recente e tem se destacado, pois pode aumentar a palatabilidade da dieta (ABDEL-TAWWAB et al., 2010), devido à volatilização dos óleos essenciais e de outros compostos presentes, estimular a secreção de enzimas, manipular a microbiota intestinal beneficamente, exercendo efeito antimicrobiano, além de proporcionar resultados positivos como imunomodulador (AHMAD et al., 2011; TALPUR e IKHWANUDDIN, 2012; KIM et al., 2012). Entretanto a adição excessiva pode causar efeito deletério no consumo de alimento e até intoxicação dos peixes (GABBI et al., 2009; SILVA et al., 2012). Em estudos realizados com suínos Jugl-Chizzola et al. (2005) observaram decréscimo no consumo para os animais alimentados com dietas contendo extratos de tomilho Thymus vulgaris e orégano Origanum vulgare. Costa et al. (2011) afirmaram que o excesso dos aditivos pode causar piora na palatabilidade das dietas. Os aditivos fitogênicos podem também alterar a secreção de saliva, suco gástrico, suco pancreático, sais biliares e enzimas do intestino delgado (PLATEL e SRINIVASAN, 2004), influenciando na digestibilidade dos nutrientes (OETTING et al., 2006; BRANCO et al., 2011). O efeito dos extratos vegetais na microbiota intestinal está relacionado com a redução da capacidade de adesão dos micro-organismos patogênicos ao epitélio intestinal e com sua natureza hidrofóbica, devido a afinidade com os lipídeos da membrana plasmática das bactérias, interferindo na permeabilidade da membrana (DORMAN e DEANS, 2000). A influência dos extratos como imunomodulador foi evidenciado por Sivaram et al. (2004) que encontraram maior atividade fagocítica em Epinephelus tauvina suplementado com Ocimum sanctum (tulasi), Withania somnifera (ginseng indiano) e Myristica fragrans (noz-moscada) e Yin et al. (2006) verificaram maior atividade da lisozima em tilápia-do-nilo alimentada com os extratos de

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Astragalus radix (astragalus) e Scutellaria radix (skullcaps). Harikrishnan et al. (2009) observaram o aumento da resistência de Cirrhina mrigala infectada com Aphanomyces invadans, enquanto Guz et al. (2011) constataram a maior sobrevivência de Poecilia reticulata infectada com bestiarum quando alimentada com dieta suplementada com Echinacea purpurea.

2.2.1 Alho, Allium sativum A utilização do alho, Allium sativum, pela humanidade é bastante antiga, sendo encontrado em escavações de pirâmides egípcias e nos templos gregos. Referências sobre a sua utilização também são encontradas na bíblia, quando os escravos judeus foram alimentados com alho para conferir-lhe maior força e produtividade (RIVLIN, 2001). Essa hortaliça bulbosa apresenta propriedades peculiares em função dos elevados níveis de minerais, como cálcio, ferro e magnésio, compostos sulfurados e aminoácidos presente em sua constituição (AGARWAL, 1996). Dentre os principais compostos organosulfurados presentes no alho, destaca-se a alicina, a qual confere o odor característico e a sua formação é decorrente da ação da enzima alinase sobre a aliina (AGARWAL, 1996). Os benefícios da utilização do alho na saúde humana estão relacionados com sua capacidade de reduzir a pressão arterial, antioxidante, antitumoral, prevenção de doenças cardiovasculares (ALMEIDA e SUYENAGA, 2009), poder hiperglicêmico (EIDI et al., 2006) e antiviral (PAI e PLATT, 2008). Na nutrição animal, o alho é utilizado pela sua eficiência no aumento das secreções enzimáticas, potencial antibacteriano (DELMING e KOCH, 1974; BARA e VANNETI, 1998) e atividade antioxidante (MARIUTTI e BRAGAGNOLO, 2009). Na aquicultura, o alho foi utilizado por Shalaby et al. (2006) que comparando com a utilização do antibiótico cloranfenicol no controle de micro-organismos e como promotor de crescimento em tilápia-do-nilo concluíram que a adição de 3% deste fitogênico promoveu maior ganho de peso e diminuiu a carga bacteriana, beneficiando a saúde animal. Talpur e Ikhwanuddin (2012) observaram o efeito imunoestimulatório do alho sobre a perca gigante (Lates calcarifer) e demonstraram que o alho pode ser utilizado tanto como elemento terapêutico como promotor de crescimento.

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2.2.2 Canela, Cinnamomum zeylanicum A caneleira é uma árvore pequena, nativa do Sri Lanka, onde é extraída a casca, especiaria muito utilizada na culinária e na medicina. Na antiguidade os monarcas apreciavam a canela pelo seu odor e sabor peculiares, adquirindo valores maiores do que o ouro. O efeito benéfico da canela na saúde está relacionado com os compostos químicos que a constituem, como o cinamaldeído que compõe entre 60 e 95% do óleo essencial (MICHIELS, 2009), sendo responsável pelo odor característico e pelas atividades antioxidante, antimicrobiana e antifúngica (SINGH et al., 2007), além de influenciar nos processos digestivos, estimulando a secreção de enzimas pancreáticas (WANG e BOURNE, 1998). Na aquicultura, Yeh et al. (2009) avaliaram os efeitos no sistema imunológico e resistência a doença em camarões Litopenaeus vannamei alimentado com óleo essencial de canela e concluíram que este aditivo inibiu o crescimento dos patógenos e aumentou a imunidade dos animais suplementados. Ahmad et al. (2011) conduziram um experimento para avaliar o efeito da adição de 1% de canela e verificaram melhorias sobre o desempenho e composição corporal de tilápia-do-nilo desafiada com Aeromonas hydrophila.

2.3 Probiótico A utilização de micro-organismos visando a saúde humana é datada do século passado, quando o bacteriologista Eli Metchnikoff explicou cientificamente os benefícios das bactérias láticas em leites fermentados (SHAH, 2007). No ano de 1965, Lilly e Stillwell definiram probiótico como “substância secretada por um micro-organismo, a qual estimula o crescimento de outro”, sendo o conceito mais coerente o empregado por Fuller (1989) “produtos constituídos por microrganismos vivos que afetam beneficamente o animal hospedeiro, promovendo o equilíbrio da microbiota intestinal”. Estudos com micro-organismos na aquicultura surgiram timidamente no final do século XX quando Matty e Smith (1978) incluíram levedura, alga e bactéria na alimentação de truta e observaram melhor desempenho nos tratamentos com bactéria e levedura. Em 1980, Yasudo e Taga sustentaram a hipótese de que bactérias poderiam ser úteis como alimento e como controladores de doenças em peixes (VERSCHUERE et al., 2000).

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A influência dos micro-organismos na nutrição de peixes foi destacada por MacDonald et al. (1986), que ao analisarem a microbiota intestinal de linguado (Paralichthys orbignyanus), afirmaram que os micro-organismos endêmicos da microbiota intestinal poderiam contribuir nos processos nutricionais. Pesquisadores definiram o conceito de probiótico na aquicultura, como suplemento alimentar microbiano vivo que afeta de forma benéfica o hospedeiro pela melhora do seu balanço microbiano intestinal, sendo estratégico na redução de compostos nitrogenados e fosfatados na água (GOMEZ-GIL et al., 2000; VERSCHUERE et al., 2000; BALCAZAR et al., 2006). A seleção de um micro-organismo probiótico deve ser apoiada em características intrínsecas como tolerância ao baixo pH estomacal; potencial de multiplicação na presença de sais biliares; habilidade a aderir e multiplicar-se no epitélio intestinal; produzir compostos bactericida; modular a resposta imunológica; adequado conjunto organoléptico; manter-se estável e viável por longos períodos; e não conter genes de virulência e variações genéticas (SAARELA et al., 2000; BALCAZAR et al., 2006; WATSON et al., 2007). Dentre os micro-organismos mais utilizados na aquicultura estão as bactérias ácido láticas como Lactobacillus sp. (ESSA et al., 2010; DIAS et al., 2010; Gonçalves et al., 2011) e Bacillus sp. (DIAS et al., 2010; AI et al., 2011) e a levedura Saccharomyces cerevisiae (PEZZATO et al., 2006; MEURER et al., 2007; ESSA et al., 2010). O efeito positivo do probiótico no desempenho de peixes foi demonstrado por Lara-Flores et al. (2003) que utilizaram uma mistura de bactérias (Streptococcus faecium e Lactobacillus acidophilus) e levedura (Saccharomyces cerevisiae) para juvenis de tilápia-do-nilo concluindo que a adição desses micro-organismos melhoraram o crescimento dos peixes. Gunther e Jiménez-Montealegre (2004) observaram melhor desempenho de tilápias-do-nilo submetidas ao estresse de captura suplementadas com Bacillus subtilis. Mohapatra et al. (2011) utilizaram Bacillus subtilis, Lactococcus lactis e Saccharomyces cerevisiae em diferentes combinações na dieta de rohu (Labeo rohita) e concluíram que a utilização desses micro-organismos resultam em uma dieta equilibrada, de baixo custo, propiciando melhores desempenho e utilização de nutrientes. A influência do probiótico na secreção enzimática foi demonstrado por Essa et al. (2010) ao conduzirem um experimento para determinar os benefícios de Bacillus subtilis NIOFSD017, Lactobacillus plantarum e Saccharomyces

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cerevisiae NIOFSD019 sobre o desempenho, utilização de alimentos e atividades das enzimas digestivas de tilápia-do-nilo. Esses pesquisadores concluíram que todos os micro-organismos foram efetivos para estimular o crescimento, entretanto, a atividade proteolítica e lipolítica foi menor no grupo suplementado com Saccharomyces cerevisiae. O potencial do probiótico em competir com bactérias patogênicas foi demonstrado por Silva et al. (2012) que avaliaram o uso de probióticos Bacillus spp. e antibiótico na produção de pós-larvas do camarão rosa (Farfantepenaeus brasiliensis) e a concentração de Vibrio spp. no cultivo. Os autores afirmaram que a utilização de ambos os aditivos não influenciam os parâmetros físicos e químicos da água, crescimento e sobrevivência dos animais, entretanto, a concentração de Vibrio spp. na água de cultivo se mantém semelhante, evidenciando que o antibiótico pode ser substituído pelo probiótico nessa fase.

2.3.1 Levedura, Saccharomyces cerevisiae As leveduras e seus derivados estão sendo utilizados na alimentação de peixes por melhorarem as reposta no desempenho, beneficiar o sistema imune não especifico e aumentar a resistência contra infecções bacterianas (PEZZATO et al,. 2006). Esses micro-organismos apresentam capacidade de aderirem ao muco e epitélio intestinal dos animais auxiliando na digestão das fibras, produzindo ácidos graxos de cadeia curta, que são posteriormente utilizados como fonte de energia pela mucosa intestinal (ANDLID et al., 1995). Hisano et al. (2007) comparando a levedura Saccharomyces cerevisae com seus derivados na alimentação de tilápia-do-nilo verificaram que a levedura autolisada proporcionou as melhores respostas de desempenho em relação aos demais tratamentos, sugerindo que a levedura e derivados do seu processamento possuem quantidades satisfatórias de aminoácidos neutros, básicos e ácidos que podem conferir potencial palatabilizante nas rações suplementadas. Porém Meurer et al. (2006), utilizando a levedura Saccharomyces cerevisiae para as fases iniciais do cultivo de tilápia-do-nilo não verificaram efeito positivo, influenciando apenas nos menores valores de coliformes fecais intestinais dos peixes.

2.4 Estresse O estresse em peixe foi definido como um conjunto de reações fisiológicas do animal para restaurar a homeostase. Essas alterações são divididas em três fases,

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sendo a primeira uma aumento nos níveis de cortisol e catecolaminas, a segunda indicada por alterações metabólicas, como aumento na glicemia e diminuição do glicogênio hepático e a terceira, caracterizada pela mobilização das reservas energéticas (BARCELLOS et al., 2000), acarretando em menor desempenho, pois a energia destinada ao crescimento será desviada para compensar o ambiente desfavorável. Os parâmetros hematológicos são considerados ferramentas eficientes para detectar alterações fisiológicas e pesquisas demonstraram mudanças nos valores de eritrócitos (GONÇALVES et al. 2011), leucócitos totais, linfócitos, neutrófilos, monócito (FALCON et al., 2008), trombócitos (GARCIA et al., 2012) em peixes submetidos a estresse. Tavares-Dias et al. (2008) estudaram os parâmetros hematológicos de piavuçu adultos considerados saudáveis e identificaram os níveis normais de hematócrito (36,0 ± 4,9 %), hemoglobina (10,8 ± 1,2 g. dL-1), trombócitos (47,875 ± 20,962 %), linfócitos (13,726 ± 20,736 %) neutrófilos (4,376 ± 3,795 %) e monócitos (745,0 ± 1,311 %).

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4. Manuscrito

Os resultados obtidos serão apresentados em forma de artigo científico, o qual será submetido ao periódico Scientia Agricola. Desta forma, a formatação do manuscrito aqui apresentado seguirá as normas da Revista que está disponível no Anexo 1.

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Aditivos alimentares na nutrição de juvenis de piavuçu, Leporinus

macrocephalus: desempenho e parâmetros hematológicos

Resumo

Verificou-se o desempenho e a resposta hematológica de juvenis de piavuçu,

Leporinus macrocephalus, alimentados com extrato de alho, extrato de canela e levedura submetidos ao estresse de captura. O experimento foi realizado no Laboratório de Alimentação e Nutrição de Peixes (Aquanut), Ilhéus, Bahia, onde 192 juvenis de piavuçu com peso médio inicial de 3,09 ± 0,8 g foram distribuídos em 16 tanques de fibra de vidro (170 L), com densidade de 12 peixes/tanque em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiam na adição de 1% de extrato de alho, 1% de extrato de canela, 9x105 UFC.g-1 de levedura Saccharomyces cerevisiae DS-5 e uma dieta controle, sem a inclusão de aditivo. Foram avaliados o desempenho, índices corporais e sobrevivência dos peixes.

Após o ensaio de desempenho os peixes foram submetidos ao estresse de captura e o efeito dos aditivos como mitigador do estresse foi avaliado por meio de análises hematológicas. Observou-se maior ganho de peso e melhor conversão alimentar

(P≤0,05) nos peixes alimentados com as dietas contendo os extratos de alho e de canela.

Foram verificadas alterações nos números de leucócitos logo após o estresse nos peixes de todos os tratamentos. Foram observadas reduções nos números de trombócitos nos peixes suplementados com extrato de alho e dieta controle 24 horas após o estresse. Os extratos de alho e de canela promovem efeito benéfico no desempenho de juvenis de piavuçu, entretanto nas concentrações utilizadas não apresentam efeito mitigador ao estresse de captura.

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Introdução

Com a busca por maior produtividade e a intensificação da produção de peixes, os atuais sistemas de cultivos utilizam elevadas densidades de estocagem, propiciando risco de estresse aos peixes, tornando-os susceptíveis a doenças e consequentemente perdas econômicas. Para atenuar esse problema, a utilização de antibióticos tornou-se prática promissora, tanto como imunoestimulante quanto promotor de crescimento, entretanto, no ano de 2006, a União Europeia restringiu a utilização de aditivos apenas para fins terapêuticos.

Nos últimos anos intensificaram-se os estudos com aditivos funcionais, ambientalmente corretos, que não deixem resíduos ou causem prejuízo à saúde humana e dos peixes (Cyrino et al., 2010). Espera-se que tais aditivos tenham efeitos benéficos no aproveitamento do alimento, melhorando os índices zootécnicos que contribua para um equilíbrio intestinal e que contenham substâncias que atenuem os efeitos do estresse na fisiologia do peixe.

Entre os aditivos utilizados na nutrição destacam-se os probióticos, que são micro-organismos que afetam beneficamente o hospedeiro (Fuller, 1989). Dentre os micro-organismos mais utilizados na aquicultura estão as bactérias ácido láticas como

Lactobacillus sp. (Essa et al., 2010; Dias et al., 2010) e Bacillus sp. (Dias et al., 2010;

Ai et al., 2011) e a levedura Saccharomyces cerevisiae (Pezzato et al., 2006; Meurer et al., 2006; Essa et al., 2010).

Os benefícios da alimentação de peixes com a levedura Saccharomyces cerevisiae está relacionado ao desempenho animal, através da melhor utilização dos alimentos, estimulação da resposta imune e colonização seletiva do trato gastrointestinal diminuindo a carga patogênica (Meurer et al., 2006).

32

Outra importante opção na busca de melhorias produtivas é a utilização de aditivos fitogênicos, que são componentes das plantas incorporados à dieta animal que proporciona benefícios a funções orgânicas. São classificados de acordo com o processamento em extrato, condimentos, óleo essencial e oleorresina (Windisch et al.,

2007).

Estudos têm demonstrado os benefícios da adição dos diferentes extratos herbais na nutrição e na saúde de peixes, como Scutellaria baicalensis (Kim et al.,

2012), Euphorbia hirta (Sheikhlar et al., 2011), Echinacea purpurea (Guz et al., 2011),

Allium sativum (Talpur e Ikhwanuddin, 2012) e Cinnamomum zeylanicum (Ahmad et al., 2011).

Os extratos de alho e de canela estão sendo utilizados na aquicultura, pois melhoram a palatabilidade da dieta, estimulam a secreção de enzimas, manipulam a microbiota intestinal, exercem efeito antimicrobiano, além de proporcionarem resultados positivos como imunomodulador (Ahmad et al., 2011; Talpur e Ikhwanuddin,

2012; Kim et al., 2012).

O piavuçu, Leporinus macrocephalus, é um peixe reofílico, endêmico das bacias do Paraná e Paraguai. Apresenta facilidade na reprodução induzida (Streit Jr et al., 2003), possui hábito alimentar onívoro aceitando uma gama de alimentos, inclusive quando fornecidos na forma de ração. Estudos foram desenvolvidos sobre toxidade

(Barcarolli e Martinez, 2004; Albinati et al., 2009), genética (Morelli et al., 2007;

Hashimoto et al., 2010), parasitologia (Martins et al., 1999), hematologia (Tavares-Dias et al., 2009), reprodução (Ribeiro et al., 2003) e nutrição (Soares et al., 2000; Faria et al., 2001; Boscolo et al., 2005; Navarro et al., 2007; Galdioli., 2008), entretanto não existem informações a respeito dos efeitos de aditivos fitogênicos para esta espécie.

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Com isso, objetivou-se avaliar o efeito do extrato de alho, extrato de canela e a levedura Saccharomyces cerevisiae na nutrição de juvenis de piavuçu (Leporinus macrocephalus) e seus possíveis benefícios sobre os parâmetros zootécnicos e efeito mitigador de estresse de captura.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Laboratório de Nutrição e Alimentação de peixes (Aquanut), Ilhéus, Bahia, Brasil (14º 47' 20” S 39º 02' 58” W), no período de oito de dezembro a 12 de janeiro de 2013, com duração de 35 dias. Foram utilizados 500 juvenis de piavuçu (2,0 ± 1,2 g) oriundos da Fazenda Canta Galo (Ibirataia, Bahia,

Brasil). No Aquanut, os peixes foram submetidos a banho de imersão em água com sal a

1% por 15 minutos, como medida profilática. Os peixes foram aclimatados às condições laboratoriais e manejo alimentar por duas semanas em 16 tanques de fibra de vidro (170

L) dotados de aeração constante e filtro biológico.

Foram selecionados 192 juvenis de piavuçu com peso médio inicial de 3,09 g ±

0,8 e distribuídos em 16 tanques de fibra de vidro (170 L), com densidade de 12 peixes/tanque em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tanques eram abastecidos com fluxo contínuo (0,084 m3/h) de

água em um sistema de circulação fechada utilizando bomba d’água (Dancor®, RJ,

Brazil – ¾ cv), com filtragem biológica e aeração constante através de soprador (WEG de 1 cv) .

Diariamente os tanques foram sifonados para retirada de possíveis sobras de rações e fezes e semanalmente as variáveis físicos e químicos da água eram mensuradas, ficando a temperatura, O2D, O2 % e pH em 29,3 °C; 7,4 mg/L, 98% e 7,2,

34

respectivamente.

Formulou-se uma dieta basal (Tabela 1) considerada como controle, com auxílio do programa computacional SUPER CRAC® com base nas necessidades nutricionais de Leporinus macrocephalus (Bittencourt et al., 2010; Navarro et al., 2007;

Faria et al.,2001). A dieta basal foi utilizada para elaboração das dietas dos demais tratamentos, por meio da inclusão dos extratos de alho, de canela e levedura. Para a confecção das dietas, os ingredientes foram processados individualmente em moinho de faca com peneira de 0,5 mm e posteriormente adicionado os aditivos de acordo com cada tratamento. Os grânulos foram secos em estufa a 55°C por 24 horas, posteriormente desintegrados e armazenados em refrigerador (12 °C) durante todo o período experimental.

Tabela 1. Composição (g/Kg) das dietas experimentais

Dieta experimental Ingrediente Controle Ext. Alho Ext. Canela Levedura Farelo de soja - 45% 306,90 306,90 306,90 306,90 Farelo de trigo 39,60 39,60 39,60 39,60 Fubá de milho 49,50 49,50 49,50 49,50 Amido de milho 129,88 129,88 129,88 129,88 Farinha de peixe - 55% 306,90 306,90 306,90 306,90 Farelo de glúten - 22% 95,24 95,24 95,24 95,24 Celulose em pó 46,93 36,93 36,93 16,65 Premix mineral e vitamínico1 10,00 10,00 10,00 10,00 Sal comum 5,00 5,00 5,00 5,00 BHT 2 0,02 0,02 0,02 0,02 Levedura (UFC.g-1) - - - 9x 105 Extrato de canela - - 10,00 - Extrato de alho - 10,00 - - Valores calculados (g/Kg)

Matéria seca 954,52 950,32 945,74 945,47

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Proteína bruta 39,76 38,87 38,08 36,00 Energia bruta (Kcal/kg) 4325 4213 4195 4368 Extrato Etéreo 97,86 96,57 100,23 93,71

1 Composição/Kg: Mg – 2.600 mg; Zn – 14.000 mg; Fe – 10.000 mg; Cu – 1.400 mg; Co – 20 mg; I – 60 mg; Se – 60 mg; Vit. A – 1.000.000 UI; Vit. D3 – 400.00 UI; Vit. E – 10.000 mg; Vit. K3 – 500 mg; Vit. B1 – 2,500 mg; Vit. B2 – 2.500 mg; Vit. B6 – 2.500 mg; Vit. B12 – 3.000 mcg; Vit. C – 35.000 mg; Ac. Fólico – 500 mg; Ac. Pantotênico – 5.000 mg; Niacina – 10.000 mg; Biotina – 80.000 mcg; Colina – 200.000 mg; Metionina – 130 g; Inositol – 5.000 mg; Etoxiquin – 15.000 mg.

2 Butilhidroxitolueno

Em todos os tratamentos, utilizou-se a formulação da deita controle, entretanto as dietas eram variáveis de acordo com o aditivo adicionado, sendo o tratamento controle sem a adição de aditivo, e os demais compostos da adição de: extrato de alho

(10 g. Kg-1) (Kitano, Yoki Alimentos S.A), extrato de canela (10 g. Kg-1) (Kitano, Yoki

Alimentos S.A) e levedura DS-5 Saccharomyces cerevisiae (9 x 105 UFC.g-1), em substituição parcial da celulose. Nesse período os peixes foram alimentados quatro vezes ao dia (9h00; 12h00; 14h00; 16h00).

A Saccharomyces cerevisiae utilizada foi isolada de dornas de fermentação para a produção de cachaça artesanal. Foi realizado o teste para verificar a pureza, viabilidade de crescimento celular. No laboratório, as leveduras foram incubadas por 30 horas em 200 ml de meio extrato de malte (2,0 g glicose; 2,0 g extrato de malte; 0,1 peptona; 200 ml água destilada) em shaker com temperatura de 30°C e rotação de 150 rpm. Posteriormente, foram transferidas para 1000 ml de meio extrato de malte (20 g glicose; 20 g extrato de malte; 1,0 g peptona; 1000 ml água destilada), incubados por 14 horas em shaker com temperatura de 30°C e rotação de 150 rpm. A pureza foi novamente verificada, onde as células foram mantidas em contato, durante 10 minutos, com a solução azul de metileno. Posteriormente, foram realizadas duas centrifugações em ultra centrífuga, sendo que na primeira foi descartado o sobrenadante e adicionado

água destilada e na segunda retirada, a água destilada e coletada a massa de levedura no fundo dos recipientes.

36

Para análise da viabilidade da levedura, após o preparo 25 g da dieta foram adicionados em 225 mL de solução de água salina 0,85%, em seguida 1 mL dessa solução foi transferida para um tubo de ensaio contendo 9 mL de solução salina e realizou-se diluições seriadas. Posteriormente, 200 µL de cada diluição foi plaqueado em triplicata com auxílio da alça de Drigalsky em placas contendo BDA (Agar 1,5%; dextrose 1,0%; caldo de batata 2,0%). Em seguida as placas foram incubadas a 25º C durante três dias e no final do período de incubação realizou-se a contagem da viabilidade celular. Realizou-se esse mesmo procedimento ao final do experimento, com as dietas utilizadas.

Ao final do experimento, todos os juvenis de cada unidade experimental foram contados, pesados e medidos individualmente para determinação dos parâmetros de sobrevivência, ganho de peso (GP), consumo de ração aparente (CRA), conversão alimentar aparente (CA), comprimento total (CT), comprimento padrão (CP) e altura

(A).

De cada unidade experimental, foram coletados aleatoriamente dois indivíduos, insensibilizados (benzocaína -3 mg/L) para retirada do trato gastrointestinal e do fígado para a determinação dos índices digestivossomático e hepatossomático.

As análises de composição corporal foram realizadas utilizando 12 peixes, sendo dois por tratamento. Os peixes permaneceram ao final do experimento em jejum por 24 horas para o esvaziamento do trato digestório e foram abatidos utilizando benzocaína -3 mg/L. O mesmo procedimento foi realizado no início do experimento com cinco peixes escolhidos aleatoriamente. Após o abate os peixes foram secos em estufa a 65ºC por 72 horas e moídos inteiros para análises de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e matéria mineral, conforme metodologia descrita por “Official

Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists” (AOAC,

37

2000).

Com o intuito de avaliar o efeito dos aditivos, extrato de alho, extrato de canela e levedura sobre o estresse, os peixes foram submetidos a um estresse de captura com amostragem sanguínea antes, logo após e 24 horas depois do estresse. Ao final da análise de desempenho os peixes foram retirados dos tanques com puçá e mantidos fora da água por 30 s, repetindo-se esse procedimento por quatro vezes, seguindo a metodologia de Martins et al. (2004). Dois peixes de cada repetição em cada momento de amostragem foram utilizados para retirada de 0,5 mL de sangue, via punção cárdica, com seringas lavadas com heparina.

Foi realizada a contagem do número de eritrócitos e leucócitos totais pelo método do hemocitômetro em câmara de Neubauer utilizando-se solução de cloreto de sódio a 0,6% em pipeta de Thoma como solução diluente. O hematócrito foi verificado pelo método microhematócrito. A diferenciação dos leucócitos foi realizada em esfregaço sanguíneo corado pelo método panótico rápido.

Os dados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância

(ANOVA) ao nível de probabilidade de 5% e, em caso de diferença estatística, foi aplicado o Teste Tukey. Os cálculos foram desenvolvidos com o auxílio do software

SISVAR 4.0.

Resultados e discussão

Foram observadas diferenças (p≤0,05) nas variáveis ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar entre os tratamentos. O maior ganho de peso e menor conversão alimentar aparente foram detectados nos tratamentos com extrato de alho e extrato de canela, com média de 8,4 g e 0,88, respectivamente. O consumo diário dos

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peixes alimentos com extrato de alho e levedura diferiram entre si, mas não diferiram entre os tratamentos extrato de canela e controle (Tabela 2).

Tabela 2. Valores médios de desempenho de juvenis de piavuçu alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura

Tratamento Variável Controle Ext. Alho Ext. Canela Levedura CV (%) (p) GP1 6,54b 8,44a 8,53a 5,72b 9,61 0,002 CRD2 0,19ab 0,24a 0,20ab 0,19b 8,12 0,025 GPD3 0,23 0,23 0,21 0,18 26,46 0,687 CAA4 0,98b 0,96ab 0,81a 1,11b 7,23 0,004 CT5 87,17 93,32 92,03 85,83 3,40 0,054 CP6 73,29 78,59 75,12 73,00 5,68 0,345 A7 21,52 23,23 22,88 21,02 4,78 0,097 IHS8 0,82 0,78 0,73 0,90 19,03 0,618 IDS9 3,04 3,02 2,87 3,27 7,65 0,286 Médias seguidas por letras diferentes nas linhas diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey (P<0,05).

1GP: Ganho de peso (g); 2CRD: Consumo de ração diário; 3GPD: Ganho de peso diário (g.dia-1); 4CAA: Conversão alimentar aparente; 5CT: Comprimento total; 6CP: Comprimento padrão; 7 A: Altura; 8IHS: Índice hepatossómatico; 9IDS: Índice digestivossomático

Durante o período experimental não foi observado mortalidade em nenhum dos tratamentos, demonstrando que os parâmetros físicos e químicos da água estavam dentre da faixa de conforto e que o manejo alimentar estava adequado para a espécie.

Não houve efeito dos aditivos testados (p>0,05) sobre o comprimento total, comprimento padrão, altura, índice digestivossomático e índice hepatossomático dos peixes. Alterações nos índices hepatossomático podem ser resultantes de fatores antinutricionais presente na dieta o que acarretaria em depressão no crescimento e mortalidade (Francis et al. 2001).

O efeito benéfico dos extratos de alho e da canela no ganho de peso pode estar

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relacionado com o efeito benéfico sobre a digestão, aumentando as secreções pancreáticas e o tempo que o alimento fica exposto aos processos digestivos e absortivos, além de promover mudanças na microbiota intestinal (Petrolli et al., 2012).

O alho apresenta propriedades peculiares em função dos elevados níveis de minerais, como cálcio, ferro e magnésio, compostos sulfurados e aminoácidos presente em sua constituição. Dentre os compostos biológicos mais ativos, destaca-se a alicina, cujo qual confere o odor característico (Agarwal, 1996). Rafsanjani et al. (2006) estudaram o comportamento do ácido gástrico e da pepsina em ratos alimentados com rações suplementadas com alho e observaram aumento na secreção dessas substâncias, o que pode acarretar em melhor digestão e consequentemente melhor desempenho para o animal.

O efeito benéfico da canela na saúde está relacionado com os compostos químicos que a constituem como o princípio ativo cinamaldeído, responsável pelo odor característico e pelas atividades antioxidante, antimicrobiana e antifúngica (Singh et al.,

2007), além de influenciar nos processos digestivos, estimulando a secreção de enzimas pancreáticas.

Boudry e Perrier (2008) afirmaram que o cinamaldeído induz a secreção de

- - HCO3 e CL por células do epitélio intestinal, tendo também efeito na adesão de bactérias na microbiota intestinal. A redução da carga bacteriana intestinal resulta em menor competição por nutrientes e aumento da área de absorção da mucosa (Sanders,

2003).

A eficiência dos aditivos fitogênicos como promotores de crescimento em peixes foram demonstrados por Abdel-Tawwab et al. (2010) com chá verde (Camellia sinensis) em tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus), Xie et al. (2008) com chá essiac

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(Rheum officinaleo) em carpa (Ciprinus carpio), Rao et al. (2004) com chaff flor

(Achyranthes áspera) em rohua (Labeo rohita) e Zheng et al. (2009) com orégano

(Origanum heracleoticum) em catfish (Ictalurus punctatus).

A aplicabilidade do alho na nutrição de peixe foi demostrada por Guo et al.

(2012) ao suplementaram garoupa (Epinephelus coioides) com extrato de alho (1,3 e

4,0%) por 14 dias obtiveram maior ganho de peso, melhor eficiência alimentar e maior sobrevivência desses peixes quando desafiadas por Aeromonas hydrophila, afirmando que o alho é um bactericida capaz de promover a saúde dos peixes e Diab et al. (2008) verificaram o aumento significativo no ganho de peso em tilápias-do-nilo suplementadas com 1% de alho.

Shalaby et al. (2006) ao utilizarem extrato de alho e cloranfenicol como aditivos na alimentação de tilápia-do-nilo, encontraram melhor desempenho e taxa de eficiência proteica a medida que aumentava o nível de inclusão de alho, recomendando a utilização do mesmo como promotor de crescimento e antibiótico para o tratamento e prevenção de doenças, entretanto a adição excessiva pode ser prejudicial por causa das concentrações de sulfeto de alila, interferindo no metabolismo, resultando em baixo crescimento (Lee e Gao, 2012).

O efeito positivo da inclusão de extrato de canela foi observado em estudos realizados por Ahmad et al. (2011) que encontraram melhor desempenho e resistência de tilápias infecção contra Aeromonas hydrophila quando alimentadas com rações contendo 1% de extrato de canela, afirmando que esse aditivo proporciona melhorias na saúde e desempenho. Abdel-Wahab et al. (2007) que asseguraram que a suplementação com apenas 0,5% de extrato de canela seria suficiente para proporcionar melhores desempenho.

41

A suplementação dos juvenis de piavuçu com a levedura Saccharomyces cerevisiae não resultou em melhorias nos parâmetros de desempenho zootécnico. Esse resultado assemelha-se aos obtidos por Meurer et al. (2006; 2007) ao alimentarem tilápia-do-nilo com o produto comercial contendo levedura na concentração de 1x105

UFC. kg-1. Entretanto, Lara-Flores et al. (2003), Abdel-Tawwab et al. (2008), El-Boshy et al. (2010) consideraram a Saccharomyces cerevisiae como uma boa alternativa na alimentação de tilápias-do-nilo, pois propiciaram melhor crescimento e eficiência alimentar.

A menor expressividade dos índices zootécnicos dos peixes suplementados com levedura quando comparado com os peixes dos tratamentos com a adição de extratos vegetais pode ser justificada pela baixa concentração desse micro-organismo na ração (9x105 UFC.g-1). Segundo Stefe et al. (2008) um micro-organismo só influência em um ecossistema quando a sua população é igual ou superior a 107 UFC/ml do conteúdo.

Waché et al. (2006) suplementaram truta arco-íris com Saccharomyces cerevisiae obtiveram uma concentração da levedura na microbiota intestinal de 107

UFC.g-1 e afirmaram que a levedura pode ser utilizada como imunoestimulante.

Tabela 3. Valores médios de composição corporal de juvenis de piavuçu alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura na matéria seca

Item Controle Ext. Alho Ext. Canela Levedura CV (%) (p) Matéria seca (g.Kg-1) 25,21 26,34 26,03 27,16 6.81 0.3841 Proteína bruta (g.Kg-1) 36,90 41,57 40,04 36,93 4.08 0.1463 Extrato etéreo (g.Kg-1) 14,39 14,36 14,92 13,23 10.95 0.1229 Energia bruta (Kcal.Kg-1) 4960 4453 4485 4770 5.80 0.6339 Matéria mineral (g.Kg-1) 15,97 15,96 16,48 16,96 5.84 0.3288

Não foram observadas diferenças (p>0,05) na composição corporal de piavuçu nos diferentes tratamentos. Os resultados obtidos concordam com os encontrados por 42

Pakravan et al. (2012) ao concluírem que a suplementação de carpa Cyprinus carpio com extrato de Epilobium hirsutum não alteração as características centesimais da carcaça, entretanto Ahmad et al. (2011) observaram maiores valores de matéria seca, proteína bruta e menores níveis de material mineral em tilápia-do-nilo suplementada com extrato de canela a 0,5 %.

Abdel-Tawwab et al. (2010) ao suplementaram rações de tilápia-do-nilo com

1,0–5,0 mg/kg de levedura por 12 semanas obtiveram maiores níveis de proteína bruta, lipídeos e material mineral quando comparados ao tratamento controle.

Não foram observadas diferenças significativas nos valores de hematócrito e nas taxas de hemoglobina (Tabela 4) dos peixes alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura nos períodos que antecederam ao estresse, durante o estresse por captura e 24 horas após.

Tabela 4. Valores de hematócrito e hemoglobina de juvenis de piavuçu alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura

Hematócrito (%) Hemoglobina (g dL-1) Tratamento CV (%) (p) CV (%) (p) Antes Estresse 24 h Antes Estresse 24 h Controle 18 18 17 18,70 0,931 3,0 3,0 2,8 19,41 0,936 Ext. Alho 23 17 15 21,28 0,108 3,2 3,0 2,3 24,89 0,783 Ext. Canela 19 17 14 16,85 0,170 3,2 3,0 2,3 16,62 0,144 Levedura 18 18 15 15,20 0,124 2,9 3,0 2,2 15,53 0,101 CV (%) 2,17 21,84 1,26 0,31 22,54 4,40 (p) 0,816 0,934 0,589 0,923 0,936 0,080

Os valores de hematócrito e hemoglobina encontrados neste estudo estão abaixo dos considerados normais para o piavuçu adulto saudável é de 32,4 ± 4,5 % e

10.8 ± 1.2, respectivamente (Tavares-Dias et al., 1999). A mesma tendência foi observada quando comprados aos estudos realizados com o pacu (Bittencourt et al.

2010), a tilápia-do-nilo (Garcia et al., 2012; Araujo et al., 2011), o tambaqui (Chagas e

43

Val, 2003) e matrinxã (Hoshiba et al, 2009). Alterações nos valores de hematócrito podem ocorrer devido infecções aguda, anemia (Silva et al., 2008), intoxicação, estresse ambiental (Viera et al., 2006) ou em função da hemodiliução do sangue por agentes anticoagulantes e distúrbios osmorregulatórios (Houston, 1996).

Não foi observada diferença estatística para os valores de leucócitos, monócitos (Tabela 5) e linfócitos (Tabela 6) para os peixes alimentados com extrato de alho, extrato de canela e levedura, entretanto, após o estresse houve um menor número de leucócitos em todos os tratamentos, ocorrendo a recuperação após 24 horas (p<0,05).

Tabela 5. Valores de leucócitos e monócitos de juvenis de piavuçu alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura

Leucócito (105 μL-1) Monócito (%) Tratamento CV(%) (p) CV(%) (p) Antes Estresse 24 h Antes Estresse 24 h Controle 18317A 5100B 18633A 16,34 0,001 2 1 1 54,55 0,111 Ext. Alho 19358A 8133B 17600A 18,01 0,005 2 1 1 74,23 0,921 Ext. Canela 17633A 5967B 18767A 12,23 0,002 2 2 2 60,00 1,000 Levedura 20250A 6000B 18700A 21,68 0,003 1 2 1 47,24 0,178 CV (%) 20,86 25,01 6,81 57,74 57,28 70,59 (p) 0,855 0,190 0,644 0,330 0,389 0,821 Médias seguidas por letras diferentes nas linhas diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey (P<0,05). Os leucócitos, células brancas, são responsáveis pela defesa humoral e celular do organismo. Tavares-Dias & Moraes (2004) afirmaram que estresse agudo pode causar mudanças significativas na contagem de leucócitos, sendo esse efeito resultante da ação do cortisol (Falcon et al., 2008) e das catecolaminas, que redistribuem os leucócitos dos vasos sanguíneos para os tecidos, causando imunossupressão (Koser e

Oliveira, 2011).

Reduções nos níveis de leucócitos após o estresse também foram encontrados por Falcon et al. (2008) que observaram queda nos números de leucócitos em tilápia-do-

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nilo submetida a estresse, Garcia et al. (2012) ao submeterem tilápia-do-nilo a desafio de estresse agudo e crônico observaram redução no número de eritrócitos, eritroblastos e leucócitos e Martins et al. (2004) observando os parâmetros hematológicos e resposta inflamatória de tilápias submetidas a estresse de captura.

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Tabela 6. Valores de linfócitos de juvenis de piavuçu alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura

Linfócito (%) Tratamento Antes Estresse 24 h CV(%) (p) Controle 33 38 23 20,82 0,071 Ext. Alho 24 30 28 38,06 0,791 Ext.Canela 15 53 33 48,83 0,075 Levedura 18 28 27 37,38 0,373 CV (%) 38,73 39,56 33,01 (p) 0,128 0,224 0,624

Não foram observadas diferenças estatísticas nos números de neutrófilos segmentados entre os tratamentos nos diferentes períodos (Tabela 7). Variações nas porcentagens de trombócitos foram observadas para os peixes submetidos aos tratamentos extrato de alho e controle quando comparados aos períodos que antecederam o estresse, durante o estresse e após 24 horas (p<0,05).

Tabela 7. Valores de neutrófilos segmentado e trombócitos de juvenis de piavuçu alimentados com rações contendo extrato de alho, extrato de canela e levedura

Neutróf. Segmentado (%) Trombócitos (%) Tratamento CV(%) (p) CV(%) (p) Antes Estresse 24 h Antes Estresse 24 h Controle 67 55 78 14,69 0,070 4AB 6A 2B 34,36 0,044 Ext. Alho 67 63 66 16,23 0,905 7A 7A 4B 20,41 0,022 Ext. Canela 79 40 61 27,72 0,138 6 5 4 15,97 0,196 Levedura 74 68 65 14,10 0,597 5 7 3 30,59 0,074 CV (%) 16,14 35,86 2,74 24,21 24,12 26,72 (p) 0,553 0,576 0,163 0,071 0,501 0,133 Médias seguidas por letras diferentes nas linhas diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey (P<0,05). Foi observada uma menor variação no percentual de neutrófilos para os peixes alimentados com rações contendo extrato de alho e levedura, indicando um possível efeito mitigador ao estresse desses aditivos. Alterações de neutrófilos foram observadas por Martins et al. (2004) e Fernandes Junior et al. (2010) em tilápia-do-nilo submetidas a estresse, sendo este fenômeno uma resposta típica desencadeada pela presença de um

46

agente estressor (Barton e Iwama, 1991).

Alterações trombocitárias observadas nos tratamentos controle e extrato de alho após 24 horas ao estresse vão de encontro aos resultados obtidos por Garcia et al.

(2007) observaram redução nos números de trombócitos de pacu desafiados com A. hydrophila após 24 horas do desafio, sugerindo esse fenômeno a migração dessas células para o foco inflamatório.

Garcia et al. (2012) que ao submeterem tilápia-do-nilo a estresse crônico obtiveram aumento de 69% nos valores dessas células após 10 dias de estresse em peixes alimentados com rações contendo o aditivo ergosan. Tavares-Dias et al. (2007) afirmaram que a função dos trombócitos em peixes teleósteos não está limitada a coagulação sanguínea, pois estas células tem uma grande atividade fagocitária, sendo também responsável pela defesa do organismo.

Conclusão

Juvenis de piavuçu alimentados com rações suplementadas com os extratos de alho e de canela ao nível de 10 g.Kg-1 apresentaram melhor desempenho, entretanto, não influenciaram nos parâmetros hematológicos quando os peixes foram submetidos ao estresse de captura.

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Anexo 1

Normas para publicação no periódico Scientia Agricola.

MANUSCRIPT SUBMISSION at the beginning of a sentence. • Start the submission process reviewing • The Latin name or binomial (or in full the Instructions for Authors to ensure that the trinomial) nomenclature and authority must be used article is in agreement with Scientia for all plants, insects, pathogens, and animals at first Agricola standards. These pages are updated listing. periodically so it is strongly recommended that you • Both the active ingredient and chemical read them even if you have done that previously. name of pesticides must be given when first • Authors should submit manuscripts mentioned. through the electronic system, in the • Identify soils using the USDA soil site http://www.scielo.br/sa, clicking in "submissão online". (http://soils.usda.gov/technical/classification/osd/ind • A manuscript submission file in ex.html) up to the second level (suborder) or if Microsoft Word format (or compatible) is required. possible up to the fourth level (subgroup). FAO Avoid the use of word processing features such as classification may be used up to the second level. automated bulleting and numbering, head and Free translation for soil classification or name is not subhead formatting, internal linking, or styles. allowed. • Keywords should only be added in • International Units System must be those cases that the authors believe a word that is not used in all manuscripts. in the title or in the abstract would help in the • Check any Greek characters and manuscript indexation. figures carefully. • Spell out numbers one through nine, COVER LETTER (must be written in except when used with units. For decimal quantities English) <1, place a zero before the decimal point. • A cover letter stating that the • For the decimal marker use the point manuscript has not been submitted for publication on the line. elsewhere must be submitted with the manuscript • Note and interrelate units as positive or (comments for the Editor or supplemental file). negative powers, e.g.: kg ha–1; do not interrelated • Publication of a poster abstract or an units using slashes, e.g.: kg/ha. oral presentation in a scientific event is not • Leave a single space between units: g considered previous publication of the research. L–1, and not g.L–1, nor gL–1. • Authors must recommend five • Use the 24-h time system, with four qualified reviewers who are expert in the paper's digits for hours and minutes: 09h00; 18h30. scientific area (please provide e-mail and affiliation). • Dates should be written with the day The Board may choose someone who is or is not on first, then the month, and the year last: 18 Mar. that list. Authors should also explain in the cover 2000; 01 Feb. 1987. letter the importance of their work and how and why • Abbreviate months with more than four their major findings relate to the scope of the letters: Jan.; Feb.; Mar. etc. journal. • Competing financial interest. Include MANUSCRIPT PREPARATION a statement in the cover letter declaring whether or • Text and illustrations of originals not the authors have any competing financial intended for publication at Scientia Agricola must interests. Competing financial interests are those be written in concise and grammatically correct with potential to influence the content that could English, USA orthography and grammar rules apply. impair the objectivity, integrity or perceived value of • Manuscripts should be organized in a publication. They can include funding support (by one file containing the main document and separate organizations that may gain or lose financially with files containing Tables and Figures. MS Word for the publication), employment (present or anticipated Windows or compatible software, font Times New employment by any organization that may gain or Roman 12, 3.0 cm margins, double spaced should be lose financially with the publication) and personal used for the main document. Organize the main financial interests. For publications with more than document in the following order: Cover one author, the corresponding should provide a Page, Abstract (maximum 250 words), Introduction declaration on behalf of all authors. (usually 20-30 lines), Materials and Methods, Results, Discussion, Acknowledgments (optional), MANUSCRIPT STYLE References, and Figure Legends. • Define all abbreviations at first • A Conclusion section is optional and mention in the abstract and text, and again in the when used should come after the Discussion section. tables and figures. Once an abbreviation is used, it The Results and Discussion section may be should be used throughout the entire article, except combined, and the Conclusion may be incorporated

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into the Discussion. (manuscripts showing tables pasted as figures will • Keep the manuscript to a maximum of be returned to authors). 30 pages (A4 paper), continuous line numbering and • Table's titles should appear right above consecutive page numbering, illustrations and tables tables' body. included. • Number figures and graphs • Tables and Figures must be uploaded sequentially using Arabic numerals. as separate files, only one figure or table per file. 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Animal Science and Pasture; Biometry, Modeling • For those figures that contain more and Statistics; Crop Science; Ecology; Entomology; than one panel, designate the panels with capital Food Science and Technology; Forestry Science; letters (no parentheses and no periods following Genetics and Plant Breeding; Plant Pathology; Plant letters) in the upper left-hand corner of each panel, if Physiology and Biochemistry; Soils and Plant possible. Nutrition; Zoology. • Wording in figures must match the rest • The corresponding author has to be of the manuscript for capitalization, italics, and use identified by an asterisk and an institutional e-mail of symbols. must be provided. • Please inform authors' affiliation as COMPLEMENTARY detailed as possible. INFORMATION • The corresponding author will assume • Manuscripts dealing on the evaluation full and equal responsibility for the manuscript, of bioactivity of chemical and/or biological including compliance with journal policies and will products, including growth regulators on insects, be the primary contact with the journal office. spiders, fungi, bacteria, nematodes, and weeds, will • Please provide each author's not be considered for publication in Scientia institutional affiliation at the time the research was Agricola. done. • Manuscripts that report evaluation of • If an author has since moved to a tissue culture improvements or protocols based on different institution, the new location can be test of additives, explants or growth conditions, or indicated in a footnote. Superscript numbers that fail in proving a substantial improvement that separated by commas (no spaces) are used for author could not be deduced from the existent literature, affiliations. 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Examples: or data. Illustrations need not be reprinted in the 1. Single author: Reichardt (2000) or article but should be representative of the work. (Reichardt, 2000). Images should be original, and authors grant 2. Two authors: Fiorio and Demattê Scientia Agricola the exclusive license to publish. (2009) or (Fiorio and Demattê, 2009). Upload the image as an additional supplemental file 3. Three or more authors: Rosso et al. along with a separate text file that includes a brief (2009) or (Rosso et al., 2009). one-paragraph description of the image relating it to 4. Arrange references alphabetically and the published manuscript. If an author does not hold chronologically within brackets, and use semicolon the copyright for a submitted image, they are (;) to separate multiple citations within brackets, responsible for obtaining the necessary permission e.g.: (Boleli, 2003; Boerjan, 2006; Muraroli and to use it. Mendes, 2003). Tables and figures 5. Order multiple citations 'same author- Tables: same date' with the aid of lower case letters, e.g.: • Number tables sequentially using (Cyrino, 2004a, b). Arabic numerals; tables should be created with the 6. Use "author-year" style to format the "Tables" function of MS Word or in MS Excel list of references, and: (i) do not abbreviate any

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other words but the first and middle names of Methods of Analysis. 18ed. AOAC, Gaithersburg, authors; (ii) use all capitals only for acronyms, i.e., MD, USA. when the author is an organization; (iii) name all 6.3 Book chapters authors and capitalize authors' last name and initials, Sharpley, A.N.; Rekolainen, S. 1997. which should be separated by a period (.); (iv) Phosphorus in agriculture and its environmental separate authors by semicolon; (v) do not use implications. p. 1-53. In: Tunney, H.; Carton, O.T.; ampersand (&) in the citations nor in the reference Brookes, P.C.; Johnston, A.E., eds. Phosphorus loss list; (vi) do not use bold characters to highlight any from soil to water. CAB International, New York, part of the reference; (vii) capitalize books and NY, USA. periodicals titles; (viii) do not use a comma (,) to 6.4 Electronic media sources separate periodical's title and volume; (ix) separate 6.4.1 Required elements for listing periodical volume from page numbers by a colon (:); website citations are: (x) use full page numbering; (xi) separate page Authorship, author or source. Year. Title numbers by a dash (-); and (xii) separate pages of Web Document or Web Page (i.e. pages main groups by a comma if the article was published in heading). [Medium] (date of update). Available at: discontinuous pages; (xiii) discriminate the number full Uniform Resource Locator (i.e. URL / address) of a given edition of a book or manual as "2ed", for [Accessed Sep. 14, 1992] instance; (xiv) regarding books and manuals, name 6.4.2 Required elements for listing publishers or editorial office before full publications available from websites are: discrimination of head locality of the publisher or Authorship, author or source. Year. Title editorial office; (xv) separate publishers or editorial of Document or Web Page. [Medium] offices from locality by a comma; and (xvi) in such Producer/Publisher. Available at: full Uniform cases, name city, state and/or province and country. Resource Locator [Accessed Sep. 14, 1992] 6.1 Scientific journals 6.5 Listing references not written in Guillard, R.R.L.; Wangersky, P. 1958. English The production of extracellular carbohydrates by Scientia Agricola does not encourage somemarine flagellates. Limnology and authors to use references that cannot be easily Oceanography 3: 449-454. accessed and understandable by readers abroad. 6.2 Books However, if citing those articles would be essential 6.2.1 Books with authors for interpretation of findings reported in the Pais, I.; Jones Jr., J.R. 1998. The manuscript, provide the English title being cited Handbook of Trace Elements. St. Lucie Press, Boca informing the original publishing language of the Ratón, FL, USA. periodical at the end of the reference as exemplified 6.2.2 Books with editors/organizers below. Day, W.; Atkin, R.K., eds. 1985. Wheat Baretta, D.; Santos, J.C.P.; Figueiredo, Growth and Modelling. Plenum Press, New York, S.R.; Klauberg-Filho, O. 2005. Effects of native NY, USA. pasture burning and Pinus monoculture on changes 6.2.3 Books (and manuals) with in soil biological attributes on the Southern Plateau - organization as author or editor/organizer Brasil of Santa Catarina Revista Brasileira de Association of Official Analytical Ciência do Solo 29: 715-724 (in Portuguese, with Chemists - International [AOAC]. 2005. Official abstract in English).

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