Feminicídio: Quando a Desigualdade De Gênero Mata
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© 2020 Editora Unoesc Direitos desta edição reservados à Editora Unoesc É proibida a reprodução desta obra, de toda ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios, sem a permissão expressa da editora. Fone: (49) 3551-2000 - [email protected] Editora Unoesc Coordenação Tiago de Matia Agente administrativa: Caren Scalabrin Revisão metodológica: Giovana Patrícia Bizinela Projeto gráfico e diagramação: Simone Dal Moro Capa: Saimon Vasconcellos Guedes Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) F322 Feminicídio – quando a desigualdade de gênero mata: mapeamento da Tipificação na América Latina / organizadores: Patrícia Tuma Martins Bertolin, Bruna Angotti, Regina Stela Corrêa Vieira. – Joaçaba: Editora Unoesc, 2020. 376 p. ; 23 cm. ISBN e-book: 978-65-86158-09-0 ISBN: 978-65-86158-08-3 Inclui bibliografia 1. Violência contra as mulheres. 2. Igualdade. 3. Direitos humanos. I. Bertolin, Patrícia Tuma Martins, (org.) II. Angotti, Bruna, (org.). III. Vieira, Regina Stela Corrêa, (org.). Dóris 341.556 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Unoesc de Joaçaba Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Reitor Aristides Cimadon Vice-reitores de Campi Campus de Chapecó Ricardo Antonio De Marco Campus de São Miguel do Oeste Vitor Carlos D’Agostini Campus de Videira Ildo Fabris Campus de Xanxerê Genesio Téo Pró-reitora de Graduação Pró-reitor de Pesquisa, Lindamir Secchi Gadler Pós-graduação e Extensão Fábio Lazzarotti Diretora Executiva da Reitoria Cleunice Frozza Conselho Editorial Fabio Lazzarotti Silvio Santos Junior Tiago de Matia Carlos Luiz Strapazzon Sandra Fachineto Wilson Antônio Steinmetz Jovani Antônio Steffani César Milton Baratto Lisandra Antunes de Oliveira Marconi Januário Marilda Pasqual Schneider Marcieli Maccari Claudio Luiz Orço Daniele Cristine Beuron Ieda Margarete Oro A revisão linguística é de responsabilidade das autoras. ORGANIZADORAS Patrícia Tuma Martins Bertolin é Doutora e Mestre em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP), com Pós-Doutorado na Superintendência de Educação e Pesquisa da Fundação Carlos Chagas (FCC). Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Líder do grupo de pesquisa (CNPq) “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos”. Bruna Angotti é Doutora e Mestra em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). É vice-coordenadora do Núcleo de Antropologia do Direito – Nadir, vice-lider do grupo de pesquisa Mulher, Sociedade e Direitos Humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e professora na graduação em Direito na UPM. Advoga no Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos – Cadhu. Regina Stela Corrêa Vieira é Doutora e Mestre em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Programa de Pós-Graduação em Direitos Fundamentais da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Co-líder do grupo de pesquisa (CNPq) “Segurança social, trabalho decente e desenvolvimento” e integrante do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (USP). AGRADECIMENTOS Agradecemos ao CNPq, sem o qual a presente pesquisa, que transformou as vidas de todas as envolvidas, não teria sido possível. Agradecemos a todas(os) as(os) que cederam seu tempo para entrevista, no Brasil e no exterior, ajudando-nos a compreender os respectivos processos de tipificação. Agradecemos aos que nos auxiliaram em todos os momentos do projeto, em especial à Betania Felipe Soares e à Vanessa Viana, da Assessoria de Projetos, e à Cristiane Alves, do PPGD, assim como à toda a equipe administrativa da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Agradecemos à equipe do grupo de pesquisa “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos” envolvida na pesquisa. Estamos certas de que cada pesquisadora fez o que lhe foi possível. SUMÁRIO Apresentação .......................................................................................................................9 CAPÍTULO 1 Os Feminicídios em Ciudad Juárez no México: reflexões sobre Caso “Campo Algodonero” .......................................................................................................15 Camila Bertoleto Roque, Carolina Vieira da Costa, Regina Stela Corrêa Vieira CAPÍTULO 2 O processo de tipificação do feminicídio no Brasil ..................................................35 Bruna Angotti, Regina Stela Corrêa Vieira CAPÍTULO 3 Mapeamento do conceito de “feminicídio” nos meios de comunicação brasileiros: exemplo de jornalismo responsável? ......................................................71 Ana Paula Ricco Terra CAPÍTULO 4 Subsídios para uma medição fidedigna da violência contra a mulher ................105 Patrícia Tuma Martins Bertolin, Denise Almeida de Andrade CAPÍTULO 5 A tipificação do feminicídio na Costa Rica ...............................................................131 Luciana Veloso Baruki CAPÍTULO 6 A violência contra a mulher na Guatemala: entre genocídios e feminicídios ..153 Fabiana Larissa Kamada CAPÍTULO 7 A tipificação do feminicídio na Colômbia .................................................................173 Juliana Leme Faleiros CAPÍTULO 8 A tipificação do feminicídio no Chile ........................................................................189 Ana Claudia Pompeu Torezan Andreucci CAPÍTULO 9 A tipificação do feminicídio no Peru ..........................................................................213 Mariângela Tomé Lopes CAPÍTULO 10 Mortes de mulheres em El Salvador: homicídios ou feminicídios? ....................249 Fabiana Larissa Kamada CAPÍTULO 11 A tipificação do Feminicídio no México ....................................................................267 Regina Stela Corrêa Vieira, Carolina Vieira da Costa CAPÍTULO 12 A tipificação do feminicídio na Nicarágua e as dificuldades para a efetiva proteção das mulheres ...................................................................................................293 Sandra Cordeiro Molina, Klariene Andrielly Giraldi CAPÍTULO 13 A Tipificação do Feminicídio na Argentina e as marchas Ni Una Menos .........317 Regina Stela Corrêa Vieira CAPÍTULO 14 A Tipificação do Feminicídio na Bolívia ....................................................................339 Patricia Brasil Massmann, Verena Holanda de Mendonça Alves CAPÍTULO 15 Mapeamento da Tipificação do Feminicídio na Venezuela ...................................359 Patricia Brasil Massmann, Verena Holanda de Mendonça Alves Apresentação Esta obra coletiva Feminicídio – quando a desigualdade de Gênero mata é fruto da pesquisa homônima realizada pela equipe de pesquisadoras(es) que compõe o grupo de pesquisa “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos”, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Realizada entre 2014 e 2018, foi financiada pelo CNPq, por meio do Edital MCTI/CNPQ/Universal 14/2014 - Faixa C. A proposta inicial da pesquisa era mapear o processo legislativo do tipo penal feminicídio, então em tramitação no Brasil, e compará-lo ao de países latino-americanos que já consideravam, à época, o feminicídio um tipo penal específico. Pensávamos, então, que os resultados finais da investigação poderiam servir para auxiliar o processo brasileiro. No entanto, poucos meses após o início da investigação, o Brasil, por meio da lei federal nº 13.104/2015, incluiu o feminicídio como qualificadora do homicídio no Código Penal (CP). Passou, então, a ser nossa preocupação compreender, também, os efeitos da tipificação nos países em que o tipo penal já existia, a fim de avaliar a incidência e a prevalência dessa forma letal de violência contra as mulheres, além de incluir uma análise de como se deu e resultou o nosso próprio processo de tipificação. Assim como fizemos com parte dos países selecionados para a análise, acompanhamos o caso brasileiro especialmente a posteriori à tipificação, identificando personagens envolvidos no processo de produção legislativa e momentos-chave deste. Buscamos responder ao longo das nossas investigações, principalmente, às seguintes perguntas: Quem propôs, nos países analisados, a inclusão de feminicídio como crime diverso do homicídio ou qualificadora deste? Como se deu o processo legislativo para a criação do tipo? Quais os posicionamentos dos movimentos feministas nesses países? O que argumentaram as/os juristas que se manifestaram ao longo do processo? Como está organizado o debate acerca do tema no Brasil? Quem são personagens-chave nesse processo? A pesquisa foi feita por meio de entrevistas, análise documental e legislativa, bem como uma ampla pesquisa bibliográfica. Dentre as/os entrevistadas1 (os) estavam acadêmicas, ativistas pelos direitos das mulheres, funcionárias(os) e gestoras(es) dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. No Brasil entrevistamos as acadêmicas Alice Bianchini, Flavia Piovesan, Ela Wiecko 1 A maioria das entrevistas foi gravada, com autorização expressa da(o) entrevistada(o) em termo de consentimento livre e esclarecido, transcrita e codificada no software N-Vivo. 9 Volkmer de Castilho (à época vice-procuradora geral da República) e Carmen Hein de Campos (consultora parlamentar da CPMI da violência contra a mulher); a então gestora do Executivo Federal Aline Yamamoto e o então gestor do Executivo Federal Gabriel Sampaio; as consultoras legislativas do Senado Federal, Cleide de Oliveira Lemos e Maria da Conceição Lima Alves; o assessor parlamentar José de Souza Pennafort Neto; a deputada federal Jô Moraes; a Jornalista e militante feminista da União de Mulheres