O Comissário Real Martinho De Mendonça: Práticas Administrativas Na Primeira Metade Do Século Xviii
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA ÁREA DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL IRENILDA REINALDA BARRETO DE RANGEL MOREIRA CAVALCANTI O COMISSÁRIO REAL MARTINHO DE MENDONÇA: PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII Niterói, RJ 2010 IRENILDA REINALDA BARRETO DE RANGEL MOREIRA CAVALCANTI O COMISSÁRIO REAL MARTINHO DE MENDONÇA: PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social, da Área de História do ICHF/UFF, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor. Setor: História Moderna Orientador: Prof. Dr. LUCIANO RAPOSO DE ALMEIDA FIGUEIREDO Niterói, RJ 2010 C376 Cavalcanti, Irenilda Reinalda Barreto de Rangel Moreira. O comissário real Martinho de Mendonça: práticas administrativas portuguesas na primeira metade do século XVIII / Irenilda Reinalda Barreto de Rangel Moreira Cavalcanti. – Niterói, [s.n.], 2010. 442 f.; 30cm. Orientador: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo. Tese (Doutorado em História Social Moderna) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, 2010. Bibliografia: f. 375-426. 1. Mendonça, Martinho de. 2. Administração Colonial Portuguesa, século XVIII. 3. História de Minas Gerais, século XVIII. 4. Fiscalidade. 5. Revoltas e Motins. 6. Letrados. 7. Cultura Escrita. 8. História Social – Teses. I. Figueiredo, Luciano Raposo de Almeida. II. Universidade Federal Fluminense. III. Título. CDD 981.51 E-mail: [email protected] IRENILDA REINALDA BARRETO DE RANGEL MOREIRA CAVALCANTI O COMISSÁRIO REAL MARTINHO DE MENDONÇA: PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XVIII Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social, da Área de História do ICHF/UFF, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor. Setor: História Moderna Aprovada em _________/__________/___________ Prof. Dr. LUCIANO RAPOSO DE ALMEIDA FIGUEIREDO (UFF) - Orientador Prof. Dr. CAIO CÉSAR BOSCHI (PUC/MG) Prof. Dra. LAURA DE MELLO E SOUZA (USP) Prof. Dra. MARIA FERNANDA BAPTISTA BICALHO (UFF) Prof. Dr. RODRIGO BENTES MONTEIRO (UFF) SUPLENTES Prof. Dra. JÚNIA FERREIRA FURTADO (UFMG) Prof. Dr. GUILHERME PAULO CASTAGNOLI PEREIRA DAS NEVES (UFF) Niterói, RJ 2010 A minha mãe, Irene, origem de tudo. Ao meu esposo Sylvio, companheiro de longas viagens. Aos meus filhos, Arthur e Alexandre, fontes de orgulho. Ao meu primeiro neto, Filipe, que me trouxe alegria, quando ela estava minguando. E a Martinho de Mendonça, pois sem o seu cuidado de mandar fazer tantas cópias dos documentos, essa pesquisa não teria se realizado. AGRADECIMENTOS À Coordenação do PPGH/UFF, pela Bolsa Repesq. Ao meu orientador, Prof. Dr. Luciano Raposo de Almeida Figueiredo, por dividir comigo seu tempo e ideias. Às Professores Drs. Maria Fernanda Bicalho e Rodrigo Bentes Monteiro, que muito me auxiliaram com suas observações na Banca de Qualificação. À inesquecível Profa. Dra. Maria de Fátima Gouvêa. À Profa. Dra. Fernanda Olival, pelas transcrições das mercês do Martinho de Mendonça. Aos meus amigos, Profs. Msc. Rodrigo Fialho Silva e Marcos Vinicius Oliveira, pelas longas conversas teóricas. A Marcos Vinicius Oliveira e Tarcísio Gaspar, meu especial agradecimento pela leitura acurada e ótimas sugestões para a finalização da Tese. Aos amigos que, generosamente, me abrigaram em suas casas, quando precisava ficar no Rio de Janeiro, Henriette e Fabio Moita, Leonardo Lennertz, Tarcísio Gaspar. Aos muitos colegas que conheci durante o Curso e com quem troquei muito mais que ideias, experiências, fontes, arquivos e referências: Alexandre Souza, Carlos Ximendes, Carolina Ferro, Denise Demétrio, Gabriel Aladrén, Ieda Avenia, Lígio Maia, Mario Branco, Mônica Ribeiro, Thiago Rodrigues, Verônica Gomes. A Direção da FAFI-PROFANOR e a Anna Rita Alvim, Coordenadora do Curso de História, pela oportunidade e compreensão durante minhas ausências. Enfim, aos meus alunos, pois são a maior motivação para que eu continue estudando. Taxman Homem Dos Impostos George Harrison Let me tell you Deixe-me dizer-lhe, How it will be. Como isso vai ser. There's one for you, Há um para você, Nineteen for me, Dezenove para mim. 'Cause I'm the taxman. Porque eu sou o homem dos impostos. Yeah, I'm the taxman. Sim, eu sou o homem dos impostos. Should five percent Deveria cinco por cento, Appear too small, Parecer pouco. Be thankful Fique agradecido, I don't take it all. Por eu não pegar tudo. 'Cause I'm the taxman. Porque eu sou o homem dos impostos. Yeah, I'm the taxman. Sim, eu sou o homem dos impostos. “Quem a VExa. presuadir que nas Minas não há perigo ou é oculto inimigo meu, e do serviço del Rei, ou ao menos intenta lisongear a VExa.; tendo por menos mal que se arrisque o sossego público que inquietar a VExa. com matéria que lhe seja pouco agradável. & Como todas estas quimeras, vozes espalhadas, e tudo mais que pode conduzir a alterar o sossego das Minas, tem por principal objeto, e toma por único pretexto, o ódio contra a minha pessoa (...)” Vila Rica, 08-11-1737. Resumo Este estudo pretende acompanhar a trajetória de Martinho de Mendonça de Pina e de Proença (1693-1743), um Comissário Real enviado para auxiliar os governadores da porção sul da América Portuguesa, nos meados da década de 1730. Seguindo suas variadas experiências no serviço do Rei, consegue-se perceber duas veredas que se entrecruzam. Em uma se encontram as iniciativas da Coroa, que tentava melhorar suas práticas e métodos, visando aprofundar o controle governamental no reino e no ultramar, em especial na América Portuguesa. Na outra, caminha com o letrado, durante a estadia em Coimbra, e depois na viagem pela Europa e no retorno a Portugal, quando passou a frequentar a Corte, as Academias de Letrados, e os corredores do palácio real, exercendo diversificadas funções. As duas veredas se unem nas muitas iniciativas de governação da Coroa que aproveitavam os melhores recursos administrativos e intelectuais do momento, representados por homens que reuniam em si habilidades militares e letradas. Para entender o momento em foco, analisa-se o papel da cultura escrita na governação e as crescentes exigências para nomeação de funcionários, tudo permeado pela cultura política neotomista e corporativa, que recomendava aos altos funcionários o uso da concórdia e da prudência para a consecução dos objetivos administrativos. A segunda parte da pesquisa concentra-se nas experiências vivenciadas por Martinho de Mendonça em diversas funções e principalmente, nas Minas, aonde permaneceu por três anos e três meses, exercendo os cargos de Comissário e de Governador Interino. Durante o exercício dessas ocupações, ele teve oportunidade de colocar em prática suas habilidades letradas, muitas vezes requisitadas para resolver os problemas surgidos na capitania mineradora, sendo o seu maior desafio a debelação dos motins eclodidos nos sertões do Rio S. Francisco, em 1736. Para empreender a pesquisa, empregamos fontes impressas e manuscritas depositadas no Arquivo Ultramarino, na Torre do Tombo, no Arquivo Público Mineiro, na Biblioteca Nacional de Lisboa, no Real Gabinete Português de Leitura. Palavras-chave: Portugal e Brasil. Administração e Política. Minas Gerais. Martinho de Mendonça. Abstract This work intends to detail the path followed by Martinho de Mendonça de Pina e de Proença (1693-1743), a Royal Comissioner sent to help the southern Portuguese America governors, in mid 1730. Guided by his various experiences at the King’s service, it is possible to notice two ways that intertwine. In one are present the initiatives of the Crown, which tried to improve its practices and methods, seeking to deepen the government control in the Realm and Overseas, especially in the Portuguese America. On the other, he walks as an erudite, during his stay at Coimbra, and afterwards in the travel through Europe and the return to Portugal, when he started to attend the Court, the Literate Academy, and the corridors of the Royal Palace, playing different roles. These two paths gather at the many government initiatives of the Crown which took advantage of the better administrative and intellectual resources of that time, represented by men which united military and cultural skills. To understand the focused moment, the role of written culture in government is analyzed and the crescent demand for official nominations, all surrounded by the neo-Thomist and corporative political culture, which recommended to the higher ranks officials the use of concord and prudence in the fruition of the administrative objectives. The second part of the research concentrates on the experiences lived by Martinho de Mendonça in different functions and, most importantly, in Minas, where he remained for four years, assuming the roles of Comissioner and Provisional Governor. During the exercise of these occupations, he had the opportunity of putting in practice his literate skills, often required to solve the problems which appeared in the mining captaincy, being his bigger challenge the suppression of the mutinies that erupted in São Francisco River’s countryside, in 1736. To develop the research, printed and handwritten documents were used, which are deposited at the Overseas Archive, at the Tombo Tower, at the Minas Public Archive, at the Lisbon National Library and at the Royal Portuguese Cabinet of Reading. Keywords: Portugal and Brazil. Administration and Politics. Minas Gerais. Martinho de Mendonça. SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................