Para Uma História Do Jornalismo Em Portugal
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PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL CARLA BAPTISTA JORGE PEDRO SOUSA (ORGANIZADORES) PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL Carla Baptista Jorge Pedro Sousa (Organizadores) LIVROS ICNOVA PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL Carla Baptista Jorge Pedro Sousa (Organizadores) LIVROS ICNOVA FICHA TÉCNICA TÍTULO Para uma história do jornalismo em Portugal AUTORES Carla Baptista e Jorge Pedro Sousa (Organizadores) EDIÇÃO ICNOVA – Instituto de Comunicação da Nova Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade NOVA de Lisboa Av. Berna, 26 1069-061 Lisboa – Portugal www.icnova.fcsh.unl.pt [email protected] DIREÇÃO Francisco Rui Cádima Maria Lucília Marques Cláudia Madeira ISBN 978-989-54285-9-5 (Digital) 978-989-54285-8-8 (Impresso) DESIGN E PAGINAÇÃO Modelo gráfico: José Domingues | UNDO Paginação: Ana Gabriela Nogueira DATA DE PUBLICAÇÃO 2020 APOIO A edição deste livro é financiada por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto PTDC/COM-JOR/28144/2017 – Para uma história do jornalismo em Portugal. O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens, são da exclusiva responsabilidade dos autores. PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL Carla Baptista Jorge Pedro Sousa (Organizadores) LIVROS ICNOVA ÍNDICE Apresentação 11 CARLA BAPTISTA PARTE I História dos jornalistas em Portugal António Ferro, o jornalismo literário e a estética modernista como forma de construção da realidade 17 CARLA RIBEIRO PARTE II História da imprensa em Portugal A publicidade e o desenvolvimento da imprensa de massas em Portugal: os casos dos periódicos Diário de Notícias, O 43 Século e O Primeiro de Janeiro PEDRO ALMEIDA LEITÃO Diário de Notícias, a successful portuguese journalism project in an adverse environment 67 HELENA LIMA & JORGE PEDRO SOUSA A imprensa sobre música em Portugal no século XIX 83 MARIANA CALADO Imprensa portuguesa sobre cinema: uma retrospectiva 103 JAIME LOURENÇO & MARIA JOÃO CENTENO PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL | 7 1924 e 1927 - Dois momentos perturbadores na vida do Diário de Notícias 117 MÁRIO MATOS E LEMOS 1931 - A imprensa dos revoltosos – Madeira, Açores e Guiné 137 MÁRIO MATOS E LEMOS A imprensa diária do Porto na Ditadura Militar (1926-1927) 161 JOAQUIM CARDOSO GOMES A grande imprensa do Porto e o Estado Novo (1933-1968) 179 JOAQUIM CARDOSO GOMES O satírico na imprensa das unidades militares durante a guerra colonial 205 JAIR RATTNER Observador: a newsmagazine da Primavera Marcelista 225 CARLA RODRIGUES CARDOSO Um Verão Quente no Diário de Notícias: uma profunda análise do DN durante o Processo Revolucionário em Curso 249 – 1975 CELIANA AZEVEDO Quebra de fronteiras: consequências da incorporação de formatos híbridos em media jornalísticos 265 CLÁUDIA PEREIRA PARTE III História das agências de notícias em Portugal Agência Latino-Americana: um contributo para a história das agências de notícias em Portugal 285 JOSÉ DAS CANDEIAS SALES & SUSANA MOTA 8 | PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL PARTE IV História do jornalismo iconográfico em Portugal Apontamentos sobre a génese da cobertura gráfica da atualidade em Portugal: da xilogravura ao fotojornalismo 315 (1835-1914) JORGE PEDRO SOUSA Iconografia do progresso técnico português em sete revistas ilustradas do Fontismo (1851-1887) 345 JORGE PEDRO SOUSA Do pós-25 de Abril à era digital: 45 anos de fotojornalismo português 375 FÁTIMA LOPES CARDOSO A retratação do horror sem imagem alguma: os incêndios de Pedrógão como uma virada de página no jornalismo 399 português NILTON MARLÚCIO DE ARRUDA Diário Público e o menino morto na praia: editorial para tornar suportável uma imagem insuportável 419 NILTON MARLÚCIO DE ARRUDA PARTE V História do jornalismo português na Lusofonia O jornalismo português e espanhol em suas colônias: história comparada e metodologia de análise 443 ANTONIO HOHLFELDT O Conciliador do Maranhão: ideias, leitores e interlocutores 453 MARCELO CHECHE GALVES Un ‘negócio de poetas’. Editores pioneros del periodismo portugués en Estados Unidos 469 ALBERTO PENA RODRÍGUEZ PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL | 9 PARTE VI O discurso jornalístico na história A representação do antilusitanismo no Brasil a partir da análise de A Matutina Meiapontense (1830-1834) 493 ALESSANDRA RODRIGUES OLIVEIRA CURADO “O que representa a música para nós como forma de cultura, em que medida a prezamos, como a conseguimos valorizar”: a crítica musical enquanto crítica nacional na 511 imprensa periódica do século XX ISABEL PINA Bloco histórico em crise: Analisando o Diário de Lisboa – um movimento de contra-hegemonia? 529 WERBETH SEREJO BELO Bolsonaro e Haddad nos perfis jornalísticos do Expresso e do Público 555 ANABELA DE SOUSA LOPES & JÚLIA LEITÃO DE BARROS PARTE VII História do ciberjornalismo em Portugal Ciberjornalismo em Portugal: narrativas visuais para nativos digitais 573 MARIA ASSUNÇÃO GONÇALVES DUARTE Blogs de jornalismo de viagens em Portugal: a história pela visão dos fundadores 609 SAMANTA SOUZA FERNANDES 10 | PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL APRESENTAÇÃO Este livro reúne vários dos trabalhos apresentados na I Conferência internacional do projeto de investigação Para uma História do Jornalismo em Portugal, coordenado por Jorge Pedro Sousa e Carla Baptista, financiado pela FCT, realizada em Outubro de 2019 na NOVA FCSH. Organizado em 7 partes, que constituem eixos temáticos do projeto, oferece um olhar plural e vai construindo caminhos para a estruturação de uma história do jornalismo português, dentro e fora do país. Os leitores encontram nesta obra sínteses investigativas sobre figuras marcantes do jornalismo, episódios relevantes da vida dos jornais e publicações especializadas em vários períodos históricos, relatos sobre agências de notícias praticamente desconhecidas, explicações sobre a evolução dos processos técnicos de cobertura gráfica da atualidade, desde a xilogravura ao fotojornalismo, casos de projetos editoriais surgidos no contexto da diáspora portuguesa, reflexões sobre discursos e representações jornalísticas na história e estudos sobre produtos jornalísticos digitais. A diversidade das propostas reflete a complexidade do desafio que sustenta o propósito deste projeto de investigação: refletir sobre a evolução dos modos de fazer jornalismo numa perspetiva histórica alargada, articulando as investigações já produzidas e preenchendo com investigação nova as principais lacunas identificadas. A tarefa não se esgota neste projeto, mas o legado produzido irá com certeza integrar o percurso de quem cultiva o interesse pela história do jornalismo, e procura leituras organizadas sobre as transformações de um campo de estudos central para a compreensão das dinâmicas do passado e do futuro. PARA UMA HISTÓRIA DO JORNALISMO EM PORTUGAL | 11 APRESENTAÇÃO A concretização de uma história do jornalismo em Portugal exige um olhar transdisciplinar e a proveniência académica dos autores dos vários capítulos desta obra reflete a atratividade do campo para uma grande variedade de disciplinas dentro das ciências sociais e humanas. Encontramos abordagens metodológicas distintas, desde trabalho documental desenvolvido em arquivos, até análises do discurso e visuais, ou reflexão ensaística sobre os efeitos no espaço público de conteúdos jornalísticos produzidos em contextos históricos e culturais específicos. Vários trabalhos exploram articulações clássicas dos estudos jornalísticos, como a relação entre o jornalismo e a política, em vários momentos da história política portuguesa. Outros privilegiam a análise das linguagens, dos formatos e dos discursos. A reunião dos textos reforça a ideia orientadora de que a compreensão da história do jornalismo e dos sistemas mediáticos é uma chave de leitura fundamental para desvendarmos o mundo social. O jornalismo é um campo de mediação, atravessado por disputas cujas figurações vão mudando, mas que está sempre implicado nas manifestações concretas que a história apreende: as pegadas individuais, as instituições, os produtos, as mobilizações coletivas. Uma história do jornalismo é também sempre uma história das relações entre o jornalismo e os vários poderes que vão marcando a vida das sociedades e da cultura. Sentimos o pulsar de uma profissão que vai definindo e defendendo estratégias de sobrevivência económica, autonomia profissional, legitimidade política e afirmação cultural. Este é um caminho acidentado, vivido aventurosamente, às vezes em maior submissão aos poderes autoritários, outras em desvio e resistência. O cruzamento destas histórias obriga a flexibilizar os enquadramentos históricos habituais. Os vários textos demonstram que movimentos de resistência política e organização jornalística ocorrem mesmo em regimes autoritários, que as motivações políticas dos projetos editoriais podem ser ambíguas e sofrem muitas vezes desvios, que a inovação revelada na rentabilização do negócio jornalístico pode comprometer a orientação ética que funda a legitimidade social do jornalismo ou, ainda, que atores subalternos protagonizam ações realmente diferenciadoras. No fundo, o que a história do jornalismo nos convida a fazer é deixar- nos surpreender pela maravilhosa capacidade de construção dos humanos. É uma disciplina cujos objetos, tantas vezes imateriais e da ordem do 12 | PARA UMA HISTÓRIA