CÓMO CITAR: [RESUMO] [DOSIER] Palavras-chave: Cinema,pós-minimalismo,composiçãodacena,cinema debates sobreousodemúsicapós-minimalistanocinemaqueer. na composiçãodacena.Pretende-secontribuircomesteartigoparaaampliaçãodos bientada pelafaixamusicalTrance 4.Comoconclusão,ressalta-seopapeldamúsica contextualização, seguidaspelaexploraçãodacenafílmicadeClosetMonster,am- sobre músicapós-minimalista,cinemaqueereosprotagonistasdeTrance , àguisade pontos desincronizaçãoepós-minimalismomusical.Oartigoiniciacomconsiderações vamente. Paratanto,aanálisetransitaentreconceitoscomolinguagemmusivisual, terísticas determinadas,quaissejamocinemaqueerepós-minimalismo,respecti- mútua daslinguagensmusicalevisual,ambaslocalizadasemtendênciascomcarac- objetivos distinguir a contribuição da peça na composição da cena e discutir a influência da pelogrupomusicalIcebreaker. Trance 4,concebidaem1995pelocompositoramericanoMichaelGordoneinterpreta - ao desenlacedofilme(71’32”-75’43”),queseservedapeçamusicalpós-minimalista sentido quenãoseriaomesmosemela.Esteartigofoca-seemumacenapróxima mental para caracterizar o protagonista,acompanharatrama e conceder à obra um apresenta fortesinfluênciasdocinemaqueereutilizaamúsicacomoelementofunda- melhores filmes canadensesdo ano2015pelo Toronto InternationalFilm Festival (TIFF), O filmeClosetMonster,escritoedirigidoporStephenDunn,consideradoumdosdez Música pós-minimalista em cena: uma análise Música pós-minimalistaemcena:umaanálise 170-191. http://doi.org/10.11144/javeriana.mavae16-1.mpme em cena:umaanálise dousodetrance4emclosetmonster ”. Moncada Sevilla, Nadia Imelda,MaristelaCarneiroSantos yRitadeCássiaDominguesdos Santos.2021.“Músicapós-minimalista do usode . Desse recorte, emerge uma análise que tem como Desserecorte,emergeumaanálisequetemcomo trance 4 trance Rita deCássiaDominguesdosSantos**** Nadia ImeldaMoncadaSevilla** Maristela Carneiro*** queer. em **** Cuadernos deMúsica, ArtesVisualesyEscénicas 16(1): *** ** Closet monster Closet * Disponible enlínea:1deenero2021 Aceito: 13deoutubro2020 Recebido: 30dejunho2020 doi 10.11144/javeriana.mavae16-1.mpme email: [email protected] ORCID: 0000-0002-7825-7602 Federal deMatoGrosso. Graduação emEstudosdeCulturaContemporâneadaUniversidade Docente adjuntadodepartamentodeArteseProgramaPós- do GrupodePesquisaMultimundos,ambosvinculadosaoECCO. (FASM). ÉlíderdoGrupodePesquisaContemporArteemembro e licenciaturaemEducaçãoArtísticapelaFaculdadeSantaMarcelina Composição eRegênciapelaUniversidadeEstadualPaulista(UNESP) pela UniversidadedeSãoPaulo(ECA/USP),possuibachareladoem Federal deMatoGrosso(ECCO/UFMT. MestreemMusicologia/Artes Doutora emEstudosdeCulturaContemporâneapelaUniversidade email: [email protected] ORCID: 0000-0002-6335-7379 Mato Grosso/UFMT. pela FaculdadeSantana–IESSA.DocentedaUniversidadeFederalde UEPG, licenciaturaemHistória,namesmainstituição,eFilosofia Sociais Aplicadas,pelaUniversidadeEstadualdePontaGrossa– Studi diNapoliFedericoII,naItália–UNINA.MestradoemCiências Goiás –UFG,tendorealizadoperíodosanduíchenaUniversitàdegli Grosso –UFMT. DoutoradoemHistória,pelaUniversidadeFederalde – UNICENTRO.Pós-DoutoradopelaUniversidadeFederaldeMato Pós-Doutorado pelaUniversidadeEstadualdoCentro-OesteParaná email: [email protected] ORCID: 0000-0003-2544-3417 Comunicação Social–UniversidadCentroamericana. na UniversidadeFederaldeMatoGrosso.Possuigraduaçãoem Cursa Pós-GraduaçãoemEstudosdeCulturaContemporânea Artigo dereflexão.

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Música post-minimalista en Post-Minimalist Music on the escena: un análisis del uso de Scene: Analyzing the Use of trance 4 en Closet monster Trance 4 in Closet Monster

La película Closet Monster, escrita y dirigida por Stephen Dunn, considerada uno The movie Closet Monster, written and directed by Stephen Dunn and consi- de las diez mejores películas canadienses de 2015 por el Toronto International Film dered one of the top ten Canadian movies of 2015 by the Toronto International Festival (TIFF), presenta fuertes influencias del cinequeer y utiliza la música como Film Festival (TIFF), is heavily influenced by queer cinema and uses music as a elemento fundamental para caracterizar al protagonista, seguir la trama y darle a la fundamental element to characterize the protagonist, follow the plot, and give [RESUMO]

[RESUMEN] obra un significado que no sería el mismo sin ella. Este artículo se enfoca en una es- a meaning to the film that would not be the same without it. This paper focuses cena cerca al desenlace de la película (71’32”-75’43”), que hace uso de la obra musi- on a scene near the end of the movie (71’32”-75’43”) that uses the post-mi- cal postminimalista, Trance 4, concebida en 1995 por el compositor estadounidense nimalist music piece, Trance 4 (1995), by American composer Michael Gordon Michael Gordon e interpretada por el grupo musical Icebreaker. De este corto surge and performed by the band Icebreaker. Based on the short, this paper offers an un análisis que pretende distinguir el aporte de la obra en la composición de la esce- analysis that aims to highlight the track’s contribution to the composition of na y discutir la influencia mutua de los lenguajes musical y visual, ambos ubicados the scene and to discuss the mutual influence of musical and visual languages, en tendencias con determinadas características, que son el cine queer y el posmini- both located in trends with certain characteristics — namely queer cinema and malismo, respectivamente. Para tal fin, el análisis se mueve entre conceptos como post-minimalism, respectively. To that end, the analysis shifts between concepts el lenguaje musivisual, los puntos de sincronización y el post-minimalismo musical. such as musivisual language, synchronization points, and musical post-minima- El artículo empieza con algunas consideraciones sobre la música post-minimalista, lism. The paper opens with some thoughts about post-minimalist music, queer el cine queer y los protagonistas de Trance, a modo de contextualización, seguida de cinema, and the protagonists of Trance, by way of contextualization, followed by la exploración de la escena cinematográficaCloset Monster, ambientada por la pista an exploration of the Closet Monster scene, set to the track “Trance 4.” To con- Trance 4. Como conclusión, se resalta el papel de la música en la composición de la clude, the paper emphasizes the role of music in the composition of the scene. escena. Con este artículo, se busca contribuir para ampliar los debates sobre el uso With this paper, we seek to contribute to broadening the debate on the use of de música postminimalista en el cine queer. post-minimalist music in queer cinema.

Palabras clave: Cinema, postminimalismo, composición de la escena, cine queer. Keywords: Cinema, postminimalism, scene composition, queer cinema.

[MAVAE] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., () • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] termídias einterartes novas formas decomunicaçãoemvirtude dascombinaçõesin- artes emídias.Ocinemaéumexemplo nítidodosurgimentode é um campo amplo e de convergência entre diferentes línguas, seu própriosignificado antesmesmodefazer partedofilme. recíproco”, pois,devido aoseucaráter preexistente, amúsicajá traz chamaRomán ouoqueChion (2008) (2008), de “valor agregado segundo caso, é mais fácil apreciar a influência mútua referida por às necessidadesnarrativas no daobracinematográfica;noentanto, envolvidos emsuaprodução. Emamboscasos,amúsicaresponde conformidade dos comasintenções,agendamentoseorientações especificamente paraofilmeouincluirmúsicaspré-existentes, em pode acontecerdediversas maneiras. A trilhasonora podeserfeita outra forma” (33).Esseaportedosom,eespecialmentedamúsica, faça ver aquilo que sem ele nãoveríamos, ou que veríamos de “pelo valorinterpreteosentidodaimagem enos acrescentado, “manipulação afetiva esemântica”, paraque,conforme esclarece, som que acompanha o filme em geral aparece como um meio de Para ocompositoreacadêmicofrancêsMichel o Chion (2008), expressivas comainserçãodaquela. a produçãoaudiovisual, assimilanovas quetambém camadas como sua associaçãocomosdemaiselementosfílmicos,tal palavras, amúsicaadquirediversificadosde sentidosemvista Introdução a noção de montagem visual a noçãodemontagem tico SergeiEisenstein foi umdosprimeirosaestenderaosom sonoro, aofinaldadécadade1920, eteóricosovié ocineasta - Segundo Annabel Cohen(2001, 253),comachegada dofilme progressos técnicosemambososcampos. foi sendotransformado, intensificadoeaprimorado,diantedos grafo nasprojeçõesfílmicas na erasilente.Esterelacionamento alusão aousodamúsicavivo ousuareproduçãopelofonó- sua narrativa. Nahistóriadocinema,porexemplo, éhabitual a mente sealiouàmúsicacomoumaferramenta queinfluenciou relação com a literaturauma estreita e a fotografia, e rapida- expressivas doprópriofilme” (traduçãodosautores) influência mútua queédadapelasnecessidadesnarrativas e dessa uniãoemergeinevitavelmente com umaretroalimentação ‘musivisual’ aplicaoscódigosdamúsicaautônomaaofilme,mas cinema coexistem influenciando-se,demodoque “a linguagem Por essemotivo, para Alejandro Román111), (2008, amúsicaeo dades: métrica,rítmica,tonal,harmônicaeintelectual. que podeserpercebidonosnomesdadosàsdiferentes modali- eisensteinianaenfatizateoria damontagem opapeldamúsica, 16).parece umaunidadeorgânica”(Eisenstein2002a, Defato, a quando sucessivas“um acorde—oumesmotrêsnotas — ou nãopróximos presente docinema”;nocasodamúsica, está processo podeserencontradoemoutrosmeiosartísticos,sejam > Não énovidade dizer quealinguagemcinematográfica 1 . Desdeonascimento,campomantém 2 . Deacordocomoautor, “este 3 . Em outras . Emoutras 172 > > 173 nimalista edocinemaqueer nimalista - grande medida. É nesse ponto específico que a abordagem da corrente minimalista/pós-mi ficação dentrodetendênciasartísticas,poisdefinemecaracterizamcadacomposiçãoem o universo perceptivo criadoemtornodecadaobra,epartedissodizrespeitoàsuaclassi- ambas aslinguagens(musicalecinematográfica)nacomposiçãodacena,éessencialabordar da própriacenaselecionada.Note-seque,paradeterminararelaçãooucontribuiçãomútua de apenascomopontodepartida,levandoem debate.Estepreâmbuloserve àanáliseprincipal, Para faz-se umacontextualização tanto, pertinenteapresentarmos introdutóriadoselementos ou pós-minimalista? panhada deumapeçamusicalcomumenteassociadaàsqualidadesdacorrente minimalista Na cenaemfoco, amúsicaé transformada? Comoacenadofilmeépercebidaquandoacom- qualidades dapeçamusicalsãotransferidas paraacena? A cenaétransformada pelamúsica? oquepodeserexpressoas as linguagensnocasoemquestão, nasseguintesperguntas: nadas. Oexamecenavisadiscutircomosedáainteraçãoouinfluênciamútua desta entre dentrodetradiçõesoucorrentes musicaisdetermi- em especialdecomposiçõescatalogadas nospermitevislumbraraspectosdopapeldamúsicananarrativaproposta cinematográfica, (Stephen Dunn2015), acompanhadapelapeçamusicalTrance 4(Michael Gordon1995). Esta e suascontribuiçõesparaacomposiçãodeumacenadofilmecanadenseClosetMonster Isto posto, este artigo propõe uma discussão sobre as qualidades da música pós-minimalista considerações finais. Closet Monstere,aofim,ousodamesmanacenaescolhida,finalizando oartigocomas gravação daobraTrance 4,partedoálbumTrance sobre ofilme, paraadiantetratarmos considerações sobreopós-minimalismoeospersonagens envolvidos nacomposiçãoe seção,serãoexpostasO presenteartigofoi nesta organizadoemtrêspartesfundamentais: Pós-minimalismo musicaleaobratrance da influênciamútua nacenaselecionada. do filmeClosetMonstereseudiretor, StephenDunne,emúltimaanálise,dainteraçãoe Quandorespondidas,serápossívelclassificadas comopós-minimalistas? nosaproximarmos são asexpectativas emrelaçãoaosvalores eexperiências comumenteassociadosàspeças Quecaracterísticastécnicaselesupõeparaapeça?Equais na tendênciapós-minimalista? secolocam: zação inicial,outrasperguntas Michael suacomposição Trance Gordone,maisatentamente, A partirdessacontextuali 4. - especificamente naesfera musical,demodoaembasarumabreve abordagemdocompositor Portanto, éapropriadopartirdeumabreve revisão dopós-minimalismo,noâmbitogerale, quanto acenaselecionada 6 . 4 entraemcena O queimplicalocalizarapeçadeMichael Gordon 5 , contribuindo para localizar tanto apeçamusical , contribuindoparalocalizartanto

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] 1970, tendoarepetiçãocomoumadassuasprincipaiscaracterísticas do minimalismomusical,comamaioriadesuascomposiçõesfeitas nasdécadasde1960 e Steve Reich (1936-) ePhilipGlass(1937-) sãoreconhecidoscomoosprincipaisrepresentantes queLaMonte os propósitosdopresentetexto, observa-se Young (1935-), Terry Riley (1935-), técnica composicional.Longe dealmejarmosumaconceituação definitiva, oqueextrapola éumestilo,umaestéticaou Não háconsensoentreosteóricosseamúsicaminimalista concordar acercadocaráterimpuro queopós-minimalismomusicaldesvela, pormeiodacombi mistura devárias mídiase/ouvários procedimentoscomposicionais ideias deumavariedadefontes desconcertante musicais”(Gann2001, traduçãodosautores) do minimalismo,datonalidadediatônicaeatédosarquétiposformais, masumainclusãoquereúne mais variações. uma apresenta Apesar disso,oestilotambém “dependência doritmoconstante preferem seus antecessores,oscompositorespós-minimalistas ecom composiçõesmaiscurtas terísticas, umatendênciaasertonal,principalmenteconsoante,sendoque,diferentemente dos entre suas carac- tiva o pós-minimalismo apresenta, ao minimalismo. Como o autor argumenta, No casodopós-minimalismo,aindaparaGann(2001), cole- inicialmenteestepareciaumaresposta assim comoarelevância (Schwarz dousodecitação 1996; Masnikosa 2009; 2013).Williams nação dediferentes tradiçõesouprocedimentos composicionais,gerando umvocabulário eclético, nas entranhasdacomposição musical, permeadospelaEstéticadaImpureza No pós-minimalismomusical, os fenômenos extra-musicais sãopreponderanteseamalgamados nessa afirmação” (traduçãodosautores) de músicaThe VillageVoice cunhado pelocompositorMichael Nymanem1968, embora Tom Johnson (compositorecrítico foi “aparentemente nocampo,consideraquenamúsicaotermominimalismo mais citados clareza daforma esimplicidade datextura eestrutura. Kyle Gann(2001), umdosautores afirmou que é basicamente um tipo de arte caracterizado pela austeridade dos meios, (2000) Na tentativa dedefinirotermominimalismodentrodacorrente artísticaemgeral,Strickland adiante. Mas,oqueentendemosporpós-minimalismo,terminologiaderivada dominimalismo? Trance comodiscutiremos 4écomumentedefinidacomoumamúsicapós-minimalista, Jelena Novak (2013), porsuavez, enfatiza oladoconceitual dopós-minimalismo: Composições pós-minimalistas:umamiscelânea de fenômenos extra-musicais. (Novak 2013, 130, traduçãodosautores) lismo epós-minimalismo,penso,resideemdiferentes atitudes emrelaçãoàrepresentação duzir aatividadesonoraaomínimonecessáriodesapareceu. A diferença crucial entreminima- A músicageralmenteétonal,masatonalidadenãoumpré-requisito, eatendênciaparare- inicial,éenfraquecida. mas aquiarigidezdosprocessos,comparadaàdamúsicaminimalista técnicas repetitivas continuamsendoumacaracterísticadascomposiçõespós-minimalistas, Gavin Michael Bryars, Gordon,David Lang, Mertens,MichaelWim NymaneJulia Wolfe. As incluem aparecemcomopós-minimalistas: de umapréviatambém linguagemminimalista asimesmosatravésles, muitoscompositorescontemporâneosquenãoseestabeleceram Ealémde- seguindosuaspróprias realizaçõesminimalistas. em direçõespós-minimalistas, de PhilipGlass(1937-), Steve Reich (1936-) eLouis Andriessen (1939-) desenvolve suasobras masofazemnuma erapós-modernista, maneirasdiferentes. demuitas A músicaposterior e questionam amúsicaminimalista reinterpretam comentam, gêneo. Os pós-minimalistas O pós-minimalismo não é um estilo nem um movimento, mas um campoconceitual [jornal americano],emNova York), tenhaapostado também 7 . 12 . A maioriadosteóricosparece 8 (Gann2001). 10 11

, ou seja, impera a , ouseja,imperaa hetero- 9 . 174 - > > 175 Cantaloupe Music dora Cantaloupe mesmo tendo como baseapenasumriff debaixo elétrico de Michael obraaumaposiçãodereferência Gordon,alçandoesta nopanteão minimalista, de músicaamericano Allan Kozinnassinala Trance (2004) Trance 4(07:23);Trance Drone (08:33);eTrance 5(13:48) em seispeçascomtítulos independentes: Trance 1(08:38);Trance 2(06:50);Trance 3(07:01); sob o selo fonográfico americano 1997. Argo, comumaduraçãode52minutos,efoi executado aovivo pelaprimeiravez entre1996 e Com oIcebreaker em MiamiepassouseusprimeirosoitoanosnaNicarágua Michael Gordon(1956-), compositoremestreemmúsicapela Yale School ofMusic,nasceu marcaram umapeçalançadahápoucomaisdevinteanos. portrásdesuacomposiçãoeexplorar aspectosque pertinente conhecerosprotagonistas Para apreendercomoacomposiçãoTrance 4 é envolvida pelopós-minimalismo,faz-se Nova York, compositores David Lang(1957-) eJulia Wolfe (1958-), fundaramaorganizaçãomusicalde (1962-) em1989 pelo grupo Icebreaker, musicalbritânico fundadoporJames Poke (1963-) eJohn Godfrey começou trabalharemsuacomposiçãoTrance parasertocada, originalmenteescrita especificamenteparaoestúdioa trabalhosprojetados degravação. Em1994, Gordon Gordon temumprofícuoevariado repertóriocomobrasdesdecomissõesparaorquestra Trance (traduçãodosautores) emumadireçãopós-minimalista” pareça sintonizadocomomaior perigodominimalismo,aprevisibilidade leva [...]eentão Glass, Reich e(comoesperado) Andriessen, embora, comooúltimocompositor, Gordon expressou emumaresenhaqueamesma “está enraizadanasconvenções de minimalistas Na basededadosamericanaAllMusic,sobreacomposiçãoGordon,Dave Lynch (2005) maremos adiantedeforma particularàfaixa Trance 4. sintetizador, ebaixo acordeão,trompete,trombone,violino,violoncelo,guitarra elétrico.Reto- de umacombinaçãoinstrumentos saxofones comoflauta, sopranosealtos,percussão, borativa entreGordoneoIcebreaker daseguinteforma: No sitedeBang onaCan,Michael Gordonnarra onascimentodasegundacomposiçãocola- Yo Shakespeare (1992) Trance: umsonhopós-minimalista Icebreaker re-mixou vez eremasterizoudesta oálbum,paraseurelançamentoem2004, eles eramtudo oquequaisquer outrosgrupos nãoeram[…](traduçãodosautores) que essa peça era para tamente Acordei e na manhã seguinte comecei a trabalhar no assustado virou paramimedisse: “Você precisatrabalharcomforças maiores”. titura, ocompositorbalançava Finalmente,elese acabeçademaneiradesalentadora. em suacabeçaenquantoolhava paraaspartituras. Tudo pareciaMozart. Após cadapar minhas partituras, uma a uma, e eu pude ouvir na minha cabeça a música que ele ouvia minha música a umcompositormaisvelho [...] ele examinou para seuscomentários, Trance começoudepoisdeumsonhoquetive emjulhode1994 [...]Nosonho,levei Bang onaCan 16 , comquemGordonjáhavia trabalhadoanteriormente,napeçamusical incluído noprojeto,oálbumTrance foi lançadoem1995, pelagravadora 15 17 . . 14 e,poucomaisdeumadécadadepois,em2001, lançaramagrava- Cantaloupe Music. Nos dois discos, a composição foiCantaloupe dividida Icebreaker. Eu trabalhava com eles há vários anos e 19 21 . Os 52 minutos do álbum resultam . Os52minutosdoálbumresultam . como umdosmelhorestrabalhos 13 . Em1987, emcompanhiados 20 . Domesmomodo,ocrítico Trance. Soube - imedia 18

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[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] cular, aqualécombinadaàfaixa musicalTrance. 4 dospossíveisfinalidade detratar usoseefeitos dessaobraemumacenaaudiovisual emparti- confessa ter impregnadotoquesautobiográficos: seu estômago e tenta brotar dele brotar seu estômagoetenta costuma terpesadelosvívidos,praticamentealucinações,sobre algoquesemove dentrode uma hamsterfalante querecebeudepresentepoucoantes daseparaçãodosseuspais.Oscar motivadas porseupaidesdecriança,enafielcompanhiadeBuffy (voz deIsabellaRossellini), brutal aumjoveminfância —umataque homossexual. Ojovem refugia-seemsuasfantasias, enquanto éperseguidopelaslembrançasdeumevento traumáticoquetestemunhouna Oscar passapelaspreocupaçõestípicasdeumadolescente emrelaçãoàsuasexualidade, e construir umcaminhonocampo da maquiagemdeefeitos especiais. porConnorJessup),Madly (interpretado ávido e oconvívio para deixar suacidadenatal paterno filmes canadenses do ano. Drama juvenil, a película segue a trajetória do adolescente Oscar de melhorproduçãocanadenseeeventualmente foi mencionadocomoumdosdezmelhores Dunn (1989-), lançadoem2015 noFestival Internacionalde Toronto, quandoganhouumprêmio Closet Monsteréumlonga-metragemcanadensede90minutos,escritoe dirigido porStephen Trance, dasconsideraçõesjátecidasacercadopós-minimalismonamúsicaeocaso de Em vista Relações desentidoentremúsicaecinema (23;traduçãodosautores) de vital” trabalho com “um grauderigorestrutural [...]ritmicamenteetexturalmente imaginativo, além Tranceno qualapresentaram , “seriamente ruidoso” eatéum sônico”“ataque bemcomoum particular dopresenteartigo.EnquantoPotter (1996) achou oconcertodoIcebreaker de1996, e reações,muito antes de desempenhar um papelno filme tações a peça musical traz consigo diversassição do Gordon com a corrente pós-minimalista, interpre- anosdesdeseulançamento,ecomasreiteradasassociaçõesdacompo- Depois detantos Closet Monster éoprimeirolonga-metragem docanadense Stephen Dunn viver sexual.tenta livrementesuaorientação e colidircomdestroçoscacofônicos” (Voyce 2016, traduçãodosautores) sempreameaçandodescarrilar “atingiu comoumtrem,comseusinúmerossonsprecipitados, noclubederockda suainterpretação deNova York Le Poisson Rouge , confessa queTrance o (2002) Isso sugereumaproximidade comotropomotórico,emconformidade comaleitura deLeydon música ecinema. Voltaremos adiante,aoexplorar questão aambiênciadacenaerelaçãomútua aesta entre Trance 4mantémetransfere essaperspectiva quandointeragecomacenaemquestão? Porém,e suacomposiçãosãocompreendidospelacorrente pós-minimalista. apeçamusical indiferente, máquinasemmovimento. retratar decomoGordon tentando Até agora,tratamos sendoque,segundoaautora,evocarente nacorrente minimalista), umprocessomecanizado Closet monster:subjetividadeecinemaqueer 24 , natentativadeexplicar os propósitosexpressivos darepetição(caraterísticarecor dirigimo-nos à obra fílmica que é o foco de nossas atenções, 22 25 ; Keagon Voyce, quemouviu partedoálbumemumvídeo . Aparentemente, essesepisódiosocorrem quandoele Closet Monster, enfoque Closet Monster, com a 23 . 26 , filmenoqual ele 176 - > > 177 cultural demonstroseheróisdacultura pop”(Petković também “expõe como as heteronormas são reforçadas na socialização das crianças e na mitologia (Jane Campion,1993) cais. Podemos ver nacomposiçãodeMichael istodistintamente NymanparaofilmeThe Piano Comumente, isso acontece em cenas nas quais aparecem instrumentos ou dispositivos musi- apenas paraserpercebidapelopúblico,masfaça partedanarrativa einterajacomospersonagens. tores escolhemconcederàmúsicaumespaçodentrodadiegese , paraqueelanãosejaadicionada de nãoparticipardaaçãonarrativa, sendopercebidaapenaspeloespectador. alguns dire Noentanto, nesse ladoexterno, quandovisadefinirouadicionaralgumaemoçãoaomomento,seja,nocaso audiência eosaspectostécnicosacontecemfora doespaçodiegético.Geralmente,amúsicaaparece referir aomundonarrativo, imaginárioeficcionaldofilme.Nocasocontrário,omundoobjetivo da Cohen (2001, 253)lembraqueateoriadocinemageralmenteseapropriatermodiegesepara res) de um magnetismo único, estranho e grandioso [...]” (tradução dos auto- uma película dotada que as faixasfilme, ao destacar sonoras como um perfeito“servem invólucro audiovisual para O críticoJosé MartínLeón (2016) oferece umadiretrizparaentenderopapeldamúsicaneste doarmário”a políticade‘sair’ (traduçãodosautores) aviolênciacontra‘monstros’retrata sexuais demaneirainabalável, elepromove simultaneamente repressiva. Petković abordando osconflitosqueafligem o indivíduo que cresceem uma atmosfera homofóbica e Assim, implica apenasemassumir-se diantedetodos,masvencer osmedosinfantis eamadurecer. cantos escuros—como,porexemplo, dentrodoarmário.Nessesentido, “sair doarmário” não quanto aostemoresquecriançasfrequentementetêmdosmonstrosimaginamviver em uma referênciatanto à condição do internalizaahomofobia nista dequemlheépróximo, eéafligidopelomonstrodoarmário,que Como sugeriuodiretor,- diantedoambientepermeado depreconceitosqueorodeia,protago originalmente composta paraofilme. originalmente composta poderia termotivado aescolhadereunirmúsicas previamente existentes enãoumatrilhasonora personagem, ouseja,éamúsica queelemesmoouve rotineiramente(Figura2).Essa ideia consegueouvir também é parte daessênciado próprio indica que a música que o espetador público eopersonagem.Defato, ainteraçãodopersonagem deOscarcomosfones de ouvido apenascomopaisagemsonora(Schafernão serve 2011) masfaz parteda cenaeinteragecomo o personagemcomfones deouvido enquantoamúsicatoca,sugerindoqueoelemento musical O diretor do Closet Monster usa esserecursoem mais de um momento no filme, apresentando da cenaeinteragecomospersonagens(Figura1). de liderança na narrativa, ao espectador, e a música não é apenas apresentada mas faz parte -chave emsuanarrativa ecomposição. geral, os sons do ambiente, as vozes e até a impressão de silêncio aparecem como peças- Usos efunçõesdamúsicanocinema 30 . Em repetidos momentos do longa-metragem, não apenas a música, mas o som em Closet Monsterseaproxima dodebatedaidentidade easdiscussõesdetemáticaqueer, e o corpo está emplenaguerra consigomesmo.(Macaulaye ocorpoestá 2016, traduçãodosautores) ra Nova. Euqueriafazer internadequandoocoraçãotraiamente estefilme parailustraraluta complexos deauto-aversão ehomofobia internalizadaquesentiaocresceremSt.John’s, Ter Fui compelido a desenvolver o (2018, 44)reflete,fazendo referência aotítulo, que “enquanto ofilmedeDunn 31 . Natramadessefilme,oinstrumento musicaldesempenhaumpapel que precisa ocultar sua orientação sexual sua orientação da sociedade, queer que precisa ocultar tos Closet Monster por um desejo de articular os sentimen tos 28 , Danijela.2018, 52,traduçãodosautores) . Com essa metáfora do monstro, o filme . Comessametáforadomonstro,ofilme 27 29 . - -

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] [MAVAE]

Fonte: Captura datela. Imagem 1. Frame dofilme The Piano(1993)

> > Imagem 2.Frame deClosetMonster-Oscarcomosfones de Fonte: Captura datela. ouvido > > 178 > > 179 psíquicos dospersonagens: reconhece seteusospossíveis damúsicanocinemaporrazões deconstrução deprocessos laridades datemáticaqueer maior dinamismo,emconsonânciacomseutomjuvenil, decoresvívidas,easparticu- apaleta ao longodolonga-metragem. A escolhadesteestilomusicaltemêxito emconcederaofilme qual seja,afaixa sonoraTrance 4? segundos. Queaspectospoderiam terpropiciadooujustificadoaescolhadapeçadeGordon, se dápróximo aodesenlacedofilme(71’32”-75’43”),tendo umaduraçãode4minutose11 mente, faz-se imperativo nosremetermos àcomposiçãonarrativa dacena, cujotranscorrer tiva emumprodutoaomesmotempovisualeacústico.Primeira cinematográficaeresulta - análise paraexplorar nanarra- comoumapeçamusicaldeterminada assumeprotagonismo música nocinemaforam levantados,comoobjeto de umacenaespecíficadofilmeserve Uma vez quecadaaspectofoi contextualizado sobreosusosefunçõesda eapontamentos Saindo doarmário:trance4emclosetmonster produto fílmico,ecomosedáarelaçãoentreasduaslinguagens. da cenaespecíficanofilme,buscandodiscutircomosão aplicados oscódigosdamúsicaao musical. Portanto, notópicoaseguiranalisaremosopapeldeTrance 4paraaconstrução Em particular, questionamosparaqueagendamentosClosetMonsterfaz usodalinguagem efinalmentecontribuirparaoefeitosidade; induzirumhumoraoespectador; estéticodofilme. objeto seexpandeediminuideinten- oucontrainatelaecoincidecomumsomqueaumenta quandoum memórias;direcionaraatençãoàscaracterísticasimportantes, representando nuidade entreasimagens,porexemplo, quandoaaçãoprincipaléinterrompida porpassagens Além dopapeldapsicologização,Cohen(1998, 13-17) identificafunçõescomooutorgarconti- no espectrodamúsicaeletrônica dasmúsicasquefazemCloset Monster,muitas partedatrilhasonorapodemserincluídas concedeumestiloànarrativa.que apenasinteragircomopúblico,amúsicatambém Em já referido; aobuscaraconstrução desses “sentidos psíquicos”dospersonagens,maisdo funções, ou dos tropos propostos por LeydonDeste modo, por meio destas conforme (2002), (tradução dosautores) como expressão da personalidade inequívocaservir do autor por meio de seus caracteres” seja, éselecionadapara psicológicasehistóricasdanarrativa“refletir ascircunstâncias e Gértrudix 175) (2003, mencionaqueamúsica desempenhaumpapeldepsicologização,ou dos autores) evocativa(Windsor econfiantementeecléticaquantooprópriofilme. 2015) (tradução a trilha sonora ambiente dos compositores Maya Postepski e Todor Kobakov que é tão com músicasde Ladytron, Austra, Allie X e o onipresente Nils Frahm, complementando umadastrilhassonorasmaispropulsorasdoano, apresenta Closet Monstertambém tomada deposicionamento.(Gértrudix 175) 2003, (traduçãodosautores) revelação deemoções,g)indicação atos devontadee dealucinações,f)destaque de memórias,c)reflexão deprojeçõesfuturas imaginadas,d)revelação desonhos,e) a) momentodetomadaconsciênciaumacontecimentovivido,b)músicadentro 36 32 . A musicólogapolonesaZofiaLissa(1964), porGértrudix citada (2003), 35 . SegundoarevistaamericanaThe Hollywood Reporter: 34 , asquaisconcedememantémumaessênciaunificada 33

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] [MAVAE]

> > Fonte: Captura datela. Oscar levanta ocorpodaBuffy Figura 3.Momentoemque autores) para trás;aidentidadesexual érevelada; omonstrodoarmárioéderrotado” (52)(traduçãodos seu “engarrafamento degênero”, ambosincorporadosemumhamstermorto,sãodeixados liberação deOscardaatmosfera homofóbica ouheteronormativa queorodeia: “A infânciae o corpo sem vida de Buffy (Figura 3). Petković (2018) o evento interpreta como um início da tempo emquecomeçaadiscutircomseupai.Enquantoseuspaisdiscutem,ojovem encontra Nos arredores dacasadeOscar, suamãelheespera;pedeque entrenoveículo, aomesmo que acenaemanálisecomeça,durantequalfoi executada aobraTrance 4deGordon. mas nãovê Buffy; aproveita paraanunciaraopaiqueirámorar comamãe.Énestemomento cido comela,rapidamenteretornaàcasadeseupai.Eleencontraquartodesarrumado, lembra desuaamigainseparável, ahamsterBuffy. comoquepoderiateraconte- Assustado seupainovamente,confrontar decideiràcasadesuamãe.Duranteocafé da manhã,elese deOscar.Ambos passamanoitenacasadaárvore Ao amanhecer, ojovem, incapazdeousar nochãoEm seguida,Oscarseencontradeitado dobanheiro,e decidelevá-loWilder paracasa. visões sobrealgosurgindodeseuabdômen. um encontrosexual comoutro jovem nobanheiro,oqueconsequentementeproduz neleas dentro doarmárioefoge. Uma sériedeeventos duranteoevento conduzem oadolescentea uma “festa àfantasia de bichas” dinheiro dele. quandoopaiproíbedesair,A tensãoaumenta referindo-se àfesta como causando desconforto aopai controlador, roubar tentando quepresumeseufilhoestá por quem ele se sente atraído. Para seu traje, Oscar vasculha montar as roupas de sua mãe, decidir iraumafesta àfantasia paraaqualfoi convidado porseuex-colega detrabalho, Wilder, negativaresposta aoseupedidodeentraremumcentroeducativo demaquiagem,oquefaz parecedecepcionadodepoisdeleruma Minutos antesdacenaespecífica,oprotagonista mento dosmonstrosnoarmáriodeOscar. 38 - . Encontrarocorpodahamsteréquedesencadeiaemgrandemedidaenfrenta 37 . Deforma impulsiva, ojovem opai empurra violentamente 180 > > 181 um sentidoamplo” (136; traduçãodosautores) e, acimadetudo, ligadaaocoraçãoecentrodoquepoderiaserchamado nãoestá deaçãoem nação, ouseja,aquelapalavra que “não énecessariamenteouvidacompreendida etotalmente Sobre a decisão de remover fala os outros sons de fundo, Chion (2008), do termo emanados doprotagonista. a músicasetornarpraticamenteosomprincipaldacena,interrompido somentepelossons tempo, asvozes dospaisdeOscardiscutindonofundoseperdememsegundoplano,até que OscardescobreocorpodeBuffy, Ovolumegradualmentee,aomesmo morta. aumenta com maisprecisãoàcena. A músicacomeçaaserpercebidatimidamentenomomentoem utilizada umaversão abreviada de4minutos,queexclui partedoiníciodaoriginal paraospropósitosdofilme, foimente temduraçãode07minutose23segundos;noentanto, Como jámencionado,apeçaqueacompanhacenaéespecificamenteTrance 4,queoriginal- entre músicaevisualidadefílmicaparaaambiênciacênicaemquestão? então presente, realidadeefantasia?Oqueelaconcedeàcena?Qualadinâmicaestabelecida comoéinseridaamúsicadoGordonnesteacontecimentoqueentrelaçapassado e Então, sego ealívio,possivelmente daquelemonstroqueoassombradesdeainfância. delibertação deummomentodecisivotrata-se paraOscar, ummomentoaomesmotempodedesassos- Até agora,aforça narrativa doseventos dacenaresidenaimportância paraoprotagonista: torna-se escura.Nacenaseguinte,eleacordaemumquartonacasadesuamãe. e Oscarusaabarra deferro paraobstruir aporta. Aparentemente confuso,desmaia. A tela cente atingeumacaixademadeiracomabarra deferro. entranacasa Seupai,assustado, lembranças dasuainfância,nasquaisseupaiaparececontinuamente.Finalmente,oadoles- para golpearseu pai comamesma. A imagem deOscarno tempo presenteéalternada com Ao seaproximar, ojovem, nitidamenteenfurecido,levanta abarra, aparentementepreparado discutindocomamãe. Oscarcaminhaemdireçãoaopai,queaindaestá ensanguentadas, Com doraparente,eleconsegueremovê-lo desuasentranhas.Comabarra deferro nasmãos que testemunhou. ele decide tirá-lode seu interior. É uma barra de ferro semelhante à usada durante o ataque empurrando suabarriga eaparecendo gradativamente através desuapele.Pela primeiravez começaasentiralgosemovendo isto mente, oprotagonista emseuestômago,observando oito anosseaproxima docorpo dojovem paradescobrirasimesmonochão. atacado, Nova- munhou emsuainfância.OOscaradolescentetemumalembrançavívidanaqualode quando criança,oquedesencadeiaumfluxobrutal queteste- dememórias,incluindooataque Além deBuffy, demadeiracomquecostumava encontraumaestaca Oscartambém brincar O aumentodevolume, assimcomoaintegraçãodenovas camadassonorasàpeça música, mantidasnocampoexterior àdiegese. contemplativa porpartedoespectador, comadiferença dequeesteúltimoconsegueouvir a samente comotítulo combinaçãopropiciaamesmaatitude dacomposiçãomusical. Esta deconfusão,quaseumtranse,oquecoincidecurio- contrário, permaneceemumestado impressão desilêncio,sugerindo que opersonagemnãointeragecomossonsaoredor; ao Com avoz dospaisofuscadapelamúsica,acenafoca-se nele. A narrativa uma tem,então, dominava porvir. acena,nestecasooconfrontodospais,nãoémaiscentralparaaçãoqueestá Román (2008) e Lissa, citada por Gértrúdix (2003), apontaram. porGértrúdix apontaram. Román e Lissa,citada (2003), (2008) a acompanhar psicologicamente aopersonagem,cumprindo comafunçãoque o espectador da repetiçãoeaadiçãodenovas camadastexturais, amúsicatorna-semaistensa,convidando Comoaumentodovolume, desencadeiaamemóriadoataque. ouso quedo, oquetambém que usava a estaca parecem coincidir com o momento no qual Oscarobserva debrin - listas, processo aditivo textural, recursocomumenteusadoemcomposições comfeições minima- 40 . Ou seja, a omissão de um dos sons que antes . Ouseja,aomissãodeumdossonsqueantes 39 palavra-ema- e se ajusta eseajusta 41 , emum

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] momento sonoroeumvisual”(52;traduçãonossa) zação”, queeleexplica comosendoum “momento relevante deencontrosíncronoentreum ou açõesdopersonagem,sãoconhecidaspeloMichel como Chion(2008) “ponto desincroni- de fora dacasa. vezesAs constantes queasvariações damúsicacoincidemcommovimentos coincidindo comoutraação,oimpactodabarra deferro comumacaixademadeira,dolado é interrompida. Issomobilizaaindamaisasexpectativas eaatençãodopúblico,novamente executados forma todosaomesmotempo,atingidodecerta umclímax,elaabruptamente em seu momento mais tenso, com os instrumentosQuando a música parece estar sendo imaginação dopersonagem. da cena no tempo presente, intercalada com novas imagens provenientes da memória ou da de elementosmúsicasTechno, segue nomesmoritmo,mantendoatensão.Umamudançanapeçamusical,cominserção amúsicapros- personagens setornammaislentos,ampliandoodramadacena;entretanto, chocado Nestemomento,osmovimentosseu paioobserva sedistancia. dos etambém Oscar levanta abarra deferro comaparenteintençãodebateraoseupai,suamãeseafasta, commaiorcoragemevitalidade. éapresentado transformações damúsica,o protagonista do contínuoincrementotextural dosoutrosinstrumentos. Gradativamente, acompanhandoas “ruidosa” doqueparecianocomeço,comainclusãodenovos sonsnosintetizador, além a barra deferro dela. paraselibertar A peçaquesoaagoraparecesermuitomaistensae de sermaisvibrante.Outravariação dapeçacoincidecomomomentoemquejovem puxa a melodiarepetitiva original. OcorpodeOscartreme. temumasensação A músicatambém sendoqueistoobscureceatécertoponto dealerta, aumestado maticamente oespectador eostímpanosaofundo,oquelevamais perceptível,paraosolodeguitarra comdestaque auto- desuapele.Umnovoobjeto parececomeçarabrotar somdacomposiçãoparecesetornar (ou sentir)pormilésimosdesegundos:dor. Oscar levanta acamisaparaver seuestômago.O A inclusãodeumsommaisgrave (drone)precedesuareaçãoaoqueeleacaboudeimaginar tico eartístico.Emsíntese,amúsicaassumiuumpapelfulcral nanarrativa fílmica. porGértrudix econtribuiuparaaconstruçãonagem (Lissa,citada 2003); deum sentidoesté- deânimo,baseadonapsicologizaçãodoperso- induziu umestado sincronização (Chion2008); de lado,comoadiscussãoentreospaisOscar(Cohen 1999), comaajudadospontosde deixandooutrosaspectos importantes, paracaracterísticas ou detalhes atenção doespectador outras temporalidadeseespacialidades,comoasmemórias; deusentidoàcena;direcionoua nadas: proporcionoucontinuidadeentreosplanos,emclose-ups É possível observar, algumasdasfunçõescumpridaspelamúsica,conforme então, jámencio- momento deintersecçãoparticularentreaslinguagenssonoraevisual(Figura4). nopúblico,conformeespectrosonorodesse podesernotabilizado nagem, mastambém parece ser ao mesmo tempo de alívio e de expectativa, que não apenas interfere no perso- silêncio suspendeatensãoantesfomentada pelamúsica,dandolugaràumasensaçãoque de interrupção arepercussãodogesto;impressãoimediata repentinadamúsicaaumenta O encontrosíncronoentreoimpactodabarra deferro oruído (e,portanto, queelagera)ea House eDance,coincidecomainterrupção dacontinuidade 42 . e comimagensocorridas em 182 > > 183 o ato de se libertar de uma lembrança que o atemoriza (“prisão”);o ato de se libertar e inclusive o pela evocação, pelarelaçãocom contemplativo doestado personagem;otropototalitário acolheotropo mântrico, também motórica;entretanto, filme) mantém-sepertodaconotação no consideração,amúsica(nãomaisautônoma,esimunificada paramontagem Sob esta seu campoperceptivo. àsnecessidades narrativas estender seajustar dacenae,portanto, ximação, mastambém cena dofilmeClosetMonster,apeçaespecíficachamada Trance 4 pode manter essaapro- Leydon pelaimpressãodeevocar (2002), umprocessomecanizado. Ao serpartedeuma aproxima-se dotropomotórico,dospropósitosexpressivos darepetiçãoquereconhece Como jáhavia de52minutos,intitulada sidomencionado,acomposiçãocompleta Trance, rência dequalidadesdapeçamusicalparaacena,evice-versa. acompanhandoumacena deumfilmetemáticaqueereapossibilidadetransfelista, - noinício,acercadeumacomposiçãopós-minima- nos fazapontadas relembrarasperguntas maneira diferente decomoressoarianoescuro” peloautor relaçãoestabelecida (25).Esta imagem mostrasemele,aimagem,poroutrolado,fará comqueosomsejaouvido de que, segundo ele, “se o som faz que a imagem tenha uma aparência diferente do que esta Michel fala Chion(2008) deumvalor agregadorecíprocoentreocinemaeamúsica,sendo Considerações afásico, Figura 4.Espectrosonoroque acompanha osquadrosno Fonte: Elaboraçãoprópria. da interrupção repentina momento preciso

da música

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[PP. 170-191] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] dessa carga emocional ao filme e vice-versa. já carrega várias eefeitos conotações sobreapessoaqueouve, écapazdetransporparte componente quedásentidoaouniverso narrativo dofilme.Umapeçamusical autônoma,que medida,alinguagemmusicalaparecenocinemacomoumelementosignificativo,Nesta um significativo” (97). umsignificadofinalúnico,umazonaproporcionando aoespectador simbólicadecontexto um “texto audiovisual”, “geralmente ofazem parairemdireçãoaumsensoúnicoecomum, geral) sãoobviamentequandoambossereúnemem sistemasmultissêmicos.Noentanto, linguagem cinematográfica(ouaimagememgeral)quantomusical(eosom defende,a escolhadessacomposiçãonãopareceseraleatória.ComoRomán (2008) a tanto efeitose cíclicaécapazdeincitar particularesnoespectador. Portanto, naproduçãofílmica, dofilme,seusefeitostador longedeseremnegligenciadosesuaqualidaderepetitiva estão peloespec- podenãoserpercebidacomotal Em suma,mesmoseamúsicapós-minimalista influências dominimalismo. dos formatos. Nesteponto,nãoéfáciloutem assumirqueofilmesetornapós-minimalista cada expressão artística,domesmomodo,ascaracterísticasvão dependeremmaiormedida se “reduzir aoessencial”, aevolução históricadominimalismotomacaminhosdiferentes em sendo umacorrente artísticamanifestada emvárias artes,ecomumafilosofiacomumde oufazernimalista amúsicasetornar queer? A discussãopoderiasertornarampla.Mesmo Porém, nessarelação,ofilmepoderiasetornarpós-mi- umapergunta: aindapermaneceaberta personagem, intercaladascomotempopresenteeosdramáticoseventos nacenaemfoco. especialmente quando ocorrem na cenaaspassagens rápidas damemóriado pós-minimalista, acentuadamente da de tempo.Notam-se estesatributos,quedistinguem amúsicaminimalista umamiscelânea de outrasfaturasapresentar composicionaisemudançasemumcurtoespaço Cremos queotermopós-minimalismodefinemelhoramúsicaenvolve cenaporela esta qual Chionserefere. no espectador. Ouseja,nestepontoevidencia-se comosedáovalor agregadorecíproco,ao sivos que a música adquire da sua relação com o filme são traduzidas em efeitos causados porque sugereummomentodeloucura. Ao mesmotempo,todosestespropósitosexpres - operando, conformeRománcomoummecanismodeempatia. observa (2008), inserir essacomposiçãoemummomentodeprofundadramaticidadeClosetMonster, e amplitude por osdesassossegosdeOscare,talvez,dopróprioStephenDunn,queopta Trance 4 é capaz de transmitir com maior sucesso 184 > 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1. [NOTAS] características nas composições minimalistas:êxtaseharmônico; repetição; De acordocomPotter, GanneApSiôn(2013),pode-seobservarasseguintes (as musiccriticfortheVillageVoice inNewYork) hasalsostakedsuchaclaim.” which wascoinedapparentlybyMichael Nymanin1968,thoughTom Johnson “There haveevenbeenthirtyyearsof carpingaboutthetermminimalism, das tendênciassemprecambiantesquesoprampelomercado”(22). mede ovalordosartistas,classificando-osemrelaçãounscomoutrosdentro e dependemfortementedopapeldacríticadearte,que“seleciona,rotula ou estilosartísticosque,deacordocomCarolDuncan(2012),sãotransitórias caso específico dasartes, essas categoriaspodemser tendências, tradições conjunto deexpectativascomrelaçãoaoobjetoassimclassificado”(41).No algo conhecido,argumentandoqueesseatodecategorização“despertaum classificar carregauma noçãodequeaquilo aqueestamosnosreferindo é las ecaracterizá-las.AnselmStrauss(1999)defendequeoatodenomear totalmente fixa. Essa classificação responde à necessidade de identificá- A localizaçãodecadapeçaem categorias ou tendênciasartísticas não é Reich’s Music”naUniversityofTennessee, Knoxville,em2017. Affect andNon-HeteronormativeSexualityinFilm/TVAdaptationsofSteve (University ofMinnesota)ePwyllapSiôn(BangorUniversity),“QueeringReich? estudado nomeioacadêmico,conformeatestouapalestradeSumanthGopinath O uso de música minimalistas e pós-minimalistas em contextos em vistadeumamídiamajoritariamenteheteronormativa. Atualmente, acategoriadescrevefilmesquecontemplamquestõesLGBTQIA+ e representações positivadasde personagens as décadasde1980e1990,quandoosmovimentoscomeçaramaseconsolidar século XX,emborasejapossívelfalarnosprimórdiosdeumcinemaqueerentre Para BarbaraMennel(2012),apresençaqueernocinemaremontaaoiníciodo minoritários, vindoaintegrarovocabulárioacadêmicoeaspautasidentitárias. dominante. Apartirdadécadade1980,otermofoiapropriadopormovimentos aos padrõesrestritosdeumasociedadenaqualopontovistahéteroé (2003) caracterizacomo“problemasdegênero”,poisnãoseadequam vasta gama do espectro LGBTQIA+, ou seja, os indivíduos que Judith Butler orientação sexualfogeaoheteronormativo(Rocha2014,509),oqueincluia Queer éoriginalmenteumtermoinglêsusadoparainsultarpessoascuja que vienedadaporlasnecesidadesnarrativasyexpresivasdelpropiofilm”. de estauniónsurgeinevitablementeunaretroalimentacióneninfluenciamutua, “El lenguaje‘musivisual’aplicaloscódigosdelamúsicaautónomaalfilm,pero (Eisenstein 2002a), originalmente publicados em 1943 e 1949, respectivamente. ser encontradasemOsentidodofilme(Eisenstein2002b)eAforma As noçõessobremontagemescritaspelocineastaeteóricosoviéticopodem longo desseprocesso,converter-se-ão emarteougênerosmidiáticos”(49). com frequêncianodesenvolvimentodeformasnovas,estasque,ao as combinaçõesmidiáticas,setomadasnumaperspectivahistórica,resultam Rajewsky (2012)afirma:“Filme,teatro,ópera[...]configuramevidênciadeque queer setornaram mais comuns. vem sendo queer vem sendo > 185 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1. [NOTAS] características nas composições minimalistas:êxtaseharmônico; repetição; De acordocomPotter, GanneApSiôn(2013),pode-seobservarasseguintes (as musiccriticfortheVillageVoice inNewYork) hasalsostakedsuchaclaim.” which wascoinedapparentlybyMichael Nymanin1968,thoughTom Johnson “There haveevenbeenthirtyyearsof carpingaboutthetermminimalism, das tendênciassemprecambiantesquesoprampelomercado”(22). mede ovalordosartistas,classificando-osemrelaçãounscomoutrosdentro e dependemfortementedopapeldacríticadearte,que“seleciona,rotula ou estilosartísticosque,deacordocomCarolDuncan(2012),sãotransitórias caso específico dasartes,essas categoriaspodemser tendências,tradições conjunto deexpectativascomrelaçãoaoobjetoassimclassificado”(41).No algo conhecido,argumentandoqueesseatodecategorização“despertaum classificar carregauma noçãodequeaquiloaestamosnosreferindoé las ecaracterizá-las.AnselmStrauss(1999)defendequeoatodenomear totalmente fixa. Essa classificação responde à necessidade de identificá- A localizaçãodecadapeçaem categorias ou tendênciasartísticas não é Reich’s Music”naUniversityofTennessee, Knoxville,em2017. Affect andNon-HeteronormativeSexualityinFilm/TVAdaptationsofSteve (University ofMinnesota)ePwyllapSiôn(BangorUniversity),“QueeringReich? estudado nomeioacadêmico,conformeatestouapalestradeSumanthGopinath O uso de música minimalistas e pós-minimalistas em contextos em vistadeumamídiamajoritariamenteheteronormativa. Atualmente, acategoriadescrevefilmesquecontemplamquestõesLGBTQIA+ e representações positivadasde personagens as décadasde1980e1990,quandoosmovimentoscomeçaramaseconsolidar século XX,emborasejapossívelfalarnosprimórdiosdeumcinemaqueerentre Para BarbaraMennel(2012),apresençaqueernocinemaremontaaoiníciodo minoritários, vindoaintegrarovocabulárioacadêmicoeaspautasidentitárias. dominante. Apartirdadécadade1980,otermofoiapropriadopormovimentos aos padrõesrestritosdeumasociedadenaqualopontovistahéteroé (2003) caracterizacomo“problemasdegênero”,poisnãoseadequam vasta gama do espectro LGBTQIA+, ou seja, os indivíduos que Judith Butler orientação sexualfogeaoheteronormativo(Rocha2014,509),oqueincluia Queer éoriginalmenteumtermoinglêsusadoparainsultarpessoascuja que vienedadaporlasnecesidadesnarrativasyexpresivasdelpropiofilm”. de estauniónsurgeinevitablementeunaretroalimentacióneninfluenciamutua, “El lenguaje‘musivisual’aplicaloscódigosdelamúsicaautónomaalfilm,pero (Eisenstein 2002a), originalmente publicados em 1943 e 1949, respectivamente. ser encontradasemOsentidodofilme(Eisenstein2002b)eAforma As noçõessobremontagemescritaspelocineastaeteóricosoviéticopodem longo desseprocesso,converter-se-ão emarteougênerosmidiáticos”(49). com frequêncianodesenvolvimentodeformasnovas,estasque,ao as combinaçõesmidiáticas,setomadasnumaperspectivahistórica,resultam Rajewsky (2012)afirma:“Filme,teatro,ópera[...]configuramevidênciadeque queer se tornaram mais comuns. vem sendo queer vemsendo

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] 17. 16. 15. 14. 13. 12. 11. 10. 9. e LouisAndriessen. 2005. Oálbumtambémincluipeçasdos compositoresminimalistasDavidLang pela primeiravezArgo,em1994,erelançadopor Cantaloupe Musicem Yo Shakespearefazpartedoálbum Terminal Velocity, doIcebreaker, lançado Site oficial:http://www.icebreaker.org.uk/about/ Site oficial:https://cantaloupemusic.com/.E-mail:[email protected] no siteoficial:https://bangonacan.org/.E-mail:[email protected] a CanandMinimalism”naUniversityofTennessee, Knoxville.Maisinformações William Robin,especialmentesuapalestraemjunhode2017intitulada“Bangon Sobre arelaçãodominimalismocomBangonCan,consultarostextosde com/about/bio Detalhes no site oficial de Michael Gordon: https://michaelgordonmusic. nas óperas pós-minimalistas, em seu livro Mendes (1922-2016);eJelenaNovak(2015)discutearelevânciadesteaspecto extra-musicais aoanalisaraobraOÚltimoTango emVilaParisi(1987),deGilberto Santos (2019)demonstraestacaracterísticadapreponderânciadosfenômenos entanto, aheterogeneidadeeochoquedosseusníveis(Scarpetta1985). disperso, estilhaçado,lacunar, remissivoaumtipodemontagem,mantendo,no progressividade linearelógica(emoposiçãoàtese),existindocomoumdiscurso (1985), contradizadissertaçãomassivaehomogênea,exaltaoteordionisíacosem A EstéticadaImpureza,queGuyScarpettaapresentaemseulivroL’Impureté (Novak 2013,130). in differentattitudestowardstherepresentationofextra-musicalphenomena” The crucialdifferencebetweenminimalismandpostminimalism,Ithink,lies tendency towardsreducingsoundactivitytoitsbareminimumhasdisappeared. weakened. Themusicisoftentonal,but tonality is notaprerequisite, and the the rigidityofprocesses,comparedtothoseearlyminimalistmusic,is techniques remainacharacteristicofpostminimalistcompositions,buthere Gordon, DavidLang,WimMertens,MichaelNymanandJuliaWolfe. Repetitive on nowalsoappearaspostminimalists:theseincludeGavinBryars,Michael composers whodidnotestablishthemselvesviaaminimalistlanguageearly own minimalist achievements. And in addition to them, many contemporary (b. 1939)developstheirworkinpostminimalistdirectionsfollowing later musicofPhilipGlass(b.1937),SteveReich1936)andLouisAndriessen minimalist musicinapostmodernistage,butdosomanydifferentways.The conceptual field.Postminimalistscommenton,reinterpretandquestion “Postminimalism isneitherastylenormovement,butheterogeneous of musicalsources.” archetypes, butaninclusivenessbringingtogetherideasfromadauntingarray “a relianceonminimalism’s steadybeat,diatonictonality, andevenformal informações sobreoconceitodeminimalismomusical,consultarSantos(2019). as obrascontêmsimultaneamentetodasestascaracterísticas.Paramais estática; metamúsica;afinaçãopura;estruturasaudíveis. Todavia, raramente drones; processosgraduaisnacomposição;batidaconstante;instrumentação Postopera: Reinventing the Voice-Body. 186

> 26. 25. 24. 23. 22. 21. 20. 19. 18. encounters cheekilyillustratedthrough raunchy pornographicpop-upbooks”. dos autores).Original:“ThePornosare aseriesabouthumiliatingsexual por meiodelivrospop-uppornográficos atrevidos”(Macaulay, 2016, tradução proposta “sobre encontros sexuais humilhantes ilustrados de maneira atrevida metragens intituladosPop-UpPorno,estreadosnoFestivaldeSundanceuma Pouco antesdolançamentofilme,Dunnhaviaproduzidoumasériedecurta- brotando deseuestômago(Macaulay2016). nas quaisotraumadeOscaréexteriorizadocomvisõesvívidasalgo do gênerodehorrorcorporalvisceral,evidenciadoprincipalmentenascenas visões. Defato,Dunnreconheceuqueofilmetambémapresentacomponentes León (2016)distinguiuinfluênciasdodiretorDavidCronenbergnascenas de comprometimento cognitivo,loucuraouabsurdológico. um tipodeefeito“prisão”;eafásico,queapresentatemamusicalcom representa (ouincita)umcoletivodecorposdançantes;totalitáriosuscita um estadoserenoecontemplativo“emsintoniacomouniverso”;cinético, evoca umambientedeespera”ou“ambienteamparo”;mântrico,quesugere Rebecca Leydon(2002)identificoumaiscincopossíveistropos:maternal,que threatening toderailandcrashintocacophonouswreckage”. “Trance hitmelikeatrain,withitsmyriadsoundsbarrelingpell-mell,ever well asvital”. “a degreeofstructuralrigour[…]rhythmicallyandtexturallyimaginativeas como umtodopós-minimalista. que caracteriza o pós-minimalismo. Desta configuração, consideramos oálbum e modernismomusical,ouseja,amisturadeprocedimentoscomposicionais O críticoAlexRossvênestacomposiçãoelementosdepunkrock,freejazz 2005-mw0001006763 post-minimalist direction”.Ver em:https://www.allmusic.com/album/trance- to minimalism’s greatestdanger, predictability[…],andsotakesTrance ina expected) Andriessen,althoughlikethelattercomposerGordonseemsattuned “Trance is rooted in the minimalist conventions of Glass, Reich, and (as Trance 5(08:33),Trance 6 (07:29),Trance 7(06:18). modo: musicais, osnomeseaduraçãodecadapeçasãoapresentadosdoseguinte Em algunssites,lojasdemúsicaonlineoubancosdadosinformações several yearsandtheywereeverythingthateveryotherensemblewasnot”. away thatthispiecewasforIcebreaker. Ihadbeenworkingwiththemfor I wokeupstartled,andthenextmorningstartedworkonTrance. Iknewright and said‘You needtoworkwithlargerforces’. each scoreheshookhisheadinadiscouragingway. Finally, heturnedtome heard inhisheadashelookedonthescores.ItallsoundedlikeMozart.After through myscores,onebyone,andIcouldhearinheadthemusicthathe music toanoldercomposerforhiscomments[...]Thislooked “Trance startedafteradreamIhadinJuly1994[...]Inthebroughtmy Trance 1(08:37),Trance 2 (06:49),Trance 3(07:01),Trance 4 (07:23), > 187 26. 25. 24. 23. 22. 21. 20. 19. 18. encounters cheekilyillustratedthrough raunchy pornographicpop-upbooks”. dos autores).Original:“ThePornosare aseriesabouthumiliatingsexual por meiodelivrospop-uppornográficos atrevidos”(Macaulay, 2016, tradução proposta “sobre encontros sexuais humilhantes ilustrados de maneira atrevida metragens intituladosPop-UpPorno,estreadosnoFestivaldeSundanceuma Pouco antesdolançamentofilme,Dunnhaviaproduzidoumasériedecurta- brotando deseuestômago(Macaulay2016). nas quaisotraumadeOscaréexteriorizadocomvisõesvívidasalgo do gênerodehorrorcorporalvisceral,evidenciadoprincipalmentenascenas visões. Defato,Dunnreconheceuqueofilmetambémapresentacomponentes León (2016)distinguiuinfluênciasdodiretorDavidCronenbergnascenasde comprometimento cognitivo,loucuraouabsurdológico. um tipodeefeito“prisão”;eafásico,queapresentatemamusicalcom representa (ouincita)umcoletivodecorposdançantes;totalitáriosuscita um estadoserenoecontemplativo“emsintoniacomouniverso”;cinético, evoca umambientedeespera”ou“ambienteamparo”;mântrico,quesugere Rebecca Leydon(2002)identificoumaiscincopossíveistropos:maternal,que threatening toderailandcrashintocacophonouswreckage”. “Trance hitmelikeatrain,withitsmyriadsoundsbarrelingpell-mell,ever well asvital”. “a degreeofstructuralrigour[…]rhythmicallyandtexturallyimaginativeas como umtodopós-minimalista. que caracteriza o pós-minimalismo. Desta configuração, consideramos oálbum e modernismomusical,ouseja,amisturadeprocedimentoscomposicionais O críticoAlexRossvênestacomposiçãoelementosdepunkrock,freejazz 2005-mw0001006763 post-minimalist direction”.Ver em:https://www.allmusic.com/album/trance- to minimalism’s greatestdanger, predictability[…],andsotakesTrance ina expected) Andriessen,althoughlikethelattercomposerGordonseemsattuned “Trance is rooted in the minimalist conventions of Glass, Reich, and (as Trance 5(08:33),Trance 6 (07:29),Trance 7(06:18). modo: musicais, osnomeseaduraçãodecadapeçasãoapresentadosdoseguinte Em algunssites,lojasdemúsicaonlineoubancosdadosinformações several yearsandtheywereeverythingthateveryotherensemblewasnot”. away thatthispiecewasforIcebreaker. Ihadbeenworkingwiththemfor I wokeupstartled,andthenextmorningstartedworkonTrance. Iknewright and said‘You needtoworkwithlargerforces’. each scoreheshookhisheadinadiscouragingway. Finally, heturnedtome heard inhisheadashelookedonthescores.ItallsoundedlikeMozart.After through myscores,onebyone,andIcouldhearinheadthemusicthathe music toanoldercomposerforhiscomments[...]Thislooked “Trance startedafteradreamIhadinJuly1994[...]Inthebroughtmy Trance 1 (08:37),Trance 2 (06:49),Trance 3 (07:01),Trance 4(07:23),

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] 37. 36. “ 35. 34. 33. 32. 31. 30. “Sirvendeperfectoenvoltorioaudiovisualaunacintadotadaunmagnetismo 29. 28. 27. usado parasereferiraumhomemgay. No original,“faggotcustumparty”.“Faggot” éumtermoanglófonopejorativo Todor Kobakovthat’s asevocativeandconfidentlyeclecticthefilmitself”. Frahm, supplementinganambientscore fromcomposersMayaPostepskiand with musicfromthelikesofLadytron,Austra,AllieXandubiquitousNils (INCLUIR NÚMERODEPÁGINA AQUI). origem àculturadadancemusicqueagoraconhecemosemtodoomundo” os primeirosraiosdosdireitosdacomunidadeLGBTcomeçaramasurgir, deu pessoas dacomunidadequeer. Segundo umartigodeGlazer(2017),“quando gêneros nasceramnosclubesdavidanoturna,comumentefrequentadospor principalmente nosEstadosUnidos,devidoaquegeralmentesedizesses A músicaTechno, (música eletrônica)eTodor Kobarov(rockindie). compositores predominantesnatrilhasonoradofilmesãoMayaPostepski contemporâneos. folktronic, dance,ambientmusic,experimental,avant-gardeeatéclássicos musicais variadoscomooindiepop,artsynth-pop,shoegaze,post-punk, Apesar disto,amúsicadofilmereúneartistaslocalizadosemgênerosouestilos actos devoluntadytomaspostura”. de sueños,e)revelaciónalucinaciones,f)resaltadoemociones,g)señalar dentro derecuerdos,c)reflejoproyeccionesfuturasimaginadas,d)revelación “a) momentodetomaconcienciaunacontecimientovivido,b)música como expresión de la personalidad inequívoca delautor a través de sus personajes”. “[…] reflejarlascircunstanciaspsicológicasehistóricasdelanarración,yservir and intertextsdeApSiôn(2007). dela nofilme,consultarolivroTheMusicofMichaelNyman:Texts, contexts filmagens. MaisinformaçõesarespeitodestacomposiçãodeNymaneopapel principal, jáqueelarealmenteiriaexecutaraobraaovivonodecorrerdas mostrando suasideiascomposicionaisparaaatrizHollyHunter, quefezopapel A respeitodatrilhasonora,Nymanfoiarranjandootemaprincipalsempre criança viajacomafilhaparaNovaZelândiaumcasamentocombinado. No filmedeJaneCampion,ThePiano(1993),umapianistaquenãofaladesde único, extrañaygenial[...]”. (pop) culture’s mythologyofmonstersandheroes”. “exposes howheteronorms are reinforcedinthesocializationof children andin unflinchingly, itsimultaneouslypromotesthepoliticsof‘comingout’closet.” “While Dunn’s filmdepictstheviolencedeployedagainstsexual‘monsters’ when theheartbetraysmindandbodyisinfull-fledgewarwithitself”. the ending,butIwantedtomakethisfilmillustrateinternalstruggleof St. John’s, Newfoundland.Ican’t reallygointotoomuchdetailwithoutspoiling complex feelingsofself-hateandinternalizedhomophobiaIfeltgrowingupin “I wascompelledtodevelopClosetMonsteroutofadesirearticulatethe Closet Monster also featuresoneofthe most propulsive soundtracks oftheyear, House, Trance 4éaúnicamúsicadoIcebreakerusadanofilme.Os EDM eDancetemsidoassociadacomaculturaqueer, 188 > 42. 41. 40. 39. 38. instante visual”. “un momentorelevantedeencuentrosíncronoentreuninstantesonoroy rápidas, criandotambémpequenasvariaçõesrítmicas. por intermédiodaduplicaçãodosinstrumentosecominserçãodenotas As novascamadastexturaissãoconstruídasaquicomacriaçãodeintervalos de loquepodríallamarselaacciónensentidoamplio.” e íntegramentecomprendiday, sobretodo,noestáligadaalcorazónycentro “La palabra-emanaciónconsisteenquelapalabranoesnecesariamenteoída youtube.com/watch?v=doVya52Dy9M. watch?v=k3SdF_t10rM e a versão curta como aparece no filme https://www. Trance 4,versãooriginalde7:23minutos https://www.youtube.com/ behind; sexualidentityisrevealed;theclosetmonsterdefeated”. “Childhood andits“genderjam”,bothembodiedinadeadhamster, areleft > 189 42. 41. 40. 39. 38. instante visual”. “un momentorelevantedeencuentrosíncronoentreuninstantesonoroy rápidas, criandotambémpequenasvariaçõesrítmicas. por intermédio da duplicaçãodosinstrumentosecom inserção denotas As novascamadastexturaissãoconstruídasaquicomacriaçãodeintervalos de loquepodríallamarselaacciónensentidoamplio.” e íntegramentecomprendiday, sobretodo,noestáligadaalcorazónycentro “La palabra-emanaciónconsisteenquelapalabranoesnecesariamenteoída youtube.com/watch?v=doVya52Dy9M. watch?v=k3SdF_t10rM e a versão curta como aparece no filme https://www. Trance 4,versãooriginalde7:23minutos https://www.youtube.com/ behind; sexualidentityisrevealed;theclosetmonsterdefeated”. “Childhood andits“genderjam”,bothembodiedinadeadhamster, areleft

[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS] • CUAD. MÚSIC. ARTES VIS. ARTES ESCÉN. • VOL. 16 - 1 • PP. 365 • ENERO - JUNIO 2021 • BOGOTÁ, D.C., (COLOMBIA) • ISSN 1794–6670 • [MAVAE] Macaulay, Scott.2016.“FiveQuestionsforClosetMonster Writer/Director Lynch, Dave.2005.“MichaelGordon/Icebreaker:Trance [2005]”.Resenha Leydon, Rebecca. 2002. “Towards a Typology of Minimalist Tropes”. León, José.2016.“Tortuoso caminoalaautoaceptación”. RevistaEL Kozinn, Allan.2004.“MUSIC;TheNewYork ComposerBetterKnown Glazer, Joshua.2017.“OrgulloDance:elorigengaydela músicaelectrónica”. Gértrudix, Manuel. 2003. Gann, Kyle.2001.“Minimalmusic,maximalimpact:Minimalismdefined”. — 2002b.Osentidodofilme.RiodeJaneiro:JorgeZaharEd. Eisenstein, Serguei.2002a.Aformadofilme.RiodeJaneiro:JorgeZaharEd. 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[PP. 170-191] [MÚSICA PÓS-MINIMALISTA EM CENA: UMA ANÁLISE DO USO DE TRANCE 4 EM CLOSET MONSTER · NADIA IMELDA MONCADA SEVILLA, MARISTELA CARNEIRO E RITA DE CÁSSIA DOMINGUES DOS SANTOS]