“VERISSIMA ET IVCVNDISSIMA DESCRIPTIO...” , DE ULRICO SCHMIDL: Literatura De Viagem Ou Relato De Viagem?
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1 THISSIANE FIORETO “VERISSIMA ET IVCVNDISSIMA DESCRIPTIO...” , DE ULRICO SCHMIDL: literatura de viagem ou relato de viagem? ASSIS 2015 2 THISSIANE FIORETO “VERISSIMA ET IVCVNDISSIMA DESCRIPTIO...” , DE ULRICO SCHMIDL: literatura de viagem ou relato de viagem? Tese apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para obtenção do título de Doutora em Letras (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientador: Dr. Carlos Eduardo Mendes de Moraes Co-Orientador: Dr. Bruno Oliveira Maroneze ASSIS 2015 3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da F.C.L. – Assis – Unesp Fioreto, Thissiane F518v “Verissima et ivcvndissima descriptio...” , de Ulrico Sch- midl: literatura de viagem ou relato de viagem? / Thissiane Fioreto. - Assis, 2015. 245 f. Tese de Doutorado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista. Orientador: Dr Carlos Eduardo Mendes de Morais Co-orientador: Dr Bruno Oliveira Maroneze 1. Schmidl, Ulrico. 2. Relatos de viagem. 3. Filologia mo- derna. 4. Língua latina. I. Título. CDD 477 4 A meus pais, Ademir e Cidinha, fonte inesgotável de amor, força e incentivo em todos os momentos. Aos meus irmãos, Juninho e Nathalia, irmãos de sangue e de alma, companheiros fiéis de tantas lutas. A meu amado marido, Celso Ávila, o meu porto seguro e melhor presente que a vida me deu. 5 Agradecimentos Ao bondoso Deus, pelo dom da vida e por possibilitar a realização desse desafio, tão árduo e sonhado, chamado Doutorado. Ao meu orientador, Prof. Dr. Carlos Eduardo Mendes de Moraes, pela competência, pelo profissionalismo, pelo incentivo e pela amizade. Obrigada por ter esta “estranha mania de ter fé na vida” e nas pessoas, e assim ter acreditado em mim, quando eu ainda era uma aluna de Graduação em Letras. Foram (e ainda serão!) anos de aprendizado e de parceria, Mestre! Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Bruno Oliveira Maroneze, competente latinista e grande amigo, pela competência profissional, por partilhar seus conhecimentos com tamanha humanidade, humildade e paciência. Sou uma professora de latim muito melhor depois de sua orientação. Aos Professores Dr. Antônio Roberto Esteves e Dr. Protásio Paulo Langer, pelas sugestões tão oportunas dadas a este trabalho, na qualidade de Banca Examinadora em minha Qualificação. À Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, especialmente à Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE, pelo apoio indispensável à realização deste trabalho de pesquisa. Ao Centro de Documentação Regional da UFGD, principalmente ao Prof. Dr. Paulo R. Cimó Queiroz, por tão pronta e solicitamente disponibilizar o material necessário para esta pesquisa, contribuindo de forma significativa para os estudos sobre Ulrico Schmidl. À minha família, sobretudo, meus pais, irmãos e cunhados, pelo amparo e pelo incentivo nas horas difíceis, pela compreensão em minhas ausências e pelo amor incondicional demonstrado sempre em gestos e palavras. Ao meu marido, Celso Ávila, pelo ombro amigo, sorriso largo, palavras doces e ouvidos atentos, que tanto foi privado de minha companhia pelas longas horas de estudos. Sem seu amor e sua compreensão tudo teria sido bem mais difícil. 6 A Maria Lima dos Santos Oliveira e sua família, que me acolheram e me cercaram de cuidados e carinhos. Minha família douradense. A minha amiga Isabella Ortega, meu anjo da guarda assisense, que sempre me recebeu com os braços abertos e me ofertou, com muito carinho, seu lar e seu ombro amigo. A amiga Jaqueline Heloise Deltrejo de Deus, que não mediu esforços ao vasculhar Barcelona e região, para me ajudar, na busca do último exemplar (literalmente) do livro utilizado como base teórica desta pesquisa. Sem você, de fato, esse trabalho não seria possível. As amigas Cristina Mascarenhas, Elisa Prado, Samanta Gallo Cabral, Cristiane Parré, Silvia Miho e Célia Delácio, presenças indispensáveis que suavizaram os momentos difíceis de impaciência e cansaço. Companheiras de trabalho, de congressos, de risos e de lágrimas, ou melhor, parceiras de vida. A Milla, minha amiguinha canina, incansável companheira nas madrugadas de estudo. 7 “... pior que não terminar uma viagem é nunca partir”. Amyr Klink 8 FIORETO, Thissiane. “Verissima et ivcvndissima descriptio...”, de Ulrico Schmidl: literatura de viagem ou relato de viagem? 2015. 300 f. Tese (Doutorado em Letras). Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2014. RESUMO Fruto de pesquisa realizada com metodologia filológica, cuja função é proceder ao estudo da língua com base no texto escrito, este trabalho debate a versão em latim do relato de viagem de Schmidl. Trata-se do registro da experiência que supostamente viveu o soldado bávaro Ulrico Schmidl em viagem à região do Rio da Prata, numa embarcação espanhola comandada pelo adelantado Pedro de Mendoza, para explorar o sul do continente americano, na primeira metade do século XVI. O soldado bávaro passou alguns anos na região e, ao regressar à Europa, registrou o que viveu neste período. Esta narrativa teve sua primeira publicação, em alemão, em 1567. Depois disso, traduzida e publicada em várias outras línguas, a narrativa difundiu-se e tornou-se uma das primeiras e principais fontes de estudos sobre a conquista e povoação europeia da região, suscitando até hoje o interesse de pesquisadores. Após uma investigação da história de transmissão do documento, optou-se pela transcrição, tradução e análise de sua edição de 1599, publicada em latim pela casa impressora da família De Bry, e traduzida do alemão por Gottard Arthus. Assim, o objetivo desta pesquisa é, além de apresentar e divulgar o documento, sobretudo, discutir e comprovar que se trata de um gênero literário, com características peculiares, denominado Relato de Viagem, segundo a proposta teórico-metodológica de Carrizo Rueda, autora que se baseia no formalismo russo e na proposta de definição de gênero literário defendida por Todorov. Acredita-se e demonstra-se, portanto, que o texto de Schmidl possui uma estética literária definida, e não é apenas um documento histórico ou uma literatura de viagem genericamente nomeada. PALAVRAS-CHAVE: Filologia Moderna. Língua Latina. Relato de Viagem. Ulrico Schmidl. 9 FIORETO, Thissiane. “Verissima et ivcvndissima descriptio...”, Ulrico Schmidl`s : travel literature or travel report? 2015. 300 f. Thesis (Ph.D in Literature – Literature and Social Life). Faculty of Scienses and Languages, São Paulo State University, Assis, 2015. ABSTRACT This research was conducted on philological methodology, which proceeds the study of language based on the written text. This work aims to investigate the Latin version of Schidl’s travel report. It is a narrative/register about the experience a Bavarian soldier called Ulrico Schimidl had supposedly lived in a Spanish ship, commanded by the adelantado Pedro de Mendonza, to Rio da Prata area in order to explore the Southern American continent, in the XVI Century. The Bavarian soldier would have lived some years in the region and, after returning to Europe, he would have registered what he had lived during that time. This narrative would have had its first publication, in German, in 1567. After that, the narrative had been translated and published in several languages, and it would have spread and had become one of the first and most important sources for the study of the European conquer and colonization of the region, and it has been calling the attention of researchers up to the present day. After investigating the transmission history of the document, this research selected a transcription, translation and analysis of the 1599 edition of the document, published in Latin by the De Bry’s family printing house and translated from the German by Gottard Arthus. Therefore, the objective of this research is to discuss and to prove that the text can be defined as a literary genre, with its own peculiar characteristics, called Travel Narrative, according to the definition of literary genre defended by Todorov and the Russian Formalism, and also by Carrizo Rueda’s theoretic and methodological view, the lattest used as a reference to this paper. It is assumed that Schimidl’s text has a defined literary aesthetics, what proves that it is neither a historic document nor a kind of generically denominated travel literature. Keywords: Modern Philology. Latin. Travel Narrative. Ulrico Schmidl 10 SUMÁRIO P. INTRODUÇÃO 12 CAPÍTULO I 16 O objeto de pesquisa 16 CAPÍTULO II 146 Até parece ser ficção... 146 Contexto de escrita do Relato de Schimdl 149 Duas histórias que se confundem: manuscrito e traduções 158 As muitas edições de um mesmo relato 158 Sobre as traduções para o português 164 A escolha da edição em latim e sua tradução 170 CAPÍTULO III 173 O que seria um Relato de Viagem? 173 A viagem e suas várias possibilidades 174 A definição do gênero Relato de Viagem 179 As características do gênero Relato de Viagem 188 a) Andanzas de un hidalgo ingenioso 190 b) Casas gentiles y hospitales para reyes 190 c) El imaginario de la naturaleza 191 Relato de viagem X Literatura de Viagem 192 CAPÍTULO IV 198 Adaptação e aplicação das categorias de Carrizo Rueda ao estudo do texto de Ulrico Schmidl 198 4.1 Referência a elementos históricos 200 4.1.1 O registro do contexto sociopolítico 201 a) O ano da viagem 201 b) Composição política 203 11 c) Catolicismo 204 4.1.2 O papel das grandes navegações na viagem de Ulrico Schmidl 206 a) Ilhas Canárias 206 b) Cabo Verde 208 c) Rio de Janeiro 209 4.1.3 A fundação de Buenos Aires e Assunção 211 a) A primeira fundação de Buenos Aires 211 b) O conflito com a população indígena e a destruição de Buenos Aires 212 c) A fundação da cidade de Assunção 218 4.2 Descrição de povos, lugares e costumes 222 4.2.1 Os ZECHVRIAS e os CARENDIES: povos que andam nus 223 4.2.2 Os CARIOS e os CVRANDAS: seus hábitos alimentares e seus adornos 225 4.2.3 Os KVEREMAGBAS e os CARCHKAREISSO: povos curiosamente “humanos” e brancos 228 4.3 Imaginário sobre a natureza 230 4.3.1 O contato com uma fauna fantástica 231 4.3.2 A serpente que “engole gente” 236 CONCLUSÃO 240 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 244 12 INTRODUÇÃO O desejo de conhecer faz o homem viajar.