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Fundação Biblioteca Nacional Ministério da Cultura Programa Nacional de Apoio à Pesquisa 2009 2 Programa Nacional de Apoio à Pesquisa Fundação Biblioteca Nacional - MinC Ana Paula Sampaio Caldeira A Biblioteca Nacional nos tempos de Ramiz Galvão (1870-1882) 2009 Programa Nacional de Apoio à Pesquisa - FBN/MinC 3 Talvez a velhice e o medo me enganem, mas suspeito que a espécie humana – a única – está em vias de extinção e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta. (BORGES, Jorge Luis. A Biblioteca de Babel. In: Ficções . São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 78). Programa Nacional de Apoio à Pesquisa - FBN/MinC 4 SUMÁRIO Agradecimentos........................................................................................................................... 5 Apresentação ............................................................................................................................... 7 Capítulo 1: “Um trabalhador infatigável” – A memória de Ramiz Galvão ........................ 10 Introdução ............................................................................................................................... 10 A memória construída de Ramiz Galvão: um pouco de sua trajetória a partir do olhar de Viriato Correia e Capistrano de Abreu .................................................................................... 12 ‘Uma alma de raízes republicanas’ ou ‘o bibliotecário perfeito’: uma análise de dois trabalhos recentes sobre Ramiz Galvão .................................................................................................. 26 Capítulo 2: Viver em meio a livros. O Trabalho de Ramiz Galvão na direção da Biblioteca Nacional ..................................................................................................................................... 35 Introdução ............................................................................................................................... 35 Tempos de mudança ................................................................................................................ 37 Um público para a biblioteca .................................................................................................. 54 Capítulo 3: Uma biblioteca guardiã da memória nacional ................................................... 66 Introdução ............................................................................................................................... 66 A “ressurreição” da memória pátria pelos Anais da Biblioteca Nacional ............................... 73 Ressurgir o passado: a Exposição de 1881 e seu catálogo ...................................................... 85 Considerações Finais............................................................................................................... 100 Fontes ....................................................................................................................................... 103 Bibliografia .............................................................................................................................. 107 Programa Nacional de Apoio à Pesquisa - FBN/MinC 5 Agradecimentos Todo trabalho, acadêmico ou não, acaba sendo, de alguma forma, coletivo. Não se trata, evidentemente, de dividir a responsabilidade sobre o produto final, que é totalmente minha, mas de, ao término desta monografia, agradecer a algumas pessoas que contribuíram de diversas maneiras para que este trabalho fosse possível ou mesmo para que ganhasse a sua forma acabada. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos funcionários do Arquivo Nacional, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Núcleo de Documentação e Memória do Colégio Pedro II. Sempre muito solícitos, foram fundamentais para que eu descobrisse informações valiosas sobre o meu objeto e para que este trabalho se realizasse. Gostaria de agradecer também aos funcionários da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Tive a sorte de, ao longo da pesquisa, contar com a competente ajuda de pessoas que conheciam profundamente o acervo da instituição e que estavam dispostas a socializar este conhecimento. Trazendo pesados e empoeirados volumes para que eu consultasse, tirando minhas dúvidas a respeito da organização da documentação, ou mesmo me ajudando a desvendar os misteriosos caminhos das bases de dados da biblioteca, a contribuição desses funcionários foi essencial. Gostaria de agradecer, sobretudo, a Vera e Alberth, ambos do setor de Manuscritos, e a Mônica e Deividy, do setor de Iconografia (estes dois últimos, velhos conhecidos do tempo em que eu me debruçava sobre a Coleção Barbosa Machado). Agradeço também a Eliane Perez pela solicitude e presteza, que foram fundamentais para a realização deste trabalho. Alguns amigos sempre contribuem com nossos projetos pelo simples fato de estarem ao nosso lado, observando e incentivando a nossa caminhada. Há uma década tenho a honra de contar com a companhia de algumas pessoas especiais, como Marcos, Adriano, Sérgio, Aline, Amália, Ilton, Ricardo, Beto, Léo, Valéria e Rafael, velhas amizades dos tempos de graduação. E por falar em amigos antigos, não posso esquecer de Erika Muce Cuneo, presença de muitos e muitos anos. Gostaria também de agradecer a Manoel Salgado Guimarães ( in memoriam). Suas aulas e sua postura como professor certamente marcaram todos os seus alunos, entre os quais me incluo. Posso dizer com muita certeza que ele continuará sempre vivo em nossa memória e em nossos trabalhos. Andrea Daher também foi uma professora Programa Nacional de Apoio à Pesquisa - FBN/MinC 6 importante para minha formação. A ela atribuo muitas de minhas escolhas acadêmicas e agradeço o incentivo constante e o acompanhamento atencioso dispensado nos últimos meses. Agradeço à minha mãe, Elisabeth, que nunca entendeu exatamente porque eu me dedicava a uma pesquisa e principalmente que isto pudesse ser admitido como um trabalho, mas que sempre se sente feliz diante das minhas pequenas conquistas. Um agradecimento especial vai para Douglas Attila Marcelino. Os motivos são muitos: foi ele que me incentivou a escrever o projeto que deu origem a este trabalho; foi ele que, diante do meu ceticismo, comunicou a sua aprovação; foi ele que, sem reclamar, leu e releu as primeiras versões dos capítulos; foi ele que esteve o tempo todo do meu lado, me mandando estudar, mas também me desconcentrando e me fazendo rir. A ele gostaria não apenas de dedicar este trabalho, mas também de agradecer a felicidade cotidiana dos últimos anos, pela qual ele é o grande responsável. Por fim, esta monografia não seria possível sem o apoio da Fundação Biblioteca Nacional e do Programa Nacional de Apoio à Pesquisa. Programa Nacional de Apoio à Pesquisa - FBN/MinC 7 Apresentação Diariamente, dezenas de pessoas visitam o prédio da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Após se identificar, a grande maioria se dirige à primeira sala, conhecida por todos como “obras gerais”, localizada logo na entrada da instituição. Consultam os catálogos, fazem o pedido, escolhem uma mesa e começam a sua leitura. Poucos certamente repararam que logo na entrada daquela sala existe uma placa informando ao visitante que a seção de Obras Gerais tem, na verdade, um nome. Ela se chama “sala Ramiz Galvão”. A tabuleta serve como uma homenagem a um jovem e enérgico diretor que esteve à frente da Biblioteca Nacional durante doze anos. Benjamin Franklin Ramiz Galvão, mais conhecido no meio intelectual de sua época simplesmente pelo seu sobrenome, foi chamado para administrar aquela casa em 1870 e só saiu de lá em 1882, quando foi convocado para ser tutor dos netos de D. Pedro II. Antes, porém, promoveu uma série de mudanças que visavam modernizá-la, tornando-a efetivamente um lugar de pesquisa e investigação. Este trabalho tem como proposta analisar o funcionamento da Biblioteca Nacional durante o momento em que ela foi administrada por Ramiz Galvão. Como veremos ao longo dos capítulos que compõem esta monografia, praticamente inexistem trabalhos mais sistemáticos sobre este período da história da biblioteca, bem como da trajetória de Ramiz Galvão. Em relação à história da Biblioteca Nacional, um estudo relativamente recente é o livro Biografia da Biblioteca Nacional , de Gilberto Vilar de Carvalho. Em seu trabalho, Carvalho propõe estudar a história da biblioteca desde a sua origem, em 1807, quando seu acervo inicial ainda compunha a biblioteca dos reis portugueses, até a década de noventa do século XX, momento em que escreve o seu livro. Trata-se de uma obra importante e que serve como referência a quem se propõe estudar a história daquela instituição. No entanto, justamente por ter um amplo recorte temporal, pouquíssimas páginas do livro são dedicadas ao período da administração de Ramiz Galvão. Na verdade, o estudo trata de forma mais detida do período posterior a 1910, quando, já na República, a biblioteca ganhou uma nova sede, há tempos tão desejada. No que se refere à Ramiz Galvão, trata-se de um personagem bastante atuante em algumas das principais instituições intelectuais de sua época. Como diretor da Biblioteca Nacional, ele conquistou respeito e admiração de seus pares e a fama de ser Programa Nacional de Apoio à Pesquisa - FBN/MinC 8 um trabalhador incansável marcou profundamente a sua biografia. Nascido em 1846, na pequena cidade de Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Ramiz veio para o Rio de Janeiro no início dos anos 1850, com apenas seis anos