Do Mfecane Ao Estado De Gaza
PARTE III Enquadramento histórico, étnico e político de Mandlakazi: do Mfecane ao Estado de Gaza 130 1131 «Obedecendo aos usos dos seus maiores, já também o Gungunyane fundou mais uma casa fidalga que recebeu o nome de Manjacase [Mandlakazi], a qual, a não haver uma transformação radical nos hábitos e instituições assentes, é destinada a representá-lo por largo futuro fora». ALMEIDA, J. (1898), Dezoito anos em Africa. Notas e documentos para a biografia do Conselheiro José de Almeida, Lisboa, Mendonça. «Junto de cada um {régulo} funcionava sempre um conselho composto dos grandes, isto é, dos que se distinguem pela idade e poderio, e dos chefes de famílias principais. Este conselho é ouvido em todas as questões que interessam à tribo. A opinião deste conselho é obrigatória ouvir e muitas vezes seguir». D'ORNELLAS, A. (1930}, Cartas de Africa: a Campanha do Gungunhana - 1895, Lisboa. 132 1133 ENQUAOitAHENTO HISTOI'I.ICO, ~TNICO E POLITICO DE HANOLAKAZI: DO HfiCANE I PAUE III AO ESTAOO OÉ ~AZA O território do distrito de Mandlakazi' abarca uma vasta região geográfica, habitada actualmente por uma população composta por vários grupos e subgrupos étnicos carac terísticos do Sul de Moçambique, destacando-se a predominância, dos grupos étnico-lin guísticos Tsonga (VaTsonga)l, Copi (VaCopi)l e Changana (MaChangana)4 (ver mapa 5). A documentação escrita portuguesa e algumas tradições orais locais ptrmitem discernir, já no século XVI, um núcleo de reinos e de chefaturas, de maior ou menor dimensão política e estratificação social, relativamente bem estabilizados quer no litoral ao Norte da baía de Santa Lúcia, quer ao redor da baía de Lourenço Marques, quer ainda, ao longo dos vales dos rios Maputo, Incomáti, Limpopo e Inharrime.
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