A Política Externa Brasileira E a Argentina Na Gestão Lauro Müller (1912-1917)
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO – UPF INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS MARISA APARECIDA FABRO SMIDERLE A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA E A ARGENTINA NA GESTÃO LAURO MÜLLER (1912-1917) Passo Fundo 2007 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. 1 MARISA APARECIDA FABRO SMIDERLE A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA E A ARGENTINA NA GESTÃO LAURO MÜLLER (1912-1917) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Passo Fundo como requisito parcial e final para obtenção do grau de mestre em História sob a orientação do Prof. Dr. Adelar Heinsfeld. Passo Fundo 2007 2 S639p Smiderle, Marisa Aparecida Fabro A política externa brasileira e a Argentina na gestão Lauro Müller (1912-1917). / Marisa Aparecida Fabro Smiderle. Passo Fundo: UPF, 2006. 133 f.; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Passo Fundo. Programa de Pós-Graduação em História, Passo Fundo,RS,2006. Bibliografia: f. 157-165. 1. Política externa 2. História econômica I.Título CDD- 981 Ficha Catalográfica elaborada pelo Bibliotecário: Alvarito Luiz Baratieri / CRB-14/273 3 AGRADECIMENTOS Para meu esposo, Amauri com muito amor, ternura e gratidão. Para meus filhos, Fernanda e Fábio pela ajuda e paciência. Agradecimentos, para os meus pais, Renato e Aurora, para a minha irmã, Maristela, para os familiares, Raul, Selita, Marisa, Marcos e Leda. Para os amigos que fiz nesta caminhada e, agradeço também ao Prof. Dr. Adelar Heinsfeld, pela orientação e amizade. 4 Na medida em que a sociedade moderna passou a reconhecer o valor de todo indivíduo e que disponibilizou instrumentos que permitem o registro de sua identidade, como é o caso da difusão do saber ler, escrever e fotografar, abriu espaço para a legitimidade do desejo de registro da memória do homem “anônimo”, do indivíduo “comum”. Cuja vida é composta por acontecimentos cotidianos, mas não menos fundamentais a partir da ótica da produção de si. (Angela de Castro Gomes) 5 RESUMO Lauro Müller é considerado um dos mais importantes políticos catarinenses. Foi eleito como governador de Santa Catarina por quatro vezes, foi deputado federal, senador, Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas e das Relações Exteriores. Seu nome está gravado em ruas, pontes, praças, grupos escolas e até em um Município de Santa Catarina. Até mesmo na cidade do Rio de Janeiro, seu nome está gravado em lugares públicos. Lauro Müller foi o que podemos chamar de um “Homem de Estado”. Foi nesta condição que esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, de 1912 a 1917. Além de substituir o ícone da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco, Lauro Müller teve um outro enorme desafio: conduzir a política externa do país diante do primeiro grande conflito do século XX: a Primeira Guerra Mundial. Acusado de germanófilo, foi obrigado a exonerar-se do cargo. Em relação ao continente americano, procurou traçar uma política de maior aproximação com os Estados Unidos, bem como a Argentina. Esta aproximação com a região platina teve seu auge com a assinatura, em 1915, de um Tratado de Cordial Inteligência, visando a solução pacífica de controvérsias internacionais e que envolvia os três mais importantes países da região, Argentina, Brasil e Chile, e ficou conhecido como Tratado do ABC. Palavras-chave: Lauro Muller. Política externa. Argentina. Brasil. Tratado ABC. 6 ABSTRACT Lauro Müller is considered one between more important catarinense politicians. He governed Santa Catarina four times, he was Federal Representative, Factory Minister Traffic and Public Works and Foreign Relations. His name’s engraved in streets, bridges, squares, groups, schools and till a municipal district from Santa Catarina. Until Rio de Janeiro city his name is in public places. Lauro Müller was what we can say of a “State Man”. In this condution that he was in Brazilian Ministry of Foreign Relations of 1912 – 1917. Besides he substitute the icon of Brazilian diplomacy, Barão do Rio Branco, Lauro Müller had an other big challenge: to conduct the foreign politics of country in front of first big conflict of century: The First World War. He was accused of germanofilo, he was forced to erconerate his post. In relation of the American Continent, he tried to trace a politics of more approximation with the United States of America and with Argentina. This approximation with the platinun region had its top with the signature, in 1915, of a cordial intelligence Pact to look at pacific solution of international controversies and that involved the three more important countries of region: Argentina, Brazil and Chile; this was known as ABC Pact. Key Words: Lauro Müller. Foreign politics. Argentina. Brazil. ABC Pact. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Caricatura da recepção do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Lauro Müller, pelo Ministro do Exterior William Jennings Bryan, nos Estados Unidos .......... 48 Figura 2 – Caricatura do Tratado do ABC, José Luis Murature representando a Argentina, Lauro Müller representando o Brasil e Alejandro Lira representando o Chile ............... 107 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABC – Argentina, Brasil e Chile ABL – Academia Brasileira de Letras AHI – Arquivo Histórico do Itamaraty EUA – Estados Unidos da América MRE – Ministério das Relações Exteriores do Brasil PRC – Partido Republicano Catarinense PRM – Partido Republicano Mineiro PRP – Partido Republicano Paulista 9 SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10 2. LAURO MÜLLER: UM HOMEM DE ESTADO ........................................................ 14 2.1 PERFIL BIOGRÁFICO .................................................................................................. 14 2.2 CONSTRUÇÃO DO MITO POLÍTICO ......................................................................... 27 2.3 UM HOMEM DE ESTADO ........................................................................................... 38 3. A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA NA GESTÃO DE LAURO MULLER .... 51 3.1 POLÍTICA INTERNA BRASILEIRA ............................................................................ 51 3.2 POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA ........................................................................... 56 3.3 POLÍTICA ARMAMENTISTA: BRASIL X ARGENTINA ......................................... 64 3.4 A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ............................................................................. 68 3.5 REPERCUSSÃO NA IMPRENSA ARGENTINA ......................................................... 80 4. AS EXPECTATIVAS DE APROXIMAÇÃO NO CONE SUL: BRASIL X ARGENTINA ....................................................................................................................... 89 4.1 BRASIL X ARGENTINA: AJUSTES E DESAJUSTES ............................................... 89 4.2 APROXIMAÇÃO ENTRE BRASIL E ARGENTINA .................................................. 97 4.3 O TRATADO DO ABC .................................................................................................. 99 4.4 REPERCUSSÃO DO TRATADO DO ABC SEGUNDO A IMPRENSA ..................... 112 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 117 FONTES CONSULTADAS ................................................................................................ 120 ANEXOS .............................................................................................................................. 129 10 1 INTRODUÇÃO A pesquisa histórica deve ser feita nas fontes originais dos documentos que os atores estatais e não estatais deixaram nos arquivos governamentais, assim para Ricardo Seitenfus: “Para construir a história é necessário pesquisar as fontes. O triste hábito de muitos historiadores de repetir os erros e os acertos, bem como as virtudes e os defeitos de pesquisas realizadas por outros, transforma em mera reprodução o que deveria ser a produção original da história.” 1 Assim, para desenvolver esta pesquisa, a coleta de dados realizou-se na documentação exarada pelo Itamaraty, órgão oficial responsável pela formulação da política externa brasileira. Desta forma, priorizaram-se os relatórios anuais organizados pelo Ministério das Relações Exteriores e os Ofícios e Despachos, recebidos e enviados pelo Ministro Lauro Müller. Também a imprensa mereceu destaque como fonte de informações. É necessário considerar que uma pesquisa histórica não é definitiva, novas fontes podem aparecer modificando o seu contexto final, pois a História é viva e mutável possuindo lacunas a serem preenchidas. A análise das relações internacionais é relevante para se entender a ideologia dos Estados, atores no cenário mundial e dos Ministros, agentes que falam em nome da coletividade nacional. Um dos agentes das relações internacionais do Brasil foi o catarinense Lauro Müller, que teve a grande responsabilidade de substituir o Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores. Existem poucos trabalhos de cunho histórico que abordam a passagem do catarinense Lauro Müller pelo Ministério das Relações Exteriores no período compreendido entre 1912 e 1917, bem como a relação brasileira com os países vizinhos pertencentes ao Cone Sul. Talvez um dos motivos que fez com que a historiografia não tenha dado a atenção necessária à Lauro Müller é que seu antecessor no Ministério foi o Barão do Rio Branco, ícone da diplomacia nacional. Lauro Severiano Müller, filho