Revistadeletraemletra Vol6 N

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Revistadeletraemletra Vol6 N De Letra em Letra / Departamento de Letras, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP (2016). - Guarulhos: Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, 2019 - v.6, n.2: il. Semestral, julho 2012 — v. 6, n. 2 (2019) Inclui bibliografia ISSN: 2317-3610 1. Linguística; 2. Linguística Aplicada; 3. Literatura I. Universidade Federal de São Paulo - Departamento de Letras. Revista De Letra em Letra—Vol. 6 n. 1, 2019 2 Departamento de Letras da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo - EFLCH-UNIFESP Chefe de Departamento Lucia Sano Editora-chefe Karina Menegaldo Conselho Editorial Ana Luiza Ramazzina Ghirardi Ana Rosa Ferreira Dias Alexandra Geraldini Karina Menegaldo Maria Lúcia Dias Mendes Viviane Veras Coordenador das revisões em língua portuguesa Fabrício Cordeiro Dantas Coordenador das revisões em língua inglesa Emanuel Angelo Nascimento Revista De Letra em Letra—Vol. 6 n. 1, 2019 3 Dra. Alexandra Geraldini (PUC-SP) Dra. Ana Luiza Ramazzina Ghirardi (UNIFESP) Dra. Ana Rosa Ferreira Dias (USP/PUC-SP) Dra. Bianca Fanelli Morganti (UNIFESP) Dr. Carlos Renato Lopes (UNIFESP) Dr. Edson Correia (FMU) Dra. Graciela Alicia Foglia (UNIFESP) Dr. Janderson Luiz Lemos de Souza (UNIFESP) Dra. Leila de Aguiar Costa (UNIFESP) Dra. Leonor Lopes Fávero (PUC–SP) Dra. Ligia Fonseca Ferreira (UNIFESP) Dra. Márcia Rodrigues de Souza Mendonça (UNICAMP) Dr. Márcio Rogério de Oliveira Cano (UFLA) Dra. Maria Lúcia Dias Mendes (UNIFESP) Dra. Mirhiane Mendes de Abreu (UNIFESP) Dra. Paloma Vidal (UNIFESP) Dr. Paulo Eduardo Ramos (UNIFESP) Dr. Rafael Dias Minussi (UNIFESP) Dra. Raquel dos Santos Madanelo Souza (UNIFESP) Dr. Rodrigo Esteves de Lima Lopes (UNICAMP) Dr. Sandro Luis da Silva (UNIFESP) Dra. Sofia Maria de Sousa Silva (UFRJ) Dra. Sueli Cristina Marquesi (PUC-SP/UNICSUL) Dra. Sueli Salles Fidalgo (UNIFESP) Dra. Vanda Maria Elias (UNIFESP) Dra. Viviane Veras (UNICAMP) Capa Karina Menegaldo Revista De Letra em Letra—Vol. 6 n. 1, 2019 4 Expediente da edição Comitê científico Apresentação LA NOTION D'ÉNONCIATION DANS LA PERSPECTIVE THÉORIQUE D’ÉMILE BENVENISTE ET OSWALD DUCROT EN FRANCE ET D’EDUARDO GUIMARÃES AU BRÉSIL Emanuel Angelo Nascimento A PRESTIDIGITAÇÃO DA CRÍTICA DE CULTURA: O CASO DA RECEPÇÃO DO LIVRO “ESSA GENTE”, DE CHICO BUARQUE Fabio Silvestre Cardoso IDENTIDAD E IDENTIFICACIONES EN LIBRO DIDÁCTICO DE PLE Fabricio Cordeiro Dantas STEREOTYPES AND NARRATIVES IN IMAGE READING Laerte Luis Orpinelli Neto Revista De Letra em Letra—Vol. 6 n. 1, 2019 5 APRESENTAÇÃO É com grande prazer que apresentamos o sexto volume da Revista de Letra em Letra. Esta é uma edição especialmente diversificada, com assuntos relacionados à Linguística, à Linguística Aplicada, à Literatura e à Semiótica. A pluralidade de tópicos, além de ser uma característica da revista, e que mostra como a interdisciplinaridade permeia essa área do conhecimento, vai de encontro ao momento atual de nossa sociedade: cada vez mais voltam a surgir episódios de intolerância à diversidade. Assim, manter uma revista mais ampla em sua gama de assuntos é, também, uma forma de posicionamento a favor da pluralidade de ideias e que defende o direito de todas elas serem expressas. O primeiro artigo começa com uma discussão sobre o conceito de enunciação, presente inicialmente nas obras de Émile Benveniste. Os estudos de Oswald Ducrot são evocados como forma de comparação e compreensão da formação de sentidos na enunciação, e ainda os estudos de Eduardo Guimarães vêm dar respaldo à discussão, acrescentando a dimensão histórica ao tema. O segundo artigo nos apresenta uma reflexão sobre o lançamento da obra “Essa Gente”, de Chico Buarque, e sua recepção pelas críticas literárias especializadas de três grandes jornais brasileiros, de modo a avaliar se a unânime boa recepção da obra é de fato produto de um jornalismo cultural competente ou se o nome do autor, que é uma celebridade, colaborou para isso, havendo então um jornalismo de fait divers. Uma análise aprofundada da obra “Brasil intercultural – língua e cultura brasileira para estrangeiros” é feita no terceiro artigo, com o objetivo de verificar os aspectos positivos e negativos da obra no ensino de português como língua estrangeira para falantes de espanhol, bem como discutir questões específicas do aprendizado do português por este público. Por fim, no quarto artigo temos um estudo sobre a produção de sentidos para imagens, no caso fotografias, por estudantes privados de qualquer outro tipo de informação sobre tais imagens, mostrando- se que, para preencher as lacunas decorrentes da falta de informações, os estudantes recorrem às suas tradições de leitura e a estereótipos. Esperamos que a leitura dos artigos seja proveitosa e que ajude a ampliar e consolidar os conhecimentos dessa nossa área, felizmente, tão diversificada e interdisciplinar. Revista De Letra em Letra—Vol. 6 n. 1, 2019 6 LA NOTION D'ÉNONCIATION DANS LA PERSPECTIVE THEORIQUE D’ÉMILE BENVENISTE ET OSWALD DUCROT EN FRANCE ET D’EDUARDO GUIMARÃES AU BRÉSIL THE CONCEPT OF "ENONCIATION" IN THE THEORETICAL PERSPECTIVE OF ÉMILE BENVENISTE AND OSWALD DUCROT IN FRANCE AND EDUARDO GUIMARÃES IN BRAZIL Emanuel Angelo Nascimento Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) RESUME: Cet article a pour but de résumer et de discuter la notion d'énonciation, en considérant les différences de biais de l'approche sémantique et les corrélations entre les études développées par Émile Benveniste et Oswald Ducrot, en France, ainsi que la perspective énonciative développée par Eduardo Guimarães, au Brésil. Considérant le travail L'appareil formel de l'énonciation, de 1970, dans lequel Benveniste reprend des notions importantes telles que la forme et le sens, nous traçons quelques approximations et différences avec les études de Ducrot, du point de vue sémantique, pour comprendre la production du sens des énonciations, en tenant compte des études d'Eduardo Guimarães, au Brésil, qui mobilisent la notion de l'événement qui, liée à celle de la prononciation, voit la dimension historique de la formation des sens. Mots-clés: énonciation; études énonciatives; théories de l'énonciation. ABSTRACT: The purpose of this article is to summarize and discuss the notion of enunciation, by considering the differences in bias of the semantic approach and the correlations between the studies developed by Émile Benveniste and Oswald Ducrot in France, as well as the enunciative perspective developed by Eduardo Guimarães in Brazil. Considering the text L'appareil formel de l'énonciation (1970), in which Benveniste uses important notions such as form and meaning, we draw some approximations and differences with Ducrot's studies, from a semantic point of view, to understand the production of the meaning of enunciations, taking into account the studies of Eduardo Guimarães, in Brazil, which mobilize the notion of the event which, linked to that of pronunciation, sees the historical dimension of the formation of senses. Keywords: enunciation; enunciation studies; enunciation theories. Pour commencer... Considérant les études déjà produites dans le domaine de la sémantique de l'énonciation, cet article se propose de discuter quelques notions d'énonciation mobilisées par Émile Benveniste et Oswald Ducrot, ainsi que quelques concepts développés par Eduardo Guimarães, à partir des études sur l'énonciation, en considérant les différences de ces deux approches. Revista De Letra em Letra—Vol. 6 n. 1, 2019 7 Notre intention est de faire une lecture, soutenue par des auteurs consacrés, dans la perspective énonciative de l'étude des langues, à partir de certains textes qui nous semblent élucidants, d'abord à partir du concept d'énonciation. Ainsi, nous partons des travaux de Benveniste et Ducrot, produits en France, pour aborder ensuite des notions importantes développées par Eduardo Guimarães au Brésil. En faisant la bonne distinction entre les deux auteurs français, nous soutenons l'approximation et la distinction entre les théories créées par ÉmileBenveniste et Oswald Ducrot, concernant le concept d'énonciation, du fait que tous deux partent de concepts saussuriens qui, modifiés, élargis, resignifié, aboutit à l'affirmation de différentes approches de l'utilisation du langage, se concentrant ainsi sur différents objets d'analyse, atteignant ainsi. On sait que Benveniste fonde sa théorie sur des concepts structuralistes. Ducrot corrobore cette affirmation– facilement vérifiable dans différents textes desProblè mes Linguistiques Généraux – quand il dit que Benveniste accepte les exigences méthodologiques de Saussure et décrit la langue comme le fondement relations intersubjectives. Reprenant, aussi fidèlement que possible, les quatre textes de Benveniste, il est possible de trouver à la fois le point de départ sa proposition sémantique, la linguistique saussurienne qui a dans sa langue son objet de étudier, par opposition à la parole, son point d'arrivée, sa conception de l'énonciation, qui voit la langue utilisée associée à la langue. Eduardo Guimarães au Brésil, différemment, partie de la question de l'unicité de l'énonciation proposée en le lecture Foucault, qui traite de l'énonciation comme événement qui ne se répète pas et commence à traiter cette notion basée sur les conditions socio-historiques. Se référant à la notion d'histoire tirée de études ducrotéennes, où le caractère dominant de l'énonciation peut être définie par l'irréparabilité l'acte d'énoncer comme un acte temporel, l'auteur se réfère à la caractérisation de l'irrépétabilité à la façon de
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