Veredas Poéticas De Juvenal Antunes
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Veredas Poéticas de Juvenal Antunes de Juvenal Poéticas Veredas Rauana Batalha Albuquerque Mendes A poesia é uma forma de expressão humana das mais Veredas Poéticas de antigas. Por meio dela, o poeta, denido por Ezra Pound VULCÃO como “antena da raça”, deixa vislumbrar sua mundividência, Juvenal Antunes seus sentimentos, seus passos dados ou possíveis em tempos e espaços determinados. Juvenal Antunes foi um dos sujeitos que escolheu percorrer essa mesma trilha. Os 170 poemas do Quem te conhece assim, simples, modesta, advogado potiguar, encontrados em jornais, livros e artigos de De olhos baixos, discreta e recolhida, acervos públicos e particulares, foram analisados e agrupados Com esse Cândido porte, que te empresta Rauana Batalha Albuquerque Mendes, riobranquense, nascida em 1º de por modalidades de expressão: humorísticos, satíricos e líricos. Um ar de melancolia compungida, outubro de 1985, graduada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal do Em Veredas poéticas de Juvenal Antunes, percebemos que Acre (Ufac) no ano de 2006 e mestra em Letras: Linguagem e Identidade pela E ouve-te a voz tão sussurrante e mesta, trajetória poética do autor é composta de variações temáticas Rauana Batalha Albuquerque Como uma doce nota sustenida, e estéticas que vão desde a recorrênciamesm dea i nsonetosstituiç ãnoso, emoldesm 201 1. Atuou como professora e, depois, como Mendes, riobranquense, nascida Fica a pensar que alguma dor te infesta, parnasianos ao derramamento dafo líricarmad amorosaora na E oudu losóca,cação In fantil do município de Rio Branco, de 2006 a 2014. em 1º de outubro de 1985, Que alguma mágoa te consome a vida. ou às quadrinhas, mais próximasA dotu apopular,lmente até, é aproximar-seservidora ef etiva da Ufac, atuando na área de inclusão, no cargo graduada em Letras Vernáculas Toda a gente, entretanto, anda enganada; do tom de brincadeiras jocosas dcome T éamigoscnica e oum Adesembocarssuntos Ed ucacionais. Esposa de Macelo, mãe da Amora e pela Universidade Federal do Acre em sátiras ardidas em dísticos. Sua poesia também dialoga (Ufac) no ano de 2006 e mestra em És, entre as mil mulheres que eu conheço, serva do Deus Eterno. A mais ardente, a mais apaixonada... com a de outros escritores ícones da literatura situada no Letras: Linguagem e Identidade Rauana Batalha Albuquerque Mendes período do Pré-modernismo brasileiro, o que explica o porquê pela mesma instituição, em 2011. Semelhas o vulcão, perfeitamente: Atuou como professora e, depois, Por fora – pedra, argila, areia, gesso; de algumas veredas tomadas por Juvenal Antunes no labirinto Por dentro – fogo, lava incandescente! literário poético. como formadora na Educação Infantil do município de Rio Branco, de 2006 a 2014. Atualmente, é servidora efetiva da Ufac, atuando na área de inclusão, no cargo de Técnica em Assuntos Juvenal Antunes Educacionais. Esposa de Macelo, mãe da Amora e serva do Deus Eterno. Edufac 2018 DIREITOS EXCLUSIVOS PARA ESTA EDIÇÃO: Editora da Universidade Federal do Acre (Edufac), Campus Rio Branco, BR 364, Km 4, Distrito Industrial — Rio Branco-AC, CEP 69920-900 68. 3901 2568 — e-mail: [email protected] Editora Afiliada: Feito Depósito Legal Rauana Batalha Albuquerque Mendes Veredas poéticas de Juvenal Antunes 2018 Sumário Resgate de um poeta INTRODUÇÃO .......................................................13 DAS VEREDAS ESPAÇO-TEMPORAIS: CONTEXTOS DA TRILHA DE JUVENAL ANTUNES ................................................................21 1.1. Das origens do poeta a trilhas contextuais ..... 23 1.2. Amazônia acreana na trilha do poeta .............. 34 TENDÊNCIAS TEMÁTICAS E ESTÉTICAS DA POESIA JUVENALINA .................................49 FORÇAS MOTRIZES............................................91 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. 105 AGRUPAMENTO DOS POEMAS POR MODALIDADE DE EXPRESSÃO EM ORDEM ALFABÉTICA .......................................................123 VEREDAS POÉTICAS DE CONSELHO EDITORIAL JUVENAL ANTUNES Presidente ISBN 978-85-8236-073-6 José Ivan da Silva Ramos Copyright © Edufac 2018, Rauana Batalha Albuquerque Mendes Vice-Presidente Editora da Universidade Federal do José Porfiro da Silva Acre - Edufac Membros Rod. BR 364, km 04 • Distrito Carromberth Carioca Fernandes Industrial Délcio Dias Marques 69920-900 • Rio Branco • Acre Esperidião Fecury Pinheiro de Lima Humberto Sanches Chocair Diretor José Sávio da Costa Maia José Ivan da Silva Ramos Leandra Bordignon Lucas Araújo Carvalho Coordenadora Comercial Manoel Limeira de Lima Júnior Ormifran Pessoa Cavalcante Almeida, Maria Aldecy Rodrigues de Lima Editora de Publicações Rafael Marques Gonçalves Jocília Oliveira da Silva Rodrigo Medeiros de Souza Design Editorial Rozilaine Redi Lago Selmo Azevedo Apontes Leonésio Ponce Sérgio Roberto Gomes de Souza Capa Silvane da Cruz Chaves Simone de Souza Lima Leonésio Ponce Revisão de texto a autora Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M528v Mendes, Rauana Batalha Albuquerque Veredas poéticas de Juvenal Antunes / Rauana Batalha Albuquerque Mendes. – Rio Branco: Edufac, 2018. 235 p. ISBN: 978-85-8236-073-6 1. Poesia brasileira. 2. Escritores brasileiros. 3. Literatura. I. Título. CDD 22. ed. B869 Bibliotecária Maria do Socorro de O. Cordeiro – CRB 11/667 Resgate de um poeta Olinda Batista Assmar Juvenal Antunes (Ceará-Mirim, Rio Grande do Norte) é mais um desses inúmeros escritores brasileiros que, mesmo tendo publicado seu primeiro livro em um grande centro cultural do país, acaba relegado a um plano inferior, não tendo mérito reconhecido na vida literária nacional.Vários são os motivos prováveis desse anonimato durante todo o século XX. Um dos mais fortes deve-se ao espaço onde aconteceu sua produção – a região norte do país. Esta de escassa vida cultural e com pouco trânsito nos maiores centros, não conseguiu projetá-lo nacionalmente. Além disso deve-se ao preconceito existente em relação à cultura nortista e mais especificamente ao isolamento em que vivia o Acre, terra que o poeta escolheu para viver na sua vida adulta. Embora seu nome fosse conhecido no Acre e consagrado outrora como “o príncipe dos poetas acreanos”, homenageado com nome a escola pública, esculpido em bronze, no segundo distrito de Rio Branco e lembrado, mais recentemente em minissérie da Globo – Amazônia: de Galvez a Chico Mendes, o estudo de seus poemas, ou de grande parte deles, só ocorreu a partir de pesquisas nos jornais feitas por alunos de graduação da Ufac, integrantes do projeto Amazônia: os vários olhares, coordenado por mim e pela aluna de mestrado Rauana Albuquerque, também da Ufac, esse trabalho, que aprofundou sua leitura dos poemas previamente realizados na graduação, foi desenvolvido no século XXI. Antes, porém, a prof.ª Laélia já se dedicara a obter algumas informações e publicar alguns comentários sobre a poesia juveliana. Em 2004, foram coletados e analisados todos os poemas encontrados nos jornais de Sena Madureira, do início do século XX, por Carla Pereira e Rauana Albuquerque, alunas da graduação em letras e bolsistas de iniciação científica, mais tarde, em 2011, a autora desse livro apresentou sua dissertação de mestrado na Ufac sobre a poesia de Juvenal Antunes. Mesmo com essa incursão na produção poética do escritor, o poeta continuou conhecido no Acre, mas pouco divulgado na região norte. No Rio Grande do Norte, notadamente em Ceará-Mirim, sua terra natal, por ocasião do centenário da cidade em 2002 sua sobrinha-neta, Lúcia Helena Ferreira, publicou alguns dos poemas originais e mais alguns livros Acreanas e Cismas, junto com notas biográficas.Observa-se que o conhecimento sobre o poeta não atravessou as fronteiras do Acre e nem da sua terra de origem, mesmo tendo seu primeiro livro, Acreanas, editado e publicado em 1922, pela Tipografia e Editora O Norte, no Rio de Janeiro (Laélia, 1922. p. 111). Vale ressaltar que a produção poética do autor centra- se em poemas líricos, filosóficos e satíricos, permeando o estilo clássico e moderno e não trata apenas de temática regional, mas cuida de temas universais. Os poemas líricos tematizam o amor e a musa inspiradora é Laura. Essa temática amorosa é variada percorrendo da felicidade à separação e sofrimento. As etapa final deságua em reflexões sobre o amor e a vida, mais próximos da veia irreverente do poeta. Aliás os poemas satíricos e humorísticos são os que mais agradam. A maior parte desses poemas circulou nos jornais do Acre, notadamente na Folha do Acre, em Rio Branco e nos de Sena Madureira por todo o período do Acre território, como ocorre com os demais poetas que encontravam nesse meio de comunicação a única via de publicarem sua produção poética e literária. São poemas do início do século XX e compõem, além de outras as primeiras manifestações literárias do Acre. A exemplo de Olavo Bilac, Juvenal Antunes voltou-se também para o sentimento cívico ao louvar e elogiar ou homenagear vultos da história nacional, como Rui Barbosa, esquecendo-se da terra e do homem que o acolheu como filho. Esmeraldo Siqueira citado por Laélia (p. 115), fala de um livro O Poeta Inolvidável em que destaca o caráter irreverente e boêmio de Juvenal Antunes. No estudo das cartas (2017, p. 59), as cartas-horóscopo do poeta são chamadas cartas-poema, mais humorísticos e jocosos que satíricos que “visam homenagear brincando com alguém de seu convívio” (p. 60). Esses poemas mostram o desagrado às mascaras sociais por isso unem humor, sátira e ironia para criticar as instituições e convenções sociais. É a obra desse poeta que a autora, professora Rauana Albuquerque,