TEORIA E CULTURA 29 * (GOFFMAN, 1986) ritual ritual 1986) (GOFFMAN, 1 Renata de Sá Gonçalves Renata Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 29 a 38, jan./jun. 2013 v. Juiz de Fora, Na capital portuguesa, os clubes de bairro de bairro portuguesa, os clubes capital Na de o argumento defenderei artigo, Neste pública de dança e canto a ser realizada na noite a ser noite realizada na e canto de dança pública de modo a trazer à tona do dia 13 de junho, populares dos bairros pitorescas representações de Lisboa. atividades promovem marchas as organizam que associações As o ano. durante recreativas portuguesa da capital coletividades ou culturais de anual um ciclo de a afluência marcam a organização sociais, como e afazeres encontros coletividades essas São e jogos. festas de jantares, a divulgarem e promoverem por responsáveis as moradores jovens 48 inscriçãomarchantes, dos cada para grupo. dos bairros, pelas ruas em Lisboapúblico cortejo o por que a partir de bairro das quais associações recreativos produzem populares, marchas as se organizam “enquadramento” um central no contexto urbano estudado, por meio meio por estudado, urbano contexto no central determinadas organizam sujeitos os qual do e experiências da dos bairros representações as marchas populares em Lisboa populares as marchas O cortejo festivo e sensibilidades urbanas: urbanas: e sensibilidades festivo cortejo O : neighborhood, urban experience, popular party, popular marches, marches, popular party, experience, urban popular : neighborhood, As marchas populares são associações populares marchas As Em Lisboa, o mês de junho é o mês das “festas das “festas Em Lisboa, é o mês de junho o mês recreativas e festivas, ligadas aos bairros bairros aos ligadas festivas, e recreativas “populares” mais aqueles como conhecidos por de Lisboa, organizadas e “tradicionais” sociedades são clubes, (que coletividades e esportivo recreativo, de cunho musical, centros (em especial, dos santos festas Nas cultural). ou associações tais saem ruas às de Antônio) Santo típicos, e temas roupas suas Lisboa, exibindo apresentação de uma em torno “estilizados” da cidade”, quando o aniversário da cidade é aniversário o quando da cidade”, o inaugurando período Nesse do ano, celebrado. número grande concentram-se início do verão, e exposições de cinema mostras de concertos, Os populares. a cidade e os santos festejando a abrigar para decorações e estruturas “arraiais”, em de pessoas sãovisita montados aos bairros, a da cidade de modo a organizar pontos vários e “bailaricos”. música e comidas, de bebidas venda os ensaios também, há aos arraiais, Paralelamente populares. das marchas e a apresentação *Professora Doutora do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal da Universidade Antropologia e do Programa de Pós-graduação em Antropologia de *Professora Doutora do Departamento Fluminense. E-mail: [email protected]. Abstract “tra- and “popular” to thosemore associated groups, festive and recreational are marches The Lisbon popular their display associations such in June, saints catholic of in honor During neighborhoods. the Feasts ditional” “neigh- of an idea depict marches The popular song. and perform their dance and themes typical and clothes this experience renew every their pa- from year performatively and in the city place a singular as borhood” rades in the streets. Keywords The festive in parade the festive and urban marches Lisbon popular sensibilities: The Resumo como conhecidos aos bairros ligadas de Lisboa e festivas, são associações populares recreativas marchas As associações tais saem em junho, dos santos festas Nas da cidade. e “tradicionais” “populares” mais aqueles pública apresentação de uma em torno “estilizados” típicos, temas e ruas roupas às suas de Lisboa, exibindo cidade na e singular lugar um como idéiado “bairro” uma retratam populares marchas As e canto. de dança a partir tal de seus experiência a ano desfilesnas ruas. ano performaticamente renovam Lisboa populares, marchas popular, experiência festa urbana, : bairro, Palavras-chave 30 TEORIA E CULTURA Juiz de Fora, v. 8,n.1,p.29 a 38,jan./jun. 2013 a ano. Cordeiro dizque renovam performaticamente ano experiência tal lugar singular na (CORDEIRO, cidade 1997) e retratam umado“bairro” idéia como um trataremos aolongo dotexto. os bairros como tidos tradicionais, dasquais que produzemsobre eexperiências visões campos e sensibilidades urbanas de experiência vivência festiva qual emergem da dasruas, junino, modo, desse direciona se auma rumo efetivamente Ociclo experimentá-la. anual cidade, como também produzem meios de apropriações erepresentações simbólicas da inventivo, os cortejos não apenas encerram depromovê-la.especial criativo modo De e dos santos juninos, nela encontrou uma forma significante ultrapassaque os limitesda festa como tidos cidade mais “tradicionais”. português Ernesto Veiga de Oliveira que: destaca São João eSão Pedro eabrem o verão. O etnógrafo torno dos“santos populares” –Santo Antônio, abrangem Elas portuguesa. as celebrações em marchas –invenção? A cid integram umprocesso competitivo amplo. no Pavilhão ena Avenida quando Liberdade da marchadessa que têm como ápice aapresentação o ciclo deensaios epreparação para odesfile últimos cinco anos. Acompanhei, nesse período, publicadas naimpressa mídia etelevisiva nos junho de2007eoacompanhamento denotícias etnográfica que de nos meses abril a realizei de Cordeiro (1997)eMelo (2003),pesquisa como bibliográfica base central trabalhos os Suponho portanto que as marchas populares Minha sugestão éque ocortejo, forma As festas juninas destacaram se na capital Falarei das “marchas populares”, tendo (Cordeiro, 1997:23). mutuamente na sua história temas. enos seus eesclarecem-se a identidade deLisboa ciclo anual capital; da devida ambos marcam populares confundem-se no imaginário eno marchas populares. Santos populares ebairros esclarecerá que aqueles são que vãonas os bairros populares aresposta deLisboa, perguntar... se quais aqualquer são lisboeta ade Lisbo a a p artir d as Parque Mayer dopopulara ocupação recinto deespetáculos encomenda apoiada por jornais eempresas para deBarros,Leitão em1932,respondendo à um concurso organizado animador pelo cultural Asuapolêmicas. primeira exibição em deu-se (OLIVEIRA, 1995). em “rituais deinverno” e“rituais deverão” alguns etnógrafos classificaram portugueses (BAROJA, que umcalendário 1979).Compõem relação com as festividades deorigem ibérica semelhanças partilham eabrigam forte das cegadas carnavalescas, dos arraiais, da santos dejunho, oscombinando com influências que recuperou antigos folguedos populares dos público. Emoutro nível, sidouma teria invenção esubmetidaconservadora às “normas” dopoder uma conotação reservando-lhe salazarista, mais àpropaganda vinculada de Lisboa doregime uma patrimonial realidade cultura da popular Em umnível, sidoforjada teria a atradição como “produções genuinamente populares”. xeque caráter oseu “tradicional” que as caracteriza (CORDEIRO, 1997;MELO, 2001). no mesmo mês com odobro departicipantes sucesso, foi edição uma segunda organizada ou caixa (MELO, aoenorme 2003:51).Devido de futuramente desfilaremsomtambor ao de chamadoter se “Marcha dosRanchos” edofato nome derivou dofato doconcurso promovido ali para classificar os agrupamentos festivos.seu O ainda por “ranchos”, designada termo utilizado (Campo deOurique, e Alto do Pina) ano, participaram três marchas bairristas (atual no Bairro Rua Alto). do NaqueleSéculo encontravam no chafariz antiga da Rua Formosa nas noites festivas dossantos populares se “revivescência” dasmarchas populares que estrearem, aimprensa anunciava na época a As origens dasmarchas populares são Atreladas cristão, aocalendário as festas em A problematização subjacente em coloca espontaneidade” (OLIVEIRA, 1995:124). que exuberância e nela com participa alegria, o nível totalidade da prática população, da especialmente citadinos, nos casos ela atinge parciais. Emnenhuma outra como nesta, interessando as comunidades totais ou “O SãoJoão éuma festa pública ecoletiva, 2 . Ainda alguns diasantes de TEORIA E CULTURA 31 consiste no desfile no de consiste caracteriza-se pelas ruas enfeitadas, Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 29 a 38, jan./jun. 2013 v. Juiz de Fora, Seus limites não se restringiram à cidade se não restringiram Seus limites um modelo consolidado, Apresentando aos espaços correspondem arraiais Os em associações e instituições formalizadas. formalizadas. associaçõesem e instituições se de solidariedade que redes vizinhança e Tais ruasde festas de organização a para mobilizam cidade de Lisboa na (CORDEIRO, são recorrentes 2001: 13). certo um desenharam de Lisboa.marchas As à realização de outras se estendeu modelo que regularidade, sem muita organizadas marchas, em e mesmo à capital, contíguos concelhos nos de marchas as Além disso, municípios. outros Lisboa, casos,em alguns se também apresentam do país. fora e mesmo de junho, dos festejos fora a partir se configuram populares marchas as em dois sociais diferenciadas de interações por descritos e a marcha o arraial momentos: 1997: 297-301). O (CORDEIRO, Cordeiro arraial comida música, com decoradas, especialmente aos convite um como abrindo-se bebida, e a todos aos turistas, bairros, de outros moradores ali passem.que A marcha dançam cantam, que componentes e oito quarenta evocativas e músicas temas com e marcham uma criando dacidade, popular do imaginário por – como, do bairro determinada imagem e dos vendedores dos aguadeiros Bica “a exemplo, da do bairro o exemplo dar para ambulantes”, Caracterizados com pela autora. estudado Bica especificidade da de figurinos identificadores pelas ruas coreografias desenvolvem seu bairro, são cinco desenvolvidos temas da Os cidade. a a todos os bairros: comuns obrigatórios, deles populares santos e os três a coletividade cidade, a representam sete temas os demais enquanto que enfim signos singularidade de cada bairro, recorrentemente que e o território seu identificam a preparação anima que A motivação aparecem. de recursos financeiros mobilização a da marcha, o do que maior é incomparavelmente e esforços arraial. ruas às vizinhas, aos localmente, apropriados que a dos bairros fluidos) (sempre limites associaçõesàs se ligam. a que correspondem, populares desfilemarchas no O cortejo das a é Geral” O “Ensaio espaços distintos. inclui do bairro, se âmbito dá que no apresentação ao se dáo diaa “volta é que em normalmente e do teatro de revista (CORDEIRO, (CORDEIRO, de revista e do teatro Tais associações e os clubes de bairros associações de bairros e os clubes Tais desde coletividades ligadas às marchas, As de Gestão municipal a Empresa Atualmente, surgem na década de 1930 com sedes década na de 1930 com e uma surgem e conservadora, regrada muito organização sido fundamentais tendo e a formação para dos arraiais de fado, dos clubes organização e juninos havia Não populares. das marchas grupos. novos entravam e não mobilidade muita muita tiveram “coletividades” chamadas As importância partira séc.do início do XX para sociabilidades as dos bairros durante porque período se não podia da ditadura um longo atividades festivas,realizar recreativas nas ruas, pela expressamente autorizadas fossem não que eram recreativas atividades As municipalidade. associações.das interior no realizadas portanto, se estabelece relação entre forte uma Desse modo, de redes dessas da a formação cidade, a formação do espaço urbano. e a apropriação bairros por de 1930 podemos anos ser compreendidas ganhou que ambígua popular expressão sua cidade de Lisboa. na progressiva importância ligadas origens suas e tendo Sendo inventadas específico, sócio-histórico a um contexto certa uma anual. regularidade alcançaram edições desde sua de cinquenta cerca Tiveram interrupções, de algumas exceção com criação, pela Segunda marcada conjuntura na como 1941 e 1946 período no entre Mundial, Guerra 2003: 57). (MELO, (EGEAC) Cultural e Animação de Equipamentos Lisboa de órgão é o Municipal ligadaà Câmara aos e dá cumprimento financia organiza, que são os grupos restritos entanto, No regulamentos. e se inserem festas as organizam de vizinhos que marches das marches públicos, dos mercados animação aux flambeaux a teriafim, tradição sido Por 2001). MELO, 1997; o Leitão Barros, de um indivíduo, por inventada Os de fundo coletivo. pelae não espontaneidade aliados de organização familiares modos mais sido plenamente terem não das marchas ao fato com fizeram cultural, indústria a uma integradas domínio no vezes muitas incluídas fossem que conotação, Tal da“tradição”. ou do “folclore” dos casais pela performance a ano ano atualizada permite trajados, “tipicamente” marchantes da campo complexo ao aproximação nova uma popular. cultura 32 TEORIA E CULTURA Juiz de Fora, v. 8,n.1,p.29 a 38,jan./jun. 2013 junho em Lisboa assinalamjunho hoje, em Lisboa no ritmo Atlântico. na desfile LiberdadeAvenida e da no Pavilhão somatório dos pontos atribuídos na exibição no de júri. A classificaçãodas marchas resulta do marchade cada na generalidade e um presidente um músico, para amúsica; dois para apreciação apreciação do umfigurino; escritor,para as letras; cenografia;para da umfigurinista/estilista plástico,um artista que faz aapreciação coreógrafo que fazaapreciação dasmarcações; 304). Ojúri écomposto por oito integrantes: um ver eaplaudir sua marcha (CORDEIRO, 1997: panos pintados. cartazes, seus para ali Estão por as todas bancadas geral, da segurando os Cordeiro, as diferentes marchas distribuem se outras marchas debairros. Conforme descreve com ototal dassuas marcações econcorrem com três noites intercaladas, as marchas apresentam se shows diversos durante oano. Nesse em local, fechado ecircularlocal para usado concertos e “espetacularidade”. um dos membros do júri, tendo em conta a sua marchas apreciadas são globalmente por cada poroficiais se exibem mais tempo. dia, as Nesse Em frente àtribuna dojúri edasentidades coreografias, comalguns momentospausa. de apresentando apenas duas das“marcações” ou dura cerca deduas horas. fazlentamente, Se concentram-se no topo Avenida. da Adescida entre aavenida Os marchantes eacalçada. um lugar na primeira fila juntoseparação à avenida. Vão algumas horas antes para conseguir televisão. lateralmente dispõem As se pessoas à transmitida aovivo dedetalhes pela emriqueza 12dejunho,dia éaprimeira exibição pública. É véspera deSanto dodia Antônio, na noite do êxodo estival dos seus habitantes estivalêxodo dos seus (CORDEIRO, das suas principais atividades, provocadas pelo das ehibernação cidades anual, dedesertificação como prenúncio dedescanso período desse primavera – como o entrudo – mas sim do verão, urbana, anova moderna, vida da entrada, não da amigos evizinhos. de uma hora onde acabam misturar por se a lentamente as suas principais durante ruas mais Bairro”. Nesse trajeto, osmarchantes percorrem Cordeiro sugere que as festas dos santos de Há também aapresentação no “Pavilhão”, um O desfile na O desfile “AvenidaLiberdade”da 4 anual anual 3 na na da cidade.da Os arraiais correspondem aosespaços bairro dentro degeografia deuma espécie afetiva turistas, queO arraial atodos situa passem. ali o convite aosmoradores deoutros bairros, aos música, comida ebebida, abrindo-se como um enfeitadas,ruas especialmente decoradas, com mais freqüentes. O“arraial” pelas caracteriza-se as coletividades passam aorganizar atividades três que meses antecedem as festas dossantos, espalham no decorrer detrês semanas. Nesses junho. No mês dejunho, suas apresentações se marcha apenas demarço dosmeses apartir até esparsas. mobilizadas são Elas emtorno da financeiros, mantêm atividades recreativas terão lugar no mês dejunho. preparativos para as marchas daquele ano eque realizam as primeiras reuniões para organizar os deabril, emmeados cidade da quando se começam fazernotar ase lisboetas nos bairros a O circuito d Portugal. mas emalguns poucos municípiosLisboa, de decortejoum modelo junino não apenas em “espetacularidade” mais implementando local, para, nos últimos anos, XX ganharemséculo uma modo, permaneceram significativas aolongo do uma(CORDEIRO, cidade toda 2001:4).Desse momento festivo mais importante dobairro ede anualmente grande número o sendo depessoas, consideravelmente distintas, mobilizam bairros populares, ainda que emproporções santos as chamadas emLisboa, marchas dos rapidamente expandiram se acidade. por toda publicizadas Imprensa, da Associação pela elas em teatros, hotéis carnavalescas, e sociedades camadas urbanas mais prósperas. Praticadas – surgiram expressões efestas pelas encabeçadas duas grandes dePortugal cidades ePorto –Lisboa 1997: 248).Aautora afirma sobretudoque, nas atribuíam prêmios aosvencedores (CORDEIRO, mais alargados –como as referidas sociedades Liberdade, concursos entre famílias ou grupos cortejos cintilantes percorrem aAvenida da 1997: 248).Emjunho, mês que antecede as férias, tu As coletividades, com poucos recursos Os preparativos para osarraiais juninos No conjunto mais amplo dasfestas dos alid ade as mrchas n TEORIA E CULTURA 33 Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 29 a 38, jan./jun. 2013 v. Juiz de Fora, Os ensaios acontecem entre os meses de abril os meses de abril entre acontecem ensaios Os idéia na do representada Essa coesão, pública é a apresentação Geral” O “Ensaio aconteceu ao bairro” de 2007, a “volta ano No organizado, muito começou que O evento últimos anos, as coletividades de bairro têm têm de bairro coletividades as anos, últimos 48 os dificuldaderecrutarem em encontrado a coreografia comporem para necessários jovens dasmarchas. já se inscreveram os jovens que depois e maio, eventos Os do ano. damarcha participar para em espaços ou são sede na realizados do clube, vazios e terrenos estacionamentos como livres, criar um tentam velhos os mais Neles, próximos. com comprometido e também amistoso ambiente são estimulados marchantes Os do ano. a marcha letras e a seas a repetirem pelo ensaiador coreográficos. os movimentos com animarem a reina todos se e onde conhecem onde bairro a dificuldade com em solidariedade, contrasta em participar pessoasse interessem que encontrar dificuldade e na em ensaiá-los, pois das marchas a marcha tem não parte dos participantes grande mais com ligam-se, jovens Os prioridade. como e fora bairro no atividades a outras freqüência, dele. que Esse evento, do bairro. se âmbito dáque no da marcha é de apresentação em maio, acontece Eles se nas apertam do bairro. os moradores para as roupas, as calçadas e nas verem para janelas ano. aquele para preparadas danças e as músicas desenvolvidos os temas que notar É interessante sempre da Bica O bairro os mesmos. são sempre e dos dos aguadeiros Bica “a representará o desenvolvimento Mas ambulantes”. vendedores como pode variaçõesdo tema criativas, ganhar pela em 2007. Bica homenageados os fadistas de expectativas enche de inovar Essa capacidade lá assistir. estão para que aqueles O trajeto maio. de fim-de-semana último no os marchantes rua na de São Paulo, começou a rua da Bica, principal lentamente percorreram foram percurso, Nesse da Bica”. a do “ascensor e interpelados aplaudidos cumprimentados, sua mantiveram início, No pelosmoradores. ordem a fila em uma seguindo indiana formação cantavam Concentrados, pares. dos respectivos que ano, aquele para preparada a marcha Bica. na nasceram que os fadistas homenageava seus já dispersava de 30 minutos, depois

5 , criando uma determinada determinada uma , criando 6 No ano de 2007 havia 20 marchas 20 2007 havia de ano No Caracterizados com figurinos que figurinos Caracterizados com Além dos marchantes, a coletividade compõe- a coletividade Além dos marchantes, inscritas para participarem dos concursos. A dos concursos. participarem para inscritas oito e quarenta desfile de no consiste “marcha” e marcham dançam cantam, que componentes do imaginário evocativas e músicas “temas” com da cidade popular apropriados localmente, às ruas às vizinhas, aos localmente, apropriados que a dos bairros fluidos) (sempre limites associações às se ligam que a correspondem, representam a especificidade de seu bairro, a especificidade de seu bairro, representam essa imagem refletem que temas desenvolvem desenvolvidos “temas” Os do bairro. construída a todos os comuns obrigatórios, são deles cinco santos e os três a coletividade a cidade, bairros: a representam sete temas demais Os populares. o seu e identificam singularidade de cada bairro a preparação anima que A motivação território. recursos de e a mobilização da marcha são incomparavelmente esforços e financeiros nos Entretanto, arraial. no do que maiores se de um grupo de músicos com instrumentos de instrumentos com se de um grupo de músicos de “cavalinho”. O grupo e caixa. é chamado metais casal de Um um porta-estandarte. ainda Há cada por marcha artistas é convidado famosos principal o Mas padrinhos. como figurarem para “ensaiador”, é o de cada marcha organizador e “coreografia” pelo “tema”, o responsável damarcha”. “realização imagem do bairro – como, por exemplo, “a Bica Bica “a exemplo, por – como, do bairro imagem ambulantes”, e dos vendedores dos aguadeiros popular. bairro deste o exemplo dar para se baseiam os “temas” que indica Cordeiro de do mar, do rio, invocadoras em imagens da pesca, dos marinheiros. e fontes, chafarizes variações.As múltiplas inspiram Entretanto, análise, última em se estruturam, diversidades da do trabalho: divisão da saloios os em torno varinas, às terra em oposição aos pescadores, E a variedade aos aguadeiros. aos marinheiros, bairros dos distinção na também se exprime próximos (mais e os “interiores” “ribeirinhos” ribeirinhos, bairros Os tidosdas searas e hortas). seja,ou mais nasceucidade, a onde lugares como de o Castelo se situa onde da colina próximos Castelo) e Mouraria , (como São Jorge destacado hierarquia, na ocupam um lugar (Cordeiro, das marchas pontuação na visível 1997: 250). 34 TEORIA E CULTURA Juiz de Fora, v. 8,n.1,p.29 a 38,jan./jun. 2013 concentram-se no topo Avenida. da cortejo Seu que entreOs separa marchantes eacalçada. arua conseguir umlugar na primeira fila juntograde à Avenida. Chegam algumas horas antes para jovens lateralmente dispõe e crianças, se na emissorapela pública detelevisão, aRTP. É transmitida ao vivo em riqueza de detalhes 12 de junho, é a exibição pública mais importante. véspera de do Santodia Antônio, na noite do dia lugar na Avenida Liberdade. da avaliado, posteriormente, no desfile que terá Atlântico etambém deumquesito que será atribuídos na exibição nono desfile Pavilhão marchas resulta dosomatório dospontos e um presidente de júri. A classificaçãodas apreciação marcha decada “na generalidade” as ummúsico, letras; para amúsica; dois para para apreciação umescritor, dofigurino; para apreciação cenografia; da umfigurinista/estilista ou coreografias; um plástico,artista que faz a coreógrafo que fazaapreciação das“marcações”, sua marcha (CORDEIRO, 1997:304). e “panos pintados”. para ver ali Estão eaplaudir geral”,“bancadas da segurandocartazes osseus As diferentes marchas distribuem se poras todas torcida organizada: ié, “ié, ié, aBica éoque é”. padronizadas. Gritam emcoro, frases como uma Sentam alado. lado Algumas usam camisetas agrupam com se as suaspessoas coletividades. imaginar. deshows, emuma Reunidos casa as É delonge, algo muito distinto doque poderia “marcações”. Assisti evento, aesse junto àBica. tendo cerca de20minutos para apresentar suas próprio a5euros. local comprada de ingressos, vendidos em lojas e no noites apresentações no Pavilhão, divididas emtrês são moderna da cidade, da o“Parquemoderna dasNações” diversos durante oano, na parte localizado fechado ecircular para usado concertos eshows apresentação no “Pavilhão Atlântico”, umlocal quase três horas mais tarde. marchada Bica da retornou aoponto deorigem amigos O trajeto evizinhos. que acompanhei integrantes, que acabaram misturar por se a Um público diverso, composto por velhos, na O desfile “AvenidaLiberdade”da O júri é composto por oito integrantes: um marchaCada apresenta-se umavez, única Na semana seguinte, aconteceria a 8 . O público tem a elasacesso por meio 9 7 na na . As idéia debairroidéia tradicional ecoeso. Avenidao espaçoda Liberdade, da recriando a parte nova cidade. da E,por fim,ocortejo ganha no Pavilhão, nobre deshows, casa situada na apresentação. Apresentam-se competitivamente os ensaios nos dois que meses antecedem à os pequenoseventos nos bairros, com segue interno que gradual começou, emabril, com comoé tida cópias sucedidas. mal país. Sua atuação emoutras portuguesas cidades fora dosfestejos dejunho, e, raramente, fora do disso, apresentam também se emalguns casos, capital, emesmo emoutros municípios. Além muita regularidade, nos conselhos contíguos à deoutrasrealização marchas, organizadas sem desenharam que modelo estendeu umcerto se à restringem àcidade.modo, E,desse as marchas (CORDEIRO, limites 2001:13).Seus não se festas recorrentes deruas, nadeLisboa cidade mobilizamse emtorno organização da de os subsídios anuais paramarcha. da arealização órgão aesse vinculando unicamente para receber einstituiçõesem associações formalizadas, se quede vizinhos organizam as festas inserem ese regulamentos. No entanto, restritos osgrupos são que organiza, financiacumprimentodá e aos à Câmaraligada Municipal é o órgão de Lisboa de Equipamentos eAnimação Cultural (EGEAC) que emconta leva areceptividade dopúblico. sua “espetacularidade”, categoria dejulgamento umdosmembroscada dojúri, tendo emconta a asdia, marchas apreciadas são globalmente por Avenida,da por mais exibem se tempo. Nesse oficiais, emdoispontos localizada mais aocentro Em frente àtribuna dojúri edasentidades longo de tempo, durar que pode até duas horas. como as danças com osarcos, por umperíodo linearmente apresentando suas coreografias, enorme concentração Caminham, depessoas). cantos (que ouvidos, quase não à são devido os que passam daqueles que assistem. limites cercada pelos separa por grades, rua, da momentos depausa. interna Aunidade dada das “marcações” ou coreografias, comalguns fazlentamente,se apresentando apenas duas Em 2013,junto aos intercâmbios estabelecidos Nota-se, modo, desse que ummovimento Tais evizinhança redes desolidariedade Atualmente, aEmpresa municipal deGestão Os componentes dasmarchas entoam seus TEORIA E CULTURA 35 10 ” a Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 29 a 38, jan./jun. 2013 v. Juiz de Fora, A atitude blasé resulta em primeiro lugar lugar primeiro em blasé resulta A atitude rápidas em que, contrastantes dos estímulos são concentrada compressão e mudanças vida em aos nervos. (...) Uma impostos uma torna perseguição ao prazer desregrada seus nervos agita pessoaaté blaséporque um por reatividade forte de mais seu ponto cessam finalmente eles que tão longo tempo (...) A essência da de reagir. completamente do embotamento no blasé consiste atitude 1976: 16) (SIMMEL, poder de discriminar. a Bic Tejo nasceu n Ao imaginar a cidade de Simmel, do início do cidadeSimmel, a de imaginar Ao ruas nas A partir da experiência dos sujeitos Mas afinal, o que as marchas dizem sobre a dizem sobre marchas as que o afinal, Mas ao trazer referencial é importante Simmel O modelo em formato de procissão – que que – de procissão O modelo em formato O do século XX, vem à mente uma multidão do século multidão uma XX, à mente vem das vitrines por pelasruas, circulando atraída bondes dos e vem o vai deslocando-se entre lojas, é simultaneamente elétricos. Essa imagem sujeito do A representação atraente. e assustadora à opções, várias se suas mistura com cidade, na a todo tipo de estímulo. vulnerabilidade e poetas falaram literatos das cidades, intelectuais, cidade? O que essas festas querem comentar? comentar? querem festas essas cidade? O que sãoQue apresentadas? sensibilidades em termos essa questão pioneiramente de 1902. Problematizando sociológicos ano no do tratava o autor e a vida mental”, metrópole “a de vista pelo ponto cotejado urbano fenômeno experiênciaà moderna submetido indivíduo do de tantos seriada Como cidade. diante reação sua pela vida multi-orientada propiciados impulsos destaca Simmel oferecia? urbano o contexto que a de distinguir, da capacidade o embotamento “blasé”. de atitude chama ele que não sejanão estanque. uma – integra e enredo/tema dança canto, reúne mas linear, do cortejo dentro unidade interna para Extrapola, a seus limites. estárestrito não estão de fora, que aqueles ser por também vivido observando dançando, cantando, participam que o vivem sujeitos os cortejo, No aplaudindo. e pode está presente não quem Mesmo espetáculo. de transmissão meio por o evento acompanhar de televisão. públicos em canais feita ao vivo “ nsão dos ansão as – o a exp serem vivid a serem união e a união ar as p A marcha segue um modelo inspirado nos nos segue um modelo inspirado A marcha um propõe entretanto, O desfile/marcha, que aqueles desfilam, que aqueles Há A festa perfaz um ciclo anual de progressiva de progressiva perfazA festa anual um ciclo cortejos, procissões, romarias, onde anda-se anda-se onde romarias, procissões, cortejos, desde acontece Isso pelas ruas, se exibindo. os desfiles, antecedem que gerais, os ensaios seja Lisboa, de se ruas nas dos bairros onde espaços, expõem- Nesses marchas. as organizam em vivenciadas interações As se e comemoram. durante se estendem calendário festivo um longo e dos ensaios. da preparação meses em torno específico, espaço-temporal enquadramento determinada uma de promover capaz e sociabilidade vivida especialmente da festa, cria O “cortejo” evento. nesse potencializada da cidade. sensibilidades e imagem de molduras uma constitui espaço no o fluxo com lidar Ao apropriação privilegiada de significante forma quer desfilase conceber quem das ruas onde e se olhar quer assiste e quem sendo visto sendo parte dessa relação. conceber e participam, os acompanham visualmente festa. a integram Todos avaliam. os que aqueles espaços marcam-se do desfile, momento No é da não e quem é quem para diferenciados essa separação que ainda da marcha, escola ou expansão, do movimento dos “bairros ao “bairros dos movimento do expansão, da Lisboa representação auto e de uma centro”, espaço das ruas o Ocupam centrais “autêntica”. invenção própria à e celebração à direção em da aproxima cidade e nos e expressiva criativa das formulações determinadas de daconstrução urbanas. sensibilidades grupos Fest entre diversos países, as Marchas países, as diversos de entre Populares uma alcançar buscando Lisboa se apresentaram “dimensão o ao promoverem internacional” e o cultural encontro das tradições cruzamento locais populares do festividades outras com de representantes partir a da inclusão mundo, atuação a com Macau paísescomo outros de da Associação Desportiva e de Leões Acordado Loo e Leong, pela primeira trouxe, que Japão da à Avenida vez folclórica a dança Liberdade, japonesa. cortejo, cortejo, 36 TEORIA E CULTURA Juiz de Fora, v. 8,n.1,p.29 a 38,jan./jun. 2013 a imersão na experiência dechoque.a imersão na experiência do mundoritmo desenfreado moderno, propõe flâneur, em aosinúmerosresposta estímulos e simultaneamente edistanciada. privilegiada O queA percepção oflâneur é da cidade tem ter lugar específico,transita entre vários mundos. identificaflâneur o como aquele sujeito, sem que por Benjamim (1989).Benjamin, por sua vez, e doflâneur,Baudelaire, de problematizado as atitude análises da (SIMMEL, blasé 1976) de suas múltiplas sensibilidades. Destacam-se que Norberto de Araújo 157). eahumildadesuas ruas dassuas gentes” (2006: donativosagrado pitoresco pelo deLisboa das de Araújo, “a paixão incondicional, o amor quase acrescenta, com na literatura base de Norberto sujeito na metrópole de Simmel, Cordeiro (2006) (Vianna, 1999),àindiferença do eblasé polida XX. doinícioséculo Lisboa Simmel com a ternura de Fernando Pessoa na a cidade. Vianna contrasta aatitude de blasé efeitos importantes desentir modos emseus estimulados, vivenciariam choques que teriam autores,pelos ossujeitos, multiplamente Cordeiro chama atenção para aimportância À ternura de Pessoa transeunte pelo que passa No urbana estudo analisada experiência da mundo dosoutros. (VIANNA, 1999:118) compreensão do visão eda devida domodo que apesar possa, detudo, criarumespaçode nojo” que nos ligaanossos semelhantes, mas nada, edeque muitas vezes “é umtédio de transeuntes “de tudo”, de que nada nos diz terna, doprincípio que parta deque somos mais otimistas, nos propõe uma antropologia ternura. Fernando Pessoa, instantes emseus Talvez arte essa tenha umnome ou uma chave: (BENJAMIN, 1989:111) mais corresponderão aoconceito devivência. etanto incorporadasserão àexperiência, que ele operar, tanto menos essas impressões os estímulos; quanto maior for oêxito com consciente no interesse emproteger contra tanto mais constante apresença deveser do de choque uma dasimpressões, emcada Quanto maior dofator éaparticipação 11 dá à vida de rua e derua à vida dá lisboeta edeuma “imagem nacional”.lisboeta Propiciaram caracterizando como emblemática de uma festa de construção deidentidades urbanas, se a determinadas conjunturas sócio-culturais e diversa.moderna Associam-se intimamente e expressão dasmudanças cidade da sociais propiciando interior, emseu formas deintegração progressiva representatividade enacional, local sucinto,modo as marchas populares ganharam que as abrigou. deLisboa cidade da social De mantiveram orgânicos vínculos com aformação marchas populares, ao longo XX, do século o fato deque osprocessos deestruturação das Querourbana moderna. chamar atenção para criativamente, à atitude experiência blasé da bairros, do pitoresco, como que resistindo, representação de dosgrupos dasunidades nanasceu Bica”. ouviu oTejo alua/ Que Ajurar emrua/ derua amais édetodas Pois rica/ rua/ minha alguém osversosBica “Por de2007trazia issoéque a (marcha amarcha EmLisboa, deCarnide). da (marcha Bica); da “O meu santo édeCarnide” (marcha deAlfama); “O Tejo na nasceu Bica” marchas doano de2007:“Alfama éumbailado” moraisunidades cidade. da Trago exemplos de marchas, há arepresentação dosbairros como bairro dosaguadeiros, obairro dosoperários. Nas marchas, também presenciamos em Lisboa, o “popular,de cidade pitoresca”. bairrista, valorizavam idéia deLisboa, cidade da uma certa estudos voltados para aformação sócio-histórica compõem oschamados estudos deolisipografia, indica que Ela amaiorialocal. dosautores que em que na narra literatura osbairros se lisboetas ponto fundamental para acompreensão domodo identificá-lasbairro bairro. a dos bairros de1934 e1935,tendode ocuidado compovo as suas deLisboa, cidade marchas da O autor as considerava como omomento alto do produção edesfiles. dosconcursos, espetáculos santos populares, com envolvimento na pessoal ainsistente destaca se referência às festas dos lugares –bairros cidade da elugares emque aoconhecimento dedica se concreto dos tradicional (CORDEIRO, 2006: 151). O autor comodo bairrismo sinônimo deautêntico e O desfile das marchas,O desfile concentrou-se na pontoDo performancede vista da das modo,Desse Cordeiro nos faz um perceber TEORIA E CULTURA 37 A foi construída em 1879- construída da Liberdade foi A Avenida

“Frame” aqui traduzido por “enquadramento” é “enquadramento” por traduzido aqui “Frame” 15/6/1922, em inaugurado foi Mayer Parque O Os calendários escolares, de trabalho férias e as calendários escolares, Os Marcha dos , Marcha da Mouraria, Marcha Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 29 a 38, jan./jun. 2013 v. Juiz de Fora, 1 por e reapresentada noçãouma Bateson utilizada por situação” “definição de é uma “frame” O Goffman. orientam que de organização ligada aos princípios A eles. com subjetivo e ao envolvimento eventos para slogan é um do enquadramento” “análise da experiência termos nesses a organização analisar 1986: 11). (GOFFMAN, 2 da a função lúdica e incorporando substituindo uma (criada Rotunda), em 1908, na de Agosto Feira petiscos, com da capital, típicas” “feiras das últimas em apresentou-se Inicialmente e diversões. comércio mas (“barracas”), madeira de instalaçõesprecárias e frequentada. central mais zona numa situava-se moderno e num transformar-se-ia Com o tempo, pretendendo livre, ao ar de diversões recinto popular Magic- (Luna-Park, se fazia o que em Paris emular Parque), (Grande Barcelona (Retiro), Madrid City), seria esta componente tarde, Sevilha, (...). Mais etc. de Lisboa Popular pela e aperfeiçoada Feira ampliada Parque no passaram que diversões as (1943). Entre os bailes (de destacam-se “barracas as tiros”, de Mayer El Royal, os circos ou de Carnaval), fim-de-semana, de Lisboa” “Pôrto do as “barracas” e Luftman, Dorado da de “fenómenos” Ribeira) animada ou (miniatura e “mulher-sereia” a e transparente” “mulher a como diabólica, e a roleta o labirinto amestradas, pulgas as o jogo do quino, o jogo “variedades”, as a laranjinha, os carrosséis aventureiros), os mais (para clandestino de os “carrinhos Infantil, o Pavilhão e os fantoches, a luta de boxe, os combates a patinagem, choque”, livre. e a luta greco-romana 3 82. Tornou-se um centro de cortejos, festividades e festividades de cortejos, um centro 82. Tornou-se à liga os Restauradores A Avenida manifestações. da avenida É a principal de Pombal. do Marquês Praça cafés, alguns lojas, de luxo, ladeada cidade, de hotéis escritórios. teatros, 4 dois nesses sociais distintos momentos acompanham se festas As países localizados opostos. em hemisférios no a um “tempo” remetendo do ano, a ciclos aderem submetido do calendário, O tempo calendário anual. aliado aos e frequentemente do universo aos ritmos sociais é totalmente dos trabalhos e das festas, sistemas social. 5 da Marcha de Alcântara, Marcha do Pina, do Alto Marcha Alfama, de ,de Marcha Marcha Bica, , do Marcha daGraça, Marcha Alto, Bairro do Marcha da Madragoa, Marcha Vicente, São de Marcha da Bela de ,Marcha Marcha de , Notas VIANNA, Hermano. “Ternura e atitude blasé atitude e “Ternura Hermano. VIANNA, Simmel”. de Metrópole e na Lisboana de Pessoa e sociedade cultura no Urbana: Antropologia In: Zahar, Jorge Rio de Janeiro: Portugal. e em Brasil 1999. . Paris: Ed. Ed. . Paris: . Rio de Janeiro: . Rio de Janeiro: popular cultura e Salazarismo Um lugar na cidade: quotidiano, quotidiano, cidade: na lugar Um afia . Rio de Janeiro: FGV, 2001. FGV, . Rio de Janeiro: , n.57. junho de 2003. pp. 50-57. de 2003. pp. , n.57. junho SIMMEL, Georg. “A metrópole e a vida mental”. e a vida mental”. metrópole “A Georg. SIMMEL, ______. O Urbano Fenômeno In: 1976. Zahar, Festividades Festividades de. Veiga Ernesto OLIVEIRA, . Lisboa: Publicações Dom em Portugal cíclicas 1995 Quixote, ______. Ciências de (1933-1958). Lisboa: Imprensa Sociais, 2001. MELO, Daniel. “Os desfiles das nações”. In: desfilesnações”. das “Os Daniel. MELO, História An essay essay An Analysis. Erving.GOFFMAN, Frame York: experience. New of the organization on 1974. & Row, Harper CORDEIRO, Graça Índias. “Territórios e “Territórios Índias. Graça CORDEIRO, sócio- escalas de organização sobre identidade Estudos In: de Lisboa”. bairro espacial num Históricos ______. . Bica da bairro no e representação memória 1997. Lisboa: Quixote, Dom : Charles III: Charles Escolhidas Obras Walter. BANJAMIN, São do capitalismo. um lírico auge no Baudelaire, 1989. Brasiliense, Paulo: Gallimard, 1979. Gallimard, Bibliogr Carnaval Le Carlo. BAROJA, a formação de um modelo associativo festivo festivo associativo modelo de um a formação base associações as como teve voluntárias que como conhecidos – os grupos sócio-recreativos em Lisboa) e folclóricos (ranchos ranchos articular por complexas redes caracterizaram-se diverso interacional contexto cujo de convívio, “comunidades” ou os grupostem de “bairros” de encontros promotores urbanos núcleos como ainda modelo festivo, como marchas sociais. As dos ao longo feições distintas tomado tenham que das de celebração mecanismos apresentam anos, permanente um processo em unidades urbanas, tipos e personagens dos “bairros”, de construção de meios e criando cidade, na “tradicionais” significá-lo. 38 TEORIA E CULTURA Juiz de Fora, v. 8,n.1,p.29 a 38,jan./jun. 2013 com ela (Cordeiro, 2006: 146). de alimentar uma identificação afetivasentimental e enfatizando cidade, da com aspectos certos oobjetivo propôs “num deguia uma espécie sentido bairrista”, entre 1938e1939,deNorberto deAraújo. Oautor “Peregrinações”, quinze jornadas-livro publicados “marchas bairristas”. Aautora analisa olivro chamado participar ativamente deconcurso domodelo das popular destacou também português. Se por importante ensaísta, jornalista, ficcionista,poeta 11 10 teatros, escritórios. de hotéiscidade, ladeada de luxo, lojas, alguns cafés, Praça doMarquês dePombal. Éaprincipal avenida da manifestações. AAvenida ligaosRestauradores à 82. Tornou-se umcentro decortejos, festividades e 9 1, 2e3dejunho, entre as 21h até as 24h. 8 novo bairro com cidade da cerca de20000habitantes. Tornou-se umcentro deatividades culturais eum e oMuseu deCiência eTecnologia, entre outros. arrojada como aGare doOriente, oPavilhão Atlântico área1998. Esta engloba equipamentos de arquitetura especialmente projetada Mundial para aExposição de 7 identificarbairro o facilmente. como os“trajes típicos” que permitamaoobservador arquitetônico,do estilo estereotipados aspectos São utilizadas imagens demonumentos, deaspectos edeelementospassado significativospaisagem. de sua 6 . Marcha doCastelo, Marcha deCarnide,Marcha da Flor, Marcha do , Marcha de Santa Engrácia, Norberto de Araújo (1889-1952) foi um Marcha Bica, da 2007. AAvenida foi Liberdade da construída em1879- Em2007,oevento aconteceu nas noites dosdias OParque dasNações éaárea deLisboa cidade da Otema resulta representação da dobairro no