S’il vous plait, donnez nous, donnez leur du Beau, du Beau dans tous les sens, du Beau pour tous les sens, du Beau même quand il fait noir, du Beau surtout quand il n’y a rien a voir. S’il vous plait, donnez nous nous Beau ! Mais bon Dieu, du Beau, mais pour quoi faire ? Du Beau pour en faire du rêve pardi ! Du Beau pour donner envie d’aimer, d’espérer, de se respecter, d’arrêter enfi n de mépriser notre terre. Du Beau enfi n et surtout, pour leur éviter de devenir moins que Rien.

Le Philosophe a dit que « la fi nalité de la Vie, c'est l'admiration du Beau, qu’il est un luxe totalement inutile, mais dont l'homme ne sau- rait se passer pour continuer à devenir ce qu'il est ». Il n’ignorait pas sans doute que le pouvoir de la beauté sur l’Homme est résolument plus fort que celui d’une armée. Qu’y a-t-il en effet de plus beau et de plus fort que le sourire de sa mère pour un bambin en détresse, qu’un ciel qui la nuit s’illumine de milliards d’étoiles sous les yeux d’un voyageur perdu, que des notes qui s’échappent d’une guitare, qu’une voix douce qui nous chante un Jardin d’Hiver, qu’un éclat de rire qui déchire le silence un soir de « blues ». Bien souvent à Rio quand je marche dans la rue je croise des regards d’enfants; ils ont ce petit je ne sais quoi au fonds des yeux qui hurle à la trêve dans leur monde prison. Alors je me dis, que se passe-t-il ? Ils ont la beauté pour compagnon, des sourires et des fl eurs tout autour d’eux, mais ils ne les voient pas; la beauté serait-elle un compagnon absolument impossible quand la misère est à votre porte ?

Le Poète a dit « la misère est moins triste au soleil », pourtant celui d’Ipanema ou de Copacabana ne les empêchera pas plus tard de s’exprimer autrement que par la laideur de la violence. Ils deviendront bien vite comme ils disent, « raccord » avec leur décor, « ton sur ton » avec les tôles et les bidons qui forment leur ville, en parfaite harmonie avec la tristesse de leur ignorance. Ils rêveront aussi souvent qu’un jour ils seront riches, mais sait-on à 5ans, à 20 ans que l’on peut être riche de tout ce dont le monde se fi che, que l’on peut croire gagner sa vie alors qu’on la perd. Alors comment permettre à chacun de gagner sa bataille si ce n’est par le Beau, celui que leur apporteront demain l’Education et la Culture.

Le sage a dit « La culture, c’est ce que l’homme a inventé pour rendre le monde vivable et la mort abordable ». Il est là, j’en suis sur, le secret de leur enfance; elle est là la clé de leur richesse, de leur bonheur à venir. En cette année 2009, où est à l’honneur de la « Cidade de Deus » aux cossus salons de Brasilia, il est là le message essentiel de la France à la jeunesse du Brésil.

Emmanuel de Ryckel

Com Toots Thielemans em Outubro de 2007

próprio autor como uma obra ainda imatura. É in- teressante observar que Vian debuta com esse extenso e meticuloso trabalho com formas fi xas, experimentando diferentes metros de verso, bem como diferentes combinações de rimas. Já neste livro, a utilização de um humor corrosivo mostra A obra poética de uma visão de mundo iconoclasta e, indiretamen- te, uma dessacralização do discurso poético. À Boris Vian começou a se revelar já nos títulos de alguns de seus textos. criação dos sonetos, seguirão quatro volumes de Vejamos alguns exemplos, traduzidos livremente: Vou cuspir nos seus poesia: Barnum´s Digest, Cantilenas Gelatiniza- túmulos, A espuma dos dias, Os mortos têm todos a mesma pele, Ou- das, Poemas Inéditos e Não queria partir. Vian, tono em Pequim, E mataremos todos os horrorosos, As formigas, O es- que começou com uma poesia formal, inverterá quartejamento para todos, Elas não se dão conta, O arranca-coração, os sinais de seu projeto e percorrerá um caminho Os construtores de Império ou o Schmürz, Cantilenas gelatinizadas, que vai do verso geralmente livre no segundo Não queria partir, O lanche dos generais, Na frente de Zizique, Atrás de livro, até culminar, sob a forma de um ritornelo, Zizique, Escritos pornográfi cos etc. etc. Imagens de morte, violência, no predomínio do verso metrifi cado em seu livro poder, associadas no mais das vezes a sinais de menosprezo moral e fi nal. à questão racial. Imagens erótico-pornográfi cas. Imagens líricas. Per- cebemos portanto, já nos títulos, alguns dos elementos que sintetizam a imaginação do autor: tendência ao deboche e ao sarcasmo, macabro ou violento, associada a grande sensualidade e lirismo. Querendo di- ferenciar o humor em Boris Vian de um humor meramente macabro, humor negro, Caradec, no prefácio de um de seus livros, chamou-o de «humor vermelho». O mundo de Vian é sobretudo o da «emancipação dolorosa do adulto que se separa da adolescência». E o mundo adulto é visto por ele como bloqueio, como opressor, aniquilador. Neste sen- tido, Vian se aproxima de Kafka. No extremo desse ponto de vista há a guerra: a forma mais sofi sticada e degradante de trabalho, já que nela se trabalha para gerar novos trabalhos. A obra poética de Boris Vian pode parecer exígua perto dos mais de 40 livros publicados em vida, mas certamente é o motor de sua criação, isto é, irradia e ecoa por toda sua atividade criativa, dos romances às canções, e por isso mesmo é uma boa porta de entrada para o restante da obra. Entre 1939, prova- velmente, e 1944, Boris Vian escreve 105 sonetos, acrescidos de meia- dúzia de baladas, que seriam publicados postumamente sob o título de Cem Sonetos (fazendo trocadilho com a homofonia de Cem Sonetos, do número 100, e Sem Sonetos, isto é, nada). Trata-se de sua primeira obra escrita, tentativa músico-matemático-literária, considerada pelo Boris, Engenheiro mecânico Estudou engenharia mecânica. Em 1942 começou a trabalhar na fábrica AFNOR. Entrou em confl ito com a administração por estar sempre a corrigir er- Boris, Boémio ros ortográfi cos dos superiores. Publicou os primeiros Boris Vian nasceu em Ville d’Avray, em 1920. Aos 8 escritos sob os pseudónimos Bison Ravi e Hugo anos, lia Corneille, Racine, Molière e Maupassant. Hachebuisson em 1944-45. Escreveu “Vercoquin et Aos 12, sofreu de complicações cardíacas. Era um le plancton” (publicado em 1947) para onde transfe- boémio: festas-surpresa, altas-velocidades e trocadil- re o clima de absurdo organizacional da fábrica. Foi hos em rima eram os passatempos. Interessou-se por despedido em 1946. O livro fê-lo conhecer Raymond jazz e em 1937 entrou no Hot Club de França (tocava Queneau, escritor, na altura editor da Gallimard. trompete). Começou a trabalhar na Offi ce du Papier.

...e «déspota» Dias antes de morrer, deu uma festa na «va- randa dos três déspotas» - Vian, Prévert e Ergé - em honra do barão Mollé, recém-eleito cura- dor dos Patafísicos. Foi a mais bela reunião, o apogeu do grupo, com Henri Salvador, Noël Arnaud, Pierre Kast ou René Clair. O «déspota» Latis pronunciou o elogio fúnebre de Vian, que sofria já de complicações cardíacas. «Morrerei antes dos 40», disse. Os médicos obrigaram-no a deixar o trompete. Morreu de ataque cardíaco, Boris “Matador”... em 1959. Tinha 39 anos. Foi nomeado «matador de primeira classe» no Co- légio dos Patafísicos. A Patafísica é a ciência das soluções imaginárias: a missão era «explorar os campos negligenciados pela física e metafísica». O grupo tinha um pai espiritual (Alfred Jarry, escritor, morreu em 1907) e reunia o barão Mollé (amigo de Jarry e de Apollinaire), Michel Leiris, Ionesco, Henri Robillot, Pascal Pic, Jacques Prévert.

Boris, Escritor apaixonado por jazz Escreveu em três meses «A Espuma dos dias», com que concorreu ao prémio da Pléiade, que não recebeu, apesar dos apoios de Queneau, Beauvoir e Sartre, com quem convivia. Escreveu em 1946 «Chronique du men- teur» em vários números do «Temps Modernes». Publi- cou também «J’irai cracher sur vos tombes» sob pseu- dónimo de Vernon Sullivan, um «best-seller» censurado em 1949. Trabalhou na orquestra de jazz de Claude Abadie. Foi também trompetista e animador no bar «Le Tabou» em Saint-Germain, onde se reuniam artistas. Escreveu «L’Equarrissage pour tous», que adaptou para teatro: um fracasso. Em 1948 conheceu Duke Ellington, de visita a Paris. As edições Toutain publicaram «A erva vermelha» (1950), recusado pela Gallimard. Como es- critor , compositor e Diretor musical da empresa de dis- cos Barclay Boris Vian, introduziu com Henri Salvador o Rock na França em 1957 com Rock and Roll Mops.

Peterson era um dos músicos de jazz - e Peterson tinha formação erudita e durante tos antológicos. “Se tirar- um dos últimos gigantes do gênero - mais décadas esteve situado no topo da cadeia mos a fronteira imaginária conhecidos e respeitados no mundo, in- dos pianistas de jazz com sua técnica que separa os dois países, cluindo o Brasil, onde se apresentou di- mágica, marcada por velocidade, força teremos a mesma cultura, versas vezes, desde 1978. A última foi em e elegância ao mesmo tempo, seus solos os mesmos discos, as mes- 1998, quando, além de dois concertos no frenéticos e um suingue absurdo nas duas mas estações de rádio. Por Teatro Municipal, tocou para uma multi- mãos. Nascido em Montreal, no dia 15 de isso, não há nada de es- dão no Parque do Ibirapuera. agosto de 1925, ele começou a estudar tranho em um canadense música aos seis anos, desistindo do pis- ser tão identifi cado com o Em todas as vezes que falou com jorna- tom um ano depois, por causa de proble- jazz”, disse certa vez. listas brasileiros, Peterson lamentava que mas pulmonares. o jazz estava morrendo, pelo menos a for- Ella não foi a única, a par- tir dos anos 50, Peterson se ma do jazz do qual ele era um dos maiores Aos 14 anos, depois de conquistar o pri- uniu a diversos gigantes do representantes, o jazz “puro”, como ele meiro lugar num concurso amador, Peter- jazz em discos e concertos. dizia, feito com prazer, muito improviso son ganhou 15 minutos num programa se- Entre eles estão Billie Holi- e apuro técnico de gênio. “Infelizmente o manal de rádio em Montreal. Aos 18 anos day, Carmen McRae, Louis jazz sobrevive à custa de alguns poucos começou a tocar profi ssionalmente e se Armstrong, Lester Young, nomes importantes como Count Basie, tornou o primeiro músico negro a integrar Count Basie. A extensa Dizzy Gillespie, Roy Aldrich. Tem sido uma orquestra popular, a de Johnny Hol- lista engrossa com no- valorizado também porque muita gente mes, em Quebec, com a qual aprendeu a mes como Charlie Parker, importante já morreu e alguns jovens se compor e escrever arranjos. dão conta do que perderam e por isso fa- , Stan Getz, Coleman Hawkins, Dizzy zem regravações”, disse na primeira vinda A carreira internacional, a partir dos Es- Gillespie, Roy Eldridge, ao País, em janeiro de 1978, quando. tados Unidos, começou a deslanchar em Freddie Hubbard. 1949, aos 24 anos, quando o lendário pro- “O que me mantém tocando piano até dutor americano Norman Granz o levou Peterson formou seu pri- hoje é a crença na música de Duke El- para Nova York. Peterson foi apresentado meiro trio em 1952 com lington, Dizzy Gillespie, Count Basie, como convidado surpresa em um concer- o guitarrista Herb Ellis e Ella Fitzgerald e alguns outros músicos to no Carnegie Hall. Sua atuação foi de tal o baixista Louis Hayes. O especiais como esses”, afi rmou em 1998, maneira impressionante que repercutiu de outro, que durou de 1959 a lembrando das críticas que havia feito às imediato e o colocou defi nitivamente no 1965, tinha Ray Brown no experimentações de certos músicos com olimpo. A partir de então passou acom- baixo e Barney Kessel na eletrônica e que “alguns teimavam cha- panhar a grande dama do jazz Ella Fitzge- guitarra, e foi o que teve os mar de jazz”. rald, com quem dividiu álbuns e concer- maiores êxitos. Com o fi m Peterson deixa uma vasta e do terceiro trio, formado por "Il y a des volcans qui se meurent importante discografi a, uma Sam Jones no baixo e Bob Du- pequena parte da qual continua il y a des volcans qui demeurent rham na bateria, Peterson pas- em catálogo em CD no Brasil. il y a des volcans qui ne sont là que pour le vent sou a produzir projetos mais in- Entre seus títulos mais marcan- il y a des volcans fous timistas, em solos e duos, como tes estão os songbooks de Duke il y a des volcans ivres à la dérive os que gravou com o guitarrista Ellington, George Gershwin, il y a des volcans qui vivent en meutes et patrouillent Joe Pass e o violinista Stephane Irving Berlin e Richard Rod- il y a des volcans dont la gueule émerge de temps en temps Grapelli. gers, que gravou em 1952, Os- véritables chiens de la mer Por diversas vezes foi eleito o car Peterson Plays Count Basie il y a des volcans qui se voilent la face melhor pianista de jazz por pu- (1955), Night Train (1962), toujours dans les nuages blicações como a Down Beat. West Side Story (1962), My Fa- Depois de cinco décadas de vorite Instument (1968), além il y a des volcans vautrés comme des rhinocéros fatigués sucesso, Peterson sofreu um de outros em que atuou como dont on peut palper la poche galactique acidente vascular cerebral em acompanhante, como o históri- il y a des volcans pieux 1993, durante um concerto em co encontro de Ella Fitzgerald qui élèvent des monuments à la gloire des peuples disparus " Nova York. O músico conseguiu com . Aimé Cesaire se recuperar, mas passou a com- Oscar Peterson morreu na noite por e tocar em ritmo mais lento. de 23 Dez 2007.

- "Chaque fois que j'écris, que je fi nis une chan- depuis des lustres, de leur folklore, alors que j'en son je pense à Brassens : je me demande s'il en ai écrit paroles et musique… C'était évidemment le aimerait l'idée, le développement, si j'ai été aussi plus beau compliment qu'ils pouvaient me faire !" loin que possible dans la recherche des mots et De grands moments d'émotion attendent l'auditeur des rimes. Pour l'anecdote, celui à qui j'ai déjà attentif. Sorellina, par exemple, chanson dédiée consacré une chanson, Les Amis de Georges, n'a à l'une de ses sœurs, qu'il n'a pas vue durant des jamais su pourquoi je porte son prénom. L'his- années malgré une tendresse indéfectible, enre- toire est pourtant simple : je m'appelle Joseph, gistrée en une seule prise, au cœur de la nuit, en mais tout le monde dit Jo… Et Jo est aussi le tout petit comité… Mélanie faisait l'amour, tendre diminutif de Georges. Lorsque j'ai débuté dans portrait d'une femme qui aimait les hommes. La la chanson, je voulais signer mes disques Mous- Jeune Fille, émouvant dialogue, dans lequel Mous- taki, sans prénom, mais une lettre de menaces, taki réussit l'exploit de se glisser dans la peau d'une d'un homonyme, m'a incité à en adopter un. Jo adolescente rebelle. Sans oublier Solitaire, la chan- était trop bref, j'ai opté pour Georges. J'avais son qui donne son titre à l'album : avec lui des rapports très rares et pudiques… - "C'est une profession de foi. Ma solitude et moi, Pour ceux de ma génération - je l'ai découvert à cela fait des dizaines d'années que nous vivons en l'âge de 18 ans - il a eu une importance excep- parfaite harmonie. Je n'aurais jamais eu une aussi tionnelle, il a fait souffl er un vent de liberté dont longue relation avec une femme ! Je suis quelqu'un En 2008, Georges Moustaki publie on sent encore les effets. Quant à Coluche, je le de très sociable, je crois, mais j'ai besoin de beau- un nouvel album intitulé "Solitai- cite parce que je l'avais repéré longtemps avant coup de solitude pour travailler, pour créer. Mes re", réalisé par Vincent Segal, en- qu'il soit célèbre, à l'époque où, après avoir ter- moyens de transport préférés me trahissent : je ne registré et mixé à Bruxelles. miné de faire la plonge, dans un resto, il prenait me déplace qu'en scooter ou à moto, parce que là - "C'est à Bruxelles que pour la pre- sa guitare et chantait du Aristide Bruant. Enfi n, aussi j'ai besoin d'être seul. Il faut constamment mière fois j'ai été payé pour ce que j'ai un souvenir très précis de Gainsbourg jouant que je sois en mesure de laisser mon esprit vaga- j'aimais vraiment : faire de la mu- de la guitare lorsqu'il accompagnait Michèle Ar- bonder à sa guise. De cette façon, mon bureau des sique. Cela se passait au milieu des naud au Milord l'Arsouille, avec Jacques Lasry idées est toujours ouvert !" années 1950. Je me suis retrouvé au piano." Moustaki, chanteur engagé qui jamais n'élève la coincé deux mois dans la capitale "Solitaire", paradoxalement, est surpeuplé de voix - Léo Ferré lui avait dit un jour tu murmures belge, n'ayant plus d'argent pour le gens de talent. Les musiciens de Georges, pour ce que je hurle - ne conçoit pas un album comme voyage que j'avais projeté de faire commencer : Toninho Do Carmo aux guitares, une suite de chansons : jusqu'en Hollande, plus d'argent non Luiz Augusto Cavani à la batterie, Francis Jau- - "C'est un plaisir indescriptible que de travailler plus pour rentrer à Paris… Il a fallu vain à l'accordéon. Puis des invités, tels Marcel sur un nouvel album. De se dire que du néant une que je cherche du travail : ne sachant Azzola à l'accordéon, Marco Arietas à la guitare, chanson va surgir, puis une autre, et une autre enco- rien faire d'autre que la vaisselle et Sarah Murcia à la contrebasse, etc. re. Que de l'imaginaire quelque chose de concret va jouer de la musique, je suis entré Puis il y a les duos. À commencer par Sans la prendre forme, d'abord avec ma guitare, sous mon dans un restaurant à proximité de la nommer, chanson des années 1970 revisitée toit, puis avec mes musiciens, puis sur scène, en Grand-Place et j'ai proposé mes ser- avec Cali. Il y est question, on s'en souvient, studio avec un réalisateur… Ensuite, de s'imaginer vices. On m'a engagé sur le champ et d'une jolie fl eur du mois de Mai, que l'on traque que des gens vont écouter ces nouvelles chansons, ce fut un bonheur - j'étais sans doute et que l'on matraque, que l'on nomme révolution vont les fredonner, peut-être même leur donneront- un piètre pianiste, mais je devais y permanente… elles l'envie de danser… Je me dis qu'avec un peu mettre tant de plaisir que je faisais Avec Vincent Delerm, Georges chante les char- de chance, je vais offrir de la joie, du bonheur ou illusion. Celle-ci me donnait une mes «d'Une Fille à bicyclette», comme on en matière à réfl échir à ceux qui m'écouteront. Je vais aura, j'avais un public de jolies fem- voit de plus en plus depuis l'instauration du Vé- les emmener en voyage : ce processus magique mes qui venaient m'écouter et m'en- lib, raison pour laquelle la chanson se conclut m'émerveille comme au premier jour." (EMI France) courager. J'ai découvert à Bruxelles sur un clin d'œil au maire de Paris. le monde de la nuit, de la pègre, de Trocando em miúdos Avec Stacey Kent, il adapte : Eu vou lhe deixar a medida do Bonfi m la prostitution, de la drogue ; mes «Partager les restes» («Trocando em miúdos», Não me valeu nuits s'achevaient dans une cave où Francis Hime - Chico Buarque/1978 ) évoque Mas fi co com o disco do Pixinguinha, sim ? l'on jouait un jazz très moderne… une rupture, entre douceur et acrimonie. O resto é seu De cette brève expérience, j'ai tiré Trocando em miúdos, pode guardar Ensuite, China Forbes, délicieuse chanteuse de As sobras de tudo que chamam lar un livre, une sorte de polar, Petite Pink Martini, avec qui Moustaki rêvait de chan- As sombras de tudo que fomos nós rue des Bouchers, paru il y a quel- ter depuis des années. Elle est présente sur deux As marcas de amor nos nossos lençóis ques années… J'aime cette ville, je titres : les reprises de «Ma solitude», classique As nossas melhores lembranças m'y sens chez moi, j'ai eu le temps Aquela esperança de tudo se ajeitar moustakien créé en 1967 par Serge Reggiani, et Pode esquecer de m'y faire des amis, d'apprendre de «Donne du rhum à ton homme»… Aquela aliança, você pode empenhar des expressions bruxelloises, d'en - "J'aime énormément cette chanson, elle occupe Ou derreter savourer l'accent. une place importante dans mon répertoire, en Mas devo dizer que não vou lhe dar "Solitaire" s'ouvre sur Le Temps O enorme prazer de me ver chorar particulier sur scène, au cœur de mon récital. Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago de nos guitares, qui rend hommage Elle me rappelle de bons souvenirs, où et quand Meu peito tão dilacerado - sans les citer tous, mission im- je l'ai écrite, à la manière des calypsos d'Harry Aliás possible - à ceux qui, armé de leur Belafonte. Il n'en existait jusqu'à ce jour que Aceite uma ajuda do seu futuro amor seule guitare, cette machine qui tue Pro aluguel des versions enregistrées en concert, je souhai- Devolva o Neruda que você me tomou les fascistes, comme disait Woody tais qu'il en existe une en studio. Un jour que E nunca leu Guthrie, ont changé notre vie. On y je chantais en Martinique, des spectateurs sont Eu bato o portão sem fazer alarde croise Dylan, Brassens, Brel, Aufray, venus me dire : J'espère que ce soir vous chan- Eu levo a carteira de identidade Salvador, et même Gainsbourg ou Uma saideira, muita saudade terez notre chanson… Ils étaient persuadés que E a leve impressão de que já vou tarde Coluche. - «Donne du rhum à ton homme» faisait partie,

Livro ‘Caymmi e a ’ destaca a relação do baiano com o gênero , fi gure du pa- A morte de Dorival Caymmi, foi um dos marcos mais emblemáticos em 2008 em que se trimoine musical brésilien, est lembram os 50 anos do surgimento da Bossa Nova. Mais marcante até que os shows de João décédé samedi 16 août 2008 à Gilberto, depois de anos longe dos palcos brasileiros. Tanto é que o primeiro bloco de mú- Rio de Janeiro à l’âge de 94 ans, sicas que o criador da 'batida diferente' apresentou no Theatro Municipal do Rio, quatro dias au terme d’une carrière de plus depois, foi todo composto por canções de Dorival. Caymmi é um dos maiores inspiradores de 60 ans rythmée par vingt al- da Bossa Nova e é um dos compositores preferidos de João Gilberto. bums et plus de cent chansons. Il est mort chez lui, à Copacabana, O gênero que é a cara do Rio de Ja- entouré de sa famille, a déclaré neiro tem como inspirador e criador sa petite-fi lle, Stella Caymmi. dois baianos. Mas a relação e infl uên- Considéré comme le "grand-père cia de Dorival Caymmi com a Bossa de la bossa nova", qui fera son Nova nunca chegaram a ganhar tanta apparition dans les années cin- notoriedade, mesmo tendo Tom Jobim quante, Dorival Caymmi avait destacado na contracapa do disco de débuté dans les années trente en estréia de João Gilberto que Caymmi écrivant un tube pour l'actrice et aprovava o novo artista que surgia ali. chanteuse , sur- O maestro já via modernidade na obra nommée la "bombe brésilienne" de Caymmi desde suas primeiras com- à Hollywood. Des dizaines d'ar- posições, da década de 30, quando 'já tistes brésiliens avaient ensuite usava modulações e acordes dissonan- repris ses standards ou s'étaient tes' como os que foram empregados na inspirés de son travail, comme Bossa Nova. les maîtres de la bossa nova Joao - Dorival sempre foi associado à Ba- Gilberto et Antonio Carlos Jobim hia, às canções praieiras, e ele não fez ou les "tropicalistes" Caetano Ve- Bossa Nova. Mas João Gilberto afi rma loso et . que a música de Caymmi Rosa More- Comme de nombreuses stars de na foi uma das que serviu de base para Além do minucioso trabalho de la musique populaire brésilienne, a criação da Bossa Nova - conta Stella pesquisa de Stella Caymmi, o Caymmi était originaire de Ba- Caymmi, jornalista e biógrafa de seu novo lançamento traz um belo hia, dans le nord-est du Brésil. avô. resgate de imagens, incluindo ra- ras fotos e capas de discos. - A fotografi a é uma das minhas Dorival Caymmi s’était retiré grandes paixões. Gosto de ma- depuis de nombreuses années terial de pesquisa, reproduzir déjà ; il n’était pas rare en se manuscritos, essas coisas - conta promenant dans les rues de Co- Stella. pacabana de l’apercevoir rêvant Dorival Caymmi atravessa todas à la fenêtre de son balcon. Sa as fases da música brasileira, in- dernière apparition publique clusive a Bossa Nova. Mais do remontait à 2004, c’était au Ca- que reafi rmar a atualidade da Bos- necão de Rio de Janeiro à l’occa- sa Nova no ano de seu cinqüen- sion d’un concert spécial donné tenário, Caymmi e a Bossa Nova par ses 3 enfants Nana, Danilo, reafi rma a atualidade das canções - Fiz cerca de 90 entrevistas com Dorival e Dori pour le 90ème anniversaire do baiano, que seguem relevantes quero publicá-las. Seria algo como 'Caymmi de leur père. e soam modernas ainda hoje, mais por ele mesmo'. Quero muito colocar isso no Son épouse Stella s’est éteinte até em suas versões originais que mercado e só eu tenho acesso a esse mate- 10 jours seulement après sa dis- em releituras. Pena que o livro rial. Acho que ninguém nunca entrevistou parition. Ils s’étaient rencontrés não tenha som... en 1940 lors de l’enregistrement tanto um artista quanto eu. Aí talvez eu d’une émission de la Radio Na- encerre esse ciclo de pesquisas sobre ele - tionale Brésilienne. adianta Stella. A cette même époque, Dorival Esse 'ciclo de pesquisas' teve seu primeiro avait également fait la connais- lançamento em 2001, com O mar e o tempo, sance d’Henri Salvador fraiche- contando a história do cantor e composi- ment débarqué au Brésil. En tor, e continua agora, com o recém lançado 2006, lors du dernier voyage Caymmi e a Bossa Nova. O livro é o resul- d’Henri au Brésil pour l’enre- tado da tese de mestrado da autora, mas seu gistrement de son album « Ré- conteúdo não traz um rigor teórico. vérence », Bossa-mag avait tenté - Minha tese de doutorado também será so- d’organiser les retrouvailles bre Dorival e pretendo lançá-la em livro. O entre les deux artistes. A l’issue título provisório é Dorival na Era do Rádio. d’une courte conversation Do- Gosto muito desse período, dos anos 30, 40 rival avait préféré décliner cette e 50, que é o período inicial da comunicação proposition, son état de santé de massa. l’empêchant de recevoir digne- ment Henri.

Só um amor pode apagar A marca dos meus desenganos Ficou, fi cou Só um amor pode apagar Porém, ai porém Há um caso diferente Que marcou por breve tempo Meu coração para sempre Era dia de carnaval Carregava uma tristeza Não pensava em novo amor Quando alguém que não me lembro anunciou ", Portela!" O samba trazendo a alvorada Meu coração conquistou Ah minha Portela Quando eu vi você passar Senti meu coração apertado Todo meu corpo tomado Minha alegria voltar Peu de temps avent le dernier carnaval décibels qui martyrisaient nos tympans, Não posso defi nir aquele azul Bossa-Mag eut la chance d’accompagner pas plus qu’elle ne goutta la demande Não era do céu, nem era do mar Leny Andrade lors de sa visite à la célèbre qui lui fut susurrée à l’oreille par surpri- Foi um rio que passou em minha vida école de samba de la Portela dans le quar- se d’interpréter pour la circonstance un E meu coração se deixou levar tier de Madureira, dans la banlieue Nord morceau du répertoire de Clara Nunes. Foi um rio que passou em minha vida de la Ville de Rio. Jamais auparavant Leny Ne pouvant refuser, elle s’isola le temps E meu coração se deixou levar Andrade ne s’était rendu dans cette école, d’un instant histoire de trouver le bon Laiá, laiá, laiá, laiá encore moins pour y chanter. tempo du morceau qu’elle avait choisi « Le but initial de la visite était pourtant au Foi um rio que passou em minha vida» départ totalement anodin. Il lui suffi sait de . simplement de rehausser de sa présence Se glissant alors sur la scène comme un les quelques festivités qui accompagnaient félin enjoué elle conquit en quelques la sortie du livre de Fernandes Vagner mesures un public peu habitué à la pré- consacré a la star de la samba des années sence en ses murs de l’icône du Jazz 70-80, Clara Nunes. brésilien Le taxi qui nous attendait à Flamengo mit un temps interminable pour atteindre en- Foi um rio que passou em minha vida fi n le Numéro 81 de la rue Rua Clara Nu- Se um dia nes où la batterie de la Portela chauffait à Meu coração for consultado blanc depuis un bon moment le peuple des Para saber se andou errado assoiffés de Samba et des affamés de la fa- Será difícil negar meuse feijoada de Tia Surica. Meu coração tem mania de amor Conduite dans une loge sommaire à deux E amor não é fácil de achar pas de la scène, Leny ne semblait guère A marca dos meus desenganos gouter les On aurait du fêter cette année 2008 les 100 ans de la naissance des trois immenses artistes du Jazz et de la variété française du vingtième siècle : Ray Ventura, Paul Misraki, Loulou Gasté. Cet anni- versaire a été totalement occulté dans les médias en France. Bossa-Mag leur rend hommage en repre- nant ces quelques témoi- gnages de leurs carrières respectives. Vous décidez pourtant, en 1929, d’al- pour la RKO par Sam Wood, l’un des metteurs en scène ler prendre des cours particuliers non-crédités d’Autant en Emporte le Vent. J’y suis resté d’écriture auprès de Charles Koe- six mois. chlin, alors professeur au Conserva- toire. C’est paradoxal... Dès son enfance, Loulou Gasté se passionne pour le jazz et s'initie à la musique en jouant de la guitare et du banjo. PM : Oui, disons que j’ai véritable- Il deviendra d'ailleurs un des premiers joueurs de banjo ment appris à ce moment-là à écrire professionnels. En 1929, il entre comme guitariste au sein de la bonne musique, à l’orchestrer du groupe 'Collégiens' crée par Ray Ventura. Pendant la convenablement et à écrire pour grand Seconde guerre mondiale, le groupe se réfugie au Brésil orchestre. et Loulou Gasté reste seul à Paris. Il devient l'assistant de Le travail de Koechlin, véritable pas- Lucienne Boyer et compose 'Avec son ukulélé' pour Jac- sionné de cinéma (auteur d’une sul- ques Pills, le mari de celle-ci, qui est considéré comme son fureuse et superbe Seven Stars’ Sym- premier grand succès populaire. Pendant l'occupation alle- phony dédiée à 7 stars du cinéma dont mande, Loulou Gasté fonde les éditions musicales Micro et enchaîne les succès en écrivant notamment pour Greta Garbo et Chaplin), ne vous a et Léo Marjane. A la Libération, il connaît la même réussite t-il pas, consciemment ou non, orienté avec 'Le Petit Chaperon rouge' sur les paroles de Françoise sur la voie de musiques orchestrales « Giroud, 'Chica, chica' avec Jacques Hélian ou encore 'Luna imagées « à destination de l’écran? Park' avec . En 1945, il fait une rencontre qui Compositeur de fi lm renommé et PM : Non, et pour une raison évidente va changer sa vie, elle s'appelle Jacqueline Ray, c'est une auteur de quelques-unes unes des plus : à l’époque où j’étudiais chez Koe- jeune chanteuse de seize ans. Il décide de prendre en main célèbres ritournelles d’avant-guerre chlin, en 1929, le cinéma n’était pas sa carrière, le succès arrive rapidement et la chanteuse prend (Sur deux notes, Qu’est-ce qu’on at- encore sonore. Il n’y avait pas encore le nom de Line Renaud. Pendant les années 50, Loulou tend pour être heureux ?, Insensible- le « style « musique de fi lm qui vien- Gasté continue d'écrire pour de nombreux chanteurs et pour le cinéma. Après quelques années passées à composer des ment, Tiens, tiens, tiens, Tout va très dra plus tard avec les grandes parti- spectacles notamment à Las Vegas, il est victime d'un grave bien, Madame la Marquise...), Paul tions symphoniques. accident qui l'oblige au repos. Compositeur et auteur de plus Misraki à l’aube de ses 90 ans évo- Après être devenu le compositeur de de 1.200 chansons, Loulou Gasté est un des grands noms de quait quelques souvenirs. chanson le plus demandé des années la chanson française. C’est un petit immeuble discret, dans 30 et avoir fait notamment chanter Dans son édition spéciale consacrée à Henri Salvador une ruelle coquette du 16 ème arron- et Joséphine Baker, la en mai 2008, Bossa-Mag a déjà abondamment évoqué dissement à Paris. Au côté de l’ascen- guerre anéantit vos projets... la carrière de cet exceptionnel chef d’orchestre et mu- sicien. Résumons ici brièvement sa carrière seur, sur l’interphone en laiton, deux PM : Je suis parti en effet dans le midi, initiales aux résonances bien sibyl- en zone non occupée, où j’ai composé Il y a 100 ans : Naissance à Paris du chef d'orches- lines pour le néophyte : « P.M. « Il dans un appartement où se trouvait un tre Ray Ventura (1908-1979). faut en effet préciser ici que « Mon- piano que l’on m’avait prêté, l’une de Né le 16 avril 1908, Ray Ventura, entouré de cinq sieur Paul «, tel qu’on l’appelle dans mes chansons préférées, « Insensible- musiciens, fonde son premier groupe en 1925. Ce le quartier, n’a plus vraiment besoin ment «. J’ai reçu quelques jours plus groupe s'étoffe peu à peu, Ray Ventura en devient le d’être présenté. tard un coup de fi l de Ventura qui em- chef d'orchestre : les Collégiens sont nés. Ils accèdent Auteur d’un parcours exceptionnel menait toute sa bande en Amérique du à la popularité lorsque le violoniste de jazz Stéphane dans la chanson comme au cinéma. Sud, via l’Espagne. Après le Brésil, je Grapelli les rejoint. Les Collégiens sont infl uencés Pourtant, rien ne prédestinait au dé- me suis retrouvé à Buenos Aires. Le par les grands orchestres de swing américains. Pour part ce fi ls d’assureur, né en 1908 à hasard, qui a été dans ma vie à l’ori- de nombreux Français, ils représentent un remède à Constantinople, à épouser la voie de gine de beaucoup de choses, m’a fait l'inquiétude montante des années 30. Avec Paul Mis- la scène : rencontrer là bas l’interprète de l’une raki, , Raymond Hornez ou encore On dit que votre père se morfondait des opérettes que j’avais autrefois Jean Tranchant, Ray Ventura enchaîne les succès : dans son étude en répétant ces paroles composées en France, laquelle m’a "Les Chemises de l'archiduchesse", "Ca vaut mieux angoissées: « Mais qu’est-ce qu’on va mis en relation avec le monde du ciné- que d'attraper la scarlatine", "Comme tout le monde", bien faire de ce garçon ? «. Quelle est ma à Buenos Aires. J’ai ainsi composé "Fantastique", "Tout va très bien madame la Mar- la raison qui vous a fi nalement poussé durant la guerre la musique de 8 fi lms quise"… Pendant la Seconde Guerre mondiale, Ray à devenir musicien ? argentins. Ventura effectue des tournées avec Henri Salvador Paul Misraki : J’adorais la musique La suite est plus connue... en Amérique du Sud. Il revient en France à la Libé- depuis tout gosse. J’avais un oncle, PM : Après la guerre, le retour en ration.… Les Collégiens interprètent désormais des musicien amateur, qui m’épatait en France exigeait un passage par New chansons à consonnance lati- jouant du piano. Aussi, j’ai voulu faire York. Vous me croirez si vous vou- no : "La Mi-août", "Ma- ria de Bahia"… en quelque sorte « comme l’oncle An- lez, mais le hasard avec un grand H, Humour et légèreté dré «. Quand j’ai eu 7 ans, j’ai com- le même auquel je faisais allusion tout sont toujours les clefs posé ma première musique, une petite à l’heure, m’a fait rencontrer au mois de voûte de ces suc- valse. A partir de là, j’ai continué en d’août 1945, dans une rue de Broad- cès. Les Collégiens autodidacte jusqu’à l’âge de 20 ans way, le producteur d’un des fi lms se séparent dans les années 50. Ray environ, époque où je suis devenu pia- pour lesquels j’avais jadis travaillé Ventura fonde niste dans l’orchestre de Ray Ventura. en France. Ce dernier était en train de alors sa pro- Comment composiez-vous à ce mo- monter aux Etats-Unis le remake d’un pre maison de ment-là ? A l’oreille ? fi lm d’Henri Decoin, « Battements de production. Il PM : J’avais déjà écrit une opérette coeur «, que j’avais mis en musique meurt à Pal- ma de Ma- entière avant de travailler pour Ven- en 1938. C’est ainsi que je me suis jorque en tura. J’étais déjà capable d’écrire ma retrouvé à Hollywood, fi n 1945, pour Espagne le propre musique... travailler sur « Heartbeat «, réalisé 29 mars 1979.

Ela e o marido, o sax tenor Jim Tomlinson, que tam- bém é o maior parceiro musical, adoram a bossa. Ela até consegue dizer, sem trair o sotaque, as palavras “poesia” e “Bahia” da rima de Samba Saravah. “É uma música que cria uma paisagem sonora na minha mente. Eu não falo nada de português, mas adoro as palavras, entendo a emoção que há na música, essa mistura de tristeza e alegria, tristeza e otimismo”, afi rma. O disco Breakfast on the Morning Tram é a estréia de Stacey Kent pela Blue Note. Parece também que é sua estréia, tal o espanto que causa na primeira audição. Mas ela já está no sétimo álbum da carreira. “Estou mais orgulhosa desse disco do que todos os outros que já fi z. A Blue Note é o selo perfeito de música. Eles se deram conta de que eu precisava de tempo para cres- cer. Não há cinismo na Blue Note, eles não pegam uma cantora e fi cam imaginando como torná-la maior, como vendê-la. Não se trata de ser tolo ou ingênuo. Todo mundo quer vender discos. Mas o interessante é que eles não acham que é preciso manipular, mentir. A arte é o mais importante ali”, diz Stacey, fazendo elogio rasgado à nova moradia artística. Stacey Kent passou os últimos 10 anos gravando para um selo indie, Candid, e especializando-se no “ameri- can songbook”. Tornou-se uma estrela da cena jazzís- Cantora americana Stacey Kent tica britânica, cantora residente do mais famoso clube lança álbum cheio de bossa. de jazz de Londres, o Ronnie Scotts, e ganhou o British ‘Breakfast on the Morning Tram’ conta com canções em Jazz Award e o BBC Jazz Award como melhor intérpre- francês como ‘Samba Saravah’ e ‘Ces Petits Riens’. te. “Sempre tive um grande apetite por essas canções, adoro Django Reinhardt, Maria Callas, mas também A nova-iorquina Stacey Kent fez de Breakfast on the gosto de Joni Mitchell, Elis Regina, Tom Jobim”, ela Morning Tram (EMI/Blue Note) um dos álbuns mais cheios conta. de Bossa da temporada. Agora, no entanto, escapuliu das facilidades de um re- Cheio de bossa em todos os sentidos: além de gravar em pertório de cartas marcadas e arriscou-se em inéditas, francês Samba Saravah (Samba da Bênção, a versão do coisa que pode ser temerária. Mas funcionaram bem. francês Pierre Barouh), como na clássica trilha sonora Algumas canções têm um lirismo bem exótico, como a primeira do fi lme Um Homem, Uma Mulher, de Claude Lelouch, ela faixa, The Ice Hotel. “Construímos tudo com gelo, que é puro registrou ainda uma preciosidade do repertório bossa de e claro/Os sofás, o lobby, até mesmo o lustre/Um termostato de Serge Gainsbourg, Ces Pe- garante a temperatura de 5 graus/Que outro lugar no mundo tits Riens (tem outra de Gains- serve tão bem nossas necessidades?/Vamos nos deixar conduzir bourg no disco, La Saison des ao Hotel de Gelo”, ela canta, na letra de Ishiguro. Pluies). “Esse hotel existe, fi ca na Suécia. Tem até uma capela lá Mas como? Uma nova-iorquina dentro para quem quer se casar. Mas, por trás da simples gravando em francês? história de um casal que se encontra no hotel de gelo, há Mas em geral eles não sa- uma metáfora que me agrada: essa dualidade de um relacio- bem nem dizer bonjour namento: frio, quente, sexy, frígido, inverno, verão. Acho direito! “Meu avô era fran- que é o que a torna tão reconhecível.” cês. Eu cresci na França, passei uma boa parte da Sobre as duas de Serge Gains- minha vida em Paris, fa- bourg, ela é direta: “Serge é lando francês”, conta a aquele tipo de cara sobre o cantora. “E eu devo con- qual sempre falamos a res- fessar: eu amo a bossa peito, mas não conhecemos nova. Lembro até hoje da direito. Cantar suas canções primeira vez que ouvi meu é entrar no seu mundo, que primeiro disco de bossa. também é feito de uma es- Eu era adolescente, esta- pécie de tristeza otimista, é va jogando baralho com bossa nova”. as amigas quando alguém pôs no toca-discos o álbum Getz-Gilberto (álbum de Stan Getz e João Gilberto, de 1964). Eu disse: Deus do céu, o que é isso? Logo logo eu já tinha o meu em casa, e ouço até hoje sem parar”, ela contou.

Je tiens là ma stratégie pour ce projet ; il me suffi t d’acquérir une place pour ce concert, de préparer un dossier bien fi celé sur le projet de trottoir des célébrités, et de le remettre tout simplement à Madame Thielemans. Ce que j’avais prévu arriva sans tarder ; elle fut en effet la prem ière personne que je croisai au concert de La Hulpe, attablée avec quelques uns de ses amis. Je m’en approchai afi n de partager avec elle ce projet. Le chapiteau ce soir là est plein à cra- craquer. La première partie du spectacle est assurée par un jeune vibraphoniste suisse de grand lent. Mais Toots est plus fort que tout ,même si sa mobilité semble bien avoir été quelque peu malmenée par le problème cérébral qui l’a affecté jadis. Mais la magie est là, celle jazz, du Brésil, de Brel, jusqu’à sa toute dernière note, jusqu’à son tout dernièr souffl e, pour cette nuit froide de Septem- bre. Après la rencontre avec Henri Salvador en avril 2006, le rendez- Dans les coulisses après le spectacle je rencontre Toots, vous à Rio avec Toots Thielemans aura été en 2007 un événe- déjà vaguement informé du projet; en réalité il ment inoubliable pour Bossa-mag.com. est très heureux de’honneur qui lui est fait par cette invi- En septembre 2007 profi tant d’une accalmie professionnelle, je tation. m’organise un petit saut à Rio. Quelques jours plus tard surfant Quelques jours plus tard me revoilà donc à Rio de Janeiro, la « cidade mara- sur le net brésilien à la recherche d’événements musicaux sus- vilhosa ». J’ai hâte de revoir Ipanema, sa plage, ses bars, ses boutiques chics, ceptibles d’alimenter le blog Bossa-mag.com , je découvre for- ses restaurants de bon gout et ses librairies d’où s’écoulent une douce Bossa tuitement sur le site du journal carioca « O Globo » que Toots Nova. Je retrouve aussi la bruyante et chaude Copacabana, Thielemans se produira en concert à la célèbre salle du Canecão le centre de la ville grouillant comme à son habitude, et le le 4 Octobre. quartier bouillant et bohème de Lapa. Rien pourtant ne me Comment imaginer plus bel hasard, car il y avait prés de 5 ans fera oublier que j’ai un rêve à rejoindre. Deux ou trois jours avant le spec- que je rêvais d’accompagner le musicien belge à Ipanema pour tacle de Toots j’apprends le nom de l’hôtel où il séjournera. Il s’agit de la y graver ses mains sur le trottoir des célébrités. Résidence Visconti, 1050 Rua Prudente de Moraes à Ipanema. Par hasard il A une certaine époque, je fréquentais assidument les jeudis ne se trouve qu’à une centaine de mètre de la Toca do Vinicius culturels de l’ambassade du Brésil à Bruxelles. J’y rencontrai où devrait avoir lieu l’événement. une première fois Toots au château Malou de Woluwe Saint Je reçois la confi rmation que Toots fraichement débarqué de Belgi- Lambert, là où Geronimo Moscardo le nouvel ambassa- que, pour des raisons évidentes de fatigue ne se déplacera pas sur les lieux du deur du Brésil avait convié la communauté brésilienne trottoir des célébrités. Rendez vous nous est donné à son hotel, le 4 Octobre de Bruxelles afi n d’assister à une conférence de Ricardo à 14 heures, quelques heures avant son concert. Cravo Albin, historien de la musique de son pays. Par précaution et par déformation professionnelle j’imagine tous les obstacles Toots auquel j’avais remis un petit ouvrage sur César Villela potentiels pouvant encore faire capoter l’opération. J’invite donc mon ami le dessinateur des couvertures de disques de la Bossa Nova, Carlos Alberto à procéder à un repérage à l’hôtel afi n de préparer la logisti- m’était apparu comme une personnalité d’une simplicité ex- que de la manœuvre. Une heure ou deux plus tard, je le retrouve dépité, en trême malgré son parcours exceptionnel. mille morceaux, bien que sa pudeur n’en laissa pas poindre grand-chose. Peu temps après, lors d’une brève cérémonie dans les locaux de l’ambassade, Toots fut fait Chevalier de l’Ordre de Rio Nous avions à faire face dans le management cet hôtel à un esco- Branco, la plus grande distinction accordée au Brésil. griffe aussi épris de culture de jazz et de musique brésilienne qu’un poi- Notre dernière rencontre se déroula encore à Bruxelles, en sson d’une pomme. Tout au plus concède-t-il a nous laisser un garage à Septembre, lors de la cérémonie d’adieu de Geronimo Mos- moitié éclairé pour graver les mains de celui que les amateurs considèrent cardo. Comme chaque fois Toots se révéla d’un abord très comme le plus grand jouer d’harmonica sur cette terre. facile ce qui me permit de discuter longuement N’écoutant que ma foi en la diplomatie belge, je pars aussitôt en mission de avec lui de sa passion pour la musique brési- déminage. Sentant monter en moi la rage face à un abruti insensible à à mes arguments et bien dé- lienne et de sa renommée dans cet immense cidé à préserver toutes mes pays. Ile me parla des plus grands avec lesquels il avait joué, chances à quelques minutes de la chanteuse Elis Régina avec laquelle il grava un son seulement de l’événement, disque de légende « Elis Regina et Toots », de son composi- je lui sors soudain ma carte teur préféré, . Je lui parlai aussi de celle qui n’était de Visite « Bossa-Mag » et pas encore pour moi qu’une lointaine idole, Leny Andrade, lui demande tout de go s’il qu’il baptisa d’un somptueux « La Ella Fitzgerald du jazz avait imaginé ce que serait brésilien ». la réputation de son hôtel Non loin de là comme à chaque fois se trouvait et la sienne si la presse du Huguette,son épouse, qui à chaque fois se montra monde entier venait à dé- d’un commerce fort agréable. Je n’imaginais pas que ce couvrir le sort funeste réser- contact si simple avec une dame que je connaissais peu vé en ces lieux à la grande m’aiderait des mois plus tard à me placer sur le chemin de l’un de mes rêves les plus fous star du Jazz. Sans avoir rien . compris aux baragouinages Comment à présent que nos chemins pourraient se croiser qui s’en suivirent, je réalise à nouveau, mais à Rio de Janeiro cette fois, réussir l’exploit simplement que l’audace à de l’inviter à Ipanema ? payé car l’on nous ouvre peu Surfant sur son site internet à la recherche d’un quelcon- après les portes d’une très que numéro de téléphone ou email qui me permettrait de le spacieuse salle de réunion. contacter je découvre qu’il se produira 3 jours plus tard lors Pendant ce temps Toots dé- d’un festival de jazz organisé par la commune de La Hulpe jeune paisiblement dans le hall de l’Hôtel sans se douter d’un autre drame dans laquelle est domicilié. qui se trame six pieds plus bas. Dans le garage en question, s’affaire l’artisan préposé à la préparation du ciment qui recueillera les empreintes des 2 mains du jazzman. Une vieille dame surgie de nulle part dans sa guimbarde rutilante garda heureusement assez d’oreille pour entendre nos cris et freiner à point pour ne pas écraser tout près du but le précieux mélange en cours de préparation. Peu après 14heures Toots qui devisait tranquillement avec une journaliste nous rejoint ainsi que Oscar Castro Neves, l’un des guitaristes pionniers de la Bossa Nova et César Villela; ils ont déjà l’un et l’autre par le passé apposé leurs mains dans le ciment frais d’Ipanema. Les yeux de Toots s’ensoleillent lorsque Carlos Alberto égraine les noms des personnalités brésiliennes déjà honorées et qu’il ira bientôt rejoindre pour la postérité. Le plus émouvant pour lui fut sans nul doute l’évocation de Elis Regina qui fut l’une des premières sur la liste et avec laquelle Toots enregistra un disque devenu un classique. Retrouvez la video de cet evenement sur Bossa-mag.com ou sur http://www.youtube.com

Cesar Villela Carlos Alberto Afonso Oscar Castro Neves

Jacques Brel abandonou o palco da vida há trinta anos Romain Georges Jacques Brel nasceu em Bruxelas em 8 de abril de 1929. Entre colégio católico e de aferição, Jacques conhece um burguês educa- ção e austera. Com 16, ele fundou um teatro troupe com alguns amigos e escrever peças em si. Em fracasso escolar, Jacques abandonaram a escola em 1947 para trabalhar na empresa familiar. Essa vida não satisfi zer ele, Em 1967, Jacques Brel, passa a ser o tema de um musical na E.U.A. também a fuga, ele decide chamar a frente para fazer o serviço militar. "Jacques Brel e está vivo e bem vivo em Paris." Em 1 de junho de 1950, Jacques esposa Teresa Michielsen reuniu alguns Jacques seu lado virado para o cinema. Em 1967, dirigiu seu pri- anos antes, em um teatro. No fi nal de 1951, nasce sua primeira fi lha, meiro fi lme: "Os riscos do trabalho", Andre Cayatte. Seu talento Chantal. Las clerical trabalho e atraídos pela música, composta Jacques como ator, já apareceu no palco, é reconhecida por todos. De ou- poucos títulos que ele canta em casa ou durante a noite nos cabarés, em tubro de 1968, ele joga o "Homem de La Mancha", no Teatro da Bruxelas. Observamos por Jacques Canetti, a Philips ea cabeça artística moeda, em Bruxelas, e em seguida o teatro des Champs Elysées, descobridor de talentos, ele decidiu em Paris antes de deixar mais uma vez em uma interminável turnê a segui-lo para tentar a sua sorte em em que ele conclui, em maio de 1969. Paris. Ele passa várias audições, e Após o tiroteio, sob a direcção de vários directores teatro, dirigiu ganhou alguns dos compromissos seu primeiro fi lme em 1971: "Frantz." O fi lme encontra um sucesso em cabarés, mas o público continua muito baixa, mas isso não desencorajar Jacques que irá realizar um morna. outro fi lme ( "Farwest") em 1973. Ele vai ser um fracasso total e irá Em 1955, sua esposa e fi lhos e, fi nal- marcar o fi m da carreira do diretor Jacques. Seu desempenho como mente juntar-los eles liquidados em um contrapeso seus fracassos, transforma-se "Meu tio Benjamin" e Montreuil, um subúrbio de Paris. Ao "emmerdeur" Edouard Molinaro, "A Aventura é uma aventura" por mesmo tempo, ele conheceu Geor- Claude Lelouch, grande sucesso. ges Pasquier, disse Jojo, que não A partir de 1974, sabendo doente, Jacques quase exclusivamente só se torna seu motorista, gerente e dedicado à navegação no Askoy seu iate na companhia de uma homem de confi ança, mas também jovem atriz, Madly Bamy, com quem irá partilhar os últimos anos o seu mais próximo amigo. Nesse da sua vida .. Em novembro, os médicos diagnosticar o cancro do mesmo ano é também um registro de pulmão já muito avançado. seu primeiro registro em Philips. Em 1975, Jacques e resolver o Madly Ilhas Marquesas. Ele deixa Em 1956, Jacques reunião François Rauber, pianista clássica que se tor- sua ilha (Hiva OA) que se deslocou a Bruxelas para se submeterem na seu companheiro, especialmente tendo em conta a formação musical a exames médicos. ele não teve. Em 1977, Jacques Brel decidir, talvez como um testamento para Sua segunda 33 voltas libertado em 1957. Ele recebe este disco para gravar um disco. Ele retornou a Paris em fi nais de Agosto e vive o Grand Prix de l'Academie Charles Cros. O reconhecimento de seu em um pequeno hotel parisiense. Ele parou de fumar no local de talento fi nalmente a começar a ser encarada pelos profi ssionais. Ele terá trabalho e está a recuperar com seu fi el cúmplices, Francois Rauber de aguardar a liberação do seu quarto álbum ( "La Valse vez em 1000) e Gerard Jouannest. Sua saúde é mau, mas é muito entusiasmados para ganhar, por sua vez, o público. Por isso, pontos turísticos e em Brel. O registo de doze título ocorre entre setembro e outubro de seguida os maiores estádios do mundo (a partir de E.U. para a URSS 1977. O lançamento do álbum é um evento e que o disco vendeu através do Médio Oriente, sem esquecer o velho continente). Aumenta mais de um milhão de cópias. também as gravações e dá-nos algumas destas canções mais belas ( "Le Em julho de 1978, de repente o pior, Jacques é transportado para a Plat Pays", "Amesterdão", etc.) França. Ele foi internado em Neuilly na sequência da descoberta de Cansado de pensar e interminável turnê eles têm nada a dizer, Jacques um tumor cancerígeno. Ele passa o resto do verão no sul da França, Brel decida a abandonar a música em 1966 para se dedicar a outros mas em 7 de outubro de que é reduzido em Bobigny apressado para projetos (o cinema e as viagens). Em novembro ele fez sua despedida o hospital, onde morreu em outubro 9 embolia pulmonar. de . Ainda hoje, seu talento surpreendido por o seu poder, a sua poesia ea sua atualidade. O génio de Jacques Brel «Quando desaparece um artista é como se o arco-íris perdesse de repente uma cor. Quando a voz de um cantor desaparece, é como se faltasse de repente um instrumento com um papel importante num concerto. A voz quente, rouca e desesperada de Jacques Brel era inseparável das canções tristes, brutais, provocantes em que tomava o corpo. Voz que também sabia ser suave e meiga quando fazia emergir a corrente de uma ter- nura, profundamente oculta, tal como um rio volta à superfície depois de ter andado pelas entranhas da terra. Brel amava com demasiado amor e amizade, o amor, as mul- heres e os homens, e muito cedo se sentiu desiludido e ferido ao ver o que as mulheres e os homens eram capazes de fazer da amizade e do amor. A sua irreprimível necessidade de so- lidão não era senão uma imensa ternura recalcada em virtude de tanta desilusão, um ímpeto de um coração imenso refreado pela experiência e pela razão. Vale mais rir e, até, troçar, para não chorar. (...) Quem se fi cava pelas aparências julgava que Brel cantava a infelicidade de ser belga, ou que os seus alvos eram as beatas, as fl amengas, os burgueses. É claro que todos precisamos de dar corpo aos nossos ódios, mas o que Brel denunciou era, no fundo, a infelicidade de ser homem, a hipocrisia, a estupidez e a própria vida que faz de nós aquilo que nunca acreditámos que podíamos vir a ser, aquilo que jurámos a nós próprios que nunca seríamos: gor- dos, feios, carecas, cobardes – e velhos. » Dominique Jamet, Jacques Brel, antologia poética.

A cidade de Amparo (SP) gan- hou recentemente um novo espaço, o “Memorial Maestro Georges Henry” aberto ao público todas as quartas e sábados, com exposição de fotos, músicas, documentos históricos, eventos ao vivo e internet. “O Memorial é uma obra coletiva feita graças ao apoio dos amigos de meu pai, pessoas e empresas, declara Catherine Henry, coordena- dora do projeto, que completa: “O Memorial é também meu Paulo onde residiu por 40 anos e instalou-se no agradecimento especial a interior de São Paulo, em Amparo, onde vive essa cidade que tão bem nos até hoje, aos 89 anos de idade, em plena ativi- acolheu. Espero que traga fe- dade, como produtor cultural, escritor e profes- licidade a todos que vierem”. sor. Em 1994, ingressou na Academia Ampa- O novo espaço cultural fi ca rense de Letras, da qual é vice-presidente, ao na Rua Capitão Alceu Vieira, lançar sua autobiografi a pela Editora Letras e 89, centro, Amparo. A entrada Letras de São Paulo, Um Músico, sete vidas, esta franca. Informações so- com prefácio de Boris Casoy que escreve: bre o espaço podem ser obti- “O advento da televisão brasileira foi um furor das pela internet no site: http:// nos hábitos provincianos de uma São Paulo dos memorialgh.spaceblog.com. anos 50. Ainda pouco difundida nos Estados br ou, ainda, pelo telefone Unidos e na Europa, a televisão chega ao Bra- (0xx19) 3808-5480. O Maestro Georges Henry, francês, radicado sil pelas mãos hábeis de Assis Chateaubriand. há mais de 50 anos no Brasil, é um dos mais Sua implantação foi quase um ato de heroísmo importantes ícones musicais dos anos 40 e de um grupo de artistas e técnicos(...)No bojo 50. Músico, desde sua infância, deixou Paris dessa televisão artesanal, surge Georges Henry com 18 anos, pouco tempo antes da Se- e sua música. Mais dos que diretor musical da gunda Guerra Mundial, e passou os anos da Tupi, Georges, ele próprio, com seu sotaque guerra encantando platéias do mundo inteiro francês e seu português surpreendentemente que dançavam ao som dos Lecuona Cuban correto, nos conduz pelo caminho da música. Boys, da orquestra de Ray Ventura e de sua Foi através dos programas criados por ele que própria orquestra. milhares de pessoas como eu, por exemplo, se apaixonaram pela música. Do jazz, sua grande Em 1950, foi contratado pelas Emissoras paixão, à música erudita, passando por todos os Associadas comandadas pelo Embaixador gêneros. Sem quaisquer preconceitos musicais, Assis Chateaubriand para dirigir o Departa- Georges se cercou de um grupo seleto de ar- mento Musical da pioneira Televisão Tupi e tistas, e por intermédio deles fez jorrar música um programa de grandes atrações interna- na alma de toda uma geração. Quem cionais, o Antarctica no Mundo dos Sons. se esqueceu das sementes plantadas no Antarctica no Mundo dos Sons, um Após o desaparecimento de Assis Chateau- musical de alta qualidade cuja audiên- briand, Georges Henry iniciou uma nova car- cia fazia parar toda uma cidade?» reira e se associou a Jean Manzon, conheci- do jornalista francês em atividade no Brasil, passando a trabalhar na área de produção audiovisual, cinema e documentário. Em 1964 fundou sua produtora audiovisual, a Georges Henry Associados que, ao longo de 30 anos de existência, atendeu as em- presas mais importantes do país, tendo sido contratado para a produção de grandes eventos como a montagem do Pavilhão do Brasil na Expo70 em Osaka, Japão e o Espetáculo de Som e Luz do Ipiranga, em São Paulo, em 1972, ano do Sesquicentenário da Independência do Brasil. Em 1992, Georges Henry saiu de São

d’autres totalement fantaisistes En musicien raffi né et pro- et heureusement depuis tombés, ducteur avisé, Sacha Distel dans les oubliettes de l’histoire. fut le premier chez nous à Au Brésil, tout fi nit et tout commen- planter ses racines et son cœur dans la déceler et à exploiter l’élé- terre rouge du Brésil et le sable blanc de Moins exotique que la Samba gance harmonique et le po- ce toujours avec des notes grises ou carnavalesque, d’autres rythmes blanches, du Samba ou de la Bossa Copacabana. Plus que tout autre artiste tentiel commercial de cette français dans l’Histoire de la variété il brésiliens parfois plus raffi nés musique. Dès 1962 Sacha Carioca, de l’Afro Reggae, du Funk, tels le Chorinho, le Samba-canção, du Rap …. aura œuvré tout au long de sa carrière enregistre un 45T 4 titres pour la divulgation de notre culture le Samba-exaltação, fi rent aussi comprenant la version fran- Pour qui, pour quoi, tout le monde l’objet de reprises populaires en s’en fi che, pourvu que les notes et dans le pays des Carmen Miranda, Ary çaise de « Desafi nado » le Barroso, Dorival Caymmi… France. En 1931 Django Rein- tube de João Gilberto com- les mots apportent aux cœurs leurs hardt interprète « Carinhoso » de lots d’amour, de colère ou d’ivres- posé par Antonio Carlos Jo- Dans le sens inverse, Il sera aussi l’un Pixinguinha » qu’aujourd’hui en- bim. On y trouve également se. des premiers à populariser chez nous core tout artiste brésilien se doit En 2009 alors que démarre l’année l’un de ses propres composi- des chansons brésiliennes dont la plu- d’avoir à son répertoire. Au début tions « Ting-Toung » (Vient de la France au pays du « Futebol », part des textes français auront été écrit des années 40 il placera dans son quelle est encore la place de la danser la Bossa Nova) large- par lui ou pour lui ; citons parmi les tour de chant « Aquarela do Bra- ment inspirée de la face B du chanson Française dans la part de plus connues, « Brésil » (), sil » de Ary Barroso, un hymne rêves que procure cet art mineur tout premier 78T du même « Porque » et « Qui vivra verra » (D. qui semble destiné à devoir pour João Gilberto « Bim Bom » (*dixit Serge Gainsbourg) aux géné- Caymmi) , « O’ cangaceiro » (Ricardo toujours représenter ce pays à rati ons les plus récentes. (1958). Ce disque 45t de Sa- de Nascimento), «Ave Maria no morro » l’étranger. cha sera disque d’or. Après réfl exion on s’en doute le ré- (Herivelto & Martins). sultat est loin d’être encourageant En 1945, Ray Ventura et ses Col- Encouragé par le succès, le sinon désespérant ; la chanson Tout comme Jean Sablon, Joséphine légiens jouent Tico-tico no fubá tout jeune ambassadeur de française a quasi déserté les medias Baker établira d’autres ponts entre les (Zequinha de Abreu & Eurico la Bossa Nova en France se brésiliens. 2 mondes. Arrivée à paris en 1925 pour Barreiros) que Carmen Miranda prend alors à rêver d’appren- Pourtant il n’en fut pas toujours ain- y participer à la « revue nègre » désor- rendra populaire aux Etats-Unis, dre à danser à la jeunesse si, les deux pays ayant prati qués de mais anthologique, elle se rend pour et que Dalida reprendra près de branchée le plus indansable vastes échanges bilatéraux depuis la première fois au Brésil en 1929. Elle 40 ans plus tard. des rythmes brésiliens. l’entre deux guerres jusqu’à la fi n en rapportera bon nombre de chansons La recette ne fonctionnera qu’elle intégrera dans son répertoire, La seconde vague de musique bré- des années 70. silienne gagna la France au début jamais vraiment, la Bossa La connaissance plus approfondie tel le morceau « Chiquita Bacana » supportant mal les manipula- () qui deviendra « Chiquita des années 60 avec l’explosion de de l’histoire de ces liens aujourd’hui la Bossa Nova. La bossa était à tions et les mutations « trans- distendus pourrait aider l’industrie Madame » dans une version de Paul céniques» les conduisant Misraki . Elle y retournera en 1952, et peine née (1958) que marcel Ca- du disque et le monde de la culture mus l’incorpora dans son fi lm « loin de ses racines les plus Française à s’interroger sur la vraie y réalisera un spectacle « Casamento profondes. de preto » (« Mariage en noir ») avec le Orfeu Negro ». La Palme d’Or du questi on : s’agit-il d’un manque Festival de Cannes qui lui fut at- d’intérêt là bas pour le travail de comédien , l’ami d’Henri En 1966 le cinéma viendra Salvador avec lequel il parodia jadis tribuée en 1959 illumine aux yeux une nouvelle fois consacrer la nos arti stes, d’un profond appau- du public deux des maitres de ce vrissement de la qualité de l’off re et Mistinguette. Bossa dans le cœur du public Cette même année elle interprète en nouveau style de Musique : Tom et des artistes français. En ef- musicale proposée, ou de tout Jobim et . autre malentendu ? portugais « Boneca de pixe » de Ary fet, peu de temps auparavant Barroso, puis elle reprend « Maracan- En Novembre 1962, au Carne- Pierre Barouh qui séjournait galha », la célèbre chanson populaire du gie Hall de New York, les créa- à Rio le temps d’un tourna- La première vague de musique bré- Bahianais Dorival Caymmi en 1957, et teurs de ce mouvement offrent à ge, ramena à Paris dans ses silienne débarque en France au cours « Festa para um Rei Negro » (Zuzuca) l’Amérique le premier spectacle bagages une version fran- des années que l’on disait folles. en 1971. de Bossa hors de leur pays ; Stan çaise de la chanson de Baden En ce temps là, Paris avait cessé de Powell et Vinicius de Moraes Outre Joséphine Baker, un autre chan- Getz s’empare de ses plus belles s’inquiéter, la grande guerre étant mélodies et deviendra le premier « Samba de benção ». passée ; Il y renait une créativité ar- teur à l’accent exotique à contribué à faire connaitre en France les succès du jazzman de l’histoire à dépas- De sa plume et dans sa bou- tistique et intellectuelle débordante ser le million de copies vendues de richesse. carnaval de Rio : Dario Moreno, qui se che cette chanson devint la rend surtout célèbre pour son interpré- de son album « Jazz Samba » en « Samba Saravah » qu’il Paris aussi s’amuse, le cinéma, la 1962 suivi de « Getz Gilberto radio, l’automobile, l’aviation, les tation de « Si tu vas à Rio » en 1958. interprète accompagné des Comment deviner en l’écoutant que » en 1964. Il nous révèle par la seuls Baden, Oscar Castro voyages transatlantiques, les congés même occasion le troisième ins- payés ouvrent à tous de nouvelles cette chanson est une bien curieuse Neves et Milton Banana, 3 adaptation de «Madureira chorou» (Car- pirateur du mouvement, le génial des musiciens les plus fon- possibilités d’évasion et de rêve. et fantasque Joao Gilberto. La chanson n’est pas en rade, elle valhinho et José Monteiro) un émou- damentaux de l’histoire de qui s’ouvre aux rythmes venus du vant hommage funèbre à une célèbre la Bossa. Présentée à Claude actrice du quartier de Madureira. Avec la Bossa Nova, la musique Nord et du Sud de l’Amérique. brésilienne rencontre en France Lelouch, celui l’intégra illico Dans l’euphorie qui caractérise le Plus tard, lorsque triomphe en un public plus connaisseur et so- dans son nouveau fi lm « Un climat de cette époque la France dé- 1961 «Brigitte Bardot » (Jorge Veiga), phistiqué. Homme et une Femme » qui l’hymne à la mode du dernier Car- décrocha la Palme d’Or à couvre alors les rythmes noirs. Cannes. En 1923 elle reçoit la visite du groupe naval de Rio, Dario Moreno sur « Os Oito Batutas » composé princi- des paroles de Miguel Gustavo palement de , le compositeur en fera à son tour un tube sous de la première Samba Brésilienne, nos latitudes. ainsi que de l’illustrissime compo- C’est donc essentiellement « le siteur et multi-instrumentiste Pixin- Samba », curieusement féminisé guinha. Ce groupe est le premier à durant sa traversée de l’océan, avoir quitté le Brésil pour l’Europe qui envahit la chanson française afi n d’y diffuser la musique de son avant que ne débarque la généra- pays. Il y sera rejoint 3 ans plus tard tion dite « yé yé ». Parfois on se par « Carlito et son Orchestre » qui met même à composer des Sam- animera jusqu’en 1940 les nuits de bas « made in France ». Ray Ven- différents cabarets parisiens. Cet tura enregistre successivement Ensemble accompagnera la grande «Maria de Bahia» et « La samba Joséphine Baker dans les spectacles de là-bas » (1947) avec des paro- quelle donnera à l’occasion de l’ex- les de André Hornez sur des mu- position coloniale de 1931 . siques de Paul Misraki . En 1949 Maurice Chevalier grave « La En 1928 Jean Sablon qui a tout juste Samba de Paris » (M. Chevalier 22 ans s’embarque pour l’Amérique - H. Bourtayre). Ces quelques ti- du Sud ; il s’apprête sans le savoir à tres sélectionnés parmi tant •«Ce n’est que de l’eau» («Aqua Joe Dassin adopta la chanson de Ro- de beber» - Tom Jobim) berto Carlos « O Calhambeque » qui deviendra « Bip Bip », l’un de ses •« Corcovado » (Tom Jobim) tous premiers succès. •« La nuit des masques » en duo Parmi les immenses succès de l’année avec Elis Regina (« Noite dos 73 fi gure « Fio Maravilla », une adap- mascarados » - Chico Buarque) tation de Boris Bergman pour Nico- Claude Nougaro recréa de tou- letta de la chanson «Fio Maravilha» tes pièces la chanson « Berim- de , suivi en 74 de « Aïe aïe bau » de Baden Powell qui de sa caramba » (Jorge Ben/ Boris Bergman plume deviendra «Bidonville». –« Caramba... Galileu da Galileia »). «Que sera», un tube de Chico Quelques années plus tôt Jorge Ben Buarque deviendra quant à lui avait également complété le réper- «Ah ! tu verras» qui connut un toire d’Isabelle Aubret qui reprit son En 2007, dans son album « Dalto- large succès en France. Quel- tube mondial «Mais que nada» pour en nien », Pierre Barouh exhuma de ques années plus tard il réalise- faire «La ville est là». En 1974 tou- sa mémoire une adaptation du « ra une adaptation d’un classique jours, Pierre Vassiliu écorche le « Par- Corcovado » de Tom Jobim avec du nouveau genre musical qui tido alto » de Chico Buarque pour en une traduction « Haute Fidélité » Par la suite, la quasi-totalité sans aucune mesure avec la version des tubes de Tom Jobim seront succède à la Bossa Nova, le tro- faire le tube d’un été avec « Qui c’est picalisme, avec «Viramundo» celui là ». Quant à Françoise Hardy, d’Eddy Marnay, plus mercantile pa- repris par des artistes français; rue dans les années 70. Beaucoup le seront dans des de Gilberto Gil qui deviendra « elle signe « La mésange » d’après versions plus commerciales dont Brésilien ». «Fabia» du même Chico Buarque. la plupart des paroles auront été De son coté, Georges Moustaki A partir des années 80 la musique signées par Eddy Marnay, sans travaille directement avec Tom brésilienne s’exporte de plus en plus qu’elles n’aient le plus souvent Jobim sur sa chanson « Agua facilement et peu désormais se passer de rapport direct avec le texte de Marco », ce qui donnera « du service « d’adapteurs » pour se d’origine. Citons parmi les plus Les eaux de mars » devenu un faire connaitre. Par exemple, le rock connues : classique de la Bossa Nova en tropical de «Lança Perfume» « La fi lle d’Ipanema » - Jean France. connut un très grand succès en Fran- ce; l’adaptation française “Question Sablon, Richard Anthony, Sa- Fin des années 60, tandis que les cha Distel, Lucky Blondo, Jac- de Choix”, qu’en fi t Henri Salvador conditions de vie au Brésil se connut un destin plus mitigé. queline François,.. durcissent sous la dictature, nait « Dindi »,« Corcovado » - Sa- donc un nouveau genre musical, Grace à l’avènement des stations FM, cha Distel le tropicalisme ; celui-ci déve- les artistes brésiliens peuvent donc di- loppe un mélange de Samba, de rectement faire découvrir leurs com- « Manha de carnaval » - Jean Rock anglo-saxon, de Bossa et positions au public de l’hexagone. De Sablon, Sacha Distel, Gloria de musiques traditionnelles du nos jours, les reprises de leurs chan- Lasso.. Nordeste brésilien. sons se font plus rares ne laissant dé- sormais poindre au fi rmament de l’ac- « Desafi nado » - (Fait pour Ce mouvement hautement créa- s’aimer ) - Richard Anthony tualité musicale que de petits bijoux tif au son à la fois brésilien et mis en lumière par des artistes de la « Insensatez » (Quand tu m’as international, aux textes à la fi ne fl eur. En 2005, Georges Moustaki parlé) - Jean-Louis Murat, Sa- fois empreints d’ironie virulen- offrit à Henri Salvador une adaptation cha Distel te et de métaphores poétiques, française d’une fi délité absolue au va avoir une infl uence profonde texte de Vinicius de Moraes « Eu sei «Samba de uma nota só » dans la MPB (Musique Popu- que eu vou te amar » écrite jadis sur (Chanson sur une seule note) - laire Brésilienne) ; l’exil en Eu- une musique de Tom Jobim. Elle fi - La présence française est encore Michèle Arnaud, Sacha Distel rope de ses principales vedettes gure sur l’album « Révérences » paru particulièrement importante au telles , Chico Brésil en ce début du XXème En 1975, 30 ans avant Henri en 2006. Lors de son avant-dernier Buarque, Gilberto Gil contri- concert Salle Pleyel à Paris, Henri ne siècle dans de nombreux domai- Salvador, Sacha Distel publie un buera à sa divulgation sur notre nes et plus particulièrement dans album « Un amour, un sourire, pu achever l’interprétation de cette continent. chanson tant il était bouleversé par la le domaine artistique. Dans la une fl eur » entièrement consa- Mode, la Littérature ou la Mu- cré à la musique brésilienne. Il Au hasard de rencontres indi- beauté de ce texte. Plus récemment, en 2008, G Moustaki nous offrit éga- sique, Paris est à l’honneur. On sera d’ailleurs l’unique disque viduelles certaines chansons de constate l’omniprésence de la français à fi gurer dans l’ouvra- la MPB vont faire en France de lement une jolie reprise de «Rocando em miúdos » de Chico Buarque et langue française qui est la lan- ge de référence paru au Brésil brillantes carrières. gue du savoir et joue au Brésil un en 2005 « Bossa Nova e Outras Francis Himes qu’il interprète en duo En 1970, Michel Fugain enre- avec Stacey Kent (« Partager les res- rôle proche de celui joué en Eu- Bossas - A Arte e o Design das rope par le Latin au moyen âge. Capas dos LPs» ( Bossa Nova et gistre en français une version tes », album « Solitaire »). autres Bossa – l’art et le design du triomphe populaire « Voce Ainsi qu’en témoignent Jairo des pochettes de LPs) - Caetano Abusou » du tandem Antonio Severiano et Zuza Homem de Rodrigues, Charles Gavin. Carlos e Jocafi . Ce titre devint Mello dans leur livre « 85 Anos « Fait comme l’oiseau » avec de Músicas Brasileiras (vol.1: Trois auteurs, compositeurs, des paroles de Pierre Delanoë. 1901-1957)» les refrains les plus interprètes français, Pierre En 1971, le génial clarinettiste en vogue de ce nouveau siècle Barouh, Georges Moustaki et de Jazz, Marcel Zanini inter- sont de jolies mélodies françai- Claude Nougaro auront cha- prète «Tu veux ou tu veux pas» ses telles « Frou-Frou » (1901), cun à leur manière été les plus qui n’est autre qu’une adap- «Amoureuse» (1902), « Fas- fi dèles et les plus authentiques tation de « Nem vem que não cination » (1905) ou «La Petite «passeurs» de la fi nesse harmo- tem » de Wilson Simonal. Dès Tonkinoise» (1907). Plus tard les nique et poétique de la chanson son lancement, ce titre aura été brésiliens adopteront «La Valse populaire Brésilienne. Outre en compétition avec la même Brune » (1910), «Mon Homme» son « Sambah Saravah », Pierre reprise mais par Brigitte Bar- (1921) «Valentine»(1926) «J’ai Barouh nous a également offert dot cette fois. Toujours dans Deux Amours »(1930) «Parlez au moins 4 autres perles du ré- la même décennie, la chanson Moi d’Amour»(1931) «Vous pertoire brésilien. «Canta, canta minhe gente» du Qui Passez Sans Me Voir»(1937) Sambista est « J’attendrai »(1940), pour ne re- •« La nuit de mon amour » ( « A adaptée par Pierre Delanoë pour noite do meu Bem » - Dolores tenir que les succès les plus mar- Nana Mouskouri et deviendra quants de l’avant guerre. Duran) «Quand tu chantes». Un seul cependant y acquit le statut de Super Star : Il débarqua sur le continent mortes » en 1953, Jacques Lantier avec « Cerisier rose et Jean Sablon. Il y effectue son premier voyage le 1er Sud-Américain avec l’idée pommier blanc » en 1955. Juillet 1928 pour un séjour de 3 mois. Créateur du de concevoir pour chaque pays visité un nouveau per- En 1957 Henri Salvador créa bien involontairement un Tube « J’attendrai » à l’échelle internationale, ainsi nouveau chapitre de sa légende. Ainsi qu’en témoigne le que du cultissime « Vous qui passez sans me voir » sonnage ; c’est ainsi que na- quit pour représenter le Bré- journaliste et historien de la Bossa Nova, Ruy Castro dans Jean Sablon effectue de très nombreuses tournées à son livre de référence « Chega de Saudade », Henri refait travers le Brésil, séjours au cours desquels il se liera sil, le perroquet Zè Carioca qui en compagnie de Donald surface au Brésil cette année là. C’était alors l’époque des d’amitié avec plusieurs stars locales dont Carmen chanteurs à voix, des crooners et des fameux « cantor Miranda, Arry Barroso et Dorival Caymmi. Son et de ses compagnons connu un succès éclatant aux USA do radio ». L’obsession commune des jeunes gens de 14 âme fut progressivement envahie par ce pays au à 20 ans d’alors était d’échapper à tout prix à l’emprise point qu’il fi t l’acquisition d’une fazenda dans les comme dans son pays d’ori- gine. de l’instrument le plus populaire, l’accordéon. Les Jo- faubourgs de Sao Paulo, qu’il conservera pendant bim, Donato, Valle, Deodato, Menescal, Lyra, Gilberto, plus de 20 ans. Le résultat visé par Roose- Leao, étaient tous persuadés que passer à la guitare leur velt fut atteint ; Getúlio Var- donnerait bien plus de succès auprès des fi lles, que leurs gas pris enfi n le bon parti, chances auprès d’elles en seraient considérablement aug- celui de l’alliance qui mit fi n mentées s’ils arrivaient à jouer de cet instrument comme à la guerre. Les Etats unis les chanteurs dont ils épuisaient alors les disques sur leurs fi rent alors des yeux de plus platines. Parmi eux, Henri Salvador avec le boléro « Dans en plus doux aux vedettes mon île » fi gurant dans la bande originale d’un fi lm Italien brésiliennes, lesquelles ne «Europa di Notte», d’Alessandro Blasetti . Selon les affi r- mirent que peu de temps à mations du compositeur et arrangeur Sergio Mendes, An- résister à de si jolies sirènes. tonio Carlos Jobim considéra Henri et ce morceau comme Carmen Miranda devint une l’une des infl uences majeure de la révolution musicale qui star de la Chanson à Broad- naquit peu après, la Bossa Nova. way et du cinéma à Hol- Durant toute cette décade qui lywood. Ary Barroso quant s’achève, aucun événement à lui devint incontournable médiatique majeur dans le dans la composition de mu- pays n’est encore concevable siques de fi lms. A la fi n de la sans le concours de vedettes guerre, Ray Ventura dissout françaises. C’est ainsi qu’en son Orchestre pour rejoindre 1958, Maurice Chevalier fi t l’Amérique en même temps partie de la toute première que Paul Misraki. émission de la Télévision En1946, le président fraiche- Brésilienne la TV Tupi dans ment élu, le général Eurico laquelle Georges Henry, an- En 1941 Ray Ventura et ses Collégiens fuyant l’oc- cien membre des Collégiens cupation Allemande débarquent à Rio pour une Gaspar Dutra, décréta la fer- meture des casinos devenus de Ray Ventura et grand ami grande tournée en Amérique latine. Dans la troupe d’Henri Salvador, était le Di- fi gurent Paul Misraki, Coco Aslan, Henri Salvador, soudain au Brésil le sym- bole de l’immoralité publi- recteur Du Département Mu- Micheline Day, Hubert Giraud… La présence artis- sical. tique française au Brésil est au plus haut car bon que. Le Music hall brésilien nombre de grands acteurs tels Louis Jouvet ou Jean dont toute l’activité était liée En 1961 deux ans après Dessaily séjournent également dans le pays, tentant à ces somptueux endroits le démarrage de la révo- de donner une nouvelle impulsion à leur carrière s’en trouva soudainement lution cubaine le dépar- mise à mal par la guerre en Europe. ébranlé. Des milliers de pe- tement d’Etat américain tites gens gravitant autour de organisa une nouvelle Quelques jours avant la première soirée de gala de cette activité se retrouvèrent offensive culturelle au Ray Ventura et de ses collégiens au Casino de la du jour au lendemain à la Brésil, semblable à la Urca à Rio, un événement majeur de l’Histoire va rue ; pour les artistes locaux Politique de Bon Voisi- se dérouler : les Etats Unis entrent en Guerre suite la situation n’était guère plus nage du Président Roo- à l’attaque japonaise de Pearl Harbour. Du tumulte enviable. Les vedettes inter- sevelt. Préoccupé par général provoqué par cette entrée en confl it naitra nationales s’en retournèrent la possible propagation quelques mois après une décision politique qui elles et pour longtemps vers des thèses Castristes en sonnera involontairement le départ de la perte d’in- de cieux plus cléments. Amérique Latine, Ken- Georges Henry fl uence culturelle de la France au Brésil. En 1947, suivant une étude nedy jugea opportun de renouveler une opération qui pris En 1942, le président Roosevelt témoin journalier du ministère des Affaires cette fois l’aspect d’une vaste tournée musicale Latino- des sympathies pro-nazis de son homologue Bré- étrangères, on notait déjà que américaine. Coleman Hawkins, Roy Eldridge, Tommy silien Getúlio Vargas décide d’envoyer à Rio ses l’apprentissage du français Flanagan, Charlie Byrd ou Zoot Sims qui prirent part à meilleurs ambassadeurs culturels afi n de renverser avait cessé d’être une prio- l’aventure découvrirent ainsi le Samba et la Bossa nova au les affi nités politiques du pays. Le premier artiste à rité pour les jeunes latino- cours de jam sessions avec des musiciens locaux. Dans la débarquer au Brésil dans le cadre de cette nouvelle américains, la connaissance foulée, la maison de production américaine Audio Fidelity Politique de Bon Voisinage fut le jeune cinéaste Or- de l’anglais assurant seule et le Ministère des Affaires Etrangères brésilien organi- son Welles ; il a pour mission de capturer en images un emploi prestigieux et bien sèrent au Carnegie Hall de New York le concert « Bossa quelques uns des aspects les plus captivants de la payé. Nova : New Brazilian Jazz » auquel furent conviés tous culture Brésilienne dont le fameux carnaval de Rio. les créateurs du mouvement. Ce concert permit à la Bossa Orson Welles tout juste auréolé de son chef d’œuvre Malgré ce tournant vers les Nova de s’imposer sur la scène musicale nord-américaine; « Citizen Kane » se mit à l’ouvrage et entama la USA, mais surtout grâce à il fut aussi le point de départ d’un processus de transfert réalisation du fi lm « Tudo e Verdade » dans lequel l’essor rapide de la radio, culturel considérable et quasi ininterrompu entre les deux devaient normalement fi gurer Henri Salvador et la France ne resta pas inerte pays. son ami, le comédien Grande Othelo. Ce fi lm hélas la décade qui suivit. Bon La France et sa chanson résista pourtant bien pendant ne fut jamais complètement terminé, Welles ayant nombre de succès français ces années là, car tandis que naissait à Paris un nouveau prématurément dépensé la totalité du budget que le atteignirent le sommet des «Tube» par semaine, une nouvelle génération de chanteurs gouvernement américain lui avait octroyé. classements de ce que l’on vint au Brésil prendre la relève de leurs ainés. C’est ainsi Le second appelait pas encore le Hit que dans leurs versions originales Gilbert Bécaud, Charles ambassadeur Parade ni le Top 50. Charles Aznavour, Sacha Distel, Adamo, Christophe, Pierre Ba- culturel de ce Trenet avec « La mer » en rouh, , Françoise Hardy.. marquèrent de leur empreinte programme de 1948 puis « Douce France toute une génération avec «Et maintenant», «la Bohème», promotion des » en 1949, Edith Piaf avec « «Que c’est triste Venise» , «La Mamma», « F.. Comme intérêts améri- La vie en rose » cette même femme», «Aline», «Un Homme et une Femme «Tous les cains fut Walt année, « Domino » par An- garçons et les fi lles»… Disney. dré Claveau en 1952, Yves Montand avec « Les feuilles Dans les années 70 Serge Gainsbourg et Jane Birkin «Je t’aime Moi Non Plus», Alain Barrière « Tu t’en Vas » , Francis Lai avec la bande originale du fi lm « Love story » ou le compositeur Hu- ber Giraud (Ex Ray Ventura et ses Collégiens) avec son «Mamy Blue» furent les derniers à gravir les marches du succès au Brésil. Puis progressivement les artistes français furent remplacés dans le cœur des brésiliens par de nouveaux venus issus du continent Nord Américain. Les percées au Brésil se fi rent de plus en plus rares, la chanson française devenant un luxe, une espèce de raffi nement suprême réservée qui plus est à des interprètes locaux. En 1976, la star Elis Regina obtient un immense succès avec «Fascinação» qui n’est rien d’autre qu’une version brésilienne du morceau “Fascination” écrit en 1905 par Maurice de Féraudy, déjà interprété en français par Dario Moreno, Jean Lumière ou Suzy Delair, et en anglais par Nat King Cole. En 2004, la chanteuse Joyce dans son album « Banda Maluca » interprète dans la langue d’origine « L’étang » une superbe bal- lade de Paul Misraki. Cette même année l’actrice L’étude de la présence française au Brésil, l’examen des processus de dif- réalise un album et tout un spectacle entièrement consacré à Edith fusion, de réception et de transferts culturels dans l’axe triangulaire Fran- Piaf. ce-Brésil-Etats-Unis, nous ont permis d’apporter quelques éléments de ré- En 2005 dans son album « Caro amigo », Ricardo Vilas célèbre ponse quant aux causes du déclin, puis aux modalités de reconstruction. l’intensité des liens musicaux unissant le Brésil à la France ; par- Un premier indice me fut fournit lorsque me revint à la mémoire une dis- mi les 14 titres de son disque, le compositeur et interprète Carioca cussion un peu vaine à Rio de Janeiro avec une « éminence » culturelle, nous offre une délicieuse version de « Syracuse” de Henri Salva- jadis en poste au Consulat de France. dor en duo avec kay Lyra (“Desde Meus Tempos de Criança). Cet échange avait pour thème un projet d’exposition, au cœur même de la patrie du Samba, sur le parcours au Brésil de la plus grande star des En 2006 Letícia Coura publie un album totalement consacré à variétés françaises des années 30 à 50. Boris Vian. Personne chez nous me fut-il répondu ne s’intéressera ni ne fi nancera un projet lié à une fi gure du passé ; ce qu’il nous faut, c’est faire venir de Du coté de la Bossa Nova, le Carioca Celso Fonseca reprit der- nouveaux et jeunes artistes de talent. nièrement « J’ai vu » de Henri Salvador («Na pele de um fl aneur» Fi donc du passé et de sa gloire, vogue le futur ! - album « Rive Gauche ») tandis que la Bahianaise Rosa Passos Vive donc une gamme de « vedettes » issues d’un quelconque microcosme reprenait en duo avec Henri Salvador le standard de Charles Tre- mondain et réservée sans doute à une caste d’érudits qui m’est étrangère. net « Que reste-t-il de nos amours » (album « Amorosa ») et celui Aucun des artistes qui me furent cités ne percera jamais au Brésil ; n’en du même Henri Salvador « Jardin d’hiver » («Jardim» - album déplaise à leur hypothétique talent, ils ne sont pas populaires ! Mais le mot « Rosa »). Quant à Bia Krieger, une artiste Brésilienne qui vécu « populaire » non plus sans doute ne mériterait guère plus que la culture longtemps en France, elle enregistra en 2006 l’album «Cœur Va- parfois s’y attarde. Pourtant, lorsque l’on interroge la jeune génération au gabond» reprenant dans sa langue natale des chansons de Bras- sein du groupe social le plus nombreux au Brésil, donc le plus populaire, sens, Gainsbourg, Souchon ou Voulzy. sur l’image véhiculée par la France, par sa culture en général, son cinéma et sa chanson en particulier, la réponse est révélatrice de vérités. On y en- tend souvent «élégant », «chic», «beau », «sophistiqué », … mais aussi « Chato », ce qui en des termes gracieux ne se traduit pas, sinon par un doux Depuis les années 60 grâce à la popularité de la Bossa Nova, euphémisme du genre « ennuyeux ». la Musique Brésilienne a cessé d’être une musique exotique ; Depuis 20 ans, combien de nouvelles vagues se sont elles échouées pour chaque jour, les radios thématiques ou génériques la diffusent ne pas avoir perçu ce sentiment d’ennui et de banalité qu’elles faisaient abondamment le plus souvent dans des versions originales. Les naitre outre-Atlantique. artistes de là bas viennent régulièrement remplir les salles pari- Et que dire du respect des gloires de jadis ? siennes ou les arènes de tous les festivals de l’été (Joao Gilberto, Caetano Veloso, Chico Buarque, Lenine, Seu Jorge, Gilbert Gil, «Un peuple sans mémoire est aussi un peuple sans avenir» a dit un jour Bebel Gilberto,…) le poète et compositeur Brésilien Paulo César Batista de Faria, plus connu sous le nom de Paulinho da Viola. C’est ce qu’a parfaitement compris le La réciproque est toute autre, le fl ux est-ouest s’étant quasiment jeune chanteur de Rap à succès Abd Al Malik lorsqu’il déclare lors du interrompu au fi l des ans. Seul Charles Aznavour en 2008 avec lancement de son nouvel album « Dante » : « C’est dire qu’en France on une promo minimaliste réussi plusieurs soirées de suite à remplir a un patrimoine artistique et culturel merveilleux. L’idée, c’est de pouvoir de grandes salles à Rio, Sao Paulo ou Brasilia. Jane Birkin s’y préserver le patrimoine et cultiver la modernité. Tous ces grands artistes était essayée timidement peu auparavant mais le public présent se populaires ne doivent pas fi nir dans un musée. On doit être capable de se composait essentiellement d’une élite de souche francophone. nourrir de l’énergie, de leur dynamique, et pouvoir amener quelque chose Question disques, à l’exception des 5 derniers opus d’Henri Sal- d’aujourd’hui, et presque de demain. Si on veut faire quelque chose de vador (« Chambre avec vue », « Ma chère et tendre », « Bonsoirs pertinent et de riche, on ne peut pas faire comme si rien ne s’était passé, amis », « Live au palais des Congrès », « Révérence ») les quel- comme si on arrivait tout à coup. L’idée est de faire du lien et montrer ques rares sorties françaises récentes furent à mettre au crédit de qu’il est de notre devoir d’être dans la dynamique impulsée par ces héros, Manu Chao (« Próxima Estación: Esperanza », 2001) Camille ces artistes. C’est de cette manière qu’on pourra selon moi faire quelque («Le Fil»,2006), Emilie Simon (« Végétal »-2006 « La Mar- chose de pertinent, qui fait sens et qui est en phase avec la France telle che de L’Empereur » -2005), Carla Bruni (« Quelqu´un m´a dit”, qu’elle est aujourd’hui. » “No Promises”, « Comme Si de Rien n´était”) . Un deuxième piste dans mes recherches me fut inspirée lorsque j’eus Comment en est-on arrivé à un tel niveau de désamour, et qui terminé l’analyse des éléments expliquant le succès passé de nos vedettes pourra désormais rallumer la fl amme dans le cœur des brésiliens ? sous l’équateur. cette indispensable part de rêve qui l’aide à mieux vivre, et cet ir- chargements interdits comme l’on ac- résistible besoin d’identifi cation à des personnalités qui le trans- cuserait son chien de la rage afi n de cendent. mieux le noyer. Fin des années 50 Henri Salvador entra défi nitivement dans le Ce phénomène qui met à genoux l’In- le cœur des Brésiliens parce qu’il avait ja- dustrie est hélas irréversible, il faut dis vécu avec eux, puis grâce à deux chan- pouvoir le combattre par le haut ! sons éternelles «Dans mon île» et «Rose», Le génie et la créativité française, si mais surtout parce qu’il réapparut à une présents dans les Arts et les Sciences, devraient encore pouvoir s’immiscer aujourd’hui dans les couches les plus populaires avec la Chanson. Pour la France, il s’agirait de déployer une stratégie victorieuse de réimplantation au Brésil, comme le réussirent méti- culeusement les américains en 1942 et 1961 avec leur « Politique de Bon Voisinage ». Tout cela, pour paraphraser JF Ken- Il y eut tout nedy, ne se fera pas en 1 jour ni peut d’abord la force être même en 100, encore convien- et l’originalité de drait-il au moins d’essayer ! «l’œuvre» qui leur Telle est sans doute la portée qu’il faut permit de faire le accorder à ce magnifi que projet de tour du monde. «fête de la musique» qui se déroule- Force est d’admet- rait en juin 2009 à Rio dans le cadre de tre qu’aujourd’hui l’année de la France au Brésil. la qualité générale de l’offre de chanson fran- Il faudrait pouvoir en faire un événe- çaise sur le marché est d’une tristesse absolue, ment festif et populaire que les bré- à l’heure surtout où d’aucuns rêvent de bâtir du papier. siliens reprendraient à leur profi t an- talent en quatre semaines dans un château de époque où toute une génération s’appro- née après année, et qui à chaque fois La chanson française, avait coutume de dire Henri Sal- pria la douceur de son image, de ses mé- leur redonnerait un petit parfum de la vador, est une grande Dame qu’il faut habiller de belles lodies, de sa guitare, comme pour mieux France. musiques et de belles paroles. s’échapper d’une époque obscure. En attendant Juin 2009, je rêve Maigre Bilan après inventaire, et pauvre vieille Dame ! désormais d’une fête « Bossa Nova » dans les rues d’Ipanema Vint ensuite l’intégration réussie de l’homme au mi- où Emmanuel Donzella, Pierre lieu social local. A l’observation, il faudrait donc bien une Barouh et Didier Sustrac accompa- Comme le souligna Anaïs Fléchet dans son article «Un réelle stratégie, inspirée peut être par ces gneraient , Robert Me- Brésilien à Paris», on ne pourra jamais nier l’impor- quelques pistes de réfl exion, pour être nescal ou Chico Buarque, tance de la « sociabilité » dans la diffusion d’un travail. accepté et reconnu dans un pays étran- - d’une fête dans les « Gafi eiras » du En effet, la présence physique de l’artiste, son intégra- ger. Nos artistes contemporains devraient centre historique de Rio qu’enchan- tion dans le milieu musical local est perçue comme un pouvoir sans hésiter la déployer avec teraient Teresa Christina, Maria Rita facteur décisif. Elle rapporte également, mais dans un succès en profi tant de la réserve de senti- avec Nicoletta, Raphael et Renan domaine plus érudit, que le compositeur Brésilien Hec- ments favorable à la France, une réserve Luce, tor Villa Lobos fut le premier à le comprendre, lui qui qui est loin d’être épuisée. Il faudra néan- - d’une fête Pop/Rock à la Praça passa de très nombreux mois à Paris dans les années moins avant cela, solder quelques comp- XXV où Olivia Ruiz croiserait Le- 20, à fréquenter assidument Arthur Rubinstein, Maurice tes avec le présent. nine, Frejat, Ravel ou Prokofi ev. Il privilégia ainsi la diffusion de son On pourrait commencer par rapprocher - d’une fête dans les théâtres chics ou œuvre au travers de rencontres avec d’autres composi- populaires de Rio où Georges Mous- teurs en vogue. les milieux de la culture et de l’indus- trie. Il faudrait désespérément que les « taki retrouverait son ami Francis Hi- Jean Sablon et Henri Salvador s’en inspirèrent, eux qui mes, et Caetano Veloso, séjournèrent plusieurs années au Brésil, au point d’être éminences » culturelles descendent rien considérés par les brésiliens comme l’un des leurs. qu’un peu des hautes futaies dans les- Quant à Georges Moustaki et Pierre Barouh, par des sé- quelles elles sont perchées, afi n de re- jours incessants de Rio à Bahia, par leur capacité d’as- joindre l’Industrie du disque, campée similation de différentes cultures, par la perception et elle sur les branches les plus basses la transposition dans leur œuvre de toute la sensibilité afi n d’y cueillir les fruits les plus ac- du peuple brésilien, ils symbolisent une autre réussite cessibles à son portefeuille. de la socialisation dans un pays étranger. Quels artistes Il y a sans doute un juste milieu en- contemporains seraient-ils prêts aujourd’hui à accom- tre la sophistiquée «nouvelle chanson plir ces efforts au prix de quelques sacrifi ces sur leurs carrières métropolitaines ? La qualité des chansons, l’intégration réussie de l’ar- tiste assurent la diffusion d’une œuvre à l’étranger, mais n’explique cependant pas tout; encore faut-il qu’il y ait adéquation entre l’offre esthétique des artistes et les attentes du public. Là est sans doute le plus diffi cile à atteindre, car comment percevoir ce que désirent les fans de musique, ce qui parlera à leur cœur au point de déclencher un acte d’appropriation. Il faudra immanquablement pour déclencher un intérêt, une « offre » originale, provoquant auprès du public des images ou des mythes orignaux, différents ou meilleurs que ceux qu’il possède déjà. A son époque, Jean Sablon apparait au Brésil comme une icône à laquelle seraient attachées des images ou des mythes dus à son origine ; Il vient d’un pays qui fait française» défendue par les uns et encore rêver le monde par son dynamisme, sa moder- la « Star Academy » poussée par les nité, son élégance, son génie créatif… Appuyé par un autres. répertoire impeccable et une intégration locale réussie, On pourrait poursuivre en arrêtant il apporte avec ses chansons ce qu’attend le peuple: d’accuser encore et encore les télé- - d’une fête dans la banlieue Nord, au sein du quartier de Madureira et •« Un Brésilien à Paris, diffusion et Réception de l’école de Samba de la Portela, de l’œuvre de Villa-Lobos en France dans les où Bernard Lavilliers ferait danser la années 1920 » Par Anaïs Fléchet, le 15 dé- Ville avec au son de la cembre 2003 batterie de la Velha Guarda de Mo- •«Les enjeux diplomatiques de l’enseigne- narco, Casquinha et Tia Surica, ment de la langue française au Brésil (1948- - d’une fête dans la favella do Pavão 1961) » par Cecilia Torres, le 16 décembre avec Abd El malik, MC Solar, Mar- 2003 cello D2 et João Donato. •«Parada de sucessos em todo o Brasil », Bref, plein de fêtes qui seraient l’in- http://cifrantiga3.blogspot.com/ ventaire de la jeunesse, de la beauté, •«La vision de la France à l’étranger à travers du génie de deux peuples qui se re- la baguette de pain » par Magali Marguin*, le joignent sur quelques notes et quatre 23 novembre 1999 mots: Musique Populaire Franco Brésilienne •«L’exposition universelle et internationale de Bruxelles 1958, la France confrontée à Emmanuel de Ryckel 47 nations » Par Linda Emirian, le 12 juillet 1997

•«Aspects de la présence culturelle française à Rio de Janeiro en 1856 » par Marie-Sylvanie Veillard, le 13 décembre 2003 •«La bossa nova, les États-Unis et la France Un exemple de transferts culturels triangulaires» par Anaïs Fléchet, le 16 décembre 2006 •«Copies décalées, les versions françaises de standards brésiliens », Jacques Denis 2005, •«85 Anos de Músicas Brasileiras (vol. 1: 1901-1957), Jairo Severiano et Zuza Homem de Mello •« Jean Sablon par Philippe Jadin et Charles Langhendries (Broché - 28 mars 2002) •«Um musico 7 vidas», Georges Henry •«Les grands orchestres de Music-Hall en France» Jacques Hélian 1984

1901 Frou-frou (Henri Chateau, Monreal e Blondeau) 1902 Amoureuse (Adolphe Berger) 1905 Quand l'amour meurt (Octave Cremieux) 1905 Les millions d'Arlequin (Richard Drigo) (lançado em 1901) 1906 La Mattchiche (C. Clerc, P. Briollet e L. Lelièvre) 1907 La Petite Tonkinoise (Vincent Scotto, Georges Villard e Henri Christine) 1908 Un Peu d’Amour (Lao Silezu) 1909 L’Adieu du Matin (Emile Pessard) 1910 La Valse Brune (Georges Krier e Georges Villard) 1966 La Mamma (Mamãe), Charles Aznavour, Robert Gall e Black 1921 Mon Homme (Maurice Yvain, Jacques Charles e ) 1967 Un Homme et une Femme, Francis Lai e Pierre Barouh 1922 Machinalement (Maurice Yvain) 1968 Le Bruit des Vagues, Pascal Seuran, Serge Lebrall e Romuald 1926 Valentine (Henri Christiné e Albert Willemetz) 1968 Love is Blue, Andre Popp e Pierre Cour 1927 Ça C’est Paris (José Padilla, Lucien Boyer, Fred Pearly e Jacques Charles) 1969 F... Comme Femme”, Adamo 1930 J’ai Deux Amours (Vincent Scotto, Geo Koger e Henri Varna) 1969 Un Jour un Enfant, E. Stern e E. Mornay 1931 Parlez Moi d’Amour (J. Lenoir) 1969 My Way (Comme d’Habitude), J. Revaux, C. François, G. Thibault e Paul Anka 1937 Vous Qui Passez Sans Me Voir (Charles Trenet, Johnny Hesse e Paul Misraki) 1970 Je t’Aime Moi Non Plus, Serge Gainsbourg 1940 J’Attendrai (Dino Olivieri e Louis Poterat) 1971 Love Story, Francis Lai e Cari Sigman 1946 Symphonie (Alex Alstone, Roger Bernstein e André Tabet) 1972 Mammy Blue, H. Giraud e P. Trim 1948 La Mer (Charles Trenet) 1974 Song for Anna (La Chanson pour Anna) (A. Popp e J. C. Massoulier) 1949 Danse Avec Moi (A. Hornez e F. Lopez) 1976 Tu t’en Vas (Não Se Vá)”, Alain Barrière 1949 Douce France (Charles Trenet) 1949 Final (Paul Misraki, A. Hornez e Ben Molar) 1949 Una mujer (Paul Misraki, Ben Molar e S. Pondal Rios) 1949 La Vie en Rose (Pierre Louiguy e Edith Piaf) 1951 C’est Ci Bon (Andre Hornez e Henri Betti) 1952 Dominó (Jacques Plante e Louis Ferrari) 1953 Les Feuilles Mortes (Joseph Kosma e Jacques Prévert) (lançado em 1949) 1955 Cerisier rose et pommier blanc (Cerejeira rosa) (Pierre Louiguy e Jacques La Rue) 1956 La goualante du pauvre Jean (Os pobres de Paris) (Marguerite Monnot e Raouzeaud) 1959 Hymne a l‘Amour (Hino ao amor), Edith Piaf e Marguerite Monnot 1962 L’Arlequin de Tolede, Hubert Giraud e Jean Drejac 1962 Et Maintenant, Gilbert Becaud e P. Delanoe 1964 Dominique, Soeur Sourire 1965 Fais Attention (Preste Atenção), Jean Loup Chauby e Bob Du Pac musica francesa Músicas estrangeiras de sucesso no Brasil – 1965 Que c'est triste Venise, F. Dorin e Charles Aznavour 1966 Aline, Christophe SOURCES http://cifrantiga3.blogspot.com/