Universidade De Brasília Instituto De Ciências Humanas Programa
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Universidade de Brasília Instituto de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em História Área de Concentração: História Cultural Linha de Pesquisa: Identidades, Tradições, Processos Dissertação de Mestrado Orientadora: Eleonora Zicari Costa de Brito “Transformando o tédio em melodia” Subjetivação do político, juventude e tradição em Cazuza Década de 1980 Leidiane Lopes de Souza Brasília, julho de 2012 Universidade de Brasília Instituto de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em História Área de Concentração: História Cultural Linha de Pesquisa: Identidades, Tradições, Processos Dissertação de Mestrado Orientadora: Eleonora Zicari Costa de Brito “Transformando o tédio em melodia” Subjetivação do político, juventude e tradição em Cazuza Década de 1980 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade de Brasília, na área de Concentração de História Cultural, como requisito à obtenção do título de Mestre em História. Leidiane Lopes de Souza Julho de 2012 Banca Examinadora Drª Eleonora Zicari Costa de Brito (PPGHIS/UnB - Orientadora) Drª Maria T. Ferraz Negrão de Mello (PPGHIS/UnB) Dr. Guilherme Bryan (Centro Universitário Belas Artes/SP) Drª Márcia de Melo Martins Kuyumjian (PPGHIS/UnB) Às mentiras sinceras que acreditei Aos exageros que não cometi Às promessas malucas que fiz Aos segredos de liquidificador que não pronunciei Aos amores tranquilos que não tive Aos dias que não nasceram felizes Aos sonhos que não foram vendidos À poesia que não vivi E aos tédios que consegui transformar em melodia. O tédio é o sentimento mais moderno que existe, que define o nosso tempo. Tento fugir disto, pois tenho uma certa tendência ao tédio. Mas eu sou animadérrimo... Sou muito animado, para sentir tédio!!! Sou animado à beça, qualquer coisa me anima. Se você me convida para ir na Barra da Tijuca, eu te digo logo: 'Vaaaamos!!!'Qualquer besteira me anima. Tudo que já passei na minha vida, não conseguiu tirar esta animação. Eu me sinto sempre ganhando presentes. Se faço uma entrevista e leio depois no jornal, acho o máximo tudo, a foto, o texto... Estou sempre ganhando brinquedos. Me interesso por estes brinquedos um tempo, depois largo... Minha vida é muito assim, sempre morrendo de rir, nunca com tédio. E quer saber de uma coisa? O que salva a gente é a futilidade. Cazuza Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; Minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências. Me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito. Eu só vivo nos extremos Clarice Lispector Eu sou contraditório, sou imenso. Há multidões dentro de mim Walt Whitman Agradecimentos São muitos os que fizeram parte deste show. Agradeço a Deus, que de uma forma muito especial direcionou os rumos desta pesquisa. À minha família, que acompanhou diariamente o meu empenho e minha dedicação a este trabalho. Pelos ouvidos sempre atentos às leituras fora de hora. Pela paciência com as instabilidades emocionais, que não foram poucas. Pelos incentivos nos momentos mais difíceis e pelas vibrações a cada etapa concluída. À minha querida orientadora Eleonora Zicari, por quem tenho dívidas infindáveis. Primeiramente por te me aceito como aluna especial em sua disciplina e por ter demonstrado interesse, desde o início, em minhas propostas ainda bastante inseguras. Segundo, por ter me acolhido carinhosamente como sua orientanda. Pela dedicação e leveza com que conduziu as orientações, sempre presente, concedendo espaço para discussões, com incentivos, dicas e opiniões, decisivos para o bom andamento desta pesquisa. Ao meu queridíssimo amigo Mateus Pacheco, pela forma atenciosa e dedicada de leitura dos meus escritos, com comentários leves e certeiros, que me ajudaram a encontrar um tempo certo para essa narrativa. Agradeço também pelos longos papos on-line, em que pude desfrutar de alguns momentos de descontração, com nossos divertidos pot-pourri. À minha querida amiga Valeska Barreto, que – com o seu jeitinho baiano de ser – me proporcionou vários momentos agradáveis, como nossa memorável bebedeira em Goiânia, acompanhada por risos intermináveis no quarto do hotel. Pelos laços que construímos ao longo desses meses, com manhãs de estágio, encontros em almoços e cafés, em que tivemos a oportunidade de dividir nossas angústias e também alegrias por cada etapa cumprida. À Maria Abília, carinhosamente conhecida por Bia, a primeira pessoa com quem estabeleci contato na universidade e com quem tive a oportunidade de cursar uma disciplina. Agradeço a atenção, a amizade e as dicas sempre certeiras em minhas investidas acadêmicas. Estendo os meus agradecimentos aos demais colegas do grupo de História e Música: a Rafael Rosa, pelas palavras incentivadoras e elogiosas ao meu trabalho; a Jorge Alexandre, que tive a oportunidade de conhecer na minha qualificação e a quem devo algumas de minhas referências sobre performance; a Jefferson Gohl, com quem cursei duas disciplinas, partilhei algumas discussões, troquei referências bibliográficas e cumpri horas de estágio. A Marcelo Brito, que – apesar de não fazer parte do grupo – sempre me tratou com muito carinho e atenção, demonstrando interesse pela minha pesquisa, dispondo-se a discutir leituras, contribuindo com sugestões, ideias, enfim, pelo seu apoio e pela sua consideração. Um abraço especial ao meu amigo Rodrigo Salomão, que partilhou de muitos momentos angustiantes nesse último ano. Agradeço pelo apoio no trabalho, quando precisei me ausentar em decorrência de compromissos acadêmicos, pelos papos animados nos momentos de descontração, pelos incentivos nos momentos mais difíceis e, sobretudo, por sempre ter acreditado no meu potencial. Agradeço às minhas amigas Kênia Medeiros e Daniela Nunes, com quem dividi momentos maravilhosos na graduação e pela confiança que sempre depositaram em mim. Estendo aqui os meus agradecimentos aos professores Marcelo Reis, Luiz Henrique Borges e Michelle Santos, pelos ensinamentos e, especialmente, pelos incentivos em dar continuidade à carreira acadêmica. Os meus agradecimentos às professoras Maria Thereza Negrão e Maria Angélica Madeira, pelos comentários, considerações e sugestões dadas na minha qualificação, de suma importância no direcionamento desta pesquisa. Um abraço ao jornalista Guilherme Bryan – com quem tive a oportunidade de conversar por diversas vezes, por e-mails e bate-papos –, por ter me concedido uma entrevista via Skype. Agradeço pela disponibilidade em me atender, bem como pelas palavras incentivadoras e pelos elogios direcionados à minha pesquisa. E também por ser um apaixonado pela obra do Cazuza e pela cultura dos anos 1980, o que estreitou ainda mais os nossos diálogos. Um agradecimento mais que especial ao Senhor João Araújo, que me abriu as portas do seu escritório de consultoria no Rio de Janeiro para uma conversa muito agradável e emocionante. Agradeço pela generosidade, simpatia e disposição com que me recebeu e pela paciência em me ouvir e responder a todas as minhas inquirições, prorrogando o tempo disponibilizado, sem interrupções. Estendo os meus agradecimentos à sua secretária Neila, com quem estabeleci os primeiros contatos. Agradeço a simpatia e a prontidão em ter respondido a todos os meus e-mails, telefonemas e pela atenção com que me recebeu no Rio de Janeiro. Agradeço também pelas indicações dos pontos frequentados por Cazuza e pela foto tirada com o seu João Araújo. Obrigada às professoras Marcia Kuyumjian, Cléria Botelho e Lucília Delgado pelas aulas no PPGHIS/UnB, que contribuíram para realização deste trabalho. À Capes, pelo apoio financeiro, fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa. E ao Cazuza, que me fez refletir em meio à poesia de sua obra. Resumo Tomando a trajetória e obra do cantor e compositor Cazuza como objeto de estudo, esta pesquisa dedica esforços em desvelar diferentes leituras: de político, de música, de mundo, realizadas por um grupo de jovens dos anos 80. O período recortado confere espaço ao rock nacional que, na referida década, foi tratado de forma ambígua. Se por um lado o gênero era considerado alienado, irrelevante para a cultura brasileira, por considerarem suas músicas “acríticas”; por outro, era visto como uma arte que traduzia bem o cotidiano de uma juventude ambientada ao contexto da redemocratização do país. Ao concedermos espaço para as lutas de representação que operaram no cenário musical brasileiro da década de 1980, acreditamos fornecer indícios relevantes para refletirmos como o Brasil estava sendo pensado por uma parcela de jovem daquela época. Palavras-chave: História, Cazuza, rock, cotidiano, subjetivação do político, juventude e tradição. Abstract Taking the life and work of singer-songwriter Cazuza as object of study, this research dedicates efforts in unveiling different readings: the political, music, world, performed by a group of young people of 80’s. The period analysed confere space to the nacional rock, in that decade, was treated ambiguously. On the other hand the genre was considered alienated, irrelevant to the Brazilian culture, as they consider their music "uncritical,on the other hand, it has seen as an art which reflects well the daily life of a youth accostumed to the context of the political openness of the country. When concede space to the struggles of representation that operated in the Brazilian music scene of the 1980s, we believe to provide relevant evidence to reflect how Brazil was being compensated for a portion of young people on at that time. Keywords: History, Cazuza, rock, daily, subjectivity of political, youth, tradition. SUMÁRIO Introdução: “Vem Comigo” 01 Capítulo I: “Maior Abandonado”: espaços e experiências na trajetória de Cazuza 09 1.1. “Sem vergonha e sem culpa” 27 1.2 “Ser artista no nosso convívio” 48 Capítulo II: “Pro dia nascer feliz”: disputas e subjetivação do político no rock dos anos 80 62 2.1. Lutas de representação em torno do rock 65 Capítulo III: “Todo amor que houver nessa vida”: cantando outras faces do político 104 3.1. “Ideologia, eu quero uma para viver”: a crítica rasgada 117 Capítulo IV: “Faz parte do Show”: performance, tradição e memória na obra de Cazuza 131 3.1.“O tempo não para” 131 3.2. “Nadando contra a corrente”: coragem, medo e preconceito na construção da AIDS 159 3.3.