O Dia Do Advogado
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1827 O DIA DO ADVOGADO A data de 11 de agosto, por conseguinte, foi escolhida para comemorar essa gran- de iniciativa, considerada como O Dia do O COMEÇO Advogado, consagrando as forças do pri- mitivo ideal do Parlamento do Império – A CRIAÇÃO DOS CURSOS JURÍDICOS alforriar, além da independência política, fora conquistada também a liberdade in- A criação dos cursos jurídicos em 11 de agosto de telectual, através dos Cursos de Direito de 1827 permitiu o surgimento de ideais corporativis- Olinda, Recife e São Paulo, como verda- tas à imagem da Ordre des Avocats da França, ber- deira Carta Magna, que nos ofereceram ço cultural dos bacharéis do Brasil, ávidos por uma os sempre lembrados Bacharéis Teixeira regulamentação pro ssional, uma vez já existente de Freitas, José de Alencar, Castro Alves, em atuação um certo número de advogados provi- Tobias Barreto, Ruy Barbosa, o Barão do sionados e os solicitadores, que não possuíam for- Rio Branco, Joaquim Nabuco, Fagundes mação acadêmica, mas para exercerem a advocacia Varella, dentre tantos outros que inspira- faziam exames teóricos e práticos. ram o Mestre Prado Kelly a dissertar: “... só há justiça, completemos, onde possa haver o ministério independente, corajoso e probo dos advogados. Tribunais de onde eles desertem, serão menos o templo do que o túmulo da Justiça.” O SONHO REALIZADO 1843 | 1930 Bem assentado o funcionamento do Ins- tituto, partiu-se para uma nova proposta, a criação de uma Ordem dos Advogados, com prerrogativas e autonomia para a condução da CRIAÇÃO DA OAB classe ao exercício pleno de suas atividades, que somente a ela cassem subordinados os pro ssionais. Contudo, o sonho só tornou-se realidade muitos anos depois, em que pesem as inúmeras tentativas através de projetos de Aragão e Montezuma. Foi na Revolução de 1930, já no século XX, a criação da Ordem dos Advogados do Brasil, que teve como primeiro presidente o Francisco Alberto Teixeira Francisco Gê Acayaba de Aragão de Montezuma advogado Levi Carneiro, o qual a comandou por muito tempo. Assim, a OAB não resultou A SEMENTE da transformação do IOAB, mas foi criada Foi a ideia partida de um Ministro do Supre- como entidade nova, autônoma, conforme o mo Tribunal de Justiça do Império, Conselheiro ato do Governo Provisório da Revolução, re- Francisco Alberto Teixeira de Aragão, com base no presentado pelo Decreto nº 19.408, de 18 de instrumento regulamentador da associação congê- nere de Lisboa, dando-lhe o nome de Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), que cou conhecido, “Art. 17. Fica criada a Ordem dos posteriormente, como “Casa de Montezuma”, em Advogados Brasileiros, órgão de homenagem ao seu primeiro Presidente o bacharel disciplina e seleção da classe dos Francisco Gê Acaiaba de Montezuma. A criação do IAB ocorreu com a edição do advogados, que se regerá pelos Aviso de 7 de agosto de 1843 e sua denominação estatutos que forem votados pelo perdurou até a República (1888), quando a refor- Instituto da Ordem dos Advogados ma dos seus Estatutos lhe atribuiu a denominação Brasileiros, com a colaboração dos de Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros Institutos dos Estados, e aprovados (IOAB), tendo por objetivo – o estudo do Direito. pelo Governo”. Em seguida, foi expedido o seu regulamento pelo Decreto nº 20.784, de 14 de dezembro de 1931, al- terado pelo Decreto nº 22.478, de 20 de março de 1933 e Decreto nº 24.185, de 30 de abril de 1934, além de várias outras modi cações, inclusive da sua denominação para Ordem dos Advogados do Brasil, per- manecendo vigente até o advento da Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963, que atravessou incólume todo o período autoritário vivenciado em nosso país, nalmente, desaguando no atual Estatuto da Advocacia e da OAB, aprovado pela Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. 1932 Instituto Histórico e Geográ co do Rio Grande do Norte (Primeira Sede da OAB/RN) A ORDEM DOS ADVOGADOS NO RN Aqui, também, existia o Instituto dos Advo- so Estado uma Corporação de Ofício da Classe gados do Brasil, fundado pelo grande jurista pro- dos Advogados. Para isso, os fundadores forma- vinciano Desembargador Hemetério Fernandes ram uma diretoria provisória, ocupando os car- Raposo de Mello, e seu primeiro presidente. Em gos, respectivamente, de Presidente, Secretário, 05 de março de 1932, em uma das salas do Ins- Tesoureiro e os demais, como vogais. Nessa pri- tituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do meira sessão, registrada no livro de Atas nº 1, Norte, logo após a reunião do IAB, e sob o seu pa- consta como primeira decisão publicar editais trocínio, pelas 21 horas, reuniram-se os advoga- convocando os advogados, provisionados e soli- dos Francisco Ivo Cavalcanti, Paulo Pinheiro de citadores, para fazerem suas inscrições na nova Viveiros, Manoel Varella de Albuquerque, Fran- Corporação recém-criada. cisco Bruno Pereira e Manuel Xavier da Cunha Montenegro, com o objetivo de instalar em nos- 1932 OS PRIMEIROS INSCRITOS NO QUADRO DE ADVOGADOS DA OAB/RN Pela exata ordem numérica e temporal, foram: foram sufragados os candidatos: Hemetério Fer- MANOEL VARELLA DE ALBUQUERQUE, nandes, com 16 votos; Francisco Ivo, com 13 vo- advogado nº 01, em 08 de abril de 1932; Francisco tos; Manuel Varela, com 12 votos; Alberto Roselli, Bruno Pereira, nº 02, na mesma data; Hemetério com 11 votos; Paulo Viveiros, com 10 votos; Pheli- Fernandes Raposo de Mello, nº 03, também em 08 ppe Guerra, com 9 votos; Véscio Barreto, também de abril; Israel Nazareno de Souza, nº 04, em 09 do com 9 votos; Bruno Pereira, com 8 votos; Augus- mesmo mês e ano; Véscio Barreto de Paiva, nº 05, to Leopoldo, com 7 votos; Carlos Augusto, Ed- em 11 de abril; Flávio Massa, nº 06, em 12 de abril; gar Barbosa e Miguel Seabra, empatados, com 5 Phelippe Nery de Britto Guerra, nº 07, também votos cada um; Rosemiro Robinson, com 4 votos; no dia 12; Rosemiro Robinson da Silva, nº 08, em Nestor Lima e Vicente Farache Netto com 3 votos 14 de abril; Francisco Ivo Cavalcanti, nº 09, em 16 cada um; Abílio Cavalcanti e Xavier Montenegro, de abril; Abílio César Cavalcanti, nº 10, em 18 de com 2 votos cada um; e Barôncio Guerra, Heitor abril; Heitor Lopes Varella, nº 11, em 18 de abril; Varella, Lélio Câmara e Flávio Massa, com 1 voto João Maria Furtado, nº 12, em 18 de abril; Barôn- cada um. Ao nal, foi proclamada a eleição do Pri- cio Guerra, nº 13, em 19 de abril; Paulo Pinheiro meiro Conselho, composto por Hemetério Fer- de Viveiros, nº 14, em 20 de abril; Nestor dos San- nandes, Francisco Ivo, Manoel Varella, Alberto tos Lima, nº 15, em 23 de abril; Custódio Toscano, Roselli e Paulo Pinheiro de Viveiros, marcada a nº 16, em 23 de abril; Alberto Roselli, nº 17, em 28 posse para o dia 22 de outubro. No entanto, antes da de abril; Augusto Leopoldo Raposo Câmara, nº posse, em 30/8/32, o Conselheiro Hemetério Fer- 18, em 29 de abril; Vicente Farache Netto, nº 19, nandes, que obteve a maior votação, e certamente em 29 de abril; Pedro d’Alcântara Mattos, nº 20, seria o Presidente, veio a falecer, razão pela qual em 29 de abril; Lélio Augusto Soares da Câmara, não pode ser considerado o 1º Presidente da OAB nº 21, em 30 de abril; José Gomes da Costa, nº 22, do Rio Grande do Norte, senão apenas eleito Con- em 02 de maio; Carlos Augusto Caldas da Silva, selheiro, mas não empossado, cabendo esse registro nº 23, em 03 de maio; Miguel Seabra Fagundes, nº histórico ao advogado Francisco Ivo Cavalcanti, 24, em 04 de maio; Edgar Ferreira Barbosa, nº 25, assim reconhecido na 10ª reunião do Conselho da em 12 de maio; Luís da Câmara Cascudo, nº 26, OAB/RN, realizada às 19 horas, do dia 22 de outu- em 12 de maio; João de Brito Dantas, nº 27, em bro de 1932, data considerada o cial de sua criação 12 de maio e Manuel Xavier da Cunha Montene- e rati cada pelo Conselho Federal, consoante tam- gro, nº 28, em 12 de maio de 1932, nomes que inte- bém registra Aluízio Azevedo, na sua Cronologia graram o Colégio Eleitoral para o pleito que elegeu do Rio Grande do Norte, Ed. do autor, 1965/164, o Primeiro Conselho e Diretoria de nitivos, con- tendo sido composta a sua Primeira Diretoria da forme a Assembleia Geral Eleitoral de 13 de maio seguinte forma: Presidente – Dr. Francisco Ivo desse ano, num total de 28 inscritos, resultante do Cavalcanti; 1º Secretário – Dr. Paulo Pinheiro adiamento da, anteriormente marcada, sessão do de Viveiros; Tesoureiro – Dr. Manoel Varella de dia 16 de abril de 1932, para ocorrer em 28 de abril. Albuquerque; Vogais – Dr. Pedro d’Alcântara Após o pleito outros, foram inscritos, como Aldo Mattos, que substituiu Dr. Hemetério Fernandes Fernandes Raposo de Mello, representando Mos- Raposo de Mello, eleito que foi em uma Segunda soró, Edgar Carrilho da Fonseca e Silva, Júlio Vic- Assembleia dos Advogados em 14 de novembro de tor Pimenta eophilo Régis, Aderson Lisboa, 1932, substituído em seguida pelo Dr. Alberto Ro- representando Santa Cruz e, no quadro de Provi- selli, depois por Phelippe Nery de Brito Guerra e sionados, Vicente de Souza, João Celso Filho, de Vicente Farache Netto, tendo como Conselheiro Açu, Raimundo Rubisa da Luz, de Mossoró. representante junto ao Conselho Federal o advoga- Na nova data aprazada, 13 de maio de 1932, do João de Brito Dantas. 1932 OS PIONEIROS HEMETÉRIO FERNANDES RAPOSO DE MELLO FRANCISCO IVO CAVALCANTI IDEALIZADOR 1º PRESIDENTE O PRIMEIRO PRESIDENTE ELEITO E NÃO EMPOSSADO PAULO PINHEIRO DE VIVEIROS O Dr.