O Cinema Como Arte Plástica E Rítmica
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA "A FÁBRICA DE IMAGENS " O CINEMA COMO ARTE PLÁSTICA E RÍTMICA Helena Sofia Miranda Brandão MESTRADO EM FILOSOFIA Área: Estética e Filosofia da Arte 2008 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA "A FÁBRICA DE IMAGENS " O CINEMA COMO ARTE PLÁSTICA E RÍTMICA Helena Sofia Miranda Brandão MESTRADO EM FILOSOFIA Área: Estética e Filosofia da Arte Dissertação orientada por: Professor Doutor Carlos João Nunes Correia 2008 Ao meu mecenas anímico Carlos Morganho RESUMO L'Usine aux Image s é uma obra póstuma de Ricciotto Canudo que reúne os seus artigos sobre Cinema, publicados em diversos periódicos entre 1908 e 1923. Sendo um dos percursores da teoria e da crítica cinematográficas, o autor a quem é atribuída a designação de «Sétima Arte» defende que a especificidade do Cinema reside na sua capacidade de síntese entre as Artes do Espaço ou Plásticas (a Arquitectura e os seus complementos, a Pintura e a Escultura) e as Artes do Tempo ou Rítmicas (a Música, por sua vez complementada pela Dança e pela Poesia), entre o apolíneo e o dionisíaco, entre o real e o ideal, entre a Ciência e a Arte. Além de definir as propriedades do Cinema, Canudo inscreve-o no domínio das outras disciplinas artísticas, conferindo-lhe um carácter estético, e reconhece-o enquanto linguagem, capaz de renovar, transformar e difundir as outras Artes, num projecto de Arte Total. Através da análise dos seus textos dedicados à Sétima Arte, pretende-se recuperar a proposta deste autor relativa ao estatuto artístico do Cinema, contribuindo para uma observação da influência das outras Artes no seu domínio, mas também contrariar o cliché que tende a reduzir o contributo teórico de Canudo ao "Manifesto das Sete Artes". Paralelamente, procura-se observar o legado da Teoria das Sete Artes no panorama cinematográfico contemporâneo, reiterando a manutenção da pertinência de alguns dos seus vestígios que ainda hoje continuam a contribuir activamente para a forma como se pensa e teoriza o Cinema. PALAVRAS-CHAVE: Cinema, Teoria das Sete Artes, Obra de Arte Total RESUME L'Usine aux Images c'est une œuvre posthume de Ricciotto Canudo qui réunit ses articles sur le Cinéma publiés dans divers périodiques entre 1908 et 1923. L'auteur, à qui s'attribue la désignation "Septième Art, c'est un des précurseurs de la théorie et de la critique cinématographiques, et il défend que la spécificité du Cinéma est sa capacité de synthèse entre les Arts de l'Espace ou Plastiques (l'Architecture et ses suppléments, la Peinture et la Sculpture) et les Arts du Temps ou Rythmiques (la Musique, complétée par la Dance et la Poésie), entre l' apollinien et le dionysiaque, entre le réel et l'idéal, entre la Science et l'Art. Plus que définir les propriétés du Cinéma, Canudo l'inscrit dans le domaine des autres disciplines artistiques, en lui conférant un caractère esthétique, et le reconnaît comme langage capable de renouveler, transformer et diffuser les autres Arts, dans un projet d'Art Total. À travers l'analyse de ses textes consacrés au Septième Art, notre objectif est celui de récupérer la proposition de cet auteur relative au statut artistique du Cinéma, en contribuant ainsi à une réflexion sur les influences des autres Arts dans son domaine et combattre le cliché de réduire la contribution théorique de Canudo au "Manifeste des Septe Arts". En même temps on cherche aussi l'observation de l'héritage de la Théorie des Sept Arts dans la scène du cinéma contemporain, réaffirmant la pertinence de certains vestiges qui continuent à participer activement dans la pensée sur le Cinéma. MOTS-CLÉ: Cinéma, Théorie des Sept Arts, Œuvre d'Art Total ABSTRACT L'Usine aux Images is a Ricciotto Canudo's posthumous work that assembles his articles on Cinema edited in several publications between 1908 and 1923. As one of the pioneers in cinematographic theory and critic, the creator of the term «Seventh Art» defends that Cinema's particularity lies on its capacity of synthesis between Spatial or Plastic Arts (Architecture and her complements, Painting and Sculpture) and Time based or Rhythmical Arts (Music, complemented by Dance and Poetry), between the Apollonian and the Dionysian, between real and ideal, between Science and Art. More than simply defining Cinema's qualities, Canudo introduces it to the universe of other artistic disciplines, giving it an aesthetic background, and recognizing it as a language able to renew, to transform and to cast new approaches of the other Arts, all assembled in a project of Total Art. Through the analysis of his texts devoted to the Seventh Art the aim is to recover the author's proposition about Cinema's artistic status, contributing to an observation of the influences of other Arts in its domain, but also to contradict the commonplace assertions that tend to reduce Canudo's theoretical contribution to one single text (the "Seven Arts Manifest"). In parallel, we seek to identify the legacy of the Seven Arts Theory in the cinematographic contemporary context, underlining the relevance of some of its tracks that still today keep on contributing actively to the way in which we theorize Cinema. KEYWORDS: Cinema, Seven Arts Theory, Total Artwork ÍNDICE GERAL SIGLAS ............................................................................................................................... 4 AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... 5 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 PARTE I – O NASCIMENTO DA OBRA DE ARTE DO FUTURO 1. A classificação das Artes e a Obra de Arte Total ......................................................... 18 1.1. Apolo, Dioniso e... Mercúrio ....................................................................................... 21 1.2. A Obra de Arte do Futuro ........................................................................................... 30 PARTE II – A TEORIA DAS SETE ARTES 2. A Sétima Arte e a sua Estética ..................................................................................... 37 2.1. Definição de Cinema e das suas propriedades ......................................................... 44 3. O Cinema ou o Homem Imaginário .............................................................................. 54 3.1. A nova linguagem ...................................................................................................... 55 3.2. A nova obra e o novo artista ...................................................................................... 63 3.3. O público .................................................................................................................... 68 4. A Fábrica de Imagens é uma Arte? .............................................................................. 73 5. Crítica e géneros cinematográficos .............................................................................. 83 5.1. O «Filme Latino» ........................................................................................................ 97 1 PARTE III – (RE)NASCIMENTO 6. Cinema Contemporâneo – novas tecnologias e tendências ....................................... 104 6.1. Produção .................................................................................................................. 105 6.2. Distribuição .............................................................................................................. 111 6.3. Exibição ................................................................................................................... 114 7. Alice – um exemplo .................................................................................................... 119 7.1. «A imagem vazia» ou a imagem-tempo-autómato .................................................. 121 7.2. Alice e a Teoria das Sete Artes ............................................................................... 128 CONCLUSÃO.................................................................................................................. 137 ANEXOS ......................................................................................................................... 147 BIBLIOGRAFIA Bibliografia Primária ........................................................................................................ 150 Bibliografia Secundária ................................................................................................... 155 Bibliografia Geral ............................................................................................................ 160 Corpus Fílmico ................................................................................................................ 162 Sites ................................................................................................................................ 164 ÍNDICE ONOMÁSTICO................................................................................................... 165 2 1 1 Imagem do filme Alice , de M. Martins (Portugal, 2005, cor, 102'). 3 SIGLAS AR - WAGNER, A Arte e a Revolução CC - ESQUENAZI, (dir.), Cinéma Contemporain, état des lieux - actes du colloque de Lyon, 2002 NT - NIETZSCHE , O Nascimento da Tragédia ou Mundo Grego e Pessimismo OAF - WAGNER, A Obra de Arte do Futuro QC - BAZIN, Qu'est-ce que le Cinéma? UI - CANUDO, L'Usine aux Images 4 AGRADECIMENTOS A primeira palavra de agradecimento