"Eles" E "Nós": Imprensa E Rivalidade Futebolística Entre Argentina E Brasil

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

SEMINÁRIO TEMÁTICO “ESPORTE, POLÍTICA E CULTURA” "Eles" e "nós": imprensa e rivalidade futebolística entre Argentina e Brasil Ronaldo Helal – Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pós- Doutor em Ciências Sociais pela Universidad de Buenos Aires 1- Apresentação Este artigo analisa a cobertura jornalística sobre o futebol brasileiro e argentino na imprensa dos dois países. Países vizinhos e com tradição de rivalidade que se acirra no campo esportivo1, Brasil e Argentina são semelhantes nas formas como se utilizaram do futebol para “construir” o sentido de pertencimento à nação. A investigação averigua as imagens que ambos os países “constroem” sobre o futebol do “outro”. O recorte de análise nos jornais argentinos se concentra nas Copas do Mundo desde 1970 até 2002. O material das Copas de 1970 até 1994 é o jornal Clarín e a revista El Gráfico. Para os mundiais de 1998 e 2002 substituímos o El Gráfico pelo jornal Olé, devido à importância que o mesmo adquiriu nos últimos anos. Além disso, foram coletados e analisados material relativo aos dois confrontos que ocorreram em junho de 2005 – eliminatórias da Copa de 2006 e final da Copa das Confederações. Aqui, os jornais coletados foram Clarín, Olé e La Nación. O recorte de análise nos jornais brasileiros se concentra nos Mundiais de 1978, 1986, 1998 e 2002. Os jornais analisados foram Jornal do Brasil para as Copas de 1978 e 1986 e O Globo para as Copas de 1998 e 20022. A razão para esta assimetria se encontra nos fatos de que a Argentina não participou do Mundial 1970 e de que passei o ano de 2005 realizando uma pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Buenos Aires – com apoio da CAPES- o que me possibilitou uma coleta mais ampla do material na imprensa argentina. O material relativo ao futebol argentino na imprensa brasileira foi coletado generosamente por Tiago Bartholo, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho3. O método utilizado foi ler todo o material sublinhando as reportagens que considerava mais relevantes do ponto de vista de como “um” vê o “outro”. Depois selecionei estas matérias e realizei uma leitura mais detalhada. Assim, ao final de cada período, tínha uma visão mais abrangente das narrativas sobre o “outro” naquele veículo, naquele momento. Feito isso, parti para a análise em ordem cronológica por Copa do Mundo, iniciando sempre com a primeira partida do “outro”. Aqui, apresento minhas primeiras impressões de pesquisa. Em seguida, me concentro no “olhar” argentino sobre o futebol brasileiro e depois no “olhar” brasileiro sobre o futebol argentino. 2 – Primeiras Impressoes: “eles nos admiram” Antes de vir para Argentina, amigos me alertaram sobre a possibilidade de meus filhos sofrerem alguma discriminação na escola. A acolhida de meus filhos em uma 1 Sobre a formação histórica da rivalidade entre Brasil e Argentina em jornais de Santa Catarina e Porto Alegre ver Jacks, N., Machado, M., e Muller, K. (2004). 2O critério utilizado foi o da “disponibilidade” e “gratuidade”. Quando os jornais colocavam à disposição suas edições passadas de forma gratuita, as matérias foram coletadas. Estes jornais estão entre os de maior circulação no Brasil. 3 Sou grato a Tiago que também coletou o material brasileiro relativo aos Mundiais de 1990 e 1994. Este material será analisado em breve. 1 escola pública — elas são boas e há várias, sem problemas de vagas — causou ótima impressão. Ao lado está a escolinha de futebol do ex-jogador Marangoni, onde vemos argentinos com camisas de times do Brasil e até da seleção brasileira. Cena desconhecida dos brasileiros, de uma forma geral. Cheguei no verão e a quantidade de pessoas com sandálias havaianas com a bandeira do Brasil colada na parte da frente me surpreendeu, pois não conseguia imaginar brasileiros usando um traje de vestuário com a bandeira da Argentina. O livro FIFA 100, com a foto do Pelé na capa, estava na vitrine das livrarias da cidade, assim como DVDs de gols de Pelé e Ronaldo. Neste período de “adaptaçao” aconteceu o “caso Desábato”4. As matérias sobre o “caso de racismo” chegaram às primeiras páginas dos jornais argentinos e o tom era de indignação. Havia fotos do jogador algemado e manchetes como “Vergonha” (Clarín, 15 de março) e “Inferno no Brasil” (Olé, 15 de março). Nos jornais brasileiros na internet não encontrei matéria que comprovasse o racismo de Desábato. Decidi escrever um artigo para a seção Opinião de O Globo relatando minhas “primeiras impressões” em Buenos Aires e levantando a hipótese de que poderia ter havido certo “anti- argentinismo” por parte do Brasil. Ao mesmo tempo, fiz uma versão em espanhol e a enviei para o Olé. Ambos os artigos foram publicados no dia 21 de abril. A publicação no Olé gerou uma amizade proveitosa para a pesquisa com o colunista e um dos fundadores do referido jornal, Walter Vargas, bem como uma discussão acadêmica com meu interlocutor na Universidad de Buenos Aires, Pablo Alabarces. Apesar de discordar de meu artigo, Alabarces me disse uma frase que tem me feito pensar na relação Brasil-Argentina: “os brasileiros amam odiar os argentinos, enquanto os argentinos odeiam amar os brasileiros”5. Ao mesmo tempo, Vargas me dizia que recebia e-mails insultuosos de brasileiros em várias ocasiões. Tentei verificar se o mesmo ocorria com jornalistas do Lance!, mas os que eu mantive contato me disseram nunca ter recebido e-mails ofensivos de argentinos6. Passei a suspeitar que “nós” implicamos mais com “eles” do que “eles” “conosco”. A rivalidade argentina conosco consegue manifestar admiração em meio ao conflito, enquanto nossa rivalidade traz à tona certo “ressentimento”7. 3 - A Argentina Vê o Brasil: a seleção brasileira de futebol na imprensa argentina 3.1 - “La Mejor Selección de Todos Los Tiempos”: a seleção de 70 no Clarín e El Gráfico durante a Copa do Mundo de 1970 A argentina não participou da Copa de 1970. Sua seleção foi eliminada nas eliminatórias pela seleção peruana, dirigida por Didi, ex-jogador do Brasil que conquistou os Mundiais de 1958 e 1962. Brasil e Argentina viviam momentos políticos delicados. O regime militar havia recrudescido no Brasil e na Argentina os Montoneros surgiam publicamente como movimento de oposição ao regime com o sequestro do 4 Como ficou conhecida a suposta agressão racista do zagueiro do Quilmes contra o atacante Grafite do São Paulo, em uma partida pela Copa Libertadores da América 2005, e a queixa de Grafite na polícia, que resultou na prisão do jogador argentino. 5 Alabarces disse que a frase era de um amigo argentino que vive no Brasil, mas que ele estava de acordo, tendo como base os quatro meses que passou na Unicamp em 2003. 6Vargas me encaminhou, generosamente, os e-mails recebidos após a vitória do Brasil na Copa das Confederações. Sua coluna diz que o Brasil tem melhores jogadores do que a Argentina. O título era: “A soñar, sin olvidar que son mejores” (Olé, 30 de junho de 2005). Talvez o fato dos jornalistas do Lance! não receberem e-mails de argentinos deve-se a que este jornal exige que o leitor se cadastre no site para ter acesso às reportagens, enquanto que no Olé o acesso não é restrito. 7 Talvez nós precisemos mais “deles” para marcar nossa alteridade do que “eles” de “nós”. Sou grato a Simoni Guedes por ter levantado esta hipótese. 2 general Pedro Eugenio Aramburu. A finalidade do sequestro era realizar uma “justiça histórica”, já que Aramburu era tido como responsável por torturas e fuzilamento de 27 peronistas durante a repressão de junho de 19568. Com a Argentina fora da Copa e o país vivendo este clima político, Clarín dedicou, no período, boa parte das primeiras páginas ao seqüestro de Aramburu. De qualquer modo, o jornal enviou dois jornalistas para fazer a cobertura da Copa do Mundo: Beto Devoto e Diego Lucero. A seleção de 70 é tratada como referência do “estilo de jogo” do futebol brasileiro. Como ocorre no Brasil durante as Copas9, esta seleção é sempre lembrada na imprensa argentina e é considerada a “melhor da história”. No dia 9 El Gráfico em “¿Por qué es el Rey?”, com foto do gol de Pelé contra a thecoeslovaquia, fala de como Pelé “matou” uma bola no peito: “cualquier otro hubiera sacudido apenas la pelota tocaba tierra. Pero Pelé no es “cualquier otro”. Es “EL REY” (grifos do jornal).10 A vitória do Brasil sobre a Inglaterra é explicada por “esa arraigada convicción de jugar siempre la pelota, de tratarla siempre”. Este “estilo de jogo” é a marca “intrínseca” do Brasil no “olhar” argentino e possui elementos da “construção” do futebol argentino tal como colocaram Archetti (2003) e Alabarces (2002). Contra o Uruguai, o fato de que o Brasil ia continuar jogando em Guadalajara, foi noticiado assim: “Brasil (…) obligado a jugar contra un rival que no le gusta nada, busca sacar la máxima ventaja, como supone jugar aquí, donde es local sin ninguna duda (…) Pero Uruguay es Uruguay y los brasileños lo saben” (Clarín, 15 de junho de 1970). A rivalidade Argentina-Uruguay era mais intensa no passado. Ela é distinta da rivalidade Argentina-Brasil. Os uruguaios são para os argentinos como “primos”. E, no confronto com o Brasil, a identificação com o “parente” se torna mais “natural”. Um dos jornalistas mais influentes de El Gráfico nas décadas de 30 e 40 e que contribuiu para a “construção” da mitologia do futebol argentino era uruguaio – Eduardo Lorenzo, o Borocotó - assim como Victor Hugo Morales, jornalista e locutor de televisão que passou para a “história” ao narrar o gol de Maradona contra os ingleses em 1986. Após a vitória na final contra a Itália, as matérias evidenciam a identificação com o Brasil.
Recommended publications
  • REVISTA AL PRESIDENTE Argentina´S Rivals E-Mail: [email protected] CLAUDIO TAPIA PREDIO JULIO HUMBERTO GRONDONA Interview – President Claudio Tapia Autopista Tte
    3 COMITÉ EJECUTIVO ASOCIACIÓN DEL FÚTBOL ARGENTINO AFA Executive Committee PRESIDENTE President TESORERO Treasurer Sr. / Mr. Claudio Fabián Tapia Sr. / Mr. Alejandro Miguel Nadur (Presidente / President at Club Barracas Central) (Presidente / President at Club A. Huracán) VICEPRESIDENTE 1° vicepresident 1° PROTESORERO Protreasurer Dr. Daniel Angelici Sr. / Mr. Daniel Osvaldo Degano (Presidente / President at Club A. Boca Juniors) (Vicepresidente / Vicepresident at Club A. Los Andes) VICEPRESIDENTE 2° vicepresident 2° VOCALES Vocals Sr. / Mr. Hugo Antonio Moyano Dr. Raúl Mario Broglia (Presidente / President at Club A. Independiente) (Presidente / President at Club A. Rosario Central) Dr. Pascual Caiella VICEPRESIDENTE 3° vicepresident 3° (Presidente / President at Club Estudiantes de La Plata) Sr. / Mr. Guillermo Eduardo Raed Sr. / Mr. Nicolás Russo (Presidente / President at Club A. Mitre - Santiago del Estero) (Presidente / President at Club A. Lanús) Sr. / Mr. Francisco Javier Marín SECRETARIO EJECUTIVO DE LA PRESIDENCIA (Vicepresidente / Vicepresident at Club A. Acassuso) Executive Secretary to Presidency Sr. / Mr. Adrián Javier Zaffaroni Sr. / Mr. Pablo Ariel Toviggino (Presidente / President at Club S. D. Justo José Urquiza) Dra. María Sylvia Jiménez SECRETARIO GENERAL (Presidente / President at Club San Lorenzo de Alem - Catamarca) Sr. / Mr. Víctor Blanco Rodríguez Sr. / Mr. Alberto Guillermo Beacon (Presidente / President at Racing Club) (Presidente / President at Liga Rionegrina de Fútbol) PROSECRETARIO Sr. / Mr. Marcelo Rodolfo Achile (Presidente / President at Club Defensores de Belgrano) MIEMBROS SUPLENTES Alternate Members SUPLENTE 1 Alternate 1 SUPLENTE 4 Alternate 4 SUPLENTE 7 Alternate 7 Dr. José Eduardo Manzur A designar Sr. / Mr. Dante Walter Majori (Presidente / President at Club D. Godoy To be designed (Presidente / President at Club S.
    [Show full text]
  • Entina, En Diferentes Medios Noticiero De ESPN
    Oscar Barnade Historias increíbles de Oscar Barnade Oscar en la Copa América Barnade Nació el 24 de enero de EDICIONES AL ARCO 1966 en Pompeya, se crió en Ciudadela Norte Argentina y estudió en el Círculo de Periodistas Deportivos. “Historizar la participación de nuestra Selección en las diferentes Redactor de la sección Deportes del diario Clarín ediciones de la Copa América, como hace este libro, es reparar en alguno y abastecedor de datos de los capítulos más importantes de la historia de nuestra cultura.” Historias para SportsCenter, el Daniel Scioli, gobernador de la provincia de Buenos Aires. noticiero de ESPN. Trabajó en diferentes medios increíbles de radiofónicos (Argentina, Continental y Rivadavia), “Este libro, al recorrer su historia, cristaliza el orgullo que todos nosotros televisivos (TyC y ESPN) sentimos por que un torneo de tal magnitud tenga como sede a nuestro y gráficos (Sólo Fútbol, país, con todo lo que esto significa para nuestro desarrollo deportivo.” Súper Fútbol y Olé). Se en la Copa América especializa en estadísticas Alejandro Rodríguez, secretario de deportes de la provincia de Buenos Aires. e historia del fútbol. En AMERICA EN LAARGENTINA COPA 2006 publicó, junto con Waldemar Iglesias, el libro “Mitos y creencias del fútbol argentino, con Argentina Ediciones Al Arco. En 2010 cubrió la final de la Copa Libertadores de América entre Inter y Chivas para Clarín y participó de la investigación del libro “Deporte Nacional”, publicado por Emecé. OSCAR BARNADE Oscar Barnade Historias increíbles de Argentinaen la Copa América Diseño Federico Sosa [email protected] Corrección Edgardo Imas [email protected] Fecha de catalogación: 10/5/2011 Barnade, Oscar Historias increíbles de Argentina en la Copa América.
    [Show full text]
  • 2010 FIFA World Cup South Africa™ Teams
    2010 FIFA World Cup South Africa™ Teams Statistical Kit 1 (To be used in conjunction with Match Kit) Last update: 5 June 2010 Next update: 10 June 2010 Contents Participants 2010 FIFA World Cup South Africa™..........................................................................................3 Global statistical overview: 32 teams at a glance..........................................................................................4 Algeria (ALG) ...................................................................................................................................................4 Argentina (ARG) ..............................................................................................................................................8 Australia (AUS)...............................................................................................................................................12 Brazil (BRA) ....................................................................................................................................................16 Cameroon (CMR)...........................................................................................................................................20 Chile (CHI) .....................................................................................................................................................23 Côte d’Ivoire (CIV)..........................................................................................................................................26
    [Show full text]
  • La Hora Más Gloriosa Del Fútbol Argentino
    EDICIÓN ESPECIAL LALA HORAHORA MÁSMÁS GLORIOSAGLORIOSA DELDEL FÚTBOLFÚTBOL ARGENTINOARGENTINO 86 Felices por lo que hicimos y por lo que haremos Cuando los hechos superan a las palabras, las palabras están de más. O, mejor dicho, NO ALCANZAN PARA PODER DECIRLO TODO. El Gráfico está tan feliz como todos los argentinos. Esta noche de histórico domingo, sentimos que su alma sonríe y en cada uno de los teclados, los periodistas que hacen El Gráfico deslizan su emoción. Es fácil en- tender que se trata de un día especial. En esta hora -en que queremos decirlo todo- NOS DAMOS CUENTA DE QUE SOLO HAY UNA MANE- RA DE EXPRESARNOS: brindar esta edición en la que volcamos con conceptos, fotos y testimonios EL DIA MAS GLORIOSO DEL FUTBOL ARGENTINO. Para nosotros no es el final de nada; acaso -¿por qué no confesarlo?- podría ser el comienzo de todo. Estamos felices por el triunfo de la Selección y, ya más calmados del primer impacto, estamos felices por todo cuanto hicimos desde el primer día del proceso, al que también podríamos llamar “La Era Menotti” o el “Operativo Mundial 78”. Si no dijéramos que hemos recibido muchas felicitaciones por nuestro trabajo antes y durante el Mundial seríamos insensibles. Nos gustó que nos reconocieran el esfuerzo (ojo, esfuerzo no es sacrificio), pero no encontrábamos la forma adecuada para el agradecimiento. Decir gra- cias es tan convencional como decir “es nuestra obligación”. Detrás de la obligación pusimos el alma del periodista. Y el alma del periodista es su amor, su pasión y su deseo. El Mundial nos obligó a todos los ar- gentinos a esforzarnos; El Gráfico cumplió su papel: durante este mes de junio realizamos las cuatro ediciones normales, más otras tres ediciones extras.
    [Show full text]
  • La Lucha Continua Futbolistas Argentinos Agremiados
    FUTBOLISTAS ARGENTINOS AGREMIADOS FAA LA LUCHA CONTINUA FUTBOLISTAS ARGENTINOS AGREMIADOS Raúl Rivello ARCO AL EDICIONES Carlos Pandolfi “Este libro persigue una ilusión: contar 1944-2015 Nació el 12 de enero la historia de Futbolistas Argentinos Nació en Haedo, de 1955 en Pehuajó, Agremiados desde su fundación, pero provincia de Buenos provincia de Buenos Aires. Aires, el 7 de septiembre Casado, dos hijos. Estudió reparando puntualmente en los ejemplos de 1945. Comenzó su Periodismo Deportivo carrera como futbolista en la Escuela Superior repartidos a lo largo de tantos años. Las FAA profesional en 1962 en de Ciencias Deportivas luchas, las huelgas, los conflictos; y siempre Sacachispas. Luego jugó (ESED). Se recibió en 1994, en Nueva Chicago, J. J. pero comenzó su carrera la solidaridad, la fuerza en conjunto, la Urquiza, San Telmo, Los laboral a fines del ´93. Andes, Chacarita Juniors, Trabajó como productor unión, las conquistas, la dignidad, más allá Estudiantes de La Plata, periodístico en “Araujo Independiente Santa Fe de Primera” (radio La de los permanentes vaivenes políticos de de Bogotá (Colombia) Red), con Marcelo Araujo; nuestro país. La idea de tener un espejo y Temperley. Integra las en “La pelota no dobla” LA LUCHA comisiones internas de (FM Rock and Pop), con donde mirarse y continuar dando pelea ante Futbolistas Argentinos Marcelo Gantman, Martín Agremiados desde 1969 FUTBOLISTAS ARGENTINOS AGREMIADOS ARGENTINOS FUTBOLISTAS CONTINUA Ciccioli y Diego Della Sala; las injusticias. Para que el fútbol siga siendo – SEGUNDA EDICIÓN – y, desde 1972 (salvo de en “El equipo de Primera” nuestro trabajo, pero también para que siga 1975 a 1977, cuando (ATC).
    [Show full text]
  • Yo Soy El Diego De La Gente
    Diego Armando Maradona (Buenos Aires, 1961), jugador zurdo, poseedor de una extraordinaria técnica y una singular destreza con el balón, destacó pronto en una época marcada por la paulatina desaparición de las grandes figuras del fútbol. Internacional desde los 16 años, en su meteórica carrera pasó el F.C. Barcelona (con quien conquistó la Copa del Rey y la Copa de la Liga), en una estancia polémica, donde se ganó decididos partidarios y apasionados detractores. Pasó hacia tiempo, por sobrados méritos, a la galeria de hombres ilustres, de genios del deporte, que arrasan masas y corazones. Su historia, con tintes de melodrama, está en boca de to- dos. Pero, hay cosas que están sólo acá adentro, en mi corazón y que nadie sabe, dice Maradona en este libro. ¿Quién puede saber qué pasaba por su cabeza antes de dormir, en una piecita de dos por dos, en Fiorito, acom- pañado por sus siete hermanos? ¿Quién osaría afirmar cuál fue su mayor alegría y su peor tristeza? Nadie mejor que el propio Diego, perdón, El Diego... de la gente, como a él le gusta ser y que lo llamen. Desde sus hu- mildísimos orígenes, hasta la mayor de las glorias, pas- ando por cada una de sus muertes y sus respactivas re- surrecciones, por las definiciones de sus amigos y sus enemigos, todo queda relatado aquí, en este libro, en primera persona, donde se descubre un Maradona ín- tegro y también íntimo. Un Maradona que se confiesa sin reservas. Diego Armando Maradona Yo soy el Diego ePUB v1.0 GONZALEZ 19.10.11 Realización: Daniel Arcuchi y Ernesto Cherquis Bialo EDITORIAL PLANETA ISBN 950-49-0228-6 Nº Edición: 1ª Año de edición: 2006 A Dalma Nerea y Gíaninna Dinorah Maradona.
    [Show full text]
  • Boca-River.Pdf
    Boca-River, historias de una pasión Luciano Wernicke 2013 Introducción: Pasión. No existe un vocablo más apropiado para definir el Superclásico. Boca Juniors y River Plate son los protagonistas del desafío futbolero más trascendente de la Argentina y del espectáculo deportivo más electrizante del mundo. La ferviente convocatoria de estos dos equipos ha trascendido las fronteras y ha trepado al Olimpo de los grandes shows. En Inglaterra se asegura que no hay que morir sin gozar, al menos una vez en la vida, de un Superclásico en la Bombonera o el Monumental. Boca-River, River-Boca. Se aman, se odian, se necesitan. No hay Superclásico sin uno de ellos. No hay fiesta si no están cara a cara. Los fanáticos xeneizes celebraron la máxima desgracia de sus primos pero, puertas adentro, a la hora del balance, debieron conceder que el título boquense de esa temporada no fue del todo legítimo: sin cruzarse con River en esa senda ganadora, el triunfo tuvo otro sabor. En 2013, los dos clubes más grandes de Argentina celebraron el centenario del Superclásico. 1913-2013, un siglo de fútbol, de gloria, de fanatismo. Historias de Boca 1) Nucazo El 29 de septiembre de 1996 se disputó un Superclásico apasionante que tuvo un final insólito. El duelo, que tuvo como escenario la Bombonera, había arrancado a favor de la escuadra xeneize, con un tanto de Roberto Pompei a los 5 minutos. River no se quedó e igualó a los 21 gracias al eficiente atacante chileno Marcelo Salas. En la segunda mitad, el uruguayo Gabriel Cedrés volvió a adelantar a Boca con un tiro penal, y diez minutos más tarde Juan Pablo Sorín consiguió un nuevo empate que parecía definitivo.
    [Show full text]
  • Fourth Festivities Light Any Fireworks Off in the Jester Park Offers Nature Enthusi- City,” Gwiasda Said
    Masthead Logo Iowa State Daily, July 2018 Iowa State Daily, 2018 7-2-2018 Iowa State Daily (July 02, 2018) Iowa State Daily Follow this and additional works at: https://lib.dr.iastate.edu/iowastatedaily_2018-07 Recommended Citation Iowa State Daily, "Iowa State Daily (July 02, 2018)" (2018). Iowa State Daily, July 2018. 5. https://lib.dr.iastate.edu/iowastatedaily_2018-07/5 This Book is brought to you for free and open access by the Iowa State Daily, 2018 at Iowa State University Digital Repository. It has been accepted for inclusion in Iowa State Daily, July 2018 by an authorized administrator of Iowa State University Digital Repository. For more information, please contact [email protected]. IOWA STATE 6th St Northwestern Ave Kellogg Ave Douglas Ave Burnett Ave DAILY Clark Ave 5th St MONDAY MIKINNA KERNS/ ISD Vol 218 No. 8 7.2.18 Firework laws in Gilchrest St Du Ave Grand Ave Grand Ames BY DEVYN.LEESON Staging Lincoln Way @iowastatedaily.com Parade Route Last year the State of Iowa allowed the sale of fireworks by ending an 80-year ban, but firing off those fireworks with- PETER LEMKEN/ IOWA STATE DAILY in Ames could still cost you. Parade route for the Fourth of July parade being organized by Downtown Ames. It will start on Main street. Susan Gwiasda, public re- lations officer for the City of ANDREA DAHL/ ISD Ames, said fines will be given to those caught. Hiking pg 7 “For around 20 years our city law has been that you can’t Located 35 minutes from Ames, Fourth Festivities light any fireworks off in the Jester Park offers nature enthusi- City,” Gwiasda said.
    [Show full text]
  • 93 Mastercard Soccer Locker Boxed Set)
    soccercardindex.com Upper Deck World Cup USA 1994 (1993 Mastercard Soccer Locker boxed set) USA Canada 99 Checklist 1-82 1 Tony Meola 47 Mike Sweeney 100 Checklist 83-165 2 Mike Lapper 48 Dale Mitchell 3 John Doyle 49 Randy Samuel Worlds Best 4 Bruce Murray 50 Dave Norman 101 Peter Schmeichel - Denmark 5 Thomas Dooley 51 Alex Bunbury 102 Oscar Ruggeri - Argentina 6 John Harkes 52 John Catliff 103 Frank Rijkaard - Holland 7 Hugo Perez 53 Lyndon Hooper 104 Bebeto .- Brazil 8 Dominic Kinnear 54 Colin Miller 105 Paolo Maldini - Italy 9 Tab Ramos 55 Carl Valentine 106 Igor Shalimov - Russia 10 Emie Stewart 56 Frank Yallop 107 Franco Baresi - Italy 11 Eric Wynalda 57 Craig Forrest 108 Ronald Koeman - Holland 12 Jeff Agoos 58 Nick Dasovic 109 Roberto Baggio - Italy 13 Cobi Jones 59 Geoff Aunger 110 Marco Van Basten - Holland 14 Brian Quinn 60 Mark Watson 111 Giuseppe Signori - Italy 15 Des Armstrong 61 Paul Peschisolido 112 Dennis Bergkamp - Holland 16 Mike Sorber 62 John Limniatis 113 Georges Grun - Belgium 17 Roy Wegerle 114 Gianluigi Lentini - Italy 18 Brad Friedel 63 Alberto Acosta - Argentina 115 David Platt - England 19 Chris Henderson 64 Leo Rodringuez - Argentina 20 Paul Caligiuri 65 Diego Simeone - Argentina Rookies Guide to Soccer 21 Fernando Clavijo 66 Abel Balbo - Argentina 116 "Kicking Off" 22 Alexi Lalas 67 Robbie Slater . Australia 117 "Goal!" 23 Cle Kooiman 68 Andeas Herzog - Austria 118 Dribble 24 Peter Vermes 69 Michel Preud' Homme - Belgium 119 Header 25 Mark Chung 70 Enzo Scifo - Belgium 120 Tackle 26 Joe-Max Moore 71 Rai
    [Show full text]
  • Historias SELECCIONADAS Historias Curiosidades Del Equipo De Todos Seleccionadas Guillermo Enrique Knoll
    TapaFinalSeleccion 17/03/06 16:04 Page 1 al arco Ediciones Guillermo Knoll Guillermo Knoll historias SELECCIONADAS historias Curiosidades del equipo de todos seleccionADAS Guillermo Enrique Knoll Nació el 11 de febrero de Curiosidades 1959 en la Ciudad de Buenos Aires. Es Periodista del equipo y Docente del Círculo de la Prensa. Integró la redacción de todos de la recordada revista Sólo Fútbol y, junto con Pablo Ramírez, participó en la confección de la historia de All Boys. En radio trabajó con Roberto Perfumo en historias seleccionadas “Perfumo, el fútbol y la gente” (radio Splendid); en “La Deportiva” (radio del Plata); en “Mundo Ascenso” (La Red); y en “La vuelta”, con Ovidio Martínez (FM Identidad), entre otros. Guillermo Knoll “Historias Seleccionadas” es su primer libro. Diseño Federico Sosa Impreso en MPS, marzo de 2006. Fecha de catalogación 14-03-2006 Knoll, Guillermo Historias Seleccionadas. 1° ed. Buenos Aires: Al Arco, 2006. 96 p. 20x14 cm. ISBN 987-22257-3-7 1. Fútbol. I. Título CDD 796 Guillermo Knoll Historias SELECCIONADAS Curiosidades del equipo de todos dedicatoria A Nancy, quien con su apoyo incondicional siempre estuvo a mi lado, en las buenas y en las malas. A Jesi y a Brian, quienes a pesar de su juventud siem- pre entendieron mi pasión por el periodismo. A mis viejos, los primeros “hinchas” de este periodista. A la memoria de mi suegra, quien alguna vez, antes de dejarnos, me presagió un futuro como comunicador. 5 agradecimientos A Alejandro Fabbri y Ariel Scher, por confiar en el proyecto y recomendarlo a la editorial. A Roberto Perfumo, quien prácticamente sin cono- cerme me permitió compartir su programa radial y así darme mi primera gran oportunidad en los medios.
    [Show full text]
  • Coca-Cola Argentina Caso
    Categoría: 11 (Eventos) Compañía: Coca-Cola Argentina Caso: Trophy Tour Responsable/s del plan de comunicación: Gabriela Rodríguez López, Gerente de Asuntos Públicos y Comunicaciones de Coca-Cola de Argentina, y Cecilia Cragnaz, Gerente de Comunicaciones de Coca-Cola de Argentina. Agencia: Urban PR Tweet: La Copa del Mundo visitó la Argentina con el Trophy Tour de la mano de @CocaColaAr Introducción Coca-Cola es la Compañía de bebidas sin alcohol más grande del mundo con más de 500 marcas en más de 200 países. Junto con Coca-Cola, reconocida como la marca más valiosa del mundo, la Compañía cuenta con un amplio portafolio de productos entre los que se destacan: Coca-Cola light, Coca-Cola Zero, Coca-Cola Life, Sprite, Fanta, Powerade, Cepita del Valle, Aquarius, Bonaqua y una amplia línea de bebidas que ofrecen diferentes formas de hidratarse todos los días. Coca-Cola inició sus actividades en la Argentina en 1942. Bajo su misión de refrescar al mundo, inspirar momentos de optimismo y felicidad y crear valor y hacer una diferencia positiva, Coca-Cola ha emprendido un camino hacia la sustentabilidad entendida como pilar fundamental de su negocio. En este camino, la empresa ha establecido metas a largo plazo, plasmadas en una Visión 2020, para cada uno de los pilares en los que trabaja: desde la ampliación del portafolio para ofrecer productos para cada estilo de vida y necesidad, la promoción de la vida activa, el desarrollo de las comunidades en las que opera a través de la educación, hasta el uso eficiente del agua y la energía, el desarrollo de envases cada vez más sustentables y la creación de un gran lugar para trabajar.
    [Show full text]
  • Mensaje 130:CSF.Qxd
    A Ñ O X X I V N º 130 MARZO - ABRIL 2012 CONFEDERACIÓN SUDAMERICANA DE FÚTBOL 130 MARZO - ABRIL 2012 - ESPAÑOL / INGLÉS º C O N M E B O L N Santander elegido Mejor Banco de América Latina* MARCAMOS EL MEJOR RESULTADO Para Banco Santander ser considerado el Mejor Banco de América Latina es una gran satisfacción. Llevarlo a la práctica con cada uno de nuestros 102 millones de clientes y con 3,3 millones de accionistas, nuestro objetivo. Patrocinador oficial de la Copa Santander Libertadores. futbolsantander.com El Valor de las Ideas * Según la revista Global Finance PRESERVAR EL ESPÍRITU INDEPENDIENTE DEL FÚTBOL Preserving the independet spirit of Football n los primeros días de febrero se celebró en Paraguay un uring the first days of February, a CONMEBOL Congreso Extraordinario de la CONMEBOL, el cual no ol- Extraordinary Congress was held in Paraguay, which will Evidaremos. Después de mucho tiempo, se hizo una com- Dnever be forgotten. After a long time, a thorough pleta revisión de su estatuto, modernizando la herramienta revision of its by-laws was made, updating the principles that que rige su desenvolvimiento. rule its development. Fueron jornadas de intenso debate, con posturas disími- Those were days of an intense debate, with dissimilar les, en las cuales volvió a vencer el respeto y a imponerse la viewpoints in which respect was the winner and the maturity of madurez de los dirigentes de las diez asociaciones nacionales the leaders of the ten member national associations had the miembro, los que, trabajando juntos, han convertido a Su- upper hand, so that all of them working together have made of damérica no sólo en una potencia futbolística sino también en South America not only a football power but also an important una fuerza política importante pese a ser, en número, la más political stronghold, despite being in numbers, the smallest of pequeña de las agrupaciones continentales que componen el the continental associations that compose associated football fútbol asociado en el mundo.
    [Show full text]