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SECRETARIA DE SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO RURAL - SDR PLANEJAMENTO - SEPLAN

GOVERNO DO ESTADO DA SECRETARIA DO PLANEJAMENTO – SEPLAN SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL - SDR COLEGIADO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CODETER Instituído de acordo com a lei de nº 13.214/2014 de 29/12/2014

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO – PTDSS TERRITÓRIO MÉDIO RIO DAS CONTAS – BAHIA

JEQUIÉ DEZEMBRO/ 2016 Ruy Costa dos Santos Governo da Bahia

João Felipe de Souza Leão Secretaria do Planejamento

Jerônimo Rodrigues Secretaria de Desenvolvimento Rural

José Tosato Superintendência de Políticas Territoriais e Reforma Agrária

Vanduy Cordeiro dos Santos Coordenação de Governança Territorial/SEPLAN

Sarana Brito Coordenação de Políticas Territoriais/SDR

Marcelo Rocha Coordenação de Desenvolvimento Territorial/SEPLAN

Rita Rodrigues de Souza Presidente do Colegiado de Desenvolvimento Territorial/TMRC

Durval Libâneo Netto Mello Coordenação Geral NEDET/ CNPq

Valdirene Santos Rocha Sousa Coordenação NEDET/CNPq/TMRC

Claudiane dos Santos Assessoria de Inclusão Produtiva NEDET/CNPq/TMRC

Núcleo Diretivo CODETER/TMRC Membros Titulares: Sociedade Civil Associação de Pequenos e Médios Agricultores de Três Barras – APEMA Associação dos Produtores do Assentamento Coroa Verde -APACOV Sindicato dos Pequenos Produtores Rurais de Associação dos Pequenos Produtores Deus é Amor Assentamento Santa Irene Membros Titulares: Poder Público Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC Núcleo Regional de Saúde – Sul Secretaria de Agricultura de Ipiaú

Organização e Edição: Claudiane dos Santos Valdirene Santos Rocha Sousa Diagramação: Valdirene Santos Rocha Sousa Revisão: Aníbal Picanço Bentes Sarana Brito Vanduy Cordeiro dos Santos 3 PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO

O território é o chão mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre os quais ele influi (SANTOS, 2002).

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ADT – Agente de Desenvolvimento Territorial AEE – Atendimento Educacional Especializado AF – Agricultura Familiar APA – Área de Proteção Ambiental APT – Arranjo Produtivo Territorial ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural CAR – Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional CAPS – Centro de Atenção Psicossocial CDA – Coordenação de Desenvolvimento Agrário CEPLAC – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira CETEP – Centro Territorial de Educação Profissional Médio Rio das Contas CHESF – Companhia Hidrelétrica do São Francisco CIMURC – Consórcio Intermunicipal do Rio das Contas CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CODETER – Colegiado Territorial de Desenvolvimento Sustentável CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento CONDRAF – Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável COOPROAF – Cooperativa de Produção e Agroindústria da Agricultura Familiar do Sudoeste CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF DEAM – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher EAD – Educação à Distância EJA – Educação de Jovens e Adultos FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente

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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios IDS – Instituto de Desenvolvimento Social IES – Instituições de Ensino Superior IFBA – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia INEMA - Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário MEC – Ministério de Educação NEDET – Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial ONG’s – Organizações Não – Governamentais ONU – Organizações das Nações Unidas OPAC – Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade PAA – Programa de Aquisição de Alimentos PAT – Plano Tático e Operacional PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar PNCF – Programa Nacional de Crédito Fundiário PNEs – Pessoas com Necessidades Específicas PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPA-P – Plano Plurianual Participativo PROINF – Projetos em Infraestrutura PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PSF – Programa Saúde da Família PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável PTDSS – Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável e Solidário SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SDR – Secretaria de Desenvolvimento Rural SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial SEAGRI – Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia SEI – Superintendência de Estatísticas e Informações SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente SEMAF – Serviço Municipal de Apoio à Agricultura Familiar

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SEPLAN – Secretaria do Planejamento SETAF – Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SUAS – Sistema Único de Assistência Social SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária SUS – Sistema Único de Saúde TMRC – Território do Médio Rio das Contas UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UNACON – Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia UNEB – Universidade do Estado da Bahia UPA – Unidade de Pronto-atendimento

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Território Médio Rio das Contas...... 17

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Municípios que compõem o território, ano de criação e distância da capital...... 14

Quadro 2: Síntese dos principais fatos históricos no território...... 16

Quadro 3: Desafios e Potencialidades para o Desenvolvimento Sustentável e Solidário no TMRC...... 25

Quadro 4: Matriz de Ações do PTDSS do Território Médio Rio das Contas...... 31

Quadro 5: Processo de Acompanhamento e Monitoramento do PTDSS...... 49

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...... 10

DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO...... 13 Histórico do Território...... 13 Caracterização do Território...... 17 Aspetos geoambientais e sócioprodutivos...... 18 Aspectos socioeconômicos e socioculturais...... 22 Desenvolvimento Sustentável no TMRC: Desafios e Potencialidades...... 25 Dimensão ambiental...... 25 Dimensão socioeconômica e sociocultural...... 26 Dimensão socioprodutiva...... 27 Dimensão político institucional...... 28 MATRIZ DE OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E METAS...... 29 Matriz de Ações...... 30 Os Eixos de Desenvolvimento...... 31 Desenvolvimento Econômico e Ambiental com Inclusão Sócioprodutiva...... 31 Estrutura Fundiária e Acesso à Terra...... 36 Formação Cidadã e Organização Social...... 37 Infraestrutura e Serviços Públicos...... 39 GESTÃO, ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DO PTDSS...... 46 Acompanhamento e monitoramento do PTDSS...... 47 CONSIDERAÇÕES...... 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 51 ANEXOS

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APRESENTAÇÃO

O presente Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável e Solidário (PTDSS) do Território Médio Rio das Contas (TMRC) – Bahia, expressa a consolidação do esforço, do sentimento comum e coletivo compartilhado por uma diversidade de atores/agentes territoriais na busca pela construção de um desenvolvimento com sustentabilidade socioambiental, econômica, participação cidadã e justiça social.

O Plano está didaticamente dividido em três partes: na primeira apresenta-se um diagnóstico do TMRC indicando os principais desafios e potencialidades. A segunda traz a matriz de objetivos, estratégias e metas para o desenvolvimento territorial. E, a terceira parte apresenta a estratégia para a gestão executiva e social do PTDSS.

O PTDSS/TMRC enfatiza as demandas e anseios dos coletivos setoriais, da coletividade territorial que coabita um espaço multifacetado e complexo em suas múltiplas dimensões. Assim, apresenta um planejamento, para um horizonte de oito anos, no qual estão indicadas agendas de desenvolvimento com objetivos, estratégias e metas que, por sua vez, servirão de base para a construção dos Planos de Ações Setoriais Territoriais, tornando-se um importante instrumento de gestão, dinâmico e continuamente retroalimentado.

A sistematização da referida Matriz Estratégica encontra respaldo no Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (PNDRSS), aprovado por ocasião da II Conferência Nacional de Desenvolvimento Territorial Sustentável e Solidário – CNDRSS, realizada em 2013, em conformidade com a resolução nº. 100 de 22/12/2014 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CONDRAF, buscando compatibilizar os objetivos territoriais com a política expressa no âmbito nacional. Além disso, está intrinsecamente referendado nas Diretrizes Estratégicas do Plano Plurianual Participativo (PPA-P) 2016-2019, como também, na Lei Estadual 13.214/2014, os quais norteiam, fornecem as bases legais e legitimam a construção dos PTDRSS numa escala estadual.

Embasados nos princípios da Democracia, Sustentabilidade, Inclusão, Diversidade, Igualdade e Solidariedade e pautado na premissa da valorização das potencialidades da diversidade territorial, da dinamização econômica, qualidade de vida e igualdade

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de oportunidades e focado na construção de um arranjo institucional agregador, o PTDSS pretende ser um instrumento para o planejamento, a implementação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas no âmbito do TMRC.

O documento que hora se apresenta foi concebido através da escuta ampla, sensível e coletiva, por meio de uma sequência de atividades realizadas ao longo dos mais de seis anos que sucederam a construção do primeiro Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) no TRMC, apresentado no ano de 2010. Na ocasião realizou-se um extenso diagnóstico territorial na perspectiva de contemplar em seu planejamento as reais demandas da população. A primeira versão do PTDRS baseou-se em quatro pilares fundamentais, a saber: as bases econômicas, o perfil sociocultural, político-institucional e ambiental.

O processo de qualificação do PTDSS se desenvolveu de forma a atender as orientações da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) que traz uma visão inovadora das dinâmicas local e regional, chamando a atenção para a necessidade de se compreender o território a partir de uma nova visão complexa da ruralidade contemporânea no Brasil. Nesse contexto, o “campo” não pode ser concebido de forma isolada ou independente da dinâmica mais ampla, que nas sociedades modernas tem nas cidades a sua fonte impulsionadora. Os espaços rurais e as cidades, portanto, assumem crescentemente um caráter de interdependência, complementar e não de oposição (SEPLAN, 2016).

Através de uma metodologia democrática e participativa, diversas assembleias promovidas pelo Colegiado Territorial de Desenvolvimento Sustentável – CODETER, além da realização de Conferências Setoriais, municipais e territoriais, forneceram uma visão geral sobre a situação do território. Possibilitaram, também, a realização de um diagnóstico territorial atualizado e o levantamento consubstanciado das demandas apresentadas pela comunidade através das representações setoriais que compõem o CODETER, o qual assume o papel de amplo protagonista do processo.

A partir dessas atividades foram identificadas as demandas prioritárias, que serviram de base para elaboração da versão preliminar, sendo didaticamente organizadas em agendas específicas de desenvolvimento territorial. Tais Agendas foram qualificadas de forma coletiva nas respectivas Câmaras Temáticas, e também durante a realização das 1ª Oficina de Qualificação do PTDSS. Posteriormente realizou-se a 2ª oficina para

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apresentação e validação da versão final do Plano. Todas as atividades, bem como a sistematização do texto final do plano, foram realizadas como o apoio do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial – NEDET/CNPQq, que teve papel fundamental no processo de requalificação do plano. O NEDET, núcleo Médio Rio das Contas, atuou através da cooperação técnica colaborando no apoio e desenvolvimento de projetos, entre outras, nas áreas de inclusão produtiva e gestão social, além de prestar assessoria às atividades do Colegiado Territorial.

O CODETER Médio Rio das Contas foi instituído há aproximadamente uma década e, ao longo desse período, através do seu Núcleo Diretivo, tem organizado assembleias temáticas itinerantes buscando contemplar os interesses das diferentes comunidades territoriais em sua diversidade histórico-cultural, política, socioprodutiva, econômica e geoambiental. Nessa perspectiva, apoiou ainda a realização dos fóruns das Conferências Setoriais Municipais e Territoriais, colaborando no processo de consolidação desses espaços legítimos, consultivos e deliberativos, que expressam de maneira democrática a realidade vivenciada cotidianamente por seus habitantes. O Conselho é composto por mais de 60 entidades representativas, considerando a diversidade dos segmentos organizados e respeitando a representação do poder público e da sociedade civil, conforme estabelece a Lei Estadual 13.214/2014.

Nesse sentido, o território, através da atuação do Colegiado, é reconhecido como unidade de planejamento das políticas públicas, e sendo o PPA-P um potente instrumento de planejamento a escuta social “mobilizada, sensibilizada” pelo núcleo diretivo do Território Médio Rio das Contas (TRMC), apresenta-se como parâmetro obrigatório para efetivação do Plano, que deve respeitar as peculiaridades de cada território, bem como buscar as alternativas de desenvolvimento existentes com base em seus potenciais endógenos e no bem-estar da população.

Para além de apresentar uma (re) qualificação, o atual PTDSS espera alcançar o propósitos ao quais se dispõe: ser instrumento gerador e estimulador do fortalecimento e da organização contínua dos territórios; ser instrumento efetivo de planejamento e suporte à gestão social para o desenvolvimento dos territórios; ser expressão máxima, autêntica, dos anseios de uma comunidade territorial plural, ávida por ver suas demandas serem alvo de Políticas Públicas que as atendam em sua completude.

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DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO

Histórico do Território

O processo de ocupação do espaço que atualmente constitui o Território Médio Rio das Contas foi iniciado entre o final do século XVII e fins do século XVIII, decorrendo basicamente do sistema de sesmarias. Em virtude deste tipo de apropriação de terras, o povoamento da região pode ser caracterizado como lento e disperso. Na época do regime de sesmarias a ocupação se desenvolveu, predominantemente, em função da posse e do interesse dos sesmeiros, sem desenvolver alguma atividade econômica nos enormes latifúndios (PTDRS, 2010).

No início da ocupação a pecuária se constituiu como principal fator de povoamento da região, uma vez que proporcionava uma estrutura produtiva que atendia à autossuficiência. As fazendas de gado, além de desempenharem atividades de criação - em decorrência da importância atribuída à propriedade da terra nessa região, funcionavam como entreposto comercial (aluguel de postos, fornecimento de gêneros alimentícios, etc.). Tais fazendas passaram a assumir um importante papel catalisador, substitutivo, em grande parte, das vilas do litoral, tanto que as primeiras cidades surgidas se originaram das suas antigas sedes.

Outros vetores de povoamento surgiram com a descoberta do ouro nas regiões circunvizinhas, aliadas às lutas travadas entre os brancos colonizadores e os índios (mongóis, pataxós e maracás). Até o começo do séc. XIX, a região teve a sua economia fundamentada na pecuária e comércio, destinados a suprir o mercado interno.

Entretanto, no final do século XIX e início do século XX, a economia se consolidou não apenas devido ao rebanho bovino, mas também, através da nova atividade econômica que dinamizou à época, a região: a cultura do café. O século XX despontaria e a região, capitaneada por Jequié que se constituía como principal entreposto comercial, se encontrava em pleno surto de crescimento graças aos progressos da pecuária e da agricultura (SANTOS, 1957).

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No início do referido século a região abastecia de gado o Recôncavo, Salvador, o Sudeste e Sudoeste da Bahia e a bacia do Rio das Contas em geral. Era pelo curso navegável do rio, de mesmo nome, que iam e vinham as mercadorias, transportadas em sua maioria por árabes que juntamente com os negros, italianos e índios compuseram a matriz étnica da região. Em 1927, com a chegada da “Estrada de Ferro de Nazareth”, alcançou novo dinamismo e transformou-se numa das regiões administrativas mais importantes da Bahia.

A construção da rodovia Rio - Bahia (BR-116), que corta a região no sentido norte-sul contribuiu para o estabelecimento de uma nova dinâmica nas décadas de 1950 e 1960, uma vez que possibilitou uma maior integração da região em âmbito nacional, bem como contribuiu para a consolidação dos centros urbanos regionais. Atualmente, em virtude do modo de ocupação originário e do sistema econômico predominante que fora desenvolvido ao longo do processo de ocupação da região, o território apresenta-se como uma área com marcantes vazios demográficos.

A reconfiguração da economia, anteriormente baseada na circulação do gado para o desenvolvimento de atividades locais, permitiu o surgimento da grande maioria dos atuais municípios, conforme pode ser observado no quadro 1, que compõem a região, alguns dele, ainda hoje pouco integrados à economia regional.

Quadro 1: Municípios que compõem o território, ano de criação e distância da capital. Município Ano de Criação Distância de Salvador Área (km²) (Km) 1962 402 195,174 1989 353 150,686 1961 380 192,556 Nova 1903 430 856,886 Dário Meira 1962 388 400,330 1962 373 198,305 Ibirataia 1960 339 226,139 Ipiaú 1933 355 286,597 Itagi 1960 404 303,462 Itagiba 1958 377 810,340 1962 310 131,469 Jequié 1897 358 3.035,423 Jitaúna 1961 387 332,805 Manoel Vitorino 1962 395 2.400,228 Nova Ibiá 1989 320 180,701 Ubatã 1952 374 332,985 Fonte: SEI, Anuário Estatístico, 2002.

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Todos os municípios do território apresentam distância superior a 200 km da sua sede à capital, o que evidencia, numa primeira leitura, a pouca influência que essa exerce sobre o território, em termos de escoamento da produção, proximidade de algumas instituições governamentais e centros de pesquisa. Contudo, apesar de compartilhada com e Vitória da Conquista, Salvador ainda se configura como eixo principal de influência do território como um todo.

Com exceção de Apuarema e Nova Ibiá, que datam de 1989 seguindo uma tendência de proliferação de novos municípios verificada nos anos 1990, os demais municípios que integram o território estão historicamente constituídos em termos de sua ocupação com datas de emancipação até a década de 1960, sendo Jequié o mais antigo.

A pecuária e a agricultura foram a base do processo de ocupação, formação e desenvolvimento territorial no Médio Rio das Contas. Atualmente, essas atividades ainda se constituem como pilares do desenvolvimento através de uma marcante diversidade agropecuária que congrega expressiva mão de obra.

Alguns acontecimentos foram determinantes e marcaram, historicamente, o processo de desenvolvimento no território a partir de 1950, sobretudo, devido aos impactos socioeconômicos, ambientais e políticos deles decorrentes.

A partir das últimas décadas do século XX e início do XXI a região viu surgir um importante polo industrial, concentrado em Jequié, cidade que polariza esse território. A indústria caracteriza-se sobretudo, pelos ramos de confecção e produtos alimentícios. A chegada do Poliduto foi outro marco na história regional. Jequié passou a ser o principal centro de distribuição de derivados de petróleo do Estado. Com 365 km de extensão, abrangendo 22 municípios, o duto alcança todo o sul da Bahia, parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Em todo o território, o setor de serviços também desempenha papel de destaque na economia, empregando parcela substancial da população economicamente ativa.

Apesar de dispor de importantes ativos, o território não teve um crescimento sustentado ao longo do seu processo de formação e ocupação. Assim, experimentou ciclos, passando por períodos de importante crescimento (muitas vezes baseados em

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atração vinculada à política de isenção fiscal) e, em consequência, posterior retração. Uma síntese desses marcos históricos pode ser observada no quadro abaixo:

Quadro 2: Síntese dos principais fatos históricos no território. Período Fatos Naturais e Técnicos Principais Impactos Socioeconômicos, (dec.) Políticos e Ambientais Inundações nas áreas ribeirinhas; 1950 Grandes enchentes\inundações; Expulsão de famílias do campo; Reconfiguração no processo de expansão (ocupação de áreas mais elevadas, morros) (Santos, 1957); Aumento do desmatamento; Interferência na piracema; Grandes Inundações; Destruição das matas ciliares; Intenso desmatamento da caatinga; Contaminação do Rios de Contas\cromo; 1960 Desvio e barramento de rios e Aumento na distribuição de energia; riachos; Escoamento da produção (insuficiente); Construção da Barragem do Funil em Crescimento da produção agropecuária e Ubatã; comercial; Construção da BR 116; Controle das inundações na região ribeirinha; Construção da Barragem de Pedras Regularização da vazão; em Jequié; Redução das enchentes; Implantação do Curtume Aliança; Produção de energia (Hidrelétrica do funil); Desativação da Estrada de Ferro Geração de empregos; Nazareth; Contaminação do Rio de Contas; Degradação ambiental e poluição das águas; Aumento do desmatamento; Geração de empregos; Pavimentação da BR-330 e Escoamento da produção (insuficiente); 1970 construção da BA-130 Desenvolvimento educacional; Implantação do campus da UESB Dinamização comercial; (Jequié);

Início do ataque de Vassoura de Empobrecimento rural; bruxa à lavoura cacaueira; Desestruturação da Ceplac; Desmatamento da Mata Atlântica; Migração (êxodo rural); 1980 Crescimento urbano; Investimento em pesquisas e tecnologias (insuficiente); Aumento do desmatamento; Dinamização comercial; Implantação do Poliduto; Degradação ambiental e assoreamento do Rio Instalação de empresas (Ramarin/ das Contas; 1990 Vinilex/ Doce Mel); Geração de emprego e renda; Incremento do Parque Industrial Êxodo rural; Isenção Fiscal; Contaminação do Rio de Contas por atividades industriais; Implantação do campus da UNEB Desenvolvimento educacional; (Ipiaú); Impactos ambientais; Exploração de minérios (Mirabela); Geração de emprego e renda; A partir Instalação da Ferrovia de Integração Articulação territorial; de 2000 Oeste-Leste – FIOL; Desenvolvimento rural; Implantação do CODETER – TMRC; Aumento do Desemprego; Implantação do campus do IFBA (Jequié); Encerramento das atividades da FIOL; Fonte: PTDRS, 2010.

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Caracterização do Território

O Território do Médio Rio das Contas, cuja superfície é bastante específica, ocupa importante área do território estadual. Parte dele está inserido na faixa do semiárido baiano. Localizado na região Nordeste do Brasil, estado da Bahia, o TMRC é composto por 16 municípios, a saber: Aiquara, Apuarema, Barra do Rocha, , Dário Meira, Gongogi, Ibirataia, Ipiaú, Itagi, Itagibá, Itamari, Jequié, Jitaúna, Manoel Vitorino, Nova Ibiá e Ubatã (Figura 01). Destacam-se os municípios de Jequié e Ipiaú que se caracterizam como pólos comerciais e de prestação de serviços na região.

Apresenta uma posição geopolítica estratégica, uma vez que está localizado na parte central do estado e é servido por dois importantes eixos rodoviários pavimentados: a BR-116 e a BR-330. Essas rodovias possibilitam a convergência com a BR-101e com a estrutura portuária e aeroviária de Salvador e Ilhéus.

Território Médio Rio das Contas - Bahia

Figura 01: Território Médio Rio das Contas, Bahia. Fonte: SDT, 2015.

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Aspetos geoambientais e sócioprodutivos

O TMRC abrange uma área de 9.903,7 km², equivalente a 1,8% do território do Estado. Possui parte de suas áreas sob influência predominante de clima semiárido com precipitações médias anuais variando de 500 a 800 mm (chuvas concentradas principalmente entre os meses de outubro a março) e outra parte com clima subúmido a úmido que apresentam índices pluviométricos entre 1.100 a 2.000 mm (chuvas melhor distribuídas durante o ano). As temperaturas variam bastante registrando-se índices que vão de 13ºC a 40ºC, no decorrer do ano. A amplitude térmica é acentuada, principalmente na zona semiárida do território.

Do ponto de vista hídrico o TMRC apresenta uma importante rede de drenagem, composta por rios perenes e intermitentes. Tem como principal manancial o Rio das Contas que apresenta 550 Km de extensão e nasce na Chapada Diamantina, na Serra das Trombas. Seus afluentes, na margem direita, são os rios: Antônio, Gavião e Gongogi. Na margem esquerda os rios: São João, Sincorá e Jacaré. O grande potencial hidrográfico é observado também nas importantes quedas d’água dos rios Pau-Brasil, Provisão, Calado e Rio Branco e, também, do Rio das Contas. Tal potencial é aproveitado para a geração de energia elétrica, através da Barragem de Pedras, que apresenta um espelho d’água se estendendo por cerca de 80km. Sua hidroelétrica com 20.007(kw) de potência é administrada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF (SEI, 2010).

Com uma paisagem que contrasta da aridez ao verde, o atual território tem muitos atrativos para o desenvolvimento do turismo ecológico e histórico através do seu patrimônio cultural material e imaterial e das paisagens naturais. Apresenta formações rochosas interessantes, vastas áreas de florestas (mata atlântica, mata de cipó e caatinga), fauna e flora diversificada, grandes lagos de barragens como a Barragem de Pedra, rios, riachos e diversas lagoas e cachoeiras.

No que se refere as características pedológicas, os Argissolos Vermelho-Amarelos compõem as classes de solos predominante, representando aproximadamente 47% dos solos existentes na região, seguido de Cambissolos Háplicos e Latossolos

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Vermelho-Amarelos que correspondem a 23% e 18% da área do território, respectivamente. Destaca-se a presença de seis unidades geomorfológicas: Patamares do Médio Rio de Contas, Pediplano Sertanejo, Planalto dos Geraizinhos, Serras e Maciços Pré-litorâneos, Serras Marginais e Maciço Central e Tabuleiros Pré- litorâneos.

Poucas áreas se encontram legalmente protegidas, tendo sido identificadas quatro unidades de conservação, que estão total ou parcialmente inseridas nesse território. A área total protegida é de cerca de 28.079 ha e corresponde a 2,84% do território. Mais de 95% das áreas protegidas são de proteção integral e, entre estas, a unidade que se destaca é o Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova. Criado através de decreto presidencial, em 10 de junho de 2010, o Parque Nacional de Boa Nova e o Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova, com uma área de aproximadamente 15.016 ha, estão inseridos nos municípios de Dário Meira, Boa Nova e Manoel Vitorino. Em termos percentuais a área desta unidade de conservação é distribuída nos municípios citados nas seguintes proporções: 5,7%, 86,9% e 7,4%, respectivamente.

O Parque Nacional de Boa Nova abrange uma transição entre florestas úmidas, ao leste, e a vegetação seca da Caatinga, ao oeste, onde ocorre a Mata de Cipó – uma das fitofisionomias mais ameaçadas da Mata Atlântica, com apenas 2,6% de remanescentes preservados. No que tange a questão dos registros de sítios arqueológicos, estudos realizados pelo Bahia Arqueológica apontam para sua ocorrência em Manoel Vitorino, conhecida por registros em rochas. Não se identificaram registros espeleológicos no território.

No que diz respeito a comunidades remanescentes quilombolas, segundo dados do Projeto GeografAR e CDA do ano de 2012, foram identificados dois aglomerados concentrados nos municípios de Jequié e Nova Ibiá. De acordo com dados fornecidos pelo Projeto GeografAR, no ano de 2011, as associações de pescadores estão distribuídas nos municípios de Dário Meira, Gongogi, Jequié e Ubatã, estimando um universo total de cinco comunidades pesqueiras artesanais.

Os impactos ambientais acumulados nesse território foram avaliados em relação aos potenciais poluidores dos empreendimentos e atividades econômicas. No que se refere aos empreendimentos mapeados pela FIEB (2012), o TMRC apresenta um total de 148 indústrias, a maior parte concentrada no município de Jequié, com pouco mais

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de 74% dos empreendimentos levantados. A partir desse mapeamento, aproximadamente 63% das indústrias foram classificadas como sendo de baixo potencial poluidor, concentrando-se, principalmente, nos municípios de Jequié (72) e Ipiaú (11).

Os segmentos que mais se destacam em quantidade neste grupo, são os setores de fabricação de alimentos e bebidas (41%) e de fabricação de produtos têxteis, de artigo de vestuário e acessórios, de artigos e artefatos de couro (34%). As indústrias classificadas como de médio potencial poluidor representam 24% do total das atividades mapeadas e concentram-se em sua maioria nos municípios de Jequié (22) e Ipiaú (8).

Existe destaque para algumas empresas nestes municípios, voltados para a construção de edifícios, instalações elétricas, incorporação de empreendimentos imobiliários, construção de rodovias e ferrovias, obras de terraplenagem e outros serviços especializados para construção. O segmento mais representativo neste grupo é o de fabricação de alimentos e bebidas, com quase de 42% dos negócios.

As indústrias com alto potencial poluidor, por sua vez, representam 13% do total. Em Jequié, se destacam atividades voltadas para a extração de pedra, areia e argila e geração de energia elétrica, enquanto em Itagibá, há extração de minerais metálicos não ferrosos. Os demais segmentos com alto potencial poluidor são representados, sobretudo, pelo setor de fabricação de artefatos de material plástico e de minerais não- metálicos, respondendo por 58% dos projetos desse grupo.

As atividades relacionadas com a agricultura que mais se destacam no território são os cultivos de café, mandioca, milho e maracujá, banana e cacau sendo consideradas de médio potencial poluidor de acordo com o Decreto Estadual nº 14.032/12.

Com relação à pecuária extensiva no território, essa atividade está relacionada com o potencial poluidor médio e, conta com 289,9 mil cabeças de gado (IBGE, 2010). Os municípios de Jequié, Itagibá e Manoel Vitorino destacam-se por concentrar em torno de 54% da quantidade de bovinos. Por outro lado, o município de Ubatã aparece como o menos expressivo, com 2.844 cabeças.

O grupo de criações confinadas é caracterizado pelo alto potencial poluidor, tendo em vista a criação de bubalinos, muares e equinos. A criação de bubalinos exibe os

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menores números, ocorrendo na maioria dos municípios do território, com destaque para o município de Itagibá. A criação de equinos apresenta valores intermediários entre bubalinos e muares e é destaque em Jequié, Itagibá e Boa Nova com 48% do total do rebanho.

No grupo das criações confinadas com potencial poluidor médio, chama atenção o grupo das aves (615 mil cabeças). Apuarema é o município que traz indicações de maior expressividade no arranjo mencionado, com cerca de 61% do total de aves. As criações de caprinos (29 mil cabeças), ovinos (21,7 mil cabeças) e suínos (13 mil cabeças) ocorrem de maneira menos expressiva em quase todos os municípios, com destaque para os municípios de Manoel Vitorino, nos dois primeiros arranjos mencionados, e Jequié na criação de suínos. Para os empreendimentos vinculados à agricultura familiar, o território ocupa a 22ª posição em número de estabelecimentos no estado da Bahia, apresentando um número baixo quando comparado a maioria dos territórios do Estado. Em 2006, este território apresentou pouco mais de 10 mil estabelecimentos de agricultura familiar, os quais se enquadram como médio potencial poluidor.

O TMRC possui como principais arranjos produtivos rurais a caprinocultura/ovinocultura e os cultivos de café, mandioca e cacau. A caprinocultura/ovinocultura é bastante primitiva nesta região. O arranjo é executado de forma extensiva e configura uma atividade predominantemente familiar, geralmente intercalada com outras atividades.

No que diz respeito à mineração, o território apresenta uma diversidade de minérios. A instalação, em 2007, da mineradora Mirabela Mineração do Brasil, através do projeto Santa Rita, no município de Itagibá explorou, até 2015, essa região com uma produção anual estimada em 150 mil toneladas de concentrado com teor de níquel de 13%. A empresa explorou a primeira jazida de níquel sulfetado na Bahia, sendo a maior descoberta na América do Sul nos últimos 10 anos.

Para a qualidade ambiental, foram analisados os principais potenciais poluidores que comprometem a qualidade das águas superficiais, do ar e do solo, além de indicar as ocorrências das principais áreas importantes para a conservação da biodiversidade.

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Encontram-se neste território dezenove (19) empreendimentos industriais que desenvolvem atividades com potencial de poluição das águas superficiais e do ar, comprometendo sua qualidade. Essas atividades estão voltadas, principalmente, para agroindústria, indústria alimentícia e de bebidas, e se concentram no município de Jequié.

As queimadas, fator de redução da qualidade do solo, foram identificadas, principalmente, em nove municípios do território, estando concentradas especialmente no município de Boa Nova. Observando-se a questão do uso da terra e da cobertura vegetal, verificou-se que o tipo de uso predominante se refere às atividades agropecuaristas, ocupando cerca de 42% da área territorial. A cobertura vegetal nativa é mais representativa, ocupando uma área total de aproximadamente 55% do território.

Na análise dos fatores que comprometem a qualidade do solo, tratando-se da inadequada disposição final dos resíduos sólidos, grande parte dos municípios apresentam “lixões” como alternativa de disposição. Apenas o município de Jequié possui aterro sanitário convencional para dispor de forma mais adequada os resíduos. Contudo, não se identifica a existência de planos municipais de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, bem como a pratica da coleta seletiva.

Aspectos socioeconômicos e socioculturais

No que se refere aos aspectos demográficos, a população está desigualmente distribuída no território, concentrando-se nos municípios Ipiaú e Jequié. O TMRC possui população de 366.507 habitantes, o que representa no cenário estadual 2,6% da população. A maior parte da população, cerca de 286.405 (78,5%) habitantes vivem na zona urbana e 80.102 (21,5%) da zona rural. No entanto, excetuando-se Jequié e Ipiaú, a população rural no território passa a representar 53% da população total do território (IBGE, 2010).

Apresenta densidade demográfica de 53,51 hab/Km2. Número considerado alto se comparado com a média estadual de 24,23 hab/ Km2. Deve-se salientar que a alta

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densidade demográfica ocorre em particular devido a elevada taxa de urbanização dos municípios de Jequié e Ipiaú, que somados abrigam aproximadamente 200 mil habitantes. Entre os anos de 2000 e 2010, notou-se uma diminuição da população total no território que passou de 389.293 em 2000 para 366.507 em 2010, uma variação de 5,85%. Com relação à população rural, houve uma redução de 30,53%.

Apesar da melhora significativa nos primeiros anos deste século, os indicadores socioeconômicos evidenciam uma realidade caracterizada pela concentração da propriedade e da renda. Esse contexto explica, em parte, a alta taxa de urbanização na maioria dos municípios. Grande concentração de terras e renda. As pequenas propriedades, apesar de ser a grande maioria em praticamente todos os municípios (estabelecimentos familiares são predominantes em 11 dos 16 municípios), seguem uma tendência da estrutura fundiária existente no país: muitos estabelecimentos com área reduzida e, algumas grandes propriedades que concentram vastas áreas de terra.

Foram identificados mais de 10.641 produtores rurais agrícolas, 13 projetos de assentamentos, sendo 7 deles em Jequié, com cerca de 460 famílias assentadas. O maior número de estabelecimentos familiares agrícolas é encontrado no município de Jequié (1846 estabelecimentos), seguido de Manoel Vitorino (1.403) e Boa Nova (1.036).

De acordo com a classificação do PNUD (2010), grande parte dos municípios do território apresenta Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo (abaixo de 0,600), com exceção de Jequié e Ipiaú que alcançaram IDH médio em 2010 (0,665 e 0,670 respectivamente). Os índices de extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00) e de vulneráveis a pobreza são elevados, chegando a 30% e 82,27%, respectivamente, em Dário Meira e 26,47% e 85, 24%, respectivamente, em Manoel Vitorino.

Em média, possui IDH inferior ao índice estadual e nacional (0,693 e 0,766, respectivamente). No entanto, ao excluirmos os dois maiores municípios da região, o IDH médio apresenta uma queda expressiva, indo de 0,686 para 0,564. Para os municípios com maiores IDH, destaca-se o componente educacional na formação do índice. O componente do IDH que mais influencia negativamente na média dos

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municípios é a renda. A renda per capta reflete esse cenário estando, em 2010, abaixo da média estadual e nacional.

Os índices educacionais refletem essa realidade de pobreza e subdesenvolvimento de forma preocupante sendo premente a intervenção a partir de políticas públicas, em áreas estratégicas como educação, esporte, cultura e lazer. Os dados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) demonstram que os municípios do território se encontram na faixa dos piores índices IDEB, nos âmbitos estadual e nacional. No geral, as taxas de escolarização apresentam baixos indicadores.

Em relação à mortalidade infantil os municípios apresentam índices superiores à média do estado. Uma exceção importante é o município de Jitaúna, que apresenta mortalidade infantil abaixo da média nacional. Nos demais, este coeficiente apresentou pequena diminuição – parte deve-se, provavelmente, a melhoria na coleta de dados, assim como ampliação das informações sobre noções básicas de higiene e alimentação.

A partir da análise dos indicadores socioeconômicos observa-se que existe uma desigualdade intrarregional. Essa disparidade econômica e social entre os municípios do território caracteriza-se por apresentar municípios com melhores índices, como Jequié e Ipiaú que se destacam como polos econômicos e com IDH superiores, e os demais municípios com problemas relacionados, principalmente, à má distribuição de renda. Assim, se faz necessário pensar formas e alternativas de incremento das políticas públicas no sentido de atender a esta realidade, sobretudo no que se refere aos indicadores renda e educação.

Desenvolvimento Sustentável no TMRC: Desafios e Potencialidades

O estabelecimento de um modelo de desenvolvimento territorial multidimensional, focado nas dinâmicas territoriais e nas inter-relações dos agentes que compõem, modelam e transformam o espaço depende, sobretudo, da análise dos pontos de tensão, que entravam esse processo.

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Nessa perspectiva, a partir de uma análise aprofundada da dinâmica territorial apresentada no PTDRS, elaborado em 2010, da apreciação de documentos provenientes de Conferências Setoriais Municipais e Territoriais, dos registros de atas das assembleias do CODETER, ao longo desse período, e de documentos orientadores como o Guia de Elaboração (SEPLAN), entre outros, se formulou um quadro síntese indicando os limites e as potencialidades para o desenvolvimento no TMRC.

Tal avaliação é apresentada a partir de uma visão multidimensional do desenvolvimento, englobando as dimensões geoambiental, socioeconômica, sociocultural, educacional e político-cultural. Esse procedimento foi fundamental para a estruturação posterior da matriz de ações com os objetivos, estratégias e metas do PTDSS.

Quadro 3: Desafios e Potencialidades para o Desenvolvimento Sustentável e Solidário no TMRC

DIMENSÃO AMBIENTAL

DESAFIOS – Dimensão Ambiental ▪ Inexistência de Legislação Ambiental em nível municipal e territorial; ▪ Modelo de produção insustentável com base na prática indiscriminada de queimadas e uso de agrotóxicos, além de uso de energia de alto custo para a produção agrícola, e práticas de cultivo e criação que levam a graves problemas ambientais como o índice crescente de desertificação no território; ▪ Existência de problemas ambientais que afetam: a) os solos – desertificação e queimadas; as águas - assoreamento dos rios e açudes, destruição de matas ciliares, nascentes e presença de resíduos de agrotóxicos nas águas superficiais e subterrânea, presença de contaminantes (metais tóxicos); b) a fauna e a flora - extinção de espécies animais e vegetais, desmatamento, queimadas, ocupação de áreas de leito de rios nos centros urbanos; ▪ Ausência de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos nos municípios; ▪ Destinação inadequada de resíduos sólidos; ▪ Inexistência de políticas de aproveitamento do lixo como fonte de renda e trabalho; ▪ Baixo número de Áreas de Proteção Ambiental; ▪ Fragilidade das Instituições (INEMA, Secretarias de Meio Ambiente, Conselhos de Meio Ambiente) na fiscalização das unidades de conservação e das atividades que impactam negativamente o meio ambiente. ▪ Ausência e/ou insuficiência de Projetos de Educação Ambiental nas instituições de Ensino.

POTENCIALIDADES – Dimensão Ambiental ▪ Existência de órgãos de fiscalização e controle do uso dos recursos naturais no território, a exemplo do INEMA e presença de Secretarias de Meio Ambiente em alguns municípios do território; ▪ Presença de Instituições de Ensino capacitadas para ofertar formação em Gestão e Educação Ambiental; ▪ Diversidade de riquezas naturais; ▪ Ampliação do acesso à água através da construção de cisternas; ▪ Criação de Conselhos Municipais de Meio Ambiente nos municípios onde ainda não existem; ▪ Existência de Comitês de Bacias Hidrográficas e da Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente;

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▪ Atores sociais e de organização não-governamentais (ONGs) sensibilizados para a importância da implantação de novas práticas que visam a redução do lixo. ▪ Capacitação em coleta seletiva de lixo em alguns municípios; ▪ Experiências exitosas de comercialização de recicláveis; ▪ Existência da Política Nacional de Resíduos Sólidos ▪ Elaboração e implementação de programas de educação ambiental e de programa de revitalização do Rio das Contas e seus afluentes. ▪ Existência de grandes áreas com vegetação nativa e improdutiva, principalmente na região semiárida do território, para fins de preservação;

DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA

DESAFIOS – Dimensão Socioeconômica

▪ Baixos níveis de tecnicidade da produção agropecuária; ▪ Modelo de produção rural insustentável com base na prática indiscriminada de queimadas e uso de agrotóxicos, além de uso de energia de alto custo para a produção agrícola; ▪ Política Pública de ATER deficitária, observando-se redução de técnicos nas instituições executoras, tendo como uma de suas consequências o uso ineficiente do crédito rural; ▪ Precariedade ou inexistência de equipamentos (agroindústrias) para o processamento de produtos que formam as diversas cadeias produtivas no território como: mel, cacau, umbu, mandioca, leite; ▪ Problemas gerais de comercialização da produção da agricultura familiar com forte presença dos atravessadores, deficiência ou ausência de logística para realização de feiras e dificuldades de escoamento da produção; ▪ Baixo nível de organização dos agricultores familiares tanto no âmbito da produção quanto da comercialização, acentuada pelo descrédito no associativismo e cooperativismo; ▪ Problemas de infraestrutura logística, que atenda às demandas de serviços mais especializados a exemplo da ausência de aeroporto, serviços limitados ou precários de telefonia e internet; ▪ Precariedade de alguns trechos das rodovias e das estradas vicinais, ausência de pontes e bueiros em alguns pontos do território; ▪ Precariedade ou ausência de serviços de infraestrutura urbanos como pavimentação de ruas, iluminação pública, transportes coletivos; ▪ Ausência de eletrificação rural e água tratada em algumas regiões do território; ▪ Ausência de serviços de atendimento aos agricultores familiares nos âmbitos municipal e territorial (SETAF e SEMAF); ▪ Ausência de instrumentos de medição e de medidas materializadas focadas nas cadeias produtivas das indústrias do território, em nível territorial, por parte dos órgãos responsáveis (SEI, IBGE); ▪ Fragilidade e/ou inexistência de associações comerciais e/ou industriais em alguns municípios do território.

POTENCIALIDADES – Dimensão Socioeconômica ▪ Localização estratégica com presença de rodovias pavimentadas, federais e estaduais, e, possibilidade de implantação de porto seco com acesso a Ferrovia de Integração Oeste-Leste; ▪ Reservas hídricas abundantes com presença de barragens rios perenizados e áreas favoráveis à fruticultura irrigada, à horticultura e ao cultivo de vazantes; ▪ Existência de algumas iniciativas de produção sustentável e agroecológica como quintais produtivos, cacau orgânico e agroecológico; ▪ Diversidade de cadeias produtivas como caprinocultura, piscicultura, apicultura, cacauicultura; mandiocultura, entre outras; ▪ Avanços nas atividades pecuárias com ampliação da criação de galinhas caipiras; ▪ Os recursos naturais e equipamentos sociais existentes no território favorecem a prática do ecoturismo, do turismo rural e turismo de eventos; ▪ Existência de espaços de comercialização para a agricultura familiar no território. ▪ Presença de associações comunitárias e cooperativas de produtores; ▪ Programas do governo federal voltados a garantia da segurança alimentar, acesso água e apoio a agricultura familiar (PRONAF, Plano Safra, PROINF) e outros programas como o Luz para Todos; ▪ Presença órgãos não governamentais executoras de ATER e das Bases de Serviços de Comercialização; ▪ Presença de órgãos federais que executam medição e levantamento da produção como o IBGE;

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▪ Centro industrial na cidade sede do território e rede de comércio e prestação de serviços neste e em outros municípios do território;

DIMENSÃO SOCIOCULTURAL E EDUCACIONAL

DESAFIOS – Dimensão Sociocultural e Educacional

Nos aspectos sociais e da saúde: ▪ Inexistência e/ou insuficiência de equipamentos públicos para atendimento à população do território, tais como centros de convivência, centros de tratamento específicos, hospitais de níveis secundários e terciários, serviços do SAMU, unidades de saúde, equipamentos socais (CREAS, CAPs), e aterros sanitários; ▪ Deficiência e/ou insuficiência e falta de qualidade na prestação de serviços à população do território nas áreas social, de saúde e saneamento público; ▪ Deficiência, insuficiência e rotatividade de profissionais e alta mercantilização dos serviços médicos. ▪ Ausência e/ou insuficiência de programas específicos para o enfrentamento de problemas graves nas áreas social e de saúde no território relacionados a gravidez na adolescência, tratamento de dependentes químicos e álcool, hanseníase, tuberculose, HIV, doenças do aparelho circulatório, hipertensão, cardiopatia e diabetes; ▪ Deficiência e/ou insuficiência e rotatividade de profissionais nos setores do poder judiciário; ▪ Ineficiência e/ou ausência de secretarias específicas de Assistência ou Desenvolvimento Social em alguns municípios do TMRC; ▪ Ausência de políticas específicas voltadas para pessoas com necessidades especiais (Pessoas com Deficiência);

Nos aspectos educacionais e culturais: ▪ Inexistência e/ou insuficiência de equipamentos públicos para atendimento à população do território, tais como bibliotecas, salas de multimeios, laboratórios de ciência e informática, espaços culturais, refeitórios, quadras esportivas; escolas do campo e transporte escolar; ▪ Deficiência e/ou insuficiência e falta de qualidade na prestação de serviços à população do território nas áreas de educação e cultura, que se refletem em problemas de evasão escolar alta, reduzido número de matrículas de educação infantil, drogas e violência nas escolas; ▪ Baixos indicadores educacionais a exemplo do IDEB, estando entre os menores do Estado; ▪ Rotatividade de profissionais da educação, falta de qualificação e capacitação dos profissionais da cultura, baixa remuneração para os profissionais da área de educação e cultura; ▪ Relações clientelistas no sistema educacional, falta de dotação orçamentária nas Secretarias Municipais para a cultura e desvalorização da cultura local. ▪ Ausência ou fragilidade das Secretarias Municipais de Cultura; ▪ Depredação do patrimônio histórico material e do capital natural, importantes vias de turismo no território; ▪ Ausência de mapeamento do potencial turístico territorial com vistas a criação de um calendário ou roteiro turístico de forma articulada.

POTENCIALIDADES – Dimensão Sociocultural e Educacional ▪ Nos aspectos sociais e da saúde: ▪ Políticas públicas importantes como o SUS, Brasil Sorridente, Programa Saúde da Família, UPA e Programa de Cisternas. ▪ Profissionais de saúde competentes e um polo de educação permanente para os profissionais de saúde. ▪ Políticas de saúde no território alinhadas com o sistema SUS; ▪ Equipamentos públicos de saúde de grande e médio porte no território; ▪ Centros de Formação Universitários, públicos e privados, de profissionais na área da saúde e afins; ▪ Associações e organizações filantrópicas formada por diferentes coletivos das pessoas e familiares de pessoas com deficiências;

Nos aspectos educacionais e culturais: ▪ Políticas públicas educacionais como FNDE, PNAE e PAA, Caminho da Escola, Brasil Alfabetizado e Regulamentação do Piso Nacional dos Professores;

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▪ Melhoria dos indicadores do IDEB em alguns municípios do território; ▪ Diversidade cultural e ambiental; ▪ A criação de fóruns de debate sobre educação, cultura e turismo e a consolidação do Comitê Temático da Cultura no Colegiado Territorial. ▪ Centros de Formação Superior Universitários públicos (IFBA, UESB, UNEB) e privados (diversos); ▪ Processo eletivo democrático dos gestores escolares no âmbito estadual e, em alguns municípios; ▪ Crescente interesse social, com turistas interessados no ecoturismo, turismo de experiência ou ecológico;

DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

DESAFIOS – Dimensão Político-Institucional

▪ Baixo nível de organização dos agricultores familiares tanto no âmbito da produção quanto da comercialização, acentuada pelo descrédito no associativismo e cooperativismo; ▪ Insuficiente interlocução entre as diversas instituições instaladas no território para a gestão de políticas públicas; ▪ Baixa participação dos prefeitos e outros gestores públicos municipais no Colegiado Territorial; ▪ Fragilidade de algumas instituições públicas resultando em baixo nível de envolvimento no acompanhamento de projetos territoriais; ▪ Insuficiente integração da sociedade civil para participar da gestão social dos projetos e ações no território; ▪ Falta de envolvimento das equipes técnicas locais na elaboração de projetos de amplitude territorial; ▪ Ausência ou pequeno número de assessores técnicos contratados para organizar os coletivos no âmbito territorial; ▪ Ausência de práticas políticas democráticas, a exemplo do Orçamento Participativo, na gestão pública municipal; ▪ Ausência ou fragilidade e ineficiência dos Conselhos Gestores municipais; ▪ Fragilidade no processo de articulação política entre os gestores públicos municipais no território, comprometendo a perspectiva do desenvolvimento territorial integrado e multidimensional; ▪ Baixo nível de transparência pública nos municípios do território.

POTENCIALIDADES – Dimensão Político-Institucional ▪ Funcionamento e fortalecimento das instâncias do Colegiado Territorial, incluindo a (re) estruturação do Comitê de Mulheres e Juventude; ▪ Capacidade de mobilização e articulação social e política do CODETER; ▪ Presença de organizações não-governamentais de controle social no município sede do território (Observatório Social de Jequié); ▪ Presença de alguns Conselhos Gestores efetivos e atuantes; ▪ Presença de instituições capacitadas para ofertar formação aos conselheiros municipais; ▪ Compromisso e participação efetiva da maioria dos coletivos organizados do território; ▪ Presença de consórcio intermunicipal de gestores públicos (CIMURC); (Fonte: PTDRS, PTDSS).

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MATRIZ DE OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E METAS

A estruturação da matriz que contempla os objetivos, as estratégias e as metas do presente plano buscou compatibilizar suas diretrizes com o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PNDRSS). A matriz estratégica de ações está organizada em Eixos de Desenvolvimento, a saber: Desenvolvimento Econômico e Ambiental com Inclusão Sócioprodutiva; Estrutura Fundiária e Acesso à Terra; Formação Cidadã e Organização Social; Infraestrutura e Serviços Públicos.

No que diz respeito ao Eixo 1, “Desenvolvimento Econômico e Ambiental com Inclusão Sócioprodutiva”, busca-se expressar as demandas referentes ao desenvolvimento socioeconômico pautado na sustentabilidade e em todos os seus pilares. Assim, através dos objetivos, das estratégias e das metas traçadas para esse Eixo, espera- se alcançar, num curto prazo, um processo de organização social e econômica do Território Médio Rio das Contas segundo suas potencialidades, capaz de promover uma dinamização do desenvolvimento de forma sistêmica e sustentável, assegurando o desenvolvimento socioeconômico e ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia, com ampliação da renda, da produção e da disponibilidade e acesso a alimentos saudáveis. Além disso, espera-se, de forma articulada com diversos agentes e setores: Fomentar o desenvolvimento das atividades industriais e comerciais no Médio Rio das Contas; Recuperar e fortalecer a cacauicultura no território, em bases sustentáveis, com foco na verticalização da produção; Garantir suporte técnico e financeiro para fortalecimento e ampliação das cadeias produtivas do território.

O Eixo 2 aborda os objetivos concernentes a questão da “Estrutura Fundiária e Acesso à Terra”. Através das estratégias e metas definidas busca-se sobretudo, promover a reforma agrária, a democratização do acesso à terra e aos recursos naturais no território num horizonte de oito anos. Assim, espera-se alcançar um processo contínuo e profundo de redução das desigualdades sociais, locais e intrarregionais, tão marcantes nesse território.

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No que se refere ao Eixo 3, “Formação Cidadã e Organização Social”, são apresentadas as estratégias e metas para promover a gestão e a participação social na implantação, no monitoramento e na avaliação das políticas públicas.

O Eixo 4, por sua vez, trata das questões referentes à “Infraestrutura e Serviços Públicos”. Nesse sentido, espera-se, principalmente, universalizar e qualificar a educação básica, com oferta de educação em tempo integral e ampliação da modalidade de educação tecnológica profissionalizante bem como, de nível superior, alinhada às demandas territoriais. Além disso, busca-se: Fortalecer o direito à saúde e a garantia de acesso à atenção da qualidade no SUS; Fortalecer os serviços de proteção social básica e especial da assistência social, voltadas ao público em situação de vulnerabilidade e risco social do médio rio das contas; Reduzir a violência e a criminalidade na cidade e no campo; Articular as políticas de cultura e turismo no sentido de fortalecer essas atividades com foco na inserção do Médio Rio das Contas nas “rotas do turismo”.

Na perspectiva de um desenvolvimento holístico e integrado, focado no atendimento dos pleitos evocados pelas minorias, com vistas a redução das injustiças sociais e em busca do estabelecimento de uma sociedade cada vez mais justa e democrática, espera-se ainda, de forma transversal: Promover a autonomia das mulheres por meio da garantia do acesso à terra e à cidadania, da organização produtiva, gestão econômica e qualificação das políticas e serviços públicos; promover a autonomia e a emancipação da juventude rural por meio da qualificação das políticas e serviços públicos, com ênfase nas políticas educacionais e da organização produtiva; promover o etnodesenvolvimento, valorizando a agrobiodiversidade e os produtos da sociobiodiversidade.

Matriz de Ações

O quadro abaixo apresenta a Matriz de Ações que sintetiza e organiza o planejamento territorial no Território Médio Rio das Contas, para um universo de oito anos, com seus objetivos, estratégias e metas estruturadas, conforme os respectivos eixos de Desenvolvimento Territorial Sustentável e Solidário.

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Quadro 4: Matriz de Ações do PTDSS do Território Médio Rio das Contas

EIXO DE DESENVOLVIMENTO 01: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E AMBIENTAL COM INCLUSÃO SÓCIOPRODUTIVA

OBJETIVO A: Fomentar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar e a agroecologia, com ampliação da renda, da produção e da disponibilidade e acesso a alimentos saudáveis (PNDRS).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Fomentar projetos de modernização e implantação de 1.1. Implantar (cinco) 05 Agroindústrias com foco nas cadeias produtivas do território agroindústrias (PPA). (PTDSS);

2. Estimular a comercialização dos produtos da 2.1. Implantar dois (02) armazéns da Agricultura Familiar sediados nos municípios de Ipiaú e agricultura familiar (PPA). Jequié (PPA);

3. Estimular a produção e consumo dos produtos da 3.1. Implantar o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária - SUASA territorial agricultura familiar, orgânicos e agroecológicos, através (Consultor); de apoio técnico (Câmara Temática de Segurança Alimentar e Nutricional). 3.2. Criar um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (OPAC), fundamental à certificação de produtos orgânicos (Câmara Temática de Segurança Alimentar e Nutricional);

4. Viabilizar a inserção dos produtos da agricultura 4.1. Implantar nos 16 municípios do território Feiras da Agricultura Familiar, orgânicas e familiar nos mercados formais, institucionais e agroecológicas (Câmara Temática de Segurança Alimentar e Nutricional); solidários (PTDSS).

5. Consolidar a Feira Territorial da Agricultura Familiar 5.1. Aumentar em 50% a participação dos Agricultores Familiares na Feira Territorial da (Câmara Temática de Segurança Alimentar e Agricultura Familiar (Oficina Territorial); Nutricional).

6. Implementar infraestrutura hídrica para a oferta de 6.1. Universalizar o acesso às tecnologias sociais para captação e reserva de água de chuva água de uso múltiplo e sustentável, com qualidade e para produção de alimentos, consumo humano e animal das propriedades da agricultura familiar em quantidade suficiente (PPA). (PPA);

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7. Ofertar Assistência Técnica (ATER) continuada para 7.1. Prestar serviços continuados de ATER para 10.456 estabelecimentos da Agricultura os agricultores (PPA). Familiar, povos e comunidades tradicionais, assentados de reforma agrária, jovens e mulheres (PPA);

8. Implementar processo de aquisição institucional dos 8.1. Capacitar, mediante apoio técnico e formativo, gestores públicos e agricultores familiares produtos da agricultura familiar (Câmara Temática de visando a aplicação dos recursos dos Programas de PAA/ PNAE nos 16 municípios do território Segurança Alimentar e Nutricional). (II Oficina Requalificação PTDSS);

9. Efetivar o programa luz para todos na área rural (PPA). 9.1. Promover a expansão do acesso à energia elétrica no meio rural, com ênfase no semiárido (PPA);

10. Desburocratizar o acesso as linhas de crédito do 10.1. Promover a revisão e execução dos processos de acesso às linhas de crédito do PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Conf. Territorial ATER); Familiar PRONAF (CONFERÊNCIA TERRITORIAL DE ATER).

11. Implantação do SETAF territorial e dos SEMAFs 11.1. Melhorar o acesso e a qualidade dos serviços prestados à Agricultura Familiar com municipais (Conferência Territorial de ATER). ampliação em 20% da Assistência Rural (ATER) (Conf. Territorial ATER);

12. Implementar a política territorial de desenvolvimento 12.1 Formular a Política Territorial de Desenvolvimento Sustentável (II Oficina Requalificação sustentável oferecendo apoio técnico (II Oficina PTDSS); Requalificação PTDSS). 12.2. Implantar os Conselhos Municipais de Meio Ambiente em todos os municípios do TMRC (II Oficina Requalificação PTDSS);

12.3. Recuperar 30% das áreas degradadas e proteção das Matas Ciliares da Bacia, sub-bacia e afluentes do Rio das Contas (II Oficina Requalificação PTDSS);

12.4. Criar 3 Bancos de Sementes e Germoplasma para preservar a identidade genética dos Biomas dispostos no território (PTDRS);

12.5. Implantar 02 Cooperativas de Catadores de Coleta Seletiva e classificação nos municípios do território (PTDRS);

12.6. Implantar uma (01) usina de reciclagem no território para processar matérias-primas oriundas dos municípios (PTDRS);

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12.7. Implantar uma Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental no território (PTDRS);

13. Executar a política de educação ambiental em toda a 13.1. Criar uma Rede Colaborativa de Sustentabilidade, no âmbito territorial, através da rede de ensino pública e privada (PTDSS). articulação de todas as Instituições Públicas, ONGs, Consórcios e Comitês com atuação na área (PTDSS);

14. Estimular a criação de áreas de proteção e reservas 14.1. Criar a Câmara Técnica de Meio Ambiente no âmbito territorial (PTDSS); dos recursos naturais (PTDSS). 14.2 Criar uma (01) Área de Proteção Ambiental (APA), uma (01) Área de Preservação Permanente (APP), e uma (01) reserva de recursos naturais no território (PTDSS);

15. Promover a realização do cadastro ambiental rural, 15.1. Cadastrar 100% das áreas ocupadas com atividades da agricultura familiar até 2017 com fins de atender ao código florestal (DPT/SEPLAN). Fonte: CADERNOS DA AGRICULTURA FAMILIAR,p91. (DPT/SEPLAN)

OBJETIVO B: Fomentar o desenvolvimento das atividades industriais e comerciais no Médio Rio das Contas (PTDSS);

ESTRATÉGIAS METAS

1. Utilizar instrumentos de medição focados nas cadeias 1.1. Promover a redução de 50% de perdas e aumento de competitividade por meio do produtivas das indústrias do território (PPA). fortalecimento da Tecnologia Industrial Básica – TIB. (PPA);

2. Estimular a criação e o fortalecimento de câmaras 2.1. Promover o crescimento qualitativo da oferta do setor comercial e de serviços (PTDSS); e/ou associações comerciais nos municípios do território (PTDSS).

3. Favorecer a circulação das pessoas e dos produtos 3.1 . Construir Aeroporto Territorial de grande porte para passageiros e cargas (PTDRS); direta e indiretamente associados à infraestrutura comercial e industrial no território (PTDSS). 3.2 . Reativar o aeroporto de Jequié (PTDSS);

3.3 . Qualificar o transporte coletivo municipal com ampliação e modernização da frota em Jequié e Ipiaú (PTDSS);

3.4 . Qualificar e/ou ampliar os terminais rodoviários de todos os municípios do território (PTDSS);

1 http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/ceazinepdf/CADERNO_PRONAF_AGROECOLOGIA_FINAL.pdf.

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3.5 . Ampliar e qualificar o fornecimento de iluminação pública nas cidades e distritos de todos os municípios do território (II Oficina requalificação PTDSS);

OBJETIVO C: Recuperar e fortalecer a cacauicultura no território, em bases sustentáveis, com foco na verticalização da produção (PTDSS).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Implantar processos produtivos focados na 1.1. Ampliar a produção de cacau de base agroecológica (Câmara Temática Cacau e conservação dos recursos naturais, que consiste em Chocolate); estabilizar os serviços ecossistêmicos básicos que o agroecossistema cacaueiro é capaz de gerar (PTDSS).

2. Implantar unidade agroindustrial piloto para a 2.1. Capacitar 100% dos produtores para a produção de cacau superior ou fino (Câmara produção de chocolate com o caráter de agroindústria Temática Cacau e Chocolate); escola (Câmara Temática Cacau e Chocolate).

3. Disponibilizar Assistência Técnica através do fomento 3.1. Alocar recursos financeiros e humanos para pesquisa e assistência técnica específica em à pesquisa científica para a produção “diferenciada” produção do cacau fino (Câmara Temática Cacau e Chocolate). do cacau fino e chocolate (Câmara Temática Cacau e Chocolate).

4. Estabelecer parcerias com instituições de ensino e 4.1. Desenvolver tecnologias de baixo custo para fabricação do chocolate (Câmara Temática pesquisa para desenvolvimento de tecnologias de Cacau e Chocolate); baixo custo (Câmara Temática Cacau e Chocolate). 4.2. Expandir em 30% a assistência da CEPLAC contemplando pequenos, médios e grandes produtores (Câmara Temática Cacau e Chocolate);

5. Apoiar o associativismo e cooperativismo para a 5.1. Inserir 30% da produção dos derivados do cacau, produzido no TMRC, nas compras produção do cacau e chocolate em escala e para institucionais PAA/PNAE (Câmara Temática Cacau e Chocolate); atender as políticas públicas do PAA/PNAE (Câmara Temática Cacau e Chocolate).

6. Instituir políticas de incentivo a comercialização dos 6.1. Criar uma (01) cooperativa territorial dos produtores de cacau e chocolate (Câmara derivados do cacau para os mercados internos e Temática Cacau e Chocolate); externos (Câmara Temática Cacau e Chocolate).

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7. Apoiar o desenvolvimento de eventos voltados para a 7.1. Inserir 30% da produção dos derivados do cacau no mercado interno, no âmbito estadual promoção da cadeia produtiva do cacau e chocolate (Câmara Temática Cacau e Chocolate); (Ex: Agrocacau e Festival do Chocolate) (Câmara 7.2. Aumentar a venda dos derivados do cacau para o mercado interno em 20%, no âmbito Temática Cacau e Chocolate). territorial (DPT/SEPLAN). 7.3. Aumentar a venda dos derivados do cacau para o mercado externo em 30%, nos âmbitos nacional e internacional (DPT/SEPLAN). 7.4. Captar 50 % dos recursos para financiamento dos custos dos eventos e festivais voltados para a cadeia produtiva do cacau no território (Câmara Temática Cacau e Chocolate);

8. Implementar medida provisória nº733 de 14 de junho de 8.1. Renegociar com agentes financeiros a liquidação das dívidas de credito rural, através da 2016. ( Câmara Temática Cacau e Chocolate ); implementação da medida provisória nº733 de 14 de junho de 2016 (Câmara Temática Cacau e Chocolate).

OBJETIVO D: Garantir suporte técnico e financeiro para fortalecimento e ampliação das cadeias produtivas do território (PTDSS).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Fomentar a Implementação de agroindústrias de 1.1. Implantar cinco (05) agroindústrias de fruticultura do edital 02/2014 da CAR (PTDSS); fruticultura do território (PTDSS).

2. Fomentar a produção de alevinos para atender projetos 2.1. Fortalecer as atividades de piscicultura nos municípios que apresentam perfil através da sociais e demandas institucionais (PTDSS). publicação anual de edital de fomento específico (PTDSS);

3. Incentivar novos projetos de produção de galinha 3.1. Inserir 50% da produção de ovos e galinha caipira nas compras institucionais (PTDSS); caipira e incrementar os projetos já implantados. (PTDSS). 4. Desenvolver e qualificar a produção de leite e laticínios 4.1. Implantar um (01) laticínio no território (PTDSS); no território (PTDSS). 4.2. Implantar quatro (04) tanques de resfriamento de leite e implanta-los em municípios estratégicos, a serem indicados no PTA (PTDSS);

5. Incentivar o beneficiamento da mandioca no território 5.1. Implantar quatro (04) novas unidades de beneficiamento da mandioca no território (PTDSS); (PTDSS). 5.2. Ampliar em 50% a agroindustrialização de beneficiamento da mandioca (PTDSS);

5.3. Ofertar 50% dos derivados da mandioca para mercado institucional PAA/PNAE (PTDSS);

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6. Implantar novos projetos de apicultura e reestruturar os 6.1. Qualificar e certificar as propriedades cadastradas que apresentam perfil para a cadeia projetos já instalados (PTDSS). produtiva da apicultura (PTDSS);

7. Fortalecer o desenvolvimento da cadeia produtiva do 8.2. Fomentar a produção do umbu e derivados através da publicação de edital anual, umbu, fomentando a agroindustrialização e específico para essa cadeia produtiva (PTDSS); comercialização dos seus derivados (PTDSS).

EIXO DE DESENVOLVIMENTO 02: ESTRUTURA FUNDIÁRIA E ACESSO A TERRA

OBJETIVO A: Promover a reforma agrária, a democratização do acesso à terra e aos recursos naturais (PNDRS).

1. Promover a regularização fundiária das áreas ocupadas 1.1. Emitir títulos de posse da terra dos projetos de reforma agrária no território (PTDSS); por projetos de assentamentos da reforma agrária (PPA).

2.1. Emitir títulos de posse da terra das comunidades quilombolas rurais e urbanas (PTDSS); 2. Fomentar o reconhecimento e a titulação das 2.2. Concluir os processos de reconhecimento de comunidades quilombolas urbanas e rurais comunidades quilombolas urbanas e rurais do território (PTDSS); com regularização das suas respectivas propriedades (PTDSS).

3. Realizar titulação coletiva aos proprietários de terra, 3.1. Ter 100% das propriedades com até quatro (04) módulos fiscais, com a titulação entregando os respectivos títulos às propriedades com até regularizada (PPA); quatro (04) módulos fiscais (PTDSS).

4. Assegurar aos assentamentos da reforma agrária, 4.1. Implantar infraestruturas básicas de saneamento, iluminação, posto de saúde e escola em povos e comunidades tradicionais amplo acesso a 100% dos assentamentos e comunidades tradicionais (PTDSS); infraestruturas básicas (habitacional – PNHR, recursos hídricos de consumo humano e produção, energia trifásica) (PTDSS).

5. Promover o acesso regular ao crédito produtivo do 5.1. Dar acesso a Declaração de Aptidão (DAP-A) para todos os assentados na perspectiva de PRONAF aos assentados a partir do primeiro ano de sua ampliar a adesão ao PRONAF (PTDSS); instalação (PTDSS).

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6. Implantar infraestruturas produtivas nos assentamentos 6.1. Implantar infraestrutura produtiva (casas de farinha e mercados) em 100% dos e promover melhorias nos equipamentos já instalados assentamentos do território (PTDSS); (PTDSS).

7. Implementar assistência técnica continuada e de 7.1. Ofertar assistência técnica os assentamentos cadastrados no território (Conf. Territorial de qualidade aos assentados de reforma agrária (PPA). ATER);

8. Promover regularização fundiária rural e urbana 8.1. Promover a regularização fundiária nos imóveis rurais e urbanos nos 16 municípios do (PTDSS); território (PTDSS);

9. Fomentar a aquisição de terras pelo Programa Nacional 9.1. Assentar no mínimo 100 famílias pelo PNCF (PTDSS); de Crédito Fundiário – PNCF. (Conf. Territorial de ATER).

OBJETIVO B: Promover etnodesenvolvimento e autonomia das mulheres e da juventude rural por meio da garantia do acesso à terra (PNDRS).

1. Ofertar lotes nas novas áreas de reforma agrária para 1.1. Destinar 10% dos novos lotes de reforma agrária para mulheres e 10% para jovens (Conf. jovens e mulheres rurais (PTDSS); Territorial de ATER);

2. Promover ações prioritárias na área de prestação de 2.1. Prestar serviço de ATER para atender às mulheres e jovens assentados (Conf. Territorial serviço de ATER especializada para jovens e mulheres de ATER); assentados (PPA).

EIXO DE DESENVOLVIMENTO 03: FORMAÇÃO CIDADÃ E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

OBJETIVO A: Promover a gestão e a participação social na implantação, no monitoramento e na avaliação das políticas públicas (PNDRS).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Prestar suporte administrativo, técnico e financeiro aos 1.1. Propiciar ao CODETER a manutenção de mão de obra técnica e qualificada através da colegiados territoriais de desenvolvimento sustentável – contratação constante de pelo menos um (01) Agente de Desenvolvimento Territorial (ADT) e CODETER (PPA). aporte de recurso financeiro para manutenção das atividades territoriais (PTDRS);

2. Promover ações de estruturação e fortalecimento do 2.1. Criar câmaras setoriais ainda não existentes no âmbito do CODETER para atuar como CODETER para o acompanhamento das políticas instrumento de planejamento, articulação e implementação das políticas públicas (PPA);

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públicas de maior impacto territorial, promovendo a governança territorial (PPA).

3. Promover parceria com as instituições de ensino 3.1. Promover o ensino técnico e superior no território para formação continuada em gestão técnico e superior do território para formação continuada de desenvolvimento territorial (PTDSS); em gestão de desenvolvimento territorial (PTDSS).

4. Fomentar a participação efetiva dos gestores públicos 4.1. Construir agenda coletiva anual de assembleias do CODETER junto aos gestores municipais (executivo e legislativos) dos 16 municípios no municipais (PPA); CODETER (PTDSS).

5. Fortalecer a participação da sociedade civil organizada 5.1. Ampliar em 30% a participação da sociedade civil, assegurando maioria na no CODETER (PTDSS). composição do núcleo diretivo (PTDSS);

6. Estimular a participação social em espaços consultivos 6.1. Implantar o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) em todos os e propositivos de ações e políticas públicas de municípios do território (PTDSS); desenvolvimento sustentável (PTDSS);

OBJETIVO B: Promover o etnodesenvolvimento e a autonomia das mulheres e da juventude rural por meio do acesso à formação, a organização social e a cidadania (PNDRS).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Promover a autonomia social e econômica da mulher 1.1. Capacitar tecnicamente duas (02) cooperativas de mulheres produtoras, para a por meio da articulação em redes para a construção de comercialização de produtos e serviços (PTDSS); processos de desenvolvimento territorial sustentável (PPA).

2. Fortalecer a gestão social, a qualificação das políticas 2.1 . Inserir no calendário do CODETER, programação anual (evento) com foco na qualificação públicas considerando as dimensões de gênero, etnia, das políticas públicas de gênero, etnia, geração de renda, povos tradicionais e terreiros geração, povos tradicionais e de terreiros (PTDSS). (PTDSS);

3. Reestruturar o CETEP Médio Rio das Contas para 311. Ofertar 02 cursos na área de ciências agrárias, aos filhos dos agricultores familiares na ofertar cursos aos jovens agricultores do território modalidade da pedagogia da alternância (PTDSS); (PTDSS).

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EIXO DE DESENVOLVIMENTO 04: INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS

OBJETIVO A: Universalizar e qualificar a educação básica, com oferta de educação em tempo integral e ampliação da modalidade de educação tecnológica profissionalizante, bem como, de nível superior, alinhada às demandas territoriais (PTDSS).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Implantar, nas unidades escolares, as orientações 1.1. Elevar os índices de aprovação para 80%, na educação básica, em toda a rede estadual e curriculares para o ensino fundamental e médio e suas municipal de ensino (PTDSS); modalidades (PTDSS). 1.2. Reduzir os índices de reprovação e evasão em 80%, na educação básica, em toda a rede estadual e municipal de ensino (PTDSS);

1.2. Elevar os índices do IDEB, atingindo as metas estabelecidas para todos os municípios (PTDSS);

2. Ampliar as ações de ensino, pesquisa e extensão, bem 2.1. Ofertar seis (06) novos cursos de graduação na modalidade presencial, quatro (04) novos como o financiamento estudantil nas instituições de cursos de graduação na modalidade EAD; quatro (04) novos cursos de especialização lato ensino superior do território (PTDSS). sensu, dois (02) novos cursos de mestrado stricto sensu e dois (02) novos cursos de doutorado nas IES públicas do território (PTDSS);

3. Fortalecer a educação profissional nas redes federal e 3.1. Ofertar seis (06) novos cursos técnicos nas formas integrada e subsequente e quatro (04) estadual (PTDSS). novos cursos técnicos na modalidade EJA (PTDSS);

3.2. Implantar quatro (04) cursos nas áreas de ciências agrárias e ambientais nos Institutos e Escolas Técnicas, atendendo a vocação e/ou demanda territorial. (PTDSS);

4. Promover a valorização da educação contextualizada, 4.1. Adequar o Projeto Político Pedagógico de 50% das escolas públicas municipais e inclusiva e em tempo integral no campo e nas cidades estaduais para implementação da educação em período integral, observando os planos (PPA). Estadual e Municipais de Educação (PPA);

4.2. Implantar duas (02) Escolas Família Agrícola no território, sendo uma (01) na zona semiárida e uma (01) na zona de mata (PTDSS).

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4.3. Reformar e qualificar a infraestrutura de todas as escolas de ensino fundamental e Médio do campo e da cidade (PTDSS).

4.4. Garantir o acesso qualificado, e a permanência, para TODAS as Pessoas com Necessidades Específicas (PNEs) em idade escolar (PTDSS);

4.5. Implantar quatro (04) Centros de Apoio Pedagógico, qualificar os já existentes e as salas de AEE (PTDSS);

4.6. Ofertar Alimentação escolar de qualidade para todas as escolas de ensino fundamental e médio (PTDSS);

4.7. Consolidar os Colegiados e Conselhos escolares existentes no território (PTDSS);

4.8. Ofertar de transporte escolar durante todo o ano letivo nos municípios do território (PTDSS);

5. Promover a formação continuada e valorização dos 5.1. Implementar e/ou atualizar os Planos de Carreiras dos Servidores da Educação Municipal educadores/as com remuneração adequada e melhores em todos os municípios (PTDSS); condições de trabalho (PTDSS).

6. Fortalecer as práticas de gestão democrática nas 6.1. Realizar eleições diretas para gestores em todas as escolas públicas do território (PTDSS); escolas públicas com eleições diretas para gestores em todas as escolas públicas do território (PTDSS). 6.2. Ofertar dois (02) cursos de Gestão Escolar para todas as equipes gestoras das escolas públicas do território (PTDSS);

7. Regularizar a rede privada de ensino (PTDSS). 7.1. Mapear a rede privada de ensino no âmbito territorial 7.2. Criar mecanismos de fiscalização e controle para a garantia dos direitos dos estudantes no que tange ao currículo e aos processos burocráticos de emissão de documentos e certificados (PTDSS);

8.Universalizar a educação infantil no território com 8.1. Criar Centros de Educação Infantil e creches em todos os municípios do território (PTDSS); funcionamento integral das creches e dos centros de educação infantil durante todo o ano letivo (PTDSS); 8.3. Possibilitar o funcionamento integral das creches e dos Centros de Educação Infantil durante todo o ano letivo (PTDSS);

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OBJETIVO B: Fortalecer o direito à saúde e a garantia de acesso à atenção da qualidade no Sistema Único De Saúde - SUS (PPA).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Promover o financiamento estável e sustentável para o 1.1. Ampliar e qualificar o acesso aos serviços de saúde, aprimorando a política de atenção SUS, melhorando o padrão do gasto e qualificando o básica, especializada, ambulatorial e hospitalar, e garantindo o acesso a medicamentos no financiamento tripartite e os processos de transferência âmbito do SUS (Conf. Estadual de Saúde); de recursos (Conf. Estadual de Saúde).

2. Qualificar os instrumentos de controle social com foco 2.1. Capacitar Conselheiros, garantindo o caráter deliberativo dos conselhos municipais de no fortalecimento da participação cidadã e maior saúde (Conf. Estadual de Saúde); transparência no uso dos recursos públicos (Conf. Estadual de Saúde).

3. Realizar obras no sistema de tratamento de água, 3.1. Atender 100% dos municípios com cobertura de esgotamento sanitário compreendendo implantação de aterros sanitários e usinas de reciclagem) coleta, tratamento e destinação adequados (PPA); (PPA).

4.Promover ações de enfrentamento e prevenção da 4.1. Fomentar, através de editais, boas práticas de gestão municipal de resíduos sólidos dengue, zica, chicungunha e microcefalia (PTDSS). (PTDSS);

4.2. Implantar, anualmente, ações para o controle das doenças endêmicas (PTDSS);

5. Ofertar serviço de alta complexidade em oncologia 5.1 Implantar 01 Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) (PTDSS). (PPA);

6. Fortalecer o consórcio de gestores públicos do médio 6.1. Implantar uma policlínica de forma consorciada com oferta de serviços complementares rio das contas (PTDSS). ao SUS (PTDSS);

7. Adequar as estruturas públicas dos serviços de saúde 7.1. Ofertar atendimento qualificado para todas as pessoas com necessidades específicas respeitando as normas da Associação Brasileira de (PTDSS); Normas Técnicas – ABNT (PTDSS).

8. Efetivar o acompanhamento do estado nutricional da 8.1. Criar coordenações municipais de vigilância nutricional (Cam.Temática de SAN); população do território para subsidiar o planejamento de 8.2. Estimular a alimentação do SISVAN pelos servidores do SUS (Cam.Temática de SAN); ações de intervenção (Cam. Temática de SAN). 8.3. Elaborar diagnóstico de segurança alimentar e nutricional das crianças e adolescentes em idade escolar (Cam.Temática de SAN);

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9. Ofertar acolhimento, cuidado e alternativas de 9.1. Implantar estruturas de atendimento aos usuários de substâncias psicoativas e suas reinserção social para pessoas com transtornos famílias (PPA); decorrentes do uso de substâncias psicoativas, suas famílias e outros grupos vulneráveis (PPA).

10. Desenvolver no território ações de atenção à saúde do 10.1. Instalar dois (02) Núcleos de Saúde do Trabalhador (PTDSS); trabalhador e trabalhadora (PTDSS);

OBJETIVO C: Fortalecer os serviços de proteção social básica e especial da assistência social, voltadas ao público em situação de vulnerabilidade e risco social do médio rio das contas (Câmara Temática).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Fomentar a adequação das leis municipais da 1.1. Promover o aprimoramento da Gestão do Sistema Único da Assistência Social – SUAS assistência social ao Sistema Único da Assistência nos 16 municípios. (Câmara Temática). Social – SUAS (Câmara Temática).

2. Qualificar empreendimentos individuais, familiares 2.1. Promover a inclusão sócio-produtiva de empreendimentos individuais e familiares dos e organizados em rede dos setores populares (PPA). setores populares, prioritariamente inscritos no CadÚnico através de editais específicos, publicados anualmente (PPA);

3. Qualificar os equipamentos da assistência social do 3.1. Promover, anualmente, ações de proteção, promoção social e garantia de direitos, território (PPA). fortalecendo a cidadania e a qualidade de vida das populações em situação de vulnerabilidade, nas áreas críticas e/ou prioritárias (PPA);

4. Implementar nos municípios do território as 4.1. Promover acesso as políticas públicas do Estado, a todas as pessoas com necessidades normativas que regulamentam os direitos das pessoas específicas (PPA); com necessidades específicas (PTDSS).

5. Viabilizar ações de assistência e prevenção à 5.1. Promover o fortalecimento e integração das ações de assistência à mulher e de violência contra a mulher através de ações articuladas prevenção à violência (PPA); com a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher DEAM (PPA/PTDSS). 6.2. Implantar uma (01) Vara Judicial da Mulher no território (PTDSS);

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OBJETIVO D: Reduzir a violência e a criminalidade na cidade e no campo (PPA).

ESTRATÉGIAS METAS

1. Fortalecer a proteção à segurança e cidadania de 1.1. Implementar ações de proteção social para crianças, adolescentes, jovens e suas forma cooperativa entre os governos municipais e famílias que se encontram em situação de risco pessoal e social nas áreas críticas e/ou estadual (PPA). prioritárias da Segurança Pública em todos os municípios do território (PPA);

2. Fortalecer e integrar as políticas socioassistenciais e 2.1. Oferecer a todas as pessoas privadas de liberdade, acesso efetivo a atividades socioeducativas para implementação das medidas socializadoras (PPA); preventivas (PPA). 2.2. Reduzir a taxa de homicídio em 10% (PTDSS);

2.3. Articular parcerias com as guardas municipais e Polícia Civil com formação das Guardas Municipais (PTDSS);

2.4. Criar calendário anual no CODETER para debates sobre segurança pública, articulando diversas instituições (PTDSS);

2.5. Ampliar em 50% o efetivo policial em todos os municípios do território até 2020 (PTDSS);

3. Estimular o cumprimento das medidas socioeducativas 3.1. Promover a qualificação do trabalho, das ferramentas e do atendimento nos restritivas de liberdade e ações para reinserção de equipamentos de segurança ofertando cursos de formação e atualização para 100% do efetivo egressos (PPA). policial (PTDSS);

4. Promover políticas de segurança pública no território 4.1. Implantar e reativar postos policiais, com efetivo, em pelo menos 30% dos distritos do (PTDSS). território, com presença permanente de militares (PTDSS);

4.2. Promover, anualmente, ações de proteção, promoção social e garantia de direitos, fortalecendo a cidadania e a qualidade de vida das populações em situação de vulnerabilidade, nas áreas críticas e/ou prioritárias em todos os municípios do território (PPA);

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OBJETIVO E: Articular as políticas de cultura e turismo no sentido de fortalecer essas atividades com foco na inserção do Médio Rio das Contas nas “rotas do turismo” (PTDSS).

Estratégias METAS

1. Captar recursos em editais públicos e privados para 1.1. Publicar editais específicos, anualmente, voltadas para o desenvolvimento de ações de projetos culturais populares e identitários e demais turismo com foco no ecoturismo (Cam. Temática de Cultura); linguagens (Câm. Temática de Cultura). 1.2. Fomentar, através de editais específicos, programas de apoio e fortalecimento da cultura afro brasileira, a partir do território Médio Rio das Contas, no sentido de ampliar as comemorações e quizombas (PTDSS);

1.3. Criar espaços culturais para apresentação de artistas em municípios que ainda não dispõem (Cam. Temática de Cultura);

1.4. Ampliar em 20% a participação do território na captação dos recursos financeiros destinados aos editais de culturas populares e identitárias e demais linguagens (Cam. Temática de Cultura);

1.5. Redimensionar todos os espaços culturais para possibilitar a acessibilidade das pessoas com necessidades específicas (Cam. Temática de Cultura);

2. Incentivar práticas e políticas para o desenvolvimento 2.1. Elaborar calendário de intercâmbio cultural entre os diversos municípios do território, do turismo (Cam. Temática de Cultura); envolvendo as várias manifestações artístico-culturais (PTDSS);

2.2. Criar área de Interesse Especial de Preservação Cultural do território (Tombamento) (PTDRS);

2.3. Identificar e catalogar monumentos, sítios históricos e arqueológicos, edificações, conjuntos arquitetônicos e mesmo paisagens urbanas de significado histórico e identitário, político e social (PTDSS);

3. Incentivar criação de fundos municipais para 3.1. Fomentar o desenvolvimento de novos artistas, através de editais específicos desenvolvimento do turismo (Cam. Temática de Cultura); direcionados a artistas que nunca foram contemplados por editais públicos no estado (PTDSS);

3.2. Criar o Centro de Documentação, Memória e Arquivo do Território (PTDRS);

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4. Incentivar criação de fundos municipais de cultura 4.1. Criar fóruns culturais entre as várias áreas da cultura, para a troca de (Cam. Temática de cultura); informações e experiências, fortalecendo assim a cultura territorial (PTDSS);

5. Incentivar experiências de ecoturismo no território 6.1. Realizar o Inventário Turístico do território identificando todos os potencias turísticos do (PTDSS); TMRC (PTDSS);

OBJETIVO F: Promover o etnodesenvolvimento e a autonomia das mulheres e da juventude rural por meio da qualificação das políticas e serviços públicos (PPA). ESTRATÉGIAS METAS

1. Promover o monitoramento das ações e mecanismos 1.1. Instituir e qualificar, através da oferta de cursos anuais, os Conselhos Municipais de de efetivação das políticas públicas através de conselhos Políticas para Mulheres nos 16 municípios, promovendo o fortalecimento e integração das e movimentos sociais (PPA). ações de assistência à mulher e de prevenção à violência (PTDSS).

2. Efetivar as políticas públicas vigentes (educação, 2.1. Ampliar em 30% oferta de creches públicas nos meios urbanos e rurais, garantindo o saúde, assistência social, segurança, cultura, dentre acesso das mulheres ao mercado de trabalho e continuidade dos estudos (PTDSS); outros) para as mulheres em todo o ciclo vital e em seus espaços sociais (PTDSS);

3. Inserir crianças e juventude na prática de esporte e 3.1. Adequar o currículo e a gestão escolar em 50 % das escolas do campo, para a educação lazer (PTDRS). indígena e quilombola (PTDSS);

3.2. Construir equipamentos de esporte e lazer (quadra de esportes, parques e bibliotecas públicas) em todos os distritos rurais e bairros carentes dos municípios do TMRC (PTDSS). Fonte: PTDRS/PTDSS/PPA-P, 2016.

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Gestão, Acompanhamento e Monitoramento do PTDSS

A gestão executiva e social do Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável e Solidário consiste em uma das principais atribuições do Colegiado Territorial. Essa gestão deve sempre enfatizar o protagonismo da sociedade civil, no sentido da identificação das necessidades e demandas prioritárias, assim como proposição e controle de ações e políticas a serem assumidas ao longo da construção dos Planos de Ações Territoriais. Do mesmo modo competirá ao CODETER o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações a serem realizadas.

A ação gerencial do PTDSS será compartilhada entre Núcleo Diretivo e Câmaras Temáticas sendo validada pela plenária territorial. A execução do plano terá como parâmetro principal a matriz de planejamento do PTDSS, que foi construída a partir das necessidades apontadas pela população do Território Médio Rio das Contas através das ferramentas de participação popular a exemplo das conferências municipais e territoriais, Plano Plurianual Participativo – PPA-P, PTDRS (2010) e duas oficinas realizadas para requalificação do plano. A matriz contempla eixos estratégicos para o desenvolvimento territorial apontando projetos, programas e políticas públicas, que assegurem respostas efetivas à realidade e necessidades dos coletivos e da coletividade.

A gestão será compartilhada entre os diferentes agentes, pois, o plano diz respeito às ações que intervêm nas diferentes áreas da vida social para a satisfação das necessidades da população. Sua perspectiva é de que a gestão social seja viabilizada através de políticas e práticas sociais articuladas e articuladoras das diversas demandas aventadas, através da ação constante das organizações populares, universidades e demais órgãos públicos, entidades não-governamentais e governos.

Assim, fica compreendido que a gestão executiva e social do plano será fundamentada nos princípios, valores, práticas democráticas e cidadãs, com foco no enfrentamento às questões sociais, à garantia dos direitos humanos universais e afirmação dos interesses e espaços públicos como padrões para a reconstrução da realidade local, realizada entre os diversos agentes sociais.

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Nesse contexto, a efetiva participação dos cidadãos do TMRC é primordial, pois, torna-se um potencial viabilizador e canalizador do desenvolvimento societário emancipatório e transformador onde a atividade econômica passe a ser o meio e, o bem-estar social seja o fim, no contexto da nova concepção de desenvolvimento territorial proposta.

Acompanhamento e Monitoramento do PTDSS

O acompanhamento e monitoramento do Plano são funções inerentes à gestão do CODETER, devendo ser capaz de subsidiar o colegiado na definição de critérios e parâmetros para produção de informações que permitam a adoção de medidas corretivas para melhorar a qualidade, eficiência e eficácia da proposta.

O acompanhamento e monitoramento ocorrerão durante todo o período de sua execução para verificação do processo e, à medida da necessidade de adoção das providências cabíveis. Ao final de cada exercício será feita a avaliação do cumprimento das metas estabelecidas e (caso necessário) revisão do plano para o exercício seguinte. Esse aspecto é fundamental para que o Plano Territorial se consolide, a partir da sua legitimidade e do seu reconhecimento, como principal instrumento de gestão social dentro e fora do território.

Nesse sentido, deverá se construir, de forma coletiva, indicadores que devem estar contemplados tanto no processo como nos resultados e nos impactos que poderão incidir na organização sistêmica e sustentável do Estado e do Território. Esses indicadores serão fundamentais pois, são instrumentos de acompanhamento, avaliação e monitoramento do processo de gestão, subsidiando, desta maneira, o controle social no território.

Os objetivos indicados para cada Eixo, presente no plano, correspondem aos indicadores que se busca monitorar em cada período. Portanto, os indicadores de monitoramento estão expressos juntamente com a apresentação das diretrizes, ações e estratégias. Nesse sentido, o CODETER deverá viabilizar a construção das Agendas de Desenvolvimento Territorial, que também deverá ser realizada de modo

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participativo, pelos representantes do Colegiado com apoio de assessores técnicos, para períodos bianuais, com avaliação anual.

Deverão ser criadas agendas específicas para cada Eixo de Desenvolvimento previsto no PTDSS. Nelas, devem estar definidas as responsabilidades, os prazos, os recursos, os instrumentos de controle social e os arranjos institucionais para garantir execução com sinergia entre os projetos, programas, ações e iniciativas, possibilitando a integração das ações.

Competirá ao Colegiado Territorial articular as condições internas para implementação de ações e iniciativas e, ao mesmo tempo, realizar as negociações externas visando à mobilização e atração de recursos (financeiros, humanos e materiais) e implementação de políticas públicas.

Na tentativa de melhor desenvolver essa dinâmica será proposta a constituição de um processo participativo de avaliação do Plano, através da composição de comissão de acompanhamento que contemple representação dos diversos segmentos envolvidos na política territorial, tais como: sociedade civil, gestores públicos, universidades e demais órgãos públicos. Através da garantia de representatividade de todos os segmentos espera-se fortalecer a responsabilidade e o controle social no território.

O quadro abaixo apresenta o cronograma com as principais atividades de acompanhamento e monitoramento do Plano e da elaboração dos Planos de Ações Territoriais, com indicação das respectivas instâncias responsáveis por coordenar as diversas atividades do PTDSS, durante seu período de vigência.

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Quadro 5: Processo de Acompanhamento e Monitoramento do PTDSS

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

ATIVIDADE 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15° 16º RESPONSÁVEL PARCEIROS sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem Composição da X CODETER Secretarias

Comissão de Municipais e Acompanhamento Estaduais; Construção das X SDR/ Secretarias agendas por eixo CODETER Municipais e temático Câmaras Estaduais; Temáticas Instituições Públicas Estaduais e Federais;

Entidades Privadas e Filantrópicas Elaboração do X X X X SDR/ Secretarias PAT CODETER Municipais e Câmaras Estaduais Temáticas Execução do PAT X X X X X X X X X X X X X X X X SDR/ Secretarias CODETER Municipais e Estaduais Acompanhamento X X X X X X X X X X X X X X X X CODETER SEPLAN e monitoramento do PAT Elaboração do X X SDR Empreendedores/ APT CODETER Secretarias Municipais e Estaduais Implantação do x x x CODETER Empreendedores/ APT SDR Secretarias Municipais e Estaduais Fonte: PTDSS, 2016.

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CONSIDERAÇÕES

O Plano Territorial de Desenvolvimento Sustentável e Solidário do Território Médio Rio das Contas espera ser um instrumento gerador e estimulador do fortalecimento e da organização contínua desse território. O presente plano expressa a diversidade de grupos e os interesses sociais, culturais, políticos, ambientais e econômicos que coabitam esse espaço. Sua construção foi legitimada coletivamente a partir de uma metodologia participativa que envolveu diversas instituições que representam o poder público, a sociedade civil organizada e o setor privado na busca de um consenso, aqui apresentado.

O Plano deverá ser uma ferramenta para que o território planeje e execute políticas públicas, juntamente com as instituições públicas, as empresas e a sociedade, de forma coordenada e cooperada. Através desse processo de organização social, do levantamento das potencialidades do território e da identificação dos principais desafios, buscar-se-á a reestruturação social das atividades produtivas predominantes, no sentido de alcançar o desenvolvimento constante da produtividade e da intersetorialidade sócioprodutiva. Nesse percurso, é fundamental que se harmonize todas as ações e práticas produtivas com a identificação dos passivos ambientais, na busca da valorização e avaliação da situação, das questões e dos componentes do meio ambiente e seus biomas em busca da sustentabilidade no território.

A partir do princípio da flexibilidade do planejamento, é importante destacar que o PTDSS é dinâmico e, portanto, ele deverá ser retroalimentado buscando uma revisão constante, conforme a necessidade expressa pela realidade social. Nessa perspectiva, se configura num plano estratégico que, por sua vez, será o instrumento orientador para a indicação de Programas, Projetos e Planos de Trabalho através da construção posterior dos instrumentos operacionais como o Plano Tático e Operacional – PAT de cada um dos eixos norteadores do Plano e do Arranjo Produtivo Territorial – APT, através de ações integradas, com ampla representação social e política, coordenados pelo CODETER, com vistas ao estabelecimento de um modelo de desenvolvimento multidimensional.

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REFERÊNCIAS

BAHIA. SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/

BAHIA. SECRETARIA DO PLANEJAMENTO. Lei nº 13.214/2014. Política Estadual de Desenvolvimento Territorial. Salvador, 2014.

BAHIA. SECRETARIA DO PLANEJAMENTO. Caracterização dos Territórios de Identidade. Zoneamento Ecológico-Econômico Bahia. Plano de Desenvolvimento Sustentável. Salvador, 2014.

BAHIA. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS – INEMA. Decreto Estadual nº 14.032/12. Salvador, 2012.

BRASIL. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Resolução/CD/FNDE Nº 38, de 19 de julho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE.

BRASIL. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL. Caderno Territorial: Médio Rio das Contas. Brasília, 2015.

BRASIL. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO. Brasília, 2013.

SANTOS, M. A cidade de Jequié e sua região. Revista Brasileira de Geografia, n1.ano XVIII. jan/mar 1957. São Paulo: IBGE, 1956.

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ANEXO I

Tabela de Correspondência: Tema Estratégicos do PPA-P X Objetivos do PTDSS

Temas Estratégicos Objetivos do PTDSS do PPA-P Estadual (matriz do capítulo II) I. Pobreza, inclusão socioprodutiva e Promover a reforma agrária, a democratização do mundo do trabalho acesso à terra e aos recursos naturais. II. Desenvolvimento rural e agricultura Fomentar o desenvolvimento socioeconômico e familiar ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar e a agroecologia, com ampliação da renda, da produção e

da disponibilidade e acesso a alimentos saudáveis. III. Desenvolvimento urbano e rede de Fomentar o desenvolvimento das atividades industriais cidades e comerciais no Médio Rio das Contas.

Fortalecer o direito à saúde e a garantia de acesso à atenção da qualidade no SUS. IV. Saúde e assistência social Fortalecer os serviços de proteção social básica e especial da assistência social, voltadas ao público em situação de vulnerabilidade e risco social do médio rio das contas. Universalizar e qualificar a educação básica, com oferta V. Educação, conhecimento, cultura e de educação em tempo integral e ampliação da esporte modalidade de educação tecnológica profissionalizante, bem como, de nível superior, alinhada às demandas territoriais. VI. Segurança pública cidadã Reduzir a violência e a criminalidade na cidade e no campo. VII. Consolidação e diversificação da Garantir suporte técnico e financeiro para fortalecimento matriz produtiva estadual e ampliação das cadeias produtivas do território. VIII. Infraestrutura para o Articular as políticas de cultura e turismo no sentido de desenvolvimento integrado e fortalecer essas atividades com foco na inserção do sustentável médio rio das contas nas “rotas do turismo”. IX. Inserção competitiva e integração Recuperar e fortalecer a cacauicultura no território, em cooperativa e econômica nacional e bases sustentáveis, com foco na verticalização da internacional produção.

Assegurar o desenvolvimento socioeconômico e X. Meio ambiente, segurança hídrica, ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar e a economia verde e sustentabilidade agroecologia, com ampliação da renda, da produção e da disponibilidade e acesso a alimentos saudáveis. XI. Mulheres, gênero e diversidade Promover etnodesenvolvimento e autonomia das mulheres e da juventude rural por meio da garantia do

acesso à terra. XII. Igualdade racial e identidades Promover o etnodesenvolvimento e a autonomia das mulheres e da juventude rural por meio da qualificação

das políticas e serviços públicos. XIII. Geração, cidadania e direitos Promover o etnodesenvolvimento e a autonomia das humanos mulheres e da juventude rural por meio do acesso à formação, a organização social e a cidadania.

XIV. Gestão governamental e Promover a gestão e a participação social na governança socioeconômica implantação, no monitoramento e na avaliação das políticas públicas. Fonte: PPA-P/PTDSS, 2016.

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