A Companhia Real Dos Caminhos De Ferro Portugueses

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A Companhia Real Dos Caminhos De Ferro Portugueses A COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES 1859-1891 Ângela Sofia Garcia Salgueiro ___________________________________________________ Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História, realizada sob a orientação científica da Professora Doutora Maria Fernanda Rollo JULHO DE 2008 2 Para os meus pais Para o meu avô 3 AGRADECIMENTOS A elaboração desta dissertação de Mestrado não teria sido possível sem o contributo de um conjunto de pessoas, a quem gostaria de deixar uma palavra especial. À professora Doutora Maria Fernanda Rollo, mestre e amiga, responsável pela minha iniciação ao estudo da História Económica e orientadora científica deste trabalho, pelo apoio contínuo, estímulo diário e orientação paciente. À minha mãe e ao meu pai, a quem dedico este estudo, pelo apoio incondicional, preocupação constante e presença atenta com que sempre me ajudaram a ultrapassar os desafios da vida. Sem eles este trabalho não poderia ter sido realizado. Ao João, companheiro inseparável e amigo, sempre com uma palavra calorosa de incentivo. A todo o pessoal do Serviço de Documentação e Arquivo Fotográfico da C.P., particularmente à Dr.ª Maria Andrade, à Dr.ª Ana Sousa e à Dr.ª Sílvia Ferreira, pela simpatia com que me acolheram, pelas excelentes condições de pesquisa que me proporcionaram, bem como por todas as facilidades concedidas na consulta da documentação. Ao Dr. Gilberto Gomes pelo interesse e disponibilidade que sempre demonstrou. À minha família e amigos gostaria de agradecer o apoio e a compreensão nas várias ausências prolongadas. À Ana e à Inês pela paciência com que sempre me ouviram e aconselharam durante todo o processo. À Ana Filipa, à Sara e à Sofia, grandes companheiras de aventura, pela amizade, apoio e ânimo que me inspiraram diariamente. 4 RESUMO COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES 1859-1891 ÂNGELA SOFIA GARCIA SALGUEIRO PALAVRAS-CHAVE: Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, companhia ferroviária, caminho-de-ferro, transportes, empresas, Portugal. A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, criada em 1860, na sequência da concessão das linhas de Leste e do Norte a José de Salamanca, tornou-se a principal companhia ferroviária portuguesa. Surgiu num momento em que a viação acelerada já tinha sido introduzida no País, mas em que tentava ainda afirmar as suas potencialidades. Desta forma, a nova Companhia possibilitou, definitivamente, o arranque do transporte ferroviário e a sua rede tornou-se mesmo na base da actual rede ferroviária portuguesa. Nenhuma das companhias criadas posteriormente adquiriu a sua importância económica nem o seu peso institucional, pelo que a sua influência sobre o poder político e sobre a regulação das políticas de transporte em Portugal foi decisiva. Para além do desenvolvimento das infra-estruturas e da construção de obras emblemáticas da Engenharia portuguesa, como a Ponte de Maria Pia ou a estação do Rossio, a Companhia Real impôs-se como um agente importante na atracção do capital internacional para o mercado português. Foi uma das poucas empresas a internacionalizar a sua actividade, promovendo e sustentando uma rede extensa em Espanha. Organismo dinâmico, profundamente influenciado pelas conjunturas nacional e internacional, também funcionou como agente de mutação dessa mesma realidade. Diversos outputs e inputs lhe podem ser atribuídos, dos quais se destaca, pelo seu pioneirismo o papel na atracção de técnicas e técnicos estrangeiros, no domínio da engenharia e da finança, que iriam ter impactos decisivos no contexto nacional. O período cronológico analisado neste trabalho vai até ao ano de 1891, momento da grave crise económica e financeira que marca a mudança do paradigma sobre o entendimento do transporte ferroviário em Portugal. 5 ABSTRACT COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES 1859-1891 ÂNGELA SOFIA GARCIA SALGUEIRO KEYWORDS: Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, railway company, railroad, transports, enterprises, Portugal. The Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, created in 1860, following the concession of East and North lines to José de Salamanca, became the main Portuguese railway company. It appeared at a moment when the accelerated means of transportation existed already in Portugal, but was trying to show its advantages. In this way, the new company ultimately allowed the appearance of railroad transport and its networK became the basis of the current Portuguese railroad networK. None of the companies created afterwards manage to be as economic and politically successful as this first company. Therefore, this company influenced some political decisions and transport policies. In addition to the development in the infrastructures, the Company contributed to the construction of famous structures of the Portuguese Engineering, such as the bridge of Maria Pia and the Rossio station. The Companhia Real became an important agent by catching the attention of international investments in the Portuguese marKet. It was one of few enterprises to establish its activity on an international basis, promoting and supporting an extensive networK in Spain. The company was a dynamic organism deeply influenced by national and international political frameworKs and also functioned as an important agent of change of that same reality. Several outputs and inputs can be attributed to the Company, from which must be highlighted its role in the attraction of foreign technicians and techniques, due to its pioneer characteristics, mainly in Engineering and Finance, which had decisive impacts in the national context. Chronologically, this dissertation focuses the period until 1891, which is the moment of a severe economic and financial crisis that changes the paradigm about the understanding of railroad transport in Portugal. 6 ÍNDICE INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8 I. 1859 A 1884 ................................................................................................................. 14 1. A POLÍTICA ECONÓMICA DA REGENERAÇÃO E OS CAMINHOS -DE -FERRO ................. 14 2. D. JOSÉ DE SALAMANCA E A CONCESSÃO DAS LINHAS DE LESTE E NORTE .............. 18 3. CRIAÇÃO DA COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES ............. 21 4. PERÍODO DE DEFINIÇÃO DAS ESTRUTURAS .............................................................. 26 5. AS OPÇÕES DE EXPLORAÇÃO .................................................................................... 32 5.1. A OPÇÃO INTERNACIONAL ................................................................................ 32 5.2. A CONSTRUÇÃO DAS LINHAS DE LESTE E NORTE .............................................. 33 5.3. O RAMAL DE CÁCERES E OS INVESTIMENTOS ESPANHÓIS .................................. 38 5.4. AS VÁRIAS FASES DA EXPLORAÇÃO .................................................................. 44 II. 1884 a 1891................................................................................................................ 56 1. AS RUPTURAS .......................................................................................................... 56 1.1. ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 13 DE SETEMBRO DE 1884............. 56 1.2. ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 28-30 DE MARÇO DE 1885............. 63 1.3. UM NOVO MODELO ORGANIZATIVO ?................................................................. 65 2. AS NOVAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS ......................................................................... 71 2.1. A POLÍTICA INTERNA DA COMPANHIA ............................................................... 71 2.2. UMA NOVA POLÍTICA FINANCEIRA .................................................................... 84 2.3. OS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS ......................................................................... 87 3. A CRISE DE 1890-1891............................................................................................. 92 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 103 FONTES E BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 109 1. FONTES .................................................................................................................. 109 1.1. FUNDOS DOCUMENTAIS .................................................................................. 109 1.2. FONTES MANUSCRITAS ................................................................................... 109 1.3. FONTES IMPRESSAS ......................................................................................... 110 1.4. PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS ............................................................................. 113 2. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 114 2.1. OBRAS GERAIS ................................................................................................ 114 2.2. ENQUADRAMENTO POLÍTICO E ECONÓMICO ................................................... 114 2.3. OS CAMINHOS -DE -FERRO NA EUROPA ............................................................. 117 2.4. O CAMINHO -DE -FERRO EM PORTUGAL ............................................................ 118 ANEXOS ........................................................................................................................
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