Revista Brasileira

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Revista Brasileira Revista Brasileira Fase VII Janeiro-Fevereiro-Março 2002 Ano VIII No 30 Esta a glória que fica, eleva, honra e consola. Machado de Assis ACADEMIA BRASILEIRA REVISTA BRASILEIRA DE LETRAS 2002 Diretoria Diretor Alberto da Costa e Silva – presidente João de Scantimburgo Ivan Junqueira – secretário-geral Lygia Fagundes Telles – primeira-secretária Conselho editorial Carlos Heitor Cony – segundo-secretário Miguel Reale, Carlos Nejar, Evanildo Bechara – tesoureiro Arnaldo Niskier, Oscar Dias Corrêa Membros efetivos Produção editorial e Revisão Affonso Arinos de Mello Franco, Nair Dametto Alberto da Costa e Silva, Alberto Venancio Filho, Antonio Olinto, Ariano Suassuna, Assistente editorial Arnaldo Niskier, Candido Mendes de Frederico de Carvalho Gomes Almeida, Carlos Heitor Cony, Carlos Nejar, Celso Furtado, Eduardo Portella, Evandro Lins e Silva, Projeto gráfico Evanildo Cavalcante Bechara, Victor Burton Evaristo de Moraes Filho, Pe. Fernando Bastos de Ávila, Geraldo Editoração eletrônica França de Lima, Ivan Junqueira, Estúdio Castellani Ivo Pitanguy, João de Scantimburgo, João Ubaldo Ribeiro, José Sarney, Josué Montello, Lêdo Ivo, Dom Lucas Moreira ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Neves, Lygia Fagundes Telles, Marcos Av. Presidente Wilson, 203 – 4o andar Almir Madeira, Marcos Vinicios Vilaça, Rio de Janeiro – RJ – CEP 20030-021 Miguel Reale, Murilo Melo Filho, Nélida Telefones: Geral: (0xx21) 2524-8230 Piñon, Oscar Dias Corrêa, Rachel de Fax: (0xx21) 220.6695 Queiroz, Raymundo Faoro, E-mail: [email protected] Roberto Marinho, Sábato Magaldi, site: http://www.academia.org.br Sergio Corrêa da Costa, Sergio Paulo Rouanet, Tarcísio Padilha, As colaborações são solicitadas. Zélia Gattai Amado. Sumário Celebração EDITORIAL Centenário de Os sertões . 5 JOSUÉ MONTELLO A origem de Os sertões . 9 MIGUEL REALE A face oculta de Euclides da Cunha . 19 GILBERTO FREYRE Perfil de Euclides da Cunha . 29 MASSAUD MOISÉS Euclides da Cunha e a arte do ensaio . 37 Ciclo comemorativo do centenário da publicação de Os sertões ALBERTO VENANCIO FILHO O movimento euclidianista . 59 CELSO FURTADO Revisitando Euclides da Cunha . 91 WALNICE NOGUEIRA GALVÃO Os sertões faz 100 anos: o alcance das idéias de Euclides da Cunha . 97 FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO Vida e morte nos sertões do Conselheiro . 115 ALEXEI BUENO Euclides da Cunha e Raul Pompéia. 131 Prosa JOÃO DE SCANTIMBURGO Da inquietação religiosa de Rui Barbosa . 153 IVAN JUNQUEIRA Simbolismo: origens e irradição internacional . 159 JOSAPHAT MARINHO Anísio Teixeira: filosofia e ação do educador . 185 Poesia EUCLIDES DA CUNHA Sonetos da juventude . 195 Guardados da memória GUILHERME DE ALMEIDA A poesia de Os sertões . 205 GUILHERME DE ALMEIDA A paineira de Euclides . 217 VIRIATO CORREIA Uma entrevista com Euclides da Cunha . 219 MANUEL PACHECO LEÃO Carta a Francisco Alves . 227 Editorial Centenário de “Os sertões” Editorial á cem anos a Livraria Francisco Alves lançava a obra má- H xima de Euclides da Cunha, Os sertões. Se podemos usar uma figura de retórica para assinalar o aparecimento dessa obra no mercado, que desde logo conquistou leitores em abundância, dire- mos que foi explosivo o conhecimento trazido ao grande público, da tragédia de Canudos, com os estudos da Terra, do Homem e da Luta. Enviado especial correspondente de guerra ao teatro de opera- ções em Canudos, no interior da Bahia, onde, segundo o governador Luís Viana, levantara-se uma facção monárquica para combater a re- cém-proclamada República, Euclides da Cunha trouxe ao conheci- mento dos leitores, que foram inumeráveis, seduzidos por sua prosa e pela exposição do tema, o que era o sertão, do qual estavam distan- tes os brasileiros do litoral. Vinha de longe esse divórcio entre os litorâneos e os interioranos. Eram dois os Brasis: o Brasil que “caranguejava” pela costa, como disse um cronista seiscentista, e o Brasil dos sertões adustos, bravios, inóspitos, onde a vida se convertera num verdadeiro martírio. 5 Editorial Euclides da Cunha era dono de um estilo incomparável, fulguran- te, poético, como nem mesmo Rui Barbosa o igualara nas metáforas, na beleza apropriada dos vocábulos e das frases. Páginas há em Os sertões, como a do cavalo do alferes Wanderlei, que não têm paralelo em nossa língua e raramente o terá em outras, ao menos nas mais co- nhecidas dos brasileiros, o inglês, o francês, o italiano e o castelhano. O grande livro de Euclides da Cunha teve a exata expressão de uma bomba que explodiu nos desinteressados e mal informados brasilei- ros da classe letrada, habitantes das cidades, distantes de Canudos, de Antônio Conselheiro, dos jagunços que o seguiam na sua prega- ção mística, em sua igreja tosca, onde as rezas revestiam o fanatismo do sertanejo, que buscava o refúgio, a proteção – que lhe faltava nas administrações dos governos – dos santos de sua devoção. Euclides deixou-nos, graças ao jornalista Júlio Mesquita, que o mandou acompanhar a guerra civil, o livro que empolgou e deixou estupefato o país – Os sertões – e dotou as letras brasileiras de uma obra inigualável sob todos os sentidos. Não entramos, evidentemen- te, no pensamento de Euclides, na sua formação filosófica, ele que era tão moço para se ter aprofundado no legado filosófico dos che- fes de escola dos gregos aos seus dias, mas queremos deixar testemu- nho de que acolhemos a obra do grande escritor por ter ele revelado um Brasil totalmente desconhecido e ignorado, com personagens que não imaginavam os bacharéis do litoral que existissem, e uma re- volta, dada por um gnóstico bronco – o que não era, e lamentavel- mente Euclides ignorava e não quis saber de informar-se a respeito – o Antônio Conselheiro, o delirante guia dos matutos que se deixa- vam conduzir por aquele taumaturgo de almas crendeiras, para os quais ele era um santo ou um enviado de Deus, com finalidade de os redimir do terrível pesadelo que era e continua sendo a vida do serta- nejo abandonado dos poderes da República, que não querem incor- porar o Nordeste aos benefícios do desenvolvimento, do qual se va- 6 Centenário de “Os sertões” leu o Sul, e continua a valer-se, enquanto uma grande fração do terri- tório nacional só é lembrada em tempo de eleição, pelos candidatos ou pelos malandros que são nomeados por padrinhos fortes para se enriquecerem no cargo. O livro Os sertões foi o mais terrível libelo lançado contra os gover- nos da República, embora viesse de longe, do Império, a situação ca- lamitosa dos sertanejos, por sua própria vida tremendamente difícil, propensos a crer nos pregadores das belezas do mundo de Deus, tudo o que leva ao céu, com a graça de Deus e o acolhimento de seus santos, os santos dos quais são devotos. A obra de Euclides da Cunha seduz pela beleza. Não vamos fazer a análise de suas idéias. Essas estão no corpo da revista. Queremos, apenas, como revista da Academia à qual Euclides da Cunha perten- ceu, registrar o transcurso do centenário de seu fascinante livro, um livro que chega a brilhar como o sol de chumbo dos sertões violen- tos do Nordeste e queimar como o fogo de seus raios sobre a terra que os governos não querem acudir, com os recursos da tecnologia contemporânea, nem vivificá-los, para sustento de uma população elevada, que vive na mais dramática desesperança de que se pode ter notícia em um país civilizado, em grande parte, como é o Brasil. Rendemos homenagem a Euclides da Cunha, ao seu estilo sem paralelo na história das letras brasileiras, ao seu gênio de jovem para o gigantesco trabalho de condensar nas páginas de seu livro a situação do Brasil perdido no passado, na ignorância, na crendice, na fé nos milagres, com os quais contam ao se dirigirem aos santos de sua devoção. Essa a nossa homenagem. Esperemos que assim seja compreendido o contexto com que abrimos este número da Revista Brasileira, o primeiro do ano de 2002, centenário da publica- ção de Os sertões. 7 A origem de “Os sertões” Josué Montello irandello comparou o processo da criação literária ao misté- Josué Montello é rio da criação natural. membro da ABL P (Cadeira 29) A elaboração de um poema, um ensaio, uma novela, uma peça de desde 1954. teatro, um romance, ao impor-se à consciência do escritor, para exis- Além de tir como expressão escrita, passou anteriormente por uma fase secre- romancista e ensaísta, é autor ta, que o artista não acompanhou lucidamente e que constituiu o nú- de várias obras cleo germinativo da obra literária. de história Esse ponto genésico, que marca o instante inaugural da criação literária. artística, não deve ser confundido com o momento em que o es- critor, na plena posse de seu tema, lhe encontra a forma definiti- va, ao transferir para o papel a realidade interior de suas vivências individuais. Fernand Baldensperger, ao estudar o fenômeno da criação literá- ria, para lhe demarcar teoricamente a gênese, o êxito e a existência, é de parecer que, se podemos, de certa forma, determinar as fontes da obra poética e as disposições especiais que atuam sobre o escritor no 9 Josué Montello ato da criação, dificilmente precisaremos a embriologia sutil, em vir- tude da qual o espírito humano consegue isolar, no tumulto dos fe- nômenos intelectuais, os elementos que passarão do não-ser ao ser, no verso de um poema, no texto de uma novela ou no diálogo de uma peça teatral. Em carta a Ernest Feydeau, Flaubert aflorou de passagem um dos aspectos do problema, ao concluir, com os argumentos da própria experiência, que ao escritor não é lícito escolher este ou aquele as- sunto e que as obras-primas resultam da integral concordância entre o motivo da obra de arte e o temperamento do artista. Um livro do porte e da significação de Os sertões, não obstante a soma de elementos acumulados para o conhecimento crítico dos fa- tores que lhe determinaram a eclosão, é ainda um mistério, quando se procura remontar à sua vibração originária.
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