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Guia para observação das aves do Parque Nacional de Brasília

Book · January 2011

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Mieko Kanegae Fernando Lima Favaro Federal University of Rio de Janeiro Instituto Chico Mendes de Conservação da Bi…

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Aílton C. de Oliveira Mieko Ferreira Kanegae Marina Faria do Amaral Fernando de Lima Favaro

Fotografia de Aves Marcelo Pontes Monteiro Nélio dos Santos Paulo André Lima Borges

Brasília, 2011 GUIA PARA OBSERVAÇÃO DAS AVES DO APRESENTAÇÃO PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA

É com grande satisfação que apresento o Guia para Observação República Federativa do Brasil das Aves do Parque Nacional de Brasília, o qual representa um importante instrumento auxiliar para os observadores de aves que frequentam ou que Presidente frequentarão o Parque, para fins de lazer (birdwatching), pesquisas científicas, Dilma Roussef treinamentos ou em atividades de educação ambiental. Este é mais um resultado do trabalho do Centro Nacional de Pesquisa e Vice-Presidente Conservação de Aves Silvestres - CEMAVE, unidade descentralizada do Instituto Michel Temer Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e vinculada à Diretoria de Conservação da Biodiversidade. O Centro tem como missão Ministério do Meio Ambiente - MMA subsidiar a conservação das aves brasileiras e dos ambientes dos quais elas Izabella Mônica Vieira Teixeira dependem. O livro contempla a atualização da lista das aves do Parque Nacional Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio de Brasília, publicada em forma de livro de bolso, em 1995, pelo CEMAVE e, Rômulo José Fernandes Barreto Mello oferece dicas para a observação de aves na natureza (equipamentos a serem utilizados, conduta do observador, aspectos relevantes para identificação da ave), informações gerais sobre as aves e, particularmente, as do e os Diretoria de Conservação da Biodiversidade – DIBIO efeitos do fogo sobre a avifauna. Marcelo Marcelino de Oliveira Das 312 espécies de aves relacionadas, 221 estão representadas em belíssimas fotos que facilitam distinguir o seu avistamento, reforçando o papel Diretoria de Unidades de Conservação e Proteção Integral – DIREP auxiliar do guia na identificação das aves em campo. Ricardo José Soavinski Para o Instituto Chico Mendes este livro é motivo de dupla comemoração porque o seu lançamento coincide com os 50 anos da criação do Parque Nacional de Brasília, além de contribuir para ampliação do conhecimento Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE desta magnífica amostra do Cerrado, tão presente no cotidiano da maioria João Luiz Xavier do Nascimento dos brasilienses e visitada por cidadãos de inúmeras origens. Desejamos um ótimo proveito aos leitores. Parque Nacional de Brasília – PNB Amauri de Sena Motta Marcelo Marcelino de Oliveira Diretor de Conservação da Biodiversidade / ICMBio Abril de 2011

© ICMBio 2011. O material contido nesta publicação não pode ser reproduzido, guardado pelo sistema “retrieval” ou transmitido de qualquer modo por qualquer outro meio, seja eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação ou outros, sem mencionar a fonte. © dos autores 2011. Os direitos autorais das fotografias contidas nesta publicação são de propriedade de seus fotógrafos. Ficha Técnica AGRADECIMENTOS

Consolidação das Informações Catalogação Agradecemos a Deus e a todos que participaram e colaboraram para a Aílton Carneiro de Oliveira Thaís Moraes criação e divulgação deste Guia. Com isso, contribuindo para o conhecimento Mieko Ferreira Kanegae das aves silvestres do Brasil e, sobretudo, do Cerrado. Marina Faria do Amaral Fotos Em especial, agradecemos ao chefe do CEMAVE, João Luiz Xavier do Fernando de Lima Favaro Marcelo Pontes Monteiro Nascimento, pelo incentivo à idealização deste Guia. Paulo André Lima Borges Revisão Final Nélio dos Santos Ao IBAMA e ao PNUD, que, por meio do projeto BRA/01/037, viabilizaram Núbia Cristina B. da Silva Stella a participação de Mieko F. Kanegae e Marina F. do Amaral neste trabalho. Apoio À Maria Helena Reinhardt, ex-chefe do Parque Nacional de Brasília, PNUD Capa / Diagramação por ter auxiliado o CEMAVE, na execução desta obra, quanto aos aspectos Wagner Ricardo Ramirez Miguel administrativos. Impressão Gráfica e Editora Brasil Ltda. A Marcelo Pontes Monteiro, Paulo André Lima Borges e Nélio dos Santos por terem cedido as belas imagens que ilustram este guia, sobretudo, ao Marcelo Pontes que, ainda colaborou nas sugestões do texto. Ao ICMBio, por permitir a divulgação da avifauna dessa importante unidade de conservação e, principalmente, pelo apoio na produção e distribuição deste guia. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP Bibliotecária responsável: Thaís Moraes CRB-1/1922 Muito especialmente, agradecemos aos nossos familiares.

Os autores

Guia para observação das aves do Parque Nacional de Brasília / Aílton Carneiro de Oliveira ... [et al.] ; Fotografia de Aves: Marcelo Pontes Monteiro, Nélio dos Santos, Paulo André Lima Borges. – Brasília : Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio, 2011. 300 p. : il. color. ; 21 cm.

ISBN: 978-85-61842-24-6

1. Aves, famílias, espécies. 2. Cerrado. 3. Birdwatching. 4. Educação ambiental. 5. Avifauna. I. Aílton Carneiro de Oliveira. II. Mieko Ferreira Kanegae. III. Marina Faria do Amaral. IV. Fernando de Lima Favaro. V. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. VI. Título.

CDD – 598.2981 ÍNDICE • CONDUTA PESSOAL...... 28 • IDENTIFICAÇÃO...... 29 • AS AVES DO PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA...... 30 • INTRODUÇÃO...... 10 • FAMÍLIAS E ESPÉCIES DO PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA...... 32 • O CERRADO...... 10 • FAMÍLIA RHEIDAE...... 33 • O FOGO NO CERRADO...... 12 • FAMÍLIA TINAMIDAE...... 34 • O EFEITO DO FOGO SOBRE AS AVES...... 12 • FAMÍLIA ...... 37 • A AVIFAUNA DO CERRADO...... 13 • FAMÍLIA CRACIDAE...... 40 • O PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA...... 15 • FAMÍLIA PODICIPEDIDAE...... 42 • A IMPORTÂNCIA DAS AVES...... 17 • FAMÍLIA PHALACROCORACIDAE...... 43 • CONSERVAÇÃO DAS AVES...... 19 • FAMÍLIA ANHINGIDAE...... 44 • AS AVES...... 20 • FAMÍLIA ARDEIDAE...... 45 • CARACTERÍSTICAS GERAIS...... 20 • FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE...... 52 • TIPOS DE BICOS...... 20 • FAMÍLIA CATHARTIDAE...... 54 • TIPOS DE PERNAS...... 21 • FAMÍLIA PANDIONIDAE...... 57 • COMPORTAMENTOS...... 22 • FAMÍLIA ACCIPITRIDAE...... 58 • ALIMENTAÇÃO...... 22 • FAMÍLIA FALCONIDAE...... 68 • REPRODUÇÃO...... 23 • FAMÍLIA RALLIDAE...... 72 • MIGRAÇÃO...... 24 • FAMÍLIA CARIAMIDAE...... 74 • COMUNICAÇÃO...... 24 • FAMÍLIA CHARADRIIDAE...... 75 • CUIDADOS COM A PLUMAGEM...... 25 • FAMÍLIA RECURVIROSTRIDAE...... 77 • NOMENCLATURA CIENTÍFICA...... 25 • FAMÍLIA SCOLOPACIDAE...... 78 • OBSERVAÇÃO DAS AVES...... 26 • FAMÍLIA JACANIDAE...... 81 • EQUIPAMENTOS RECOMENDADOS PARA OBSERVAÇÃO DE AVES...... 27 • FAMÍLIA RYNCHOPIDAE...... 82 • FAMÍLIA COTINGIDAE...... 194 • FAMÍLIA ...... 83 • FAMÍLIA PIPRIDAE...... 195 • FAMÍLIA PSITTACIDAE...... 89 • FAMÍLIA ...... 197 • FAMÍLIA CUCULIDAE...... 99 • FAMÍLIA VIREONIDAE...... 201 • FAMÍLIA TYTONIDAE...... 103 • FAMÍLIA ...... 202 • FAMÍLIA STRIGIDAE...... 104 • FAMÍLIA HIRUNDINIDAE...... 204 • FAMÍLIA NYCTIBIIDAE...... 108 • FAMÍLIA TROGLODYTIDAE...... 209 • FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE...... 109 • FAMÍLIA POLIOPTILIDAE...... 211 • FAMÍLIA APODIDAE...... 112 • FAMÍLIA TURDIDAE...... 212 • FAMÍLIA TROCHILIDAE...... 114 • FAMÍLIA MIMIDAE...... 216 • FAMÍLIA ALCEDINIDAE...... 123 • FAMÍLIA MOTACILLIDAE...... 217 • FAMÍLIA GALBULIDAE...... 126 • FAMÍLIA COEREBIDAE...... 218 • FAMÍLIA BUCCONIDAE...... 127 • FAMÍLIA THRAUPIDAE...... 219 • FAMÍLIA RAMPHASTIDAE...... 129 • FAMÍLIA EMBERIZIDAE...... 237 • FAMÍLIA PICIDAE...... 131 • FAMÍLIA CARDINALIDAE...... 250 • FAMÍLIA MELANOPAREIIDAE...... 140 • FAMÍLIA PARULIDAE...... 251 • FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE...... 141 • FAMÍLIA ICTERIDAE...... 256 • FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE...... 144 • FAMÍLIA FRINGILLIDAE...... 258 • FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE...... 145 • FAMÍLIA ...... 260 • FAMÍLIA SCLERURIDAE...... 146 • FAMÍLIA PASSERIDAE...... 261 • FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE...... 147 • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SUGERIDAS...... 279 • FAMÍLIA FURNARIIDAE...... 152 • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 280 • FAMÍLIA TYRANNIDAE...... 162 • INDICE NOMES CIENTÍFICOS...... 284 • ENGLISH COMMON NAME...... 296 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

INTRODUÇÃO As paisagens do Cerrado são classificadas de acordo com sua formação vegetal e podem ser: florestais, savânicas e campestres. As formações florestais ocupam menos de 20% do Cerrado e são muito importantes para a O CERRADO conservação da fauna desse bioma. Entre as aves, cerca de 82,6% das espécies do Cerrado dependem, em algum nível, desse tipo de formação vegetal para O Cerrado situa-se no centro da América do Sul. Esse bioma ocupa a viver (Silva e Bates 2002). maior parte do Brasil Central, o leste da Bolívia e o nordeste do Paraguai. É o segundo maior bioma brasileiro, com 2 milhões de km2, sendo superado em Os tipos de vegetação presentes no Cerrado são classificados em: área apenas pela Amazônia. Ocupa 21% do território nacional e é considerado a última fronteira agrícola do planeta (Klink e Machado 2005). O termo Cerrado é comumente utilizado para designar o conjunto de Mata ciliar: Vegetação florestal que acompanha os rios de médio e ecossistemas (savanas, matas, campos e matas de galeria) que ocorrem no grande porte sem se fechar acima do curso do rio. Brasil Central (Eiten 1977; Ribeiro et al. 1981). Mata de galeria: Vegetação florestal que acompanha rios de pequeno O Cerrado possui a mais rica flora dentre as savanas do mundo, com porte formando uma galeria sobre estes, geralmente cobrindo-os. mais de 7.000 espécies de vegetais, sendo 44% endêmicas. A riqueza de Cerradão: É uma vegetação florestal menos fechada que as anteriores espécies da fauna também é grande, correspondendo a 837 espécies de e com aspecto xeromórfico (que suporta as condições da seca). Nele se aves, 180 de répteis, 150 de anfíbios e 1.500 de peixes (Klink e Machado misturam espécies de plantas típicas das formações savânicas com aquelas 2005). Entretanto, a diversidade de mamíferos é relativamente pequena – 199 típicas de mata. mamíferos (Aguiar 2000; Marinho-Filho et al. 2002). Cerrado sensu stricto: Formação savânica caracterizada pela presença O Cerrado tem sofrido fortes pressões antropogênicas nas últimas de árvores baixas (entre 5 e 8 m de altura) e tortuosas, muitas vezes com décadas, devido à substituição das paisagens naturais por áreas de pastagens, evidências de queimadas. Os estratos arbustivo e arbóreo são densos, plantações de grãos, expansão urbana e construção de barragens. Esses fatores principalmente no período de chuvas. têm colocado em risco a sua diversidade, devido à perda e fragmentação do hábitat. Restam menos de 20% das paisagens naturais do Cerrado que Veredas: Vegetação em que predomina a palmeira buriti (Mauritia ainda não foram alteradas por ações decorrentes das atividades humanas flexuosa) em meio a agrupamentos de espécies arbustivas e herbáceas, mas (Mittermeier et al. 2000). Somente 1,2% de sua área total encontra-se sob sem formar dossel. As veredas em geral se localizam em vales ou próximas a proteção ambiental por lei, como Unidade de Conservação Federal (Silva e cursos d’água, onde o solo é bastante úmido. Bates 2002; Mittermeier et al. 2000; Myers et al. 2000). Por isso, o Cerrado Campos: Formações campestres com predomínio de vegetação é considerado um dos biomas mais ameaçados do mundo e faz parte dos herbácea, pouca ou nenhuma vegetação arbustiva. Pode ser dividido em hotspots (áreas prioritárias para conservação) segundo Myers et al. (2000). campo sujo e campo limpo. Um dos primeiros avanços para a conservação desse bioma foi a realização de reunião com pesquisadores de diversas áreas, em 1998, quando o Ministério do Meio Ambiente promoveu um Workshop de Ações Prioritárias para Conservação do Cerrado e , no qual foram definidas 87 áreas prioritárias para a conservação do Cerrado (Cavalcanti 1999a).

12 13 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

O FOGO NO CERRADO As queimadas descontroladas podem afetar as aves de forma direta (mortalidade, danos físicos) e indireta (alterando o hábitat, oferta de recursos, abundância de competidores e predadores). As aves podem responder O fogo é um fator determinante na formação e manutenção de padrões tanto de forma positiva ou negativa, dependendo das características de sua e processos das savanas tropicais (Cole 1986). O histórico de fogo no bioma história de vida, assim como da extensão, intensidade e tempo de duração da é anterior à ocupação humana e ocorre no Cerrado entre 27.100 a 41.700 queimada. Devido a essas variações no comportamento do fogo, o seu efeito anos atrás entre intervalos maiores de 33 a 41 anos e os menores de 8 anos nas aves e em seus hábitats varia amplamente (Ganey et al. 1996). (Vicentini 1993). Com a ocupação humana, a frequência de queimadas vem aumentando progressivamente, sendo ampla a sua utilização na agricultura e Durante as queimadas, as aves predadoras e as insetívoras aéreas são na pecuária extensiva (Coutinho 1980). logo atraídas para as frentes de fogo, quando então, capturam os animais em fuga. O quadro que se observa após as queimadas é que algumas espécies Segundo Coutinho (1990) a estação mais propícia à ocorrência de residentes desaparecem de forma temporária, enquanto as oportunistas queimadas no cerrado é entre maio e setembro, podendo estender-se até aparecem forrageando nas áreas recém queimadas (Sick 1965; Cavalcanti 1988; outubro. No período úmido, pode também ocorrer a incidência do fogo Figueiredo 1991; Cavalcanti e Alves 1997). Os investimentos na reprodução durante os dias quentes com ausência de chuvas (veranico), principalmente como os ovos, ninhos e ninhegos são os mais facilmente atingidos pelo fogo. nas áreas com baixa ocorrência de fogo. A resposta imediata da avifauna logo após o fogo é substancial e ocorre Em longo prazo, a incidência de fogo altera a estrutura e a composição como reação à alteração na disponibilidade de recursos alimentares que são florística da comunidade lenhosa do Cerrado. Muitas características típicas da geralmente abundantes, mas de curta duração. Algumas aves localizadas em vegetação, tais como tortuosidade, aparência anã e caducifolia, são atribuídas hábitats adjacentes à área queimada podem ser atraídas pela disponibilidade à ocorrência de queimadas (Eiten 1972). O fogo é importante na promoção de de presas mortas (vertebrados e invertebrados) (Woinarski and Recher 1997). produtividade primária, na dispersão de sementes, na proteção, deiscência e abertura de frutos em algumas plantas, e ainda, no estímulo ao rebrotamento Abreu (2000) e Figueiredo (1991) verificaram que após uma queimada e à floração da camada subarbustiva. a riqueza da avifauna do cerrado não variou, contudo a composição e a abundância das aves foram diferentes.

O EFEITO DO FOGO SOBRE AS AVES A AVIFAUNA DO CERRADO

O fogo pode alterar ecossistemas, comunidades e estruturas de populações, favorecendo certas espécies ou criando condições para a invasão A avifauna do Cerrado conta com 837 espécies, distribuídas em 62 de novas espécies. Além disso, pode eliminar os organismos individualmente, famílias. Dessas, 36 (4,3%) espécies são endêmicas (Silva 1995, 1997; Cavalcanti modificar taxas de crescimento, reprodução, disponibilidade e uso dos 1999b; Bagno e Marinho-Filho 2001, Silva e Bates 2002; Lopes 2004) e 14 estão recursos, como também alterar a competição e outras relações entre os ameaçadas (MMA 1999). Entretanto, o grau de endemismo é o menor entre os organismos. Os efeitos destes impactos dependem fundamentalmente vertebrados (Myers et al. 2000). Adicionalmente a avifauna do Cerrado ainda do recente histórico de regime de fogo na área, do estado fisiológico e de é pouco conhecida. Por exemplo, uma nova espécie críptica – duas espécies desenvolvimento dos organismos no momento do fogo e da ocorrência de extremamente difíceis de distinguir por características morfológicas - de ave eventos, tais como chuva, seca e herbivoria (Gill 1994 apud PREVFOGO 2001). (Suiriri islerorum) foi recentemente descrita para a região (Zimmer et al. 2001). A maioria das aves do Cerrado (90,7%) se reproduz no próprio bioma (Silva 1995).

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No Distrito Federal existem 451 espécies de aves, incluindo 32 espécies O PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA endêmicas do Cerrado. Desse total, apenas 34 espécies não se reproduzem no Cerrado, sendo 17 visitantes da América do Norte, 6 visitantes do sul da América do Sul e 11 espécies desconhecidas quanto ao local de reprodução (Bagno e Marinho-Filho 2001). Entre as aves mais comuns no Cerrado estão o tucano (Ramphastos toco), a gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus), papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops), o periquito-de-encontro-amarelo (Brotrogeris chiriri), a seriema (Cariama cristata) e o arapaçu-do-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris), entre outras. Nas formações de campo de cerrado encontramos a seriema, a ema (Rhea americana), a perdiz (Rhynchotus rufescens), a codorna (Nothura maculosa) e o galito (Alectrurus tricolor), entre outros. No Cerradão encontramos o mutum (Crax fasciolata), o jaó (Crypturellus undulatus), o choca-de-asas-vermelhas (Thamnophilus torquatus) e o pica- pau-do-campo ( campestris). No domínio de Mata de galeria temos o soldadinho (Antilophia galeata), a saracura três-potes (Aramides cajanea) -de-brasília (Scytalopus novacapitalis), o pula-pula (Basileuterus culicivorus) e a alma-de-gato (Piaya Figura 1 – Imagem de satélite do Parque Nacional de Brasília. cayana). O Parque Nacional de Brasília (PNB), criado em 1961, situa-se no setor Noroeste do Distrito Federal, a 10 km do centro de Brasília. Localiza-se entre as coordenadas 15º35’ - 15º45’ S e 48º05’ - 48º53’ W. A Lei nº 11.285/06, ao redefinir os limites do Parque, amplia a UC para 42.389 hectares. O Parque abriga uma amostra do Cerrado do Planalto Central em admirável estado de conservação. Tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (SNUC 2002). É uma das unidades de conservação mais visitadas do país, recebendo cerca de 500.000 visitantes ao ano (Horowitz 2000). O clima da região é tropical de altitude (Aw), segundo a classificação de Köppen, e apresenta forte sazonalidade, marcada por períodos de seca de maio a setembro (0-50 mm mensais de pluviosidade) e de chuva entre novembro e março (200 e 250 mm mensais), sendo a precipitação média

16 17 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio anual cerca de 1530 mm (INMET 2000). Durante a seca é comum a ocorrência de queimadas de origem natural e antropogênica. A IMPORTÂNCIA DAS AVES No Parque Nacional de Brasília pode-se observar que, nas áreas queimadas, as aves insetívoras e granívoras ocorrem com maior frequência, A maioria das pessoas desconhece a importância de uma espécie para enquanto que as frugívoras são mais escassas, devido à disponibilidade de seu ecossistema. O que você acha que aconteceria se matasse, por exemplo, recursos que é alterada após a queimada, resultando no aparecimento de todos os urubus do mundo? Muitos poderiam responder: Nada! Nada???? Esse espécies oportunistas (Abreu 2000). subitem é dedicado a essas pessoas, para que elas possam entender que cada ser vivo, assim como, cada ave, tem um papel biológico importante na natureza. A avifauna registrada para o Parque em 1995 consistia em 265 espécies (Antas 1995). Posteriormente a este levantamento outros estudos com aves Todos os animais estão inseridos em uma cadeia alimentar, ou seja, foram realizados como Antas (1999) e Abreu (2000). Este guia de aves lista 312 se alimentam de algo e servem como alimento para alguém. Se uma espécies em 62 famílias das quais 16 são endêmicas e oito estão ameaçadas população de determinada espécie diminui ou é extinta, é bem provável de extinção. que a população da qual essa espécie se alimenta cresça, acarretando um desequilíbrio na natureza. As aves que comem insetos, como as andorinhas, O Parque Nacional de Brasília é uma das unidades de conservação por exemplo, controlam o tamanho das populações de insetos. Suponhamos do Brasil que mais recebe visitantes. Desses, muitos são grupos específicos que estas andorinhas sejam as únicas que comem a larva de um inseto que (embaixadas, turistas, universidades e outros) interessados em observar aves ataca as plantações da região. Se as andorinhas fossem exterminadas o ao longo das Trilhas da Capivara e Cristal Água. número de insetos cresceria muito e prejudicaria o cultivo. Diversas são as aves que controlam populações de insetos e de outros animais. Em áreas de pastagens, associadas ao gado, ocorrem a garça vaqueira, o anu preto e o gavião carrapateiro, os quais se alimentam de carrapatos do gado e de outros insetos que estes espantam ao caminhar. A família Formicaridae compreende aves especialistas em se alimentarem de formigas. Já as corujas, alimentam-se de ratos, seriemas, gaviões de serpentes e lagartos. Como se observa, se não fossem as aves, várias populações que são consideradas pragas, que transmitem doenças ou simplesmente que estão no mundo mantendo o equilíbrio da natureza, se desestabilizariam provocando prejuízos visíveis ou não para o homem. Outro papel importantíssimo desempenhado pelas aves no ecossistema é a polinização e a dispersão de sementes de diversas plantas. Os beija-flores, por exemplo, são ótimos polinizadores, pois quando se alimentam do néctar das flores, os grãos de polén ficam presos em seu corpo e são levados para outras flores. Assim, permite que ocorra a fecundação e formação de frutos. As aves frugívoras também agem a favor da proliferação das plantas, por meio da dispersão de sementes. Elas geralmente ingerem os frutos por inteiro e suas sementes muitas vezes são eliminadas intactas, por meio de regurgitos e(ou) das fezes, as quais podem cair sobre uma terra fértil e germinar.

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Portanto, se alguma ave ou qualquer outro ser vivo deixar de existir, Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres - CEMAVE é o Centro não será apenas essa espécie a prejudicada, mas todas as outras que direta Especializado do ICMBio que se compromete especificamente com esse tema. ou indiretamente estão relacionadas a ela. O CEMAVE é o único Centro da América Latina a coordenar o uso da técnica de Além da importância como controladores populacionais, as aves são anilhamento como instrumento de pesquisa com aves. Essa técnica consiste muito sensíveis a alterações ambientais, o que lhes confere a característica em marcar as aves com um anel que contém uma letra e números, por meio de serem excelentes bioindicadores da qualidade de determinado ambiente. dos quais é possível identificar as aves individualmente. Assim, quando se Há, portanto, espécies que são típicas de áreas alteradas e há outras restritas encontra uma ave anilhada é possível saber onde e quando ela foi marcada e a áreas preservadas. Além disso, se um ambiente estiver contaminado por realizar estudos de rotas migratórias, distâncias percorridas pelos indivíduos, agrotóxicos ou outros poluentes, e determinada ave se alimentar de itens que longevidade da espécie e outros. O CEMAVE possui sua sede em Cabedelo acumulam estas substâncias, é provável que a ave morra ou que espécies que (PB) e Bases avançadas em Jeremoabo/BA e Brasília/DF (esta última situada se alimentavam desses itens não vivam mais nesse local. dentro do Parque Nacional de Brasília). Além dos estudos para conhecimento das aves, para conservá-las em muitos casos, são utilizadas técnicas de manejo. Na silvicultura, por exemplo, CONSERVAÇÃO DAS AVES monoculturas de espécies exóticas como eucaliptos e pinus, são casos em que técnicas de manejo podem ser utilizadas para recuperar populações de aves. O reflorestamento do sub-bosque com plantas nativas, incluindo A destruição de hábitat é a maior ameaça às aves em todo o mundo. No espécies frutíferas que atraiam diretamente as aves, seria um exemplo de Cerrado diversas atividades crescentes como a ocupação humana ameaçam manejo para tentar uma recolonização das aves. esse bioma. As extensas plantações, a criação de gado, o uso de queimadas, a criação de lotes irregulares e, mais recentemente, a construção de O estudo das aves e principalmente o manejo, são questões de hidrelétricas, vêm alterando as paisagens do cerrado. Com o desmatamento e responsabilidade de técnicos especializados, em geral biólogos, porém há a alteração da vegetação, uma série de problemas como o assoreamento de ações simples que todos nós podemos executar para ajudar a preservar as rios contribuem para a diminuição de populações animais. aves e seus ambientes, tais como: Quando uma espécie sofre perda de hábitat e diminuição de sua 1. Não alimentar os animais silvestres. O alimento ofertado, além de população, devido a fatores naturais ou causados pelo homem, diz-se que poder não ser saudável para a ave, se ofertado com frequência essa espécie encontra-se ameaçada (Andrade 1993). As espécies raras são pode alterar seus hábitos alimentares originais; aquelas que dispõem de um número reduzido de exemplares esparsamente 2. Não aplicar agrotóxicos ou outros produtos agrícolas que distribuídos em extensa região ou concentrados em uma pequena área. contenham substâncias químicas danosas ao meio ambiente, Espécies endêmicas são aquelas que apresentam distribuição restrita a uma sobretudo, próximo a rios e (ou) nascentes; localidade, podendo ser endêmica a uma bacia hidrográfica, a um bioma, a um país ou a qualquer outra unidade de extensão geográfica. 3. Ter muito cuidado ao acender fogo em acampamentos ou cigarros em áreas de cerrado, principalmente durante os meses de seca; e Para conservar as aves é necessário antes de tudo conhecê-las. Muitas universidades, instituições governamentais, como o Ministério 4. Não jogar lixo em paisagens naturais (florestas, matas, rios, lagos, do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da oceanos e outros ambientes naturais). Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e organizações não governamentais têm se comprometido com a conservação das aves e de seus ambientes. O Centro

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AS AVES araras, papagaios e periquitos possuem bicos extremamente fortes e curvos que ajudam a abrir cocos de palmeiras e outros frutos. A parte inferior serve como apoio enquanto a superior quebra, como se fosse um machado, os CARACTERÍSTICAS GERAIS frutos e sementes duras. Os bicos muito finos, retos ou curvos dos beija-flores, juntamente As aves são animais vertebrados caracterizados pela presença de bico, com a longa língua que possuem, são adaptações para alcançar o néctar asas e postura de ovos. Porém, essas características não são exclusivas das das flores. Pássaros pequenos como o coleirinho, o tiziu e os canários, que aves, sendo compartilhadas com outros grupos. A única característica que as se alimentam de sementes de gramíneas, possuem bicos curtos e robustos distinguem totalmente dos demais grupos de vertebrados é a presença de em forma de cone. Os bacuraus apresentam um bico curto, porém de base penas. As penas são estruturas formadas principalmente por queratina e têm muito larga, o que permite uma ampla abertura para a captura de insetos. Os a função de promover o voo e o isolamento térmico. bem-te-vis, assim como todos os outros representantes da família Tyrannidae, apresentam bicos que funcionam como pinças. Além disso, as cerdas (que As aves ocorrem em diversos ambientes, espalhadas em todos os têm função sensorial e de proteção ao redor do bico) podem auxiliar a captura continentes, desde os desertos até aos ambientes árticos e antárticos. Essa de insetos durante o voo, a exemplo dos andorinhões e bacuraus. Os pica- ampla diversidade de ambientes está relacionada às adaptações morfológicas paus possuem bicos pontiagudos e fortes para perfurar buracos em troncos e (como o tipo de bico, tipo de pernas e coloração da plumagem), fisiológicas, cupinzeiros à procura de insetos. genéticas e comportamentais desenvolvidas ao longo da evolução, que permitiram a sua sobrevivência nesses locais. A morfologia das aves pode variar bastante entre diferentes grupos e TIPOS DE PERNAS está relacionada com os hábitos e comportamentos de cada uma. A cauda das aves, por exemplo, é a estrutura responsável pelo direcionamento do voo. A morfologia das pernas e pés de uma ave traz muitas dicas sobre o As variações no formato da cauda conferem a cada grupo um estilo próprio de ambiente em que ela vive. Aves que caminham sobre ambientes úmidos voo. Em arapaçus e pica-paus, que são aves que se deslocam verticalmente como lama, lodo ou ambientes aquáticos rasos, como as garças, apresentam pelo tronco das árvores, a cauda é mais rígida e tem um importante papel pernas longas com dedos compridos. Aves aquáticas como os patos e de apoio durante a execução desse tipo de deslocamento. Bicos e patas são biguás, apresentam uma membrana entre os dedos denominada membrana outras estruturas estreitamente relacionadas às atividades das aves. interdigital que permite que estas aves nadem. As aves de rapina, como as águias, corujas e os gaviões têm muita força nas pernas e suas unhas são TIPOS DE BICOS compridas e afiadas, próprias para perfurar e agarrar com firmeza as presas. Aves de solo como as codornas, inhambus e macucos possuem pernas curtas e dedos relativamente grossos. Aves pernaltas como a ema e a seriema, O bico de uma ave está diretamente relacionado com a alimentação. também presentes no Cerrado, possuem as pernas e pés resistentes e são Bicos longos, pontiagudos e serrilhados como o das garças e do martim- corredoras. A seriema quando perseguida pode atingir a velocidade entre 40 pescador, são eficazes na captura de peixes. Bicos largos, achatados e com a 70 km/h antes de voar. A ema atinge velocidade de até 60 km/h. estruturas semelhantes a pentes (lamelas) filtram a água ou a lama retendo pequenos invertebrados. Esse tipo de bico é característico de patos, marrecas, cisnes e colhereiros. Bicos curtos, porém fortes e curvos, como o de gaviões e corujas, são cortantes e eficientes para dilacerar a carne de suas presas. As

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COMPORTAMENTOS Onívoras: Apresentam uma alimentação variada, incluindo itens de origem vegetal e (gralhas, sabiás, pardais e pombos)

As aves apresentam comportamentos diversos relacionados à Necrófagas: Alimenta-se de animais mortos e (ou) em decomposição alimentação, reprodução, limpeza das penas, comunicação e cuidado com (urubus). os filhotes. Neste item serão destacados alguns comportamentos frequentes. REPRODUÇÃO ALIMENTAÇÃO As aves se reproduzem uma ou mais vezes durante o ano. No Cerrado, As aves apresentam uma grande variedade de táticas para capturar seus a maioria das espécies se reproduz no início da estação chuvosa (setembro/ alimentos. O comportamento alimentar de uma ave é uma das características outubro), quando a oferta de alimentos é maior, tanto de insetos quanto de frutos. que nos ajuda a identificar a que grupo pertence, pois determinadas famílias A reprodução das aves tem início com a procura de um parceiro. Nessa apresentam técnicas de capturas de alimento particulares. Os papa-moscas e fase, um comportamento comum em algumas espécies é o display sexual todas as aves da família Tyrannidae, por exemplo, saem voando de um poleiro, (que é uma exibição executada em geral pelo macho), da plumagem, de capturam insetos no ar e retornam ao poleiro. Os beija-flores pairam no ar cantos ou de movimentos, para se mostrar para indivíduo(s) do sexo oposto. enquanto se alimentam. O biguá mergulha na água para capturar sua presa. Quando o casal se forma ocorre o cortejo, fase em que macho e fêmea se Esses são alguns exemplos de táticas de captura de alimentos, observando as agradam com leves bicadas ou com oferta de alimento para o outro. Em aves descobre-se outros. seguida ocorre o acasalamento, momento em que a fêmea é fertilizada. Em Em relação ao tipo de dieta que consomem, as aves são classificadas como: geral, nessa fase o ninho é ou já está construído. Carnívoras: Alimentam-se de carne de animais vivos, são predadoras Começa então a fase de nidificação, período em que as aves (gaviões, corujas e águias). defendem ativamente seus territórios. A postura dos ovos ocorre e é seguida da incubação. Nesse período muitas espécies desenvolvem uma placa de Frugívoras: Sua dieta consiste de frutos (papagaios, periquitos, araras, incubação, a qual é caracterizada pela ausência de penas na região ventral, sanhaços e tucanos). pele intensamente vascularizada e com temperatura elevada, o que facilita a Granívoras: São aqueles que consomem sementes de gramíneas transferência de calor para os ovos (Sick 1997). (capins) e de outros grãos (tiziu, coleirinho e canários). Os ninhos podem ser localizados no chão, sobre os galhos de árvores Insetívoras: Alimentam-se principalmente de insetos e de outros ou arbustos, no interior de troncos, em cavidades de barrancos, cupinzeiros, artrópodos, tanto na forma adulta como de larva (papa- em construções (no telhado, chaminé), postes e torres de transmissão de moscas, pica-paus, andorinhas e bacuraus). energia e outros. Nectarívoras: Sua dieta principal consiste de néctar (beija-flor e O quero-quero e o bacurau, estão entre as aves do Parque Nacional de cambacica). Brasília, que são vistas frequentemente na área de visitação. Ambas nidificam no chão. Sobre os galhos das árvores nidificam grande parte das aves, como Piscívoras: Consomem basicamente peixes na sua dieta (biguá, águia- as pombas, os sanhaços, o tico-tico e a gralha-do-cerrado, entre outros. pescadora e o martim-pescador). Nas cavidades pré-existentes de troncos de árvores, nidificam papagaios e arapaçus. Maiores detalhes sobre tipos de ninhos podem ser encontrados em Andrade (1993). 24 25 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Em relação ao desenvolvimento dos filhotes, as aves podem ser e chamados, é um dos principais meios de comunicação das aves. Há nidífugas ou nidícolas, de acordo com o grau de dependência dos filhotes vocalizações específicas para atrair um parceiro para a reprodução, para em relação aos pais. As aves nidífugas já nascem com plumas, com os olhos defender um território, para alertar sobre um perigo ou para manter a coesão abertos e com a capacidade de andar e se alimentarem sozinhas (Ex.: pato, de um grupo. Além da comunicação sonora, as aves se comunicam por meio marreca). Por outro lado, os filhotes nidícolos tardam um pouco a deixar o de sinais corporais, como posturas corporais, danças e tipos de bicadas. ninho, pois nascem nus, com os olhos fechados e dependem dos pais para se alimentarem (Ex.: garça, sabiá). CUIDADOS COM A PLUMAGEM

MIGRAÇÃO As aves gastam muito tempo na arrumação e limpeza de sua plumagem, principalmente com relação às penas de voo. Elas utilizam o bico, pés, unhas Migração consiste no deslocamento de uma espécie animal entre duas e, em alguns casos os parceiros. ou mais áreas geográficas distintas, sendo que uma delas é o local onde ocorre As aves aquáticas limpam e arrumam suas penas regularmente a reprodução. Uma migração verdadeira deve seguir um padrão cíclico e (ou) permitindo que estas mantenham sua função de impermeabilidade. Há uma sazonal. As espécies que não são migratórias são denominadas residentes. glândula na base da cauda das aves denominada “uropígio” que secreta uma A maioria das migrações ocorre à procura de locais com alimentação farta. substância oleosa que impermeabiliza as penas. A ave passa então o bico no As aves migram em bandos e o deslocamento pode ocorrer durante o dia uropígio e depois nas penas, garantindo que fiquem bonitas e protegidas. e a noite. Geralmente, as aves acumulam gordura no corpo antes de viajar longas distâncias, pois assim não precisarão se alimentar durante o trajeto. As aves tomam banhos prolongados em poças de água parada ou As migrações podem ser latitudinais, geralmente de aves que abandonam revolta de rios, lagos e lagoas, em cavidades de árvores, chuva e outras. Além o hemisfério norte no período de inverno e vêm para o sul, onde é verão; disso, tomam banho de poeira e sol. O banho de sol ajuda na secagem da existem ainda as migrações longitudinais ou altitudinais. plumagem. A localização do Cerrado no centro da América do Sul é uma peculiaridade desse bioma que contribui para que haja espécies migratórias. NOMENCLATURA CIENTÍFICA As matas de galeria do Cerrado funcionam como corredores para espécies como a guaracava ( parvirostris), que se deslocam entre a floresta Amazônica e as matas do sul e sudeste (Cavalcanti 1988). Entre as espécies A classificação científica dos seres vivos tem como objetivo organizar migratórias que ocorrem no PNB a mais facilmente observada é a tesourinha os grupos de acordo com suas afinidades morfológicas e genéticas. O reino (Tyrannus savana), que vem da Amazônia para se reproduzir no Brasil Central, animal é subdividido em filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. As aves permanecendo em Brasília entre a segunda quinzena de agosto até primeira pertencem ao filo Chordata e à classe Aves, a qual corresponde no Brasil a 26 quinzena de janeiro. ordens. A maior das ordens entre as aves é a dos Passeriformes, conhecida popularmente por “passarinhos”. Para que os pesquisadores de diferentes países e de diversos idiomas COMUNICAÇÃO pudessem se referir a uma mesma espécie, foi criada a nomenclatura científica. Assim, cada espécie recebe um nome composto, em latim, formado As aves se comunicam tanto com indivíduos da mesma espécie por duas palavras: a primeira corresponde ao gênero e a segunda à espécie. quanto de outras espécies. A vocalização, que inclui cantos, gritos, piados Ex: Harpyhaliaetus (gênero) coronatus (espécie), a águia-cinzenta.

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OBSERVAÇÃO DAS AVES EQUIPAMENTOS RECOMENDADOS PARA OBSERVAÇÃO DE AVES

A observação de aves, denominada internacionalmente como birdwatching, é Para se fazer uma boa observação de aves é recomendada a utilização praticada com grande frequência por norte-americanos, alemães, australianos, de alguns equipamentos. Para visualizar uma ave que não esteja muito ingleses e japoneses, que buscam essa atividade como opção de lazer e próxima ou para observar detalhes que dificilmente são vistas a olho nu. Dessa ecoturismo. Além disso, essa atividade reúne milhões de adeptos e movimenta forma, é essencial o uso de binóculos. Esse equipamento é fácil de carregar vários segmentos da economia. Apesar de termos uma grande diversidade e facilitará muito a observação. Os binóculos trazem o grau de aumento da de aves (1832 espécies) e de ambientes, a prática de birdwatching ainda é imagem e o diâmetro da lente, ou seja, o campo de entrada de luz. incipiente no Brasil. Entretanto, essa modalidade de turismo apresenta grande Em geral, bons binóculos para observar aves são aqueles que permitem potencial de crescimento. Devido ao contato com a natureza, a observação um registro detalhado da coloração das penas, formato e cores das pernas de aves é uma atividade prazerosa e relaxante. Além de ser uma atividade de e bico. As especificações mais utilizadas são de 7x35 ou 8x40. O primeiro lazer, o aprendizado que se adquire observando aves é muito grande, não número indica o número de vezes que a imagem será maior. O segundo apenas sobre a identificação de espécies, mas, sobretuto, por levar a uma número fornece o diâmetro, em milímetros, das objetivas (lentes maiores do reflexão sobre o papel de cada um de nós na proteção da natureza. binóculo). Logo, quanto maior for o diâmetro, mais luz penetrará por meio As aves, além de serem facilmente percebidas devido aos seus cantos, das lentes, o que se constitui num fator importante para observação de aves. plumagens e coloração chamativa, podem ser encontradas em todos os locais. É fundamental carregar no bolso um guia de campo das aves da região Desde a janela de edifícios situados em grandes cidades, quintais, fazendas, e uma caderneta de campo para anotar as aves que são vistas, assim como chácaras, parques, e jardins; em praias e em áreas de matas. Em ambientes suas características. Só anotando as características das aves é que se aprende urbanos é comum observar bem-te-vis, andorinhas, sabiás, rolinhas, beija- a identificá-las. Os nomes científicos também poderão ser memorizados mais flores, corruíras e outros. Mas, à medida que se anda por um ambiente mais facilmente se escritos toda vez que o observador vir uma ave. Com o guia de arborizado e com variação entre os tipos de vegetação, o número de espécies campo será possível comparar as aves observadas com as fotos ou desenhos que podem ser observadas tende a aumentar. do guia e assim identificá-las. A estação reprodutiva da maioria das aves do Cerrado coincide com Há outros equipamentos complementares que podem ajudar bastante o início do período das chuvas, sendo essa a estação mais propícia para na identificação de uma ave. A luneta, com função similar ao binóculo, porém sua observação. Geralmente as aves cantam mais e são bem ativas nesse com maior aumento, serve para observar as espécies que estejam muito período, sendo, portanto, mais fácil encontrá-las. O melhor período do dia distantes, em ocasiões específicas: hábitats abertos (praias oceânicas), ninhos, para observação de aves corresponde aos horários de maior atividade, ou aves distantes e outros. Entretanto, esses equipamentos são incômodos para seja, nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde, quando estão em carregar e exigem um tripé para apoiá-las, fatores que inviabilizam seu uso busca de alimento. No meio do dia, período mais quente, elas procuram ficar para observar aves durante uma caminhada longa, por exemplo. em áreas com mais vegetação para se abrigar do sol e descansar. Algumas O gravador é outro equipamento útil durante uma observação. Eles aves, como o bacurau e as corujas, são aves noturnas sendo difícil encontrá- servem para registrar o canto das aves, assim como, para atraí-las. Em muitas las durante o dia. espécies um indivíduo, ao ouvir uma vocalização de um outro indivíduo da mesma espécie, se aproximará. Pode-se assim, gravar um indivíduo cantando e depois tocar a gravação para tentar atraí-lo e vê-lo de perto. Esse procedimento é denominado play-back.

28 29 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Fotografar aves é uma tarefa que requer paciência e dedicação, pois A partir dessas informações e com o auxílio de um guia de campo a maioria das aves não permanece muito tempo parada na presença do das aves da região, o observador pode verificar quais aves do guia mais se homem. Além disso, dependendo do ambiente, a luminosidade é baixa. Para assemelham com a ave observada e assim identificá-la. Os cantos das aves, se obter boas fotos é recomendável o uso de máquinas fotográficas manuais, o ambiente em que estão e alguns comportamentos, como por exemplo, a com lentes objetivas. A foto de uma ave registra detalhes e permite uma tática utilizada de alimentação ou o tipo de voo, também pode ajudar muito visualização melhor que no momento de observação na natureza. Uma boa na identificação do animal. foto pode ajudar na identificação, uma vez que captura informações visuais com maior precisão. IDENTIFICAÇÃO

CONDUTA PESSOAL A identificação da ave é feita por meio da comparação entre as anotações e desenhos de sua caderneta com guias especializados. Geralmente os livros Um fator fundamental para se fazer uma boa observação de aves é que especializados podem ser de dois tipos: o observador seja extremamente discreto. A maioria das aves se assusta com Guias-de-campo: apresentam desenhos e (ou) fotos, com breve a aproximação do homem, portanto alguns cuidados devem ser tomados descrição. São direcionados para identificação rápida das espécies e variam para se aproximar ao máximo de uma ave, sem espantá-la: conforme a abrangência da avifauna (local, regional, global), além de grupos 1. Não ande em grandes grupos. Até quatro pessoas é um número específicos, tais como aves marinhas, psitacídeos, pica-pau, beija-flor e outros. razoável. Mas lembre-se que quanto menor for o grupo, mais fácil Livro-texto: traz texto descritivo e explicativo com informações será observar de perto as espécies; completas e detalhadas. Alguns trazem ilustrações sobre as aves descritas. 2. Faça o mínimo de barulho possível, não corra ou faça movimentos Para identificar uma espécie, o observador deverá comparar seus bruscos, ande com cautela e fale somente o necessário; registros com as ilustrações e descrições dos livros e guias. Nessas publicações, 3. Procure usar roupas e acessórios de cores pouco chamativas ou geralmente as aves estão agrupadas em famílias, que possuem características de tons parecidos com os tons da natureza, para que a ave não se comuns a todos os seus membros. Portanto, para facilitar a identificação, é afaste antes que você a observe. interessante restringir a procura a determinada(s) família(s) (Efe et al. 2001). Outro meio que auxilia na identificação é a vocalização da ave. Para tanto, a vocalização gravada pode ser comparada com CDs e fitas especializadas. COMO IDENTIFICAR Com o objetivo alcançado o observador consegue identificar a espécie e descobrir o seu nome popular e científico. Caso não consiga fazer a identificação, não desanime, pois, certa dificuldade é normal para um Quando um observador encontra uma ave deve observar a maior observador iniciante. Mesmo profissionais experientes podem ter dificuldade quantidade de detalhes possíveis para conseguir identificá-la. As características quando se deparam com uma ave rara ou desconhecida para eles. Contudo, físicas como o porte corporal, o tipo de bico e a coloração das plumagens são no caso de dúvida, procure um observador experiente, para juntos, com suas algumas das informações que devem que ser registradas. Fazer desenhos na anotações, terem sucesso. caderneta de campo auxilia na descrição detalhada do animal. Nunca jogue fora suas anotações, elas poderão ser úteis no futuro.

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MORFOLOGIA EXTERNA DAS AVES As matas de galeria do Parque Nacional de Brasília abrigam espécies que se encontram ameaçadas de extinção. Uma delas é o tapaculo de Brasília (Scytalopus novacapitalis), uma espécie que foi registrada pela primeira vez por Helmut Sick, em 1957, durante a construção de Brasília (Sick 1997). A águia cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus) é outra espécie ameaçada já registrada no Parque, que foi esporadicamente observada até a década de 80 (Antas 1995) e que ainda é avistada com frequência no interior do Parque. Outra ave ameaçada, um dos maiores passeriformes, o pavão-do-mato (Pyroderus scutatus) registrado uma única vez em 1978 por Antas (1995). Em setembro de 1992, Lindbergh e Sagot, avistaram um indivíduo adulto dessa espécie na mata de galeria onde foi feita a reintrodução do Bugio preto (Alouatta caraya), (Sagot. com. Pessoal). O capacetinho-do-oco-do-pau (Poospiza cinerea), ave ameaçada foi vista uma única vez no PNB em março de 1989, pelo ornitólogo José Fernando Pacheco (Collar et al. 1992). Entre as espécies que ocorrem em outros ambientes do Brasil, destacamos duas que foram registradas no PNB. Uma delas é o tucano de bico verde (Ramphastos dicolorus), o qual ocorre na Mata Atlântica e apresenta aqui um dos seus limites de distribuição e a águia-pescadora (Pandion haliaetus), espécie migratória da América do Norte, que ocorre frequentemente no PNB entre outubro e março, na Barragem de Santa Maria. Entre as aves raras, foi observada, em 1976, a saracura-sanã-de-cara- ruiva (Laterallus xenopterus) (Antas 1995). Essa é uma espécie muito difícil Figura 2 – Morfologia externa das aves (Ilustração: Marcelo Pontes Monteiro) de ser avistada devido ao hábitat em que vive (capinzais densos úmidos). Há apenas três registros dessa espécie. AS AVES DO PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA Dentre as aves endêmicas do Cerrado, que estão presentes no PNB, merecem destaque o tangará-chifrudo (Antilophia galeata) e o pula-pula A lista de aves do Parque Nacional de Brasília (PNB) resulta de (Basileuterus leucophrys), abundantes nas matas de galeria; o papagaio publicações (Collar et al. 1992, Wheatley 1994, Antas 1995, 1999, IBAMA 1998, galego (Alipiopsitta xanthops), a gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus), Abreu 2000, Silva e Bates 2002, Gimenes et al. 2007), Monteiro, M.P., (Com. e o tapaculo-de-colarinho (Melanopareia torquata), que ocorrem com Pessoal) e resultados de pesquisas realizadas pelo CEMAVE nessa Unidade de frequência nas vegetações de cerrado e campos; capacetinho-do-oco-do-pau Conservação. (Poospiza cinerea) e o mineirinho (Charitospiza eucosma). Este último parece A Tabela 1 (apresentada na página 262) lista 312 espécies registradas ser especialista em utilizar áreas recém-queimadas (Abreu 2000), além de ser para o PNB, pertencentes a 24 ordens e 62 famílias. Entre as espécies listadas, uma espécie considerada quase ameaçada. comentaremos alguns aspectos daquelas que estão ameaçadas, são raras ou endêmicas do Cerrado. Ainda, destacaremos com imagens e textos, algumas espécies mais comuns observadas nas áreas de visitação do Parque.

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A ema (Rhea americana) merece destaque por sua população estar FAMÍLIA RHEIDAE decrescendo rapidamente no PNB. Essa ave ocupa principalmente os campos limpos, os quais são facilmente atingidos pelo fogo durante a seca, período Inclui aves pernaltas de grande porte não voadoras, endêmicas da que coincide com a postura dos ovos. Como o seu período de incubação é América do Sul. No Brasil está representada pela ema. Têm hábitos diurnos extenso, uma vez perdida a postura dificilmente esta será reposta (Antas 1995). e comem folhas verdes, frutos, sementes, insetos e pequenos vertebrados. RHEIDAE Vale destacar, ainda, que cães domésticos provenientes das comunidades vizinhas ao parque tornaram-se selvagens, se alimentando de animais nativos, entre os quais as emas são algumas das vítimas.

FAMÍLIAS E ESPÉCIES DO PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA Monteiro Pontes © Marcelo

Neste item destacamos as espécies mais frequentes ou mais facilmente vistas nas áreas de visitação do Parque (piscinas e Trilhas Cristal Água e da Capivara) assim como aquelas mais raras encontradas em áreas mais afastadas e distantes do PNB. As descrições e informações gerais apresentadas a seguir basearam-se nos trabalhos de Sigrist (2008), Gimenes et al. (2007), Efe et al. (2001), Andrade (1997), Sick (1997), Ridgely e Tudor (1994), Ridgely e Tudor (1989). As medidas de comprimento total (tomado a partir da ponta do bico até a ponta da cauda com a ave deitada) e a envergadura das espécies são dadas em centímetros e a massa corporal dada em gramas. A lista taxonômica segue Ema (Rhea americana) Sigrist (2008), com as atualizações do CBRO 2009, 8ª edição. Ema – Rhea americana (127-180 cm, 20-25 kg, podendo chegar a 34 kg) Greater Rhea Possui 170 cm de altura. As penas são macias e cinzentas nas asas, formam um manto que cobre todo o corpo, exceto a região traseira que é branca e coberta por penas curtas. Ave típica do Brasil Central. Aproveita as queimadas para se alimentar de animais moribundos e frutos. O dito popular “estômago de avestruz” também se refere à ema. Fora da época reprodutiva podem ser encontradas em grandes bandos com adultos e filhotes. Nidifica no solo. Várias fêmeas colocam ovos no mesmo ninho e apenas o macho os incuba. A reprodução começa aos dois ou três anos de idade. O macho prepara o ninho, incuba os ovos e cuida dos filhotes. Os ovos pesam em média de 605 g, sendo uma fêmea capaz de pôr de 10 a 18 ovos em um só período. Todos os filhotes nascem ao mesmo tempo, atingindo o tamanho da fêmea com aproximadamente seis meses de idade. Ocorrem nas regiões campestres e de cerrado, desde que haja água. Habita principalmente nos campos limpos e campo de cultivo.

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FAMÍLIA TINAMIDAE Reúne macucos, inhambus, codornas e perdizes. São aves terrícolas que se deslocam principalmente pelo solo, mas que voam quando são surpreendidas. Durante o voo batem as asas rapidamente e alternam com voo planado. A vocalização dessas aves é muito útil na sua identificação. Cada Monteiro Pontes © Marcelo espécie possui um assobio diferente e são de difícil visualização. Alimentam- TINAMIDAE TINAMIDAE se de frutos caídos, artrópodos e moluscos. Seus ovos estão entre os mais belos que se conhecem, sendo brilhantes, unicoloridos e esmaltados. Está entre as poucas aves no qual o macho é o responsável por chocar e criar os filhotes. É um dos grupos mais caçados para a alimentação e prática de tiro. As espécies campestres encontram-se ameaçadas por causa do uso de inseticidas nas lavouras, pelas queimadas e atropelamentos em rodovias. As espécies florestais são ameaçadas pela destruição e fragmentação das matas. Existe uma lenda brasileira que aponta para o namoro entre o jaó e a perdiz, Inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris) ambos viviam inseparáveis em áreas de campo e florestas. Houve uma briga Inhambu-chororó – Crypturellus parvirostris (21-32 cm, 154-250 g) em que ambos se separaram, a perdiz permaneceu nos campos e o jaó, nas Small-billed Tinam florestas. O jaó, saudoso da perdiz e arrependido, lança o seu canto sofrido: “Fazer as pazes?”, mas a perdiz responde: “Eu, nunca mais!”. No PNB foram Espécie campestre de vasta distribuição no interior, sendo comum em registradas cinco espécies desta família. áreas de culturas. Pardo avermelhado por cima, com bico e pernas vermelhos. Apresenta a cor cinza na cabeça e no pescoço. Seu canto apresenta uma sequência de notas agudas, com as primeiras retardadas e depois aceleradas, de ascendentes para decrescentes. Vocaliza com maior frequência nas horas quentes. É difícil de ser vista, porém de fácil detecção auditiva. Habita em campo sujo, cerrado e campo agrícola (cultivo e pastagem).

Perdiz, Perdigão – Rhynchotus rufescens (37,5-43 cm, 700-1040 g) Red-winged Tinamou É o maior representante campestre nacional. Sua coloração é marrom- escuro com estrias mais claras na plumagem, que parece arrepiada. Possui bico forte, o qual é utilizado para escavar raízes. É mais ativa nas horas quentes do dia. Era abundante nos campos, e buritizais. É prejudicada pelas queimadas, pois se reproduz a partir de agosto, período em que a vegetação fica mais vulnerável ao fogo. Além do fogo, a perdiz sofre ameaça de caçadores e envenenamento com inseticidas. Sua carne é apreciada em todas as regiões em que ocorre. É beneficiada com o aumento da área campestre no país. Habita em campo limpo, cerrado e campo agrícola (cultivo e pastagem).

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Codorna-mineira ou Buraqueira – Nothura minor - EN (18-20 cm, 160-175 g) FAMÍLIA ANATIDAE Lesser Nothura Esta Família compreende cisnes, patos e marrecas. É bastante conhecida Espécie restrita ao Cerrado. Encontra-se ameaçada pela rápida conversão devido à domesticação de algumas espécies. São aves aquáticas com pernas desse bioma em área agrícola. É incapaz de se adaptar às alterações de e cauda curtas, asas largas e pontiagudas e dedos providos de membrana hábitats, sendo também sensível às queimadas. Ocorre aparentemente em natatória. A vocalização da maioria dos anatídeos não é muito impressionante, baixas densidades. Habita preferencialmente áreas campestres (campo limpo, contudo o assobiar do irerê é um dos cantos mais conhecidos no País. O bico ANATIDAE TINAMIDAE campo sujo e campo de cerrado). apresenta lâminas transversais que servem para coar a água e a lama. Possuem glândula uropigiana bem desenvolvida, cuja secreção é usada nas penas para aumentar a elasticidade e a impermeabilidade. Alimentam-se de pequenas Codorna-comum ou Perdizinho – Nothura maculosa (23-27 cm, 165-340 g) Spotted Nothura sementes, folhas, larvas de insetos, pequenos crustáceos e aproveitam-se de plantação de arroz. O voo das espécies pequenas é bastante veloz, algumas Possui as penas primárias barradas marrecas podem chegar a 118 km/h. Geralmente são monogâmicas. O macho de amarelo e topo da cabeça preto, rajado participa da criação dos filhotes, nas espécies sem dimorfismo sexual. São de amarelo. A coloração da plumagem muito vulneráveis durante o período de muda das penas, que ocorre em bloco pode ser alterada conforme a cor da terra “desasagem”. Nesse período elas não conseguem voar. Uma das maiores (óxido de ferro) que fica impregnada nas ameaças para a espécie é a destruição de banhados. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo penas. Espécie bastante conhecida sendo encontrada em áreas campestres e de cultivo. Aproveita áreas desmatadas, como Irerê – Dendrocygna viduata (44-48 cm; 725 g) White-faced Whistling- o inhambu-chororó e a perdiz. Amplia sua distribuição devido a expansão das Uma espécie bem comum caracterizada pela máscara branca e pescoço áreas cultivadas. Habita o cerrado, campo preto. Os flancos são listrados, as asas largas e negras, sem o branco. Realiza limpo, campo sujo e áreas agrícolas (pasto movimentos migratórios em bandos durante a noite, podendo ser ouvido e cultivo). os seus piados. É mais ativa durante o crepúsculo. Habita banhados, praias frequentes, rios, pântanos, lagos artificiais, arrozais, lagoas com vegetação Codorna-comum (Nothura maculosa) flutuantes, açudes e represas. Ocorre em todo Brasil. No PNB foi visualizada na barragem Santa Maria e na Ilha da Meditação. Inhambu-carapé – Taoniscus nanus - EN (13-16 cm, 43 g) Dwarf Tinamou Menor tinamídeo. Apresenta as pernas curtas e amarelas e coroa preta na cabeça. Sua plumagem apresenta duas fases distintas, uma ferrugínea e outra cinza-escuro. Canta principalmente pela manhã e início da noite e sua vocalização lembra a de um grilo. Encontra-se ameaçada pela rápida e extensiva conversão das áreas de campos e cerrado em campo agrícola. É uma espécie rara, sendo vista principalmente em áreas abertas. Andam geralmente sozinhos e aos pares. Habita em campo limpo, campo sujo, campo de cerrado e no Cerrado.

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Marreca-cabocla – Dendrocygna autumnalis (48-56 cm; 650-1020 g) Black-bellied Whistling-Duck Possui a cabeça cinzenta, barriga preta, bico e pés vermelhos e asas castanhas. Também conhecida como asa branca, por apresentar uma grande

mancha branca nas asas visível em voo. Imaturo pardo-acizentado. É uma Monteiro Pontes © Marcelo ANATIDAE espécie crepuscular, podendo empoleirar alto para pernoitar ou dormir ANATIDAE durante o dia. Habita em lagoa de água doce, pântanos, águas salobras e manguezais. Ocorre em todo o Brasil. No PNB foi visualizada na Barragem de Santa Maria.

Pato-do-mato – Cairina moschata (85 cm; 4,40 kg) Muscovy Duck É a única ave domesticada nesse continente. Toda preta com uma larga mancha branca nas asas. Apresenta a cabeça grande e alta com topete Marreca-do-pé-vermelho (Amazonetta brasiliensis) fêmea à esquerda e macho à direita que é maior no macho. Bico com carúncula vermelha. A fêmea e menor e Marreca-do-pé-vermellho – Amazonetta brasiliensis (36-41 cm; 500 g) sem carúncula. Imaturo pardo. Geralmente são encontrados aos pares ou Brazilian Teal em grupos pequenos. Habita em lagos, rios, mangues, estuários de rios com matas adjacentes. Ocorre em todo o Brasil. Espécie comum no país. O macho possui bico e pés vermelhos; fêmea de bico azulado e algumas manchas brancas no rosto. Possui o pescoço Pato-de-crista – Sarkidiornis sylvicola (76-82 cm; 2,0-3,0 kg) posterior preto e uma larga mancha branca nas asas, visível durante o voo. Comb Duck Fora do período reprodutivo, macho e fêmea adquirem uma plumagem de eclipse. Durante a reprodução, adquirem pé com coloração vermelho-sangue. O macho é distinto durante o período reprodutivo por possuir o Vive aos casais ou em pequenos bandos. Habita em lagos, lagoas, açudes, pescoço amarelado e uma carúncula no bico mais desenvolvida. A fêmea é plantações de arroz, áreas alagadas com vegetação densa e represas. Ocorre menor que o macho. Dorso preto, partes inferiores brancas e cabeça branca em todo o Brasil. No PNB foi visualizada na barragem de Santa Maria e Ilha da pintada de preto. Voa em bandos, formando filas indianas. Habita em regiões Meditação. pantanosas, lagos e rios cercados por matas ou próximo delas e gostam de empoeleirar em galhos e troncos expostos nas margens. Ocorre em todo o Brasil. Paturi-preta – Netta erythrophthalma (43-51 cm) Southern Pochard Coloração marrom-escuro, com o bico azulado e uma listra branca visível durante o voo; olhos vermelhos. Asas com uma larga faixa branca, visível apenas em voo, que atravessa a base da rêmige. A fêmea é toda parda, com manchas brancas na base do bico. Imaturo semelhante à fêmea. Vem aumentando sua distribuição. Habita lagos e lagoas. Ocorre no Brasil oriental, com registros no litoral e interior.

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FAMÍLIA CRACIDAE Esta família inclui os galiformes arborícolas, como os aracuãs, jacus,

jacutingas e mutuns. Pescoço e cauda longos e asas grandes. Embora sejam dos Santos © Nélio pesados, possuem a musculatura peitoral bem desenvolvida, o que lhes permite levantar voo rapidamente em uma situação de perigo. As pernas são CRACIDAE CRACIDAE altas e fortes, propiciando, principalmente aos mutuns, um bom deslocamento terrestre a passos largos. Os dedos são fortes, permitindo que se empoleirem com grande habilidade. Comem frutas, folhas, flores e alguns animais como moluscos e gafanhotos. Possuem o hábito de beber água nos rios. No PNB esta família é representada pela jacupemba e pelo mutum-de-penacho.

Jacupemba – Penelope superciliaris (63-68 cm; 0,77-1,0 kg) Rusty-margined Guan Mutum-de-penacho (Crax fasciolata) – macho Possui barbacela nua e vermelha sendo que no macho é mais proeminente, com formato triangular. O topete é rudimentar. O peito apresenta listras finas e esbranquiçadas e íris vermelha. Sobrancelha esbranquiçada e asas com largas bordas ferrugíneas. Alimenta-se de sementes e frutos nativos, © Nélio dos Santos © Nélio atuando como dispersor de sementes. Habita em florestas e capoeira, restinga, vegetação xerófita do litoral rochoso, matas secas, matas mesófilas, matas de galeria, buritizal, bordas de rios, lagos e parques urbanos. Ocorre no Sul do Amazonas, Nordeste, Rio Grande do Sul e Brasil Central e Oriental.

Mutum-de-penacho (Crax fasciolata) – fêmea Mutum-de-penacho – Crax fasciolata (77-85 cm; 2,20-2,80 kg) Bare-faced Curassow É o mais conhecido dos mutuns. O macho é negro com o abdômen branco e a ponta da cauda branca. Bico e cera amarelos e pernas pretas. A fêmea apresenta plumagem toda riscada de branco, inclusive o topete; bico preto com base amarela e pernas avermelhadas. Habita o Brasil Central, típica de cerrado, matas de galeria, buritizal, áreas abertas e plantações. A população de mutuns no Parque Nacional de Brasília decresceu bastante devido ao seu uso intenso como alimento no passado. É comum vê-lo nas proximidades da piscina nova e na Base do CEMAVE.

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FAMÍLIA PODICIPEDIDAE FAMÍLIA PHALACROCORACIDAE São aves aquáticas e vivem em lagos e rios. Alimentam-se de peixes e Esta família inclui aves aquáticas de espécies marinhas ou de águas larvas de insetos aquáticos. São bons voadores diferenciando-se dos patos por interiores, distribuídas amplamente no mundo. É representada no Brasil apresentar o bico pontudo e deprimido na lateral. Apresentam os dedos dos apenas por uma espécie residente. Recentemente, uma segunda espécie pés lobados e até a unha se acha achatada, em adaptação aos demorados foi encontrada morta no litoral baiano, arrastada por correntes oceânicas mergulhos. Suas penas se encontram comprimidas lateralmente, o que provenientes das regiões austrais em mares subantárticos (Sigrist 2007). oferece menos resistência ao deslocamento na água. Durante a estação reprodutiva, mudam a plumagem e realizam display (conjunto de atitudes

PODICIPEDIDAE que prediz um comportamento).

Mergulhão-pequeno – Tachybaptus dominicus (21-26 cm, 130-180 g)

Least Grebe Monteiro Pontes © Marcelo PHALACROCORACIDAE Espécie pequena, com coloração parda-acinzentada, asas com um espelho branco, olhos amarelos e garganta preta, visível no período reprodutivo. O casal realiza duetos. Habita em pequenos lagos, poços artificiais com vegetação, açudes, corpos d’águas temporários e pequenos tanques próximos a estradas.

Mergulhão – Podilymbus podiceps (30-38 cm, 350-550 g) Pied-billed Grebe Coloração cinzenta. Possui o bico branco que, no período reprodutivo, se destaca um anel escuro e a garganta negra. O jovem apresenta listras Biguá (Phalacrocorax brasilianus) claras do lado da cabeça e do pescoço. Habita áreas alagadas, lagos e lagoas interioranas abertas, com vegetação aquática flutuante próxima às margens. Biguá – Phalacrocorax brasilianus (58-73 cm, 1,80 kg e envergadura de 100 cm). Ocorre no Brasil oriental. Neotropic Cormorant Espécie possui corpo pesado, bico estreito, adunco e plumagem inteiramente negro-olivácea. O bico é amarelado e as patas, que possuem membranas natatórias, são negras e a cauda em forma de leme. Durante a estação reprodutiva os adultos apresentam um tufo de penas brancas nas laterais da cabeça. É exímio mergulhador, reunindo-se muitas vezes para realizar pescarias coletivas. Estica as asas para secar as penas e fazer a termorregulação. Alimenta-se de peixes e alguns crustáceos, possuindo um suco gástrico capaz de desagregar as espinhas. Habita em lagos, grandes rios e estuários. No Parque Nacional de Brasília é encontrado na Barragem de Santa Maria, Lagoa do Henrique e Ilha da Meditação.

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FAMÍLIA ANHINGIDAE FAMÍLIA ARDEIDAE Superficialmente lembra o biguá, mas difere por apresentar um bico Reúne garças, socós e savacus. Possuem aparência elegante com pernas longo, muito pontiagudo e serrilhado e o pescoço fino e comprido. A cauda compridas, pescoço e bico longo, os quais constituiem-se em adaptações à é mais longa em relação a do biguá. São aves de águas interiores em regiões vida em ambientes aquáticos. Durante o voo encolhem o pescoço e esticam tropicais e subtropicais. as patas para trás. Os sexos são bem parecidos. Em geral nidificam em colônias. A vocalização é de um grasnido baixo e rouco. Alimentam-se de peixes, ARDEIDAE insetos aquáticos, caranguejos, moluscos, anfíbios e répteis. Muitos acreditam ANHINGIDAE que as garças sejam exclusivamente piscívoras e que esse comportamento prejudique a criação de peixes, diminuindo as populações. Ao contrário desse pensamento geral, os estudos indicam que as garças agem de forma benéfica

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo selecionando os peixes miúdos e doentes. No Parque Nacional de Brasília foram registradas oito espécies dessa família na Barragem de Santa Maria e na Ilha da Meditação, porém, não são comumente vistas nas áreas de visitação. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Biguatinga (Anhinga anhinga) Biguatinga – Anhinga anhinga (50-88 cm, 1,35 kg e envergadura de 120 cm) Anhinga Savacu (Nycticorax nycticorax) Espécie negra com a cabeça pequena, cauda e bicos longos. O macho Savacu – Nycticorax nycticorax (60 cm; 800 g) é negro com um desenho claro sobre as asas. A fêmea apresenta o pescoço Black-crowned Night- pardo. O imaturo apresenta o dorso pardo e o bico amarelo. Permanece por Dorso e alto da cabeça negro, asas cinza, partes inferiores brancas e longo tempo espreitando, em vegetação marginal, o aparecimento das presas longa pena branca na cabeça. Imaturo pardo-manchado. Olhos grandes e (insetos aquáticos, crustáceos e outros), que rapidamente apanham com o vermelhos, adaptação para os hábitos noturnos e crepusculares. Durante o bico. Mergulha a procura de peixes. Habita em rios, represas, lagos e lagoas. dia formam bandos na área de repouso, quando se aproxima o final da tarde No Parque Nacional de Brasília é encontrado na Barragem de Santa Maria e começam a se dispersar. Habita em áreas ribeirinhas ou em manguezais. Ilha da Meditação.

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Savacu-de-coroa – Nyctanassa violacea (60 cm) Yellow-crowned Night-Heron Lembra a espécie anterior. Cabeça preta com amplo boné e faixa branca ao lado do olho. Menos noturno que a espécie anterior; alimenta-se de dia ou de

noite. Habita em manguezais, estuários, sendo menos frequente ao longo de Monteiro Pontes © Marcelo

ARDEIDAE rios e lagoas. Ocorre principalmente na costa do Sul e Sudeste do Brasil. ARDEIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Socozinho (Butorides striata) Socozinho – Butorides striata (36-48 cm; 172-250 g) Striated Heron Garça-moura ou Socó-grande (Ardea cocoi) Inconfundível por apresentar duas faixas vermelho-ferrugem ao longo Garça-moura ou Socó-grande – Ardea cocoi (102-130 cm, 3,20-3,5 kg e do pescoço e, no centro destas, uma faixa cinza. Possui as pernas curtas e envergadura de 180 cm). amarelas. Os jovens têm coloração parda, pernas amareladas ou alaranjadas. Cocoi Heron Caminha agachado. Muitas vezes é mais detectado quando voa e emite um A maior das garças brasileiras. Toda cinza-claro com o pescoço branco grito “kiák” que chama a atenção da sua presença. Habita em lagoas, lagos, listrado, alto da cabeça e rêmiges com negro. Possui o bico amarelo e as represas e rios. Prefere lagoas com farta vegetação. Ocupa áreas abertas, pernas escuras. Habita em lagos, rios, lagos, lagoas, córregos e estuários. adjacentes interiores ou água salobra e manguezais. Muito comum em Ocorre em todo o Brasil. No Parque Nacional de Brasília foi registrada na qualquer área alagada. Espécie solitária. Ocorre em todo o Brasil. Barragem de Santa Maria.

48 49 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo ARDEIDAE ARDEIDAE

Maria-faceira (Syrigma sibilatrix)

Maria-faceira – Syrigma sibilatrix (53–58 cm; 370 g)

Garça-branca-grande (Ardea alba) Face azul e bico rosado com ponta preta. Possui uma longa pena de adorno na cabeça. Alimenta-se sozinho ou em pequenos grupos e sua dieta Garça-branca-grande – Ardea alba (88-90 cm; 700-1500 g) consiste de insetos. Habita em campos secos, arrozais, pastagens, pampas e Great Egret campos de cerrado. Ocorre no Rio de Janeiro e de Minas Gerais à . Possui a plumagem toda branca, bico e íris amarelos, com pernas e No Parque Nacional de Brasília é visualizada com frequência na área próxima dedos pretos e pescoço longo. Quando o pescoço fica dobrado junto ao corpo, ao Centro de Visitantes e piscina nova. aparenta ser pequeno. No período reprodutivo desenvolve as penas de adorno que podem ter mais de 50 cm de comprimento. Habita todos os ambientes aquáticos e semi-aquáticos. Realiza deslocamentos em bandos de centenas a mais de mil indivíduos, em várias partes do país. Ocorre em todo o Brasil. No Parque Nacional de Brasília foi registrada na Barragem de Santa Maria.

50 51 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo ARDEIDAE ARDEIDAE

Garça-branca-pequena (Egretta thula)

Garça-branca-pequena – Egretta thula (51–61 cm; 370 g) Garça-real (Pilherodius pileatus) Snowy Egret Possui a plumagem toda branca, bico e pernas negros; dedos, loro e íris Garça-real – Pilherodius pileatus (56–60 cm) amarelos. Durante o período reprodutivo desenvolve as penas de adorno. Os Capped Heron imaturos apresentam a planta do tarso esverdeada. Habita em áreas abertas Coloração branca-amarelada, boné negro, nuca com algumas penas interiores e na orla marítma em manguezais, estuários, lagoas, baías costeiras, longas e brancas, base do bico e região perioftálmica azuis e parte mediana represas e rios. Ocorre em todo o Brasil. No Parque Nacional de Brasília foi do bico vermelha. Geralmente é solitária. Habita em rios, lagos e orla marítima. registrada na Barragem de Santa Maria e Ilha da Meditação. Ocorre em todo o país, exceto no Rio Grande do Sul.

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FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE Reúne aves de hábito aquático e florestal que possuem o bico longo e curvo (como no guará e coro-coró) ou em forma de colher (o colhereiro). Algumas espécies apresentam plumagem bem colorida, com exemplares mais belos do país. Voam com o pescoço levemente curvado para baixo, Monteiro Pontes © Marcelo com as asas côncavas. Reúnem-se em bandos, principalmente quando vão dormir ou se deslocar por grandes distâncias para comer. Sua vocalização pode ser audível a grandes distâncias, para certas espécies. Algumas espécies se aproveitam da atividade agrícola e da pecuária. Nidificam em colônias ou isoladamente, construindo seus ninhos, em geral, sobre árvores. No PNB esta família é representada por duas espécies, o coro-coró e a curicaca. THRESKIORNITHIDAE THRESKIORNITHIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Curicaca (Theristicus caudatus)

Curicaca - Theristicus caudatus (69-81 cm; 1,5 kg) Buff-necked Ibis Face preta, cabeça e pescoço creme; dorso e asas negros. Quando voa exibe uma larga mancha branca na parte superior das asas. Bico comprido e recurvado. É diurno e crepuscular. Geralmente é protegido pelos fazendeiros por se alimentar das espécies consideradas nocivas. No final da tarde se desloca Coro-coró (Mesembrinibis cayennensis) em grupos para os locais para pernoite, sendo facilmente identificada por Coro-Coró – Mesembrinibis cayennensis (58 cm; 785 g) sua vocalização. Habita áreas semiabertas, capoeiras, beiras de matas secas, Green Ibis caatingas, cerrado, campos sujos, campos secos e rochosos, campos agrícolas, Ave florestal de plumagem e bico verde-escuros, parecendo ao longe pastagens e cidades. Ocorre em todo o Brasil. No PNB, é visualizada próximo ao preta. Vive próxima à margem de rios ou lagos, no interior da mata. Sua dieta Centro de Visitantes e da Barragem de Santa Maria. consiste de insetos, vermes e plantas. Possui vocalização alta, chamando rapidamente a atenção de um observador. Habita em florestas, margens de rios e lagos. No Parque Nacional de Brasília pode ser vista com facilidade no início da manhã próxima à piscina nova. Ocorre em todo o país.

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FAMÍLIA CATHARTIDAE Aves necrófagas neotropicais, sendo que os membros desta família (Condor e Urubus) são parentes próximos dos Ciconiiformes, confirmados em estudos de anatomia comparada, genética e bioquímica. Os urubus são incapazes de segurar alimentos com os dedos porque o 1° dedo fica numa Monteiro Pontes © Marcelo posição elevada e não se curva para baixo. Possuem cabeça e pescoço nus e as narinas vazadas. Bico e unhas são menos possantes que os Falconiformes CATHARTIDAE e desempenham importante papel ecológico na Natureza por alimentarem- CATHARTIDAE se principalmente de carniça (necrófagos). © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus)

Urubu-de-cabeça-preta – Coragyps atratus (56-74 cm; 1,6 kg e envergadura de 143 cm) Black Vulture Espécie mais comum entre os urubus, apresenta a coloração toda preta e cabeça nua. Durante o voo é reconhecido por apresentar uma mancha branca na ponta das asas. Não ocorre dimorfismo sexual. Excelente voador, plana com maestria. Habita em áreas abertas e evitam florestas densas. Beneficia-se da expansão humana, em todo Brasil. No PNB é comumente visto aos bandos Urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura) no limite do Parque, principalmente em áreas próximas ao lixão. Urubu-de-cabeça-vermelha – Cathartes aura (62-76 cm; 1,2-2,0 kg e envergadura de 137-180 cm) Turkey Vulture Coloração toda preta com a cabeça pelada vermelha ou roseada. Durante o voo é perceptível uma faixa branca na borda das asas. Não ocorre dimorfismo sexual. Pode caçar ativamente pequenos vertebrados. Apresenta grande capacidade de voo aproveitando-se de correntes de ar. Pousa em galhos altos onde permanece de asas abertas. Habita em florestas, campos, restingas, cerrados, caatingas, manguezais e pastagens. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA PANDIONIDAE Composta por uma espécie cosmopolita e piscívora. No Brasil ocorre como migrante do hemisfério norte, nos grandes rios e estuários, lagos e represas. Não possui dimorfismo sexual. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo CATHARTIDAE PANDIONIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Urubu-rei (Sarcoramphus papa)

Urubu-rei – Sarcoramphus papa (71-81 cm; 3,0 kg e envergadura de 180 cm) King Vulture Coloração branca com a cabeça e o pescoço avermelhados e carúncula alaranjada que sai sobre a cera. O imaturo possui cor de fuligem. Vive longe

das cidades. É considerado o rei por ser geralmente o primeiro a saciar a fome Águia-pescadora (Pandion haliaetus) quando encontra uma carniça, possuindo um bico mais possante para abrir o cadáver. Reproduz-se em paredões. Habita em florestas densas e áreas Águia-pescadora – Pandion haliaetus - VN (50-57 cm; 1,0-1,8 kg) abertas adjacentes, matas de galeria, cerrados, caatingas e pastos. Osprey Longas asas angulosas, cabeça e partes inferiores brancas e superiores parda- escuras; faixa negra atrás dos olhos que se une atrás do corpo. É piscívora, podendo chegar a 80 km/h na captura do peixe. Pode mergulhar um metro e meio durante a caça. Migra da América do Norte até a Argentina e Chile. Atinge a maturidade após dois a três anos de idade. Nos EUA, é ameaçada pela poluição das águas, sobretudo por pesticida (DDT), o que acarreta a descalcificação dos ovos que acabam se quebrando durante a incubação. Habita em baías costeiras, manguezais, estuários, lagoas, lagos e represas. No PNB ocorre na Barragem de Santa Maria e já foi visualizada pousada próxima à piscina nova.

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FAMÍLIA ACCIPITRIDAE Família constituída pelos gaviões, águias e afins. Esta família apresenta asas mais largas e arredondadas que os falconídeos. Bico adunco e garras afiadas. São comumente vistos planando. Variam bastante em tamanho, indo desde espécies que possuem o porte de um sabiá até representantes com Monteiro Pontes © Marcelo dois metros de envergadura, como o gavião-real. Os imaturos apresentam plumagem distinta do adulto que dificulta a identificação da espécie. São

ACCIPITRIDAE predadoras e atacam todo tipo de presas, por meio de técnicas variadas, ACCIPITRIDAE conforme adaptações morfológicas próprias a cada espécie. Alimentam- se preferencialmente de artrópodos como gafanhotos, aranhas, vespas e formigas, mas também caçam répteis, anfíbios e mamíferos. São comumente encontrados pousados em poleiros, onde ficam parados à espreita das presas. Outras espécies caçam durante o voo, quando então conseguem pairar ou peneirar no ar. Geralmente vistos solitários, mas há algumas espécies que se deslocam aos bandos. Durante o acasalamento emitem gritos. São acusados de apanhar animais domésticos, o que pode acontecer. Contudo essas ocorrências são amplamente compensadas pela retirada dos animais considerados nocivos. Apresentam um papel importante no equilíbrio ambiental, no controle da população de insetos, roedores e cobras, entre outros. As principais ameaças são os desmatamentos, a caça e o comércio ilegal. No PNB foram registradas 13 espécies.

Gavião-de-cabeça-cinza (Leptodon cayanensis)

Gavião-de-cabeça-cinza – Leptodon cayanensis (43-54 cm) Grey-headed Kite Cabeça cinza, dorso anegrado, partes inferiores brancas, face inferior da cauda e asas listradas de negro. Imaturo com o boné preto; coberteiras inferiores das asas e cabeça brancas. Alimenta-se de insetos e pequenos vertebrados. Habita em florestas, próximo a água corrente e áreas abertas adjacentes. Ocorre em todo o Brasil.

60 61 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo ACCIPITRIDAE ACCIPITRIDAE

Gavião-peneira (Elanus leucurus)

Gavião-peneira – Elanus leucurus (35-46 cm; 250-300 g) White-tailed Kite Partes inferiores cinza-claro, quase branco, costas cinza-escuro e faixa negra sobre as asas. Os olhos são vermelho-rubi e as asas longas e pontiagudas. O nome se originou de seu comportamento de peneirar, ou seja, permanecer parado no ar no mesmo ponto, batendo intensamente as asas. O corpo permanece inclinado para trás, caindo verticalmente sobre a Gaviãozinho (Gampsonyx swainsonii) presa com as asas abertas e levantadas. Vem ampliando a sua distribuição por causa da expansão agrícola. Habita em áreas abertas, em cidades, áreas de Gaviãozinho – Gampsonyx swainsonii (20-25 cm; 113 g) pastagem e cultivo. Ocorre em todo o Brasil. Pearl Kite É o menor gavião do Brasil, do tamanho de um sabiá. Possui a região ventral branca, calções ferrugem e o dorso cinza. Testa e face amarelas, boné Sovi – Ictinia plumbea (29-38 cm; 190-280 g) Plumbeous Kite cinza. Habita em áreas abertas, matas de galeria, cerrados, caatingas, campos, pastos, cidades, restingas e pantanal. Ocorre em todo Brasil. Todo cinza com a ponta das asas marrom. Olhos vermelhos e pernas laranja. Cauda barrada de branco e cinza. Imaturo com as partes inferiores brancas estriadas, sendo o vértice também branco. Caça o seu alimento em pleno voo e segue incêndios aos pares ou em bandos, para capturar insetos em fuga. Em florestas caçam pequenos vertebrados. Habita em ambientes florestais, campos e áreas abertas. Ocorre em todo o Brasil.

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Tauató-pintado – Accipiter poliogaster (38-49 cm) Gray-bellied Goshawk O maior representante do gênero. Cera e pernas amarelas, olhos avermelhados e boné escuro. Lados da cabeça e partes superiores negras,

partes inferiores claras. Cauda com três barras escuras. É uma espécie rara Monteiro Pontes © Marcelo com distribuição pouco conhecida. Habita em florestas úmidas tropicais e subtropicais e em matas de araucárias. No PNB foi registrada na borda da

ACCIPITRIDAE mata próximo à piscina velha. ACCIPITRIDAE

Gavião-pernilongo – Geranospiza caerulescens (38-54 cm; 225-353 g) Crane Hawk Característico pelas longas pernas laranja. Possui o corpo franzino, asas largas, cauda longa com barras brancas e pretas. O peito todo estriado com branco e partes superiores cinza. Habita em matas, campos, pastos, brejos, buritizais, caatingas, cerradões e manguezais. Ocorre em todo o Brasil. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis) Gavião-caboclo – Heterospizias meridionalis (46-64 cm; 825-1069 g) Savanna Hawk Plumagem marrom-avermelhada (ferrugínea), o que originou o seu Gavião-preto (Buteogallus urubitinga) nome de caboclo ou casaca-de-couro. Cauda com faixa branca, asas longas Gavião-preto – Buteogallus urubitinga (55-67 cm; 853-1250 g) e largas. Imaturo pardo-escuro com asas e calções ferrugíneos. Atraído pelas Great Black-Hawk queimadas, caça pequenos vertebrados que fogem do fogo. Localiza as Corpo negro com penas secundárias barradas de cinza, base da cauda presas em poleiros altos. Pode ser considerado um especialista em cobras. branca com ponta preta; cera e pernas amarelas. O Imaturo pardo-escuro Geralmente solitário ou aos pares. Habita em cerrados, caatingas, campos rajado. Aproveita-se das queimadas para captura animais em fuga. Habita sujos, savanas, pantanais, buritizais, pastagens, plantações, banhados, em áreas florestadas e nas proximidades da água, manguezais, restingas, manguezais e matas. Ocorre em todo país. pântanos e buritizais. Ocorre em todo o país. 64 65 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Paulo André Lima Borges André © Paulo ACCIPITRIDAE ACCIPITRIDAE

Gavião-carijó (Rupornis magnirostris)

Gavião-carijó – Rupornis magnirostris (31-42 cm; 251-330 g). Roadside Hawk É o gavião mais frequente em todo o país. Seu nome popular se refere ao padrão de estrias encontrado na região ventral. A cauda possui três ou quatro faixas horizontais negras em um fundo marrom-escuro (no dorso) Águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus) ou creme (no ventre). Diferencia-se de outros gaviões por apresentar área ferrugínea na base das primárias. A cera (área na base do bico) é amarela, Águia-cinzenta – Harpyhaliaetus coronatus (66-85 cm; 3,0 kg) o bico é cinzento e as pernas são amarelas. Caça insetos, pequenos répteis, Crowned Eagle pequenos passarinhos e até morcegos. Permanece em áreas abertas, Toda cinza-escuro quase uniforme, com um topete nucal bem geralmente aos casais. O grito de alarme pode ser traduzido como “pinhé”, característico. Apresenta cauda curta com ponta e uma faixa transversal semelhante ao carrapateiro. Coloniza rapidamente áreas arborizadas, sendo branca. Asas largas e pernas amarelas. Imaturo com partes inferiores estriadas a sua vocalização facilmente escutada no Parque Nacional de Brasília. Habita de branco e sobrancelha amarela. Habita em matas secas, pastagens, campos, em cerrados, caatingas, áreas antrópicas, de cultivo e pastagem e cidades, pantanal e cerrados. Ocorre em todo o país, com exceção da Amazônia. praticamente em todos os ambientes. Ocorre em todo o Brasil.

66 67 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo ACCIPITRIDAE ACCIPITRIDAE

Gavião-de-rabo-branco (Buteo albicaudatus)

Gavião-de-rabo-branco –Buteo albicaudatus (44-60 cm) White-tailed Hawk Gavião de grande porte. Apresenta partes superiores e cabeça negras; partes inferiores brancas, asas compridas (largas) e encontros com manchas marrons. A cauda é curta e branca, com faixa subterminal negra. O nome se associa ao seu aparecimento durante as queimadas, aproveitando-se dos insetos e vertebrados em fuga. Habita em áreas abertas, como campos, pastos, plantações, cerrados, campos (limpo e sujo), caatingas, pampas e pantanal. Espécie campestre relativamente comum em ambientes abertos. Ocorre em todo o Brasil. No Parque pode ser visto planando de forma semelhante aos urubus.

Águia-chilena – Buteo melanoleucus (60-76 cm; 2,0 kg, envergadura entre 1,75-2,0 m). Black-chested Buzzard-Eagle Gavião-de-cauda-curta (Buteo brachyururs) Cauda curta. Peito anegrado, partes superiores cinza e inferiores brancas. Imaturo é estriado e possui a cauda mais longa, o papo negro e Gavião-de-cauda-curta – Buteo brachyurus (37-48 cm) a garganta branca realçada de preto. É especialista em caçar mamíferos Short-tailed Hawk terrestres. São migrantes setentrionais, invernam principalmente nos Apresenta cauda curta. Partes superiores e lados da cabeça negros e pampas argentinos. Habita em áreas campestres, e montanhosas, canyons e partes inferiores brancas. Imaturo é mais pardo. Geralmente é visto sozinho penhascos, pastagens, campos de espinilho no extremo Sul, em caatingas e ou aos pares. Habita em áreas abertas, bordas de florestas, pastagens e áreas cerrados. Ocorre no Brasil e nos Andes, do Chile até a Colômbia e . antrópicas. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA FALCONIDAE Reúne diversos representantes como o carcará, falcões, acauã, carrapateiro e outros. São aves de rapina semelhantes aos representantes da família Accipitridae, porém com diferenças em comportamentos, processo de muda nas penas e algumas características morfológicas. As asas em geral são Monteiro Pontes © Marcelo estreitas e pontudas, o que lhes permite um voo batido, rápido e menos planado.

FALCONIDAE Em geral não constroem ninhos, mas utilizam os já feitos por outras aves. No FALCONIDAE Parque Nacional de Brasília seis espécies de falconidae foram registradas. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Gavião-carrapateiro, Pinhé (Milvago chimachima)

Carcará (Caracara plancus) Gavião-carrapateiro, Pinhé – Milvago chimachima (40-46 cm; 315 g) Carcará – Caracara plancus (51-64 cm; 560 g; envergadura de 123 cm) Yellow-headed Caracara Southern Caracara Gavião comumente associado à pecuária, pois aprecia carrapatos e Ave negra com pescoço branco e penacho nucal. Estrias brancas e pretas bernes, como indica seu nome. Totalmente pardo, cabeça, pescoço e partes no peito e na parte ventral, nas pontas das asas e na cauda (estas mais visíveis inferiores branco-amareladas. Um risco negro horizontal se destaca atrás dos quando o animal está em voo). Possui face nua e cera alaranjada ou vermelha. olhos. As patas e o bico são cinza-claros. A vocalização desta espécie é um Pernas altas e de cor amarela. O imaturo é claro de peito estriado e pernas assobio muito escutado em fazendas, onde também é conhecido pelo seu esbranquiçadas. Alimenta-se de animais tanto mortos como vivos. Encontra-se grito “pinhé”. Aproveita-se das queimadas, podendo comer até animais recém frequentemente em estradas e queimadas a procura de presas. Habita em mortos e detritos. Vem se beneficiando com a expansão da pecuária. Habita qualquer região aberta como campos, cerrados, pastagens, banhados, beira de em praias, manguezais, matas de galeria, caatingas e cerrados. No Parque estradas e cidades. Ocorre em todo o Brasil. No Parque é visto com frequência Nacional de Brasília pode ser visto nas áreas de cerrado da Trilha Cristal Água em todas as áreas de visitação. e Centro de Visitantes.

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Acauã – Herpetotheres cachinnans (47-52 cm) Laughing Falcon Cabeça grande com máscara preta. Partes inferiores e topo da cabeça creme. Parte superior cinza-escuro. Asas curtas, arredondadas; cauda

fortemente arredondada e longa de cor negra com listras brancas. O casal em Monteiro Pontes © Marcelo dupla ininterruptamente cacareja baixo e ao final entoa gritos trissilábicos “a-ca- uã”. Geralmente durante o crepúsculo e ao alvorecer, às vezes durante a noite. FALCONIDAE FALCONIDAE Existem traduções do canto como “Deus quer um”. Possui fama de exterminar cobras, o que de fato o fazem. Habita borda de matas, caatingas, cerrados, matas de galeria, restingas e eucaliptais. Ocorre em todo o Brasil. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Falcão-de-coleira (Falco femoralis) jovem Falcão-de-coleira – Falco femoralis (35-45 cm; 261-407 g) Aplomado Falcon Inconfundível por apresentar uma faixa superciliar branca, que se une na nuca e uma mancha negra, abaixo do olho, em formato de lágrima. Dorso cinza-escuro e peito ferrugíneo. Asas longas e pontiagudas, cauda barrada de branco. Aproveita-se das queimadas. Habita em cerrado, cerradão, Quiriquiri (Falco sparverius) casal – Fêmea à esquerda e Macho à direita caatingas, campos, praias, restingas, plantações, pastos e áreas urbanas. Vive periodicamente em pequenos bandos migrantes do hemisfério norte. Quiriquiri – Falco sparverius (21-27 cm; 80-165 g) American Kestrel O macho possui asas cinza, cauda ferrugínea com uma larga faixa Gavião-relógio – Micrastur semitorquatus (46-58 cm) negra e ponta branca. A fêmea é marrom e a cauda possui barras negras Collared -Falcon finas, distribuídas uniformemente. Apresenta um desenho típico na cabeça Cauda e pernas longas. Apresenta variação na coloração, sendo com duas listras verticais laterais e duas nódoas negras na nuca. Pode ser vista característico o colar, que pode ser branco ou ferrugíneo e a presença de uma empoleirada nos fios na beira da estrada e no topo das luminárias a procura mancha escura na região auricular. A cauda possui geralmente três barras de gafanhotos, um de seus itens alimentares preferidos. Habita em áreas brancas estreitas. O casal dueta. Movimenta-se rapidamente no solo e entre abertas de cerrados, cerradão, caatingas, banhados, praias, bordas de matas os galhos a meia altura atrás de presas. Habita em bordas de matas, matas e esta adaptado aos ambientes urbanos e rurais. Ocorre em todo o Brasil. secas abertas, mangues, áreas abertas e esparsas. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA RALLIDAE Reúne saracuras, frangos d’água e carquejas. Possuem pés com dedos longos, cauda curta, bicos e pés de coloração chamativa para a maioria das espécies. As saracuras deslocam-se caminhando pelo solo e o frango d’água © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

RALLIDAE nadando; não voam com frequência. São onívoros. No PNB foram registradas RALLIDAE cinco espécies desta família.

Maxalalagá – Micropygia schomburgkii (13-18 cm) Ocellated Crake Ave pequena, partes superiores pintadas de branca, orla preta em cada pinta. Partes inferiores amarelo-ferrugíneo-claras, abdômen branco, bico curto azul-esverdeado. Habita em campos limpos, campos sujos, cerrrados e áreas parcialmente alagadas. Ocorre em todo o Brasil.

Sanã-de-cara-ruiva – Laterallus xenopterus (17-18,5 cm) Rufous-faced Crake Bico cinza, pernas esverdeadas, coberteiras superiores das asas barradas de branco, peito creme e coberteiras inferiores da cauda negras. Habita em campos cerrados, campos sujos e capinzal denso, parcialmente alagado. Ocorre no Brasil Central.

Sanã-carijó – Porzana albicollis (21-27 cm) Ash-throated Crake Saracura-três-potes (Aramides cajanea) Olivácea por cima, pernas pardacentas ou esverdeadas e bico sem Saracura-três-potes – Aramides cajanea (39-42 cm; 350-446 g) vermelho. Partes nuas esverdeadas e garganta branca. Alimenta-se de insetos Grey-necked Wood-Rail e sementes e constroi ninhos no chão. Habita em brejos, arrozais e pântanos É a saracura mais conhecida no país devido ao seu grande porte e canto e áreas alagardas. Ocorre no Brasil medirional e central. forte. Cabeça e pescoço cinza, ventre ferrugíneo, bico amarelo-esverdeado, pernas e pés vermelhos. Habita em pântanos ou brejos com vegetação alta, Frango-d’água-comum –Gallinula chloropus (37 cm; 172-493 g) margens de rios ou de lagos, matas de galeria, ciliares e ribeirinhas, orla Common Moorhen costeira, arrozal e banhado. Ocorre em todo Brasil. No PNB é comum visualizá- Bico de base vermelha com a ponta amarela, pernas amarela- las na mata de galeria próxima à piscina nova e da Trilha do Cristal Água. esverdeadas. Corpo negro-azulado com asas cinza e faixas brancas nos flancos. Imaturo pardo com garganta branca. Nada realizando movimentos rítmicos com a cabeça. Habita em ambiente aquático com vegetação abundante, águas salobras e manguezais. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA CARIAMIDAE FAMÍLIA CHARADRIIDAE Essa família é constituída por aves pernaltas campestres sulamericanas, Inclui as batuíras e o quero-quero. Aves aquáticas que nidificam em de aparência arcaica com uma única espécie brasileira, a seriema. rasas cavidades no solo. Os filhotes são nidífugos, podendo sair do ninho independentemente dos cuidados parentais. As batuíras são aves limícolas de voo rápido, muitas delas são migratórias. Alimentam-se de invertebrados que vivem no solo. CARIAMIDAE CHARADRIIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Seriema (Cariama cristata) Quero-quero (Vanellus chilensis) Seriema – Cariama cristata (90 cm; 1,4 kg) Red-legged Seriema Quero-quero – Vanellus chilensis (37 cm; 280 g) Southern Lapwing Ave típica do Cerrado, pernalta e de plumagem cinzenta a parda, asas largas e duras e cauda longa. O bico é forte e vermelho e a base do bico Uma das aves mais conhecidas no Brasil. Possui o dorso acinzentado, possui penas eriçadas que se assemelham a um penacho. Vocalização muito peito negro, ventre branco e um penacho na nuca. A íris, patas e a maior parte alta composta de uma estrofe longa, com gritos estridentes, que podem ser do bico, vermelhos. No encontro das asas possui um esporão vermelho que é escutados a 1 km de distância da ave. É uma ave terrícola, que não tem o utilizado para defesa. Na presença do homem é comum o quero-quero vocalize costume de voar. Só voa para alcançar poleiros para pernoitar e durante a bastante e dê voos rasantes para afugentar o intruso. Em algumas regiões do reprodução, pois nidifica sobre árvores ou para fugir de um automóvel pode país é mais conhecida por téu-téu. Habita em brejos, lagoas, banhados, rios, atingir velocidade de até 70 km/h. São aves caçadoras, que comem gafanhotos, praias, lagos artificiais, campos, parques e até campo de futebol. Ocorre em lagartos, roedores e até cobras. Habita em áreas abertas, cerrados, caatingas, todo Brasil. No Parque Nacional de Brasília é fácil observar o quero-quero nos campos, pastos. No PNB pode ser facilmente vista próximo ao Centro de gramados próximos ao Centro de Visitantes, Ilha da Meditação, Barragem de Visitantes, no Cemave e na Trilha Cristal Água. Santa Maria e sede da administração.

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Batuiruçu – Pluvialis dominica - VN (26 cm) FAMÍLIA RECURVIROSTRIDAE American Golden-Plover Família de pernas longas e bico afilado característicos, representado em Maçarico grande procedente do Ártico. Dorso salpicado de pardo e todos os continentes. Podem ser encontrados sozinhos, aos pares ou mesmo dourado e listra branca lateral que se estende da cabeça até o peito. Apresenta em bandos, em ambientes aquáticos. faixa superciliar branca. Durante o repouso nupcial o preto desaparece gradualmente. Numeroso no Brasil Central até o fim de fevereiro. Habita em ambientes aquáticos, áreas rurais e região costeira. Ocorre em praticamente todo o Brasil. CHARADRIIDAE

Batuíra-de-coleira – Charadrius collaris (15 cm; 42 g) Monteiro Pontes © Marcelo

Collared Plover RECURVIROSTRIDAE Bico bem curto com base alaranjada e ponta preta, pernas altas e rosadas. Partes superiores canela, colar negro incompleto e partes inferiores brancas. Jovem mais pardo. Andam aos casais durante o ano inteiro. Corre rapidamente pela areia e para instantaneamente. Habita praias fluviais, ambientes com lama e areia. Gosta de dunas, vegetação primária e represa. Ocorre em todo o Brasil.

Pernilongo (Himantopus melanurus) Pernilongo – Himantopus melanurus (38-42 cm) White-backed Stilt É inconfundível devido às pernas, bico e pescoço longos. Possui extensão branca na cabeça e no dorso, que varia de acordo com a idade. O dorso e nuca são negros e as asas são totalmente negras. Pernas com tonalidade rosada, bico reto e preto e a cauda branca. O imaturo é pardo. Sua vocalização é variada e forte lembrando um latido. Habita em beira de lagos, banhados, manguezais, pântanos e arrozais. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA SCOLOPACIDAE Aves limícolas e cosmopolitas. Maioria dos representantes é migratória, nidificando na América do Norte. Possuem bicos pontudos e delgados, pernas compridas e colorido modesto. Alimentam-se de pequenos artrópodes que apanham em solo arenoso e em barro. Regurgitam pelotas com quitinas. Uma Monteiro Pontes © Marcelo das ameaças é a poluição dos ambientes aquáticos os quais são utilizados para forrageamento. SCOLOPACIDAE SCOLOPACIDAE Narceja, batuíra – Gallinago paraguaiae (30 cm; 115-123 g) South American Snipe Bico longo e reto, pernas curtas e dedos longos. Reproduz em toda a América do Sul. Possui voo veloz, voa com bico baixo emitindo sons, em zig-zag. É migratório após o período reprodutivo. Interessante é a capacidade em abrir apenas a ponta do bico para apanhar alimento. Habita em brejos, banhados, arrozais, campos, pastos alagados e áreas úmidas. Ocorre em todo o Brasil.

Narcejão – Gallinago undulata (34-47 cm; 420-500 g) Giant Snipe Espécie grande com bico longo (13 cm) e grosso na base. Noturna, sendo pouco vista durante o dia. Com índole preguiçosa, dificilmente levanta voo quando incomodado. Durante o voo pode produzir música instrumental com as retrizes. Habita em vegetação alta inundada, mato alto de áreas secas. Nidifica em setembro, no capim. Ocorre no Brasil oriental e central.

Maçarico-solitário (Tringa solitaria)

Maçarico-solitário – Tringa solitaria - VN (18-19 cm; 38-69 g) Solitary Sandpiper Visitante do Hemisfério Norte. Dorso escuro, partes anteriores brancas, pernas esverdeadas. Bico esverdeado na base com a ponta preta. Balança o corpo para cima. Durante a alimentação defende agressivamente o território. Pode formar pequenos bandos na migração. Vive solitário ou em pequenos grupos. Reproduz-se no Alasca e Canadá. Habita em águas interiores e zonas costeiras em todo o Brasil.

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Maçarico-grande – Tringa melanoleuca - VN (30-36 cm) FAMÍLIA JACANIDAE Greater Yellowlegs Família de ampla distribuição no mundo que ocorre em todo território Espécie visitante do Hemisfério Norte. Pernas alaranjadas, asas longas brasileiro. São aves aquáticas esbeltas de corpo muito leve e dedos longos, e dorso escuro. Bico bem comprido, com tendência leve de encurvar-se para adaptados para caminhar sobre a vegetação aquática. No Brasil está cima. No período reprodutivo o peito e os flancos são fortemente barrados. representada apenas por uma espécie. Durante o voo é possível observar uma área branca quadrangular na base da JACANIDAE cauda. Habita em praias e campos alagados, margens pedregosas e lodosas dos rios, quase sempre no meio da vegetação. É bem comum em manguezais.

SCOLOPACIDAE Chega à América do Sul no final de agosto. Ocorre em todo o Brasil.

Maçarico-de-perna-amarela – Tringa flavipes - VN (25-28 cm; 48-114 g) Monteiro Pontes © Marcelo Lesser Yellowlegs Visitante do Hemisfério Norte, chega a Brasília no final de agosto. Uropígio e cauda esbranquiçada, asa escura, pernas amarelas e bico reto. Reproduz no Alasca. Alimenta-se principalmente ao nascer do sol e ao crepúsculo. Chega em bandos de 10 a 15 aves. Alguns indivíduos podem ser vistos no Parque Nacional de Brasília de março a agosto. Habita em ambientes aquáticos pouco profundos, praias lamacentas e abertas de lagos, rios e orla marítima. Ocorre em todo o Brasil.

Maçarico-de-sobre-branco - Calidris fuscicollis - VN (18 cm; 35 g) White-rumped Sandpiper Jaçanã (Jacana jacana) Visitante do Hemisfério Norte. No período reprodutivo os flancos e o Jaçanã – Jacana jacana (23 cm; 89-150 g) peito anterior são marcados com listras negras, sendo pouco acentuado fora Wattled Jacana desse período. Bico e pernas marrom-escuros ou negros com a base amarelada. Em voo mostra uma área branca na parte superior da cauda (supracaudais). Ave pernalta bastante comum frequentemente encontrada em água Chega à América do Sul em março. Apresenta comportamento gregário. Habita doce parada. Plumagem negra no pescoço e peito. Dorso com porções em pastos, alagados, praias e lodaçais. Ocorre em todo o Brasil. negras e castanhas, asas castanhas. Quando em voo torna-se visível uma larga mancha amarelo-limão nas asas. O bico é amarelado com escudete arroxeado Maçarico-de-colete – Calidris melanotos - VN (20-23 cm) ou vermelho. Pernas e dedos muito largos, adaptados para caminhadas sobre a Pectoral Sandpiper vegetação aquática. Imaturo pardo com asas amareladas, visível em voo. Possui um esporão nas asas, semelhante ao do quero-quero. Alimenta-se de insetos, Pernas amareladas, pescoço e peito anterior com fortes listras escuras, moluscos, pequenos peixes e sementes. É uma espécie poliândrica, em que barriga branca. Habita em pastos e alagados, sendo pouco frequente em os machos incubam os ovos. Fora da época reprodutiva são migratórias. Habita águas interiores e orla marítima. sobre vegetação aquática, aguapés e vitórias régias em banhados, pântanos, lagos, brejos. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA RYNCHOPIDAE FAMÍLIA COLUMBIDAE Família que possui um bico excepcional em relação a outras aves. Apresenta É a família das pombas, juritis e rolinhas. São aves de cabeça pequena, a mandíbula maior que a maxila, com ambas comprimidas lateralmente em forma corpo pesado e plumagem cheia. Suas patas em geral são avermelhadas ou de lâmina. O bico é bem irrigado por vasos sanguíneos e nervos, que facilita rosadas. É comum vê-las empoleiradas em árvores ou voando, pois se deslocam a orientação tátil para pescaria ou regeneração da ponta da mandíbula quando por grandes distâncias. Para se alimentarem com frequência descem ao solo, quebra. É a única ave que apresenta a pupila na forma vertical. onde reviram folhas à procura de frutos e sementes caídos. São importantes dispersores de sementes, sendo envenenadas com aquelas tratadas com COLUMBIDAE

RYNCHOPIDAE Talha-mar – Rynchops niger (50 cm; 308-374 g) inseticidas. No PNB foram registradas nove espécies desta família. Black Skimmer Apresenta o formato do bico bem característico, com a mandíbula mais Rolinha-cinzenta – Columbina passerina (15 cm) Common Ground-Dove longa que a maxila, sendo comprido na lateral. Possui asas longas e estreitas e a cauda bifurcada. Partes superiores negras, com branco na fronte; margem Possui escamação negra na cabeça, pescoço e peito; rêmiges, posterior das asas e partes inferiores brancas. Imaturo similar, porém com canela, mais visível em voo. Asas com pintas pretas. Habita em fisionomias as partes superiores pardas. Durante a pesca realiza voos próximos à água e campestres, matas secas, matas de galeria, buritizais, campos, caatinga, mantém o bico aberto à procura de peixes e pequenos camarões. Geralmente fazendas e cidades. Ocorre do norte do Brasil até a Bahia. pesca no crepúsculo e a noite. Habita em lagos e rios fluviais, orla marítima, rios e ao longo de florestas. Ocorre em todo o Brasil. Rolinha-de-asa-canela – Columbina minuta (14 cm; 26-42 g) Plain-breasted Ground Dove Possui mancha canela nas asas, sendo mais visível em voo, que a distingue da espécie anterior. Retrizes externas com ponta negra. Semiterrícola. Habita em campos, restingas e caatingas. Ocorre no Brasil Meridional e Central.

84 85 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo COLUMBIDAE COLUMBIDAE

Fogo-apagou (Columbina squammata) Rolinha-caldo-de-feijão (Columbina talpacoti) Fogo-apagou – Columbina squammata (19-20 cm; 58,5 g) Rolinha-caldo-de-feijão - Columbina talpacoti (15-18 cm; 46-56 g) Scaled Dove Ruddy Ground-Dove Ave inconfundível devido a sua aparência escamosa. As penas das asas Macho com a cabeça cinza e o píleo cinza-azulado; fêmea parda- e o dorso barrados de cor rufa; penas laterais da cauda brancas. Quando voa acinzentada uniforme. O bico é cinza-escuro e as pernas são rosadas. As asas ficam evidentes as laterais brancas da cauda e as asas, que são marrons. Emite são salpicadas de negro. Alimenta-se de capim Brachiaria e grãos cultivados. um forte barulho com as asas, semelhante a um chocalho. Habita em áreas de Ocorre em todo o Brasil. Habita em áreas campestres, bordas de florestas, campo, cerrados, caatingas, capoeiras, fazendas, pomares, parques e jardins. fazendas, parques, jardins, sendo bem comum nas cidades. No PNB é No Parque Nacional de Brasília é comum observá-la nos caminhos de asfalto. facilmente observada nas trilhas abertas, como no Cristal Água. Em Brasília, reproduz-se durante todo o ano. Pomba-amargosa – plumbea (34-35 cm; 231 g) Plumbeous Pigeon Coloração cinza-plumbea com manchas claras na base do pescoço posterior e cauda longa. Habita em florestas, copa de matas altas, preferencialmente nas áreas bem preservadas. Ocorre do Rio Grande do Sul à Bahia e por toda a Amazônia.

86 87 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo COLUMBIDAE COLUMBIDAE

Asa-branca (Patagioenas picazuro)

Asa-branca, Pombão – Patagioenas picazuro (34 cm; 402 g) Picazuro Pigeon É a maior pomba brasileira. Parte superior das asas possui uma faixa branca, pouco visível quando as asas estão fechadas. É migratória e voa a longas distâncias em grandes altitudes. Tem sua área de abrangência Pomba-galega (Patagioenas cayennensis) expandida devido às novas fronteiras agrícolas. Habita em capões, matas de galeria e no cerrado. Geralmente concentra-se em grandes bandos a beira de Pomba-galega – Patagioenas cayennensis (25-32 cm; 167-262 g) açudes e banhados, ao final da tarde, para beber água. No Parque Nacional Pale-vented Pigeon de Brasília pode ser vista em todas as áreas de visitação. Corpo cinza-azulado com o alto da cabeça, pescoço, manto e peito cor de vinho. Garganta e crisso brancos e nuca com reflexo metálico. Possui Gemedeira – Leptotila rufaxilla (25-28 cm; 115-183 g) hábitos solitários costumando pousar no topo das árvores. Fora do período Gray-fronted-Dove reprodutivo pode ser visto aos bandos. Habita em bordas de florestas, Plumagem amarronzada, sendo o ventre bem claro. Fronte cerrados, matas de galeria e beira de rios, sendo comum em plantações de esbranquiçada e íris escura. A parte posterior do pescoço é azul-violáceo; grãos (arroz, soja). Ocorre em todo o Brasil. peito rosado e região perioftálmica avermelhada. Habita em matas de galeria, matas secas, cerrados, cerradões, caatingas e fazenda. No Parque Nacional de Brasília é facilmente observada próxima às piscinas. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA PSITTACIDAE Reúne as araras, papagaios, periquitos e jandaias. O Brasil é o país mais rico do mundo em Psittacidae, vivendo aqui os seus maiores representantes que são as araras. O bico é alto e muito curvado para baixo e a cabeça é © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo grande em relação ao tamanho do corpo. As patas, em especial o tarso, são extremamente curtas. A plumagem é, em geral, de colorido chamativo e

rica em pó. Na maioria das espécies brasileiras predomina o verde, porém PSITTACIDAE COLUMBIDAE vermelho, azul e amarelo também aparecem com frequência. A região perioftálmica, área ao redor dos olhos, é nua (sem penas). Suas vocalizações são fortes e consistem em gritos e grasnados, emitidos principalmente durante o voo. O fato comum de as aves domesticadas, principalmente papagaios, repetir sons que escutam com frequência é de rara ocorrência nas aves silvestres. Alimentam-se de frutos e sementes, inclusive aqueles muito duros, como os frutos de palmeiras. Gostam das sementes e não da polpa das frutas, podendo desprezar esta última. São predadores de sementes, pois trituram os caroços. Têm o costume de bicar galhos, fato que gerou o nome “papagaio”. O bico também é utilizado para subir em árvores. Na presença de um perigo a defesa mais utilizada é a de permanecerem imóveis e calados. Os sexos geralmente são semelhantes. São aves monogâmicas, que vivem rigorosamente com seu par e nidificam dentro de troncos ocos, em geral de árvores já mortas e em locas de enclaves rochosos. Em cativeiro os papagaios podem chegar até 50 anos de idade. Possui habilidade para imitar a voz humana, fato que atrai as pessoas a ter uma ave em casa. Uma das principais

Juriti (Leptotila verreauxi) ameaças é o tráfico de animais. As pessoas devem se conscientizar que a compra de qualquer ave sem o registro do IBAMA é um crime ambiental que Juriti – Leptotila verreauxi (26-27 cm; 160-215 g) favorece o desaparecimento da espécie na natureza. Durante a retirada dos White-tipped Dove filhotes para a comercialização são destruídos ninhos e ovos. Nesse processo Apresenta região perioftálmica azulada, cabeça cinza-claro com poucas aves sobrevivem, sendo bastante maltratadas e dispostas em recintos reflexo metálico; face dorsal do pescoço verde-cobre e dorso cinza. Habita pequenos. Outra grande ameaça é a destruição de hábitats que atinge tanto em borda de matas, cerrados, cerradões, matas de galeria, matas ciliares, as áreas de alimentação como a disponibilidade de ninhos em ocos de árvores matas secas, caatingas e fazendas. Ocorre em quase todo o Brasil. e cupinzeiros.

90 91 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo PSITTACIDAE PSITTACIDAE

Arara Canidé (Ara ararauna)

Arara Canidé – Ara ararauna (75-83 cm; 1,0-1,2 kg) Blue-and-yellow Macau Cauda e partes superiores azuis, barriga e peito amarelos, garganta e penas faciais negras e lados da garganta brancos. Nua com linhas estreitas de penas pretas. Bico e pés pretos, testa verde. Vive em bandos e alimenta-se de frutos e sementes. Habita em borda de matas úmidas, matas de galeria, cerrados, várzeas com buritizais e babaçuais. Ocorre em todo o Brasil. No PNB é possível visualizá-la, esporadicamente, próxima à área de uso público.

Maracanã-nobre (Diopsittaca nobilis) Maracanã-de-cara-amarela – Orthopsittaca manilata (44-48 cm; 292-390 g) Red-bellied Macaw Maracanã-nobre – Diopsittaca nobilis (30-35 cm) Red-shouldered Macaw Plumagem verde-azulada, abdômen vermelho, face nua amarelada ao redor dos olhos e da face; peito escamado de cinza e bico negro. Coberteiras Cara branca, testa azul, ombro e coberteiras inferiores das asas inferiores amarelas. Habita em buritizais, matas de galeria e ciliares. Ocorre na vermelhos. Parte superior do bico clara e inferior escura. Habita em áreas Amazônia, Mato Grosso, Goiás, Piauí, Bahia e Minas Gerais. semiabertas, cerrados, buritizais, matas secas, plantações, eucaliptais e cidades. Voa em grupos de até doze indivíduos. No Distrito Federal é visível principalmente de janeiro a abril. Ocorre no Mato Grosso, Goiás, São Paulo e no Nordeste do Brasil.

92 93 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Jandaia – Aratinga solstitialis (30-31 cm) Sun Parakeet Ocorrem três raças. No Centro e Leste do Brasil é encontrada a Jandaia-sol- verdadeira (Aratinga solstitialis jandaya) que possui a cabeça e as partes inferiores

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo laranja, o restante do corpo é verde. Habita em campos naturais, árvores esparsas da Amazônia, ilhas fluviais, bordas e clareiras de matas de várzeas. PSITTACIDAE PSITTACIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Periquitão-maracanã ou maritaca (Aratinga leucophthalma)

Periquitão-maracanã ou maritaca –Aratinga leucophthalma (32-35 cm; 100-218 g). White-eyed Parakeet

Região perioftálmica branca, íris laranja, bico branco e borda das asas Periquito-rei (Aratinga aurea) vermelha. Corpo verde com pequenas manchas vermelhas na cabeça e Periquito-rei – Aratinga aurea (25-27 cm, 84 g) pescoço. Voa em bandos. Habita em áreas abertas e semiabertas, cerrados, Peach-fronted Parakeet matas de galeria, pantanal, chaco, manguezais, florestas, plantações e cidades. Ocorre em todo o Brasil. É inconfundível por apresentar a região ao redor dos olhos e testa laranja e entre estas duas há uma área azul. Cauda longa. Na maior parte do ano é visto aos casais. É uma das espécies mais visadas pelos traficantes que capturam os filhotes. A mortalidade é alta e a maioria dos filhotes não sobrevivem às primeiras semanas de cativeiro. Habita em áreas semiabertas, borda de florestas, matas de galeria, campos de cerrado, buritizais, parques, áreas agrícolas e cidades. Ocorre em quase todo o Brasil.

94 95 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo PSITTACIDAE PSITTACIDAE

Tuim (Forpus xanthopterygius)

Tuim – Forpus xanthopterygius (12 cm, 26 g) Blue-winged Parrotlet É o menor psitacídeo do Brasil. Todo verde, com borda das asas e Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri) baixo dorso azuis. A fêmea possui coloração amarelada na cabeça e flancos. Habita em áreas semiabertas, matas de galeria, cerrados, caatingas, restinga, Periquito-de-encontro-amarelo – Brotogeris chiriri (22,5-23,5 cm; 52-68 g) capoeiras e jardins. Procria em ninhos de joão-de-barro e cupinzeiros. Ocorre Yellow-chevroned Parakeet no nordeste, leste e sul do Brasil. Todo verde, com um espelho amarelo nas asas e anel branco ao redor dos olhos. O bico é alaranjado e as patas são rosadas. Espécie bastante comum em Brasília, sendo facilmente identificado durante o voo, pela vocalização. Habita em cerrado, matas de galeria, caatinga, buritizais, pomares e capoeiras. Ocorre no sul do Pará, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Bahia e São Paulo.

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Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)

Papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops) Papagaio-verdadeiro – Amazona aestiva (35 cm, 400 g) Blue-fronted Parrot Papagaio-galego – Alipiopsitta xanthops – EN (26-27 cm) Yellow-faced Parrot É o mais conhecido dos papagaios e o mais procurado para estimação por ter fama de falador. Corpo verde, fronte e loro azuis; amarelo por cima da Papagaio endêmico do Cerrado. É facilmente diferenciado dos demais cabeça e no contorno os olhos. Encontro das asas e base da cauda vermelhos. papagaios por apresentar cauda curta, cabeça e barriga amarelas e bico Habita em áreas semiabertas, bordas das matas de galeria, cerrados, buritizais, levemente rosado. Fora do período reprodutivo apresenta hábito gregário, caatingas, cidades, parques e jardins e em áreas com culturas de girassol e podendo ser encontrado bandos de até 30 indivíduos. Habita em matas secas, milho. Ocorre no Nordeste e Centro-Oeste do Brasil e também em Minas cerrados, matas de galeria e buritizais. Ocorre em Goiás, do interior do Piauí Gerais. No Parque Nacional de Brasília é mais frequentemente visto nas áreas à Bahia e de Mato Grosso até o oeste de São Paulo. No PNB pode ser visto na de cerrado. Trilha Cristal Água e Centro de Visitantes.

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Maitaca – Pionus maximiliani (27 cm; 233-293 g) FAMÍLIA CUCULIDAE Scaly-headed Parrot Família representada pelos anus, sacis e alma-de-gato. Possui a cauda Cabeça com penas escamosas, bico preto com ponta amarela e cauda longa e graduada, o bico forte e levemente curvado. Nos adultos a íris curta. As coberteiras inferiores da cauda e partes das retrizes são vermelhas. é em geral vermelha. Os filhotes possuem sinais brancos na boca que se Voo peculiar com batidas das asas muito abaixo do corpo. Habita em bordas destacam contra o vermelho. Supõe-se que estes sinais ajudam os adultos de matas úmidas, como mata de araucária, Atlântica, matas secas, matas de a colocar alimento na boca dos ninhegos e podem funcionar para espantar galeria e cerrados. Também é visto nas cidades. Ocorre do nordeste até o sul CUCULIDAE PSITTACIDAE predadores. O voo é lento e desajeitado. Alimentam-se de artrópodos em do Brasil. geral e de pequenos vertebrados como lagartixas e camundongos. Às vezes atacam ninhos de outras aves. Os anus (branco e preto) são beneficiados pelo Papagaio-do-mangue – Amazona amazonica (32-34 cm) desaparecimento da mata alta. Tornam-se aves bastante comuns ao longo das Orange-winged Parrot estradas, estando expandindo a sua área de ocorrência. São frequentemente atropelados nas estradas devido ao seu voo lento. Outra ameaça é o Espelho e manchas caudais laranja. Possui a cabeça azul e o encontro envenenamento por inseticidas utilizados nas lavouras. das asas verde ou amarelado. Parte anterior das bochechas amarelas. Habita as florestas, buritizais, manguezais e áreas abertas como fazendas, clareiras e plantações. Ocorre em grande parte do Brasil, exceto no extremo Sul. Saci – Tapera naevia (29 cm; 52 g) Striped Cuckoo Rajado de preto na parte dorsal, apresenta álulas negras que se destaca quando a ave pousa no chão, podendo lembrar um animal de três cabeças. Possui um topete marrom-escuro na cabeça, cauda longa com penas claras e escuras. Imaturo apresenta algumas manchas amarelas no corpo. É uma espécie parasita, ou seja, utiliza-se de ninhos alheios para colocar os seus ovos. Espécie comum em áreas campestres. É bem conhecido pela sua vocalização que deu origem ao nome. O alcance do seu chamado é amplo, sendo difícil a detecção da ave em campo. Habita em pastos, arbustos, matagais, caatinga, cerrados e plantações. Ocorre em todo o Brasil.

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Papa-lagarta – Cocczus americanus - VN (25 cm; 30-110 g) Yellow-billed Cuckoo Possui a mandíbula amarela e partes inferiores brancas. Asas com larga mancha ferrugínea visível durante o voo. Os olhos e pernas escuros. É migratória

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo da América do Norte e chega ao Brasil durante a primavera e verão. Realiza os deslocamentos durante a noite, chocando-se com frequência em janelas CUCULIDAE iluminadas. Habita em áreas florestadas, cerradões, podendo ser encontrado CUCULIDAE ocasionalmente em áreas urbanas. No Brasil foi encontrado no Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Alma-de-gato (Piaya cayana)

Alma-de-gato – Piaya cayana (40-48 cm; 98 g) Squirrel Cuckoo

Ave de calda extremamente longa, com o lado ventral das penas preto Anu-preto (Crotophaga ani) com as pontas brancas. Olhos marrons, bico e arredores dos olhos cinza. Toda Anu-preto – Crotophaga ani (36 cm; 95-115 g) a região dorsal é marrom e o peito é cinza-claro. Pode imitar a vocalização Smooth-billed Ani de outras aves. Anda aos casais nas matas e no cerrado mais denso. Após a cópula o macho costuma entregar à fêmea uma lagarta. Constrói um ninho Preto uniforme, de bico supreendentemente alto. Caminha em grupos pequeno. Voa de forma desajeitada e dá saltos nos galhos das árvores, sendo à procura de insetos, seu principal alimento, nos gramados. Cada grupo possui fácil o seu acompanhamento. Habita em matas de galeria e ciliares do Brasil um território próprio. Aproveita-se dos incêndios para apanhar os animais em Central, cerrados, cerradões e áreas antropizadas como pomares, jardim fuga. Possui reprodução comunitária, com várias fêmeas depositando os ovos suburbano (quadras do Plano Piloto). No Parque Nacional de Brasília pode ser no mesmo ninho. Durante ventanias pode ser facilmente levado por possuir vista nas proximidades da piscina velha e na Trilha Cristal Água. um deslocamento lento. Habita em bordas de matas, paisagens abertas com moitas, capinzais de beira de estrada, capões entre pastos, pomares e jardins. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA TYTONIDAE Família composta por um único gênero e uma única espécie, Mais difundida nas regiões quentes. Apresenta distribuição cosmopolita. Caracteriza-se pela face no formato de coração e “cara” comprida. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo TYTONIDAE CUCULIDAE Suindara – Tyto alba (37 cm; 187-700 g) Barn Owl Possui coloração branca com as costas manchadas de ouro e marrom.

Anu-branco (Guira guira) Apresenta a cara comprida e o disco facial em forma de coração. A fêmea é maior que o macho. Quando perturbadas balançam o corpo lateralmente. Anu-branco – Guira guira (38 cm; 124-157 g) Caça durante a noite, mas pode ser vista caçando durante o sol quente. Guira Cuckoo Alimenta-se de pequenos vertebrados como roedores, marsupiais, morcegos, São branco-amarelados com uma listra anfíbios, répteis e pequenas aves. Nidifica em sótãos, forros, torres de igreja, negra na parte inferior da cauda. As penas pombais e grutas. Habita em áreas abertas e semiabertas, áreas antropizadas

da cabeça estão quase sempre arrepiadas. Monteiro Pontes © Marcelo e zona rural. Ocorrem em todo o Brasil. Quando se empoleiram levantam bastante a cauda, quase até as costas. Têm o hábito de tomar sol e se banhar na poeira. É uma ave social que anda em bandos e em geral se reproduz comunitariamente, ou seja, mais de uma fêmea coloca ovos no mesmo ninho. Os ovos são grandes, verde-azulados, manchados de branco. É comum que indivíduos do próprio grupo joguem fora ovos (Macedo 1992) ou filhotes que estejam no ninho (Macedo e Melo 1999). Provavelmente isso é feito por indivíduos adultos que não colocaram ovos ou, no caso dos filhotes, por outros filhotes do ninho, porém o motivo ainda não está comprovado. São agressivos a gaviões, que são prováveis predadores de

seus ninhos. Habita em cerrados, cerradões, Anu-branco (Guira guira) caatingas, pastos e plantações, sendo comum em parques e jardins nas cidades. Vem se aproveitando das áreas abertas para plantação e expandindo a sua ocorrência, em decorrência de sua dieta insetívora. Ocorre em todo o Brasil, exceto na floresta Amazônica.

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FAMÍLIA STRIGIDAE Esta família é representada pelas corujas, mochos e caburés. Estão distribuídas por todos os continentes, exceto na Antártica. A plumagem é críptica, sendo despercebidas durante o dia. Possuem audição bem desenvolvida, o que as auxilia encontrar suas presas durante a noite. O disco Monteiro Pontes © Marcelo

STRIGIDAE facial serve como uma parábola que transmite o som ao ouvido. A cabeça STRIGIDAE possui capacidade de girar até 270°. Os sexos são semelhantes, sendo a fêmea maior na maioria das vezes. O voo silencioso é como uma adaptação à vida crepuscular-noturna. Os representantes brasileiros alimentam-se principalmente de insetos. Espécies maiores podem se alimentar de alguns vertebrados como camundongos, morcegos, lagartos e rãs. Engolem o alimento e regurgitam pelotas com ossos, penas e pelos. Criam em ninhos abandonados de outras aves ou mesmo no meio de capins e árvores ocas. Como são aves basicamente noturnas e por emitirem sons estranhos são muitas vezes tidas como mau agouro. São muito úteis ao homem por se alimentarem de algumas pragas como roedores, insetos, além de animais peçonhentos. Os índios adoram as corujas, enquanto os matutos atribuem ao caburé o dom da sorte. Para os gregos da Antiguidade, os grandes olhos da coruja representavam a sabedoria. O uso de inseticidas é uma ameaça para as corujas. Muitas são atropeladas em rodovias.

Corujinha-do-mato - Megascops choliba (22 cm; 97-134 g) Caburé (Glaucidium brasilianum) Tropical Screech-Owl Caburé – Glaucidium brasilianum (16,5-17 cm; 63 g) As espécies desse gênero são muito parecidas. Possui duas fases Ferruginous Pygmy-Owl distintas da plumagem, uma ferrugínea e outra cinzenta. Tem dois tufos de A nuca possui duas nódoas negras que lembram olhos e são realçados penas no topo da cabeça. O dorso e nuca castanhos estriados de negro, ventre por duas “sobrancelhas” brancas, formando a face occipital. Possui dimorfismo com estrias finas escuras. Orelhas curtas, vexilos internos das primárias com sexual. O macho é menor que a fêmea. O caburé engana as presas que listras claras. Vocaliza com maior frequência em horários de crepúsculo. Habita atacam o inimigo pela frente, imaginando ser a parte dorsal. Canta e caça em beira da mata, cerrados, chácaras e cidades. Ocorre em todo o Brasil. tanto durante o dia quanto a noite. Habita em todas as áreas florestadas, cerrados, caatingas e áreas semiabertas. Ocorre em todo o Brasil.

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Coruja-orelhuda – Asio clamator (37 cm) Striped Owl Apresenta grandes orelhas no alto da cabeça, olhos pretos, listras escuras, rodeando a face clara e peito branco estreiado de preto. Partes inferiores

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo amareladas, com listras transversais escuras e cauda listrada. Habita em

STRIGIDAE paisagens abertas como arvoredos, cerrados e caatinga, podendo ser visto nas STRIGIDAE cidades. Ocorre em todo o Brasil, com exceção de algumas partes da Amazônia. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia) Coruja-buraqueira – Athene cunicularia (23 cm; 176-220 g) Burrowing Owl Espécie semiterrícola de pernas longas e de hábitos diurnos e noturnos. Possui dorso pardo, com manchas irregulares e região ventral irregular esbranquiçada, com desenhos marrons. Tem nuca com duas nódoas negras parecidas com olhos. Apresenta íris amarela e olhos grandes. É muito rara Mocho-dos-banhados (Asio flammeus) em ambientes florestados. Habita em áreas campestres, ambientes urbanos, pastagens e vegetação rala aberta. Tem hábito de ficar sobre locais pouco Mocho-dos-banhados – Asio flammeus (37 cm) altos como montes de terra, cupinzeiros, estacas ou fios. Ocorre em quase Short-eared Owl todo o Brasil. Olhos amarelos e orelhas curtas. Asas e cauda barradas de marrom. Disco facial amarelado, tornando-se escuro no centro. Partes inferiores finamente estriadas. Partes superiores marrons, pintadas de negro. Caça durante o dia em áreas abertas. Habita em pântanos, banhados e outros campos a pouca altura. Ocorre no Distrito Federal, Minas Gerais e de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

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FAMÍLIA NYCTIBIIDAE FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE É a família dos urutaus e mães-da-lua. São poucos os representantes Representada pelos bacuraus e curiangos. São aves noturnas e dessa família, constituindo entre as aves mais bizarras desse continente. Possui cosmopolitas de plumagem críptica, cabeça larga, olhos grandes, bico curto boca e olhos descomunais, cabeça grande e chata. No interior da cavidade cercado de cerdas e quase sempre escondido pela plumagem. As penas bucal das espécies grandes cabe o punho de um homem. Apresenta o “olho primárias das asas dos machos são acentuadamente curvadas. Coloração mágico” podendo mesmo de olho fechado observar os arredores. Caçam modesta podendo variar de acordo com o ambiente. Ficam no solo geralmente

NYCTIBIIDAE insetos de forma semelhante aos bacuraus e papa-moscas. Quando pousados deitados sobre a barriga. Durante o dia permanecem imóveis e camuflados permanecem eretos à semelhança de toco de galhos. Possui hábitos noturnos. com a folhagem seca do solo ou em galhos de árvores, em buracos e fendas de rochas. Alimentam-se de insetos que caçam voando em ziguezague. Os CAPRIMULGIDAE bacuraus possuem voo ágil e silencioso. Algumas espécies são migratórias. Podem ser vistas na beira da estrada e trilhas de terra. Não fazem o ninho e põem o ovo diretamente sobre o chão. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Bacurauzinho - pusillus (15-19 cm e envergadura de 38 cm) Least Apresenta as asas longas, estreitas e pontudas. Partes superiores pardas com variações. Borda posterior das asas esbranquiçadas, sendo visível durante o voo. Garganta branca e as partes inferiores esbranquiçadas com barras marrons. Habita em cerrados, caatingas, áreas abertas, bordas de matas e campos de pastagem. Ocorre em toda a região Nordeste e Central do Brasil e em partes da região Norte.

Bacurau-de-asa-fina - Chordeiles acutipennis (19-21,5 cm e envergadura de 50 cm) Lesser Nighthawk Asas longas, estreitas e pontudas, com faixa branca. Garganta com um Urutau (Nyctibius griseus) V branco, partes inferiores claras com barras escuras. É mais visível ao final Urutau – Nyctibius griseus (31-41 cm; 145-202 g) da tarde quando caça a grande altura. Habita em bordas de matas, campos, Common Potoo eucaliptais, cerrados e caatingas. Ocorre em quase todo o Brasil. Espécie comum de hábito noturno. Apresenta coloração que pode variar do marrom ao cinza. Desenho negro no peito e íris amarela. Seus olhos são grandes âmbares que refletem a luz incidente de lanternas e faróis de carro. Possui uma vocalização impressionante, lembrando um lamento humano. Durante o dia permanece imóvel no alto de um galho, em posição ereta. Habita em bordas de florestas, capoeiras, cerrados, caatingas manguezais, parques e zonas rurais. Ocorre em todo o Brasil.

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Corucão - Podager nacunda (29-30 cm; 205 g e envergadura de 71 cm) Nacunda Nighthawk Espécie robusta com cauda curta. Possui branco na barriga e na garganta posterior. Asas com larga faixa branca presente nas primárias. O

macho apresenta a ponta da cauda branca. Pode ser observado voando Monteiro Pontes © Marcelo durante o dia. Pousa sobre estacas. Caça sobre locais iluminados nas cidades. É migratória, voando em bandos. Habita em cerrado, áreas abertas, caatingas, matas de galeria, buitizais, cidades e fazendas. Ocorre em todo o Brasil. CAPRIMULGIDAE CAPRIMULGIDAE Bacurau - Nyctidromus albicollis (30 cm) Pauraque Cauda longa, não bifurcada. Peito e ventre estriados de branco e marrom, garganta branca. Os machos exibem durante o voo uma faixa branca nas asas e manchas brancas na cauda, que se destacam à noite. Habita em cerrados, caatingas, áreas semiabertas, borda de florestas, parques, jardins e fazendas. Ocorre em todo o país. Bacurau-pequeno (Caprimulgus parvulus)

Bacurau-ocelado – ocellatus (21 cm) Bacurau-pequeno – Caprimulgus parvulus (18-20 cm) Ocellated Poorwill Little Apresenta ocelos brancos nas coberteiras alares e na barriga. Possui garganta, faixa sobre as primárias externas e nódoas na ponta das Possui mancha branca na garganta e nas retrizes externas. Em voo as asas retrizes, brancas. Faixa nucal canela. Fêmea sem branco nas asas. É migratória. uniformemente escuras. Possui cauda escura com anéis brancos no topo de Pousa no alto de galhos para cantar. Habita em áreas semiabertas, borda de todas as penas. Habita em florestas úmidas e secas, matas ciliares e matas matas, cerrados, campo agrícola e pastagens. Ocorre em todo o Brasil. de galeria (no planalto Central), Mata Atlântica, mata subtropical, mata de araucária. São essencialmente florestais. Ocorre em todo o Brasil. Curiango-do-banhado – Eleothreptus anomalus (18-20 cm) Sickle-winged Nightjar Rêmiges internas barradas de canela. Estranha conformação das asas Bacurau-tesoura – Hydropsalis torquata (30-40) com primárias negras recurvadas como sabre, de pontas brancas. Pescoço Scissor-tailed Nightjar anterior estriado e salpicado de branco amarelado. Fêmea sem branco nas Cauda longa forquilhada em V, faixa amarela na nuca. Habita em borda de asas. Habita em campos, beira de banhados e borda de matas. Ocorre em matas, cerrados, campos sujos, caatingas, eucaliptais, campo agrícola, pastagens Brasília, Minas Gerais e de São Paulo ao Rio Grande do Sul. e parques. Ocorre no sul do Amazonas e em todo o leste e sul do Brasil.

112 113 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA APODIDAE Assemelham-se às andorinhas. Possui o pescoço curto e bico com base larga que auxilia na captura dos insetos em voo. Em voo as asas das andorinhas são mais curtas e largas e menos rígidas que a dos andorinhões. As asas são longas, estreitas e duras, quando fechadas ultrapassam a ponta Monteiro Pontes © Marcelo

APODIDAE da cauda. Os pés são pequenos e adaptados a pousos em superfícies APODIDAE verticais ásperas. São incapazes de se manterem em fios e galhos verticais. A cauda é rígida permitindo e auxiliando no apoio. Possuem capacidade de entrar em estado de torpor em períodos frios e chuvosos, permanecendo sonolentos e com baixo metabolismo. Não apresentam dimorfismo sexual. Alimentam-se durante o voo, quando apanham insetos. Estão entre as espécies mais dinâmicas e velozes. As espécies maiores podem atingir 150 km/h. Aproveitam as queimadas para se alimentar. Confeccionam os ninhos em estruturas verticais como fendas de rochas, chaminés, forros de casas, paredões e escarpas de pedras. O emprego de inseticidas é uma ameaça para os andorinhões.

Andorinhão-do-temporal - Chaetura meridionalis (11 cm) Sick’s Swift Possui asas longas e cauda curta, plumagem cinza-escuro, garganta, uropígio e cauda mais claros. Voa sobre matas e cidades, nidifica em árvores ocas e chaminés. Habita em áreas abertas, cidades e canaviais. Ocorre no Brasil central, meridional e ocidental.

Andorinhão-tesourinha – Tachornis squamata (9-13 cm; 11 g) Fork-tailed Palm-Swift Andorinhão-de-coleira (Streptoprocne zonaris) Espécie delgada, com cauda longa bifurcada. Em voo tem formato lança. As partes superiores são negras, brilhantes (com penas marginais de Andorinhão-de-coleira - Streptoprocne zonaris (21-22 cm; 122-134 g) creme) e as inferiores branco-acinzentadas. Habita próximo a buritizais e White-collared Swift outras palmeiras, sendo dependentes desses para pousar e reproduzir. Ocorre É a maior espécie brasileira. Apresenta o corpo negro com um colar em quase todo o Brasil, não chegando ao extremo sul. branco completo. Espécie migratória que forma grandes bandos. É frequente em saltos e corredeiras de rios que escoam sobre leito rochoso de águas cristalinas. Voa a grandes alturas, podendo ser visto dando voos rasantes nas matas. Vive em grupos durante todo o ano. Habita em florestas abertas, cavernas, cachoeiras, grutas, paredões rochosos (onde nidificam) ambientes serranos e áreas abertas nas cidades. Ocorre em todo o Brasil.

114 115 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA TROCHILIDAE É uma das famílias mais fascinantes pelo seu colorido e suas acrobacias aéreas. Os beija-flores são bastante populares, com características peculiares. Bico fino e longo, língua comprida e bífida, são adaptações que permitem o

alcance do néctar no interior das flores. Preferem néctar diluído, ao contrário Monteiro Pontes © Marcelo das abelhas. Possuem importante papel na polinização de muitas plantas. Alimentam-se também de insetos e cospem minúsculas pelotas contendo

TROCHILIDAE quitina. A plumagem em geral apresenta cores de tons metálicos, que variam TROCHILIDAE de acordo com a incidência da luz. Entre os beija-flores temos os menores vertebrados homeotérmicos do mundo, com cerca de 1,5 g. Há dimorfismo sexual, sendo as fêmeas um pouco menos vistosas que os machos. Os machos jovens costumam se assemelhar à fêmea. A vocalização dos beija- flores é aguda, lembrando o som de insetos ou de morcegos. São as aves que batem as asas com maior frequência, atingindo cerca de 30 vibrações por segundo, o que as permite pairar no ar por bastante tempo. São os únicos voadores capazes de se mover em qualquer direção. Macho e fêmea defendem os seus territórios, que pode ser uma fonte de alimento, como uma planta florida, até mesmo contra indivíduos da própria espécie. Chegam a expulsar outras espécies de grande porte. O ninho em geral é construído sobre um galho utilizando musgos, teias de aranha e paina. Possuem a capacidade de hibernar em épocas frias, quando entram em sono letárgico. A temperatura que durante o dia chega a 41° C, pode atingir 24° C, igualando-se ao ambiente. Na natureza podem viver de 5 a 8 anos de idade. Uma ameaça é o uso indiscriminado de inseticidas. A destruição de hábitats também afeta principalmente as espécies mais especialistas. No Parque Nacional de Brasília foram registradas 14 espécies de beija-flores.

Rabo-branco-de-sobre-amarelo ( pretrei)

Rabo-branco-de-sobre-amarelo – Phaethornis pretrei (15 cm; 5,6 g) Planalto Partes inferiores e coberteiras superiores da cauda canela, com quatro retrizes centrais mais longas, margeadas de branco. Mandíbula curva com tons avermelhados. Piado de alerta bem característico “siit”. A área de nidificação é bastante restrita, podendo aproveitar ninho usado. Habita em áreas semiabertas, borda de matas, jardins e cerrados, visitando grande variação de flores nectaríferas. Ocorre do Maranhão a Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso.

116 117 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TROCHILIDAE TROCHILIDAE

Beija-flor-de-canto (Colibri serrirostris) Beija-flor-de-canto – Colibri serrirostris (12-15 cm) White-vented Violet-ear Característico por possuir orelhas laterais violeta-arroxeadas. A plumagem é toda esverdeada e a maxila é serrilhada. Espécie bastante territorialista que gosta de dominar a área em que frequenta. Canta principalmente durante a estação seca, repetindo uma sequência monótona que é interrompida apenas quando vai visitar uma flor. Habita em bordas de florestas, cerrado, campos, cidades, parque e jardins. Ocorre no sul do Brasil até o Piauí.

Tesourão (Eupetomena macroura) Topetinho-vermelho – magnificus (6,8 cm; 3,0 g) Tesourão – Eupetomena macroura (15-18 cm; 9 g) Frilled Coquette Swallow-tailed É a menor espécie brasileira. Fêmea e imaturo não apresentam topete e É um dos beija-flores mais comuns em Brasília. Possui cauda longa e tufos. Apresenta a garganta branca com manchas canela e bico avermelhado. bifurcada, tomando cerca de 2/3 de seu comprimento total. Cabeça e pescoço Ambos os sexos possuem uma cinta uropigiana clara. Macho possui bico azuis e o resto do corpo verde-escuro. Disputa de forma agressiva o acesso vermelho, pescoço com penas brancas e laterais prolongadas em forma de leque; às garrafinhas com água doce e plantas com flores, expulsando indivíduos da rosto verde extenso e tufo canela na cabeça. Quando voa provoca um ruído pela própria espécie e de outras. Reproduz-se de outubro a maio. Habita em áreas vibração das asas que lembra o barulho de uma abelha mangangá. Habita em semiabertas, bordas de florestas, cerrado, parques e jardins. Ocorre em todo áreas semiabertas, borda de florestas, cerrados, capoeiras, chácaras e jardins o Brasil. floridos. Ocorre de Alagoas até o Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.

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Beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata). Macho à esquerda e fêmea à direita Beija-flor-tesoura-verde – Thalurania furcata (9-10 cm) Fork-tailed Woodnymph Macho com lado ventral de brilho azul ou verde e cauda azul-aço- enegrecida, um pouco bifurcada. Fêmea com lado ventral cinza. Habita em Beija-flor-do-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus) matas de várzea, matas de transição e em matas úmidas de todos os tipos no Beija-flor-do-bico-vermelho - Chlorostilbon lucidus (8,5 cm) Brasil. Ocorre em todo o Brasil. Glittering-Bellied Emerald Beija-flor-dourado – chrysura (10,5 cm; 4-4,6 g) O bico é vermelho com ponta preta. O macho possui o colorido furta-cor Gilded Hummingbird e a cauda levemente bifurcada quando estendida. Reflete um brilho dourado quando exposto ao sol; aparece todo negro ou verde-escuro quando à sombra. A Difícil de confundir pelo colorido uniforme (bronze dourado) e bico vermelho fêmea é do mesmo tamanho, tendo à frente cor cinza-claro e uma mácula branca rosado de ponta negra. O mento é alaranjado em contraste com a plumagem verde- superciliar entre o verde lateral da face. Habita em áreas semiabertas, cerrados, amarelada-clara refletida pela luz. Espécie sem dimorfismo sexual. Habita em matas caatingas, zonas rural e urbana, capoeiras claras e jardins. Espécie comum no secas, campos, cerrados, áreas abertas, eucaliptais, zonas urbana e rural. Ocorre de leste do país. Ocorre do Maranhão ao Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Minas Gerais ao Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul. Papo-branco - Leucochloris albicollis (10-11 cm; 5 g) Beija-flor-preto e branco – Florisuga fusca (12 cm; 7-9 g) White-throated Hummingbird Black Ambos os sexos possuem todo o lado dorsal, coberteiras das asas, peito Coloração toda negra com a cauda branca, contendo as centrais e e flancos verde-brilhante. Inconfundível por apresentar barriga e garganta bordas negras. O reflexo do branco da cauda chama atenção. Voo rápido brancas, separadas por uma área verde peitoral e mancha pós-ocular branca. podendo alcançar 55 km/h, que pode ser estancado por uma reversão das Cauda azul-aço e bico preto em cima e rosado embaixo. Habita em áreas asas. Habita borda de matas, capoeira, mata de araucária, jardins e bananais. semiabertas, borda de florestas, capoeiras, jardins e pomares. É abundante nas Ocorre da Paraíba ao Rio Grande do Sul. regiões montanhosas do sudeste. Ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

120 121 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TROCHILIDAE TROCHILIDAE

Beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata)

Beija-flor-de-garganta-verde – Amazilia fimbriata (8,5-11 cm; 4 g) Glittering-throated Emerald Predominantemente verde-metálico, com asas escuras e acinzentadas. Bico reto e mandíbula vermelha, principalmente na proximidade da base. Possui uma estreita listra branca, bem característica, que desce pelo peito até o ventre. Habita em áreas semiabertas, borda de florestas, restingas, jardins e matas litorâneas do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul. Ocorre em todo o Brasil. Chifre-de-ouro (Heliactin bilophum) macho

Beija-flor-do-peito-azul – Amazilia lactea (9,5 cm; 4,2 g) Chifre-de-ouro – Heliactin bilophus (11,5 cm) Sapphire-spangled Emerald Horned Sungem Corpo azul-brilhante e barriga verde-azulada com faixa mediana branca Ambos os sexos possuem a cauda alongada. O macho possui o topete indo até as infracaudais. O bico tem a maxila preta e a mandíbula vermelha, bipartido em dois chifres vermelho-dourado, garganta preta e partes inferiores com a ponta negra. Ambos os sexos apresentam uma combinação de cores brancas. A fêmea não tem os chifres. A garganta é parda e a cauda mais curta. na garganta, barriga e flancos (azul, branca e verde), respectivamente. Habita Bastante veloz e pequena. Habita em cerrados, campos limpos, campo sujo, em áreas semiabertas, cerrados, eucaliptais, matas secas, capoeiras e jardins. rupestres e chapadas. Ocorre no Brasil Central, Nordeste até a região Norte Ocorre no Amazonas e da Bahia a Santa Catarina. (Rondônia, Acre e Amapá).

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Bico-reto-cinzento – Heliomaster longirostris (10,5-12 cm) FAMÍLIA ALCEDINIDAE Long-billed Starthroat Representada no Brasil pelos martins-pescadores. Possuem o bico Apresenta o bico longo e reto de coloração cinzenta. O macho apresenta pontudo e grande em relação ao tamanho do corpo. O pescoço curto e a a garganta vermelha com o peito e os flancos cinza. Partes superiores verdes. A plumagem densa e lisa, propícia para mergulhos na água. Macho e fêmea são cauda é retangular e escura com borda branca. A fêmea apresenta a garganta diferentes. Utiliza poleiros próximos a água de onde espera o aparecimento escura. Habita em cerrados, campos, plantações, faixa litorânea do Nordeste, de presas que podem ser peixes, larvas de insetos e outros invertebrados restingas e vegetação de dunas. Ocorre na Amazônia e Acre, do Maranhão aquáticos. Vivem aos pares e nidificam em barrancos onde cavam uma enorme ALCEDINIDAE TROCHILIDAE até o Paraná, Goiás e Mato Grosso. galeria para depositar os ovos. Geralmente é solitário, permanecendo grande parte do tempo à beira d’ água. Os cursos d’água poluídos são abandonados Estrelinha – Calliphlox amethystina (Macho 8,6 cm, Fêmea 7,5 cm; 2,5 g) pelos Martins. As principais ameaças estão relacionadas ao petróleo e à Amethyst Woodstar ingestão de presas contaminadas por inseticidas. Macho adulto inconfundível por possuir uma cauda bifurcada e grande placa vermelho-rosada na garganta. A fêmea apresenta cauda curta não bifurcada, com ponta branca. Espécie minúscula cujo ruído das asas, devido à alta vibração, produz um som agudo, quase como uma abelha. É mestre em voos ascendentes e de ré. Habita em áreas semiabertas, cerrados, eucaliptais, © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo borda de matas e zonas rurais. Ocorre em todo o Brasil.

Martim-pescador-grande (Megaceryle torquata) Martim-pescador-grande – Megaceryle torquata (42 cm; 305-341 g) Ringed Kingfisher Dorso cinza-azulado, garganta branca e barriga castanha. Fêmea com faixa cinza-azulada localizada entre a garganta e a barriga. È o maior martim- pescador brasileiro. Escolhe poleiros altos para espreitar as presas. Assim que as localiza lança-se sobre o peixe capturando-o e logo depois retorna ao poleiro. Mata a presa batendo-a sobre o galho e a engole pela cabeça. Voam a grande altura emitindo um grito semelhante a uma matraca. Habita a beira de ambientes aquáticos (rios, açudes, lagos artificiais, mangues e beira-mar). Ocorre em todo o Brasil.

124 125 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo ALCEDINIDAE ALCEDINIDAE

Martim-pescador-pequeno (Chloroceryle americana) Martim-pescador-verde (Chloroceryle amazona). Fêmea à esqueda e Macho à direita Martim-pescador-verde – Chloroceryle amazona (29-30 cm; 98-140 g) Martim-pescador-pequeno - Chloroceryle americana (19 cm; 29-55 g) Amazon Kingfisher Green Kingfisher Apresenta a plumagem verde-metálica no dorso, aparecendo Partes superiores verde-escuras. Na nuca possuem um penacho e uma frequentemente como cinza-azulado; colar partindo da base do bico e branco faixa branca que sai da lateral do bico e passa por trás da cabeça. O macho no ventre. O macho possui o peito castanho-avermelhado e a fêmea branco. tem as partes inferiores brancas com o peito castanho e a fêmea possui a Geralmente tem vida solitária. Durante sua pescaria utiliza-se de poleiros partes inferiores amareladas, com o peito manchado de verde. Habita em baixos próximos a água à procura de pequenos peixes na superfície. Habita matas que margeiam os rios, lagos, estuários e mangues. Ocorre em todo o em lagoas com vegetação, beira de rios e manguezais, sendo pouco comum Brasil. na orla marítima.

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FAMÍLIA GALBULIDAE FAMÍLIA BUCCONIDAE Aves de bico pontiagudo e cauda longa. Plumagem verde-metálica, o Família representada pelo joão-bobo e bico-de-brasa. Possui a cabeça que pode confundi-las com beija-flores, porém as arirambas têm o bico mais grande, íris de coloração chamativa (vermelha, branca ou amarela), bico grosso grosso e são maiores. Costumam ficar em poleiros à espera de insetos, que e forte. Pernas curtas, quase totalmente escondidas sob a plumagem, a qual são seus alimentos preferidos. Nidificam em barrancos ou em cupinzeiros. é macia e fofa dando a impressão que a ave é maior do que na realidade é. Capturam insetos em voo e retornam ao poleiro para batê-lo contra o galho,

GALBULIDAE antes de comê-lo. BUCCONIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

João-bobo, dormião (Nystalus chacuru)

Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda) Macho à esqueda e fêmea à direita João-bobo, dormião – Nystalus chacuru (18-21 cm; 61-64 g) White-eared Puffbird Ariramba-de-cauda-ruiva – Galbula ruficauda (22 cm; 23 g) Rufous-tailed Jacamar Possui o bico laranja-avermelhado e um colar branco bem destacado. Alimenta-se de insetos. Pode permanecer imóvel por bastante tempo fato que, Possuem o dorso e o peito verde-metálico, o restante da parte ventral, associado ao padrão críptico da plumagem, o disfarça bem do observador. inclusive a cauda, marrom e o bico preto. Machos diferem das fêmeas por Com a aproximação do observador, estica-se diminuindo assim a sua silhueta possuírem garganta branca, enquanto a delas é marrom-ferrugem. Pode ser voando apenas quando percebe que foi identificado. Frequentemente é visto abundante no seu hábitat natural, mas torna-se escasso ou desaparece com à beira da estrada, onde usa os fios elétricos como poleiro e os barrancos a destruição das matas. Habita em borda de matas, capoeiras, beira de rios, para escavar os ninhos. Habita em campos arborizados, cerrados, caatingas, cerrados, caatingas e brejos. No PNB pode ser observada na Trilha da Capivara. plantações com árvores, bordas de matas e ambientes antrópicos como beira de estradas. Ocorre desde o Maranhão, Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul.

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FAMÍLIA RAMPHASTIDAE Família dos tucanos e araçaris. Aves arborícolas restritas à região neotropical. São inconfundíveis pelo enorme bico, o qual pode ser até maior que o próprio corpo. O bico é denteado e tem função cortante. Possuem © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo as asas curtas e arredondadas, cauda longa e pés fortes. Nos imaturos o bico é menor e de coloração mais discreta. A região perioftálmica é nua e colorida. São bastante inquietos, nunca parando. São basicamente frugívoros

BUCCONIDAE e nidificam em buracos pré-existentes nas árvores. A sua manutenção

em reservas pequenas é praticamente impossível por serem frugívoros e RAMPHASTIDAE necessitarem de uma área ampla. São ameaçados pelo tráfico de animais, sendo também apreciados pela carne.

Tucano-de-bico-verde – Ramphastos dicolorus (42-48 cm) Red-breasted Toucan Bico verde com mancha central vermelha. Papo amarelo e barriga vermelha. Habita as florestas de baixada e montanha. Ocorre em Goiás, Espírito Santo e de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

Bico-de-brasa (Monasa nigrifrons)

Bico-de-brasa – Monasa nigrifrons (26-29 cm) Black-fronted Nunbird Espécie cinza-escuro com rêmiges e retrizes negras. O bico é bem vermelho. Bastante barulhentos os membros do grupo vocalizam, em concerto, um canto rápido e repetitivo. Pode ser visto aos pares, sozinhos ou em pequenos grupos. Habita em formações de matas de galeria, matas secas à margem de rios, babaçuais, ilhas fluviais, borda dos rios e córregos. Ocorre do Pará até o oeste de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. No PNB pode ser observado na área da piscina velha e na Trilha do Cristal Água.

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FAMÍLIA PICIDAE Família representada pelos pica-paus. Essas aves possuem bicos retos e fortes que são utilizados como martelos à procura de alimento. A língua é pegajosa, podendo ser até cinco vezes mais comprida que o bico, adaptada PICIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo para alcançar insetos em cavidades. As pernas são curtas e os pés são zigodáctilos, o que significa que dois dedos são voltados para frente e dois para trás. Esse tipo de pé, juntamente com a cauda, que serve de apoio, permitem que as aves se desloquem verticalmente. Alimentam-se de cupins, larvas e

RAMPHASTIDAE formigas e algumas espécies aproveitam-se de frutos. Além das vocalizações, os pica-paus produzem ruídos quando martelam troncos. Durante o voo, alternam rápidas batidas de asas com momentos em que deixam as asas fechadas. Nidificam em ocos que fazem nas árvores, sobretudo, as mortas. As cavidades que abrem são úteis para muitas outras espécies de aves, vertebrados e muitos insetos. Além disso, são úteis ao homem por destruírem insetos e larvas nocivos às madeiras. São sensíveis a inseticidas e a destruição de hábitats.

Tucanuçu (Ramphastos toco) Tucanuçu – Ramphastos toco (55-61 cm; 540-600 g) Toco Toucan Tucano inconfundível pelo grande bico alaranjado, com ponta superior preta. Os adultos apresentam uma mancha preta na ponta do bico, região perioftálmica laranja ou amarela e pálpebra azul. O uropígio é branco e crisso vermelho. Alimenta-se de frutos, preda ovos e filhotes de outros animais. Habita em mata de galeria, cerrado, capões, sendo o único ranfastídeo brasileiro que não vive exclusivamente na floresta, sobrevoando também áreas abertas, lagos e rios. Nidifica em ocos aproveitando-se de buracos já existentes. Habita em matas de galeria e no cerrado, sobrevoando com frequência áreas abertas, inclusive áreas suburbanas, caatingas e pastos. Ocorre em todo o Brasil, com exceção do litoral do Brasil oriental. No PNB pode ser visto na área das piscinas, Centro de Visitantes e CEMAVE.

132 133 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio PICIDAE PICIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo

Birro, Pica-pau-branco (Melanerpes candidus) Birro, Pica-pau-branco – Melanerpes candidus (25-28,5 cm; 130 g) White

Pica-pau-anão-escamado (Picumnus albosquammatus). Macho à esquerda e fêmea à direita Espécie inconfundível com dorso, asas, cauda e uma listra negra ao lado do pescoço. A cabeça e a parte inferior do corpo são brancas. O macho Pica-pau-anão-escamado – Picumnus albosquamatus (10-11 cm; 9-11 g) possui a nuca e o abdômen amarelados. Vive em pequenos grupos sendo White-wedged Piculet facilmente identificado pelos gritos que emitem “bi-irru, birru”. Habita a borda Pica-pau pequeno típico do Cerrado. Possui o manto pontuado de das matas, clareiras, cerrados, campos, áreas cultivadas, buritizais, parques, branco e as partes inferiores claras, escamadas de negro. Geralmente são jardins e pomares. Ocorre no Brasil Central e Oriental do baixo Amazonas ao vistos aos pares. Habita em região Central em altitudes de até 2.100 m em Rio Grande do Sul. áreas de cerrados, buritizais, matas de galeria (e secas) e no Pantanal. Ocorre em Minas Gerais e Mato Grosso e do Maranhão ao Paraná. Benedito-de-testa-amarela – Melanerpes flavifrons (17-19,5 cm; 49-64 g) Yellow-fronted Woodpecker Pica-pau-anão-de-pintas-amarelas – Picumnus exilis (9,0 cm) Possui a fronte e a garganta amarelas, nuca, asas e cauda negras; Golden-spangled Piculet dorso branco, parte mediana do ventre vermelho, rodeado por região branca Vértice negro, partes inferiores claras, barrada com negro; manto e barrada de negro. Macho com vértice posterior e nuca vermelhos. Habita em penas escapulares com pintas amarelas. Pode ser visto sozinho ou em bandos Mata Atlântica, matas secundárias, restingas e áreas agrícolas (plantações, mistos. Habita em Mata Atlântica e matas do norte da Amazônia. Ocorre no pomares, canaviais e áreas com palmeiras). Ocorre em Mato Grosso do Sul, Amapá, Maranhão, Pernambuco, Alagoas e da Bahia ao Espírito Santo. Goiás e da Bahia ao Rio Grande do Sul, .

134 135 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio PICIDAE PICIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo

Pica-pauzinho-anão (Veliniornis passerinus) Macho Pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros). Macho à esqueda e Fêmea à direita Pica-pauzinho-anão – Veniliornis passerinus (14-15 cm; 23-37 g) Little Woodpecker Pica-pau-verde-barrado – Colaptes melanochloros (26-28 cm; 104-174 g) Pica-pau muito pequeno, distinguível pelas coberteiras superiores das Green-barred Woodpecker asas, que são salpicadas de amarelo, e pela nuca vermelha. Habita em áreas Toda esverdeada com partes superiores barradas de preto e inferiores abertas, clareiras, bordas de matas, caatingas, cerrados, mangues e campo esbranquiçadas com pequenas manchas negras. Possui os lados da cabeça agrícola de pastagens. Ocorre em quase todo o país. brancos e vermelho na nuca. As pernas são cinzentas e o bico negro. A íris é marrom-avermelhada. Habita em áreas abertas, caatingas, cerrados, Pica-pau-chorão – Veniliornis mixtus (14 cm) eucaliptais, buritizais, campo agrícola e de pastagem, parques e cidades. Checkered Woodpecker É uma espécie típica do cerrado e da caatinga. Ocorre da foz do Amazonas ao Dorso e asas com pintas pretas e brancas. Parte inferior branca com listras Nordeste até o Rio Grande do Sul. escuras e cauda toda barrada. Listra malar branca. Macho com nuca vermelha e partes inferiores esbranquiçadas e estriadas. Forrageia principalmente nos galhos das árvores. Habita em matas de galeria, cerrados, cerradões e campos. Ocorre no Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

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Pica-pau-do-campo (Colaptes campestris) Pica-pau-do-campo – Colaptes campestris (29-32 cm; 150-160 g) Campo Flicker Lados da cabeça e pescoço amarelos; topo da cabeça e garganta preto. Pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens) Barriga branca com manchas escuras, dorso e asas estriadas; baixo dorso Pica-pau-de-cabeça-amarela –Celeus flavescens (25-30 cm; 110-165 g) uniformemente branco. Bico negro e pernas verde-acinzentadas. O macho Blond-crested Woodpecker pode apresentar vermelho na região malar. Vive em bandos barulhentos compostos por três a cinco indivíduos. É a espécie de pica-pau mais comum Apresenta coloração variada de acordo com a região geográfica. Em no cerrado. Alimenta-se de formigas e cupins, principalmente no solo. Habita Brasília ocorre a forma amarelada, dorso barrado de preto, cauda escura. em áreas abertas, cerrados, caatingas, campos agrícolas e pastagem, parques Habita em Mata Atlântica, matas de galeria e secas, mata de araucária, e cidades. Ocorre do Nordeste ao Rio Grande do Sul e também nos campos cerrados, caatingas, eucaliptais, campo agrícola arborizado e parques. Ocorre do baixo Amazonas. do baixo Amazonas ao Rio Grande do Sul.

138 139 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio PICIDAE PICIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucus). Macho à esquerda e fêmea à direita

Pica-pau-de-topete-vermelho – Campephilus melanoleucos (31-38 cm) Crimson-Crested Woodpecker Pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus) Semelhante ao Dryocopus lineatus, apresentando lados vermelhos Pica-pau-de-banda-branca – Dryocopus lineatus (30-36 cm; 186-217 g) Lineated Woodpecker da cabeça, base do bico com mancha branca e mancha escura abaixo do ouvido. Garganta, pescoço anterior e peito negros. Apresenta listras brancas Pica-pau grande, com o ventre estriado de branco e preto. Possui a do lado do pescoço que se junta em V. Habita em bordas de matas, capoeiras, parte superior da cabeça vermelha, sendo na fêmea a testa preta. Duas listras caatingas, matas de galerias, plantações, eucaliptais, cidades e zonas rurais. brancas paralelas no dorso e uma listra branca em cada lado da cabeça. Na Ocorre do nordeste do Brasil até o Paraná, Mato Grosso e Goiás. base das asas podem apresentar uma área branca. Alimenta-se basicamente de larvas de insetos encontrados na madeira. Habita em bordas de matas, caatingas, eucaliptais, plantações, zonas rurais e cidades. É comum nas matas de galeria e penetra também no cerrado. Ocorre desde o baixo Amazonas até o Rio Grande do Sul.

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FAMÍLIA MELANOPAREIIDAE FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE Estudos genéticos mostram que o gênero Melanopareia deve ser Por meio de técnica de hibridização de DNA, esta família foi separado das espécies pertencentes ao gênero Rhinocryptidae (Irestedt et desmembrada da família dos Formicariidae. Ocupam todos os lugares das al. 2002; Chesser 2004). No Brasil só existe uma espécie pertencente a esse florestas desde os sub-bosques às copas. Algumas espécies seguem formigas gênero que ocorre em paisagens abertas. de correição. Possuem coloração que varia do castanho ao ocre, cinza, branco e preto. O comportamento e hábitos também são variados. THAMNOPHILIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo MELANOPAREIIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Tapaculo-de-colarinho (Melanopareia torquata) Tapaculo-de-colarinho – Melanopareia torquata – EN (14 cm) Collared Crescent-chest Choca-de-asa-vermelha (Thamnophilus torquatus). Macho à esquerda e fêmea à direita É o único passarinho dessa família, típico das áreas mais abertas e ensolaradas do Cerrado. Apresenta uma faixa negra atravessando a garganta, Choca-de-asa-vermelha – Thamnophilus torquatus (13,5 cm) como se fosse um colar, característica que originou seu nome. Possui uma faixa Rufous-winged Antshrike negra sobre os olhos e outra mais fina, branca, sobre a primeira. Sua cauda Diferem-se das demais chocas pelas asas castanhas. No macho o comprida é movimentada lateralmente com frequência. Partes superiores, boné é negro, as partes inferiores são brancas listradas de preto e a cauda é incluindo a cauda, marrom-avermelhadas. Pula no solo ou entre os arbustos, negra manchada de branco. Possui olhos escuros e laterais do pescoço cinza. sendo de difícil detecção visual, apesar de não ser arisco deixando o observador Na fêmea o boné é avermelhado, as partes inferiores são uniformemente se aproximar. Machos e fêmeas cantam bastante nos horários mais quentes do amareladas e a cauda é ferrugem e sem manchas. Habita em cerrados, matas dia, em geral subindo em poleiros mais altos. Habita em cerrados, campos de de galeria, cerradão e em matagais pantanosos. Ocorre no Brasil Central e no cerrados e áreas alteradas, com boa cobertura herbácea e arbustiva. Ocorre do Nordeste. sul do Pará, Piauí, Bahia, Goiás, Mato Grosso e São Paulo.

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Choca-bate-cabo – Thamnophilus punctatus (14 cm) Northen Slaty-Antshrike Macho cinza e fêmea marrom. Pontuações brancas na cauda e nas asas. Possui a íris vermelha. Habita em borda das matas secas e úmidas. Ocorre na

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo parte meridional e sul do Brasil desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. THAMNOPHILIDAE THAMNOPHILIDAE Choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens). Macho à esquerda e Fêmea à direita © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Choca-da-mata – Thamnophilus caerulescens (14-15 cm; 20 g) Variable Antshrike Macho acinzentado, píleo negro e ventre mais claro; fêmea de plumagem parda e píleo ferrugíneo. Ambos com manchas brancas nas asas. Habita em borda de matas e na capoeira densa. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris) macho Chorozinho-de-chapéu-preto (Herpsilochmus atricapillus). Macho à esquerda e Fêmea à direita Chorozinho-de-bico-comprido – Herpsilochmus longirostris - EN (13-14 cm; 10-14 g) Chorozinho-de-chapéu-preto – Herpsilochmus atricapillus (12 cm) Large-billed Antwren Black-capped Antwren O macho possui os lados do peito manchados, boné preto, mancha Possuem uma mancha transocular negra. Asas negras pontilhadas de superciliar branca e listra preta pós-ocular. A fêmea apresenta cabeça, pescoço branco. Cauda preta com a borda branca. A fêmea apresenta um chapéu preto e peito alaranjados. Ambos possuem o dorso cinza, com barras brancas nas pontilhado de branco e o peito amarelado. O macho apresenta as partes superiores asas. Asas e cauda pretas com pintas brancas na ponta. Habita em cerrados, cinza, mais escuras, e inferiores mais claras. Habita em cerrados, buritizais, matas buritizais, matas de galerias e em florestas decíduas. Ocorre no Brasil Central, secas, matas de galeria e caatingas. Ocorre no Brasil Central e Nordeste. Nordeste e Sudeste.

144 145 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE Ave pequena, com pescoço e cauda curtas, olhos grandes, possuem Família dos , aves de pequeno porte cujas narinas são pernas altas e pés fortes, com os quais se empoleiram em galhos . Apresentam recobertas por uma membrana. Plumagem em geral de cores sombrias. Voam penas sonoras nas asas. Emitem uma chamada que deu origem ao nome pouco, deslocando-se principalmente com pulos, sendo as patas compridas e vulgar “chupa-dente”. São encontrados na mata escura a pouca altura de fortes e as asas curtas e arredondadas. Vivem em áreas florestais de vegetação florestas virgem e densa de todo país. Aproveitam as formigas de correição densa. Alimentam-se de pequenos insetos, aranhas, quilópodos e moluscos, para se alimentarem dos insetos em fuga. entre outros.

Topaculo-de-Brasília – Scytalopus novacapitalis) – EN (11 cm; 18,9 g) Brasília Tapaculo RHINOCRYPTIDAE CONOPOPHAGIDAE Apresenta as partes superiores cinza-escuro e inferiores mais claras;

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo mandíbula e pernas claras (marrom-amarelada) e bico escuro. Espécie silvícola que vive em ambientes sombrios com vegetação densa, mostrando-se altamente fotófoba. É encontrado no solo a pouca altura nas matas ciliares alagadas. É típica do Brasil Central. Foi descoberta durante a construção de Brasília em 1957. Sua redescoberta ocorreu apenas em 1981. É uma espécie muito arisca e de difícil visualização e pouco se conhece a respeito de sua biologia. Habita em mata de galeria, adjacentes a campos e cerrados. Ocasionalmente pode colonizar áreas próximas a córregos com densa vegetação secundária. Encontra-se ameaçada pela destruição de hábitats. Ocorre no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais.

Chupa-dente-marrom ( lineata) Chupa-dente-marrom –Conopophaga lineata – EN (11-14 cm; 21-24 g) Rufous Possui o pescoço e a cauda curtas, pernas e dedos longos. Coloração marrom-olivácea no dorso e peito ferrugíneo-alaranjado. O ventre esbranquiçado, patas rosadas e bico com maxila negra; mandíbula rosa ou esbranquiçada. Machos e fêmeas possuem uma listra cinzenta sobre os olhos e um tufo pós-ocular branco, garganta com mancha branca. Habita em bordas de mata de galeria, matas secas e matas mesófilas. São encontrados próximos ao solo. Ocorre do Ceará ao Rio Grande do Sul, Goiás e leste do Mato Grosso.

146 147 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA SCLERURIDAE FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE Estudos genéticos de Irestedt et al. 2002, e Chesser, 2004 indicam Representada pelos arapaçus. O bico muitas vezes é curvo e comprido que e Sclerurus são gêneros correlatos que ocupam a base de e a plumagem, em geral, amarronzada com partes rajadas. A parte central das outros Funariidae. Esta família reúne poucas espécies semiterrícolas ou que penas da cauda (raque) é rígida e serve como apoio para o deslocamento percorrem a serrapilheira esgravatando-a com os pés ou revolvendo-a com o paralelo ao tronco, sendo por isso, muitas vezes confundidos com os pica- bico à procura de presas. paus. Voam silenciosamente na mata, passando muitas vezes despercebidos. Nidificam em ocos de árvores já existentes. Além da escassez de alimento SCLERURIDAE Andarilho – Geositta poeciloptera – EN (11-12 cm) podem ser ameaçados pela falta de cavidades naturais, das quais se utilizam Campo Miner para nidificar e dormir. Espécie campestre e terrestre de cauda curta, mancha superciliar creme. Asas escuras com primárias e secundárias ferrugen e cauda ferrugem DENDROCOLAPTIDAE com uma ampla listra subterminal preta. Garganta branca e peito com listras escuras. Habita em áreas abertas típicas de campos limpos, campos sujos e campos cerrados. Geralmente mais numerosos em áreas com queimadas © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo recentes. É encontrado frequentemente aos casais ou sozinho. Ocorre na Bahia, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.

Arapaçu-verde (Sittasomus griseicapillus) Arapaçu-verde – Sittasomus griseicapillus (15 cm; 12,5-15 g) Olivaceous Arapaçu pequeno com aspecto delgado e bico fino. Possui cabeça e costas verde-oliva, contrastando com a coloração ferrugínea das asas e da cauda, partes inferiores ocráceas. A espécie é representada por várias raças geográficas que variam na tonalidade da sua plumagem. Habita em florestas, cerrados e caatingas de todo Brasil.

148 149 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo DENDROCOLAPTIDAE DENDROCOLAPTIDAE

Arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis)

Arapaçu-de-garganta-branca – Xiphocolaptes albicollis (27-33 cm; 113 g) Arapaçu-grande ( platyrostris) White-throated Woodcreeper Arapaçu-grande – Dendrocolaptes platyrostris (25-27 cm; 55-69 g) Bico negro brilhante, comprido e levemente curvado. Garganta branca Planalto Woodcreeper e sem estrias nas partes superiores. Peito com manchas claras longitudinais, Bico preto, quase reto, de ponta marrom; barriga e píleo com faixas ventre estriado transversalmente e cabeça escura com estrias verticais creme. transversais. Garganta esbranquiçada e cauda pouco vermelha. Habita em Habita as matas primárias e secundárias. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do todos os tipos de florestas secas e úmidas, matas de galeria, caatingas, cerrados Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. e Pantanal. Ocorre do Piauí ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso.

150 151 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo DENDROCOLAPTIDAE DENDROCOLAPTIDAE

Arapaçu-do-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris)

Arapaçu-do-cerrado – Lepidocolaptes angustirostris (18-22 cm) Arapaçu-rajado (Xiphorhynchus fuscus) Narrow-Billed Woodcreeper Arapaçu-rajado – Xiphorhynchus fuscus (15-17 cm) Arapaçu típico do Cerrado. Apresenta branco puro na faixa acima dos Lesser Woodcreeper olhos e na garganta. O peito e o ventre são levemente manchados. Habita em áreas semiabertas, matas secas, matas de galeria, cerrado, chaco, caatinga e Bico delgado, um pouco recurvado com mandíbula rosada e maxila paisagens abertas com árvores esparsas. Ocorre do nordeste ao sul do Brasil, escura. Partes superiores marrons e costa estriada. Habita em florestas úmidas, Goiás e Mato Grosso. matas secas e matas mesófilas. Ocorre do Ceará ao Rio Grande do Sul e Goiás.

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FAMÍLIA FURNARIIDAE Inclui o João-de-barro, vira-folhas e afins. As aves são em geral de plumagem marrom ou castanho-avermelhada, bico fino, asas curtas e cauda bastante variada em forma e tamanho. Alimentam-se de insetos, outros artrópodos e moluscos. Os casais cantam frequentemente em conjunto. Monteiro Pontes © Marcelo Tomam banho em águas rasas e de poeira. Os ninhos variam bastante em relação à forma, sendo esta uma característica que facilita a identificação das FURNARIIDAE espécies. Os ninhos abandonados são utilizados por outras espécies de aves, FURNARIIDAE e outros vertebrados, além de insetos. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Petrim (Synallaxis frontalis)

Petrim – Synallaxis frontalis (16 cm; 11-17 g) Sooty-fronted Spinetail Possui boné, asas e cauda marrons; partes inferiores cinza-claro e João-de-barro (Furnarius rufus) superiores marrom-oliváceas. Partes superiores da garganta esbranquiçadas João-de-barro – Furnarius rufus (19-20 cm; 31-65 g) e inferior com mancha escura. Forrageia aos pares próximo ao chão. Habita Rufous Hornero no interior do cerrado com arbustos esparsos, matas de galeria, matas secas e Ave toda parda muito comum inclusive em áreas urbanas. Possui uma caatinga, podendo ser visto, também, em cafezais. Ocorre do Maranhão até faixa supra-ocular um pouco mais clara que o resto do corpo. A região dorsal o Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Sudeste do Pará. mais escura, garganta esbranquiçada, pernas negras e bico com ponta negra, com maxila escura e mandíbula esbranquiçada ou rosada. Espécie bastante Uipí – Synallaxis albescens (16 cm) conhecida, e comum, por adaptar-se bem a áreas rurais. Permanece muito Pale-breasted Spinetail no solo à procura de insetos. Constrói ninho com barro e/ou esterco em formato de forno. Fêmea e macho fazem duetos. Seus ninhos, depois de Partes superiores e cauda marrom-acinzentadas, coberteiras das asas abandonados, podem ser utilizados por outras espécies. A durabilidade do e boné marrons. Fronte negra-acinzentada e partes inferiores claras. O nome ninho não é muito grande. Habita em áreas abertas sendo encontrado em popular tem origem no seu canto bissilábico “spi-di”. Amplamente distribuído, pastagens, pomares, jardins e parques urbanos. Antigamente eram restritos geralmente numeroso em áreas campestres abertas. Habita em campos, ao Brasil Central, mas com o desmatamento foram ocupando outras regiões cerrados, campos de cerrados e pastos. Ocorre na Amazônia, Nordeste, do país. Ocorre no Mato Grosso, Goiás e Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil. Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. 154 155 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

João-grilo – Synallaxis hypospodia (15,5 cm) Cinereous-breasted Spinetail Semelhante ao S. frontalis sendo, porém, menor. Cauda marrom-escuro, não tão castanho. Apresenta asas ferrugíneas, boné avermelhado e testa

cinza. Habita em campos de cerrados, formações ripárias ribeirinhas e em Monteiro Pontes © Marcelo áreas com arbustos baixos e gramíneas altas. Geralmente é encontrado próximo à água. Ocorre na Amazônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São

Paulo, Paraná, Ceará, Alagoas e Bahia. FURNARIIDAE FURNARIIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Estrelinha-preta (Synallaxis scutata) Estrelinha-preta – Synallaxis scutata (14 cm) Ochre-cheeked Spinetail Curitié (Certhiaxis cinnamomeus) Apresenta cauda, asas e costas castanho-avermelhadas. Garganta Curitié – Certhiaxis cinnamomeus (14-15 cm; 13-17 g) anterior branca com nódoa negra logo abaixo. Sobrancelha clara com listra Yellow-chinned Spinetail supraciliar escura. Habita em estrato inferior da mata. Ocorre desde o Sudeste Possui partes superiores ferrugíneas e inferiores esbranquiçadas. do Pará até São Paulo e Goiás. Pode ser visto ao redor da piscina velha do Sobrancelha clara, mento e flancos amarelados. Habita brejos, pântanos e áreas Parque Nacional de Brasília. amplamente distribuídas nas proximidades de água. Ocorre em todo o Brasil.

156 157 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo FURNARIIDAE FURNARIIDAE

João-de-pau ( rufifrons) João-de-pau – Phacellodomus rufifrons (16 cm) Graveteiro-de-olho-amarelo (Phacellodomus ruber) Rufous-fronted Thornbird Graveteiro-de-olho-amarelo – Phacellodomus ruber (19 cm; 35-51 g) Ave pequena de difícil visualização. Toda marrom com a cauda longa, vermelho na testa e partes inferiores creme. Seu ninho é feito com grandes Boné, asas e cauda castanhos; partes superiores marrons e inferiores gravetos dispostos na extremidade de um galho, sendo utilizado pela ave claras. Flancos amarronzados, íris amarela e listra superciliar escura. O casal durante todo o ano. Encontrada geralmente em pequenos grupos de dois a dueta. Constroem o ninho de galhos que é disposto na base da folha de um cinco indivíduos. Habita em matas de galeria, caatinga, cerrados e capoeiras. buriti. Habita em matas de galeria, buritizais, proximidades de rios e lagos. Ocorre no Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Ocorre desde a Bahia até o Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.

158 159 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo FURNARIIDAE FURNARIIDAE

Limpa-folha-do-brejo (Syndactila dimidiata) Limpa-folha-do-brejo – (Syndactyla dimidiata) - EN (17 cm)

Cochicho (Anumbius annumbi) Russet-mantled Foliage-gleaner Cochicho – Anumbius annumbi (19-20 cm) Partes superiores ferrugíneo-esverdeadas; inferiores, lados da cabeça Firewood-Gatherer e sobrancelha ferrugíneo-acanelado-escuras e cauda avermelhada. São raros e localmente incomuns em florestas em crescimento. Geralmente são Partes superiores pardas, inferiores amareladas e garganta branca, encontrados sozinhos ou aos pares. Por ser uma espécie endêmica da mata rodeada por manchas negras. Apresenta cauda longa, negra e graduada com de galeria é considerada vulnerável à destruição desse hábitat. Habita em ponta branca terminada em espinhos. A maxila é marrom-claro e a mandíbula florestas úmidas, matas secas, matas de galeria e brejo. Ocorre do oeste de acinzentada. As pernas são cinza-esverdeadas. Habita em áreas campestres, Minas Gerais a Goiás, Mato Grosso, Paraná e Paraguai. pastos com arbustos esparsos e borda de matas ralas. Ocorre em Goiás e de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Limpa-folha-de-coroa-cinza – Philydor lichtensteini (16-18 cm) Ochre-breasted Foliage-gleaner Fronte e boné cinza e listra superciliar escura. Asas castanhas, cauda castanho-amarronzada e píleo cinza. Habita em florestas úmidas e em matas secundárias à procura de insetos e larvas. Ocorre do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul.

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Limpa-folha-de-testa-baia – Philydor rufum (19 cm) Buff-fronted Foliage-gleaner Apresenta boné cinza e listra superciliar escura. Partes inferiores e fronte bege. Asas castanhas, cauda castanho-amarronzada e testa amarela. Habita

em florestas úmidas instalando-se em barrancos e ocos de árvores. Ocorre no Monteiro Pontes © Marcelo Brasil central e meridional.

FURNARIIDAE Barranqueiro-de-olho-branco – Automolus leucophthalmus (19-20 cm) FURNARIIDAE White-eyed Foliage-gleaner Possui olhos e garganta brancos e plumagem ferrugínea. Apresenta as partes inferiores brancas e mancha supraocular clara (branca). Habita em estrato médio das florestas e capoeiras. Geralmente encontrado sozinho ou aos pares acompanhando bandos mistos. Ocorre do Nordeste até o Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

João-porca (Lochmias nematura) João-porca – Lochmias nematura (13-14 cm) Bico-virado-carijó (Xenops rutilans) Sharp-tailed Streamcreeper Bico-virado-carijó – Xenops rutilans (12,5 cm) É marrom escuro nas partes superiores, aspecto escamoso nas partes Streaked Xenops inferiores e sobrancelha branca. Nidifica em barrancos, onde constrói uma galeria horizontal e uma câmara no final, a qual é forrada com raízes e folhas. Apresenta a mandíbula virada para cima, o que deu origem ao nome. Desloca-se com pulos pelo solo e pelas partes rasas de água a procura de Costas, asas e cauda castanhas; cabeça e partes inferiores com listras insetos e larvas. Inspeciona lama de chiqueiros e esgotos, comportamento transversais claras, sobrancelha e estria malar brancas. Habita em florestas que deu origem a seu nome. Habita em beira de rios com vegetação densa, úmidas, áreas montanhosas, matas com crescimento secundário e bordas de lajetos e rios encachoeirados. matas. Ocorre em todas as regiões do Brasil.

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FAMÍLIA TYRANNIDAE É a família com mais representantes da ordem Passeriforme, sendo representado pelos bem-te-vis, papa-moscas, lavadeiras e afins. Esse grupo é muito heterogêneo, seus representantes variam em tamanho, coloração da plumagem e comprimento da cauda. Porém, muitas de suas espécies Monteiro Pontes © Marcelo são facilmente confundidas por serem muito parecidas e diferirem em

TYRANNIDAE apenas pequenos detalhes, os quais muitas vezes só podem ser percebidos TYRANNIDAE capturando a ave. Alimentam-se predominantemente de insetos capturando- os no ar, mas também comem frutos, sendo grande parte especializada em pegar a presa no ar. Muitas espécies são migratórias durante o período da seca, quando a disponibilidade de alimento diminui. Ocupam todos os tipos de paisagem no Brasil. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Estalador-do-sul (Corythopis delalandi) Estalador-do-sul – Corythopis delalandi (12-14 cm) Southern Cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus) Diferencia-se muito dos tiranídeos típicos. Toda a parte superior é parda e Cabeçudo – Leptopogon amaurocephalus (13 cm; 12 g) a inferior é branca, com manchas pretas no peito. Possui ainda cerdas em torno Sepia-capped Flycatcher do bico. Suas pernas são esbranquiçadas e altas, o que lhe confere grande Distingue-se dos outros representantes da família por apresentar agilidade e rapidez para se deslocar pelo solo. Também voa muito bem. Como uma mancha preta ao lado da cabeça e píleo marrom-escuro. Possui duas advertência produz um estalo com o bico, o que originou seu nome. Seu ninho faixas amareladas nas asas. Constrói um ninho pendente oval, com pequena é esférico, com entrada lateral e os ovos são pardos. Habita em matas primárias entrada lateral e bastante compacto, forrado com musgos e painas. Habita com sub-bosque aberto, frequentemente em áreas úmidas ao longo de riachos. principalmente em bordas de matas úmidas. Ocorre no alto Amazonas e do Ocorre do Nordeste ao Rio Grande do Sul. Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.

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Sebinho-de-olho-de-ouro – Hemitriccus margaritaceiventer (10 cm; 8,4 g) Poiaeiro-verde – virescens (12 cm) Pearly-vented Tody-Tyrant Greenish Tyrannulet Apresenta a íris pálida, partes superiores cinza-oliváceas e inferiores Possui cauda longa, coloração clara, partes superiores oliváceas, e claras com listras transversais na garganta. Possui duas barras amarelas nas píleo esverdeado. Asas marcadas por faixas amareladas. Partes inferiores asas. Apresenta a garganta manchada de marrom e branco. Habita em amareladas. Habita em borda das matas úmidas. Ocorre do Espírito Santo ao vegetação baixa das matas secas, cerrados, chaco, caatinga e matas de Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. galeria. Ocorre do Brasil central até o Paraná. TYRANNIDAE TYRANNIDAE Maria-da-copa – Myiopagis caniceps (10-12,5 cm; 10-11 g) Gray Elaenia Apresenta dimorfismo sexual. O macho possui as partes superiores cinza, asas pretas com duas barras brancas, garganta e peito cinza-claros; píleo com mancha esbranquiçada. Fêmeas com as partes superiores amarelo- © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo oliváceas e cabeça cinza com mancha amarelada no píleo. Habita em bordas de todos os tipos de florestas do Brasil Central e no Nordeste. Foi encontrado, também, na Amazônia e na Mata Atlântica do litoral do Paraná.

Guaracava-de-olheiras – Myiopagis viridicata (12 cm; 12-14 g) Greenish Elaenia Apresenta píleo verde e uma mancha amarela, nem sempre visível. Anel perioftálmico e listra branca atravessando o olho. Partes superiores oliváceas, com o píleo mais cinzento; inferiores amareladas com a garganta acinzentada e não possui faixas nas asas. Habita em matas secas, matas de galeria, chapadas e Pantanal. Ocorre do Ceará ao Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Sudeste da Amazônia.

Guaracavas – Elaenia spp Elaenia Ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum) No Parque Nacional de Brasília existem sete espécies do gênero Elaenia. Ferreirinho-relógio – Todirostrum cinereum (9,0 cm; 6,8 g) Geralmente de difícil identificação por serem muito parecidas, sendo mais Common Tody-Flycatcher facilmente diferenciadas pelo canto ou quando se tem o animal em mãos. As Elaenias são muito comuns no cerrado. Íris pálida contrastando com a coloração escura da cabeça, cauda longa com ponta branca, bico estreito e comprido. Partes superiores escuras com asas bordeadas de amarelo e partes inferiores amarelas. É comum e fácil visualizá-la. Habita em bordas e áreas abertas de cerrados, capoeiras, restinga, e plantações. Ocorre em quase todo o Brasil, com exceção do extremo sul.

166 167 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Guaracava-de-topete-uniforme (Elaenia cristata)

Guaracava-de-topete-uniforme – Elaenia cristata (14 cm) Plain Crested Elainia Espécie pequena, com topete encrespado, anegrado, sem branco. Guaracava-de-barriga-amarela (Elaenia flavogaster) Apresenta duas barras brancas nas asas e costas pardacentas. Habita matas Guaracava-de-barriga-amarela – Elaenia flavogaster (16 cm; 25 g) secas, cerrados, campos de cerrados, caatingas e campineiras arbustivas do Yellow-bellied Elaenia Brasil Centro-oriental. Ocorre da Amazônia ao amapá, Mato Grosso, Goiás, Espécie de difícil identificação, pois exige uma grande experiência do São Paulo e Nordeste. observador. Apresenta o topete encrespado com cristas brancas semi-ocultas e duas faixas brancas nas asas. Alimenta-se de artrópodes, insetos e frutos. A garganta é esbranquiçada e a barriga amarelada. Habita em áreas semiabertas, caatingas, cerrados, capoeiras, matas secundárias e zonas rurais. Ocorre em todas as regiões do Brasil.

168 169 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Chibum (Elaenia chiriquensis)

Chibum – Elaenia chiriquensis (11-13 cm; 13 g) Lesser Elaenia Apresenta o porte menor que a anterior, topete curto e flecha branca no topete. Plumagem apagada e asas com duas faixas brancas. Habita em áreas de campo, cerrados, campos de cerrados, campos sujos, campos limpos e beira de rios. Ocorre em todo Brasil.

Tucão – Elaenia obscura (18 cm; 27-34 g) Risadinha (Camptostoma obsoletum) Highland Elaenia Apresenta coloração verde-olivácea variando para pardacento-escuro Risadinha – Camptostoma obsoletum (9-10 cm) nas partes superiores, enquanto na inferior é verde uniforme. Sem branco Southern Beardless-Tyrannulet no píleo, mandíbula pardo-clara e duas barras claras nas asas. Alimenta-se Espécie arborícola de bico pequeno, cabeça acinzentada, dorso exclusivamente de frutos. Habita em florestas úmidas da Mata Atlântica, esverdeado e duas faixas ferrugíneas claras nas asas. A vocalização se assemelha matas de galeria e matas de araucária. Ocorre no Rio de Janeiro, Bahia, Minas a uma risada. Habita em campos, cerrados, caatingas, cerradão, plantações, Gerais, Goiás e Mato Grosso. eucaliptais, buritizais e áreas de pastagens. Ocorre em todo o Brasil.

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Suiriri-da-chapada – Suiriri islerorum – EN (15-16 cm) Chapada Flycatcher Foi inicialmente confundido com S. affinis tendo sido descrito em 2001 (Zimmer et al. 2001). A forma mais fácil de identificação é por meio da

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo vocalização bem diferenciada. Durante o canto, em dueto, apresenta um display com as asas e, por vezes, a cauda. Comparado a S. affinis, S. islerorum apresenta um bico menor, ventre branco, sendo também maior o contraste TYRANNIDAE TYRANNIDAE entre a estria transocular e o branco da garganta. A coloração da ponta da cauda é mais esbranquiçada e clara. Habita em cerrados, campos de cerrados, chapadas e campos sujos. Ocasionalmente é observado em áreas abertas, sendo distribuído de forma pontual. Ocorre no Distrito Federal, Goiás, centro de Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão, sul da Amazônia e leste do rio Madeira.

Bagageiro – Phaeomyias murina (12 cm) Mouse-colored Tyrannulet Partes superiores marrom-oliváceas com fraca mancha superciliar branca. Asas escuras com duas barras bege. Garganta esbranquiçada, tornando-se cinza-olivácea no baixo peito. Habita em áreas semiabertas, eucaliptais, cerrados, capoeiras, borda de matas, zona rural e cidades. Ocorre da Amazônia até o Paraná.

Marianinha-amarela – Capsiempis flaveola (11-12 cm) Yellow Tyrannulet Partes inferiores amarelas e superiores oliváceas. Asas com duas faixas claras e cauda escura, relativamente longa. Mancha superciliar amarela e supraocular escura. Forragia aos pares e (ou) em pequenos grupos. Habita em bordas e clareiras de matas úmidas, cafezais e restinga. Ocorre em todo Suiriri-cinzento (Suiriri suiriri) o Brasil. Suiriri-cinzento – Suiriri suiriri (15-16 cm) Suiriri Flycarcher Partes superiores cinzentas, asas e cauda escuras. Barriga amarela e bico longo. Permanece associado em casais ou em grupos de até cinco indivíduos ao longo do ano. Habita em áreas campestres, sobretudo, dos cerrados, pastos e plantações. Geralmente evita áreas de florestas contínuas. É uma espécie comum nas áreas bem arborizadas da cidade de Brasília. Ocorre do baixo Amazonas a Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e no Nordeste.

172 173 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta) Papa-moscas-do-campo – Culicivora caudacuta (10 cm) Sharp-tailed Tyrant Possui a cauda longa, estreita e graduada. Partes superiores castanho- claras, com estrias negras e partes inferiores branco-amareladas; píleo escuro, mancha superciliar branca e sobrancelha branca ou amarelada. Habita em áreas abertas de Cerrado, como campos limpos e campos úmidos, sendo Bico-chato-de-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens) mais comuns em capinzais altos. Bico-chato-de-orelha-preta – Tolmomyias sulphurescens (13-14,5 cm; 16-18 g) Yellow-olive Flycatcher Papa-mosca comum de cabeça cinza, dorso verde-oliva, duas faixas nas asas e região ventral bem amarela. Apresenta um desenho escuro em forma de meia-lua nas auriculares e bico achatado. Seu ninho é em forma de bolsa longa, suspensa e a entrada é como uma chaminé, com a boca voltada para baixo. Habita em matas de terra firme e em várzea da Amazônia, capoeiras, matas de galeria e matas secas do Nordeste. Ocupa o estrato médio e copas das matas. Ocorre em todo o Brasil. 174 175 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Patinho-escuro – Platyrinchus mystaceus (9,5-10 cm) Assadinho-de-peito-dourado – Myiobius barbatus (12,5-13 cm) White-throated Spadebill Sulphur-rumped Flycatcher Apresenta cabeça grande e bico largo, lembrando o de um pato, o que Espécie rabilonga com as partes superiores verde-oliváceas, cauda deu origem ao seu nome “patinho”. Possui amarelo no píleo, partes superiores longa e as asas escuras; supracaudais e barriga amarelas. Macho com mancha marrom-oliváceas, inferiores claras e orelha escura. Habita em florestas úmidas amarela no píleo, garganta clara e pescoço anterior acinzentado. Forrageia no da Mata Atlântica, matas de araucária, matas subtropicais, matas secas e interior das florestas animadamente com asas semicaídas e cauda em forma matas mesófilas. Ocupa o estrato médio da mata onde forrageia. Ocorre do de leque. Habita em matas úmidas, matas de galeria e matas em terra firme. TYRANNIDAE TYRANNIDAE Maranhão ao Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ocorre no Brasil Oriental, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Paraíba e Santa Catarina.

Assadinho-de-cauda-preta – Myiobius atricaudus (12,5-13 cm) Black-tailed Flycatcher Espécie rabilonga com cauda negra, em forma de leque e graduada, © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo cujo comprimento é o mesmo das asas, podendo até ser maior. Partes inferiores pardas e supracaudais amarelas. Habita em bordas de todos os tipos de florestas, geralmente perto de água. Ocorre do rio Madeira ao nordeste do Paraná, Goiás e Minas Gerais.

Filipe (Myiophobus fasciatus) Filipe – Myiophobus fasciatus (12-12,5 cm; 10-12 g) Bran-colored Flycatcher Partes superiores marrons, píleo com mancha amarela (fêmea com mancha mais pálida ou ausente). Asas e cauda escuras com duas barras claras nas asas. Partes inferiores claras e peito com estrias transversais mais escuras. Geralmente é encontrado aos pares alimentando-se de frutas e insetos que captura no ar. Habita em áreas semiabertas, capoeiras, matas secas, cidades, pastos, caatingas e cerrados. Ocorre em todo o Brasil.

176 177 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Enferrujado (Lathrotriccus euleri) Enferrujado – Lathrotriccus euleri (12,5 cm; 10-12 g) Euler’s Flycatcher Guaracavuçu (Cnemotriccus fuscatus) Apresenta a região dorsal ferrugínea, especialmente na cabeça, com estreito anel claro nos olhos e asas com duas barras claras. Garganta Guaracavuçu – Cnemotriccus fuscatus (13,5-15 cm; 12-16 g) esbranquiçada, peito superior marrom-oliváceo e inferior amarelado, sem Fuscous Flycatcher estriação. Habita a porção inferior das florestas úmidas e secundárias, bambuzais Semelhante à espécie anterior apresentando, porém, loro e listra e bordas de matas primárias. Geralmente é encontrado sozinho ou aos pares. superciliar clara. Peito pardo, bico negro e garganta branca. Habita as matas Ocorre em todo o Brasil. úmidas e secas. Ocorre em todo o Brasil.

178 179 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Papa-moscas-cinzento - (Contopus cinereus)

Papa-moscas-cinzento - Contopus cinereus (13,5-15 cm) Tropical Peewee Partes superiores cinza-oliváceas, píleo mais escuro, mandíbula amarela e loro claro. Asas e cauda escuras, asas com duas barras claras, garganta esbranquiçada, peito e flancos cinza-oliváceos. Não é muito conspícua, geralmente empoleira-se em galhos expostos dos quais salta no ar a longas Maria-preta-de-penacho (Knipolegus lophotes) distâncias, retornando ao poleiro. Habita o estrato médio das matas e clareiras, Maria-preta-de-penacho – Knipolegus lophotes (20-21 cm) sendo mais numeroso em áreas secas. Ocorre do Maranhão ao Rio Grande do Crested Black-Tyrant Sul, Mato Grosso e Goiás. Possui um topete alto. Ave toda negra com bases das rêmiges branca, bem visível durante o voo. A fêmea é menor que o macho. Habita em áreas semiabertas, campos sujos, campos de cerrado, campos rupestres e matas secas. Ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso.

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Maria-branca (Xolmis cinereus)

Maria-branca – Xolmis cinereus (23 cm) Gray Monjita Espécie cinzenta e branca com olho vermelho. Durante o voo é possível observar um desenho branco e preto nas asas. Possui muita habilidade durante o voo, podendo ser visto com as pernas pendentes e dedos fechados, o que lembra uma ave de rapina. Geralmente empoleira-se no topo de árvores de onde salta ao chão à procura de insetos, correndo muitas vezes a pequenas distâncias. Habita em áreas semiabertas, campos limpos, cerrados, caatingas Suiriri-pequeno (Satrapa icterophrys) e bordas de florestas, ao longo de córregos, parques e jardins. Ocorre em Suiriri-pequeno – Satrapa icterophrys (15-16,5 cm; 17,5-20,8 g) grande parte do Brasil, com exceção da parte oeste do Amazonas. Yellow-browed Tyrant Noivinha branca - Xolmis velatus (19-20 cm; 37,3-46,3 g) Partes superiores verde-oliváceas e inferiores amarelas. Asas, cauda e White-jumped Monjita lados da cabeça escuros, contrastando com mancha superciliar amarela. Asas com duas barras, pálidas, cinza. Geralmente ocorre aos pares, permanece Ave cinzenta e branca. Cabeça esbranquiçada, uropígio e base da cauda ereto em poleiros. Realiza curtos ataques nas folhagens. Habita a beira da brancos. Da base do bico desce, em direção ao pescoço, um risco preto. Habita mata secundária, lagoas, banhados, pantanais, restinga e pastos alagados. em áreas semiabertas, cerrados, caatingas, matas secas, campos rupestres e Ocorre no Brasil oriental e central. pastos. É migratória. Ocorre da foz do Amazonas ao Paraná e Mato Grosso.

182 183 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Paulo André Lima Borges André © Paulo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Tesoura-do-brejo (Gubernetes yetapa) Tesoura-do-brejo – Gubernetes yetapa (42 cm; 64-70 g) Streamer-tailed Tyrant Possui cauda longa, bifurcada e graduada. Partes superiores cinza, asas e cauda negras, com amplo espelho ferrugíneo nas asas. A garganta é branca, Galito (Alectrurus tricolor) contornada por uma mancha ferrugínea. Geralmente vive aos pares ou em grupos. Permanece no topo de árvores baixas e arbustos. Habita em ambiente Galito – Alectrurus tricolor - AM (12-13,5 cm, e até 19 cm com o prolongamento alagado como brejos, buritizais, áreas campestres e pastagens adjacentes. da cauda).VU Ocorre da Bahia ao rio Grande do Sul e Minas Gerais. Cock-tailed Tyrant O macho possui duas retrizes medianas largas e rígidas que giram 90º. Lavadeira-de-cabeça-branca – Arundinicola leucocephala (12,5 cm; 16 g) Em voo pode lembrar o leme de um navio. O corpo do macho é branco e White-headed Marsh-Tyrant preto e a fêmea é parda, com asas e caudas mais escuras e garganta Mandíbula amarelada, maxila escura e asas pardacentas. O macho branca. Habita em áreas abertas como campos limpos, campos sujos apresenta cabeça e garganta brancas; e o restante do corpo negro, o que deu (do Cerrado), sempre com cobertura densa de gramíneas, áreas úmidas origem ao nome - freirinha. A fêmea é pardacenta com base da mandíbula e pantanosas. É sensível a alterações de hábitat podendo desaparecer em amarela. É encontrada ereta em arbustos baixos realizando manobras no ar. áreas recentemente queimadas pelo fogo e com pasto. Durante a reprodução Habita em áreas pantanosas, vegetação palustre (aguapés) e outras plantas é mais gregária, concentrando-se em certas áreas mais favoráveis. Ocorrem aquáticas, rios, lagos, mangues, brejos e estuários. Ocorre em todo o Brasil. de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso.

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Viuvinha (Colonia colonus) Viuvinha – Colonia colonus (23-28 cm; 15-18 g) Long-tailed Tyrant Plumagem quase toda preta, destacando-se a parte superior da cabeça e o uropígio, que são esbranquiçados. Possuem um prolongamento em duas penas Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) da cauda que atingem cerca de 9 cm no macho e 2 cm na fêmea. Imaturo não apresenta nenhum branco e nem o prolongamento da cauda. Tem preferência Bem-te-vi – Pitangus sulphuratus (20-22 cm; 54-79 g) por certos poleiros, dos quais sai para apanhar insetos no ar. Habita em campos Great Kiskadee arborizados, bordas de matas secundárias, matas primárias e eucaliptais. Ocorre É uma das aves mais populares do Brasil. Possui bico forte, região ventral na Amazônia, Brasil central e oriental até o Rio Grande do Sul. e píleo amarelos, dorso pardo e topo da cabeça negro, com uma faixa branca Bem-te-vi-pirata – Legatus leucophaius (15 cm; 21-23 g) larga acima dos olhos, circundando-a. Abaixo desta, apresenta outra faixa Piratic Flycatcher negra e larga, que liga a base do bico à nuca. Habita em bordas e clareiras de todos os tipos de florestas, capoeiras, cerrados, caatingas, pastos, eucaliptais, Semelhante a peitica (E. varius), porém com o bico mais curto e faixas mangues, parques e cidades. Adapta-se a qualquer ambiente, descobrindo superciliares encontrando-se na nuca. Partes superiores marrom-oliváceas, cabeça sempre novas fontes de alimento. Ocorre em todo o Brasil. escura e mancha amarela no píleo. Garganta clara, peito superior com manchas transversais cinza e crisso amarelo. Habita em borda de matas subtropicais, mata de araucária e borda de matas úmidas. Ocorre em todo o Brasil.

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Peitica (Empidonomus varius) Bem-te-vi-do-bico-chato (Megarhynchus pitangua) Peitica – Empidonomus varius (19 cm; 26-30 g) Bem-te-vi-do-bico-chato –Megarynchus pitangua (22-23 cm; 58-68 g) Boat-billed Flycatcher Partes superiores parda-escuras e píleo amarelo, semelhante ao bem- Lembra muito o bem-te-vi (P. sulphuratus) apresentando, porém, o te-vi-pirata (L. leucophaius), mas com o bico mais longo e estreito. Difere por bico largo e achatado. O tarso também é mais curto. Procura frutos e insetos apresentar coberteiras superiores da cauda e asas margeadas de castanho- no estrato médio e nas copas. Habita em borda de matas, capoeiras, áreas avermelhado; por baixo branco sujo, rajado de pardo. Habita a beira das semiabertas, áreas urbana e rural. Ocorre em quase todo o Brasil. matas secundárias e parques. Ocorre em todo o Brasil.

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Peitica-de-chapéu-preto (Griseotyrannus aurantioatrocristatus) Peitica-de-chapéu-preto – Griseotyrannus aurantioatrocristatus (18 cm; 27 g) Suiriri-de-garganta-branca (Tyrannus albogularis) Suiriri-de-garganta-branca – Tyrannus albogularis (20-21 cm) Espécie de coloração cinza, cabeça, asas e cauda mais escuras e píleo White-throated Kingbird com mancha amarela no meio da cabeça. Coberteira das asas e rêmiges bordeadas de branco. Habita em campos, cerrados, cerradão, caatingas, Semelhante ao suriri (T. melancholicus), diferindo deste por apresentar clareiras, borda de matas, buritizais, áreas de pastagens, plantações, pomares a coloração da cabeça mais cinza-pálido, contrastando com a máscara escura. e cidades. É Encontrado solitário ou aos pares, geralmente em poleiros A garganta é branca pura contrastando com o peito amarelo. Pode migrar em expostos no topo de arbustos ou árvores, forrageando no ar. É migratória. bandos mistos com o T. melancholicus. Habita em áreas semiabertas, borda de Ocorre no Pará, Maranhão ao Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato florestas, cerrados, caatingas, capoeiras, fazendas, parques e jardins. Ocorre no Grosso do Sul. Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Minas Gerais e São Paulo.

190 191 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Tesourinha (Tyrannus savana) Tesourinha – Tyrannus savana (30-40 cm; 29-32 g) Fork-tailed Flycatcher Ave facilmente identificada pela longa cauda bifurcada. Dorso cinzento,

Suiriri (Tyrannus melancholicus) partes inferiores brancas; cabeça, asas e cauda negras. O centro do píleo amarelo, porém difícil de ser observado. O bico e as pernas negros. Durante o Suiriri – Tyrannus melancholicus (21-22 cm; 36-42 g) período reprodutivo o casal defende o território de modo bem agressivo. Fora Tropical Kingbird da época reprodutiva associa-se em bandos e migra para o norte do país. Habita em áreas abertas, com árvores esparsas, campos, áreas úmidas e cerrado. Cabeça cinza com área mais escura atrás dos olhos e mancha laranja Permanece no Parque Nacional de Brasília entre final de agosto até meados de escondida no píleo. Dorso verde-acinzentado, asas e cauda pardas; garganta janeiro. Ocorre em todo o Brasil. esbranquiçada, peito esverdeado e ventre amarelo. A cauda é levemente bifurcada. Uma das aves mais abundantes em todos os tipos de ambientes. Habita em áreas abertas, bordas ou clareiras de áreas florestais, cerrados, Irrê – Myiarchus swainsoni (18-19,5 cm; 23-33 g) cerradões, ambientes urbano e rural. Ocorre em todo o Brasil. Swainson’s Flycatcher Gênero de difícil identificação em campo devido à sua plumagem críptica. Para isso, a vocalização é um meio eficaz. Semelhante a M. ferox, possui tons pardacentos nas partes superiores, maxila escura e mandíbula marrom-claro a rosado. Habita em cerrado, cerradão, caatinga arbórea, bordas de florestas úmidas, matas de galeria e matas secas. É migratória. Ocorre em todo o Brasil.

192 193 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TYRANNIDAE TYRANNIDAE

Maria-cavaleira (Myiarchus ferox)

Maria-cavaleira – Myiarchus ferox (19-19,5 cm; 24-30 g) Rabo-enferrujado (Myiarchus tyrannulus) Short-grested Flycatcher Rabo-enferrujado – Myiarchus tyrannulus (19,5 cm; 28-31 g) Bico inteiramente preto. Partes superiores marrom-oliváceas e píleo Brown-crested Flycatcher escuro. Asas com duas barras acinzentadas e cauda uniformemente escura. Garganta e peito cinza, partes inferiores amarelas e cauda mais escura na Parte interna das retrizes (penas da cauda) bordeadas de ferrugíneo, parte superior. Habita em bordas de florestas úmidas e secas, capoeiras, sendo mais visível quando abre a cauda. Apresenta asas e cauda margeadas restingas e caatingas. Ocorre em todo o Brasil. de castanho-avermelhado, muito distinto. Habita em áreas semiabertas e regiões áridas, matas de galeria, matas secas, cerrado e caatinga. Ocorre no baixo Amazonas, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.

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FAMÍLIA COTINGIDAE FAMÍLIA PIPRIDAE Reúne os mais belos pássaros das Américas, a exemplo do galo-da- São atraentes pela coloração exuberante e pelas cerimônias pré-nupciais, serra (Rupicula rupicula). Algumas espécies habitam em florestas litorâneas geralmente coletivas. O macho apresenta plumagem colorida, principalmente ou típicas de planícies e locais de montanhas. O tamanho dos membros na cabeça e as fêmeas em geral, são verdes. Entre os representantes dessa

desta família varia de indivíduos grandes, do porte de um tucano, até o porte família estão os tangarás, rendeiras e soldadinhos. O termo tangará deriva PIPRIDAE pequeno, do tietê-de-coroa (Calyptura cristata). Ocorre do México ao Rio do tupi e significa andar em volta. São aves frugívoras, provavelmente

COTINGIDAE Grande do Sul. contribuindo para a dispersão de sementes de muitas plantas. São poligâmicos e os machos apresentam cerimônias pré-nupciais que consistem em danças. Pavão-do-mato – Pyroderus scutatus) (43-46 cm) Algumas apresentações constituem de vários machos se exibindo para uma Red-ruffed Fruitcrow fêmea. Há machos dominantes que permanecem nos palcos por vários anos; quando desaparece a vaga é ocupada por outro macho, o novo dominante. Espécie preta com o peito laranja-avermelhado. Fêmea menor que o Apenas as fêmeas cuidam dos ninhos e dos filhotes. macho. Imaturo com asas e ventre mesclado com marrom e pouco vermelho na garganta. A vocalização é uma série de mugidos cavernosos e ventríloquos. Fruxu-do-cerradão – Neopelma pallescens (14 cm) Durante esse mugido a ave se abaixa e sacode a cabeça enchendo o saco Pale-bellied Tyrant- gular que é agitado para os lados. Habita em florestas de Mata Atlântica, matas mesófilas de planalto, borda de matas de galeria, ciliares e restinga. Apresenta topete amarelo-claro e as partes inferiores do corpo Pode ser encontrado em grupo com mais de 10 indivíduos. Ocorre da Bahia esbranquiçadas, com peito e garganta ligeiramente estriados. Garganta rajada, ao Rio Grande do Sul e Goiás. íris amarela, barriga cinza-claro e dorso verde-oliváceo. O topete amarelo do macho é exibido durante cerimônias pré-nupciais. Habita em matas de galeria, matas secas, campos, cerradão e caatingas. Ocorre em Minas Gerais, São Paulo, Tapajós, na margem norte do baixo Amazonas e do Maranhão à Bahia.

196 197 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA TITYRIDAE As relações de parentesco entre os gêneros Pachyramphus, Tityra, Xenopsaris, Laniocera, Laniisoma, Lodopleura e têm sido controversas. Nessa classificação, esses gêneros se acham colocados em uma © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

PIPRIDAE família separada, a Tityridae. Essa família está mais relacionada aos Pipridae que aos Cotingidade (Sigrist, 2007) TITYRIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Soldadinho (Antilophia galeata). Macho à esquerda e fêmea à direita

Soldadinho – Antilophia galeata - EN (14-14,5 cm) Helmeted Manakin Macho bastante notável pelo topete vermelho que pode se estender até a metade do dorso da ave. A fêmea é verde-olivácea e tem um curto topete. O macho jovem se assemelha a fêmea e adquire a plumagem adulta a partir do terceiro ano de idade. Durante o período reprodutivo o macho mantém o território onde acasala com apenas uma fêmea. Na maior parte do ano vive solitária. Possui índole inquieta. Habita em matas de galeria, capões, Flautim (Schiffornis virescens) mata em terreno pantanoso e buritizais. Ocorre no Maranhão, Piauí, Bahia, Flautim – Schiffornis virescens (15,5 cm) Mato Grosso, Goiás, Oeste de Minas Gerais e Paraná. No Parque Nacional de Greenish Schiffornis Brasília pode ser visto na piscina velha, Trilha da Capivara, na mata da Trilha Cristal Água e na mata atrás do CEMAVE. Possui anel ocular claro, corpo verde-oliváceo, asas e cauda pardas. Na mata dificilmente é visto, sendo mais fácil sua identificação pelo canto que deu origem ao nome. Habita em florestas úmidas, matas de araucária e mesófila. Ocorre na Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

198 199 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TITYRIDAE TITYRIDAE

Anambé-branco-de-rabo-preto (Tityra cayana) Anambé-branco-de-rabo-preto – Tityra cayana (20-21 cm; 78-87 g). Black-tailed Tityra Espécie robusta com bico largo. Anel perioftálmico, loro e base do bico vermelhos. Macho com vértice e lados da cabeça negros e partes inferiores Anambé-de-bochecha-parda (Titra inquisitor) esbranquiçadas, com manchas cinza. Parte das asas e cauda negras. Fêmea semelhante ao macho, porém é mais escura, apresentando cor cinza nas Anambé-de-bochecha-parda – Tityra inquisitor (17-19 cm; 43-44 g) partes superiores e variada quantidade de listras pretas, especialmente na Black-crowned Tityra nuca e costas. Empoleira-se no topo de árvores, em galhos expostos, voando Macho com vértice e lados da cabeça pretos, partes inferiores brancas, a longas distâncias em áreas abertas. Habita em áreas florestais, clareiras com parte das asas e cauda negras. Fêmea semelhante ao macho, mas com larga árvores e plantações. Ocorre em todo o Brasil. mancha castanha nos olhos e estrias cinza no dorso. Habita as copas em borda de matas. Ocorre em todo o Brasil.

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Caneleiro-verde – Pachyramphus viridis (14,5 cm) FAMÍLIA VIREONIDAE Green-backed Becard Reúne aves arborícolas Geralmente caracteriza-se por apresentar cabeça grande, bico largo e pouco populares. Comprimento cauda estreita. Macho com boné preto e loro branco. Estreito anel perioftálmico da maxila ultrapassa um pouco o amarelo, lados da cabeça e nuca com colar cinza. Partes inferiores oliváceas, da mandíbula e sua ponta dobra- TITYRIDAE asas mais escuras. Garganta esbranquiçada com ampla listra peitoral amarela se para baixo. A vocalização © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo e partes inferiores mais claras. Fêmea semelhante ao macho, mas com píleo consiste em assobios que são VIREONIDAE oliváceo e com as pequenas coberteiras superiores das asas ferrugíneas. emitidos frequentemente e Habita matas ralas, capoeiras, bordas de matas secundárias e matas de galeria. chamam bastante a atenção. Ocorre em todas as regiões do Brasil. Alimentam-se de insetos adultos e larvas, que em geral Caneleiro-preto – Pachyramphus polychopterus (14,5-15,5 cm; 22-27 g) são capturados nas folhas das White-winged Becard árvores. O ninho é construído, com diversos materiais, em forma O macho possui coloração preta, asas com duas barras brancas e cauda de tigela sobre uma forquilha. graduada com pontas brancas. A fêmea e verde-olivácea com as bordas das Os ovos são brancos ou branco- asas e a cauda ferrugíneas e partes inferiores amareladas. Pode acompanhar avermelhados. bandos mistos. Habita em bordas de matas secundárias, matas de araucária, matas secas, matas de galeria, capoeiras, caatingas e várzeas. Ocorre em todo o Brasil. Pitiguari (Cychlaris gujanensis) Pitiguari – Cyclarhis gujanensis (16 cm; 28 g) Rufous-browed Peppershrike Possui o bico alto, robusto e forte; maxila amarronzada e mandíbula cinzenta. Píleo e laterais da cabeça cinza. Íris de cor forte (amarela, laranja ou vermelha), peito amarelo-esverdeado, ventre esbranquiçado, dorso oliváceo e faixa ferrugínea supraciliar. Os casais geralmente acompanham bandos mistos. Habita estratos altos de florestas e bosques, áreas semiabertas, cerrados, caatingas, pastos sujos, eucaliptais, plantações, mangues, capoeiras e parques. Ocorre em todo o Brasil.

Juruviara – olivaceus - VN (14 cm; 15 g) Red-eyed Vireo Píleo cinzento, sobrancelha branca realçada de negro, parte ventral toda branca, dorso e lateral da cabeça oliváceos e íris marrom-escura. No período reprodutivo procuram insetos nas folhagens, fora desse período são aparentemente mais frugívoros. Geralmente encontrado em bandos mistos. Habita no estrato médio e na copa de matas. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA CORVIDAE sobre a presença de perigo. Utiliza o pequizeiro para nidificar e para alimentar-se dos frutos e do néctar das flores. Coloca de cinco a seis ovos por ninho e vários No Brasil esta família é representada pelas gralhas, passeriformes grandes indivíduos cuidam dos filhotes (Amaral 2001). A vida em grupo lhe oferece em que predomina a coloração azul-violácea. Machos e fêmeas são iguais. Sua a vantagem de sempre haver um ou mais indivíduos em sentinela, isto é, vocalização é variada e forte que predomina em determinado local com som atentos a predadores ou possíveis perigos nas redondezas. Habita campos, alto e estridente. A vocalização territorial é simples, porém, apresentam diversos

CORVIDAE campos limpos, cerradão, cerrados, buritizais, plantações, pomares, cidades outros ruídos mais complexos. São onívoras, comem invertebrados diversos, CORVIDAE e áreas de pastagem. Ocorre no Piauí, Maranhão e do sul do Pará a Mato frutos, néctar, ovos e inclusive pequenos vertebrados. Alguns têm o costume Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. No Parque Nacional de Brasília, essa de guardar sementes para fazer provisões, mas estas podem ser esquecidas espécie pode ser frequentemente vista e, principalmente, escutada na Trilha e no futuro germinar, dando a algumas espécies a fama de tê-las plantado. Cristal Água e Centro de Visitantes. Constroem ninhos com gravetos sobre os galhos das árvores, sendo difícil encontrá-los. Costumam caçar ninhos de outras aves. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus) Gralha-do-cerrado – Cyanocorax cristatellus - EN (33 cm; 213 g) Cancã (Cyanocorax cyanopogon) Curl-crested Cancã – Cyanocorax cyanopogon (31 cm) White-naped Jay Gralha topetuda e de cauda curta. O dorso e as asas são de coloração azul-escuro. No peito apresenta um “babador” negro, o ventre e a ponta da Partes superiores cor de fuligem escura; píleo, lados da cabeça e cauda são brancos. Na cabeça apresenta uma crista, a qual geralmente fica garganta negros rodeada de listra clara. Asas e cauda negras, barriga e cauda eriçada. É uma espécie endêmica do Cerrado que ocorre em bandos de oito sempre branca. Olho amarelado com duas manchas azuis próximas. É uma a doze indivíduos, ocupando preferencialmente as áreas abertas, utilizando grande imitadora de cantos. É endêmica do Nordeste e Centro Oeste. Habita ocasionalmente as matas. É facilmente localizada quando vocaliza gritos que em caatingas, matas secas, cerrados, cerrado denso, cerradão, áreas mais supostamente servem para manter a coesão do grupo e para avisar os demais abertas das matas de galeria, buritizais e babaçuais. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA HIRUNDINIDAE Representada pelas andorinhas. Aves conhecidas popularmente, comumente encontradas em cidades, onde pousam com frequência em fios de eletricidade e antenas. Suas asas são mais curtas que a dos andorinhões. Voam com grande rapidez realizando voos rasantes sobre a água e na entrada Monteiro Pontes © Marcelo de grutas. Possuem pescoço curto e bico pequeno e largo, o que facilita a captura de insetos. Durante o forrageamento a velocidade é de 20 a 30 km/h. Dormem embaixo de telhados ou em buracos. São sensíveis a ventos HIRUNDINIDAE HIRUNDINIDAE e chuvas fortes. Muitas espécies são migratórias, podendo formar bandos de centenas a milhares de indivíduos nas áreas de dormida. O uso de agrotóxicos é uma grande ameaça para as andorinhas. No Parque Nacional de Brasília foram registradas oito espécies.

Andorinha-pequena-de-casa – Pygochelidon cyanoleuca (12 cm; 12g) Blue-and-white Swallow Partes superiores azul-metálicas e inferiores brancas; cabeça, bico e pernas negras. Pousa em poleiro sem vegetação, fios, postes de eletricidade, galhos de árvores mortas, telhados e muros. Rapidamente expande em áreas deflorestadas. Pode ser visto em grandes bandos voando em várias alturas. Habita em áreas semiabertas, sendo geralmente mais abundante nas cidades ou próxima a plantações e fazendas. Ocorre no Brasil central, meridional e oriental.

Andorinha-morena – Alopochelidon fucata (12,5 cm) Tawny-headed Swallow Apresenta coloração ferrugínea nos lados da cabeça, na faixa nucal e no peito; boné anegrado e cauda curta. Pode voar em bandos de até 100 Andorinha-serrador (Stelgidopteryx ruficollis) indivíduos, em pequenos bandos, aos pares ou solitários. Habita em cerrados Andorinha-serrador – Stelgidopteryx ruficollis (14 cm; 13,5g) e campos limpos. Ocorre no Brasil meridional e central. Southern Rough-winged Swallow Garganta cor de ferrugem, partes superiores e peito marrom-acinzentados e ventre levemente amarelado. Cauda quase retangular. Empoleira com frequência em fios e em galhos mortos. Seus ninhos são cavidades em barrancos. Habita em áreas abertas principalmente nas proximidades de rios, pastos, cidades, matas de galeria, bordas de capoeira, ilhas fluviais e lajedos (em trechos encachoeirados de rios). Ocorre em todo o Brasil.

206 207 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo HIRUNDINIDAE HIRUNDINIDAE

Andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea) Andorinha-doméstica-grande – Progne chalybea (19-20 cm) Grey-breasted Martin Maior espécie do Brasil com cauda bifurcada. O macho apresenta as partes superiores azul-aço, cauda e asas escuras. Garganta e peito superior acinzentados e partes inferiores brancas. Fêmea semelhante ao macho, mas com as partes superiores azuis (mais fosco). Habita em áreas urbanas,

Andorinha-do-campo (Progne tapera) plantações, lagoas e praias, Comum em áreas semiabertas, especialmente em torres e áreas desabitadas. Ocorre em todo o Brasil. Andorinha-do-campo – Progne tapera (17,5 cm) Brown-chested Martin Partes superiores cor de fuligem e inferiores brancas; cauda e asas mais escuras. Peito com distinta listra marrom. Habita áreas campestres e com árvores esparsas, geralmente próximas à água. Sobrevoam campos, pastos, plantações, banhados e cidades. Ocorre em todo o Brasil.

208 209 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Andorinha-de-sobre-branco – Tachycineta leucorrhoa (13,5 cm; 17-21 g) FAMÍLIA TROGLODYTIDAE White-rumped Swallow Representada pelas corruíras, cambaxirras e uirapurus. A Plumagem Partes superiores azuis, loro com listra branca e supracaudais brancas. em geral é de coloração sombria. No período reprodutivo machos e fêmeas Fazem ninhos em buracos encontrados em árvores mortas e fendas em costumam vocalizar em duetos, sendo estes uma forte manifestação habitações. Habita em ambientes semiabertos, borda de matas, principalmente territorial. São inquietos, deslocam-se com pulos entre a vegetação e o solo. próxima à água, sobre praias marítimas e fluviais, lagoas, plantações, ao longo São onívoros, mas preferem insetos e outros artrópodos. No Parque Nacional de estrada de ferro e rodovias. Ocorre de Mato Grosso ao Rio Grande do Sul. de Brasília foram registradas três espécies desta família. HIRUNDINIDAE

Andorinha-do-bando – Hirundo rustica - VN (15,5 cm; 17-20 g) TROGLODYTIDAE Barn Swallow Espécie migrante do hemisfério norte. Possui cauda bifurcada e

longa, com bandas brancas na parte inferior das retrizes. Partes superiores Monteiro Pontes © Marcelo azul-metálicas e testa castanha. Garganta marrom-claro, peito e supracaudais brancos. Habita em regiões campestres, banhados, arrozais e fazendas. Mostra particular preferência por canaviais e árvores secas. Costuma empoleirar em fios da rede elétrica de alta tensão. Ocorre periodicamente em todo o país, de novembro a março.

Andorinha-do-dorso-acanelado – Petrochelidon pyrrhonota - VN (14 cm) Cliff Swallow Cauda curta, retangular e uma plumagem multicolorida. Fronte esbranquiçada, boné azul-brilhante, garganta anterior e faixa nucal castanhas; uropígio ferrugíneo. Habita em áreas abertas, campos, canaviais, áreas úmidas e brejos. Ocorre do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Corruíra (Troglodytes musculus) Corruíra – Troglodytes musculus (12 cm) Southern House Ave muito comum em todo o país. Coloração geral do corpo parda, com asas e cauda barradas de marrom-escuro. A região dorsal é marrom e a ventral esbranquiçada, com os flancos amarronzados. Produz um som semelhante a um estalo, que é sinal de excitação. Alimenta-se principalmente de insetos. Utiliza qualquer cavidade para nidificar como um pau oco, ninho abandonado ou buracos em construções. Seu ovo é avermelhado com manchas escuras. Habita em borda de matas, cerrados, áreas urbanas e rurais. Ocorre em todo o Brasil.

210 211 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Corruíra-do-campo – Cistothorus platensis (9,5-10 cm; 7 g) FAMÍLIA POLIOPTILIDAE Sedge Wren Representado pelos balança-rabos e afins. Os balança-rabos são Apresenta dorso e cabeça rajada de preto e branco; faixa superciliar espécies de corpo delgado, bico fino e cauda comprida, a qual balançam branca, asas e cauda marrons com barras transversais escuras e partes na vertical com frequência, quando estão pousados. Sua característica mais inferiores claras. Habita em áreas campestres e brejos, campos limpos e sujos, marcante é a cauda longa e estreita, invariavelmente erguida em ângulos de campo de espinilho, savanas e cerrados. Geralmente permanece escondido, 45º a 90º. No Parque Nacional de Brasília foi registrada apenas uma espécie. sendo mais detectada pelo canto. Ocorre no Goiás, Minas Gerais e de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Balança-rabo-de-máscara – dumicola (11-11,5 cm; 6 g) POLIOPTILIDAE

TROGLODYTIDAE Garrinchão-pai-avô – genibarbis (17 cm) Masked Moustached Wren Região dorsal azulada e região ventral acinzentada, com ventre Apresenta um colorido que lembra a espécie abaixo (C. leucotis), esbranquiçado. Asas e cauda negras; pernas cinza, maxila negra e mandíbula porém uma larga faixa malar preta, sobrancelha branca e peito cinzento. É cinza com a ponta negra. O macho possui uma máscara negra ao redor dos encontrado geralmente aos pares. O canto é ouvido a distância sendo uma olhos e abaixo desta, uma faixa estreita branca. A fêmea possui apenas uma sequência repetitiva que lembra “pai-avô”. Habita o estrato mais inferior das faixa estreita pós-ocular negra. Habita em matas secas, matas de galeria, matas, caatingas, cerrados, matas de galeria, buritizais, matas secas, margens cerrados, campos sujos e em áreas campestres com árvores esparsas. Ocorre de lagos e rios. Ocorre do sul do Amazonas até o Rio de Janeiro, Mato Grosso, do Pará ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. Goiás e Minas Gerais. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis) Garrinchão-de-barriga-vermelha – Cantorchilus leucotis (14,5 cm) Buff-breasted Wren Partes superiores castanhas com asas e cauda finamente barradas de negro e partes inferiores marrom-claras. Garganta branca, lados da cabeça barrados de preto e listra superciliar clara. Geralmente aos pares, o casal realiza duetos se respondendo mutuamente. O canto é alto e vigoroso, geralmente musical. Habita em mangues, matas de vázea, matas de galeria, matas secas, matas ciliares, capoeiras e bordas de florestas. Ocorre da Amazônia ao Paraná e no Brasil Central. Balança-rabo-de-máscara (Polioptila dumicola). Macho à esquerda e fêmea á direita 212 213 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA TURDIDAE Representada pelos sabiás. Os sabiás possuem coloração da plumagem discreta, garganta com manchas que se destacam e o bico reto. São onívoros, correm e pulam pelo solo virando folhas. Cantam com muita frequência, fato que os tornaram muito populares em todas as regiões do Brasil. No Parque Monteiro Pontes © Marcelo TURDIDAE Nacional de Brasília foram registradas seis espécies. TURDIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Sabiá-barranco (Turdus leucomelas) Sabiá-barranco – Turdus leucomelas (22 cm; 54-60 g) Pale-breasted Cabeça cinza, garganta esbranquiçada com estrias pardacentas e o bico escuro. Tonalidade ferrugínea nas asas, partes inferiores bege (se tornando Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) mais clara no ventre) e branco no crisso. Habita em áreas semiabertas e antrópicas, comumente encontrado em matas, jardins arborizados e no Sabiá-laranjeira – Turdus rufiventris (23-25 cm; 68-78 g) Rufous-bellied Thrush interior de parques. Ocorre na região central e meridional. No PNB pode ser visto na Trilha da Capivara. Apresenta coloração cinzenta na cabeça, dorso e cauda. Garganta esbranquiçada listrada de marrom-escuro e ventre alaranjado. Distingue-se Sabiá-da-mata – Turdus fumigatus (24 cm) dos demais sabiás pela coloração laranja no ventre. O bico é escuro. Habita Cocoa Thrush em áreas semiabertas, borda de matas, áreas florestais, zonas urbanas e rurais. Em Brasília, é comum visualizá-la nas quadras do Plano Piloto. O canto Apresenta coloração ferrugínea intensa, mento branco, garganta é um dos mais melodiosos. Ocorre no Brasil oriental e central. No PNB pode estriada e barriga clara. Coberteiras inferiores da cauda brancas e pardacentas. ser visto na Trilha da Capivara. Habita em bordas e clareiras de matas de galeria, matas secas, matas de várzea, cerrados e Mata Atlântica. Ocorre da Amazônia oriental, Maranhão, leste do Pará e Mato Grosso e Rio de Janeiro.

214 215 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo TURDIDAE TURDIDAE

Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) Sabiá-poca – Turdus amaurochalinus (22 cm; 58-62 g) Creamy-bellied Thrush Cabeça e dorso pardo-oliváceos, ventre branco-sujo. Garganta branca com listras estreitas e escuras. Possui a área em frente aos olhos mais escura. O bico normalmente é cinza-escuro, mas durante a época da reprodução torna- se amarelo-forte. Pode ser encontrado em pequenos bandos, mas geralmente Sabiá-coleira (Turdus albicollis) é visto solitário. Habita em áreas abertas, matas, cerrados, pomares, quintais e cidades. Ocorre no Brasil Central, Acre e baixo Amazonas. Sabiá-coleira – Turdus albicollis (22 cm) White-necked Thrush

Sabiá-ferreiro – Turdus subalaris (21 cm) Bico escuro, mandíbula amarela e estreito anel perioftálmico amarelo. Eastern Slaty Thrush Partes superiores marrons; garganta branca densamente rajada de negra (vista lateral); garganta posterior e abdômem branco-puro. É diferente da maioria Macho com bico amarelo, algumas vezes com maxila preta, pernas dos sabiás, pois geralmente canta ao meio dia. Habita em matas subtropicais amareladas e estreito anel perioftálmico amarelo. Apresenta o dorso cinzento- com sub-bosque de bambu, mata Atlântica, mata de Araucária, matas de oliváceo e barriga branca. Garganta branca rajada com riscas negras; cabeça galeria, eucaliptais, pomares e parques. Ocorre em todo o Brasil. anegrada e peito cinza-escuro. Fêmea semelhante ao macho, mas com o bico amarelo-amarronzado. Devido ao timbre metálico do seu canto, deu origem ao nome de ferreiro. Habita em matas de araucária, matas secas e matas de galeria, eucaliptais, parques e cidades. Aparece em Brasília no início de outubro. Ocorre do Rio de Janeiro a Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

216 217 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA MIMIDAE FAMÍLIA MOTACILLIDAE Aves restritas à América que lembram os sabiás (que são parentes Grupo cosmopolita e campestre representado pelo gênero Anthus. distantes). Têm pescoço mais longo que os sabiás, bico curvo, cauda longa Corpo delgado, bico fino e reto, asas longas, cauda mediana e pernas altas. e pernas fortes. São onívoros e sua coloração é marrom e peito salpicado. Sua plumagem apresenta tons apagados, contrastando com marrom. A

MIMIDAE Movimentam-se aos saltos ou correm pelo chão. maioria é insetívora. Além disso, anda e corre rente ao solo e constrói seu ninho próximo ao solo nos campos. MOTACILLIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Sabiá-do-campo ( saturninus) Sabiá-do-campo – Mimus saturninus (26 cm, 73-83 g) Chalk-browed Caminheiro-zumbidor (Anthus lutescens) Partes superiores cinza-escuro e inferiores esbranquiçadas. Apresenta Caminheiro-zumbidor – Anthus lutescens (13 cm; 13-18 g) sobrencelha branca e faixa pós-ocular escura. As asas são mais anegradas, com Yellowish Pipit dois filetes brancos nas coberteiras e a cauda longa parda-escura. O bico e as Apresenta as partes inferiores amareladas. O bico é pequeno. Possui o patas são negros. São agressivos na estação reprodutiva. Pode ser facilmente hálux (dedo posterior) com unha longa e curva. Emite um canto descendente encontrado nas quadras do Plano Piloto. Habita em paisagens abertas, cerrado, durante o voo que lembra o barulho dos fogos de artifício. Habita em áreas caatingas, plantações, pastos, fazendas, parque e cidades. É Encontrado abertas e semiabertas, campos, dunas, campos limpos, pastos, aterros geralmente aos bandos forrageando próximo ao chão. Ocorre do nordeste ao sanitários, gramíneas, beira de lagos, rios, pântanos e zona rural. Ocorre em sul do Brasil, centro-oeste e no baixo Amazonas. todo o Brasil.

218 219 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA COEREBIDAE FAMÍLIA THRAUPIDAE Esta família incluía diversos gêneros de pássaros Oscines como Família que reúne os pássaros Oscines mais belos e coloridos do Brasil. os Conirostrum, Coereba, Cyanerpes entre outros, todos incorporados Várias espécies apresentam plumagem de dimosfismo sexual. Destaca-se os aos Thraupidae, exceto o Coereba, que permanece como único gênero gêneros Dacnis, Conirostrum, Cyanerpes, Tersina e outros. São arborícolas e característico aos Coerebidae (Sigrist 2007). habitam áreas semiabertas e borda de matas. Constroem ninhos em árvores

CEREBIDAE ou próximo ao solo (Sigrist, 2009). THRAUPIDAE © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Tempera-viola (Saltator maximus) Tempera-viola – Saltator maximus (19,5-21 cm) Cambacica (Coereba flaveola) Buff-throated Saltator Cambacica - Coereba flaveola (11 cm; 10 g) Possui o lado superior esverdeado, incluindo a cauda. Estria malar e bico Bananaquit negros, garganta anterior branca e posterior parda. Cauda com coberteiras Bico fino levemente curvado, garganta cinzenta e ventre amarelo. Lado inferiores ferrugíneas. Difere do trica-ferro-verdadeiro (S. similis) pelo bico superior cinza, com a base da cauda amarela e a cabeça quase preta com faixa negro mais robusto e pela ausência de cinza no píleo e na cauda. Habita em branca superciliar destacada. Alimenta-se preferencialmente de néctar, mas borda das florestas, matas secundárias e plantações, assim como todos os também comem frutos. Habita em zonas urbanas, zonas rurais, quintais, jardins tipos de florestas úmidas. Geralmente é encontrado sozinho ou aos pares. e interior de matas densas, desde que haja flores. Ocorre em todo o Brasil. Ocorre desde a floresta Amazônica até a Mata Atlântica e Mato Grosso.

220 221 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo THRAUPIDAE THRAUPIDAE

Trinca-ferro-verdadeiro (Saltator similis) Trinca-ferro-verdadeiro - Saltator similis (19-20 cm; 42-52 g) Green-winged Saltator

Bico grosso e forte. Dorso esverdeado, garganta branca, cauda longa e Bico-de-pimenta (Saltatricula atricollis) - EN cinza. Apresenta uma estria negra entre a face e a garganta. Partes inferiores acinzentadas, mancha superciliar e garganta brancas. Possui uma longa listra Bico-de-pimenta – Saltatricula atricollis (20 cm) – EN branca sobre os olhos. O canto é forte e alto. Habita em borda das matas, Black-throated Saltator matas de galeria, plantações, parques e cidades. Ocorre da Bahia até o Rio Bico laranja-avermelhado, máscara e pescoço anterior negros. Partes Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. superiores marrons, rosto e garganta pretos. Parte lateral do rosto cinza, partes inferiores cinza-amareladas. O canto é bem alto e apresenta uma curta estrofe estereotipada. Habita em paisagens abertas do Cerrado, campos de cerrados, cerrados e caatingas. Ocorre no Brasil Central, Maranhão, do Ceará a São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

222 223 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo THRAUPIDAE THRAUPIDAE

Tiê-do-cerrado (Neothraupis fasciata) Sanhaço-de-coleira (Schistoclamys melanopis) Tiê-do-cerrado – Neothraupis fasciata (15,5-16 cm) Sanhaço-de-coleira – Schistochlamys melanopis (17-18 cm) White-banded Black-faced Tanager Espécie arborícola e campestre. Dorso cinzento, máscara negra sobre Ave quase toda cinza, sendo mais clara nas partes inferiores. Negro os olhos, coberteiras das asas pretas, peito cinzento, ventre branco e faixa apenas na parte anterior da cabeça, estendendo-se até a garganta, em forma branca sobre as asas. Olhos e pernas escuros. A fêmea é mais parda. Habita de babador. Machos e fêmeas são iguais. Imaturo é verde-oliváceo, mais claro em cerrados, cerradão e campos limpos sendo comumente visto em bandos na região ventral. Geralmente é encontrado aos pares forrageando no topo mistos. No PNB pode ser observado na Trilha Cristal Água. Ocorre do Maranhão de arbustos e árvores baixas. Habita em áreas de cerrado, bordas de matas a São Paulo, Goiás e Mato Grosso. de galeria, matas secas, buritizais, campos sujos e pomares. Ocorre no baixo Amazonas, nordeste e do Brasil central até São Paulo.

224 225 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo THRAUPIDAE THRAUPIDAE

Canário-sapê (Thlypopsis sordida) Canário-sapê – Thlypopsis sordida (13,5 cm) Orange-headed Tanager Macho com píleo e lados da cabeça laranja-avermelhados, tornando-se amarelo nos loros, ao redor dos olhos e na garganta. Partes superiores cinza e inferiores claras. Fêmea verde por cima, com a face e partes inferiores amarelas Saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata) Macho acima e fêmea abaixo e abdômen pardo. Frequentemente é encontrado em bandos mistos de aves Saíra-de-chapéu-preto – Nemosia pileata (13-13,5 cm; 14 g) insetívoras. Habita em matas de galeria, matas secas, cerrados, eucaliptais, Hooded Tanager cidades, pomares e nos estágios iniciais de sucessão da Amazônia. Ocorre no Acre e Mato Grosso, do Pará ao Maranhão até São Paulo e no centro do Brasil. Olhos e pernas amarelas, mandíbula da fêmea amarela. Partes superiores cinza e inferiores brancas. Macho com a cabeça e lados do pescoço pretos, se estendendo para o lado do peito e loro branco, em ambos os sexos. Encontrado geralmente em pequenos grupos mistos com outras saíras. Habita em matas decíduas, matas de galeria, eucaliptais, mangues, áreas com árvores esparsas, caatinga, cerrado, plantações, parque e cidades. Ocorre em todo o Brasil.

226 227 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo THRAUPIDAE THRAUPIDAE

Bandoleta (Cypsnagra hirundinacea)

Bandoleta – Cypsnagra hirundinacea (15,5-16,5 cm; 28,5 g) White-rumped Tanager Cabeça e dorso preto com duas manchas brancas nas asas. Garganta ferrugínea, barriga e uropígio brancos. É visto geralmente em grupos pequenos de quatro a seis indivíduos forrageando entre as folhagens e arbustos, ocasionalmente desce ao solo. Habita em cerrados e campos sujos. Tiê-de-topete (Trichothraupis melanops) Macho acima e fêmea abaixo Ocorre em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Nordeste. Tiê-de-topete – Trichothraupis melanops (16,5-17,5 cm; 23 g) Black-goggled Tanager Macho possui píleo amarelo intenso e uma máscara negra ao redor dos olhos e na testa. Dorso cinzento-oliváceo-escuro. Asas e cauda negras. Mancha branca geralmente oculta na base das asas. Parte ventral bege. A fêmea não tem a máscara negra e tem pouco amarelo no píleo. Habita o estrato baixo das matas ciliares e matas de galeria. Acompanha formigas de correição. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

228 229 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo THRAUPIDAE THRAUPIDAE

Pipira-da-toaca (Eucometis penicillata)

Pipira-da-toaca – Eucometis penicillata (17-18 cm) Pipira-preta (Tachyphonus rufus). Macho acima e fêmea abaixo Gray-headed Tanager Pipira-preta – Tachyphonus rufus (18-19 cm) Espécie topetuda, com bico preto, parte inferior mais clara e cabeça toda White-lined Tanager cinza, com mancha branca semi-oculta no píleo. Garganta esbranquiçada, partes inferiores amarelas e superiores verde-oliváceas. Geralmente é Aparentemente o macho possui a plumagem toda negra, exceto pela encontrada em bandos mistos. Habita em cerrados, cerradões, matas de dragona e coberteiras inferiores das asas que são brancas, mas não são vistas galeria, matas secas e várzeas. Ocorre em toda a Amazônia até o Mato Grosso, com a ave em repouso. Fêmea parda com áreas inferiores mais claras. A Maranhão e de Goiás até oeste de São Paulo. fêmea em geral é mais facilmente vista que o macho. Encontrado geralmente aos pares. Habita em matas de galeria, matas secundárias, bordas de mata e manguezal. Frequentemente é observada na mata próxima a entrada da piscina velha do PNB. Ocorre no Amazonas, nordeste, central do Brasil até São Paulo e Mato Grosso do Sul.

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Sanhaço-cinzento (Thraupis sayaca)

Sanhaço-cinzento – Thraupis sayaca (16,5-17,5 cm; 34-37g) Sayaca Tanager Coloração toda cinza-azulada, com as partes inferiores mais claras. Possui a borda das rêmiges e retrizes azul-esverdeadas. Pés e bico escuros. Alimenta-se de frutos, sendo dispersor de sementes. Habita em regiões úmidas e secas, áreas de cultivos, parques, jardins, cidades e zona rural. Pipira-vermelha (Ramphocelus carbo) Macho Ocorre em todo o Brasil, menos na região da Amazônia. Pipira-vermelha – Ramphocelus carbo (16-18 cm) Silver-beaked Tanager Mandíbula branca bem destacada no macho, mais cinza na fêmea. Coloração negra, aveludada, cambiando para o purpúreo, principalmente na garganta e peito. A fêmea com partes superiores mais claras e menos avermelhadas. Habita em bordas de matas secas, matas de galeria, matas ciliares, áreas abertas arborizadas, vegetação ribeirinha e capoeira baixa. Ocorre em quase todo o Brasil, no Sul do país vai até o Paraná e no Nordeste até o Leste do Piauí.

232 233 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo THRAUPIDAE THRAUPIDAE

Sanhaço-do-coqueiro (Thraupis palmarum) Sanhaço-do-coqueiro – Thraupis palmarum (17-18 cm) Palm Tanager Coloração toda esverdeada com as partes superiores mais cinzentas e escuras no abdômem. Encontra-se associada a palmeiras de várias espécies, local em que procura insetos para se alimentar, podendo também construir seus ninhos. Habita em jardins, especialmente onde as palmeiras são numerosas, Saíra-amarelo (Tangara cayana) Macho acima e fêmea abaixo bordas das matas, parques e jardins. Ocorrem em todo o Brasil. Saíra-amarelo – Tangara cayana (14 cm; 19-23 g) Burnished-buff Tanager Espécie facilmente reconhecível pelo colorido da plumagem. É predominantemente amarela-prateada. O macho apresenta uma máscara negra que se estende pela garganta até o peito e ventre. A fêmea é mais pálida e sem preto. Habita em áreas abertas arborizadas, capoeiras, eucaliptais, matas de galeria, matas secundárias, cerrados, parques, jardins, pomares e plantações. No PNB pode ser encontrada em toda a área de visitação.

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Saí-azul (Dacnis cayana). Macho à esquerda e fêmea à direita Saí-azul – Dacnis cayana (13 cm; 16 g) Blue Dacnis Bico curto e pontiagudo. O macho é azul com negro nos loros, garganta, manto, asas e cauda. As pernas são avermelhadas. A fêmea é verde com a cabeça e coberteiras superiores das asas azuladas, garganta cinza e pernas alaranjadas. Geralmente aos pares, algumas vezes em pequenos grupos. Acompanham regularmente bandos mistos. Alimenta-se de insetos, Saí-andorinha (Tersina viridis). Macho à esquerda e fêmea à direita frutos e esporadicamente de néctar. Habita em bordas de florestas, capoeiras, Saí-andorinha – Tersina viridis (14-16 cm; 30 g) cerrados, matas de galeria, eucaliptais, plantações, parques e jardins. Ocorre Swallow Tanager em todo o Brasil. Chama atenção pelo colorido. O macho é azul-brilhante, com máscara e garganta pretas; ventre e crisso brancos e lateral da barriga estriada de Saí-beija-flor – Cyanerpes cyaneus (11-12 cm; 14 g) preto. As penas das asas e da cauda são pretas margeadas de azul. Fêmea é Red-legged verde-amarelada forte, em cima e no peito. O ventre é amarelado com barras É um dos pássaros mais coloridos e bonitos do País. O macho apresenta escuras nas laterais. Não têm detalhes negros na cabeça, mas apresenta o uma coloração azul-reluzente, inconfundível, sendo o píleo verde-azulado mesmo padrão de estrias no ventre que o macho. Íris vermelha em ambos brilhante. O dorso, asas, cauda, garganta e proximidades dos olhos são os sexos. É de hábito arborícola e bastante calmo. Habita em áreas florestais, negros. As pernas são alaranjadas. Fêmea e imaturo apresentam coloração matas de galeria, bordas de matas e pomares. esverdeada. Ela possui coloração amarelada nas coberteiras internas das asas. Geralmente são vistos em pequenos bandos alimentando-se de frutos, insetos e néctar. Habita em borda de matas secas, matas secundárias e restingas. Ocorre do Maranhão ao Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás e algumas áreas na Amazônia.

236 237 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

FAMÍLIA EMBERIZIDAE É uma família bastante diversificada, reunindo várias espécies como os coleirinhos, tico-ticos, canários, tizius, cardeais e outros. Não há um padrão único de coloração da plumagem, nem de formato do bico. Os machos de © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo muitas espécies trocam sua plumagem reprodutiva para uma plumagem de elipse, migrando com as fêmeas. A seguir são apresentadas algumas delas. THRAUPIDAE EMBERIZIDAE © Nélio dos Santos

Saíra-de-papo-preto ( guira). Macho à esquerda e fêmea à direita Saíra-de-papo-preto – Hemithraupis guira (13 cm; 10 g) Guira Tanager Lado superior verde-oliva, inferior amarelo-claro e mandíbula amarela. O macho apresenta máscara e garganta negras, margeadas por faixa amarela, peito e uropígio de coloração caramelo. Fêmea com linha superciliar amarela. É arborícola e busca alimentos nas folhagens. Permanece aos pares ou em grupos pequenos, às vezes acompanhando bandos mistos. Habita em bordas de matas, mangues, ilhas fluviais. Ocorre em todo o Brasil. Tico-tico (Zonotrichia capensis)

Figurinha-de-rabo-castanho – Conirostrum speciosum (11 cm; 8 g) Tico-tico – Zonotrichia capensis (14-15 cm; 20 g) Chestnut-vented Conebill Rufous-collared Sparrow Macho com as partes superiores azuis, cauda e asas mais escuras, A cabeça é cinza e apresenta faixas pretas. O dorso e as asas pardas, com especulo branco nas asas. Partes inferiores com um azul mais claro, crisso com duas faixas brancas nas coberteiras, ventre esbranquiçado e laterais castanho e pernas vermelhas. Fêmea apresenta um capuz azul-claro, dorso pardacentas. Apresenta um pequeno topete e uma faixa larga ferrugem na nuca esverdeado, partes inferiores brancas e listra transocular escura. Forrageia (mais destacada no macho) e um colar ferrugíneo. A plumagem da fêmea é ativamente nas folhagens, em árvores altas. Geralmente encontrado aos semelhante a do macho. Constrói seu ninho entre arbustos densos, cercas vivas pares e pequenos grupos podendo participar de bandos mistos. Habita em ou na vegetação rasteira. Os ninhos do tico-tico são os preferidos pelo chopim matas abertas, matas secas, matas de galeria, matas de várzeas, ilhas fluviais, (molotrhus bonariensis), espécie parasita, que deposita seus ovos em ninhos parques e jardins. Ocorre em todo o Brasil. de outras aves. Habita em todos os ambientes, sendo abundante em capoeiras, bordas de matas, jardins e áreas urbanas, No PNB é facilmente encontrado na Trilha Cristal D´Água em qualquer horário, até mesmo ao meio-dia e na vegetação baixa ao lado da estrada.

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Cigarra-do-bambu – unicolor (13 cm) Uniform Finch Macho apresenta coloração cinza-escuro. Fêmea com as partes superiores verde-oliváceas, garganta e peito estriados. Possuem o bico negro,

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo cônico e pontudo e pernas pardo-rosadas. A fêmea apresenta partes superiores oliva-escuras e ventre esbranquiçado, com peito e flancos esverdeados. A mandíbula é amarelada e a vocalização lembra o zunido da cigarra, o que

EMBERIZIDAE originou o nome. Habita em matas sombrias. Próximos a taquarais podem EMBERIZIDAE ocorrer em abundância. Ocorre no Espírito Santo e de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Tico-tico-do-campo-verdadeiro (Ammodramus humeralis) Tico-tico-do-campo-verdadeiro – Ammodramus humeralis (12-13 cm; 15-18 g) Sparrow Espécie campestre e terrícola. Partes superiores cinzentas estriadas de preto e ferrugem. Possui uma mancha pequena anteocular amarela e a região ventral esbranquiçada. Habita em todos os tipos de campos, cerrados, pastos sujos, zonas rurais e arredores das cidades. É comumente encontrado nos campos do Parque Nacional de Brasília em meio à vegetação herbácea ou nas estradas de terra no início e no fim do dia. Capacetinho-do-oco-do-pau (Poospiza cinerea) Azulão-do-cerrado – caerulescens - EN (12-13 cm). Yellow-billed Blue Finch Capacetinho-do-oco-do-pau – Poospiza cinerea - EN (13 cm) Cinereous Warbling-Finch Macho todo azulado com cauda escura, bico fino, cônico e amarelo. Apresenta uma mancha escura entre o olho e o bico; pernas avermelhadas. A Espécie endêmica do Cerrado, ainda pouco conhecida. Apresenta as fêmea possui as partes superiores pardo-avermelhadas e as inferiores pardo- partes superiores cinza, inferiores brancas, peito ligeiramente amarelado, bico esbranquiçadas. Habita em áreas abertas dos cerrados, campos de cerrados e cônico escuro e íris vermelha. Píleo varia de cinza para esverdeado. Habita em plantações. Ocorre no Pará, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. áreas de cerrado. Ocorre no Mato Grosso, Goiás e de Minas Gerais até o norte de São Paulo.

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Canário-rasteiro – Sicalis citrina (12 cm) Tipio – Sicalis luteola (11,5-12,5 cm) Stripe-tailed Yellow-Finch Grassland Yellow-Finch Macho com as partes superiores Ave com dorso cinza-escuro estriado de pardo e urupígio oliváceo. oliváceas e inferiores amarelas, sendo Macho com o peito acinzentado, partes superiores com listras escuras,

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo facilmente identificado pelas manchas garganta e ventre amarelo-intenso. Possui uma mancha amarela no loro e brancas nas retrizes externas da cauda. em torno dos olhos. Fêmea semelhante ao macho, porém de coloração mais Fêmea mais escura com garganta e pálida, próxima ao cinza. O bico tem a maxila escura e a mandíbula clara.

EMBERIZIDAE peito rajados. Vocaliza em voo. Habita Geralmente ocorre em grandes bandos alimentando-se, principalmente, no EMBERIZIDAE em campo de cerrado, campos limpos chão ou em gramíneas altas. Durante a migração reúne-se às centenas. Habita e áreas abertas e (ou) campestres. em campos limpos, campos úmidos, pampas, plantações e pastagens. Ocorre Ocorre no Mato Grosso, Pará, Goiás, no Brasil oriental e meridional. Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

Canário-rasteiro (Sicalis citrina) Macho

Canário-da-terra – Sicalis flaveola (13-14 cm; Monteiro Pontes © Marcelo 17-23 g) Saffron Finch Macho é mais facilmente

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo reconhecível, pois é todo amarelo-vivo com a testa alaranjada, exceto o estriado negro no dorso e asas. Fêmea parda clara toda estriada, esbranquiçada no ventre. Procura alimentos no solo, com frequência em grupos. Nidifica facilmente em ninhos artificiais e em buracos. Pode ocupar os ninhos do João-de-barro, graveteiro e de Canário-do-campo (Emberizoides herbicola) outras aves. Habita em áreas semiabertas com arbustos e árvores esparsas, campos Canário-do-campo – Emberizoides herbicola (18-20 cm; 27-30 g) limpos, campos sujos, campo de cerrado, Wedge-tailed Grass-Finch

Canário-da-terra (Sicalis flaveola) Macho caatingas, campo agrícola e áreas de Possuem cauda longa, cabeça, dorso e asas listrados de preto. Face em pastos. É facilmente visto em áreas volta dos olhos cinza e as pernas amarelas ou rosadas. Bico forte e um pouco alteradas do PNB, como nas proximidades curvo, com maxila negra e a mandíbula amarela. Empoleira para cantar. Habita da administração e Trilhas. Ocorre do em campos limpos, campos sujos e capinzais com gramíneas altas. Ocorre no Maranhão ao Rio Grande do Sul, Goiás e extremo Norte da Amazônia, leste e oeste do Brasil até o Rio Grande do Sul. Mato Grosso.

242 243 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo EMBERIZIDAE EMBERIZIDAE

Tiziu (Volatinia jacarina). Macho à esquerda e fêmea à direita Tiziu – Volatinia jacarina (10-11,5 cm; 10-12 g) Blue-black Grassquit É uma das aves mais conhecidas no Brasil. O macho possui plumagem preto-azulada com coberteiras inferiores das asas brancas e bico cinza. A fêmea é parda com listras marrons no peito e ventre. Os jovens se assemelham Patativa-verdadeira ( plumbea) Macho às fêmeas, sendo que o macho imaturo apresenta algum negro na cabeça. Pousado em algum poleiro o macho pula cerca de 40 a 60 cm para cima, Patativa-verdadeira – Sporophila plumbea (11 cm) exibindo as manchas alares brancas e emitindo um canto esteriotipado “tziu, Plumbeous Seedeater tziu”. Durante o período reprodutivo andam aos casais, fora desse período é Macho cinza com as partes inferiores mais claras, asas e cauda escuras. encontrado em bandos. Habita em campos de pastagens, capinzais, cafezais Apresenta manchas brancas na base do bico e sob os olhos. Asas bordeadas e áreas urbanas. Ocorre em todo o Brasil. de cinza, com um branco distinto. Fêmea e jovens são pardos com as partes inferiores mais claras. Encontrado geralmente em pequenos bandos associados com outras espécies de granívoros. É uma das espécies canoras mais cobiçadas. Habita em áreas abertas de Cerrados, matas ralas, buritizais, capoeiras e gramíneas altas, frequentemente próximas a locais com água. Ocorre do Piauí ao Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso.

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Bigodinho - Sporophila lineola (11 cm; 9 g) papa-capim-de-costas-cinzas Lined Seedeater Sporophila ardesiaca (11 cm) O macho apresenta a região malar e a faixa mediana do píleo brancas. Dubois´s Seedeater Supracaudais e espéculo branco nas asas. A fêmea é toda parda com mandíbula Espécie parecida com a amarelo-clara e cauda mais longa. Garganta, asas, cauda e dorso negros e Monteiro Pontes © Marcelo S. nigricollis, na qual os machos partes inferiores claras. No período reprodutivo ocorrem aos pares e nas outras apresentam a barriga branca e não estações são encontrados em grupos maiores, geralmente em bandos mistos. amarelada. É migratório e alguns EMBERIZIDAE Migram em algumas regiões. Habita em áreas semiabertas com capins altos, autores a consideram um espécie EMBERIZIDAE especialmente próximos aos locais com água, beira de capoeiras e plantações. híbrida entre S. nigricollis e S. Ocorre no Maranhão, Piauí até o Paraná, Goiás e Mato Grosso. caerulescens. Pode ser encontrado nos estados de São Paulo, Goiás, Espírito Santos e Minas Gerais.

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo papa-capim-de-costas-cinza (Sporophila ardesiaca) Macho

Coleirinha, Papa-capim Sporophila caerulescens (11-12 cm; 9-11 g) Double-collared Seedeater

© Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Macho com o bico amarelo- esverdeado, dorso cinza-escuro, com brilho esverdeado e ventre esbranquiçado, com exceção de uma mancha negra no mento. Coleiro-baiano (Sporophila nigricollis) Macho Face, garganta anterior e faixa Coleiro-baiano – Sporophila nigricollis (11 cm; 10-11 g) sobre o papo negras. A fêmea é Yellow-bellied Seedeater parda-olivácea, com maxila escura Macho apresenta coloração negra, uniforme na cabeça, garganta, e mandíbula amarela. Habita em pescoço e peito. Cauda negra, dorso e asas oliváceos. Partes inferiores áreas semiabertas, brejos, buritizais, amarelo-claras ou brancas. O bico é cônico e cinzento. A fêmea é toda parda- Coleirinha, Papa-capim plantações, pastagens, parques e olivácea. No período reprodutivo é visto aos casais, fora desse período ocorre (Sporophila caerulescens) Macho jardins. Ocorre no Brasil oriental. em bandos com outros papa-capins. Alimenta-se de sementes de gramíneas e grãos de arroz. Habita em campos abertos com capins altos, áreas agrícolas, campos limpos e capinzais a beira de estradas. Ocorre em todo o Brasil.

246 247 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo EMBERIZIDAE EMBERIZIDAE

Caboclinho-frade (Sporophila bouvreuil) Macho Caboclinho-frade – Sporophila bouvreuil (10 cm; 10 g) Capped Seedeater Existem variações na coloração das três subespécies que ocorrem no Brasil. O macho com coloração canela, boné, asas e cauda negros. Nas asas aparece uma pinta branca, quando pousado, que em voo se tranforma em listra. As partes inferiores são esbranquiçadas e às vezes amareladas ou rosadas. O bico e tarso são pretos. Fêmeas e jovens pardos. Habita em campos, cerrados, campos de cerrado, caatingas, áreas pantanosas abertas e Curió (Sporophila angolensis) Macho pastos. Ocorre do leste ao sul do Brasil, desde o Amapá, Maranhão até o Rio Curió – Sporophila angolensis (12-13 cm) Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Chestnut-bellied Seed-Finch

Caboclinho-de-barriga-preta – Sporophila melanogaster (10 cm) Bico grande, preto e cúlmem reto. Macho preto-azulado contrastando Black-bellied Seedeater com o peito e barriga castanhos. Apresenta o encontro e lado inferior das asas brancos. Fêmea possui as partes superiores marrons e as inferiores mais claras Espécie endêmica do Brasil. Macho todo cinza-claro, tendo garganta, nas asas. Ambos os sexos possuem a margem das asas branca. Geralmente peito, abdômem, asas e cauda negros; bico amarelo ou negro. Fêmea bege, é encontrado aos pares ou sozinhos. É uma das aves canoras mais cobiçadas com crisso mais pálido que o dorso, garganta e barriga em tons mais apagados, do Brasil. Possui diversos tipos de dialetos que variam de acordo com a região. em contraste com o bege-avermelhado do peito. É migratória, aparecendo Habita a borda de matas e brejos. Ocorre em todo o Brasil. em Santa Catarina para nidificar em outubro-novembro. No Distrito Federal aparece entre fevereiro e maio. Habita em áreas abertas, como campos limpos e campos sujos, cerrados, brejos, bordas de lagoas e barragens. Ocorre do Rio Grande do Sul até Minas Gerais e Goiás.

248 249 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Monteiro Pontes © Marcelo EMBERIZIDAE EMBERIZIDAE

Tico-tico-de-bico-amarelo (Arremon flavirostris) Tico-tico-do-campo (Coryphaspiza ) Tico-tico-de-bico-amarelo - Arremon flavirostris (15-16 cm) Tico-tico-do-campo – Coryphaspiza melanotis - VU (13,5-14 cm) Saffron-billed Sparrow Black-masked Finch A cor do bico varia de amarelo a alaranjado. Garganta branca com colar Apresenta o píleo e os lados da cabeça pretos e faixa superciliar branca. preto, peito e ventre cinza. Dorso verde-oliva com ponta das asas e cauda O dorso oliva com estriação escura, ventre e ponta da cauda brancos. Cauda cinza-escuras a pretas; faixa superciliar branca. Habita em borda de matas de graduada, dorso pardo-amarelado com maxila escura; mandíbula amarela e galeria, mata ciliar e matas secas. Ocorre no Brasil Central. vistosa. Habita em campos limpos, campos sujos e áreas de pastos. Encontra- se ameaçada pelas queimadas e expansão das áreas de pastagens. Ocorre no Mineirinho – Charitospiza eucosma - EN (11,5 cm) Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Coal-crested Finch Galinho-da-serra – Coryphospingus pileatus (13 cm) Ambos os sexos apresentam um topete preto na nuca e especulo branco Pileated-Finch nas asas. O macho é preto, branco e amarelo-ferrugíneo. Garganta e redor dos olhos negros e os lados da cabeça mais claros. Partes superiores cinza, com O macho é todo cinzento com partes inferiores mais claras, topete preto a borda das asas e a ponta da cauda pretas. Bico pontudo e colorido. Fêmea com vermelho no centro. O vermelho do píleo é mais visível quando se inquieta. é parda com as asas escuras e partes inferiores amareladas. Geralmente é A fêmea é toda cinzenta, mais clara na parte inferior. Geralmente forrageia no encontrado em pequenos grupos alimentando-se em árvores baixas. Habita chão, na borda ou dentro de arbustos. Habita em regiões áridas com arbustos, em cerrado, campos de cerrados e caatingas. Ocorre no Piauí, Pará até Goiás, matas secas no Centro-Oeste, caatingas e restingas. Ocorre do Maranhão ao Rio São Paulo a Mato Grosso. de Janeiro, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

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FAMÍLIA CARDINALIDAE FAMÍLIA PARULIDAE Reúne alguns gêneros de pássaros arborícolas que estavam entre os Engloba representantes florestais, residentes e (ou) migratórios, Emberizidae. São aves de bicos fortes, adaptados ao consumo de sementes provenientes do Hemisfério Norte. As espécies residentes vivem em áreas duras. Muitas espécies acompanham bandos mistos no estrato superior abertas, semiabertas e fechadas. Alguns representantes desta família das florestas (Sigrist 2007). A maioria vive em paisagens abertas, campos de se destacam pelo canto harmônico em sequência longa, porém pouco

cultura, matas secundárias, borda de matas, beira de rios, caatinga, pantanal, apreciado pelos passarinheiros. Os membros dessa família são notáveis pelo PARULIDAE cerrados e outros. No PNB ocorre apenas uma espécie. tamanho pequeno, sendo bastante ativos e saltitantes nas folhagens ou pelos cantos suaves e melodiosos. Ainda se destacam pelo pequeno tamanho e por CARDINALIDAE estarem em constante atividade, deslocando-se pelas folhagens. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Sanhaço-de-fogo (Piranga flava). Macho à esquerda e fêmea à direita Sanhaço-de-fogo – Piranga flava (17-19 cm; 38 g) Hepatic Tanager O macho é laranja-avermelhado com loros escuros. Fêmea amarela- olivácea com loros escuros. Geralmente é encontrado sozinho ou aos pares. Mariquita (Parula pitiayumi) Movimenta-se lentamente nos diversos estratos, mas principalmente no topo. Habita em cerrados, campos, matas abertas, matas de galeria, borda de matas Mariquita – Parula pitiayumi (10 cm; 7,5 g) ciliares, eucaliptais e buritizais. Ocorre em todo o Brasil, exceto em áreas de Tropical Parula floresta na Amazônia e no nordeste. Parte superior azulada e inferior amarela, com a região do peito um pouco mais escura (tom caramelo). Mancha verde-oliva no centro do dorso, crisso branco e duas faixas brancas transversais nas asas. Geralmente acompanha bandos mistos. Habita as copas das árvores em áreas florestais. Chama atenção pelo canto que é emitido persistentemente nas copas, inclusive nas horas mais quentes do dia. Ocorre em todo o Brasil.

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Pia-cobra – Geothlypis aequinoctialis (13-14 cm; 11 g) Masked Yellowthroat Macho com máscara negra que se estende desde o bico até a bochecha, sendo bordeado por mancha cinza. Fêmea com píleo e “bochechas” cinza,

mancha superciliar e anel perioftálmico amarelo. Partes superiores verde- Monteiro Pontes © Marcelo oliváceas e inferiores amarelas. A cauda é longa e larga. Aparenta ser mais PARULIDAE PARULIDAE abundante durante o período reprodutivo, quando os machos se expõem em arbustos para cantar e atrair as fêmeas. Habita em capinzais, brejos com arbustos, buritizais, canaviais, borda de matas ribeirinhas, matas de galeria e matas alagadas. Ocorre em todo o Brasil.

Pula-pula-coroado – Basileuterus culicivorus (12-12,5 cm 10,5 g) Golden-crowned Warbler Dorso verde-oliváceo, ventre branco-acinzentado a amarelo pálido. A face é acinzentada, destacando-se uma listra branca sobre os olhos acompanhada de faixas negras acima e abaixo. O centro do píleo é marcado por uma faixa cor laranha, que é cercada por duas linhas negras. No bico, a mandíbula é cinza e a maxila é marrom ou anegrada. Geralmente participa de bandos mistos. Habita em mata de galeria à média altura. Pula incessantemente entre a vegetação, podendo aproximar-se do observador enquanto vocaliza. Ocorre no Maranhão, do Ceará ao Rio Grande do Sul e no Mato Grosso.

Pula-pula-de-barriga-branca (Basileuterus hypoleucus) Pula-pula-de-barriga-branca – Basileuterus hypoleucus (12-14 cm) White-Bellied Warbler Semelhante à espécie anterior, com dorso verde-oliváceo e ventre esbranquiçado. Face acinzentada, destacando-se uma listra branca sobre os olhos acompanhada de faixas negras acima e abaixo. O centro do píleo é marcado por uma faixa laranja, que é cercada por duas linhas negras. No bico, a mandíbula é cinza e a maxila marrom ou anegrada. Geralmente é encontrado formando casais isolados na mata. Habita em mata de galeria à média altura. A vocalização é semelhante ao B. culicivorus. Ocorre no Maranhão, Mato Grosso e do Ceará ao Rio Grande do Sul. No PNB pode ser observado facilmente na Trilha da Capivara.

254 255 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo PARULIDAE PARULIDAE

Pula-pula-de-sobrancelha (Basileuterus leucophrys)

Pula-pula-de-sobrancelha – Basileuterus leucophrys - EN (15-16 cm) White-striped Warbler Bico escuro, pernas amareladas, píleo cinza-ardósea, bordeada abaixo por Pula-pula-amarelo (Basileuterus flaveolus) longa sobrancelha branca e listra superciliar escura. Partes superiores marrom- oliváceas e inferiores claras. É encontrado geralmente aos pares, deslocando-se Pula-pula-amarelo – Basileuterus flaveolus (14 cm; 12 g) no chão. Pousa em poleiros verticais e abre a cauda em leque. É endêmica de Flavescent Warbler matas de galeria. Habita em matas de galeria alagadas e matas ciliares. Ocorre Bico escuro com a base da mandíbula um pouco mais clara; as pernas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e da Bahia a São Paulo. variam de amarela a alaranjada. Partes superiores verde-oliváceas, com curta mancha superciliar amarela e inferiores amarelas. Habita em cerrados, caatinga, matas ribeirinhas, borda de matas secas. Geralmente são encontrados aos pares saltando no chão. Ocorre no Pará, do Maranhão a São Paulo e Mato Grosso.

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FAMÍLIA ICTERIDAE Chopim-do-brejo – Pseudoleistes guirahuro (24 cm; 70-98 g) Yellow-rumped Marshbird Família bem conhecida nas Américas, que tem em comum, exemplares com bico cônico e liso, muitas vezes, pontiagudos. Na sua coloração predomina Apresenta o bico preto e pontudo, uropígio e flancos amarelos. Cabeça, o preto e o amarelo, como nos japus, chopim-do-brejo e corrupião. Outras garganta e partes superiores pardo-anegradas, dorso oliváceo. É geralmente espécies apresentam vermelhos vistosos como a polícia inglesa. Geralmente encontrado em bandos de dez a vinte indivíduos. É frequentemente observado ICTERIDAE alimentam-se de frutos, sementes, insetos, seiva, plantações de arroz e outros. alimentando-se no chão. Habita em brejos e várzeas com capim alto. Geralmente ICTERIDAE O pássaro preto e chopins são vistos nos currais de fazendas. A reprodução é encontrado próximo a cursos de água, plantações e pastos. Ocorre de Minas dos icterídeos é variada e interessante, tais como: espécies que constroem Gerais ao Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás. ninhos e criam os filhotes; outras são parasitas de ninhos os quais perderam a capacidade de construir e de cuidar dos filhotes (Molothrus banariensis); outros reproduzem-se em colônia ou solitários. © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo

Chopim (Molothrus bonariensis). Macho à esquerda e fêmea à direita Chopim – Molothrus bonariensis (18 - 21,5 cm; 41-63 g) Shiny Cowbird O macho é negro com reflexos azulados e a fêmea menor e parda, com as partes superiores negras. Bico e pernas negras. Existe bastante Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi) variação quanto à coloração, podendo encontrar fêmeas totalmente negras, Pássaro-preto – Gnorimopsar chopi (21–25 cm; 75-84 g) sendo menos reluzentes que os machos. Geralmente é encontrado em Chopi Blackbird pequenos bandos forrageando no chão. É considerada parasita de ninhos de outras espécies, como por exemplo Zonotrichia capensis, Minus saturninus, É inconfundível pela coloração negra uniforme e brilhante, bico e Furnarius rufus. Habita em áreas abertas, semiabertas e campo agrícola. todo preto e as penas da cabeça estreitas e pontudas. Canto melodioso e Coloniza rapidamente áreas desmatadas. Ocorre em quase todo o Brasil, forte, sendo compostos por assobios ressonantes e variados. Geralmente sendo ausente em apenas algumas porções da Amazônia. é observado em pequenos grupos barulhentos. Habita em áreas abertas e semiabertas, buritizais, campos com pastagens e culturas, cerrado alterado e fazendas. Ocorre no Brasil, exceto na região amazônica.

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FAMÍLIA FRINGILLIDAE Até recentemente esta família incluía apenas o gênero Carduelis, mas agora engloba também os gêneros Euphonia e Chlorophonia, antes considerados traupídeos. Os membros desta família englobam pássaros de bico afilados, adaptados à dieta essencialmente granívora. Espécies do Monteiro Pontes © Marcelo gênero Euphonia e Chlorophonia possuem bicos mais adaptados ao consumo de frutos e pequenas bagas. Habitam em áreas abertas, semiabertas, assim FRINGILLIDAE como, em áreas florestadas e regiões serranas. FRINGILLIDAE

Gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea). Macho à esquerda e fêmea à direita Gaturamo-verdadeiro – Euphonia violacea (11-12 cm; 15 g) © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo Violaceous Euphonia No macho a região dorsal é azul muito escuro e brilhante. Testa, garganta e todo o lado inferior amarelo-vivo. Os dois pares de retrizes mais externas possuem uma mancha branca. A fêmea é verde-oliva com a fronte e as partes inferiores mais claras. É comum imitarem os sons de outras aves (tucanos, gaviões, psitacídeos e gralhas). Habita em bordas de matas, áreas abertas e plantações. Ocorre no baixo Amazonas e do Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.

Gaturamo-rei – Euphonia cyanocephala (11 cm) Golden-rumped Euphonia Ambos os sexos possuem boné azul-claro. O macho apresenta píleo Vivi (Euphonia chlorotica) Macho azul-celeste inconfundível; garganta e manto negros com reflexos azulados. As asas, a cauda e o alto dorso são azul-aço; partes inferiores e uropígeo Vivi – Euphonia chlorotica (9,5 cm; 8 g) amarelos. A fêmea possui as partes superiores e o lado da cabeça verde- Purple-throated Euphonia oliváceos; partes inferiores amareladas e fronte com amarelo forte. Habita em Macho com partes superiores e garganta negras. Partes inferiores e matas de planalto, Mata Atlântica, capoeiras, plantações, parques e jardins. Seu fronte amarelas, com nódoas brancas nas duas retrizes e píleo amarelo-claro. primeiro e único registro para o PNB ocorreu em 2004, no topo das árvores, Fêmea verde-olivácea com ventre esbranquiçado e fronte amarela. Geralmente em frente ao CEMAVE. Ocorre na Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. aos pares ou em grupos pequenos, algumas vezes associa-se a bandos mistos. Habita em borda das matas e clareiras, matas de galeria, cerrados, caatingas, capoeiras, parques, jardins e chaco. No PNB pode ser observada próxima à piscina velha e da Trilha da Capivara. Ocorre em todo o Brasil.

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FAMÍLIA ESTRILDIDAE FAMÍLIA PASSERIDAE Espécie exótica africana, introduzido no Brasil, entre os séculos XIX e Espécie granívora introduzida da Europa no século XIX. Chegou a XX. Chegou com o tráfico negreiro, sendo nativa em partes do Velho Mundo. Brasília em 1959, trazida durante a construção. Adapta-se facilmente aos Vive em pequenos bandos, que pousam nos ramos de capins e alimentam-se centros urbanos onde vivem próximas às habitações. Ave de bico cônico e de sementes. forte. Vive em pequenos bandos. Possuem hábito terrícola e dieta variada, incluindo alimentos utilizados pelo homem. PASSERIDAE

ESTRILDIDAE Bico-de-lacre – Estrilda astrild (11 cm) Common Waxbill Pequeno pássaro de porte semelhante ao dos papa-capins. Apresenta bico e máscara vermelhas e a cauda longa. A cabeça é cinzenta, o dorso escuro e o ventre branco. Peito, ventre e flancos distintamente barrados de © Marcelo Pontes Monteiro Pontes © Marcelo marrom com manchas vermelhas. Os sexos são semelhantes, sendo que o macho possui o crisso e as coberteiras inferiores da cauda negros, enquanto na fêmea é parda. O imaturo apresenta o bico escuro. Em Brasília pode desaparecer no período da seca. Habita em áreas abertas, campo agrícola e pastagens, assim como nos arredores das cidades. Ocorre pontualmente em algumas cidades dos seguintes estados: Amazonas, Pará, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Pardal (Passer domesticus). Macho à esquerda e fêmea à direita Pardal – Passer domesticus (15 cm; 30 g) House Sparrow O macho adulto distingue-se por apresentar gravata e bico negros. O alto da cabeça cinzenta e uma máscara amarronzada, que vai do bico até a parte de trás do pescoço. O dorso e as asas têm colocação castanha e canela, com riscas pretas e uma faixa branca. A fêmea e os imaturos são pardos, com faixa ocular clara e a região ventral creme-esbranquiçada. Bico forte e cônico, adaptado para a alimentação de grãos. São onívoros, alimentando-se também de insetos. Nidifica em construções que ofereçam abrigo e proteção. Aproveita-se de diversos ninhos como os de pombais, de joão-de-barro, fendas em ocos de árvores e principalmente nos vãos das casas. Os casais constroem ninhos próximos formando colônias. A reprodução ocorre durante todo o ano, com exceção de junho a agosto. Habita em parques, jardins, zonas urbanas e rurais. Ocorre no Brasil, exceto na região amazônica.

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Tabela 1 - Aves registradas no Parque Nacional de Brasília, por ambiente de registro. English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação AM* = Ameaçada de extinção; VU = vulnerável; EN = Endêmica do Cerrado; RA = Rara; Common Name VN = Visitante setentrional; MI: Ave migratória da América do Sul; Ambiente: AQ = Podicipedidae (2) Aquático, MG = Mata de galeria, BR = Brejo, CE = Campos e Cerrados, VE = Veredas.

Tachybaptus dominicus Mergulhão-pequeno Least Grebe AQ

English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Pied-billed Podilymbus podiceps Mergulhão AQ Grebe Rheidae (1) Phalacrocoracidae (1)

Rhea americana Ema Greater Rhea CE Neotropic Phalacrocorax brasilianus Biguá AQ Cormorant Tinamidae (5) Anhingidae (1) Small-billed Crypturellus parvirostris Inhambu-chororó MG Tinamou Anhinga anhinga Biguatinga Anhinga AQ

Red-winged Rhynchotus rufescens Perdiz CE,VE Tinamou Ardeidae (8) Black-crowned Nothura minor Codorna-mineira Lesser Nothura EN,AM*,VU CE Nycticorax nycticorax Socó-dorminhoco AQ Night-Heron Yellow-crowned Nothura maculosa Codorna-comum Spotted Nothura CE Nyctanassa violacea Savacu-de-coroa AQ Night-Heron Taoniscus nanus Inhambu-carapé Dwarf Tinamou EN,AM*,VU CE Butorides striata Socozinho Striated Heron AQ

Ardea cocoi Garça-moura Cocoi Heron AQ Anatidae (6) Ardea albus Garça-branca-grande Great Egret AQ White-faced Dendrocygna viduata Irerê AQ Whistling-Duck Syrigma sibilatrix Maria-faceira Whistling Heron AQ Black-bellied Dendrocygna autumnalis Asa-branca AQ Whistling-Duck Pilherodius pileatus Garça-real Capped Heron AQ

Cairina moschata Pato-do-mato Muscovy Duck AQ Egretta thula Garça-branca-pequena Snowy Egret AQ Sarkidiornis sylvicola Pato-de-crista Comb Duck AQ Threskiornithidae (2) Amazonetta brasiliensis Marreca-de-pé-vermelho Brazilian Teal AQ Mesembrinibis Corocoró Green Íbis MG cayennensis Southern Netta erythrophthalma Paturi-preta AQ Pochard Theristicus caudatus Curicaca Buff-necked Ibis CE

Cracidae (2) Cathartidae (3)

Rusty-margined Penelope superciliaris Jacupemba MG Urubu-de-cabeça- Guan Cathartes aura Turkey Vulture MG, CE vermelha Bare-faced Crax fasciolata Mutum MG Curassow Coragyps atratus Urubu Black Vulture MG, CE

Sarcoramphus papa Urubu-rei King Vulture MG

264 265 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name

Pandionidae (1) Rallidae (5)

Pandion haliaetus Águia-pescadora Osprey VN AQ Micropygia schomburgkii Maxalalagá Ocellated Crake BR, CE

Gray-necked Aramides cajanea Saracura-três-potes MG,BR,CE Accipitridae (13) Wood-Rail

Gray-headed Rufous-faced Leptodon cayanensis Gavião-de-cabeça-cinza MG Laterallus xenopterus Sanã-de-cara-ruiva RA BR Kite Crake Gampsonyx swainsonii Gaviaõzinho Pearl Kite CE Ash-throated Porzana albicollis Sanã-carijó Crake Elanus leucurus Gavião-peneira White-tailed Kite CE Common Gallinula chloropus Frango-d’água-comum CE Ictinia plumbea Sovi Plumbeous Kite MG Moorhen Gray-bellied Accipiter poliogaster Tauató-pintado MG Cariamidae (1) Goshawk Red-legged Geranospiza caerulescens Gavião-pernilongo Crane Hawk CE Cariama cristata Seriema CE Seriema Great Black- Buteogallus urubitinga Gavião-preto MG Charadriidae (3) Hawk Southern Heterospizias meridionalis Gavião-cabloco Savanna Hawk CE Vanellus chilensis Quero-quero CE Lapwing Harpyhaliaetus coronatus Águia-cinzenta Crowned Eagle AM*, VU MG American Pluvialis dominica Batuiruçu VN AQ Golden-Plover Rupornis magnirostris Gavião-carijó Roadside Hawk MG, CE Charadrius collaris Batuirinha Collared Plover AQ White-tailed Buteo albicaudatus Gavião-de-rabo-branco CE Hawk Recurvirostridae (1) Black-chested Buteo melanoleucus Águia-chilena MG Buzzard-Eagle White-backed Himantopus melanurus Pernilongo AQ Stilt Short-tailed Buteo brachyurus Gavião-da-cauda-curta MG, CE Hawk Scolopacidae (7)

Falconidae (6) South American Gallinago paraguaiae Narceja AQ Snipe Southern Caracara plancus Caracará CE Caracara Gallinago undulata Narcejão Giant Snipe AQ

Yellow-headed Solitary Milvago chimachima Carrapateiro CE Tringa solitaria Maçarico-solitário VN AQ Caracara Sandpiper Greater Tringa melanoleuca Maçarico-grande VN AQ Herpetotheres cachinnans Acauã Laughing Falcon CE Yellowlegs Maçarico-de-perna- Lesser Collared Forest- Tringa flavipes VN AQ Micrastur semitorquatus Gavião-relógio MG amarela Yellowlegs Falcon Maçarico-de-sobre- White-rumped Calidris fuscicollis VN AQ Falco sparverius Quiriquiri American Kestrel branco Sandpiper

Aplomado Pectoral Falco femoralis Falcão-de-coleira CE Calidris melanotos Maçarico-de-colete VN AQ Falcon Sandpiper

266 267 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name

Yellow-faced Jacanidae (1) Alipiopsitta xanthops Papagaio-galego EN MG, CE Parrot

Jacana jacana Jaçanã Wattled Jaçanã AQ Scaly-headed Pionus maximiliani Maitaca MG Parrot Rynchopidae (1) Orange-winged Amazona amazonica Papagaio-do-mangue MG Rynchops niger Talha-mar Black Skimmer AQ Parrot

Columbidae (9) Blue-fronted Amazona aestiva Papagaio-verdadeiro CE Parrot Common Columbina passerina Rolinha-cinzenta MG Ground-Dove Cuculidae (5) Plain-breasted Columbina minuta Rolinha-asa-de-canela MG Ground-Dove Piaya cayana Alma-de-gato Squirrel Cuckoo MG Ruddy Ground- Yellow-billed Columbina talpacoti Rolinha-caldo-de-feijão MG Coccyzus americanus Papa-lagarta VN MG Dove Cuckoo

Columbina squammata Fogo-apagou Scaled Dove MG Smooth-billed Crotophaga ani Anu-preto CE Ani Patagioenas picazuro Asa-branca Picazuro Pigeon MI CE Guira guira Anu-branco Guira Cuckoo CE Pale-vented Patagioenas cayennensis Pomba-galega CE Pigeon Tapera naevia Saci Striped Cuckoo MG

Plumbeous Patagioenas plumbea Pomba-amargosa MG Tytonidae (1) Pigeon White-tipped Leptotila verreauxi Juriti CE Tyto alba Suindara Barn Owl MG Dove Gray-fronted Leptotila rufaxilla Gemedeira MG Strigidae (5) Dove Tropical Psittacidae (12) Megascops choliba Corujinha-do-mato MG Screech-Owl

Blue-and-yellow MG, CE, Ferruginous Ara ararauna Arara Canidé Glaucidium brasilianum Caburé MG Macau VE Pygmy-Owl

Maracanã-de-cara- Red-bellied Orthopsittaca manilata VE Athene cunicularia Buraqueira Burrowing Owl CE amarela Macaw Red-shouldered Asio clamator Coruja-orelhuda Striped Owl CE Diopsittaca nobilis Maracanã-nobre MG Macaw Asio flammeus Mocho-dos-banhados Short-Eared Owl CE White-eyed Aratinga leucophthalma Periquitão-maracanã MG, CE Parakeet Nyctibiidae (1) Aratinga solstitialis Jandaía Sun Parakeet CE Nyctibius griseus Urutau Common Potoo CE Peach-fronted Aratinga aurea Periquito-rei CE Parakeet Caprimulgidae (8) Blue-winged Forpus xanthopterygius Tuim MG Parrotlet Chordeiles pusillus Bacurauzinho Least Nighthawk CE

Yellow- Periquito-de-encontro- Brotogeris chiriri chevroned CE Lesser amarelo Chordeiles acutipennis Bacurau-de-asa-fina MG, CE Parakeet Nighthawk

268 269 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name

Sapphire- Nacunda Podager nacunda Corucão MI CE Amazilia lactea Beija-flor-do-peito-azul spangled CE Nighthawk Emerald

Nyctidromus albicollis Curiango, Bacurau Pauraque MG Heliactin bilophus Chifre-de-ouro Horned Sungem BR, CE

Ocellated Long-billed Nyctiphrynus ocellatus Bacurau-ocelado MG Heliomaster longirostris Bico-reto-cinzento CE Poorwill Starthroat

Amethyst Caprimulgus parvulus Bacurau-pequeno Little Nightjar CE Calliphlox amethystina Estrelinha BR, CE Woodstar Scissor-tailed Hydropsalis torquata Bacurau-tesoura BR Nightjar Alcedinidae (3)

Sickle-winged Ringed Eleothreptus anomalus Curinhango-do-banhado MG Megaceryle torquata Martim-pescador-grande MG, AQ Nightjar Kingfisher Amazon Apodidae (3) Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde MG, AQ Kingfisher

White-collared MG, Martim-pescador- Streptoprocne zonaris Andorinhão-de-coleira Chloroceryle americana Green Kingfisher MG, AQ Swift BR,CE pequeno Chaetura meridionalis Andorinhão-do-Temporal Sick’s Swift MG,CE Galbulidae (1) Fork-tailed Palm- Tachornis squamata Tesourinha MG, BR Swift Ariramba-de-cauda- Rufous-tailed Galbula ruficauda MG ruiva Jacamar Trochilidae (14) Bucconidae (2) Rabo-branco-de-sobre- Phaethornis pretrei Planalto Hermit MG amarelo White-eared Nystalus chacuru João-bobo CE Puffbird Swallow-tailed Eupetomena macroura Tesourão MG, CE Black-fronted Hummingbird Monasa nigrifrons Bico-de-brasa MG Nunbird Florisuga fusca Beija-flor-preto Black Jacobin Ramphastidae (2) White-vented Colibri serrirostris Beija-flor-de-canto MG, CE Violet-ear Ramphastos toco Tucanuçu, Tucano-toco Toco Toucan MG, CE

Red-breasted Lophornis magnificus Topetinho-vermelho Frilled Coquette MG Ramphastos dicolorus Tucano-de-bico-verde MG Toucan Beija-flor-do-bico- Glittering-bellied Chlorostilbon lucidus CE vermelho Emerald Picidae (11)

Fork-tailed Golden-spangled Thalurania furcata Baija-flor-tesoura-verde MG Picumnus exilis Pica-pau-anão-de-pintas MG Woodnymph Piculet

Pica-pau-anão- White-wedged Picumnus albosquamatus MG Hylocharis chrysura Beija-flor-dourado Gilded Sapphire CE escamado Piculet

White-throated White Leucochloris albicollis Papo-branco MG Melanerpes candidus Birro, Pica-pau-branco MG, CE Hummingbird Woodpecker Glittering- Beija-flor-de-garganta- Benedito-de-testa- Yellow-fronted Amazilia fimbriata throated MG, CE Melanerpes flavifrons MG verde amarela Woodpecker Emerald

270 271 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name Little Veniliornis passerinus Pica-pau-pequeno MG Woodpecker Dendrocolaptidae (5)

Checkered Olivaceous Verniliornis mixtus Pica-pau-chorão CE Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde MG, CE Woodpecker Woodcreeper

Green-barred Arapaçu-de-garganta- White-throated Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-barrado MG Xiphocolaptes albicollis MG Woodpecker branca Woodcreeper

Colaptes campestris Pica-pau-do-campo Campo Flicker CE Planalto Dendrocolaptes platyrostris Arapaçu-de-bico-preto MG Woodcreeper Pica-pau-de-cabeça- Blond-crested Celeus flavescens MG Lepidocolaptes Narrow-billed amarela Woodpecker Arapaçu-do-cerrado MG, CE angustirostris Woodcreeper Pica-pau-de-banda- Lineated Lesser Dryocopus lineatus MG Xiphorhynchus fuscus Arapaçu-rajado MG branca Woodpecker Woodcreeper

Campephilus Pica-pau-de-topete- Crimson-crested Furnariidae (15) CE melanoleucos vermelho Woodpecker Furnarius rufus João-de-barro Rufous Hornero CE Sooty-fronted Melanopareiidae (1) Synallaxis frontalis Petrim MG, CE Spinetail Collared Pale-breasted Melanopareia torquata Topaculo-de-colarinho EN CE Synallaxis albescens Uipí CE Crescent-chest Spinetail

Thammnophilidae (5) Cinereous- Synallaxis hypospodia João-grilo breasted CE Spinetail Rufous-winged Thamnophilus torquatus Choca-de-asa-ruiva MG Antshrike Ochre-cheeked Synallaxis scutatus Estrelinha-preta MG Spinetail Guianan Slaty- Thamnophilus punctatus Choca-bate-cabo MG Antshrike Yellow-chinned Certhiaxis cinnamomeus Curutié AQ Spinetail Thamnophilus Variable Choca-da-mata MG caerulescens Antshrike Common Phacellodomus rufifrons João-graveto CE Thornbird Chorozinho-de-chapéu- Black-capped Herpsilochmus atricapillus MG Graveteiro-de-olho- Greater preto Antwren Phacellodomus ruber BR amarelo Thornbird Chorozinho-de-bico- Large-billed Herpsilochmus longirostris EN MG Firewood- comprido Antwren Anumbius annumbi Cochicho AQ Gatherer Russet-mantled Conopophagidae (1) Syndactyla dimidiata Limpa-folha-do-brejo EN MG Foliage-gleaner Rufous Limpa-folha-de-coroa- Ochre-breasted Conopophaga lineata Chupa-dente-marrom MG Philydor lichtensteini MG Gnateater cinza Foliage-gleaner Limpa-folha-de-testa- Buff-fronted Rhinocryptidae (1) Philydor rufum MG baia Foliage-gleaner Barranqueiro-de-olho- White-eyed Scytalopus novacapitalis Tapaculo-de-Brasília Brasilia Tapaculo EN MG Automolus leucophthalmus MG branco Foliage-gleaner Sharp-tailed Scleruridae (1) Lochmias nematura João-porca MG Streamcreeper Streaked Xenops rutilans Bico-virado-carijó MG Geositta poeciloptera Andarilho Campo Miner EN, AM*,VU CE Xenops

272 273 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name

Tyrannidae (47) Assanhadinho-de-peito- Whiskered Myiobius barbatus MG dour Flycatcher Leptopogon Sepia-capped Cabeçudo MG Assanhadinho-de- Black-tailed amaurocephalus Flycatcher Myiobius atricaudus MG cauda-preta Flycatcher Corythopis delalandi Estalador-do-sul MG Euler’s Lathrotriccus euleri Enferrujado MG Hemitriccus Sebinho-de-olho-de- Pearly-vented Flycatcher MG margaritaceiventer ouro Tody-tyrant Fuscous Cnemotriccus fuscatus Guaracavuçu MG Common Tody- Flycatcher Todirostrum cinereum Ferreirinho-relógio MG Flycatcher Contopus cinereus Papa-moscas-cinzento Tropical Peewee MG Greenish Phyllomyias virescens Poiaeiro-verde MG Crested Black- Trannulet Knipolegus lophotes Maria-preta-de-penacho MG Tyrant Myiopagis caniceps Maria-da-copa Gray Elaenia MG Yellow-browed Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno MI CE Tyrant Greenish Myiopagis viridicata Guaracava-de-olheiras MG Elaenia Xolmis cinereus Maria-branca Gray Monjita CE

Guaracava-de-barriga- Yellow-bellied White-rumped Elaenia flavogaster MG, CE Xolmis velatus Noivinha-branca BR, CE amarela Elaenia Monjita Elaenia chiriquensis Chibum Lesser Elaenia CE Streamer-tailed Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo BR, CE Elaenia obscura Tucão Highland Elaenia MI MG Tyrant Lavadeira-de-cabeça- White-headed Elaenia spectabilis Guaracava-grande Large Elaenia CE Arundinicola leucocephala BR, CE branca Marsh-Tyrant Guaracava-de-bico- Small-billed Elaenia parvirostris MG,CE Cock-tailed pequeno Elaenia Alectrurus tricolor VU BR, CE Tyrant Olivaceous Long-tailed Elaenia mesoleuca Tuque CE Colonia colonus Viuvinha MG Elaenia Tyrant Guaraqueçaba-de- Plain-crested Piratic Elaenia cristata CE Legatus leucophaius Bem-te-vi-pirata MG topete Elaenia Flycatcher Southern Pitangus sulphuratus Bem-te-vi Great Kiskadee MG Camptostoma obsoletum Risadinha Beardless- MG, CE Boat-billed Tyrannulet Megarhynchus pitangua Bem-te-vi-do-bico-chato MG Flycatcher Suiriri suiriri Suiriri-cinzento Suiriri Flycarcher CE Variegated Chapada Empidonomus varius Peitica MI MG Suiriri islerorum Suiriri-da-chapada EN CE Flycatcher Flycatcher Mouse-colored Griseotyrannus Crowned Slaty Phaeomyias murina Bagageiro CE Peitica-de-chapéu-preto MG Tyrannulet aurantioatrocristatus Flycatcher Suiriri-de-garganta- White-throated Yellow Tyrannus albogularis CE Capsiempis flaveola Marianinha-amarela MG branca Kingbird Tyrannulet Tyrannus melancholicus Suiriri Tropical Kingbird MI MG,CE Sharp-tailed Culicivora caudacuta Papa-moscas-do-campo VU CE Tyrant Fork-tailed Tyrannus savanna Tesourinha MI MG,CE Flycatcher Bico-chato-de-orelha- Yellow-olive Tolmomyias sulphurescens MG Swainson’s preta Flycatcher Myiarchus swaisoni Irrê MG,CE Flycatcher White-throated Platyrinchus mystaceus Patinho-escuro MG Short-crested Spadebill Myiarchus ferox Maria-cavaleira MG,CE Flycatcher Bran-coloured Myiophobus fasciatus Filipe CE Brown-crested Flycatcher Myiarchus tyrannulus Rabo-enferrujado CE Flycatcher

274 275 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name

Andorinha-de-sobre- White-rumped Cotingidae (1) Tachycineta leucorrhoa CE branco Swallow Red-ruffed Pyroderus scutatus Pavão-do-mato AM* MG Fruitcrow Hirundo rustica Andorinha-de-bando Barn Swallow VN CE, AQ Pipridae (2) Andorinha-de-dorso- Petrochelidon pyrrhonota Cliff Swallow VN CE, AQ Pale-bellied acanelado Neopelma pallescens Fruxu-do-cerradão MG Tyrant-Manakin Troglodytidae (4) Helmeted Antilophia galeata Soldadinho EN MG Manakin Southern House Troglodytes musculus Corruíra MG, CE Tityridae (5) Wren

Greenish Cistothorus platensis Corruíra-do-campo Sedge Wren BR,CE Schiffornis virescens Flautim MG Schiffornis Moustached Anambé-de-bochecha- Black-crowned Pheugopedius genibarbis Garrinchão-pai-avô CE Tityra inquisitor MG Wren parda Tityra Garrinchão-de-barriga- Buff-breasted Anambé-branco-de- Black-tailed Cantorchilus leucotis MG Tityra cayana MG vermelha Wren rabo-preto Tityra Green-backed Polioptilidae (1) Pachyramphus viridis Caneleiro-verde MG Becard Balança-rabo-de- Masked Polioptila dumicola MG,CE Pachyramphus White-winged máscara Gnatcatcher Caneleio-preto MG polychopterus Becard Turdidae (6) Vireonidae (2) Rufous-bellied Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira MG Rufous-browed Thrush Cyclarhis gujanensis Pitiguari MG Peppershrike Pale-breasted Turdus leucomelas Sabiá-barranco MG Juruviara-norte- Thrush Vireo olivaceus Red-eyed Vireo VN MG americano Turdus fumigatus Sabiá-da-mata Cocoa Thrush MG

Corvidae (2) Creamy-bellied Turdus amaurochalinus Sabiá-poca MG Thrush Cyanocorax cristatellus Gralha-do-cerrado Curl-crested Jay EN MG,CE Eastern Slaty- Turdus subalaris Sabiá-ferreira MI MG Thrush Cyanocorax cyanopogon Cancã White-naped Jay MG White-necked Turdus albicollis Sabiá-coleira MG Thrush Hirundinidae (8)

Andorinha-pequena- Blue-and-white Mimidae (1) Pygochelidon cyanoleuca MG de-casa Swallow Chalk-browed Tawny-headed Mimus saturninus Sabiá-do-campo CE Alopochelidon fucata Andorinha-morena CE Mockingbird Swallow Southern Rough- Motacillidae (1) Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serrador CE winged Swallow Brown-chested Anthus lutescens Caminheiro-zumbidor Yellowish Pipit BR,CE Progne tapera Andorinha-do-campo MG,CE Martin Coerebidae (1) Andorinha-doméstica- Grey-breasted Progne chalybea MI MG,CE grande Martin Coereba flaveola Cambacica Bananaquit MG

276 277 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

English English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name Common Name

Thraupidae (20) Emberizidae (22) Buff-throated Saltator maximus Tempera viola Rufous-collared Saltator Zonotrichia capensis Tico-tico MG, CE Sparrow Green-winged Tico-tico-do-campo- Grassland Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro MG Ammodramus humeralis CE Saltator verdadei ro Sparrow

Black-throated Porphyrospiza Yellow-billed Saltatricula atricollis Bico-de-pimenta EN CE Azulão-do-cerrado EN CE Saltator caerulescens Blue Finch Black-faced Schistochlamys melanopis Sanhaço-de-coleira MG Tanager Haplospiza unicolor Cigarra-do-bambu Uniform Finch MG

White-banded Capacetinho-do-oco- Cinereous Neothraupis fasciata Tiê-do-cerrado CE Poospiza cinerea EN Tanager do-pau Warbling-Finch Stripe-tailed Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto Hooded Tanager CE Sicalis citrina Canário-rasteito MG, CE Yellow-Finch Orange-headed Thlypopsis sordida Canário-sapê MG Sicalis flaveola Canário-da-terra Saffron Finch MG Tanager Grassland White-rumped Sicalis luteola Tipio CE Cypsnagra hirundinacea Bandoleta CE Yellow-Finch Tanager Wedge-tailed Black-goggled Emberizoides herbicola Canário-do-campo BR, CE Trichothraupis melanops Tiê-de-topete MG, CE Grass-Finch Tanager Blue-black Gray-headed Volatinia jacarina Tiziu MG,CE Eucometis penicillata Pipira-da-taoca MG Grassquit Tanager Plumbeous Sporophila plumbea Patativa-verdadeira MI CE White-lined Seedeater Tachyphonus rufus Pipira-preta MG Tanager Sporophila lineola Bigodinho Lined Seedeater MI MG,BR Silver-beaked Yellow-bellied Ramphocelus carbo Pipira-vermelha MG Sporophila nigricollis Coleiro-baiano MI MG,BR Tanager Seedeater Papa-capim-de-costas- Dubois’s Sporophila ardesiaca MI MG,BR Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento Sayaca Tanager MG cinza Seedeater

Double-collared Sporophila caerulescens Coleirinha, Papa-capim MI MG,BR Thraupis palmarum Sanhaço-do-coqueiro Palm Tanager MG Seedeater

Burnished-buff Capped Tangara cayana Saíra-amarelo MG, CE Sporophila bouvreuil Caboclinho-frade MI BR Tanager Seedeater

Caboclinho-de-barriga- Black-bellied Tersina viridis Saí-andorinha Swallow-Tanager MG Sporophila melanogaster EN, VU CE preta Seedeater

Dacnis cayana Saí-azul Blue Dacnis MG Chestnut-bellied Sporophila angolensis Curió MG Seed-Finch Red-legged Cyanerpes cyaneus Saí-beija-flor MG Tico-tico-de-bico- Saffron-billed Honeycreeper Arremon flavirostris MG amarelo Sparrow Coal-crested Hemithraupis guira Saíra-de-papo-preto Guira Tanager MG Charitospiza eucosma Mineirinho EN CE Finch Black-masked Figuinha-de-rabo- Chestnut-vented Coryphaspiza melanotis Tico-tico-do-campo VU CE Conirostrum speciosum MG Finch castanho Conebill Coryphospingus pileatus Galinho-da-serra Pileated-Finch MG,CE

278 279 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS * (Livros indicados para iniciantes) English Família/Espécie Nome Comum Status Ambiente Observação Common Name

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Pula-pula-de- White-rimmed Hilty, S. and Brown, W. 1986. A Guide to the of . Ed. Basileuterus leucophrys EN MG sobrancelha Warbler Princeton University Press. 836 p.

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Molothrus bonariensis Chopim, Gaudério Shiny Cowbird MG,CE Ridgley, R. & Tudor, G. 1989. The Birds of South America. Vol. I Oscine

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Violaceous Passerine. Texas: University of Texas Press, Austin. 814p. Euphonia violacea Gaturamo-verdadeiro Euphonia

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280 281 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

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ÍNDICE NOMES CIENTÍFICOS Nyctanassa violacea...... 46 Butorides striatus...... 46 Accipitridae Ardea cocoi...... 47 Leptodon cayanensis ...... 59 Ardea albus...... 48 Gampsonyx swainsonii ...... 60 Syrigma sibilatrix...... 49 Elanus leucurus ...... 61 Pilherodius pileatus...... 50 Ictinia plumbea ...... 61 Egretta thula...... 51 Accipiter poliogaster ...... 62 Apodidae Geranospiza caerulescens ...... 62 Chaetura meridionalis...... 112 Buteogallus urubitinga...... 62 Tachornis squamata...... 112 Heterospizias meridionalis ...... 63 Streptoprocne zonaris...... 113 Harpyhaliaetus coronatus ...... 64 Bucconidae Rupornis magnirostris ...... 65 Nystalus chacuru...... 127 Buteo albicaudatus ...... 66 Monasa nigrifrons...... 128 Buteo melanoleucus ...... 66 Caprimulgidae Buteo brachyurus ...... 67 Chordeiles pusillus...... 109 Alcedinidae Chordeiles acutipennis...... 110 Megaceryle torquata...... 123 Podager nacunda...... 110 Chloroceryle amazona...... 124 Nyctidromus albicollis...... 110 Chloroceryle americana...... 125 Nyctiphrynus ocellatus...... 110 Anatidae Hydropsalis torquata...... 110 Dendrocygna viduata...... 37 Caprimulgus parvulus...... 111 Dendrocygna autumnalis...... 38 Eleothreptus anomalus...... 111 Cairina moschata...... 38 Cathartidae Sarkidiornis melanotos...... 38 Cathartes aura...... 54 Amazonetta brasiliensis...... 39 Sarcoramphus papa...... 55 Netta erythrophthalma...... 39 Coragyps atratus...... 56 Anhingidae Cardinalidae Anhinga anhinga...... 44 Piranga flava...... 250 Ardeidae Cariamidae Nycticorax nycticorax...... 45 Cariama cristata...... 74

286 287 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Charadriidae Vanellus chilensis...... 75 Dendrocolaptidae Pluvialis dominica...... 76 Sittasomus griseicapillus...... 147 Charadrius collaris...... 76 Xiphocolaptes albicollis...... 148 Cracidae Dendrocolaptes platyrostris...... 149 Penelope superciliaris...... 40 Lepidocolaptes angustirostris...... 150 Crax fasciolata...... 41 Xiphorhynchus fuscus...... 151 Columbidae Emberizidae Columbina passerina...... 83 Zonotrichia capensis...... 237 Columbina minuta...... 83 Ammodramus humeralis...... 238 Columbina talpacoti...... 84 Porphyrospiza caerulescens...... 238 Columbina squammata...... 85 Haplospiza unicolor...... 239 Patagioenas plumbea...... 85 Poospiza cinerea...... 239 Patagioenas picazuro...... 86 Sicalis citrina...... 240 Leptotila verreauxi ...... 86 Sicalis flaveola...... 240 Patagioenas cayennensis...... 87 Sicalis luteola...... 241 Emberizoides herbicola...... 241 Corvidae Volatinia jacarina...... 242 Cyanocorax cristatellus...... 202 Sporophila plumbea...... 243 Cyanocorax cyanopogon...... 203 Sporophila lineola...... 244 Coerebidae Sporophila nigricollis...... 244 Coereba flaveola...... 218 Sporophila caerulescens...... 245 Conopophagidae Sporophila bouvreuil...... 246 Conopophaga lineate...... 144 Sporophila melanogaster...... 246 Cotingidae Sporophila angolensis...... 247 Pyroderus scutatus...... 194 Arremon flavirostris ...... 248 Cuculidae Charitospiza eucosma...... 248 Piaya cayana...... 100 Coryphaspiza melanotis...... 249 Coccyzus americanus...... 101 Coryphospingus pileatus...... 249 Crotophaga ani...... 101 Estrildidae Guira guira...... 102 Estrilda astrild...... 260

288 289 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Falconidae Tachycineta leucorrhoa...... 208 Caracara plancus...... 68 Hirundo rustica...... 208 Milvago chimachima...... 69 Petrochelidon pyrrhonota...... 208 Herpetotheres cachinnans...... 70 Icteridae Falco sparverius...... 70 Gnorimopsar chopi...... 256 Micrastur semitorquatus...... 71 Pseudoleistes guirahuro...... 257 Falco femoralis...... 71 Molothrus bonariensis...... 257 Furnariidae Jacanidae Furnarius rufus...... 152 Jacana jacana...... 81 Synallaxis frontalis...... 153 Melanopareiidae Synallaxis albescens...... 153 Melanopareia torquata...... 140 Synallaxis hypospodia...... 154 Mimidae Synallaxis scutatus...... 154 Mimus saturninus...... 216 Certhiaxis cinnamomea...... 155 Motacillidae Phacellodomus rufifrons...... 156 Anthus lutescens ...... 217 Phacellodomus ruber...... 157 Nyctibiidae Anumbius annumbi...... 158 Nyctibius griseus...... 108 Syndactyla dimidiatus...... 159 Pandionidae Philydor lichtensteini...... 159 Pandion haliaetus...... 57 Philydor rufum...... 160 Parulidae Automolus leucophthalmus...... 160 Parula pitiayumi...... 251 Lochmias nematura...... 160 Geothlypis aequinoctialis...... 252 Xenops rutilans...... 161 Basileuterus culicivorus...... 252 Galbulidae Basileuterus flaveolus...... 254 Galbula ruficauda...... 126 Basileuterus leucophrys...... 255 Hirundinidae Passeridae Pygochelidon cyanoleuca...... 204 Passer domesticus...... 261 Alopochelidon fucata...... 204 Picidae Stelgidopteryx ruficollis...... 205 Picumnus exilis...... 132 Progne tapera...... 206 Picumnus albosquamatus...... 132 Progne chalybea...... 207 Melanerpes candidus...... 133

290 291 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Melanerpes flavifrons...... 133 Rallidae Veniliornis passerinus...... 134 Micropygia schomburgkii...... 72 Verniliornis mixtus...... 134 Laterallus xenopterus...... 72 Colaptes melanochloros...... 135 Porzana albicollis...... 72 Colaptes campestris...... 136 Gallinula chloropus...... 72 Celeus flavescens...... 137 Aramides cajanea...... 73 Dryocopus lineatus...... 138 Ramphastidae Campephilus melanoleucos...... 139 Ramphastos dicolorus...... 129 Phalacrocoracidae Ramphastos toco...... 130 Phalacrocorax brasilianus...... 43 Recurvirostridae Pipridae Himantopus melanurus...... 77 Neopelma pallescens...... 195 Rheidae Antilophia galeata...... 196 Rhea americana...... 33 Podicipedidae Rhinocryptidae Tachybaptus dominicus...... 42 Scytalopus novacapitalis...... 145 Podilymbus podiceps...... 42 Rynchopidae Polioptilidae Rynchops Níger...... 82 Polioptila dumicola...... 211 Scleruridae Psittacidae Geositta poeciloptera...... 146 Ara ararauna...... 90 Strigidae Orthopsittaca manilata...... 90 Megascops choliba...... 104 Diopsittaca nobilis...... 91 Glaucidium brasilianu...... 105 Aratinga leucophthalma...... 92 Athene cunicularia...... 106 Aratinga solstitialis...... 93 Asio clamator...... 107 Aratinga aurea...... 93 Asio flammeus...... 107 Forpus xanthopterygius...... 94 Scolopacidae Brotogeris chiriri ...... 95 Gallinago paraguaiae...... 78 Alipiopsitta xanthops...... 96 Gallinago undulata...... 78 Amazona aestiva...... 97 Tringa solitaria...... 79 Amazona amazonica...... 98 Tringa melanoleuca...... 80 Pionus maximiliani...... 98 Calidris fuscicollis...... 80

292 293 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Calidris melanotos...... 80 Todirostrum cinereum...... 164 Tinamidae Phyllomyias virescens...... 165 Crypturellus parvirostris...... 35 Myiopagis caniceps...... 165 Rhynchotus rufescens...... 35 Myiopagis viridicata...... 165 Nothura minor...... 36 Elaenia flavogaster...... 166 Nothura maculosa...... 36 Elaenia cristata...... 167 Taoniscus nanus...... 36 Elaenia chiriquensis...... 168 Tytonidae Elaenia obscura...... 168 Tyto alba...... 103 Camptostoma obsoletum...... 169 Threskiornithidae Suiriri suiriri...... 170 Mesembrinibis cayennensis...... 52 Suiriri islerorum...... 171 Theristicus caudatus...... 53 Phaeomyias murina...... 171 Trochilidae Capsiempis flaveola...... 171 Phaethornis pretrei...... 115 Culicivora caudacuta...... 172 Eupetomena macroura...... 116 Tolmomyias sulphurescens...... 173 Colibri serrirostris...... 117 Platyrinchus mystaceus...... 174 Lophornis magnificus...... 117 Myiophobus fasciatus...... 174 Florisuga fusca...... 118 Myiobius barbatus...... 175 Chlorostilbon lucidus...... 118 Myiobius atricaudus...... 175 Thalurania furcata...... 119 Lathrotriccus euleri...... 176 Hylocharis chrysura...... 119 Cnemotriccus fuscatus...... 177 Leucochloris albicollis...... 119 Contopus cinereus...... 178 Amazilia fimbriata...... 120 Knipolegus lophotes...... 179 Amazilia lacteal...... 120 Satrapa icterophrys...... 180 Heliactin bilophus...... 121 Xolmis cinereus...... 181 Heliomaster longirostris...... 122 Xolmis velatus...... 181 Calliphlox amethystina...... 122 Gubernetes yetapa...... 182 Tyrannidae Arundinicola leucocephala...... 182 Leptopogon amaurocephalus...... 162 Alectrurus tricolor...... 183 Corythopis delalandi...... 163 Colonia colonus...... 184 Hemitriccus margaritaceiventer...... 164 Legatus leucophaius...... 184

294 295 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Pitangus sulphuratus...... 185 Turdus fumigatus...... 213 Megarhynchus pitangua...... 186 Turdus amaurochalinus...... 214 Empidonomus varius...... 187 Turdus subalaris...... 214 Griseotyrannus aurantioatrocristatus...... 188 Turdus albicollis...... 215 Tyrannus albogularis...... 189 Thraupidae Tyrannus melancholicus...... 190 Saltator maximus...... 219 Tyrannus savanna...... 191 Saltator similis...... 220 Myiarchus swaisoni...... 191 Saltatricula atricollis...... 221 Myiarchus ferox...... 192 Schistochlamys melanopis...... 222 Myiarchus tyrannulus...... 193 Neothraupis fasciata ...... 223 Thamnophilidae Nemosia pileata...... 224 Thamnophilus torquatus...... 141 Thlypops sordida...... 225 Thamnophilus punctatus...... 142 Cypsnagra hirundinacea...... 226 Thamnophilus caerulescens...... 142 Trichothraupis melanops...... 227 Herpsilochmus atricapillus...... 143 Eucometis penicillata...... 228 Herpsilochmus longirostris...... 143 Tachyphonus rufus...... 229 Tityridae Ramphocelus carbo...... 230 Schiffornis virescens...... 197 Thraupis sayaca...... 231 Tityra inquisitor...... 198 Thraupis palmarum...... 232 Tityra cayana...... 199 Tangara cayana...... 233 Pachyramphus viridis...... 200 Tersina viridis...... 234 Pachyramphus polychopterus...... 200 Dacnis cayana...... 235 Troglodytidae Cyanerpes cyaneus...... 235 Troglodytes musculus...... 209 Hemithraupis guira...... 236 Cistothorus platensis...... 210 Conirostrum speciosum...... 236 Pheugopedius genibarbis...... 210 Vireonidae Cantorchilus leucotis...... 210 Cyclarhis gujanensis...... 201 Turdidae Vireo olivaceus...... 201 Turdus rufiventris...... 212 Turdus leucomelas...... 212

296 297 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

ENGLISH COMMON NAME American Golden-Plover...... 76 Orange-winged Parrot...... 98 Collared Plover...... 76 Striped Cuckoo...... 99 White-backed Stilt...... 77 Squirrel Cuckoo...... 100 Greater Rhea...... 33 Black Vulture...... 55 South American Snipe...... 78 Yellow-billed Cuckoo...... 101 Small-billed Tinamou...... 35 King Vulture...... 56 Giant Snipe...... 78 Smooth-billed Ani...... 101 Red-winged Tinamou...... 35 Osprey...... 57 Solitary Sandpiper...... 79 Guira Cuckoo...... 102 Lesser Nothura...... 36 Gray-headed Kite...... 59 Greater Yellowlegs...... 80 Barn Owl...... 103 Spotted Nothura...... 36 Pearl Kite...... 60 Lesser Yellowlegs...... 80 Tropical Screech-Owl...... 104 Dwarf Tinamou...... 36 White-tailed Kite...... 61 White-rumped Sandpiper...... 80 Ferruginous Pygmy-Owl...... 105 White-faced Whistling-Duck...... 37 Plumbeous Kite...... 62 Pectoral Sandpiper...... 80 Burrowing Owl...... 106 Black-bellied Whistling-Duck...... 38 Gray-bellied Goshawk...... 62 Wattled Jaçanã...... 81 Striped Owl...... 107 Muscovy Duck...... 38 Crane Hawk...... 62 Black Skimmer...... 82 Short-Eared Owl...... 107 Comb Duck...... 38 Great Black-Hawk...... 62 Common Ground-Dove...... 83 Common Potoo...... 108 Brazilian Teal...... 39 Savanna Hawk...... 63 Plain-breasted Ground-Dove...... 83 Least Nighthawk...... 109 Southern Pochard...... 39 Crowned Eagle...... 64 Ruddy Ground-Dove...... 84 Lesser Nighthawk...... 109 Rusty-margined Guan...... 40 Roadside Hawk...... 65 Plumbeous Pigeon...... 85 Nacunda Nighthawk...... 110 Bare-faced Curassow...... 41 White-tailed Hawk...... 66 Scaled Dove...... 85 Pauraque...... 110 Least Grebe...... 42 Black-chested Buzzard-Eagle...... 66 Picazuro Pigeon...... 86 Ocellated Poorwill...... 110 Pied-billed Grebe...... 42 Short-tailed Hawk...... 67 Gray-fronted Dovev...... 86 Scissor-tailed Nightjar...... 110 Neotropic Cormorant...... 43 Southern Caracara...... 68 Pale-vented Pigeon...... 87 Little Nightjar...... 111 Anhinga...... 44 Yellow-headed Caracará...... 69 White-tipped Dove...... 88 Sickle-winged Nightjar...... 111 Black-crowned Night-Heron...... 45 Laughing Falcon...... 70 Blue-and-yellow Macau...... 90 Sick’s Swift...... 112 Yellow-crowned Night-Heron...... 46 American Kestrel...... 70 Red-bellied Macaw...... 90 Fork-tailed Palm-Swift...... 112 Striated Heron...... 46 Collared Forest-Falcon...... 71 Red-shouldered Macaw...... 91 White-collared Swift...... 113 Cocoi Heron...... 47 Aplomado Falcon...... 71 White-eyed Parakeet...... 92 Planalto Hermit...... 115 Great Egret...... 48 Ocellated Crake...... 72 Sun Parakeet...... 93 Swallow-tailed Hummingbird..... 116 Whistling Heron...... 49 Rufous-faced Crake...... 72 Peach-fronted Parakeet...... 93 White-vented Violet-ear...... 117 Capped Heron...... 50 Ash-throated Crake...... 72 Blue-winged Parrotlet...... 94 Frilled Coquette...... 117 Snowy Egret...... 51 Common Moorhen...... 72 Yellow-chevroned Parakeet...... 95 Black Jacobin...... 118 Green Ibis...... 52 Gray-necked Wood-Rail...... 73 Yellow-faced Parrot...... 96 Glittering-bellied Emerald...... 108 Buff-necked Ibis...... 53 Red-leged Setiema...... 74 Blue-fronted Parrot...... 97 Fork-tailed Woodnymph...... 119 Turkey Vulture...... 54 Southern Lapwing...... 75 Scaly-headed Parrot...... 98 Gilded Sapphire...... 119

298 299 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

White-throated Hummingbird.... 119 Campo Miner...... 146 Highland Elaenia...... 168 Brown-crested Flycatcher...... 193 Glittering-throated Emerald...... 120 Olivaceous Woodcreeper...... 147 Southern Beardless-Tyrannulet...169 Red-ruffed Fruitcrow...... 194 Sapphire-spangled Emerald...... 120 White-throated Woodcreeper.....148 Suiriri Flycarcher...... 170 Pale-bellied Tyrant-Manakin...... 195 Horned Sungem...... 121 Planalto Woodcreeper...... 149 Chapada Flycatcher...... 171 Helmeted Manakin...... 196 Long-billed Starthroat...... 122 Narrow-billed Woodcreeper...... 150 Mouse-colored Tyrannulet...... 171 Greenish Schiffornis...... 197 Amethyst Woodstar...... 122 Lesser Woodcreeper...... 151 Yellow Tyrannulet...... 171 Black-crowned Tityra...... 198 Ringed Kingfisher...... 123 Rufous Hornero...... 152 Sharp-tailed Tyrant...... 172 Black-tailed Tityra...... 199 Amazon Kingfisher...... 124 Sooty-fronted Spinetail...... 153 Yellow-olive Flycatcher...... 173 Green-backed Becard...... 200 Green Kingfisher...... 125 Pale-breasted Spinetail...... 153 White-throated Spadebill...... 174 White-winged Becard...... 200 Rufous-tailed Jacamar...... 126 Cinereous-breasted Spinetail.....154 Bran-coloured Flycatcher...... 174 Rufous-browed Peppershrike.....201 White-eared Puffbird...... 127 Ochre-cheeked Spinetail...... 154 Black-tailed Flycatcher...... 175 Red-eyed Vireo...... 201 Black-fronted Nunbird...... 128 Yellow-chinned Spinetail...... 155 Euler’s Flycatcher...... 176 Curl-crested Jay...... 202 Red-breasted Toucan...... 129 Rufous-fronted Thornbird...... 156 Fuscous Flycatcher...... 177 White-naped Jay...... 203 Toco Toucan...... 130 Greater Thornbird...... 157 Tropical Peewee...... 178 Blue-and-white Swallow...... 204 Golden-spangled Piculet...... 132 Firewood-Gatherer...... 158 Crested Black-Tyrant...... 179 Tawny-headed Swallow...... 204 White-wedged Piculet...... 132 Russet-mantled Foliage-gleaner.159 Yellow-browed Tyrant...... 180 Southern Rough-winged Swallow.205 White Woodpecker...... 133 Ochre-breasted Foliage-gleaner.159 Gray Monjita...... 181 Brown-chested Martin...... 206 Yellow-fronted Woodpecker...... 133 Buff-fronted Foliage-gleaner...... 160 White-rumped Monjita...... 181 Grey-breasted Martin...... 207 Little Woodpecker...... 134 White-eyed Foliage-gleaner...... 160 Streamer-tailed Tyrant...... 182 White-rumped Swallow...... 208 Checkered Woodpecker...... 134 Sharp-tailed Streamcreeper...... 160 White-headed Marsh-Tyrant...... 182 Barn Swallow...... 208 Green-barred Woodpecker...... 135 Streaked Xenops...... 161 Cock-tailed Tyrant...... 183 Cliff Swallow...... 208 Campo Flicker...... 136 Sepia-capped Flycatcher...... 162 Long-tailed Tyrant...... 184 Southern House Wren...... 209 Blond-crested Woodpecker...... 137 Southern Antpipit...... 163 Piratic Flycatcher...... 184 Sedge Wren...... 210 Lineated Woodpecker...... 138 Pearly-vented Tody-tyrant...... 164 Great Kiskadee...... 185 Moustached Wren...... 210 Crimson-crested Woodpecker....139 Common Tody-Flycatcher...... 164 Boat-billed Flycatcher...... 186 Buff-breasted Wren...... 210 Collared Crescent-chest...... 140 Greenish Trannulet...... 165 Variegated Flycatcher...... 187 Masked Gnatcatcher...... 211 Rufous-winged Antshrike...... 141 Gray Elaenia...... 165 Crowned Slaty Flycatcher...... 188 Rufous-bellied Thrush...... 212 Variable Antshrike...... 142 Greenish Elaenia...... 165 White-throated Kingbird...... 189 Pale-breasted Thrush...... 213 Black-capped Antwren...... 142 Elaenia...... 165 Tropical Kingbird...... 190 Cocoa Thrush...... 213 Large-billed Antwren...... 143 Yellow-bellied Elaenia...... 166 Fork-tailed Flycatcher...... 191 Creamy-bellied Thrush...... 214 Rufous Gnateater...... 144 Plain Crested Elainia...... 167 Swainson’s Flycatcher...... 191 Eastern Slaty-Thrush...... 214 Brasilia Tapaculo...... 145 Lesser Elaenia...... 168 Short-crested Flycatcher...... 192 White-necked Thrush...... 215

300 301 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília Instituto Chico Mendes – ICMBio

Chalk-browed Mockingbird...... 216 Grassland Yellow-Finch...... 241 Yellowish Pipit...... 217 Wedge-tailed Grass-Finch...... 241 Bananaquit...... 218 Blue-black Grassquit...... 242 Buff-throated Saltator...... 219 Plumbeous Seedeater...... 243 Green-winged Saltator...... 220 Lined Seedeater...... 244 Black-throated Saltator...... 221 Yellow-bellied Seedeater...... 244 Black-faced Tanager...... 222 Dubois´s Seedeater...... 245 White-banded Tanager...... 223 Double-collared Seedeater...... 245 Hooded Tanager...... 224 Capped Seedeater...... 246 Orange-headed Tanager...... 225 Black-bellied Seedeater...... 246 White-rumped Tanager...... 226 Chestnut-bellied Seed-Finch...... 247 Black-goggled Tanager...... 227 Saffron-billed Sparrow...... 248 Gray-headed Tanager...... 228 Coal-crested Finch...... 248 White-lined Tanager...... 229 Black-masked Finch...... 249 Silver-beaked Tanager...... 230 Pileated-Finch...... 249 Sayaca Tanager...... 231 Hepatic-Tanager...... 250 Palm Tanager...... 232 Tropical Parula...... 251 Burnished-buff Tanager...... 233 Masked Yellowthroat...... 252 Swallow-Tanager...... 234 Flavescent Warbler...... 253 Blue Dacnis...... 235 Golden-crowned Warbler...... 254 Red-legged Honeycreeper...... 235 White-striped Warbler...... 255 Guira Tanager...... 236 Chopi Blackbird...... 256 Chestnut-vented Conebill...... 236 Yellow-rumped Marshbird...... 257 Rufous-collared Sparrow...... 237 Shiny Cowbird...... 257 Grassland Sparrow...... 238 Purple-throated Euphonia...... 258 Yellow-billed Blue Finch...... 238 Violaceous Euphonia...... 259 Uniform Finch...... 239 Golden-rumped Euphonia...... 259 Cinereous Warbling-Finch...... 239 Common Waxbill...... 260 Stripe-tailed Yellow-Finch...... 240 House Sparrow...... 261 Saffron Finch...... 240

302 303 Guia para Observação das Aves do Parque Nacional de Brasília

ISBN 856184224-6

9 788561 842246

codigo de barras isbn quinta-feira, 12 de maio de 2011 08:46:51

Ministério do Meio Ambiente 304 ICMBio

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