CARTA EDUCATIVA DE ANGRA DO HEROÍSMO

2015

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O Decreto Legislativo Regional n.º 27/2005/A, de 10 de novembro, que regulamenta as competências de planeamento, projeto, construção e manutenção de infraestruturas escolares na Região Autónoma dos Açores, bem como as normas de segurança e de proteção ambiental a que devem obedecer, enquadrou a elaboração da Carta Educativa. A elaboração doa proposta é competência da Câmara Municipal, cabendo a aprovação à Assembleia Municipal, após discussão e parecer do Conselho Local de Educação. O mesmo diploma estabelece na alínea a) do seu artigo 3.º que a Carta Educativa é «o instrumento de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos educativos de responsabilidade municipal, organizada de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e socioeconómico de cada Município».

Objetivos da Carta Educativa:

Os objetivos, estrutura e forma de elaboração e aprovação da Carta Educativa encontram- se fixados nos artigos 14.º a 19.º do Decreto Legislativo Regional n.º 27/2005/A, de 10 de novembro. Aquele diploma estabelece os seguintes objetivos para a Carta Escolar:

• Assegurar a adequação da rede de estabelecimentos de educação pré-escolar e de ensino básico e secundário, para que, em cada momento as ofertas educativas disponíveis a nível municipal respondam à procura efetiva do Município;

• Assegurar a racionalização e complementaridade de ofertas de educação e formação e o desenvolvimento qualitativo das mesmas, num contexto de descentralização administrativa, de reforço dos modelos de gestão dos estabelecimentos de educação e de ensino públicos e os respetivos agrupamentos e de valorização do papel das comunidades educativas e dos projetos educativos das escolas;

• Promover o desenvolvimento do processo de agrupamento de escolas com vista à criação das condições mais favoráveis ao desenvolvimento de centros de excelência e de competências educativas, bem como as condições para a gestão eficiente e eficaz dos recursos educativos disponíveis;

• Garantir a coerência da rede educativa com a política urbana do Município.

Ficha Técnica: Título: Carta Educativa de Angra do Heroísmo Ano: 2015 Editor: Câmara Municipal de Angra do Heroísmo Morada: Praça Velha 9701-857 Angra do Heroísmo Contactos: Telefone - +351 295 401 700 e-mail - [email protected]

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Índice

1 ‐ Introdução ...... 13 2 – Enquadramento do território ...... 18 2.1 ‐ Caraterização geográfica ...... 18 2.2 ‐ Caracterização Administrativa ...... 20 2.3 ‐ Caracterização Urbana ...... 22 2.4 ‐ Análise socioeconómica ...... 23 2.5 ‐ Património Natural ...... 24 2.6 ‐ Património Cultural ...... 26 3 – Caracterização demográfica ...... 30 3.1 ‐ Evolução e distribuição da população ...... 31 3.2 ‐ Densidade Populacional ...... 36 3.3 ‐ Crescimento natural...... 37 3.4 ‐ Taxa de fecundidade ...... 39 3.5 ‐ Estrutura etária, envelhecimento e dependência ...... 41 3.6 ‐ Índice de envelhecimento e de dependência de idosos ...... 50 3.7 ‐ Índice de Dependência de Jovens e de Dependência Total ...... 51 3.8 ‐ Dimensão das Famílias ...... 52 3.9 ‐ Nível de escolaridade da população residente ...... 53 4 – Caracterização sócio‐económica ...... 59 4.1 ‐ População Ativa e Empregada ...... 59 4.2 ‐ Setores de atividade e profissões ...... 65 4.3 ‐ Rendimento Social de Inserção ...... 69 4.4 ‐ Acessibilidades ...... 72 5 – Caracterização do sistema educativo ...... 74 5.1 ‐ Lei de Bases do Sistema Educativo ...... 74 5.2 ‐ Sistema Educativo da Região Autónoma dos Açores ...... 75 5.3 ‐ Rede Educativa do Concelho de Angra do Heroísmo ...... 77 5.4 ‐ Evolução do número de alunos ...... 81 5.4.1 ‐ Rede Pública e Privada ...... 81 5.4.2 ‐ Rede Pública ...... 83 5.4.3 ‐ Rede Privada ‐ Ensino Particular e Cooperativo ...... 96 5.5 ‐ Indicadores ...... 105 5.5.1 ‐ Taxa de transição e retenção ...... 105 5.5.2 ‐ Escolarização ...... 117 5.5.3 ‐ Abandono Escolar ...... 119 5.5.4 ‐ Atraso Escolar ...... 122

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5.6 ‐ Oferta Formativa no PROFIJ, Reativar e cursos profissionais ...... 123 5.7 ‐ Alunos do Regime Educativo Especial ...... 127 5.8 ‐ Reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) ...... 134 5.9 ‐ Ação Social Escolar ...... 135 5.10 ‐ Transportes Escolares ...... 136 5.11 ‐ Recursos Humanos ...... 138 6 – Ensino Superior ...... 143 7 ‐ Infraestruturas escolares públicas ...... 149 7.1 ‐ Caraterização dos Estabelecimentos de Ensino ...... 149 7.2 ‐ Capacidade Instalada dos Estabelecimentos de Ensino ...... 156 7.3 ‐ Intervenção na Educação Pré‐Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico ...... 159 8 ‐ Infraestruturas desportivas ...... 161 9 ‐ Equipamentos sociais de apoio a crianças e jovens ...... 162 9.1 ‐ Creches ...... 163 9.2 ‐ Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL) ...... 164 9.3 ‐ Equipa de Rua de Apoio a Crianças e Jovens ...... 165 9.4 ‐ Centro de Acolhimento Temporário ...... 165 9.5 ‐ Lar de Infância e Juventude ...... 165 9.6 ‐ Centro de Atividades Ocupacionais ‐ CAO ...... 167 10 ‐ Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Angra do Heroísmo ...... 168 11 ‐ Diagnóstico estratégico ...... 170 12 ‐ Princípios, objetivos e ação ...... 173 13 ‐ Monitorização ...... 182 Glossário...... 184 Bibliografia ...... 190

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Índice de Figuras

Figura 1 ‐ Carta administrativa do concelho de Angra do Heroísmo ...... 21 Figura 2 ‐ Densidade populacional por (2011) ...... 37 Figura 3 ‐ Organograma do Sistema Educativo da Região Autónoma dos Açores ...... 76

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Índice de Quadros

Quadro 1 ‐ População Residente e taxa de evolução (1981‐2013) ...... 30 Quadro 2 ‐ Comparação intercensitária por freguesia do concelho de Angra do Heroísmo ...... 32 Quadro 3 ‐ Densidade populacional por freguesia (1981‐2011) ...... 36 Quadro 4 ‐ Nados vivos e óbitos no concelho de Angra do Heroísmo (1981‐2013) ...... 37 Quadro 5 ‐ Evolução dos grupos etários, em percentagem do total da População (2001‐2011) ...... 42 Quadro 6 ‐ População residente, por grupo etário, na Terceira e no concelho de Angra do Heroísmo (2011) ...... 46 Quadro 7 ‐ Dimensão das famílias (2001‐2011) ...... 53 Quadro 8 ‐ População residente (%) segundo o nível de escolaridade (2011) ...... 54 Quadro 9 ‐ Indicadores síntese de dinâmica populacional e emprego, em 2001 e 2011 ...... 59 Quadro 10 ‐ População residente economicamente ativa por setor de atividade (2001‐2011) ...... 66 Quadro 11 ‐ População residente economicamente ativa por setor de atividade (2001‐2011) ...... 66 Quadro 12 ‐ População residente empregada segundo grupos de profissão no concelho de Angra do Heroísmo (2001‐2011) ...... 68 Quadro 13 ‐ População residente, com 15 e mais anos, segundo o principal meio de vida (2011) ...... 69 Quadro 14 ‐ População residente (%) com 15 e mais anos, segundo o principal meio de vida (2011) ...... 69 Quadro 15 ‐ Estabelecimentos de ensino no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 79 Quadro 16 ‐ Estabelecimentos de educação pré‐escolar, solidário e particular no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 79 Quadro 17 ‐ Capacidade e frequência dos estabelecimentos de educação pré‐escolar, solidário e particular (2014/2015) ...... 79 Quadro 18 ‐ Estrutura da rede pública e privada do concelho de Angra do Heroísmo por e nível de escolaridade (2014/2015) ...... 80 Quadro 19 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) ...... 82 Quadro 20 ‐ Alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) ...... 83 Quadro 21 ‐ Alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) ...... 83 Quadro 22 – Evolução do número de alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública ‐ 2006/2007 a 2014/2015) ...... 86 Quadro 23 – Evolução do número de alunos mMatriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública – 2006/2007 a 2014/2015) ...... 86 Quadro 24 ‐ Evolução do número de alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública – 2006/2007 a 2014/2015) ...... 86 Quadro 25 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 a 2014/2015) ...... 88 Quadro 26 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, EBI Francisco Ferreira Drummond – (2011/2012 a 2014/2015) ...... 88 Quadro 27 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 90 6

Quadro 28 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensin, na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 90 Quadro 29 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 92 Quadro 30 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 92 Quadro 31 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 95 Quadro 32 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 95 Quadro 33 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 95 Quadro 34 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino nas EB1/JI dos e (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 96 Quadro 35 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na rede privada (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 97 Quadro 36 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%) na educação pré‐escolar na rede privada (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 99 Quadro 37 ‐ Alunos matriculados (%) no colégio Santa Clara (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 99 Quadro 38 ‐ População Escolar por curso (2014/2015) ...... 101 Quadro 39 ‐ População Escolar no programa Reativar ‐ 2014/2015 ...... 101 Quadro 40 ‐ Oferta Formativa 2014/2015 ...... 101 Quadro 41 ‐ População escolar por curso (2014/2015) ...... 102 Quadro 42 ‐ População Escolar no programa Reativar (2014/2015) ...... 102 Quadro 43 ‐ Oferta Formativa (2014/2015)...... 102 Quadro 44 ‐ População Escolar por curso (2014/2015) ...... 103 Quadro 45 ‐ População Escolar no programa Reativar ‐ 2014/2015 ...... 104 Quadro 46 ‐ Oferta Formativa (2014/2015)...... 104 Quadro 47 ‐ População Escolar no programa Reativar (2014/2015) ...... 105 Quadro 48 ‐ Oferta Formativa (2014/2015)...... 105 Quadro 49 ‐ Taxa bruta de pré‐escolarização e de escolarização (2012/2013) ...... 119 Quadro 50 ‐ Percentagem de alunos matriculados em idade ideal de frequência de acordo com o nível de escolaridade (2011) ...... 119 Quadro 51 ‐ Oferta formativa (2014/15) ...... 125 Quadro 52 ‐ Oferta Formativa (2015/16) ...... 126 Quadro 53 ‐ Evolução do número de processos de RVCC no concelho de Angra do Heroísmo (2012‐2015) ...... 135 Quadro 54 ‐ Processos de certificação de competências escolares por nível de escolaridade ...... 135 Quadro 55 – Número de alunos transportados e tempo de deslocação (transporte público) no 2º e 3º Ciclos ..... 137 Quadro 56 – Número de alunos transportados e tempo de deslocação (transporte público) no Ensino Secundário e outras modalidades ...... 138

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Quadro 57 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções, na Educação Pré‐Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico, no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 139 Quadro 58 ‐ Pessoal docente, em exercício efetivo de funções, nos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário, no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 139 Quadro 59 ‐ Pessoal docente, em exercício efetivo de funções, na Educação Especial, no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 139 Quadro 60 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no Ensino Artístico no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 139 Quadro 61 ‐ Pessoal não docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 142 Quadro 62 ‐ Número de vagas e matriculas na Universidade dos Açores (2014‐2015) ...... 145 Quadro 63 ‐ Número de vagas e matriculas na Universidade dos Açores (2014‐2015) (continuação) ...... 146 Quadro 64 ‐ Alunos inscritos no 1º ano pela 1ª vez em estabelecimentos de ensino superior com residência permanente na Região Autónoma dos Açores* ...... 147 Quadro 65 ‐ Alunos inscritos no 1º ano pela 1ª vez em estabelecimentos de ensino superior com residência permanente no concelho de Angra do Heroísmo* ...... 147 Quadro 66 ‐ População Escolar do Polo de Angra do Heroísmo (2014‐2015) ...... 148 Quadro 67 ‐ Infraestruturas da Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond ...... 149 Quadro 68 ‐ Infraestruturas da Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo ...... 151 Quadro 69 ‐ Infraestruturas da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba ...... 152 Quadro 70 ‐ Infraestruturas da Escola Básica Integrada dos Biscoitos – EB1/JI dos Altares e EB1/JI do Raminho .. 154 Quadro 71 – Infraestruturas da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade ...... 155 Quadro 72 ‐ Taxa de ocupação ‐ Educação Pré‐Escolar no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 157 Quadro 73 ‐ Taxa de Ocupação ‐ 1º Ciclo no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 157 Quadro 74 ‐ Alunos por turma e educador no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 158 Quadro 75 ‐ Alunos por turma e professor no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 158 Quadro 76 ‐ Turmas por unidade orgânica no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) ...... 159 Quadro 77 ‐ Obras de requalificação e manutenção no concelho de Angra do Heroísmo (2012 a 2017) ...... 159 Quadro 78 ‐ Infraestruturas desportivas por freguesia e por equipamento ...... 161 Quadro 79 ‐ Creches no concelho de Angra do Heroísmo ...... 163 Quadro 80 ‐ Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL) ...... 164 Quadro 81 ‐ Equipa de rua de apoio a crianças e jovens ...... 165 Quadro 82 ‐ Centro de Acolhimento Temporário ...... 165 Quadro 83 ‐ Lares de infância e juventude ...... 166 Quadro 84 ‐ Centro de Atividades Ocupacionais ...... 167 Quadro 85 ‐ Equipamentos sociais de apoio a crianças e jovens ‐ capacidade instalada e oferta disponível ...... 167

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 ‐ Distribuição da superfície total do arquipélago dos Açores por Ilhas (%) ...... 18 Gráfico 2 ‐ Distribuição da superfície do concelho de Angra do Heroísmo, por freguesia (%)...... 22 Gráfico 3 ‐ Evolução da população residente (1981‐2013) ...... 30 Gráfico 4 ‐ População Residente (1981‐2013) ...... 31 Gráfico 5 ‐ Taxa de distribuição da população residente pelas freguesias do concelho de Angra do Heroísmo (2011) ...... 32 Gráfico 6 ‐ Evolução da população residente, por freguesia (1981‐2011) ...... 33 Gráfico 7 ‐ Evolução do número de nados vivos e óbitos (1981‐2013) ...... 38 Gráfico 8 ‐ Taxa bruta de natalidade (1991‐2013) ...... 38 Gráfico 9 ‐ Taxa bruta de mortalidade (1991‐2013) ...... 38 Gráfico 10 ‐ Evolução das taxas de natalidade e mortalidade (1981‐2013) ...... 39 Gráfico 11 ‐ Saldo natural no concelho de Angra do Heroísmo (1981‐2013) ...... 39 Gráfico 12 ‐ Taxa de fecundidade das mulheres nos Açores, Terceira e concelho de Angra do Heroísmo (2001‐2013) ...... 40 Gráfico 13 ‐ Índice sintético de fecundidade ...... 41 Gráfico 14 ‐ Evolução percentual da população jovem (0‐14 anos) (1991‐2013) ...... 42 Gráfico 15 ‐ Evolução percentual da população idosa (>65 anos) (1991‐2013) ...... 43 Gráfico 16 ‐ Pirâmides etárias (2001‐2011) ...... 44 Gráfico 17 ‐ População jovem e idosa residente (%) (2011) ...... 47 Gráfico 18 ‐ Pirâmides etárias das freguesias (2011) ...... 47 Gráfico 19 ‐ Índice de envelhecimento (%), em , Açores e Angra do Heroísmo (1991‐2013) ...... 50 Gráfico 20 ‐ Índice de Dependência de Idosos (%) (1991‐2013) ...... 50 Gráfico 21 ‐ Índice de dependência de jovens (%) (1991‐2013) ...... 51 Gráfico 22 ‐ Índice de dependência total (%) (1991‐2013) ...... 52 Gráfico 23 ‐ População residente, por nível de escolaridade (%) (2011) ...... 54 Gráfico 24 ‐ População residente (%) por nível de escolaridade (2011) ...... 55 Gráfico 25 ‐ População residente (%), de 15 e mais anos, sem nível de escolaridade, no concelho de Angra do Heroísmo (1960‐2011) ...... 57 Gráfico 26 ‐ População residente (%), de 15 e mais anos, com ensino secundário, no concelho de Angra do Heroísmo (1960‐2011) ...... 58 Gráfico 27 ‐ População residente (%), de 15 e mais anos, com ensino superior, no concelho de Angra do Heroísmo(1960‐2011) ...... 58 Gráfico 28 ‐ Taxas de atividade e de desemprego (2001‐2011) ...... 60 Gráfico 29 – População ativa, no concelho de Angra do Heroísmo (1960‐2011) ...... 60 Gráfico 30 ‐ Evolução do número de desempregados (2010‐2014) ...... 62 Gráfico 31 ‐ Evolução do número de desempregados por grupos etários (2010‐2014) ...... 62 Gráfico 32 ‐ Evolução do número de desempregados por tempo de inscrição na AQEAH (2010‐2014) ...... 63

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Gráfico 33 ‐ Evolução do número de desempregados por habilitações literárias (2010‐2014) ...... 63 Gráfico 34 ‐ Número de beneficiários do subsídio de desemprego (2011‐2014) ...... 64 Gráfico 35 ‐ Taxa de emprego (%) (2001‐2011) ...... 64 Gráfico 36 ‐ Trabalhadores por conta de outrem (%) (2001‐2011) ...... 65 Gráfico 37 ‐ Trabalhadores por conta própria isolados (%) (2001‐2011) ...... 65 Gráfico 38 ‐ População empregada (%) por setor de atividade económica (2011) ...... 66 Gráfico 39 ‐ População residente empregada segundo grupos de profissão no concelho de Angra do Heroísmo (2011) ...... 68 Gráfico 40 ‐ Evolução do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) (% da população residente) (2009‐2013) ...... 71 Gráfico 41 ‐ Evolução do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) no concelho de Angra do Heroísmo (2009‐2013) ...... 71 Gráfico 42 ‐ Agregados familiares benificiário do RSI no concelho de Angra do Heroísmo (2009‐2013) ...... 72 Gráfico 43 ‐ Agregados familiares benificiários do RSI vs. agregados familiares residentes no concelho de Angra do Heroísmo (%) (2009‐2013) ...... 72 Gráfico 44 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007‐2013/2014) ...... 82 Gráfico 45 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007‐2013/2014) – continuação ...... 82 Gráfico 46 ‐ Alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) – continuação ...... 83 Gráfico 47 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007‐2014/2015) ...... 85 Gráfico 48 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública ‐ 2006/2007 a 2014/2015) ...... 85 Gráfico 49 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública ‐ 2006/2007 a 2014/2015) ...... 86 Gráfico 50 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 – 2014/2015) ...... 87 Gráfico 51 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 – 2014/2015) ...... 88 Gráfico 52 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 89 Gráfico 53 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 90 Gráfico 54 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 91 Gráfico 55 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 92 Gráfico 56 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 94 Gráfico 57 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 94 10

Gráfico 58 ‐ Evolução do número de alunos matriculados , por ciclo de estudo e modalidade de ensino nas EB1/JI dos Altares e Raminho (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 96 Gráfico 59 ‐ Evolução dos alunos matriculados na valência Jardim de Infância das IPSS’s, no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) ...... 98 Gráfico 60 ‐ Evolução dos alunos matriculados na valência Jardim de Infância das IPSS’s, no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) ...... 98 Gráfico 61 ‐ Alunos matriculados no Colégio Santa Clara (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 99 Gráfico 62 ‐ Evolução do número de alunos matriculados na Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 100 Gráfico 63 ‐ Evolução do número de alunos matriculados no INETESE, Polo de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 102 Gráfico 64 ‐ Alunos matriculados no Polo de Angra do Heroísmo da Escola Profissional da Praia da Vitória (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 103 Gráfico 65 ‐ Evolução do número de alunos matriculados na Cáritas da Ilha Terceira – Angra do Heroísmo (2010/2011 ‐ 2014/2015) ...... 104 Gráfico 66 ‐ Taxa de retenção/desistência no Ensino Básico em Portugal Continental, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) ...... 107 Gráfico 67 ‐ Evolução da taxa de retenção/desistência no 1.º Ciclo do Ensino Básico em Portugal, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) ...... 108 Gráfico 68 ‐ Evolução da taxa de retenção/desistência no 2º Ciclo do Ensino Básico em Portugal, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) ...... 108 Gráfico 69 ‐ Evolução da taxa de retenção/desistência no 3º Ciclo do Ensino Básico em Portugal, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) ...... 109 Gráfico 70 ‐ Evolução da taxa de transição/conclusão no Ensino Secundário em Portugal, Madeira. Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) ...... 109 Gráfico 71 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino não regular, nos Açores (redes pública e privada ‐ 2006/2007 ‐ 2013/2014) ...... 110 Gráfico 72 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino não regular, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública e privada ‐ 2006/2007‐2013/2014) ...... 110 Gráfico 73 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 – 2013/2014) ...... 111 Gráfico 74 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI de Angra do Heroísmo (2010/2011 – 2013/2014) ...... 111 Gráfico 75 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBS Tomás de Borba (2010/2011 – 2013/2014) ...... 112 Gráfico 76 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2010/2011 – 2013/2014) ...... 112 Gráfico 77 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo, no Colégio Santa Clara (2006/2007 ‐ 2013/2014) 113 Gráfico 78 ‐ Taxa de transição/conclusão, na Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (2009/2010 ‐ 2013/2014) ...... 113 Gráfico 79 ‐ Taxa de transição/conclusão, no INETESE, no Polo de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 114 Gráfico 80 ‐ Taxa de transição/conclusão, no Polo de Angra do Heroísmo, da Escola Profissional da Praia da Vitória (2006/2007 ‐ 2014/2015) ...... 114

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Gráfico 81 ‐ Taxa de transição/conclusão ‐ Cáritas da Ilha Terceira (2010/2011 ‐ 2014/2015) ...... 115 Gráfico 82 ‐ Taxa de transição/conclusão dos diferentes niveis e modalidades de ensino do concelho de Angra do Heroísmo por estabelecimento de educação e ensino (2014/2015) ...... 115 Gráfico 83 ‐ Taxa de transição/conclusão dos diferentes niveis e modalidades de ensino do conselho de Angra do Heroísmo por estabelecimento de educação e ensino (2014/2015) ...... 116 Gráfico 84 ‐ Evolução da taxa de abandono escolar em Portugal, Açores e concelho de Angra do Heroísmo ...... 120 Gráfico 85 ‐ Evolução da taxa de abandono precoce em Portugal, Portugal Continental, Açores e Madeira ...... 121 Gráfico 86 ‐ Taxa de atraso concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012) ...... 123 Gráfico 87 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) ...... 129 Gráfico 88 ‐ Regime de frequência dos alunos do regime educativo especial no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) ...... 129 Gráfico 89 ‐ Relação entre o número de alunos do regime educativo especial e o número de alunos matriculados no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) ...... 130 Gráfico 90 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 130 Gráfico 91 ‐ Regime de frequência dos alunos do regime educativo especial na EBI Francisco Ferreira Drummond (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 131 Gráfico 92 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial na EBI Angra do Heroísmo (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 131 Gráfico 93 ‐ Regime de Frequência dos alunos do Regime Educativo Especial na EBI Angra do Heroísmo (2012/13 ‐ 2014/15) ...... 132 Gráfico 94 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial na EBS Tomás de Borba (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 132 Gráfico 95 ‐ Regime de frequência dos alunos do regime educativo especial na EBS Tomás de Borba (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 133 Gráfico 96 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 133 Gráfico 97 ‐ Regime de Frequência dos alunos do regime educativo especial na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2012/2013 ‐ 2014/2015) ...... 134 Gráfico 98 ‐ Evolução do número de alunos subsidiados (%), por unidade orgânica, no concelho de Angra do Heroísmo (2008/2009 – 2014/2015) ...... 136 Gráfico 99 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo por unidade orgânica (2014/2015) ...... 140 Gráfico 100 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo por nível de ensino (2014/2015) ...... 140 Gráfico 101 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo por unidade orgânica (2014/2015) ...... 141 Gráfico 102 ‐ Evolução de inscritos no 1º ano pela 1ª vez em estabelecimentos de ensino superior com residência permanente Angra do Heroísmo (%) ...... 147 Gráfico 103 ‐ Evolução do volume processual global ...... 168 Gráfico 104 ‐ Número de processos por escalão etário ...... 169

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1 ‐ Introdução A história da intervenção dos Municípios em matéria de educação está diretamente ligada à história do poder local em Portugal. Durante os anos do Estado Novo estes órgãos não tinham autonomia, sendo representantes locais do aparelho central do Estado. As suas atribuições em matéria de educação limitavam‐ se à construção, conservação e manutenção das escolas primárias, o que, mesmo sendo escasso, era difícil de cumprir, tendo‐se verificado alguma degradação do parque escolar.

A partir do 25 de abril de 1974 este panorama alterou‐se. A primeira Lei das Finanças Locais, a Lei n.º 1/79, de 2 de janeiro, veio impor a transferência de uma percentagem do Orçamento do Estado para os Municípios, criando um Fundo de Equilíbrio Financeiro que fornecia às autarquias capacidade de intervenção em diversos âmbitos, entre os quais o educativo. Verifica a existência graves carências ao nível das infraestruturas básicas (água, saneamento e vias de comunicação), a educação não foi considerada, na maior parte dos casos, uma das intervenções prioritárias. Era consoante as possibilidades orçamentais dos Municípios que se procedia a intervenções na infraestrutura escolar, nomeadamente na construção e recuperação e, pontualmente, na expansão do parque escolar do ensino primário e da educação pré‐escolar (esta última a partir de 1979, com a criação do sistema público).

A primeira legislação a regulamentar as atribuições dos Municípios em matéria de educação surgiu em 1984, com a publicação de um pacote legislativo autárquico que incluiu o Decreto‐Lei n.º 77/84, de 8 de março, que estabeleceu o regime da delimitação e da coordenação das atuações da administração central e local em matéria de investimentos públicos, e o Decreto‐Lei n.º 100/84, de 29 de março, que operou a revisão da Lei n.º 79/77, de 25 de outubro, no sentido da atualização e reforço das atribuições das autarquias locais e da competência dos respetivos órgãos. Estes diplomas não transferem propriamente competências da administração central para a local, mas antes responsabilidades financeiras. O Decreto‐Lei n.º 77/84, de 8 de março, transferiu para os Municípios a responsabilidade pelos investimentos nos domínios da construção e equipamento de estabelecimentos de educação pré‐escolar e de ensino básico, de algumas componentes da ação social escolar e dos transportes escolares, da criação de equipamentos para a educação de adultos e da organização de atividades de ocupação dos tempos livres. O Decreto‐Lei n.º 100/84, de 29 de março, por sua vez, atribuiu aos Municípios competências em matéria de «interesses próprios, comuns e específicos das populações locais», o que inclui a educação e o ensino.

A amplitude e indefinição destes diplomas alargou a possibilidade de intervenções educacionais dos Municípios, que continuaram a intervir ao nível do parque escolar, da educação infantil, das bibliotecas municipais, da educação de adultos, das atividades extra‐escolares, da ação social e do desporto. Por forma a dar resposta a todas estas atribuições, os Municípios foram criando departamentos ou serviços educativos.

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Pouco tempo após a publicação deste conjunto de diplomas foi publicada a primeira Lei de Bases do Sistema Educativo, a Lei n.º 46/86, de 14 de outubro, que, apesar de definir o sistema educativo como descentralizado e desconcentrado e de referir estruturas administrativas de âmbito local, acaba por deixar para o futuro a definição das competências municipais na educação, e por citar os Municípios no conjunto dos parceiros sociais que colaboram, participam ou prestam serviços educativos. Na legislação educativa que foi sendo produzida as autarquias aparecem como parceiros ou órgão consultivos, mas nada altera substancialmente as suas competências. Apenas com a Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, foi transferida da administração central para os Municípios a responsabilidade de elaborar a Carta Educativa. Mais tarde, pelo Decreto‐Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro, a carta educativa foi definida como um instrumento de planeamento, complementar ao Plano Diretor Municipal. Na Região Autónoma dos Açores a matéria foi regulada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 27/2005/A, de 10 de novembro, que regulamenta as competências de planeamento, projeto, construção e manutenção de infraestruturas escolares na Região Autónoma dos Açores, bem como as normas de segurança e de proteção ambiental a que devem obedecer. É esse o diploma, que alterado pelos Decreto Legislativo n.º 23/2010/A, de 30 de junho, e Decreto Legislativo Regional n.º 6/2015/A, de 5 de março, enquadra nos Açores a elaboração das Cartas Educativas.

Gradualmente os Municípios têm reforçado a sua intervenção na administração da educação local, quer por via das competências legalmente atribuídas, quer pela interpretação que fazem dos seus poderes e deveres enquanto estruturas autónomas, como órgãos eleitos e representativos das populações que servem. Sustentando‐se neste facto, assumem‐se no direito de participar em todas matérias de interesse público, em particular em sectores estruturantes para o desenvolvimento local e preponderantes na melhoria de vida das populações como é o sector da educação.

Nos últimos anos tem recrudescido a discussão sobre a necessidade de haver uma profunda alteração do papel do Estado nos processos de decisão política e de administração da educação, defendendo‐se a transferência de mais competências e funções do nível central e regional para o nível local. Alguns autores como Barreto (1995) advogam que «(…) a centralização contemporânea, além de razoavelmente inútil, se vem transformando num obstáculo ao desenvolvimento educativo e num prejuízo social». Carneiro (2003) considera urgente inverter a tradição de gestão centralizada do sistema educativo, transferindo para as autarquias o poder de decisão.

Dentro desta perspetiva, Fernandes (1996) sublinha «que os Municípios serão sempre um parceiro insubstituível de qualquer processo de descentralização». Diz ainda este autor que é importante atribuir ao Município um maior papel dentro do sistema público de ensino, sobretudo nos domínios onde já tem uma experiência acumulada.

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De facto, as autarquias têm vindo a assumir um papel de crescente importância no domínio da administração educativa. Se numa primeira fase as competências e atribuições que lhes eram transferidas assumiam formas de participação ao nível das tarefas, a partir da década de 1990 é‐lhes outorgada uma maior intervenção nas questões educativas, passando a participar na direção e administração das escolas, assumindo a responsabilidade da elaboração da carta educativa e da constituição dos conselhos locais da educação.

O envolvimento crescente do Município na educação tem suscitado alguns receios e reservas, como salienta Fernandes (1996) ao referir que esta intervenção depara‐se ainda com resistências de vária ordem, fundadas em interpretações distorcidas que levaram à construção de estereótipos municipais que não correspondem à realidade vivida e que tornam as relações entre a escola, Município e governo, um campo ainda rodeado de incompreensões.

A presença dos Municípios na educação é hoje uma realidade incontornável, quer no estrito cumprimento das suas atribuições e competências, quer extrapolando‐as em margens de autonomia mais ou menos latas e mais ou menos intervenientes, os Municípios são órgãos importantes e insubstituíveis da administração educativa.

Quando se pensa no desenvolvimento de uma comunidade, no seu bem‐estar e na construção de uma melhor qualidade de vida, exigem‐se decisões que não tendo todas resultados no imediato, constituem apostas de cuja qualidade dependerão fortemente os seus efeitos no futuro.

A educação e a formação dos membros da comunidade encontram‐se na primeira linha destas apostas. A tomada de consciência deste facto tem como resultado, na prática, que uma das principais preocupações dos Municípios, como órgãos representativos das comunidades locais, deva ser a educação, concebendo a sua atuação nesta área com uma visão estratégica que ultrapasse o imediatismo que a comodidade pontual aconselharia. Importa disponibilizar as melhores condições possíveis às comunidades educativas para que a sua atuação se transforme em êxito e consequentemente dela se retire o máximo de eficácia.

Do ponto de vista formal, a Carta Educativa é definida como o instrumento, a nível municipal, de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no concelho, de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e socioeconómico de cada Município. Contudo, este documento, pode e deve ultrapassar o simples patamar do planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos educativos, e conter as linhas fundamentais do desenvolvimento estratégico da educação, no seu todo, no concelho. Se o desenvolvimento de cada cidadão leva a uma melhoria das condições de vida individual e do agregado em que se insere, a educação conjunta da comunidade eleva sobremaneira a capacidade de todos tirarem melhor partido dos meios que, em cada momento, estão disponíveis. A educação não pode ser um conjunto de atos isolados, incidindo sobre 15

indivíduos isolados. A educação tem de ser um ato social em que os “atores” e os “espectadores” se confundem.

A presente Carta Educativa pretende constituir‐se como um documento estratégico para a política educativa municipal, que para além de procurar retratar o concelho de Angra do Heroísmo nos seus aspetos mais importantes do ponto de vista geográfico, demográfico, económico e social, contém um balanço da situação educacional. Na sequência do diagnóstico e análise síntese da situação atual, propõe‐se um conjunto de propostas de ação e apresenta‐se uma metodologia de monitorização e de avaliação das ações a implementar. Deseja‐se que a Carta Educativa constitua um documento vivo, isto é, um documento que possa responder às necessidades da comunidade e como tal seja atualizável e atualizado sempre que tal se verifique necessário.

A Carta Educativa do concelho de Angra do Heroísmo, em vigor, foi aprovada em reunião de Assembleia Municipal em fevereiro de 2014. No entanto, a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo considerou proceder à respetiva revisão, por forma a permitir à Autarquia implementar uma estratégia no sentido de:

• Orientar a gestão do sistema educativo em função do desenvolvimento socioeconómico e cultural;

• Tomar decisões relativas à reconversão e adaptação do parque escolar existente e prever o respetivo redimensionamento, definindo prioridades para as eventuais intervenções;

• Otimizar recursos;

• Evitar ruturas e inadequações da rede educativa em relação à dinâmica social e ao desenvolvimento urbanístico;

• Atualizar os dados de base, inserindo a informação disponibilizada pelos Censos de 2011, garantindo uma maior adequação à realidade.

As alterações demográficas que ocorreram nas últimas décadas têm implicações na sociedade angrense nas mais diversas áreas. Assistiu‐se a uma diminuição, sem precedentes, na natalidade e a um aumento da população idosa. Este fenómeno está atualmente a provocar grandes alterações na procura de determinados equipamentos. Se o aumento da população idosa provoca um aumento da procura de equipamentos de apoio a este grupo etário, a redução do número de crianças implica uma diminuição da procura de equipamentos utilizados por esta faixa etária, principalmente as escolas. Com a quebra da natalidade é cada vez mais urgente estruturar uma política integrada para a infância.

Tendo por base o exposto, e de forma a ir ao encontro desta nova realidade, os critérios que serviam de base ao planeamento da rede escolar, foram alterados. Para que a rede escolar se adeque a esta nova realidade é imprescindível proceder à reorganização da rede escolar existente. Esta reorganização deve ser o resultado

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de um completo e rigoroso diagnóstico da realidade e da observância das regras definidas pelos critérios de planeamento. É esse o desafio a que a presente Carta Escolar pretende responder.

“Em tempos de crise, educação e ciência são garantia de futuro pelo que é fundamental que a educação e formação sejam encaradas como garante do desenvolvimento das pessoas e dos países e, como tal, não devem deixar de ocupar o centro das políticas e constituir uma prioridade do investimento público” (CNE in “Parecer nº 2 de 2012, de 7 de março de 2012”).

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2 – Enquadramento do território

2.1 ‐ Caraterização geográfica Os Açores encontram‐se presentemente, divididos em 19 Municípios e 156 freguesias, que se repartem pelas nove ilhas que compõem o arquipélago. As ilhas revelam dimensões muito desiguais (Gráfico 1): São Miguel (744,58 km2), Pico (444,80 km2) e Terceira (400,27 km2), representam 68% da superfície total; São Jorge (243,65 km2), Faial (173,06 km2) e Flores (140,96 km2) têm uma dimensão intermédia; Santa Maria (97,1 km2), Graciosa (61,2 km2) e Corvo (17,11 km2) são as mais pequenas no cômputo regional. Atendendo aos critérios da UNESCO, que define «pequenas ilhas» como superfícies insulares com área inferior a 1000 km2, todas as parcelas açorianas se incluem nesta classificação.

Gráfico 1 ‐ Distribuição da superfície total do arquipélago dos Açores por Ilhas (%) Flores Corvo Santa Maria Faial 6% 1% 4% 7% São Miguel Pico 32% 19%

São Jorge 11% Graciosa Terceira 3% 17% Fonte: SREA

Os concelhos de Ponta Delgada, Ribeira Grande, Lagoa, Angra do Heroísmo, Vila Praia da Vitória e Horta constituem‐se como polos centralizadores da atividade económica e social e apresentam cariz mais urbano, sendo as suas sedes de concelho as únicas cidades dos Açores.

A ilha Terceira, localizada no setor nordeste do Grupo Central do Arquipélago dos Açores, apresenta uma forma elíptica; uma superfície de 400,27 km2, com o comprimento máximo este‐oeste de 29 km e norte‐sul de 18 km; e altitude máxima de 1021 metros. Esta ilha, à semelhança do arquipélago dos Açores, apresenta características geológicas, geomorfológicas e hidrogeológicas determinadas pela sua natureza vulcânica recente.

O estudo da morfologia assume‐se como fundamental no âmbito da Carta Educativa, assim como a análise do clima que apresenta‐se como uma variável natural ao ordenamento e ao planeamento do território, condicionando os usos do solo (urbano, agrícola, florestal e turístico‐recreativo), pelo seu papel ao nível do

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balanço hídrico do solo, da erosividade e do conforto bioclimático. A sua importância reflete‐se a diferentes níveis, nomeadamente na análise da distribuição e alteração dos elementos climáticos, como recurso, capacidade dispersante da atmosfera e sua direção dominante, fatores que assumem um papel relevante no contexto de uma Carta Educativa.

A paisagem é caracterizada, em traços gerais, por uma orografia onde a elevada altitude está associada ao acidentado do relevo e as áreas planas são pouco desenvolvidas. São de salientar algumas formas de relevo, nomeadamente o ilhéu das Cabras, a Ponta do Queimado, a Ponta de Santo António, a Ponta das Cinco, o , a Lagoa Negra, o Pico do Carneiro, a Caldeira do Guilherme Moniz e a Terra Brava. Os aparelhos vulcânicos da Ilha Terceira podem ser agrupados em quatro complexos principais, de oeste para este (Zbyszewski et al., 1971): Serra de Santa Bárbara; Serra do Morião; Maciço do Pico Alto e complexo desmantelado da Serra do Cume e da , separado pela Caldeira dos Cinco Picos. Cota Rodrigues (1993; 2002) considera a ilha Terceira alicerçada sobre três maciços estruturais: Maciço dos Cinco Picos; Maciço de Guilherme Moniz – Pico Alto e o Maciço de Santa Bárbara.

O clima do Arquipélago dos Açores é essencialmente ditado pela localização geográfica das ilhas no contexto da circulação global atmosférica e oceânica e pela influência da massa aquática da qual emergem.

A ilha Terceira encontra‐se enquadrada nas características gerais que definem o clima de todo o Grupo Central e, em geral, do Arquipélago. Com base nos valores normais do clima dos Açores retiram‐se as seguintes apreciações genéricas:

• Temperatura: junto ao litoral a temperatura média anual, em todo o arquipélago, ronda os 17,5 oC. Nas mesmas circunstâncias de localização, os valores médios mensais são sempre superiores a 10 oC. A temperatura varia regularmente ao longo do ano, sendo, em média, máxima em agosto e próxima dos 22,0 oC. As temperaturas médias mensais mais baixas ocorrem em fevereiro, situando‐se próximas dos 14,5 oC. Em altitude, a temperatura decresce de forma regular, até ser atingida a temperatura do ponto de orvalho a uma altitude que se situa, em média, próxima dos 400 metros. Por sua vez, a amplitude média anual da variação diurna é baixa, próxima dos 5 oC, tendo tendência a ser superior na costa norte das ilhas;

• Precipitação: a precipitação média anual, ao nível do mar, varia entre os 700 e os 900 mm. Os meses de setembro a março concentram 75% do total da precipitação anual. A este período do ano correspondem dois terços dos dias em que se observa precipitação. Sendo por norma abundante, a precipitação no arquipélago dos Açores caracteriza‐se por alguma irregularidade interanual, podendo a amplitude atingir valores significativos. Em altitude a precipitação aumenta de forma considerável. Os valores mais elevados de precipitação são registados no Inverno (dezembro, janeiro e fevereiro), sendo os meses verão os menos húmidos do ano (junho, julho e agosto);

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• Humidade: a humidade relativa do ar caracteriza‐se por ser elevada ao longo de todo o ano, apresentando valores médios mensais próximos dos 80%. São raros os dias em que se observam valores abaixo dos 50% e são mais de 60, os dias do ano em que a humidade relativa atinge, no litoral, valores superiores a 90%;

• Vento: ao longo ano o vento sopra de forma regular, moderado nos meses de verão, e de forma mais intensa nos meses de inverno. Durante todo o ano predominam ventos do quadrante oeste, no entanto, verifica‐se que os ventos dos quadrantes sul e sudoeste são dominantes no Grupo Central. O regime médio dos ventos junto ao litoral é, em larga medida, condicionado pela topografia. A sua velocidade média anual é da ordem dos 17 km/h. Nos meses de inverno a velocidade média aproxima‐se dos 20 km/h, enquanto que nos meses de verão o seu valor decresce para cerca dos 10 km/h. Soprando em rajadas, é raro o ano em que estas não atinjam velocidades próximas dos 100 km/h.

Em síntese, o clima é do tipo temperado com características oceânicas. Em comparação com outras regiões, situadas à mesma latitude, a temperatura é mais amena, com amplitude térmica atenuada, grande pluviosidade e elevado teor de humidade, vento persistente e reduzida insolação.

2.2 ‐ Caracterização Administrativa Os Açores constituem uma Região Autónoma da República Portuguesa, nos termos estabelecidos na Constituição da República de 1976, que se rege por um Estatuto Político‐Administrativo próprio. São órgãos de governo próprio, a Assembleia Legislativa Regional e o Governo Regional.

No contexto da União Europeia, os Açores são na, aceção do n.º 1 do artigo 355.º e do artigo 349.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, uma região ultraperiférica, conjuntamente com outros territórios insulares (Madeira, Canárias, Guadalupe, Martinica e Reunião) e dos enclaves das Guianas. As condicionantes físicas destas regiões prendem‐se com o isolamento geográfico, distância ao continente europeu, fragmentação territorial e escassez de recursos. O princípio da ultraperificidade, enquanto contingência do desenvolvimento económico e social, encontra‐se consagrado e definido no artigo 349.º daquele Tratado.

O concelho de Angra do Heroísmo ocupa cerca de 60% da área total da ilha Terceira, sendo constituído por 19 freguesias (Figura 1), cinco das quais ‐ Sé, Nossa Senhora da Conceição, São Pedro, São Bento e Santa Luzia ‐ compõem a sede do concelho, sendo as restantes catorze ‐ São Mateus, , Terra‐Chã, São Bartolomeu, , Santa Bárbara, , Serreta, Raminho, Altares, Ribeirinha, Feteira, e São Sebastião ‐ freguesias rurais.

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Figura 1 ‐ Carta administrativa do concelho de Angra do Heroísmo

Fonte: CMAH

As freguesias urbanas apresentam menor percentagem de distribuição da superfície total do concelho, sendo as freguesias do Porto Judeu, Altares, São Sebastião e São Bartolomeu, as que apresentam maior área, atingindo no seu cômputo 44% da distribuição da superfície total do concelho (Gráfico 2).

A estrutura do território do concelho é predominante rural, afetando 92,5% da sua área a freguesias rurais e, apenas 7,5% a freguesias pertencentes à sede do concelho.

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Gráfico 2 ‐ Distribuição da superfície do concelho de Angra do Heroísmo, por freguesia (%) 14,0% 12,2% 12,0% 11,0% 11,1% 10,3% 10,0% 9,4%

8,0% 6,9% 6,1% 6,0% 4,8% 4,7% 4,4% 4,4% 3,6% 4,0% 3,3% 2,6% 1,6% 2,0% 1,0% 1,3% 0,5% 0,8% 0,0%

Fonte: SREA

2.3 ‐ Caracterização Urbana Em relação ao desenvolvimento urbano, em contraste com o interior mais acidentado e diversificado ao nível morfológico, é ao longo do litoral, mais plano e com melhor clima, que se encontram localizados os principais aglomerados populacionais, assim como as sedes de freguesia, as atividades, serviços, rede de infraestruturas, acessibilidades e a rede geral de equipamentos. Os centros populacionais do concelho não ultrapassam os 300/400 metros de altitude.

O fator determinante para o povoamento da ilha Terceira foi, sem dúvida, o relevo que, atuando quer diretamente, pelo declive das vertentes, quer indiretamente, pelas relações com o clima, circunscreveu a área de ocupação humana à faixa periférica menos elevada que circunda a ilha. Para o interior o clima é agreste, pela intensidade do vento e da precipitação e pela baixa temperatura durante os meses de inverno, dificultando a continuidade de práticas agrícolas e a fixação de habitações.

As áreas mais altas, que são também as que apresentam maior declive, acima dos 700 metros de altitude, estão envoltas por frequentes nevoeiros e recebem intensas precipitações. Nessas zonas, a humidade satura a atmosfera durante quase todo o ano, criando condições ambientais difíceis, tanto para o Homem, como para os animais. Assim sendo, verifica‐se que os centros populacionais das freguesias se localizam em zonas próximas do litoral, unindo‐se pela estrada regional, existente em torno da ilha.

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As freguesias mais populosas concentram‐se no setor sul do concelho e as menos povoadas localizam‐se no setor oeste. A cidade de Angra do Heroísmo, sede de concelho, e a sua periferia imediata concentram em grande parte as atividades económicas, serviços, equipamentos e infraestruturas da ilha.

2.4 ‐ Análise socioeconómica Uma análise detalhada à estrutura de atividade económica do concelho evidencia uma progressiva diminuição do peso relativo do setor primário. Em contrapartida, o setor que regista maior peso na economia regional e do concelho tendo aumentado, inclusive, a sua capacidade de geração de riqueza, é o setor que engloba as atividades públicas e a oferta de bens públicos. A evolução recente do setor da produção agroflorestal, de acordo nomeadamente com o Recenseamento Agrícola (1989,1999 e 2009), apresenta os seguintes traços de caraterização global: • Progressiva diminuição da importância do setor primário em termos do valor acrescentado bruto (VAB); • Superfície agrícola, por exploração, muito reduzida e dispersa por um grande número de blocos com dimensão média normalmente limitada e, em alguns casos, de difícil acesso; • Diminuição do número de explorações agrícolas (de 1989 a 2009 passou de 2982 para 1708); • Mão‐de‐obra agrícola em decréscimo, com elevada dependência da mão‐de‐obra familiar (cerca de 80%), representando a população agrícola familiar 16,5% da população residente no concelho; • Diminuição do volume de trabalho da mão‐de‐obra agrícola (2698 para 1493 de 1989 a 2009); • Decréscimo de agregados domésticos dependentes exclusivamente da atividade da exploração (500 para 173 de 1989 a 2009); • Produtores agrícolas com baixo nível de formação; • Persistência da pequena dimensão das propriedades florestais com funções económicas.

Apesar das limitações ao nível da produção e comercialização, têm vindo a ganhar importância na estrutura produtiva da ilha e do concelho a aposta na diversificação agrícola. Esta diversificação é fruto do reconhecimento da necessidade de uma maior suficiência alimentar e da existência de potencialidades e condições competitivas para o desenvolvimento de produções alternativas à produção pecuária. Porém, algumas das limitações das estruturas de produção agrícola no concelho são agravadas pela insularidade do território e pelo acesso, particularmente, no que respeita ao abastecimento de fatores de produção e ao respetivo escoamento.

Em relação à pesca, esta constitui, historicamente, um dos pilares da economia açoriana e continua a exercer uma significativa influência em algumas das freguesias no concelho, nomeadamente nas de São Mateus da Calheta e Porto Judeu. De entre os principais problemas que afetam os setor piscatórios destacam‐se: 23

circuitos de comercialização enviesados, desde a venda em lota até ao consumidor final; fraca rentabilidade das empresas de pesca e baixo nível de formação profissional do setor, sobretudo a nível de conhecimentos e competências profissionais adaptados às exigências de gestão.

Por outro lado, a reduzida dimensão demográfica contribui para que as indústrias transformadoras apresentem um peso reduzido na economia da Região Autónoma dos Açores (RAA) e naturalmente na do concelho de Angra do Heroísmo. Sendo a agropecuária uma das principais fontes de rendimento do concelho, o leite fresco é a principal matéria‐prima usada pela indústria de transformação, que tem no queijo, na manteiga e no leite pasteurizado, os principais produtos de exportação daí derivados. A carne de bovino tem‐ se assumido também como uma mais‐valia no contexto da economia local, sendo exportada carne de elevada qualidade.

O turismo é uma atividade importante no concelho. A classificação da cidade de Angra do Heroísmo como Património Mundial pela UNESCO em 1983 contribui para o desenvolvimento desta atividade económica.

Refira‐se que a distância relativamente ao continente, por um lado, aliada à distância e dispersão entre as ilhas em si, gera a chamada «dupla insularidade», que se traduz em maiores encargos para a economia. Assim, pela natureza arquipelágica do território e pelo seu isolamento no Atlântico Norte, deverá ser potenciada uma coordenação eficaz entre transportes terrestres, aéreos e marítimos, nos segmentos do movimento de pessoas e cargas.

2.5 ‐ Património Natural Ao nível do património natural, o Parque Natural da ilha Terceira é uma estrutura de conservação da natureza que agrega as áreas protegidas situadas na ilha e no mar territorial a ela contíguo. Foi criado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 11/2011/A, de 20 de abril, sendo um dos nove parques naturais de ilha que integram a Rede de Áreas Protegidas dos Açores, dispositivo territorial de proteção da natureza e da biodiversidade do arquipélago dos Açores. O Parque Natural da Terceira ocupa uma área total de 95,778 km2, dos quais 88,351 km2 de área terrestre, ou seja 22,07% da superfície emersa da ilha, e 7,427 km2 de área marinha, incluindo no seu interior algumas das zonas melhor conservadas da vegetação autóctone açoriana.

O Parque Natural da Terceira é constituído por 20 áreas protegidas, distribuídas pelo território da ilha e pelo mar territorial adjacente, das quais 3 têm a categoria de «reserva natural» e 2 de «monumento natural»: • Reservas naturais ◦ Reserva Natural da Serra de Santa Bárbara e dos Mistérios Negros, incluindo no seu interior a Reserva Integral da Caldeira de Santa Bárbara; ◦ Reserva Natural do Biscoito da Ferraria e Pico Alto;

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◦ Reserva Natural da Terra Brava e Criação das Lagoas. ◦ Monumentos naturais ◦ Monumento Natural do Algar do Carvão; ◦ Monumento Natural das Furnas do Enxofre. • Áreas protegidas para gestão de habitats ou espécies ◦ Área Protegida da Ponta das Contendas; ◦ Área Protegida dos Ilhéus das Cabras; ◦ Área Protegida da Matela; ◦ Área Protegida do Biscoito da Fontinha; ◦ Área Protegida da Costa das Quatro Ribeiras; ◦ Área Protegida do Planalto Central e Costa Noroeste; ◦ Área Protegida do Pico do Boi. • Áreas de paisagem protegida ◦ Paisagem Protegida das Vinhas dos Biscoitos. • Áreas protegidas para gestão de recursos ◦ Área Protegida da Caldeira Guilherme Moniz. • Áreas marinhas protegidas para gestão de recursos ◦ Área Marinha Protegida das Quatro Ribeiras; ◦ Área Marinha Protegida da Costa das Contendas; ◦ Área Marinha Protegida dos Ilhéus das Cabras; ◦ Área Marinha Protegida das Cinco Ribeiras; ◦ Área Marinha Protegida da Baixa de Vila Nova; ◦ Área Marinha Protegida do Monte Brasil.

Os Açores situam‐se no percurso migratório de muitas aves, ganham importância como porto seguro de descanso, nidificação e reprodução. O mar dos Açores alberga diversas espécies de cetáceos, sendo os mais frequentes os cachalotes, baleias‐de‐bico e golfinhos. Estão registadas algumas espécies de tubarões, variando desde o pequeno tubarão‐anão até ao tubarão‐baleia. Podem encontrar‐se, também, o peixe‐ espada, o atum, o bonito, moreia e o chicharro.

A floresta laurissilva, relíquia do que resta de uma vegetação que remonta ao Terciário que desapareceu em quase todo o continente europeu devido às glaciações, encontra‐se em manchas isoladas em todas as ilhas, sendo a mais significativa a existente na Serra de Santa Bárbara.

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2.6 ‐ Património Cultural Devido ao seu crescente estatuto político e económico, Angra do Heroísmo tornou‐se oficialmente cidade em 1534, sendo nesse mesmo ano elevada a sede do Bispado dos Açores pelo Papa Paulo III. Este facto contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da centralidade de Angra e explica o carácter monumental do seu centro urbano e a quantidade e a qualidade da sua arquitetura religiosa.

Primeira cidade dos Açores, sede do corregedor das ilhas e alfândega principal, assumiu‐se progressivamente como verdadeira capital político‐administrativa do arquipélago. O engrandecimento de Angra permitiu, pela qualidade dos seus moradores e pelo afluxo de muitas e variadas gentes, costumes e culturas, que nela desde cedo se promovessem as principais atividades de cariz cultural dos Açores.

Notáveis foram as festas, com danças, cortejos, prémios aos poetas que «com poesias latinas, portuguesas e castelhanas, melhor louvassem aos Santos, ou com mais erudição descrevessem alguns dos passos principais da sua vida», como se lê na Relação Geral das Festas que fez a Religião da Companhia de Jesus na Província de Portugal, na canonização dos gloriosos Santos Inácio de Loiola, seu fundador, e S. Francisco Xavier, Apóstolo da Índia Oriental, no ano de 1622, atribuída ao padre Jorge Cabral.

Nessa época foi possível realizar durante vários dias uma variedade de acontecimentos festivos e culturais, protagonizados por estudantes, militares e uma multidão de figurantes em «chacotas, danças e folias» com a cidade iluminada com tochas e velas nas suas janelas, foguetes, rodas, e «uma grande árvore de fogo, com bombas e foguetes voadores». E, atestando a antiguidade da tradição, também touros no terreiro da praça e de corda pela cidade, «vários em número».

E nos séculos seguintes, sendo Angra centro importante de governação político‐administrativa e sede do bispado, não só em épocas marcantes mas também ao longo dos anos se realizaram eventos de cariz cultural em salões, particulares das suas casas nobres, e públicos.

A 17 de Abril de 1830, em plena Guerra Civil Portuguesa, saiu o primeiro jornal publicado em Angra, a Crónica da Terceira. E nos anos seguintes podem ler‐se nos jornais sucessivamente publicados nesta cidade ‐ A Crónica, Crónica dos Açores, O Liberal, o Observador, o Angrense, O Íris da Terceira, O Insulano e tantos outros (quase duzentos títulos).

As primeiras associações constituídas no concelho datam do século XIX e foram, na sua maioria, sociedades recreativas e filarmónicas, a mais antiga das quais, ainda em plena atividade, foi a Sociedade Filarmónica Recreio Serretense, fundada a 4 de dezembro de 1873. Mas fundaram‐se algumas outras que desempenharam um papel cultural importante na cidade, tais como: a Sociedade 22 de Junho de 1828, fundada em 1835, vocacionada para o teatro; um gabinete de leitura, no mesmo ano, que antecedeu a

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criação das bibliotecas municipais; em 1865, a Sociedade Promotora das Letras e das Artes e o Grémio Literário, no ano seguinte; em 1868, o Club Popular Angrense proporcionou aulas noturnas e abriu uma biblioteca uns anos depois; em 1874, foi inaugurada a biblioteca do Município e, em 1879, um museu terceirense. A cidade de Angra foi a primeira do arquipélago a assistir à projeção de cinema, em Agosto de 1898, no Teatro Angrense, atividade que se tornou regular a partir da Primeira Guerra Mundial.

Nas décadas de 1920 e 1930 constituíram‐se as principais associações atualmente em atividade, predominantemente desportivas. Mas a atividade musical e teatral, nas freguesias rurais, também se incrementou em torno da Ação Católica, nas décadas de 1930 e 1940. Também a partir destas décadas foram promovidas com regularidade, no liceu, conferências e festas de finalistas com atividade teatral.

As décadas de 1940 e 1950 ficaram marcadas pelo aparecimento de agremiações viradas para uma exclusiva atividade cultural: o Instituto Histórico da Ilha Terceira, fundado em 1942, promotor de conferências públicas e colóquios científicos, editor de Boletim anual e de grande número de obras com interesse histórico e etnográfico e impulsionador do processo de classificação de Angra (sua zona central) na lista do Património Mundial da UNESCO e o Instituto Açoriano de Cultura (fundado em maio de 1955, no Seminário Diocesano de Angra) que, tendo na sua génese um grupo de jovens professores do meio eclesiástico, quase todos formados em universidades estrangeiras, teve como objetivos «fomentar a cultura geral das classes mais responsáveis da sociedade açoriana», como escreveu Cunha de Oliveira.

O IAC publica a revista Atlântida e organizou dezenas de Semanas de Estudo, conferências, colóquios, exposições, inventários do acervo artístico e arquitetónico dos Açores. A Academia Musical da Ilha Terceira (AMIT), com o seu quinteto de cordas e o Coro Padre Tomaz de Borba, vocacionada para a divulgação da música, foi, nos seus primeiros anos, praticamente a única escola de iniciação musical de Angra, verdadeira precursora do Conservatório de Angra do Heroísmo. À AMIT, como promotora de concertos, se devem alguns dos maiores momentos musicais vividos na Terceira.

No Seminário Diocesano de Angra, surgiu também a Academia São Tomás de Aquino, constituída por alunos do referido seminário, com grande atividade no meio local: colóquios, teatro, grupo coral e tuna.

Nos finais da década de 1950 e na de 1960, a cidade de Angra, com o Rádio Clube de Angra, fundado nos anos de 1940, os dois jornais diários, A União e o Diário Insular, e um quinzenário ergoterápico, O Irresponsável é, seguramente, a cidade do arquipélago com vida cultural mais intensa e, até, mais rica.

É a época das páginas literárias «das Artes e das Letras», do poeta e jornalista João Afonso no Diário Insular, e do chamado movimento Gávea‐Glacial com a revista Gávea (Emanuel Félix e Rogério Silva) e a página Glacial em A União com Carlos Faria, Emanuel Félix e outros. São também dessa época as primeiras Semanas

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de Estudo dos Açores, promovidas pelo IAC, e que constituíram fator de enorme relevância na transformação da mentalidade conservadora dominante na época.

Nos finais da década de 1960, inícios da de1970, surgem em Angra o Círculo de Iniciação Teatral da Fanfarra Operária (com José Orlando Bretão, Emanuel Félix, Leopoldino Tavares, Zeca Berbereia, Rui Neves, Manuel Ilídio e tantos outros). Tratou‐se da primeira abordagem moderna nos Açores de «estudar teatro fazendo‐o e de fazer teatro estudando‐o».

Da mesma época é a Cooperativa Sextante (livreira e divulgação cultural) que, após ser encerrada pela polícia política (por atividades «subversivas»), se transformou na Galeria Degrau, com os mesmos sócios e objetivos: agir culturalmente sobre o meio terceirense e açoriano numa perspetiva de transformação da sociedade.

Notável, ainda, pelo seu pioneirismo a nível regional e, até, nacional, a ação desenvolvida no domínio da intervenção, pela cultura, em São Mateus da Calheta, onde um grupo de professores e militantes cívicos fez operar, com assinaláveis êxitos, o método Paulo Freire no ensino de pescadores daquela localidade e na sua formação humanista e cultural. Desta época são, ainda, os primeiros grupos etnográficos e de folclore criados no concelho.

Após 25 de Abril de 1974 e com o apoio do FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis) foram criados em quase todas as freguesias rurais da ilha Terceira «Grupos de Ação Cultural» predominantemente constituídos por jovens de ambos os sexos dando início a uma intensa atividade (grupos de teatro, salas de leitura e conjuntos musicais) nos meios não urbanos. Posteriormente criaram‐se vários grupos corais, filarmónicos e de teatro.

Em 1994, um grupo de artistas plásticos (José Nuno da Câmara Pereira, Renato Costa e Silva, José Guilherme Rocha e Silva, João Miguel Borba, José Orlando Bretão e António Azevedo) fundou a Associação Cultural Oficina de Angra, que desde a sua constituição agregou um número crescente de artistas e desenvolveu grande atividade com a promoção de workshops, cursos, exposições, colóquios e, sobretudo, com a recuperação da «Casa do Sal», onde hoje tem instalada a sua sede, atelier e galeria que é, sem qualquer dúvida, um dos espaços mais bonitos e adequados para esse fim na cidade de Angra.

Em termos de instituições culturais e produtores culturais Angra do Heroísmo, atualmente, tem nove grupos de folclore em atividade, quinze filarmónicas e aproximadamente, doze associações culturais com uma ação cultural continua, em diferentes áreas artísticas, como o Instituto Açoriano de Cultura, o Instituto Histórico da Ilha Terceira, o Alpendre, a Associação Angra Jazz, a Associação Cultural Burra de Milho, o COFIT.

Não se poderia falar em tradições culturais sem se referir as festas do Espírito Santo, de cariz religioso, com todo o simbolismo e significado que contêm, e que, a par das manifestações de fé têm todo um programa cultural, preenchido, principalmente, pela atuação de grupos musicais locais, em que não faltam os criativos

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e típicos improvisadores que cantam ao desafio, e que cada freguesia se empenha para que sejam ricas quer no aspeto religioso, quer no aspeto cultural.

Falar em manifestações culturais em Angra do Heroísmo é, também, falar nas Sanjoaninas, que têm lugar, anualmente, no mês de junho com um extenso programa de atividades culturais e desportivas, assim como do Carnaval. Todos os anos (na ilha Terceira e consequentemente no concelho de Angra) tem lugar, pelos 3 dias de Carnaval, um acontecimento hoje unanimemente reconhecido como o maior festival ou encontro de teatro popular que se faz no mundo da língua portuguesa: as Danças de Entrudo, que mobilizam milhares de participantes (atores, mestres, músicos) e que, cada ano, se apresentam através de dezenas de grupos percorrendo toda a ilha e dando, em cada freguesia, espetáculos de teatro (dança ou bailinho) com «vidas de santos», casos da história, factos do dia‐a‐dia, para rir ou para chorar ou, até, para dissecar a vida política.

De realçar ainda a tradição tauromáquica, manifestada pela paixão quer pelas touradas de praça, quer pelas típicas touradas à corda terceirenses, quer ainda pelas tradicionais esperas de gado. Angra do Heroísmo possui a única praça de touros com dimensões regulamentares dos Açores, onde anualmente tem lugar uma feira taurina de projeção internacional.

Em 2014 celebraram‐se os 480 anos da fundação da cidade de Angra e 30 anos da sua inscrição na Lista do Património Mundial, comemorando‐se o reconhecimento internacional de que centro histórico da cidade exibe e preserva um património arquitetónico e urbanístico de extraordinário valor universal. Do seu património arquitetónico salienta‐se o Palácio dos Capitães Generais e a Igreja e Colégio dos Jesuítas de Angra, bem como, o Convento de São Francisco, com a sua Igreja Nossa Senhora da Guia, que hoje alberga o Museu de Angra do Heroísmo, que no final do corrente ano contará com um polo de história militar localizado no antigo Hospital Militar da Boa Nova junto a Fortaleza de São João Baptista do Monte Brasil (a mais importante fortificação do arquipélago), a Igreja da Misericórdia, a Sé Catedral do Santíssimo Salvador e o Convento de São Gonçalo.

A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, com mais de meio milhão de diferentes títulos e cerca de dois milhões de manuscritos e o depósito legal dos Açores (onde é conservado um exemplar de qualquer publicação editada em Portugal), situa‐se no Palácio Bettencourt, uma antiga edificação solarenga de fins do século XVII e inícios do XVIII, no centro histórico da cidade.

Angra do Heroísmo caracteriza‐se por uma diversificada e intensa atividade cultural e recreativa. O Teatro Angrense é um dos expoentes máximos da cultura açoriana, que além de acolher os grupos locais de teatro amador é frequentemente palco de grandes espetáculos nacionais e internacionais, de vertentes artísticas distintas como a música, dança e teatro. Para além deste espaço cultural temos também o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, espaço multifuncional, onde ocorrem variadas manifestações culturais, desde exposições a grandes concertos, o cinema, o teatro, festivais, feiras, congressos e outros. 29

3 – Caracterização demográfica O concelho de Angra do Heroísmo assume‐se do ponto de vista demográfico como um dos com maior vitalidade dos Açores, apesar de apresentar um ligeiro decréscimo populacional (diminuição de 392 habitantes entre 2001 e 2011).

O concelho regista desde 2001 uma taxa de crescimento populacional negativa, em contraste com a ilha Terceira e a Região Autónoma dos Açores (Quadro 1, Gráficos 3 e 4), tendo contudo registado uma taxa de crescimento de 7,5% entre 1981 e 1991, período coincidente com o pós‐sismo de 1980 e com o consequente processo de reconstrução. Entre o último período intercensitário e o ano de 2013, observa‐se um decréscimo populacional de 373 habitantes, a que corresponde uma quebra de 1,05 pontos percentuais.

Quadro 1 ‐ População Residente e taxa de evolução (1981‐2013) Evolução Evolução Evolução Evolução Evolução 1981 1991 2001 2011 2012 2013 1981‐ 1991‐ 2001‐ 2011‐ 2012‐ 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 9384290 9375926 9869343 10030968 9976649 9918548 ‐0,09% 5,26% 1,64% ‐0,54% ‐0,58% Continental RA Açores 243410 237795 241763 246772 247549 247440 ‐2,31% 1,67% 2,07% 0,31% ‐0,04%

Ilha Terceira 53570 55706 55833 56437 56640 56641 3,99% 0,23% 1,08% 0,36% 0,00% Angra do 32808 35270 35581 35402 35189 35029 7,50% 0,88% ‐0,50% ‐0,60% ‐0,45% Heroísmo Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

Gráfico 3 ‐ Evolução da população residente (1981‐2013) 8,00%

6,00%

4,00%

% 2,00%

0,00% 1981‐1991 1991‐2001 2001‐2011 2011‐2012 2012‐2013

‐2,00%

‐4,00%

Portugal Continental RA Açores Ilha Terceira Angra do Heroísmo

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

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Gráfico 4 ‐ População Residente (1981‐2013)

10200000 250000 10000000 248000 246000 9800000 244000 242000 9600000 240000 9400000 238000 236000 9200000 234000 9000000 232000 1981 1991 2001 2011 2012 2013 1981 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal Continental RA Açores

36000 57000 35500 56500 35000 56000 34500 55500 34000 55000 33500 54500 33000 54000 32500 53500 32000

53000 31500 31000 52500 1981 1991 2001 2011 2012 2013 52000 1981 1991 2001 2011 2012 2013 Fonte: Instituto Nacional de EstatísticaIlha Terceira Angra do Heroísmo

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

3.1 ‐ Evolução e distribuição da população O concelho de Angra do Heroísmo, com 35402 habitantes (dados de 2011), apresenta‐se como o segundo concelho mais populoso dos Açores. A distribuição dos valores de população residente nas dezanove freguesias que integram o concelho de Angra do Heroísmo permite verificar que as freguesias mais populosas concentram‐se no setor sul do concelho, nas freguesias da cidade de Angra do Heroísmo, com exceção da Sé, e limítrofes: São Mateus, Terra Chã, Ribeirinha e Porto Judeu (Quadro 2). A zona menos povoada do concelho localiza‐se no setor oeste, abrangendo as freguesias do Raminho, Altares, Serreta e Doze Ribeiras.

As freguesias de Nossa Senhora da Conceição, Sé e Serreta são as que registam maior perda de população (superior a 10%) e as freguesias de São Bartolomeu de Regatos (26,4%), Feteira (18,7%) e São Mateus da Calheta (12,4%) as que apresentam maior taxa de crescimento populacional (Gráficos 5 e 6).

A análise por freguesia regista uma tendência de decréscimo de população residente na maioria das freguesias, sendo que não existem diferenças a assinalar entre as freguesias mais populosas e as restantes. Cerca de 39% da população concentra‐se nas freguesias de São Mateus da Calheta, Nossa Senhora da Conceição, São Pedro e Terra Chã. 31

Quadro 2 ‐ Comparação intercensitária por freguesia do concelho de Angra do Heroísmo Taxa de Crescimento Populacional 1981 1991 2001 2011 (2001‐2011) Altares 899 891 884 901 1,9% Angra (Nossa Senhora da Conceição) 4142 4754 4509 3717 ‐17,6% Angra (Santa Luzia) 2252 3182 3001 2755 ‐8,2% Angra (São Pedro) 4161 4034 3638 3460 ‐4,9% Angra (Sé) 1198 1276 1200 955 ‐20,4% Cinco Ribeiras 657 650 684 704 2,9% Doze Ribeiras 636 610 559 513 ‐8,2% Feteira 763 909 1044 1239 18,7% Porto Judeu 2310 2307 2425 2501 3,1% Posto Santo 841 884 967 1048 8,4% Raminho 663 601 550 565 2,7% Ribeirinha 2600 2596 2733 2684 ‐1,8% Santa Bárbara 1317 1333 1366 1274 ‐6,7% São Bartolomeu de Regatos 1476 1504 1569 1983 26,4% São Bento 1989 1866 1968 2000 1,6% São Mateus da Calheta 2929 2936 3343 3757 12,4% Serreta 452 421 374 335 ‐10,4% Terra Chã 1329 2512 2783 2915 4,7% Vila de São Sebastião 2194 2004 1984 2096 5,6% TOTAL 32808 35270 35581 35402 ‐0,5% Fonte: INE

Gráfico 5 ‐ Taxa de distribuição da população residente pelas freguesias do concelho de Angra do Heroísmo (2011)

12,0% 10,5% 10,6% 9,8% 10,0% 8,2% 7,8% 7,6% 8,0% 7,1%

5,6% 5,6% 5,9% 6,0%

3,5% 3,6% 4,0% 3,0% 2,5% 2,7% 2,0% 1,4% 1,6% 2,0% 0,9%

0,0%

Fonte: INE

32

Gráfico 6 ‐ Evolução da população residente, por freguesia (1981‐2011)

33

34

35

Fonte: INE

3.2 ‐ Densidade Populacional O concelho de Angra do Heroísmo, com um território de 237,52 km2 e 35.402 habitantes, apresenta uma densidade populacional de 149 hab./km2, superior à da média dos Açores que é de 106,4 hab./km2. As freguesias com maior densidade populacional correspondem às freguesias da cidade de Angra do Heroísmo, com exceção da freguesia da Sé (Quadro 3 e Figura 2), sendo as localizadas na zona oeste, as freguesias que apresentam menor densidade populacional (Raminho, Altares, Serreta e Doze Ribeiras). Quadro 3 ‐ Densidade populacional por freguesia (1981‐2011) 1981 1991 2001 2011 Área Pop. Dens. Pop. Dens. Pop. Dens. Pop. Dens.

(km2) Residente Pop. Residente Pop. Residente Pop. Residente Pop. Altares 26,04 899 34,5 891 34,2 884 33,9 901 34,6 Angra (Conceição) 2,47 4142 1676,9 4754 1924,7 4509 1825,5 3717 1504,9 Angra (Santa Luzia) 1,2 2252 1876,7 3182 2651,7 3001 2500,8 2755 2295,8 Angra (São Pedro) 3,85 4161 1080,8 4034 1047,8 3638 944,9 3460 898,7 Angra (Sé) 1,84 1198 651,1 1276 693,5 1200 652,2 955 519,0 Cinco Ribeiras 11,38 657 57,7 650 57,1 684 60,1 704 61,9 Doze Ribeiras 10,37 636 61,3 610 58,8 559 53,9 513 49,5 Feteira 3,08 763 247,7 909 295,1 1044 339,0 1239 402,3 Porto Judeu 28,9 2310 79,9 2307 79,8 2425 83,9 2501 86,5 Posto Santo 22,21 841 37,9 884 39,8 967 43,5 1048 47,2 Raminho 11,25 663 58,9 601 53,4 550 48,9 565 50,2 Ribeirinha 7,9 2600 329,1 2596 328,6 2733 345,9 2684 339,7 Santa Bárbara 16,43 1317 80,2 1333 81,1 1366 83,1 1274 77,5 São Bartolomeu de Regatos 26,44 1476 55,8 1504 56,9 1569 59,3 1983 75,0 São Bento 8,66 1989 229,7 1866 215,5 1968 227,3 2000 230,9 São Mateus da Calheta 6,29 2929 465,7 2936 466,8 3343 531,5 3757 597,3 Serreta 14,37 452 31,5 421 29,3 374 26,0 335 23,3 Terra Chã 10,48 1329 126,8 2512 239,7 2783 265,6 2915 278,1 Vila de São Sebastião 24,36 2194 90,1 2004 82,3 1984 81,4 2096 86,0 TOTAL 237,52 32808 138,1 35270 148,5 35581 149,8 35402 149,0 Fonte: INE 36

Figura 2 ‐ Densidade populacional por freguesia (2011)

Fonte: INE

3.3 ‐ Crescimento natural A evolução dos valores da natalidade entre 1981 e 2013 para o concelho de Angra do Heroísmo revela constantes decréscimos, traduzindo‐se numa diminuição de 251 nados vivos entre aqueles anos, a que corresponde uma redução de 43,65% (Quadro 4).

Entre o ano de 2011 e 2013, observa‐se um decréscimo de 41 nados vivos, a que corresponde uma diminuição de 11,23 pp na natalidade. Por outro lado, o número de óbitos regista uma certa estabilização, com valores que variam entre 365 em 1981 e 380 em 2013.

O facto de a natalidade apresentar, nos últimos anos, valores inferiores aos registados pela mortalidade, traduz‐se num crescimento natural negativo, a partir do ano de 2012 (Gráficos 7 a 11). Descontando o eventual efeito da migração, a perda populacional com maior significado ocorre no ano 2013, com um crescimento natural negativo de 56 indivíduos.

Estas duas variáveis do movimento demográfico, a manter a tendência revelada não asseguram a substituição de gerações no concelho de Angra do Heroísmo.

Quadro 4 ‐ Nados vivos e óbitos no concelho de Angra do Heroísmo (1981‐2013) 1981 1991 2001 2011 2012 2013 Nados Vivos 575 492 426 365 331 324 Óbitos 365 467 406 359 356 380 Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

37

Gráfico 7 ‐ Evolução do número de nados vivos e óbitos (1981‐2013)

800 700 600 500 400 300 200 100 0 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Nados Vivos Óbitos

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

Gráfico 8 ‐ Taxa bruta de natalidade (1991‐2013)

18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 11,7 10,9 9,2 8,5 7,9 Açores 16,2 13,2 11,1 10,1 9,5 Angra do Heroísmo 13,9 12,2 10,3 9,4 9,2

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

Gráfico 9 ‐ Taxa bruta de mortalidade (1991‐2013)

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 10,4 10,1 9,7 10,2 10,2 Açores 10,9 10,8 9,6 8,9 9,9 Angra do Heroísmo 11,9 11,4 10,2 10,1 10,8

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

38

Gráfico 10 ‐ Evolução das taxas de natalidade e mortalidade (1981‐2013) 15,00 14,00 13,00 ‰

12,00 11,00

Permilagem 10,00 9,00 8,00 1981 1991 2001 2011 2012 2013 Taxa de Natalidade 10,82 13,95 11,97 10,31 9,41 9,25 Taxa de Mortalidade 11,13 13,24 11,41 10,14 10,12 10,85

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

Gráfico 11 ‐ Saldo natural no concelho de Angra do Heroísmo (1981‐2013)

20 20 6

2001 2011 2012 2013 ‐ 20 ‐ 25 ‐ 40

‐ 60 ‐ 56

Fonte: Pordata

3.4 ‐ Taxa de fecundidade Num estudo que visava propor estratégias para aumentar a natalidade em Portugal, intitulado Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade (2015‐2035), consta um conjunto de medidas que vão desde a modelação fiscal de alguns impostos até medidas nos campos da educação, saúde e responsabilidade social das empresas. O relatório, elaborado tendo como base os dados do Inquérito à Fecundidade de 2013, divulgado pelo INE, revelou que se não existissem constrangimentos, os casais portugueses desejariam ter, em média, 2,31 filhos. Na realidade, este desejo traduz‐se numa descida do Índice Sintético de Fecundidade em 2013 para um novo mínimo: 1,21 filhos por cada mulher em idade fértil. A queda da taxa de fecundidade é consequência de vários fatores, tais como projetos de educação sexual, planeamento familiar, utilização de métodos contracetivos, maior participação da mulher no mercado de trabalho, custos financeiros, entre outros.

39

Para garantir a substituição de gerações, e a sustentabilidade do sistema da Segurança Social, seria necessário que cada mulher tivesse, em média, 2,1 filhos. Diz o relatório que, a manterem‐se estes números, em 2060 apenas existirão 6,3 milhões de portugueses (contra os atuais 10 milhões). “Esta situação impede a renovação das gerações e conduz a perdas drásticas da população, num horizonte de poucas décadas”, lê‐se no documento. As consequências são drásticas: nessa altura, o país passaria a ter apenas 110 ativos por cada 100 idosos, quando atualmente tem 340. O estudo, elaborado por uma comissão independente e coordenado pelo Professor Joaquim Azevedo, da Universidade Católica, defende que é mais importante remover os obstáculos que se colocam a quem quer ter filhos, do que premiar os nascimentos. Para travar este cenário conclui que “tem que haver uma política mais articulada e transversal para ajudar as pessoas a agirem de forma diferente em relação à natalidade”. Não faz sentido, exemplificou, “haver investimento em escolas, quando não há alunos. São necessárias medidas que visem incentivar o rejuvenescimento da população”. A taxa de fecundidade do concelho de Angra do Heroísmo, à semelhança dos Açores e da ilha Terceira, diminuiu entre 2001 e 2013 de 47,4‰ para 37,6‰ (Gráfico 12). A diminuição verificada na taxa de natalidade e na taxa de fecundidade contribuem, inequivocamente, para o aumento do índice de envelhecimento do concelho. Por outro lado, verifica‐se que o índice sintético de fecundidade nos Açores também registou uma quebra superior à de Portugal (Gráfico 13). Não existem dados relativos ao índice sintético de fecundidade do concelho de Angra do Heroísmo.

Gráfico 12 ‐ Taxa de fecundidade das mulheres nos Açores, Terceira e concelho de Angra do Heroísmo (2001‐2013)

60 50 ‰ 40 30 20 Permilagem 10 0 2001 2009 2010 2011 2012 2013 RAA 50,4 43,3 42,4 43,0 39,0 36,8 Ilha Terceira 47,4 38,4 37,5 41,6 35,4 35,9 Angra do Heroísmo 47,4 39,5 36,6 41,4 37,9 37,6

Fonte: Pordata

40

Gráfico 13 ‐ Índice sintético de fecundidade 1,6 1,5 1,4 1,34 1,4 1,29 1,27 1,21 1,2

1

0,8 Nº

0,6

0,4

0,2

0 2011 2012 2013

Continente RAA

Fonte: INE

3.5 ‐ Estrutura etária, envelhecimento e dependência A estrutura demográfica de um país é intrínseca às características económicas e sociais do mesmo, refletindo, no caso dos Açores, a denominada «transição demográfica». Regra geral, um país em desenvolvimento apresenta uma população predominantemente jovem, por outro lado, um país desenvolvido apresenta uma população mais madura. Os Açores, como região considerada desenvolvida, não é exceção a esta regra. Atualmente, a pirâmide etária açoriana apresenta uma estrutura mais envelhecida do que há 10 anos, sendo que a tendência de envelhecimento populacional resulta, entre outros fatores, de uma baixa taxa de natalidade e do aumento da esperança média de vida. Estes fenómenos são frequentes em países desenvolvidos.

A tendência de diminuição da taxa de natalidade em Portugal é preocupante, uma vez que, segundo o relatório “Estatísticas Demográficas” do INE, já se prolonga desde meados da década de 60 do século XX, mais concretamente desde 1962, ano em que se registaram cerca de 220,2 mil nascimentos. A partir desse ano iniciou‐se o declínio daquele número: em contraste com aquele número, no ano de 2012 registaram‐se apenas cerca de 89,8 mil nascimentos, o valor mais baixo desde 1900. Descontando os eventuais efeitos migratórios, perante a manutenção de níveis tão baixos de natalidade é expectável uma redução significativa da população em idade ativa no futuro imediato, o que terá efeitos negativos na economia e nas receitas fiscais que permitam financiar o Estado e os regimes de pensões.

As pirâmides etárias traduzem não apenas a imagem da população num dado momento, mas permitem uma leitura da perspetiva histórica dos acontecimentos que marcam a população representada ao longo de décadas de vida das gerações mais antigas. Considera‐se, para efeitos de análise, as pirâmides etárias

41

relativas a 2001 e 2011 para Portugal Continental, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo, centrando a atenção nos respetivos perfis populacionais.

A primeira conclusão a retirar da análise dos valores da população por escalão etário é a crescente diminuição das classes mais jovens, prosseguida pelo aumento das classes mais idosas, o que espelha, de modo bastante claro, a crescente tendência para o envelhecimento da população.

No período de 2001 a 2011 (Quadro 5), no concelho de Angra do Heroísmo a população adulta (25‐64 anos) e a idosa (mais de 65 anos) registam um aumento de 5,5% e 0,4 %, respetivamente. Por outro lado, a população jovem (0‐14 anos) e a população jovem‐adulta (15‐24 anos) revelam respetivamente, um decréscimo de 3,4% e 2,5%.

O peso da população idosa mantém um perfil ascendente, em consequência das tendências de diminuição da fecundidade e de aumento da longevidade. Este facto traduz a tendência de envelhecimento que caracteriza a generalidade das sociedades dos países desenvolvidos.

O concelho de Angra Heroísmo apresenta uma taxa de população jovem (0 ‐ 14 anos) e jovem‐adulta (15‐24 anos) inferior à Região Autónoma dos Açores. Em contrapartida, a população adulta (25 ‐ 64 anos) e idosa (mais de 65 anos) é superior à verificada na Região Autónoma (Gráficos 14 e 15). Quadro 5 ‐ Evolução dos grupos etários, em percentagem do total da População (2001‐2011) Grupos Portugal Continental Açores Ilha Terceira Angra do Heroísmo Etários 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 0‐14 15,8 14,8 21,4 17,9 19,7 16,2 19,8 16,4 15‐24 14,2 10,7 17,0 14,1 16,0 13,5 15,8 13,3 25‐64 53,5 55,2 48,6 54,9 50,5 55,9 50,2 55,7 65 ou + 16,5 19,3 13,0 13,1 13,8 14,3 14,3 14,7 Fonte: INE

Gráfico 14 ‐ Evolução percentual da população jovem (0‐14 anos) (1991‐2013)

30,0

25,0

20,0

% 15,0

10,0

5,0

0,0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal Continental 19,7 15,8 14,8 14,7 14,5 RA Açores 26,4 21,4 17,9 17,6 17,2 Angra do Heroísmo 24,0 19,8 16,4 16,2 16,0

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

42

Gráfico 15 ‐ Evolução percentual da população idosa (>65 anos) (1991‐2013)

25,0

20,0

15,0 % 10,0

5,0

0,0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 13,7 16,5 19,3 19,7 20,2 RA Açores 12,5 13,0 13,1 13,0 13,0 Angra do Heroísmo 13,4 14,3 14,7 14,8 15,0

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

Como expectável, os resultados da estrutura etária para o concelho de Angra do Heroísmo revelam, para o último período intercensitário, uma evolução demográfica no sentido do envelhecimento da população. Esta evolução representa, entre 2001 e 2011, por um lado, uma perda de 3,4% de população jovem, e, por outro, um acréscimo de 0,4% da população com 65 e mais anos. Em relação à população ativa, o grupo etário mais jovem (15 a 24 anos) sofreu um decréscimo de 2,5% e o restante (25 a 64 anos) registou um aumento de 5,5%.

A pirâmide etária do concelho de Angra do Heroísmo para o ano de 2011 reflete, comparativamente ao ano de 2001, um envelhecimento da população, que se traduz por um estreitamento da base e alargamento do topo da pirâmide (Gráfico 16).

Ao decréscimo da população pertencente às classes etárias jovens e jovens‐adultas (até aos 24 anos) corresponde, naturalmente, um aumento da população adulta (dos 25 aos 64 anos) e idosa (com 65 e mais anos). O número de indivíduos total e por sexo nestes escalões etários é inferior em 2011, em relação a 2001, não havendo diferenças significativas por sexo.

Os grupos etários correspondentes à população em idade escolar apresentam uma tendência de diminuição acentuada. Esta dinâmica de evolução demográfica repercute‐se inevitavelmente no sector da educação e ensino do concelho, com um decrescimento da procura educativa do concelho, isto é, uma redução gradual do número de alunos.

De referir o facto da pirâmide etária relativa ao ano de 2001 apresentar um perfil populacional caracterizada por uma estrutura não tão envelhecida, mas já não jovem. Um último aspeto a sublinhar é o facto do número de idosos ser superior no sexo feminino.

43

Gráfico 16 ‐ Pirâmides etárias (2001‐2011)

Portugal Continental

85 e + 80‐84 75‐79 70‐74 65‐69 60‐64 55‐59 50‐54 45‐49 40‐44 35‐39 30‐34 25‐29 20‐24 15‐19 10‐14 5‐9 0‐4 ‐500000 ‐400000 ‐300000 ‐200000 ‐100000 0 100000 200000 300000 400000 500000

Homens 2001 Homens 2011 Mulheres 2001 Mulheres 2011

Fonte: INE

Açores

85 e + 80‐84 75‐79 70‐74 65‐69 60‐64 55‐59 50‐54 45‐49 40‐44 35‐39 30‐34 25‐29 20‐24 15‐19 10‐14 5‐9 0‐4

‐15 000 ‐10 000 ‐5 000 0 5 000 10 000 15 000

Homens 2001 Homens 2011 Mulheres 2001 Mulheres 2011

Fonte: INE

44

Terceira

85 e + 80‐84 75‐79 70‐74 65‐69 60‐64 55‐59 50‐54 45‐49 40‐44 35‐39 30‐34 25‐29 20‐24 15‐19 10‐14 5‐9 0‐4

‐3 000 ‐2 500 ‐2 000 ‐1 500 ‐1 000 ‐500 0 500 1 000 1 500 2 000 2 500

Homens 2001 Homens 2011 Mulheres 2001 Mulheres 2011

Fonte: INE

Concelho de Angra do Heroísmo

85 e + 80‐84 75‐79 70‐74 65‐69 60‐64 55‐59 50‐54 45‐49 40‐44 35‐39 30‐34 25‐29 20‐24 15‐19 10‐14 5‐9 0‐4

‐2 000 ‐1 500 ‐1 000 ‐500 0 500 1 000 1 500 2 000

Homens 2001 Homens 2011 Mulheres 2001 Mulheres 2011

Fonte: INE

45

Os valores referentes à população por escalão etário nas freguesias do concelho Angra do Heroísmo revelam, como seria de esperar, uma crescente diminuição das classes mais jovens, prosseguida pelo aumento das classes mais idosas, o que espelha, de modo claro, a tendência para o envelhecimento da população.

Procedendo‐se à análise pormenorizada dos grupos etários (Quadro 6 e Gráfico 17), constata‐se que em oito freguesias (Conceição, Santa Luzia, São Pedro, Sé, Doze Ribeiras, Raminho, Santa Bárbara e Serreta), que no seu cômputo representam 38,34% da população residente do concelho, a população jovem (0‐14 anos) é inferior à população idosa (mais de 65 anos). A freguesia da Sé é a que apresenta maior diferença percentual entre a população jovem (9,5%) e a população idosa (26,4%).

A observação das pirâmides etárias das freguesias do concelho de Angra do Heroísmo para o ano de 2011, não permite estabelecer uma estrutura que diferencie as freguesias urbanas das rurais (Gráfico 18).

Quadro 6 ‐ População residente, por grupo etário, na Terceira e no concelho de Angra do Heroísmo (2011) Grupos Etários Jovens Idosos Zona Geográfica 25‐64 15‐64 65 ou mais Total 0‐14 Anos 15‐24 Anos (%) (%) Anos Anos anos Ilha Terceira 9 167 7603 31575 39178 8 092 56 437 16,2 14,3 Angra do Heroísmo 5 793 4693 19705 24398 5 211 35 402 16,4 14,7 Altares 153 130 496 626 122 901 17,0 13,5 Angra (Conceição) 450 484 2047 2531 736 3 717 12,1 19,8 Angra (Santa Luzia) 310 334 1525 1859 586 2 755 11,3 21,3 Angra (São Pedro) 498 442 1911 2353 609 3 460 14,4 17,6 Angra (Sé) 91 109 503 612 252 955 9,5 26,4 Cinco Ribeiras 119 110 377 487 98 704 16,9 13,9 Doze Ribeiras 74 49 289 338 101 513 14,4 19,7 Feteira 224 152 727 879 136 1 239 18,1 11,0 Porto Judeu 441 353 1405 1758 302 2 501 17,6 12,1 Posto Santo 195 162 578 740 113 1 048 18,6 10,8 Raminho 92 60 291 351 122 565 16,3 21,6 Ribeirinha 464 327 1543 1870 350 2 684 17,3 13,0 Santa Bárbara 205 157 679 836 233 1 274 16,1 18,3 São Bartolomeu de Regatos 386 269 1118 1387 210 1 983 19,5 10,6 São Bento 277 294 1162 1456 267 2 000 13,9 13,4 São Mateus da Calheta 785 538 2085 2623 349 3 757 20,9 9,3 Serreta 54 34 182 216 65 335 16,1 19,4 Terra Chã 595 453 1625 2078 242 2 915 20,4 8,3 Vila de São Sebastião 380 236 1162 1398 318 2 096 18,1 15,2 Fonte: INE

46

Gráfico 17 ‐ População jovem e idosa residente (%) (2011)

30%

25%

20%

15%

10% Jovens %

5% Idosos % AH Média Jovens 0% AH Média Idosos Chã (Sé)

Santo Luzia) Judeu Bento

Pedro) Feteira Altares

Serreta Calheta Bárbara Ribeiras Ribeiras Regatos

Raminho Sebastião Terra São Ribeirinha

Angra da de

(São

(Conceição) Posto Porto

(Santa

Doze São Santa Cinco

de

Angra Angra Mateus Angra

Vila São Bartolomeu

São Fonte: INE

Gráfico 18 ‐ Pirâmides etárias das freguesias (2011)

47

48

Fonte: INE

49

3.6 ‐ Índice de envelhecimento e de dependência de idosos O índice de envelhecimento do concelho de Angra do Heroísmo, no período de 1991 a 2013, registou um acréscimo de 36,2% (Gráfico 19), o que significa que para cada 100 jovens existiam, em 1991, 57 idosos e em 2013 esse valor passou para 93 idosos. O referido índice para a população dos Açores registou um acréscimo 27,2% no período referenciado.

Gráfico 19 ‐ Índice de envelhecimento (%), em Portugal, Açores e Angra do Heroísmo (1991‐2013)

140,0 120,0 100,0 80,0 % 60,0 40,0 20,0 0,0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 72,1 102,2 127,8 131,1 136,0 Açores 48,8 60,5 72,3 74,1 76,0 Angra do Heroísmo 57,0 73,3 90,0 91,2 93,2

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

De igual modo, se verifica um aumento, ainda que ligeiro, no índice de dependência de idosos que teve um acréscimo de 0,2%, passando de 21,4%, em 1991 para 21,6% em 2013. Também neste indicador o concelho de Angra do Heroísmo apresenta um índice superior ao registado na Região Autónoma dos Açores, que assinalou uma descida de 1,7% (Gráfico 20).

Gráfico 20 ‐ Índice de Dependência de Idosos (%) (1991‐2013)

35 30 25 20 % 15 10 5 0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 20,9 24,6 28,8 29,4 30,3 Açores 20,4 19,7 18,7 18,7 18,7 Anga do Heroísmo 21,4 21,8 21,2 21,4 21,6

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

50

3.7 ‐ Índice de Dependência de Jovens e de Dependência Total O Índice de Dependência de Jovens do concelho de Angra do Heroísmo passou de 37,6% em 1991 para 23,2% em 2013 (Gráfico 21). Isto significa que para cada 100 jovens menores de 15 anos existiam 37 e 23 idosos em 1991 e 2013, respetivamente. Está‐se perante um valor inferior a 100, o significa que há menos jovens do que pessoas em idade ativa e que esta diferença está a crescer.

Este índice (23,2%) é inferior ao da Região Autónoma dos Açores (24,6%) e superior ao de Portugal (22,3%). O concelho de Angra do Heroísmo apresenta uma taxa variação inferior à da Região Autónoma dos Açores.

Gráfico 21 ‐ Índice de dependência de jovens (%) (1991‐2013)

45 40 35 30 25 % 20 15 10 5 0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 29 24 22,6 22,5 22,3 Açores 41,9 32,5 25,9 25,2 24,6 Anga do Heroísmo 37,6 29,8 23,9 23,5 23,2

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

Os resultados do Índice de Dependência Total ajudam a refletir sobre a necessidade de definir políticas ativas no que diz respeito à população. Para o concelho de Angra do Heroísmo ocorreu um decréscimo, entre 1991 e 2013, de 59% para 44,9%, o que significa que se verificou uma diminuição da importância dos não ativos para os ativos (Gráfico 22). Quer isto dizer que, para cada 100 indivíduos potencialmente ativos existiam 59 não ativos em 2001 e 45 em 2013. Este facto, associado à circunstância da não substituição de gerações condicionará as políticas sociais no futuro próximo.

O esforço total da população ativa concelhia, no suposto auxílio que esta presta a pessoas jovens e idosas, é medido através do Índice de Dependência Total tendo, entre 1991 e 2013, passado de 59% para 45%. Esta redução deve‐se à diminuição da dependência de jovens.

Em síntese, a população do concelho de Angra do Heroísmo tem envelhecido, acompanhando aliás a tendência de quase todos os concelhos dos Açores. Este facto, resultado do fenómeno da transição demográfica, parece estar relacionado não só com a mudança de mentalidades, o que se reflete na diminuição do número de filhos por casal, mas também pela procura de melhores condições de vida por parte da população ativa jovem e em idade de procriar.

51

Gráfico 22 ‐ Índice de dependência total (%) (1991‐2013)

70,0

60,0

50,0

40,0 % 30,0

20,0

10,0

0,0 1991 2001 2011 2012 2013 Portugal 50,0 48,6 51,4 51,9 52,5 Açores 62,3 52,2 44,6 43,9 43,3 Angra do Heroísmo 59,0 51,1 45,1 45,0 44,9

Fonte: INE. Os dados referentes a 2012 e 2013 foram obtidos através das Estimativas Anuais da População Residente

3.8 ‐ Dimensão das Famílias A tendência demográfica registada nas últimas décadas (aumento da esperança de vida, queda da fecundidade, adiamento da parentalidade, aumento das uniões de facto e do divórcio) implica um processo de mudança progressivo e persistente em direção a novas formas de viver em casal e em família. Como principais linhas de transformação é possível identificar:

• Um padrão de vida doméstica assente, generalizadamente, em famílias de menor dimensão, devido ao menor número de filhos, que raramente ultrapassa os dois;

• O decréscimo das famílias alargadas;

• O aumento das famílias unipessoais;

• O reforço da privacidade da vida conjugal, vivendo os casais (com ou sem filhos) cada vez menos em co‐residência com outros familiares;

• Um crescimento da autonomia residencial dos indivíduos, com mais pessoas vivendo sós, em todas as idades e em diferentes fases da vida (solteiros, separados, divorciados e viúvos);

• Uma diversidade mais acentuada das formas de viver em família, quer em relação à conjugalidade (casamento “de direito” e “de facto”, casamento religioso ou civil), quer em relação à parentalidade (aumento das famílias monoparentais e recompostas).

52

Quadro 7 ‐ Dimensão das famílias (2001‐2011) Famílias clássicas segundo a dimensão Nº de famílias clássicas (2011) residentes Com 5 ou Com 1 Com 2 Com 3 Com 4 2001 2011 mais RAA 71846 81715 14006 20871 19231 16295 11312

Angra do Heroísmo 10957 12195 2254 3346 2847 2392 1356 Fonte: SREA

De acordo com os Censos de 2011, registou‐se, entre 2001 e 2011, um aumento de famílias clássicas no concelho de Angra do Heroísmo (11,3%) e nos Açores (13,7%). A família nos Açores, assim como na maioria dos países ocidentais, tende a ver reduzida a sua dimensão. Esta situação pode ser confirmada através da dimensão média da família, ou seja, da relação entre o número de pessoas nas famílias e o total das famílias clássicas existentes, bem como pela sua composição, isto é, através da distribuição pelo número de pessoas que a compõe.

Ao observar a composição das famílias clássicas, segundo o número de pessoas, verifica‐se que no concelho de Angra do Heroísmo e nos Açores, as famílias com duas pessoas são as mais representativas, seguidas das constituídas por três pessoas.

Em 2011, do total de famílias clássicas residentes no concelho, 18,5% dizem respeito a famílias com uma pessoa, 27,5% a famílias com duas pessoas, 23,3% a famílias com três pessoas, 19,6% a famílias com quatro pessoas e 11,1% a famílias com cinco ou mais pessoas.

3.9 ‐ Nível de escolaridade da população residente A população residente do concelho de Angra do Heroísmo apresenta um baixo nível escolaridade (Gráfico 23). Em 2011, mais de 42,3% da população não vai para além o 1º ciclo do Ensino Básico e 55% da população não possui o 3º ciclo do Ensino Básico completo. A taxa de analfabetismo é de 4,32% e apenas 12,8% dos residentes apresenta como habilitação académica o ensino superior.

Da análise dos dados infere‐se que não existe uma correlação entre o nível de escolaridade e o que diferencia as freguesias do concelho, com exceção do ensino superior, cuja taxa apresenta valores mais elevados nas freguesias urbanas (Quadro 8 e Gráfico 24).

Realça‐se ainda no período que decorre de 2001 a 2011 uma descida de 6,9%, na população com 15 e mais anos, sem nível de escolaridade (Gráfico 25), um acréscimo, no mesmo grupo populacional, de 2,3% com ensino secundário (Gráfico 26) e 5,3% com o ensino superior (Gráfico 27), no período de 2001 a 2011. Estes valores são, em boa medida, um resultado da evolução positiva verificada na década 2001‐2011, onde a 53

população sem qualquer qualificação diminuiu cerca de 42% e a população qualificada com o ensino superior quase duplicou. Gráfico 23 ‐ População residente, por nível de escolaridade (%) (2011)

35,0

30,0

25,0

20,0 % 15,0

10,0

5,0

0,0 Nenhum Ed. Pré‐ 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundári Pós Superior nível de Escolar o Secundári escolarida o de Angra do Heroísmo 6,2 2,8 33,3 12,7 16,4 14,9 0,9 12,8

Fonte: INE Quadro 8 ‐ População residente (%) segundo o nível de escolaridade (2011)

População residente segundo o nível de escolaridade atingido (%) Analfabetis Taxa Ensino básico

Zona Geográfica Nenhum Educação de Pós nível Pré‐ 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Superior Secundário escolaridade Escolar Angra do Heroísmo 6,2 2,8 33,3 12,7 16,4 14,9 0,9 12,8 4,32 Altares 5,3 3,4 39,1 15,0 17,3 13,0 0,7 6,2 5,46 Angra (Conceição) 5,2 2,3 32,6 10,8 16,5 15,1 1,1 16,3 4,03 Angra (Santa Luzia) 7,8 1,9 30,3 9,5 17,1 15,6 1,1 16,7 6,97 Angra (São Pedro) 4,5 2,8 21,9 8,0 17,1 17,1 1,2 27,6 1,68 Angra (Sé) 4,2 1,6 26,7 7,3 15,0 18,1 1,2 26,0 2,00 Cinco Ribeiras 4,7 2,6 39,1 13,4 16,6 15,5 1,3 7,0 3,67 Doze Ribeiras 2,3 2,3 47,4 16,8 13,8 13,3 0,0 4,1 6,79 Feteira 6,6 3,3 30,5 11,6 16,0 16,8 0,9 14,3 3,01 Porto Judeu 6,0 3,3 36,7 16,8 15,5 14,4 1,3 5,9 3,29 Posto Santo 5,2 3,1 31,9 15,6 15,8 18,3 0,9 9,3 3,43 Raminho 7,1 2,8 44,1 15,6 10,4 13,5 0,0 6,5 4,39 Ribeirinha 7,7 2,8 39,8 13,3 14,9 12,5 0,8 8,3 6,88 Santa Bárbara 6,7 1,6 42,5 16,5 14,8 12,9 0,5 4,5 5,15 São Bartolomeu 6,4 3,5 33,8 12,9 16,7 15,0 1,2 10,4 2,61 São Bento 4,7 2,3 31,1 12,7 16,9 16,8 1,2 14,5 3,56 São Mateus da Calheta 8,5 2,9 32,2 14,5 16,7 13,9 0,7 10,7 5,97 Serreta 7,5 2,4 47,5 12,8 11,6 14,0 0,6 3,6 6,06 Terra Chã 5,3 3,8 30,9 12,6 19,6 14,7 0,9 12,1 3,58 Vila de São Sebastião 7,4 3,1 39,2 15,5 15,6 12,4 0,6 6,2 4,67 Fonte: INE

54

Gráfico 24 ‐ População residente (%) por nível de escolaridade (2011)

55

56

Fonte: INE

Gráfico 25 ‐ População residente (%), de 15 e mais anos, sem nível de escolaridade, no concelho de Angra do Heroísmo (1960‐2011) 70 62,7

60

50 38,5 40 % 30

20 16,4 9,5 10

0 1960 1981 2001 2011

Fonte: Pordata

57

Gráfico 26 ‐ População residente (%), de 15 e mais anos, com ensino secundário, no concelho de Angra do Heroísmo (1960‐2011)

14 12,7

12 10,3 10

8 % 6

4 3,2 2,6

2

0 1960 1981 2001 2011

Fonte: Pordata

Gráfico 27 ‐ População residente (%), de 15 e mais anos, com ensino superior, no concelho de Angra do Heroísmo(1960‐2011)

14 11,9 12

10

8 6,6 % 6

4

1,5 2 0,4 0 1960 1981 2001 2011

Fonte: Pordata

58

4 – Caracterização socioeconómica A caracterização da população deve, entre outros fatores, considerar a estrutura segundo as atividades económicas e, de uma forma geral, os aspetos que permitam entender os principais elementos da dinâmica económica, mesmo tendo em atenção que serão apresentados apenas dados para o concelho de Angra do Heroísmo.

Em relação à população residente, como já foi referido, o concelho de Angra do Heroísmo, desde 2001, tem registado uma taxa de crescimento populacional negativa. Entre o último período intercensitário e o ano de 2013, observa‐se um decréscimo populacional de 373 habitantes, a que corresponde uma quebra de 1,05 pontos percentuais (pp). Nos Açores, no mesmo período, registou‐se um acréscimo de populacional de 2,07% (Quadro 1).

4.1 ‐ População Ativa e Empregada Em termos de taxa de atividade, em 2011 o concelho de Angra do Heroísmo, com 47,7%, apresenta valores superiores aos dos Açores (46,6%), embora ambos registem idêntica taxa de crescimento, cerca de 4%, entre 2001 e 2011. Por outro lado, na última década, o número dos ativos empregados registou um aumento de 10,6%, inferior, contudo ao acréscimo registado nos Açores (13,2%). A relação entre o número de empregados e a população residente ativa no concelho de Angra do Heroísmo registou um decréscimo de 4,3% na última década (Quadro 9).

Se em relação à taxa de atividade, o comportamento do concelho segue de perto o comportamento dos Açores, no que diz respeito à taxa de desemprego, o concelho de Angra do Heroísmo apresenta em 2001 um valor inferior (5%) ao registado nos Açores (6,7%), e, em 2011, mantém a mesma tendência, isto é, 9,3% contra 11,1%. Destaca‐se a subida da taxa de desemprego no concelho e nos Açores na última década (Gráficos 28 e 29).

Quadro 9 ‐ Indicadores síntese de dinâmica populacional e emprego, em 2001 e 2011 Variação População População Ativa População Taxa de Taxa de Taxa de Populacional Residente Total Empregada Atividade % desemprego % emprego % % 2001 2011 2001‐2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011

RAA 241763 246772 2,07% 101488 114920 94728 102127 42,0 46,6 6,7 11,1 49,9 50,4

Angra do 35581 35402 ‐0,50% 15261 16882 14502 15311 42,9 47,7 5 9,3 50,8 51,7 Heroísmo Fonte: SREA

59

Gráfico 28 ‐ Taxas de atividade e de desemprego (2001‐2011) 60,0

50,0

40,0

% 30,0

20,0

10,0

0,0 2001 2011 2001 2011 Taxa de Atividade Taxa de Desemprego RA Açores 42,0 46,6 2,3 11,3 Angra do Heroísmo 42,9 47,7 5,0 9,3

Fonte: INE

Gráfico 29 – População ativa, no concelho de Angra do Heroísmo (1960‐2011)

18000

16000

14000

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0

1960 1981 2001 2011

Fonte: INE Em relação ao concelho de Angra do Heroísmo, observa‐se, com base nos dados de desemprego disponibilizados pela Agência para a Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo (Gráfico 30), que o número de desempregados aumentou 142,6%, no período de agosto de 2010 e julho de 2014. O desemprego no concelho afeta, maioritariamente, a faixa etária dos 35 aos 54 anos, tendo aumentado de forma significativa o número de desempregados com idade igual ou superior aos 55 anos (Gráfico 31).

60

De acordo com dos dados de julho de 2014, verifica‐se que os desempregados à procura de novo emprego (1537) e de curta duração (1117) superam significativamente os desempregados que procuram o primeiro emprego (190) e os de longa duração (610). Os dados revelam ainda que no segundo semestre de 2014 a percentagem de desempregados à procura de novo emprego aproximava‐se dos 89% (Gráfico 32).

No que respeita aos níveis de escolaridade, e considerando a população ativa dos 15 aos 64 anos, regista‐se que todos os segmentos evoluíram desfavoravelmente, tendo o número de desempregados com o ensino secundário e superior aumentado mais pontos percentuais do que os restantes. Deste facto resultou, inclusivamente, uma diminuição no peso relativo dos desempregados com o nível de escolaridade inferior ao 3º ciclo do ensino básico.

O número de desempregados com o ensino secundário aumentou 250 pontos percentuais, entre agosto 2010 e julho de 2014, e os do ensino superior de 353 pontos percentuais. O segmento dos desempregados com um nível de escolaridade inferior ao terceiro ciclo do ensino básico, registou um acréscimo de 202,4 pontos percentuais e os com nível até ao 3º ciclo do ensino básico um aumento de 245 pontos percentuais. Em relação a agosto 2010 foram os desempregados com ensino superior os que apresentaram maior acréscimo na respetiva taxa de desemprego, seguidos dos desempregados com ensino secundário (Gráfico 33). Ou seja, uma coisa é o aumento da escolaridade da população empregada, e outra bem diferente, é a ocupação por essa população com maior escolaridade de empregos qualificados.

Apesar dos programas criados para o incremento de emprego, a taxa de desemprego representa uma realidade preocupante, constituindo assim um problema económico, político e social para a Região Autónoma dos Açores de maneira geral e para o concelho de Angra do Heroísmo em particular.

De acordo com a informação disponibilizada pela Direção Regional de Solidariedade Social (DRSS), em Dezembro de 2014, o número de beneficiários com processamento de prestações de desemprego correspondia a 721 pessoas, o que evidencia um acréscimo de cerca de 226 beneficiários face ao mês homólogo de 2011, traduzindo um crescimento de 45,7 pontos percentuais (Gráfico 34). Refira‐se que o valor médio do subsídio de desemprego passou de e 458,96 para € 507,39 de dezembro de 2010 para o mês homólogo de 2014.

61

Gráfico 30 ‐ Evolução do número de desempregados (2010‐2014)

2 000

1 800

1 600

1 400

1 200

1 000

800

600

400

200

0 Agosto 2010 Setembro 2011 Setembro 2012 Julho 2013 Julho 2014 H 439 582 836 1 117 1 021 M 273 463 611 701 706 HM 712 1 045 1 447 1 818 1 727

Fonte: Agência para a Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo

Gráfico 31 ‐ Evolução do número de desempregados por grupos etários (2010‐2014) 900

800

700

600

500

400

300

200

100

0 Agosto 2010 Setembro 2011 Setembro 2012 Julho 2013 Julho 2014 < 25 anos 150 191 278 316 282 25 a 34 anos 223 339 416 501 508 35 a 54 anos 270 427 609 808 738 ≥ 55 anos 69 88 144 193 199

Fonte: Agência para a Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo

62

Gráfico 32 ‐ Evolução do número de desempregados por tempo de inscrição na AQEAH (2010‐2014) 1 800

1 600

1 400

1 200

1 000

800

600

400

200

0 Agosto 2010 Setembro 2011 Setembro 2012 Julho 2013 Julho 2014 < 1 ano 593 838 1 085 1 248 1 117 ≥1 ano 119 207 362 570 610 1º emprego 53 79 99 145 190 Novo emprego 659 966 1 348 1 673 1 537

Fonte: Agência para a Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo

Gráfico 33 ‐ Evolução do número de desempregados por habilitações literárias (2010‐2014)

600

500

400

300

200

100

0 Agosto 2010 Setembro 2011 Setembro 2012 Julho 2013 Julho 2014 < 1º Ciclo 76 99 72 124 61 1º Ciclo 220 327 457 559 437 2º Ciclo 196 241 349 385 438 3º Ciclo 142 210 366 480 490 Secundário 52 95 118 179 182 Superior 26 71 85 91 118

Fonte: Agência para a Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo

63

Gráfico 34 ‐ Número de beneficiários do subsídio de desemprego (2011‐2014) 800

750 721

700

650

600

550

495 500

450

400 Dez 2011 Dez 2014

Fonte: DRSS

Ao confrontar a evolução população empregada no concelho de Angra do Heroísmo entre 2001 e 2011, constata‐se que, para além da taxa de emprego apresentar uma redução de 0,4 pontos percentuais (Gráfico 35), a maioria da população do concelho trabalhava por conta de outrem (Gráfico 36). Verifica‐se que a percentagem de trabalhadores por conta de outrem e de trabalhadores por conta própria isolados diminuiu 2,9% e 0,3% entre 2001 e 2011 (Gráficos 36 e 37).

Gráfico 35 ‐ Taxa de emprego (%) (2001‐2011) 50,9 50,8 50,8

50,7

50,6

50,5 50,4 50,4

50,3

50,2 2001 2011

Fonte: Pordata

64

Gráfico 36 ‐ Trabalhadores por conta de outrem (%) (2001‐2011) 84,0

83,5 83,1

83,0

82,5

82,0

81,5

81,0

80,5 80,2

80,0

79,5

79,0 2001 2011

Fonte: Pordata

Gráfico 37 ‐ Trabalhadores por conta própria isolados (%) (2001‐2011)

8,6 8,5

8,5

8,4

8,3

8,2 8,2

8,1

8,0 2001 2011

Fonte: Pordata

4.2 ‐ Setores de atividade e profissões A análise da repartição da população ativa empregada, por setor de atividade económica, na última década revela que a população residente empregada no concelho de Angra do Heroísmo e nos Açores se encontra, maioritariamente, associada ao sector terciário, representando no concelho de Angra do Heroísmo em 2011, cerca de 72,7% da população empregada, traduzindo‐se num crescimento de 4,3% (Quadros 10 e 11). Por outro lado, verifica‐se que na última década a população residente empregada decresceu nos demais sectores de atividade (Gráfico 38).

65

Mais uma vez, os dados relativos à população empregada confirmam uma crescente terciarização da economia.

Quadro 10 ‐ População residente economicamente ativa por setor de atividade (2001‐2011) População economicamente ativa Empregada Terciário Total Relação Total Primário Secundário Natureza Total Atividade Social Económica 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 RAA 101488 114920 94728 102127 11155 8636 24232 21050 59341 72441 33209 36355 26132 36086 Angra do 15261 16882 14502 15311 1418 1234 3164 2945 9920 11132 6051 6117 3869 5015 Heroísmo Fonte: INE

Quadro 11 ‐ População residente economicamente ativa por setor de atividade (2001‐2011) Terciário Primário Secundário Relação Atividade Total Natureza Social Económica 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011

RAA 11,8 8,5 25,6 20,6 62,6 70,9 35 35,6 27,6 35,3 Angra do 9,8 8,1 21,8 19,2 68,4 72,7 41,7 40 26,7 32,7 Heroísmo Fonte: INE

Gráfico 38 ‐ População empregada (%) por setor de atividade económica (2011)

80,0

70,0

60,0

50,0

% 40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2001 2011 2001 2011 2001 2011 Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário RA Açores 11,8 8,5 25,6 20,6 62,6 70,9 Angra do Heroísmo 9,8 8,1 21,8 19,2 68,4 72,7

Fonte: INE

Relativamente ao sector terciário é de referir que os serviços relacionados com a atividade económica (Quadro 11) representavam 32,7% do emprego em 2011, valor inferior ao dos Açores (35,3%). Por outro lado, destaca‐se que os serviços de natureza social apresentam um valor superior ao registado pelos Açores (40% contra 35,6% em 2011).

66

A evolução, no que diz respeito ao sector terciário, foi, entre 2001 e 2011, menos expressiva no concelho por comparação ao arquipélago. Com efeito, verificou‐se um acréscimo de 4,3% e 8,3%, respetivamente em Angra do Heroísmo e nos Açores. É necessário ter em atenção a importância que estes serviços apresentam no concelho e os valores absolutos registados, bem como as mais‐valias.

O sector secundário apresenta uma estrutura com um número de ativos ligeiramente inferior ao registado nos Açores em 2011 (19,2% contra 20,6%). Constata‐se o facto de o peso na estrutura de atividades ter vindo a decrescer tendo o concelho registado uma perda de 2,6%.

Por último, destaca‐se a evolução ocorrida nas atividades do sector primário, com uma diminuição dos ativos, correspondendo os empregados em 2011, a apenas 8,1% dos ativos, valor inferior ao verificado nos Açores (8,5%).

A leitura da evolução e da estrutura da população residente, empregada segundo grupos de profissões, permite ampliar o conhecimento socioeconómico do concelho (Quadro 12 e Gráfico 39).

De entre a estrutura empregada segundo grupos de profissões, verifica‐se que predomina o Grupo 5 – Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (18,1% dos ativos empregados em 2011) tendo registado desde 2001 um aumento de 662 ativos (3,6%). A perda de importância do setor da indústria e da construção expressa‐se na variação registada no Grupo 7 – Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices, tendo registado desde 2001 uma perda de 420 ativos (‐3,6%), representando, ainda assim, 13,6% dos ativos em 2011. Também o Grupo 8 – Operadores de instalações industriais e máquinas fixas, condutores e montadores, registou desde 2001 uma diminuição de 46 ativos, embora continue a representar 3,6% da estrutura da população residente empregada. O Grupo 9 – Trabalhadores não qualificados, não obstante ter na estrutura da população residente empregada uma importância elevada (16,6%), registou desde 2001 uma quebra de 377 ativos (‐3,6%). O Grupo 2 – Especialistas das atividades intelectuais e científicas, reforçou a sua posição na estrutura da população residente empregada, tendo registado desde 2001 um aumento de 947 ativos (5,7%). O Grupo 1 – Representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos registou um aumento de 201 empregados desde 2001 (1%). Comportamento semelhante apresentou o Grupo 3 – Profissões técnicas intermédias, com um reforço de 87 ativos, representando 10,1% da população empregada. O Grupo 4 – Empregados administrativos, embora tenha significado em termos da estrutura de profissões, que representa 10,4% da população empregada em 2011 registou um decréscimo de 55 empregados. De referir ainda que no Grupo 6 – Trabalhadores da agricultura e da pesca, cuja importância já era reduzida em 2001 (8% dos ativos), verificou‐se uma perda de 222 ativos (‐1,9%).

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Quadro 12 ‐ População residente empregada segundo grupos de profissão no concelho de Angra do Heroísmo (2001‐2011) 2001 2011 Variação População População (%) (%) 2001‐2011 Ativa Ativa G0 ‐ Profissões das Forças Armadas 131 0,9% 165 +1,1% 34 G1 ‐ Representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e 690 4,8% 891 +5,8% 201 gestores executivos G2 ‐ Especialistas das atividades intelectuais e 1289 8,9% 2236 +14,6% 947 científicas G3 ‐ Técnicos e profissões de nível intermédio 1463 10,1% 1550 +10,1% 87 G4 ‐ Pessoal administrativo 1646 11,4% 1589 ‐10,4% ‐57 G5 ‐ Trabalhadores dos serviços pessoais, de 2107 14,5% 2769 +18,1% 662 proteção e segurança e vendedores G6 ‐ Agricultores e trabalhadores qualificados 1156 8,0% 934 ‐6,1% ‐222 da agricultura, da pesca e da floresta G7 ‐ Trabalhadores qualificados da indústria, 2498 17,2% 2078 ‐13,6% ‐420 construção e artífices G8 ‐ Operadores de instalações e máquinas e 598 4,1% 552 ‐3,6% ‐46 trabalhadores da montagem G9 ‐ Trabalhadores não qualificados 2924 20,2% 2547 ‐16,6% ‐377 TOTAL 14502 100,0% 15311 100% 809 Fonte: INE

Gráfico 39 ‐ População residente empregada segundo grupos de profissão no concelho de Angra do Heroísmo (2011)

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

‐ Forças Armadas Representantes Especialistas Técnicos e Pessoal Trabalhadores Agricultores e Trabalhadores Operadores de Trabalhadores do poder das atividades profissões de administrativo dos serviços trabalhadores qualificados na instalações e não legislativo e de inteletuais e nível pessoais, de qualificados indústria máquinas qualificados órgãos científicas intermédio proteção e executivos segurança Série1 165 891 2 236 1 550 1 589 2 769 934 2 078 552 2 547

Fonte: INE De acordo com os dados constantes no Recenseamento Geral da População de 2011, observa‐se que no concelho de Angra do Heroísmo a proporção do rendimento das pessoas por via do trabalho é superior ao da Região Autónoma dos Açores e ao de Portugal Continental.

68

A maioria da população residente no concelho com mais de 15 anos (Quadros 13 e 14) tem o trabalho como principal fonte de rendimento (51,2%), a que se segue o produto de pensões (23,4%). Se a este grupo acrescer os beneficiários de prestações sociais, pode‐se verificar que cerca de 28,2% da população, com mais de 15 anos, depende do sistema social para sobreviver e 17,6% se encontra, exclusivamente, a cargo da família. Quadro 13 ‐ População residente, com 15 e mais anos, segundo o principal meio de vida (2011) Subsídios de Rendimento da A Cargo da Total Trabalho Pensões Outro Apoio Social* Propriedade Família Portugal Continental 8 563 501 4 125 949 2 366 476 488 433 39 039 1 300 656 242 948 RA Açores 202 575 101 801 42 677 10 998 849 40 608 5 642 Angra do Heroísmo 29 609 15 169 6 929 1 418 146 5 212 735 Fonte: INE

*O valor indicado inclui o somatório de: subsídio de desemprego; subsídio por acidente de trabalho ou doença profissional; Rendimento Social de Inserção (RSI); outro subsídio temporário (doença, maternidade, etc.); subsídio de apoio social.

Quadro 14 ‐ População residente (%) com 15 e mais anos, segundo o principal meio de vida (2011) Subsídios de Rendimento da A Cargo Trabalho Pensões Outro Apoio Social* Propriedade da Família Portugal Continental 48,2 27,6 5,7 0,5 15,2 2,8 RA Açores 50,3 21,1 5,4 0,4 20,0 2,8 Angra do Heroísmo 51,2 23,4 4,8 0,5 17,6 2,5 Fonte: INE

*O valor indicado inclui o somatório de: subsídio de desemprego; subsídio por acidente de trabalho ou doença profissional; Rendimento Social de Inserção (RSI); outro subsídio temporário (doença, maternidade, etc.); subsídio de apoio social.

4.3 ‐ Rendimento Social de Inserção As sociedades modernas fundam‐se nos valores da igualdade, nomeadamente nos princípios da igualdade de oportunidades, sendo esta um dos pilares da cidadania. Mas, mesmo nas sociedades desenvolvidas, a verdadeira igualdade de oportunidades não foi totalmente alcançada, pois, não apenas continuam a existir grupos extremamente vulneráveis à pobreza e à exclusão social, como essas situações tendem, com persistência, a reproduzir‐se no tempo.

Nos Açores, as políticas públicas parecem não ter sido inteiramente capazes, até ao momento, de combater com eficácia a pobreza e a exclusão, nem de prever o seu aparecimento (Rodrigues, 2010). Contudo, um dos mecanismos de minimização das consequências da pobreza extrema tem sido as políticas sociais de “rendimento mínimo”, cuja filosofia visa precisamente garantir um padrão de vida condigno àqueles que mais

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necessitam. No nosso país, o Rendimento Social de Inserção (RSI) veio, em 2003, substituir o seu percursor, o Rendimento Mínimo Garantido (RMG).

O Rendimento Social de Inserção constitui uma prestação pecuniária mensal que é concedida às famílias e aos indivíduos que vivam em situação de grave carência económica e que façam prova de que possuem determinadas condições de atribuição. Cabe aos beneficiários o cumprimento de um “Programa de Inserção Social” pré‐estabelecido, que tem como objetivo proclamado romper o “ciclo vicioso da pobreza”. Trata‐se de uma medida que visa criar as condições mínimas para o acesso às necessidades básicas e, ao mesmo tempo, gerar oportunidades de inserção social.

É claro que estas medidas também têm limitações e alguns efeitos perversos. Entre os problemas que têm vindo a ser apontados às políticas de rendimentos mínimos destacam‐se: a dependência que podem provocar nos seus beneficiários; o fraco envolvimento destes nos projetos de inserção; a precariedade dos contratos de trabalho que lhes são oferecidos; a falta de motivação para frequentarem as ações de formação profissional devido à ausência de expectativas de futuro; a excessiva burocracia destes processos; a que se vem aliar o “efeito identitário negativo” e a estigmatização social de certos grupos de beneficiários (Diogo, 2007; Pacheco, 2009; Rodrigues, 2010).

Os Contratos de Inserção preveem um conjunto de ações que obrigam os beneficiários, que tenham capacidades para tal, a procurar trabalho, a completar a escolaridade ou a frequentar ações de formação, num processo que tenta criar oportunidades de inserção no mercado laboral. No entanto, no atual contexto de crise económica, o aumento do desemprego e as baixas qualificações escolares e profissionais, agravam as possibilidades para se obter trabalho.

O Rendimento Social de Inserção (RSI) é, nos dias de hoje, um apoio fundamental para as famílias mais carenciadas que não têm outras formas de rendimento, sendo constituído por uma prestação em dinheiro para satisfação das necessidades básicas e um Programa de Inserção para ajudar à integração social e profissional. As pessoas que estão a receber o RSI assinam um acordo com a Segurança Social onde se comprometem a cumprir o Programa de Inserção.

Da análise da informação disponibilizada pela Direção Regional da Solidariedade Social, verifica‐se que, a percentagem de beneficiários do RSI em relação à população residente no concelho de Angra do Heroísmo, é inferior à registada na Ilha Terceira e na Região Autónoma dos Açores no período de 2009‐2013 (Gráfico 40).

Em relação ao número de Beneficiários e Agregados Familiares do RSI, no concelho de Angra do Heroísmo, regista‐se respetivamente um aumento no período que decorre de 2009 a 2013, embora com oscilações mais ou menos acentuadas, nalguns segmentos do tempo referido (Gráficos 41 a 43).

70

Gráfico 40 ‐ Evolução do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) (% da população residente) (2009‐2013)

9,00

8,50

8,00

7,50

7,00

6,50

6,00 2009 2010 2011 2012 2013 RA Açores 8,33 7,42 7,83 8,15 8,61 Ilha Terceira 7,29 6,51 6,56 6,80 7,33 Angra do Heroísmo 6,86 6,31 6,52 6,58 7,23

Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social. Nota: Valores referentes ao mês de dezembro

Gráfico 41 ‐ Evolução do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) no concelho de Angra do Heroísmo (2009‐2013)

2600

2550 2560

2500

2450 2440 2400

2350 2328 2300 2319 2250 2244 2200

2150

2100

2050 2009 2010 2011 2012 2013 Angra do Heroísmo 2440 2244 2319 2328 2560

Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social. Nota: Valores referentes ao mês de dezembro

71

Gráfico 42 ‐ Agregados familiares benificiário do RSI no concelho de Angra do Heroísmo (2009‐2013) 950

928

900

850

814 800 786

764 750

721 700 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social. Nota: Valores referentes ao mês de dezembro

Gráfico 43 ‐ Agregados familiares benificiários do RSI vs. agregados familiares residentes no concelho de Angra do Heroísmo (%) (2009‐2013) 8,00

7,80

7,60 7,59 7,40

7,20

7,00 7,00 6,97 6,80

6,60 6,58 6,40

6,20

6,00 2010 2011 2012 2013

Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social. Nota: Valores referentes ao mês de dezembro

4.4 ‐ Acessibilidades As acessibilidades assumem um papel fundamental no contexto regional, seja pela distância que separa o arquipélago dos continentes, seja por via das características orográficas e descontinuidade territorial, que obriga à existência de uma rede complexa de serviços de transporte marítimo e aéreo. Em relação à orografia é possível verificar um paralelismo entre a densidade de eixos rodoviários principais, as zonas mais planas e os principais aglomerados populacionais.

Em termos de organização da rede viária existem três grandes classificações: a regional, a municipal e a agrícola e florestal. A rede viária do concelho de Angra do Heroísmo desempenha um papel fulcral na

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mobilidade local, principalmente nos setores mais periféricos, facilitando ainda a entrada dos fatores de produção, a saída dos produtos das explorações, bem como a proteção dos recursos florestais.

Não obstante o nível de investimento efetuado na rede viária, durante os anteriores Quadros Comunitários de Apoio, importa continuar a realizar intervenções na rede viária regional, na rede agrícola e florestal e na reabilitação de troços da rede viária concelhia, complementada por sistemas de estacionamento de viaturas.

De acordo com os Censos de 2011, constata‐se que a maioria da população de Angra do Heroísmo estuda ou trabalha no concelho e que nas deslocações inter‐concelhias utiliza o transporte individual. Por outro lado, verifica‐se alguma quebra na procura do transporte coletivo de passageiros, embora seja de destacar a sua importância, nomeadamente, no transporte diário para os estabelecimentos de ensino e para as freguesias mais distantes da residência dos alunos.

Nas condições de insularidade e de fragmentação do mercado interno regional, a evolução desejável dos sistemas produtivos da Região é largamente tributária das opções de política de transportes. Neste sentido, e dado o impacto das acessibilidades, nomeadamente o transporte nos sistemas produtivos, devem ser favorecidas todas as possibilidades consideradas fundamentais para assegurar aos sistemas produtivos as melhores condições possíveis de conexão regional, nacional e internacional e de segurança no abastecimento. Deverá, ainda, ser potenciada uma coordenação eficaz entre transportes terrestres, aéreos e marítimos, nos segmentos do movimento das pessoas e das cargas. É crucial a melhoria acentuada das condições de transporte aéreo e marítimo entre ilhas, compatível com a distribuição mais equilibrada da procura turística por todas as ilhas da Região.

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5 – Caracterização do sistema educativo A Constituição da República Portuguesa (revisão de 1997) estabelece os direitos sociais básicos dos cidadãos no que respeita à educação. De acordo com esta legislação fundamental, a educação surge como um direito universal, cabendo ao Estado a promoção da democratização da educação, bem como das demais condições que contribuam para a “igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância (...)” (artigo 73º). Nos termos da Constituição, compete, ainda, ao Estado, nomeadamente, “Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito”; “Criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de Educação Pré‐Escolar” e “Garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo”.

A exclusão em relação ao sistema educativo traduz‐se, na prática, em baixos níveis de escolaridade e, paralelamente, em insucesso e abandono escolar precoce. Atualmente o nível de instrução influencia, cada vez mais, a capacidade económica dos indivíduos e um baixo nível de instrução tem sido identificado como um fator causa‐efeito da pobreza. A relação entre baixo níveis de instrução e situações de pobreza foi referida por alguns autores ao apontar, a partir dos Inquéritos aos Orçamentos Familiares (INE), que os agregados familiares representados por pessoas sem o ensino básico estavam sujeitos a rendimentos muito baixos, a uma forte e crescente incidência da pobreza.

Por outro lado, a seletividade do sucesso do sistema educativo, a não verificação dos princípios da igualdade e universalidade da educação estão presentes quando se constata que são os mais carenciados que se ficam, geralmente, pelos níveis de instrução mais baixos.

5.1 ‐ Lei de Bases do Sistema Educativo Nos termos da Lei de Bases do Sistema Educativo, o sistema educativo compreende: a Educação Pré‐Escolar, a Educação Escolar e a Educação Extraescolar.

A Educação Pré‐Escolar é “entendida como a primeira etapa da educação básica, sendo complementar da ação educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo formação e o desenvolvimento equilibrado da criança tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”1. Este nível de ensino destina‐se a crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico, sendo a sua frequência facultativa, competindo, porém, ao Estado, contribuir para a sua universalização. O desenvolvimento da Educação Pré‐Escolar deve concretizar‐ se na criação de uma rede nacional de Educação Pré‐Escolar, que integra uma rede pública, promovida pela iniciativa da administração regional e local, e uma rede privada, desenvolvida a partir das iniciativas das

1Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro, que aprova a Lei‐Quadro da Educação Pré‐Escolar.

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Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo e de outras instituições sem fins lucrativos que prossigam atividades no domínio da educação e do ensino2.

A Educação Escolar compreende o ensino básico, secundário e superior, integrando modalidades especiais e atividades de ocupação de tempos livres3.

A Educação Extraescolar engloba atividades de alfabetização e de educação de adultos, de aperfeiçoamento e atualização cultural e científica, e a iniciação, reconversão e aperfeiçoamento profissional. Efetiva‐se no quadro de iniciativas múltiplas de natureza formal e não formal, tendo como objetivo permitir ao indivíduo aumentar os seus conhecimentos e desenvolver as suas potencialidades em complemento da sua formação escolar ou sem suprimento da sua carência4.

O regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos de ensino da Educação Pré‐Escolar e dos ensinos básico e secundário, introduz uma nova organização da administração da educação, estruturada a partir do agrupamento de escolas entendido como ”uma unidade organizacional, dotado de órgãos próprios de administração e gestão, constituída por estabelecimentos de Educação Pré‐Escolar e de um ou mais níveis e ciclos de ensino, a partir de um projeto pedagógico comum, com vista a (…):

a) Favorecer um percurso sequencial e articulado dos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória numa dada área geográfica;

b) Superar situações de isolamento de estabelecimentos e prevenir a exclusão social;

c) Reforçar a capacidade pedagógica dos estabelecimentos que o integram e o aproveitamento racional dos recursos;

d) Garantir a aplicação de um regime de autonomia, administração e gestão, nos termos do presente diploma;

e) Valorizar e enquadrar experiências em curso.”5

5.2 ‐ Sistema Educativo da Região Autónoma dos Açores O sistema educativo da Região Autónoma dos Açores compreende: a Educação Pré‐Escolar, o Ensino Básico, o Ensino Secundário, o Ensino Artístico, o Ensino Profissional, o Programa Formativo de Inserção de Jovens

2 Decreto Legislativo Regional n.º 11/2013/A, de 22 de agosto.

3Lei n.º 46/86 de 14 de outubro.

4Lei n.º 46/86 de 14 de Outubro.

5Decreto Legislativo Regional n.º 13/2013/A, de 30 de agosto.

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(PROFIJ), o Programa Oportunidade, o Ensino Especial, Unidades Especializadas com Currículo Adaptado (UNECA), o Ensino Recorrente e o Programa Reativar (Figura 3).

Figura 3 ‐ Organograma do Sistema Educativo da Região Autónoma dos Açores6

Educação de Extraescolar Ensino Recorrente Reativar Adultos

Ensino Cursos Científico‐ Ensino Profissional PROFIJ (Nível Ensino Artístico Secundário Humanísticos (Nível IV) IV)

Especial

PROFIJ (Nível 3.º Ciclo Ensino Regular Ensino Artístico Educativo II) Vocacional

Especial Regime

Adaptado do

Formação

de

Ensino Básico

2.º Ciclo Ensino Regular Ensino Artístico Oportunidade

Educativo

Curricular

Cursos Específicos

Regime Programa Projeto 1.º Ciclo Ensino Regular Ensino Artístico Programas

Educação Pré‐Escolar

Creches

Fonte: Direção Regional de Educação

Por outro lado é de referir que a designação dos estabelecimentos de educação e ensino depende das diferentes tipologias que estes podem assumir, em função do nível de ensino que ministram:

• Creche: estabelecimento de educação destinado a crianças com idades compreendidas entre o termo da licença de maternidade ou parental e a idade de ingresso na educação pré ‐escolar;

• Jardim‐de‐Infância: estabelecimento de educação destinado a ministrar a educação pré ‐escolar;

• Infantário: estabelecimento de educação onde funcionem conjuntamente as valências de creche e de educação pré ‐escolar;

• Escola Básica: estabelecimento de educação e de ensino onde funcione qualquer dos ciclos do ensino básico, com ou sem educação pré ‐escolar;

• Escola Básica e Secundária: estabelecimento de educação e de ensino onde funcione qualquer dos ciclos do ensino básico, com ou sem educação pré ‐escolar, e o ensino secundário;

6 Embora a resposta social Creche não integre o Sistema Educativo da Região Autónoma dos Açores esta encontra‐se representado no esquema, uma vez que o seu funcionamento associa‐se inúmeras vezes aos estabelecimentos de Educação Pré‐escolar da rede particular 76

• Escola Secundária: estabelecimento de ensino prioritariamente vocacionado para o ensino secundário, ainda que nele funcionem outros níveis ou modalidades de ensino;

• Escola Profissional: estabelecimento de ensino vocacionado para o ensino profissionalizante e profissional, de qualquer tipo ou modalidade;

• Conservatório: estabelecimento de ensino, ou secção de uma unidade orgânica do sistema educativo, destinado ao ensino vocacional das artes.

5.3 ‐ Rede Educativa do Concelho de Angra do Heroísmo Na Região Autónoma dos Açores existem duas redes de educação e ensino em funcionamento, a rede pública e a rede privada. O Ensino Particular, Cooperativo e Solidário é ministrado nos estabelecimentos de educação e ensino pertencentes às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS) e outras instituições não‐ governamentais com ou sem fins lucrativos, nos colégios particulares e nas escolas profissionais.

A rede educativa pública do concelho de Angra do Heroísmo integra cinco unidades orgânicas que abrangem, em termos de área escolar, todas os estabelecimentos de educação públicos das freguesias do concelho. A rede educativa concelhia inclui ainda doze Instituições Particulares de Solidariedade Social, um jardim‐de‐ infância do ISSA, um colégio particular (Educação Pré‐Escolar, o 1.º e o 2.º CEB), três escolas profissionais e uma unidade de formação não integrada. Os cursos de especialização tecnológica, assim como o ensino superior são ministrados pela Universidade dos Açores no seu campus de Angra do Heroísmo. O ensino religioso católico é ministrado no Seminário Diocesano de Angra, também localizado em Angra do Heroísmo.

Os dados referentes à rede educativa correspondem a níveis de ensino propriamente ditos e não a edifícios, dado que é frequente encontrar‐se diferentes níveis de ensino num mesmo edifício. O elevado número de equipamentos de educação pré‐escolar resulta da rede particular oferecer, na sua maioria, apenas esta valência.

No concelho encontram‐se instalados trinta e um estabelecimentos de educação pré‐escolar, dos quais dezoito pertencem à rede pública, onze à rede particular sem fins lucrativos e dois à rede particular com fins lucrativos (Quadro 15). Os estabelecimentos de ensino da rede pública distribuem‐se de uma forma relativamente homogénea pelo concelho (18 EB1/JI’s), enquanto os da rede particular estão instalados na sua grande maioria na sede do concelho, com prejuízo notório para as demais freguesias. O centro urbano de Angra do Heroísmo concentra oito dos onze estabelecimentos de Educação Pré‐Escolar da rede particular sem fins lucrativos, assim como os dois estabelecimentos da rede particular com fins lucrativos.

A rede educativa da Educação Pré‐Escolar completa‐se com a resposta da rede privada, promovida, como foi referido, pela rede solidária desenvolvida pelas IPSS, através de acordos com a Segurança Social. Esta rede é

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constituída por trinta e um jardins‐de‐infância distribuídos por dezassete freguesias do concelho, apresentando uma capacidade instalada superior à frequência (Quadros 16 e 17).

Em relação à localização territorial dos estabelecimentos educativos (Quadro 18) verifica‐se, ao nível da Educação Pré‐Escolar da rede pública, que 17 das 19 freguesias do concelho dispõem de pelo menos um jardim‐de‐infância. Apenas as freguesias da Feteira e Serreta não têm qualquer resposta da rede pública e da rede privada, pelo que que as crianças destas freguesias são deslocadas respetivamente para EB1,2,3/JI de São Sebastião e EB1/JI das Doze Ribeiras.

Ao nível do ensino básico, a rede escolar, no ano letivo 2014/2015, é constituída por dezoito escolas básicas do 1º ciclo (EB1) e por três escolas básicas do 2º e 3º ciclo (EB23). Este último nível de ensino também é lecionado por uma escola básica e secundária (EBS) e uma escola secundária (ES).

No 1º CEB regista‐se, tal como em relação à educação pré‐escolar, que não existe qualquer estabelecimento de ensino nas freguesias da Feteira e Serreta. As restantes freguesias dispõem de pelo menos uma EB1.

Ao nível do 2º e 3º CEB da rede educativa pública, o ensino é ministrado nas sedes da Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond, da Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo e da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba. Estas unidades orgânicas localizam‐se, respetivamente, nas freguesias de São Sebastião, São Bento e São Pedro, abrangendo as freguesias consagradas na carta escolar e ou nos diplomas que as criaram. Porém tem‐se verificado a alterações reiteradas de caráter pontual e informal no que respeita à distribuição de alunos, face, ao que se presume, à ausência de estudos que permitam percecionar a evolução dos alunos das diferentes freguesias do concelho. O 3º CEB é ainda ministrado pela Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, situada na freguesia da Nossa Senhora da Conceição

O ensino secundário é ministrado pela Escola Básica e Secundária Tomás de Borba e Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, sitas nas freguesias de São Pedro e de Nossa Senhora da Conceição.

A Obra Social Madre Maria Clara – Colégio Santa Clara, localizada na freguesia de São Pedro, ministra, para além da educação pré‐escolar, o 1º e o 2º CEB.

Relativamente ao ensino superior, constata‐se que o Departamento de Ciências Agrárias (DCA) e a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, localizados na freguesia de São Pedro, estão integrados no campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores. Naquele campus são ministradas licenciaturas, mestrados, doutoramentos e cursos pós‐secundários de especialização tecnológica (CET), que conferem diploma de especialização tecnológica e certificado de aptidão profissional de nível IV.

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Quadro 15 ‐ Estabelecimentos de ensino no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) Ed. Pré‐Escolar 1º CEB 2º CEB 3º CEB Secundário Ensino Profissional Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada 18 13 18 1 3 1 4 ‐ 2 ‐ ‐ 3 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social / Direção Regional de Educação

Quadro 16 ‐ Estabelecimentos de educação pré‐escolar, solidário e particular no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) Estabelecimento de Educação Pré‐Escolar Freguesia Instituição Número Associação dos Funcionários da Administração Regional da Ilha Terceira (O Carrocel) 1 Nossa Senhora da Conceição Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo 1 Santa Luzia Caritas da Ilha Terceira (Mãe de Deus) 1

Irmandade de Nossa Senhora do Livramento (A Joaninha) 1 São Pedro Obra Social Madre Maria Clara (Colégio Santa Clara) 1 Centro Infantil de Angra do Heroísmo (O Baloiço) 1 Sé Jardim Infantil de São Gonçalo 1 Confederação Operária Terceirense (O Golfinho) 1

Porto Judeu Casa do Povo do Porto Judeu (O Ninho) 1

São Mateus da Calheta Centro Social e Paroquial de São Mateus da Calheta (A Gaivota) 1

Terra Chã Casa do Povo da Terra‐Chã (O Girassol) 1 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social / Direção Regional de Educação

Quadro 17 ‐ Capacidade e frequência dos estabelecimentos de educação pré‐escolar, solidário e particular (2014/2015) Estabelecimento de Educação Pré‐Escolar Capacidade Freguesia Instituição Frequência Instalada Associação dos Funcionários da Administração Regional da Ilha 66 57 Nossa Senhora da Conceição Terceira (O Carrocel) Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo 60 63 Santa Luzia Caritas da Ilha Terceira (Mãe de Deus) 45 48 Irmandade de Nossa Senhora do Livramento (A Joaninha) 53 33 São Pedro Obra Social Madre Maria Clara (Colégio Santa Clara) 150 136 Centro Infantil de Angra do Heroísmo (O Baloiço) 75 71 Sé Jardim Infantil de São Gonçalo 75 52 Confederação Operária Terceirense (O Golfinho) 60 45 Porto Judeu Casa do Povo do Porto Judeu (O Ninho) 45 48 São Mateus da Calheta Centro Social e Paroquial de São Mateus da Calheta (A Gaivota) 25 25 Terra Chã Casa do Povo da Terra‐Chã (O Girassol) 25 20 Total 679 598 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social / Direção Regional de Educação 79

Quadro 18 ‐ Estrutura da rede pública e privada do concelho de Angra do Heroísmo por freguesias e nível de escolaridade (2014/2015) Freguesia Nível de Ensino Designação Rede Instituições Ed. Pré‐Escolar 1º CEB S. Sebastião EB 1,2,3/JI Francisco Ferreira Drummond Pública 2º CEB 3ª CEB EB1/JI Porto Judeu Pública Ed. Pré‐Escolar Porto Judeu JI "O Ninho" Particular (sem fins lucrativos) Casa do Povo de Porto Judeu

1º CEB EB1/JI Porto Judeu Pública Feteira Ed. Pré‐Escolar Ribeirinha EB1/JI da Ribeirinha Pública 1º CEB EB1,2,3/JI de Angra do Heroísmo Pública Ed. Pré‐Escolar Centro Ocupacional "O Sonho" Particular (com fins lucrativos) Centro Ocupacional "O Sonho" S. Bento 1º CEB 2º CEB EB1,2,3/JI de Angra do Heroísmo Pública 3ª CEB

Associação dos Funcionários da Infantário Carrocel Particular (sem fins lucrativos) Administração Regional da Ilha Terceira Ed. Pré‐Escolar Santa Casa da Misericórdia de Angra do JI da Santa Casa da Misericória de AH Particular (sem fins lucrativos) N. Srª da Heroísmo Conceição 3ª CEB ES Jerónimo Emiliano de Andrade Pública Secundário

Profissional INTESE Particular (com fins lucrativos) Associação para o Ensino e Formação

EB1/JI de S. João de Deus Pública Ed. Pré‐Escolar Santa Luzia JI "Mãe de Deus" Particular (sem fins lucrativos) Cáritas da Ilha Terceira

1º CEB EB1/JI de S. João de Deus Pública EB1/JI Infante D. Henrique Pública

Creche e JI "O Golfinho" Particular (sem fins lucrativos) Confederação Operária Terceirense Ed. Pré‐Escolar Sé JI "O Baloiço" Particular (sem fins lucrativos) Centro Infantil de Angra do Heroísmo

JI "S. Gonçalo" Particular (sem fins lucrativos) Jardim de Infância de São Gonçalo

1º CEB EB1/JI Infante D. Henrique Pública EB1/JI Pico da Urze Pública EBS Tomás de Borba Pública JI Obra Social Madre Maria Clara ‐ Colégio S. Particular (sem fins lucrativos) Obra Social Madre Maria Clara Clara Ed. Pré‐Escolar Serviço de Apoio Social do Instituto de JI "O Palhaço" Particular (sem fins lucrativos) Segurança Social dos Açores, IPRA ‐ Ilha Terceira Irmandade de Nossa Senhora do JI "A Joaninha" Particular (sem fins lucrativos) Livramento EB1/JI Pico da Urze Pública EBS Tomás de Borba Pública S. Pedro 1º CEB Obra Social Madre Maria Clara ‐ Colégio S. Particular (com fins lucrativos) Obra Social Madre Maria Clara Clara EBS Tomás de Borba Pública 2º CEB Obra Social Madre Maria Clara ‐ Colégio S. Particular (com fins lucrativos) Obra Social Madre Maria Clara Clara 3º CEB EBS Tomás de Borba Pública Secundário EBS Tomás de Borba Pública Escola Profissional da Praia da Vitória ‐ Pólo Fundação de Ensino Profissional da Particular (com fins lucrativos) de Angra do Heroísmo Praia da Vitória Profissional Escola Profissional da Santa Casa da Particular (com fins lucrativos) Santa Casa da Misericórdia de AH Misericórdia de AH Ed. Pré‐Escolar Posto Santo EB1/JI Posto Santo Pública 1º CEB EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha Pública Ed. Pré‐Escolar Terra Chã JI "O Girassol" Particular (sem fins lucrativos) Casa do Povo da Terra‐Chã

1º CEB EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha Pública EB1/JI Cantinho Pública EB1/JI S. Mateus Pública Ed. Pré‐Escolar Centro Social e Paroquial de São S. Mateus JI "Gaivota" Particular (sem fins lucrativos) Mateus da Calheta EB1/JI Cantinho Pública 1º CEB EB1/JI S. Mateus Pública S. Bartolomeu Ed. Pré‐Escolar EB1/JI de São Bartolomeu dos Regatos Pública dos Regatos 1º CEB Ed. Pré‐Escolar Cinco Ribeiras EB1/JI Cinco Ribeiras Pública 1º CEB Ed. Pré‐Escolar Santa Bárbara EB1/JI S. Bárbara Pública 1º CEB Ed. Pré‐Escolar Doze Ribeiras EB1/JI Doze Ribeiras Pública 1º CEB Serreta Ed. Pré‐Escolar Raminho EB1/JI Raminho Pública 1º CEB Ed. Pré‐Escolar Altares EB1/JI Altares Pública 1º CEB Fonte: Direção Regional de Educação (DRE) e Direção Regional da Solidariedade Social (DRSS) 80

5.4 ‐ Evolução do número de alunos

5.4.1 ‐ Rede Pública e Privada O número de matriculados na Educação Pré‐Escolar, no Ensino Básico e Secundário registou uma quebra de 14,85% entre 2006/2007 e 2014/2015 (Gráfico 44 e Quadro 19).

A quebra registada no Ensino Secundário é atenuada com o aumento do número de alunos matriculados no Ensino Profissional (27,2%) e nos cursos profissionalizantes. Constata‐se um aumento significativo do número de alunos matriculados em outras modalidades de ensino nos últimos anos, não obstante com desempenhos aquém do expectável. Ao observar os elementos disponibilizados (Gráficos 45 e 46) verifica‐se que as modalidades de ensino não regular apresentam um padrão de comportamento evolutivo errático, que devia ser objeto de análise pela administração educativa.

Assiste‐se ainda a um aumento significativo de alunos nos Programas Específicos do Regime Educativo Especial (461,3%) e em modalidades de ensino não regular (Quadros 20 e 21), sem tradução na melhoria dos indicadores de desempenho. Regista‐se, ainda, um decréscimo acentuado no número de alunos matriculados no Ensino Recorrente (‐58,9%), vertente da educação de adultos que conduz à obtenção de um grau e à atribuição de um diploma ou certificado, equivalentes aos conferidos pelo ensino diurno.

Os cursos do Programa Reativar registam um aumento significativo de inscritos (223%). Estes cursos destinam‐se a pessoas com idade igual ou superior a 18 anos à data do início da formação, sem a qualificação adequada para efeitos de inserção ou progressão no mercado de trabalho, podendo a título excecional admitir formandos a partir dos 16 anos, inclusive, à data do início da formação. Os cursos de nível secundário, ministrados em regime diurno ou a tempo integral, só podem ser frequentados por adultos com idade igual ou superior a 23 anos.

Por outro lado, a Aprendizagem ao Longo da Vida, visando adquirir e/ou melhorar competências, aptidões e conhecimentos, deixou de ser apenas uma componente da educação e da formação e tornou‐se um princípio orientador da oferta e da participação num contínuo de aprendizagem, independentemente do contexto, com o objetivo de promover uma cidadania ativa e fomentar a empregabilidade.

Refira‐se ainda que no decurso do ano letivo 2014/15 nenhuma unidade orgânica do concelho apresentou, como oferta formativa, qualquer dos cursos de formação vocacional criados pelo Despacho Normativo n.º 12/2014, de 5 de maio de 2014.

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Gráfico 44 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007‐2013/2014)

2500

2000

1500 Alunos

de

1000 Nº 500

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 ED. Pré‐ Escolar 1210 1250 1128 1111 1139 1028 1053 1051 1059 1º CEB 1968 1888 1853 1784 1817 1777 1732 1630 1588 2º CEB 885 1053 944 965 929 881 787 808 768 3º CEB 1198 1274 1093 1119 1159 1215 1159 1139 1101 Secundário 934 743 854 924 818 863 772 726 759

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 19 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação EPE 1210 1059 ‐12,48% 1.º CEB 1968 1588 ‐19,31% 2.º CEB 885 768 ‐13,22% 3.º CEB 1198 1101 ‐8,10% Ensino Secundário 934 759 ‐18,74% Fonte: Direção Regional de Educação Gráfico 45 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007‐2013/2014) – continuação 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 PROFIJ 100 232 327 355 304 269 264 289 339 PEREE 31 35 181 83 96 62 119 96 174 Oportunidade 104 84 44 185 136 189 296 256 157 Profissional 342 390 424 424 459 457 451 439 435

Fonte: Direção Regional de Educação 82

Gráfico 46 ‐ Alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) – continuação 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Recorrente 160 136 122 95 86 105 92 76 REATIVAR 47 85 155 290 471 331 389 270

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 20 ‐ Alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação Programa Formativo de Inserção de Jovens ‐ Profij 100 339 239,0% Programa Oportunidade 104 157 51,0% Ensino Profissional 342 435 27,2% Programas Específicos do Regime Educativo 31 174 461,3% Especial‐ PEREE Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 21 ‐ Alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 a 2014/2015) 2006/07 2007/2008 2014/15 Variação Ensino Recorrente 185 76 ‐58,9% Programa Reativar 0 47 270 223,0% Fonte: Direção Regional de Educação

5.4.2 ‐ Rede Pública Da observação dos dados espelhados nos diferentes gráficos e quadros da rede pública do concelho de Angra do Heroísmo e das unidades orgânicas (Gráficos 47 a 49 e Quadros 22 a 24) verifica‐se:

• Comportamento diferenciado das unidades orgânicas relativamente ao número de alunos matriculados nos diferentes níveis e modalidades de ensino;

• Maior número de crianças inscritas na rede privada (56,5% no privado e 43,5% no público em 2014/2015), facto que decorre da oferta pela rede privada de atividades de animação e apoio às famílias (funcionamento da instituição em horário alargado e no período de interrupção de atividades letivas; fornecimento de almoço e lanche); 83

• Decréscimo global de 5,8 % de alunos matriculado na rede pública (2006/2007 a 2014/2015);

• Quebra do número de alunos matriculados no ensino regular na ordem dos 17%, no período de 2006/2007 a 2014/2015;

• Aumento de 146,4% de alunos matriculados em percursos formativos alternativos, com predomínio do Programa Formativo de Inserção de Jovens – PROFIJ (539,6% de 2006/2007 a 2014/2015), Programas Específicos do Regime Educativo Especial ‐ PEREE (461,3% de 2006/2007 a 2014/2015) e Ensino Profissional (276,2% de 2012/2013 a 2014/2015);

• Acréscimo de alunos (461,3%) nos Programas Específicos do Regime Educativo Especial‐ PEREE nos últimos oito anos;

• Diminuição acentuada de inscritos nos cursos do Programa Reativar (‐84,5%);

• Quebra de alunos matriculados no ensino recorrente (‐58,9%);

• Acréscimo da percentagem de alunos matriculados em percursos formativos alternativos relativamente ao ensino regular, que no período de 2006/07 a 2014/15 passou de 5,8% para 17,1%. Em 2014/2015 a ES Jerónimo Emiliano de Andrade regista o maior valor percentual de alunos matriculados em percursos formativos alternativos (36%), seguindo‐se‐lhe EBI Francisco Ferreira Drummond (14,3%), a EBI de Angra do Heroísmo (11,3%) e por último a EBS Tomás de Borba (9,8%);

• Inexistência de um sistema padronizado na evolução dos alunos matriculados nos percursos formativos alternativos, o que traduz ausência de estabilidade na oferta formativa e na implementação de novas medidas sem a prévia consolidação e avaliação das precedentes.

84

Gráfico 47 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007‐2014/2015) 2000 1800 1600 1400 1200 Alunos

1000 de 800 Nº 600 400 200 0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 ED. Pré‐ Escolar 596 525 529 511 503 493 446 447 461 1º CEB 1781 1702 1669 1600 1637 1594 1556 1463 1423 2º CEB 831 918 897 913 874 831 739 760 718 3º CEB 1198 1274 1093 1119 1159 1215 1159 1139 1101 Secundário 934 743 854 924 818 863 772 726 759

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 48 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública ‐ 2006/2007 a 2014/2015) 400

350

300

250 Alunos

200 de

Nº 150

100

50

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 PROFIJ 53 172 263 280 245 213 236 289 339 PEREE 31 35 181 83 96 62 119 96 174 T. Projeto Curricular Adptado 55 Oportunidade 104 84 44 185 136 189 296 256 157 Profissional 21 38 79

Fonte: Direção Regional de Educação

85

Gráfico 49 ‐ Alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública ‐ 2006/2007 a 2014/2015) 300

250

200 Alunos

150 de

Nº 100

50

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Recorrente 185 160 136 122 95 86 105 92 76 REATIVAR 251 160 78 39

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 22 – Evolução do número de alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública ‐ 2006/2007 a 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação EPE 596 461 ‐22,7% 1.º CEB 1781 1423 ‐20,1% 2.º CEB 831 718 ‐13,6% 3.º CEB 1198 1101 ‐8,1% Ensino Secundário 934 759 ‐18,8% Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 23 – Evolução do número de alunos mMatriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública – 2006/2007 a 2014/2015) 2006/07 2012/13 2014/15 Variação Programa Formativo de Inserção de Jovens ‐ Profij 53 339 539,6%

Programa Oportunidade 104 157 51,0% Ensino Profissional 21 79 276,2% Programas Específicos do Regime Educativo Especial‐ PEREE 31 174 461,3%

T. Projeto Curricular adaptado 55 Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 24 ‐ Evolução do número de alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública – 2006/2007 a 2014/2015) 2006/07 2011/2012 2014/15 Variação Ensino Recorrente 185 76 ‐58,9% Programa Reativar 251 39 ‐84,5% Fonte: Direção Regional de Educação

86

5.4.2.1 ‐ Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond Da observação dos dados (Gráficos 50 e 51 e Quadros 25 e 26) da Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond, que entrou em funcionamento no ano letivo 2011/2012, constata‐se:

• Aumento global de 16,2% de alunos matriculados, realçando‐se que o ensino regular apresenta um acréscimo de 1,6%;

• Decréscimo do número de alunos matriculados no 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico;

• Alargamento da oferta formativa de percursos formativos alternativos;

• Aumento significativo de alunos do Regime Educativo Especial (411% de 2013/2014 para 2014/2015);

• Inexistência de alunos matriculados no Programa Oportunidade, ao invés de anos anteriores;

• Acréscimo de 211,5% de alunos matriculados em percursos formativos alternativos, o que implica um aumento de cerca de 8% do número de alunos matriculados no ensino não regular no período de um ano letivo (2013/14 para 2014/15)

• Inexistência de um sistema padronizado na evolução dos alunos matriculados nos percursos formativos alternativos;

• Ausência de cursos e estruturas curriculares experimentais no ensino básico, incluindo as vertentes de carácter tecnológico e profissional.

Gráfico 50 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 – 2014/2015)

300

250

200

150

100

50

0 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 ED. Pré‐ Escolar 90 96 102 111 1º CEB 240 245 209 201 2º CEB 123 114 122 101 3º CEB 103 151 185 152

Fonte: Direção Regional de Educação

87

Gráfico 51 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 – 2014/2015) 40

35

30

25 Alunos

20 de

15 Nº

10

5

0 2012/13 2013/14 2014/15 PROFIJ 35 PEREE 9925 T. Projeto Curricular Adptado 21 Oportunidade 16 17

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 25 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 a 2014/2015) 2011/12 2014/15 Variação EPE 90 111 23,3% 1.º CEB 240 201 ‐16,3% 2.º CEB 123 101 ‐17,9% 3.º CEB 103 152 47,6% Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 26 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, EBI Francisco Ferreira Drummond – (2011/2012 a 2014/2015) 2011/12 2014/15 Programa Formativo de Inserção de 35 Jovens ‐ Profij Programa Oportunidade Programas Específicos do Regime 25 Educativo Especial‐ PEREE T. Projeto Curricular adaptado 21 Fonte: Direção Regional de Educação

88

5.4.2.2 ‐ Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo Da observação dos dados Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo (Gráficos 52 e 53 e Quadros 27 e 28), regista‐se:

• Decréscimo global de 33,2% de alunos matriculados, realçando‐se uma quebra de 34,9% no ensino regular e de 16,9% em percursos formativos alternativos;

• Diminuição do número de alunos, decorrente da entrada em funcionamento da EBS Tomás de Borba (2007/2008) e EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012). O aumento do número de alunos do 1ºCiclo no ano letivo 2007/2008 resulta da afetação da EB1/JI Infante D. Henrique à EBI de Angra do Heroísmo;

• Aumento de alunos do Regime Educativo Especial (225,8% de 2006/07 para 2014/15), com acréscimo significativo de 90,5% de 2013/14 para 2014/15, em contraciclo com o Programa Oportunidade que registou uma quebra de 58,4% no mesmo período;

• Inexistência de um sistema padronizado na evolução dos alunos matriculados nos percursos formativos alternativos;

• Ausência de cursos e estruturas curriculares experimentais no ensino básico, incluindo as vertentes de carácter tecnológico e profissional.

Gráfico 52 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 1200

1000

800 Alunos

600 de

Nº 400

200

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 ED. Pré‐ Escolar 234 292 269 263 253 147 125 139 114 1º CEB 819 1106 1024 953 980 689 667 648 630 2º CEB 831 751 502 640 654 469 389 362 344 3º CEB 181 233 286 226 228 139

Fonte: Direção Regional de Educação

89

Gráfico 53 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 120

100

80 Alunos

60 de

Nº 40

20

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 PROFIJ 53 32 24 Oportunidade 1048444283357827732 PEREE 31 35 42 49 63 51 39 53 80 T. Projeto Curricular Adptado 21 PRE 81

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 27 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2011/12 2014/15 Variação EPE 234 114 ‐51,3% 1.º CEB 819 630 ‐23,1% 2.º CEB 831 344 ‐58,6% 3.º CEB 139 Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 28 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensin, na EBI de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação Programa Formativo de Inserção de 53 24 ‐54,7% Jovens ‐ Profij Programa Oportunidade 104 32 ‐69,2% Programas Específicos do Regime 31 80 158,1% Educativo Especial‐ PEREE T. Projeto Curricular adaptado 21 Fonte: Direção Regional de Educação

90

5.4.2.3 ‐ Escola Básica Secundária Tomás de Borba De acordo com os dos dados da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba (Gráficos 54 e 55 e Quadros 29 e 30), que entrou em funcionamento no ano letivo 2007/2008, verifica‐se:

• Aumento global de 33,9% de alunos matriculados, realçando‐se que o ensino regular apresenta um acréscimo de 20,8% no período de 2007/2008 a 2014/15;

• Acréscimo de 18,9% de alunos inscritos na Educação Pré‐Escolar de 2013/14 para 2014/15 e estabilidade de alunos matriculados no ensino regular;

• Aumento de alunos do Regime Educativo Especial, com acréscimo significativo de 90,5% de 2013/2014 para 2014/2015, em contraciclo com o Programa Oportunidade que registou uma quebra de 41,2% no mesmo período;

• Aumento de alunos matriculados no ensino profissional de cerca 181% de 2012/2013 a 2014/2015;

• Inexistência de um sistema padronizado, na evolução dos alunos matriculados nos percursos formativos alternativos;

• Ausência de cursos e estruturas curriculares experimentais no ensino básico, incluindo as vertentes de carácter tecnológico e profissional. Gráfico 54 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) 1000

900

800

700

600 Alunos

500 de

Nº 400

300

200

100

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 ED. Pré‐ Escolar 317 189 218 208 212 221 195 175 208 1º CEB 900 541 588 582 590 592 575 544 538 2º CEB 167 395 273 220 239 236 276 273 3º CEB 322 355 406 425 413 345 306 360 Secundário 193 212 279 328 416 363 337 326

Fonte: Direção Regional de Educação 91

Gráfico 55 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) 120

100

80 Alunos

60 de

Nº 40

20

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Oportunidade 60 47 81 111 97 57 Profissional 21 38 59 PEREE 61 34 33 11 71 34 69

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 29 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2007/08 2014/15 Variação EPE 189 208 10,1% 1.º CEB 541 538 ‐0,6% 2.º CEB 167 273 63,5% 3.º CEB 322 360 11,8% Ensino 193 326 68,9% Secundário Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 30 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na na EBS Tomás de Borba (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2007/08 2014/15 Programa Oportunidade 57 Ensino Profissional 59 Programas Específicos do Regime 69 Educativo Especial‐ PEREE Fonte: Direção Regional de Educação

92

5.4.2.4 ‐ Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade A análise dos elementos da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade (Gráficos 56 e 57 e Quadros 31 a 33) permite constatar:

• Diminuição significativa do número de alunos com a entrada em funcionamento da EBS Tomás de Borba e com o alargamento da oferta do 3º Ciclo na EBI de Angra do Heroísmo;

• Quebra global de 40,5% de alunos matriculados, realçando‐se um decréscimo de 58,6% no ensino regular;

• Aumento de 168,1% de alunos matriculados em percursos formativos alternativos, apesar de uma quebra de 58,9% no ensino recorrente;

• Descida abrupta do número de inscritos no Programa Reativar (251 para 39 entre 2011/2012 e 2014/2015);

• Aumento da percentagem de alunos matriculados em percursos formativos alternativos relativamente ao ensino regular, no período de 2006/2007 a 2014/2015, passando de 8% para 36% relativamente ao número total de alunos matriculados. Os cursos do PROFIJ no ano letivo 2014/2015 representam 20,3% dos alunos matriculados na unidade orgânica;

• Inexistência de um sistema padronizado, na evolução dos alunos matriculados nos percursos formativos alternativos;

• Ausência de cursos e estruturas curriculares experimentais no ensino básico, incluindo as vertentes de carácter tecnológico e profissional.

93

Gráfico 56 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) 1400

1200

1000

800 Alunos

de 600 Nº

400

200

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 3º CEB 1198 952 738 532 501 413 437 420 450 Secundário 934 550 642 645 490 447 409 389 433

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 57 ‐ Evolução do número de alunos matriculados, por ciclo de estudo e modalidade de ensino na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) 300

250

200 Alunos

150 de 100 Nº 50

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Recorrente 185 160 136 122 95 86 105 92 76 REATIVAR 251 160 78 39 PROFIJ 172 263 280 245 213 236 257 280 PEREE 78 T. Projeto Curricular Adptado 13 Oportunidade 97 56 51 87 65 68 Profissional 20

Fonte: Direção Regional de Educação

94

Quadro 31 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação 3.º CEB 1198 450 ‐62,4% Ensino 934 433 ‐53,6% Secundário Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 32 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Programa Formativo de Inserção de 280 Jovens ‐ Profij Programa Oportunidade 68 Ensino Profissional 20 T. Projeto Curricular adaptado 13 Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 33 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Ensino Recorrente 185 76 Programa Reativar 39 Fonte: Direção Regional de Educação

95

5.4.2.5 ‐ Escola Básica Integrada dos Biscoitos O território educativo da EBI dos Biscoitos apenas abrange no concelho de Angra do Heroísmo as freguesias dos Altares e do Raminho. Neste contexto e na sequência da observação dos dados da EB1/JI dos Altares e EB1/JI do Raminho (Gráfico 58 e Quadro 34), pode‐se constatar que de 2006/2007 a 2014/2015, se regista uma redução de número de alunos na Educação Pré‐Escolar (37,8%) e no 1º Ciclo do Ensino Básico (12,9%). Gráfico 58 ‐ Evolução do número de alunos matriculados , por ciclo de estudo e modalidade de ensino nas EB1/JI dos Altares e Raminho (2006/2007 ‐ 2014/2015) 80

70

60

50 Alunos

40 de

Nº 30

20

10

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 ED. Pré‐ Escolar 45 44 42 40 38 35 30 31 28 1º CEB 62 55 57 65 67 73 69 62 54

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 34 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino nas EB1/JI dos Altares e Raminho (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação EPE 45 28 ‐37,8% 1.º CEB 62 54 ‐12,9% Fonte: Direção Regional de Educação

5.4.3 ‐ Rede Privada ‐ Ensino Particular e Cooperativo O Ensino Particular, Cooperativo e Solidário é ministrado nos estabelecimentos de educação e ensino pertencentes às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS), nos Colégios Particulares e nas Escolas Profissionais.

96

A rede educativa concelhia privada integra doze Instituições Particulares de Solidariedade Social, um Jardim de Infância do ISSA, um Colégio Particular (Educação Pré‐Escolar, o 1.º e o 2.º CEB), três Escolas Profissionais e uma Unidade de Formação.

A análise dos dados dos diferentes gráficos e quadros da rede privada do concelho de Angra do Heroísmo (Gráficos 59 a 65 e Quadros 35 a 48) permite observar:

• Aumento de 10,8% de alunos inscritos na rede privada, em contraciclo com a rede pública que apresenta um decréscimo de 5,8 % (2006/2007 a 2014/2015);

• Maior número de crianças inscritas na Educação Pré‐Escolar na rede privada (56,5% no privado e 43,5% no público em 2014/2015), facto que decorre da oferta, pela rede privada, de atividades de animação e apoio às famílias;

• Quebra inferior de número de crianças inscritas na Educação Pré‐Escolar (‐2,6 %) relativamente à rede pública (‐22,7%);

• Menor diminuição do número de alunos matriculados no 1º Ciclo do Ensino Básico (‐11,8%) comparativamente à rede pública (‐20,1%);

• Quebra inferior de número de alunos matriculados no 2º do Ensino Básico (‐7,4%) relativamente à rede pública (‐13,6%);

• Ausência da oferta de cursos do PROFIJ na rede privada;

• Certa estabilização, embora com algumas oscilações, do número de alunos inscritos e ou matriculados na rede privada;

• Maior quota de oferta e de alunos inscritos e ou matriculados do Ensino Profissional (81,8%) e Programa Reativar (66,8%) relativamente à rede pública.

Quadro 35 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%), por ciclo de estudo e modalidade de ensino na rede privada (2006/2007 ‐ 2014/2015)

2006/07 2007/08 2014/15 Variação

EPE 614 598 ‐2,6% 1.º CEB 187 165 ‐11,8% 2.º CEB 54 50 ‐7,4%

Programa Formativo de Inserção de Jovens ‐ 47 0 Profij Ensino Profissional 342 356 4,1% Programa Reativar 47 231 391,5% Fonte: Direção Regional de Educação

97

5.4.3.1 ‐ Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s) O número de alunos matriculados em estabelecimentos de ensino dependentes de IPSS's manteve‐se estável ao longo do período em análise, indiciando a maior atratividade destes estabelecimentos face à oferta educativa congénere propiciada pela rede pública. Os quadros que se seguem demonstram essa realidade.

Gráfico 59 ‐ Evolução dos alunos matriculados na valência Jardim de Infância das IPSS’s, no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Sta. Casa da Misericórdia AH 37 56 62 63 Mãe de Deus ‐ Cáritas 43 39 25 48 O Carrocel 54 57 59 57 O Baloiço 60 63 75 71 O Ninho 48 62 57 48 A Gaivota 19 25 35 25

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 60 ‐ Evolução dos alunos matriculados na valência Jardim de Infância das IPSS’s, no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015) 160

140

120

100

80

60

40

20

0 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 A Joaninha 27 33 25 33 S. Gonçalo 47 51 56 52 O Golfinho 36 39 55 45 Obra Social Madre Mª Clara 135 141 135 136 O Girassol 29 41 20 20

Fonte: Direção Regional de Educação

98

Quadro 36 ‐ Evolução dos alunos matriculados (%) na educação pré‐escolar na rede privada (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação EPE 614 598 ‐2,6% Fonte: Direção Regional de Educação

5.4.3.2 ‐ Colégio Santa Clara Seguindo um percurso similar aos restantes estabelecimentos da rede privada, o Colégio de Santa Clara apresenta maior estabilidade no número de alunos do que as escolas da rede pública que ministram os mesmos níveis de ensino, embora seja patente um lento declínio no número de alunos matriculados.

Gráfico 61 ‐ Alunos matriculados no Colégio Santa Clara (2006/2007 ‐ 2014/2015)

200

180

160

140

120

100 Alunos

Nº 80

60

40

20

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Ed. Pré‐Escolar 142 141 141 140 139 135 141 135 136 1º Ciclo 187 186 184 184 180 183 176 167 165 2º Ciclo 54 54 47 52 55 50 48 48 50

Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 37 ‐ Alunos matriculados (%) no colégio Santa Clara (2006/2007 ‐ 2014/2015) 2006/07 2014/15 Variação

EPE 142 136 ‐4,2%

1.º CEB 187 165 ‐11,8%

2.º CEB 54 50 ‐7,4% Fonte: Direção Regional de Educação

99

5.4.3.3 ‐ Escolas Profissionais e Unidade de Formação No concelho de Angra do Heroísmo estão em funcionamento três estabelecimentos de formação profissional e uma unidade de formação não integrada: (1) a Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo; (2) a Escola Profissional INETESE ‐ Polo de Angra do Heroísmo; (3) a Escola Profissional da Praia da Vitória ‐ Polo de Angra do Heroísmo; e (4) a Unidade de Formação ‐ Cáritas da Ilha Terceira.

O número e a tipologia dos cursos oferecidos apresenta grande variabilidade inter‐anual, resultado da necessidade da adequação da oferta formativa às políticas de formação determinadas pelo Governo Regional e à procura registada pelos perfis de saída. Ainda assim, constata‐se uma relativa estabilidade no número de alunos, com tendência para um crescimento sustentado da procura.

5.4.3.3.1 ‐ Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo A Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo é o maior dos estabelecimentos de formação profissional do concelho e aquele que apresenta maior diversidade de oferta formativa.

Gráfico 62 ‐ Evolução do número de alunos matriculados na Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 160

140

120

100

80

60

40

20

0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 PROFISSIONAL 101 130 128 136 139 128 125 118 118 REATIVAR 100 24 44 46

Fonte: Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

100

Quadro 38 ‐ População Escolar por curso (2014/2015) Cursos Nº Alunos Nº Turmas Nível II ‐ ‐ ‐ Nível IV Técnico de Produção Agrária ‐ Variante Produção Animal‐1.º ano 23 1 Técnico de Turismo Ambiental e Rural‐1.º ano 23 1 Técnico de Produção Agrária ‐ Variante Produção Vegetal‐2.º ano 12 1 Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores‐2.º ano 23 1 Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos‐3.º ano 18 1 Técnico de Sistemas de Informação Geográfica‐3.º ano 19 1 Total 118 6 Fonte: Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

Quadro 39 ‐ População Escolar no programa Reativar ‐ 2014/2015 Cursos Nº Alunos Nº Turmas B1 ‐ ‐ B2 ‐ ‐ B3 23 1 Secundário 23 1 Total 46 2 Fonte: Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

Quadro 40 ‐ Oferta Formativa 2014/2015 Nº Nº Cursos Data de início Data do termo Nível Alunos Turmas Técnico de Produção Agrária ‐ Variante Produção Animal‐1.º ano 16/09/2014 31/07/2017 IV 23 1 Técnico de Turismo Ambiental e Rural‐1.º ano 16/09/2014 31/07/2017 IV 23 1 Técnico de Produção Agrária ‐ Variante Produção Vegetal‐2.º ano 16/09/2013 31/07/2016 IV 12 1 Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores‐2.º ano 16/09/2013 31/07/2016 IV 23 1 Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos‐3.º ano 17/09/2012 31/07/2015 IV 18 1 Técnico de Sistemas de Informação Geográfica‐3.º ano 17/09/2012 31/07/2015 IV 19 1 Técnico/a de Informação e Animação Turística (Reativar) 27/10/2014 31/07/2016 S3‐Tipo A 23 1 Curso de Formação Base do Programa Reativar 27/10/2014 31/07/2015 B3 23 1 Total 164 8 Fonte: Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

101

5.4.3.3.2 ‐ Escola Profissional INETESE ‐ Polo de Angra do Heroísmo O Polo de Angra do Heroísmo do INETESE – Instituto para o Ensino e Formação mantém um número reduzido de alunos e de cursos, tendo vindo contudo a diversificar a sua oferta formativa, que inicialmente estava centrada na área da banca e seguros para áreas conexas. O número de alunos tem vindo a decrescer.

Gráfico 63 ‐ Evolução do número de alunos matriculados no INETESE, Polo de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 120 100 80 alunos 60 de 40 Nº 20 0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 PROFISSIONAL 63 52 74 77 105 79 61 53 52 REATIVAR 25 16 11 48 23

Fonte: INETESE ‐ Polo de Angra do Heroísmo

Quadro 41 ‐ População escolar por curso (2014/2015) Cursos Nº Alunos Nº Turmas Nível IV Técnico de Transportes ‐ 1.º ano 23 1 Técnico de Biblioteca, Arquivo e Documentação ‐ 2.º ano 17 1 Técnico de Comunicação ‐ Marketing, Rel. Públicas e Publicidade ‐ 3.º ano 12 1 Total 52 3 Fonte: INETESE ‐ Polo de Angra do Heroísmo

Quadro 42 ‐ População Escolar no programa Reativar (2014/2015) Cursos Nº Alunos Nº Turmas B1 ‐ ‐ B2 ‐ ‐ B3 ‐ ‐ Secundário 23 1 Total 23 1 Fonte: INETESE ‐ Polo de Angra do Heroís

Quadro 43 ‐ Oferta Formativa (2014/2015) Data de Cursos Data do termo Nível Nº Alunos Nº Turmas início Técnico de Transportes ‐ 1.º ano 29/09/2014 31/07/2017 IV 23 1 Técnico de Biblioteca, Arquivo e Documentação ‐ 2.º ano 30/09/2013 31/07/2016 IV 17 1 Técnico de Comunicação ‐ Marketing, Rel. Públicas e Publicidade ‐ 3.º ano 01/10/2012 31/07/2015 IV 12 1 Técnico de Vendas (Programa Reativar) 29/10/2014 31/07/2016 IV 23 1 Total 75 4 Fonte: INETESE ‐ Polo de Angra do Heroísmo

102

5.4.3.3.3 ‐ Escola Profissional da Praia da Vitória A Escola Profissional da Praia da Vitória mantém em funcionamento um polo letivo no concelho de Angra do Heroísmo utilizando para tal instalações cedida pela Cáritas. A população escolar e a oferta formativo são elevados e fazem deste polo a maior estrutura de formação profissional do concelho.

O número de alunos tem‐se mantido relativamente constante, embora nos últimos anos letivos se registe algum decréscimo, particularmente devido ao desaparecimento da oferta de cursos do Programa Formativo de Inserção de Jovens ‐ PROFIJ.

Gráfico 64 ‐ Alunos matriculados no Polo de Angra do Heroísmo da Escola Profissional da Praia da Vitória (2006/2007 ‐ 2014/2015) 300

250

200

150 Alunos

100

50

0 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 PROFISSIONAL 178 208 222 211 215 250 244 230 186 PROFIJ 47 60 64 75 59 56 28 REATIVAR 47 85 155 132 157 108 186 131

Fonte: Escola Profissional da Praia da Vitória

Quadro 44 ‐ População Escolar por curso (2014/2015) Cursos Nº Alunos Nº Turmas Nível IV Téc. Instalações Elétricas 20 1 Téc. Restauração (variante Cozinha ‐ Pastelaria) 41 2 Téc. Restauração (variante Restaurante ‐ Bar) 37 2 Téc. Gestão e Programação de Sistemas Informáticos 22 1 Téc. Eletrónica, Automação e Comando 21 1 Téc. Produção Agrária 22 1 Téc. Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 23 1 Total 186 9 Fonte: Escola Profissional da Praia da Vitória

103

Quadro 45 ‐ População Escolar no programa Reativar ‐ 2014/2015 Cursos Nº Alunos Nº Turmas B1 ‐ ‐ B2 ‐ ‐ B3 43 2 Secundário 88 4 Total 131 6 Fonte: Escola Profissional da Praia da Vitória

Quadro 46 ‐ Oferta Formativa (2014/2015) Cursos Data de início Data do termo Nível Nº Alunos Nº Turmas Téc. Restauração (variante Cozinha ‐ Pastelaria) 15/09/2014 31/07/2017 IV 24 1 Téc. Produção Agrária 15/09/2014 31/07/2017 IV 22 1 Téc. Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 15/09/2014 31/07/2017 IV 23 1 Téc. Multimédia (Reativar) 22/10/2014 30/09/2016 IV 23 1 Téc. Cozinha /Pastelaria (Reativar) 22/10/2014 30/09/2016 IV 22 1 Téc. Produção Agropecuária (Reativar) 22/10/2014 30/09/2016 IV 21 1 Téc. Refrigeração e Climatização (Reativar) 22/10/2014 30/09/2016 IV 22 1 Formação de Base (Percurso B3) 27/10/2014 31/07/2015 43 2 Total 200 9 Fonte: Escola Profissional da Praia da Vitória

5.4.3.3.4 ‐ Unidade de Formação ‐ Cáritas da Ilha Terceira A Cáritas da Ilha Terceira mantém uma unidade de formação não integrada em qualquer escola profissional que oferece exclusivamente cursos integrados no Programa Reativar. Os cursos estão exclusivamente voltados para as necessidades formativas de jovens em situação social desfavorável. Gráfico 65 ‐ Evolução do número de alunos matriculados na Cáritas da Ilha Terceira – Angra do Heroísmo (2010/2011 ‐ 2014/2015) 50

45

40

35

30

25 Alunos

Nº 20

15

10

5

0 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 REATIVAR 33 47 28 33 31

Fonte: Cáritas da Ilha Terceira 104

Quadro 47 ‐ População Escolar no programa Reativar (2014/2015) Cursos Nº Alunos Nº Turmas B1 ‐ ‐ B2 3 ‐ B3 28 2 Secundário ‐ ‐ Total 31 2 Fonte: Cáritas da Ilha Terceira

Quadro 48 ‐ Oferta Formativa (2014/2015) Cursos Data de início Data do termo Nível Nº Alunos Nº Turmas Reativar Jovem B2+B3 31 2 Total 31 2 Fonte: Cáritas da Ilha Terceira

5.5 ‐ Indicadores

5.5.1 ‐ Taxa de transição e retenção É frequente constatar‐se que o problema do sucesso e insucesso escolar começa no próprio conceito. A procura de uma definição de sucesso escolar esbarra, inevitavelmente, numa multiplicidade de conceitos. Na realidade a capacidade de integração, a diminuição do abandono escolar, a progressão, a melhoria, a segurança, a identificação com um modelo de valores, nem sempre se traduzem em avaliações quantitativas positivas nas diversas disciplinas, mas não deixam de ser indicadores de sucesso pessoal e institucional. Convém pois, não confundir sucesso escolar com sucesso na avaliação, porque este é apenas uma parte daquele que embora importante, não esgota o conceito na sua totalidade.

O conceito de sucesso escolar é complexo e abrangente. Explorá‐lo em pormenor sai fora do contexto deste documento e assim sendo, inclui‐se apenas dois sentidos que elucidam a dualidade de critérios que pode estar na base da sua definição. Para alguns autores a expressão sucesso escolar refere‐se ao sucesso dos alunos na avaliação que se traduz na aprovação ou na transição para o nível seguinte de estudos. Para outros o conceito de sucesso escolar está mais ligado à própria instituição escolar e mede‐se pelo cumprimento dos objetivos previamente definidos de acordo com a missão a que a escola se propôs.

Podem‐se assim considerar de dois tipos de sucesso escolar: um, em que há uma redução do conceito à quantificação de um dado fenómeno observável e de alguma forma determinado pela escola; outro, mais complexo e de difícil quantificação, que se prende com o atingir das metas individuais e sociais, de acordo com as aspirações dos alunos e as necessidades dos sistemas sociais envolventes. Este segundo é o mais difícil de gerir, visto que a sua não quantificação impossibilita a avaliação das reais proporções que atinge, embora só possa ser equacionado por referência ao sucesso escolar quantificável. 105

Insucesso escolar e exclusão escolar são conceitos que representam dois olhares sobre as mesmas situações, visto que incluem quer os que não têm acesso à escola, quer “aqueles que, ainda dentro do sistema de ensino, [são] objeto de exclusão no próprio processo de ensino através da reprovação e repetência e estão sendo assim preparados para posterior exclusão do processo” (Ferraro, 2004). Neste contexto, o autor refere a existência de uma dupla forma de exclusão escolar – a exclusão da escola e a exclusão na escola. Enquanto a primeira se reporta à não frequência da escola, a segunda, a exclusão na escola, apresenta dimensões mais graves, pois resulta da ação dos mecanismos de reprovação e repetência.

Ao observar a apreciação de vários autores, compreende‐se que o insucesso escolar é massivo, constante, precoce, seletivo e cumulativo. O insucesso escolar aparece precocemente no percurso escolar, sendo que a prevenção deve ocorrer no início da escolaridade, pois se a intervenção retardar, o insucesso escolar tem fortes probabilidades de se assumir como tendência permanente. O conceito de insucesso escolar é amplo e não excetua qualquer tipo de causa, integrando fatores exógenos e endógenos.

Quando se analisa o fenómeno do sucesso e insucesso escolar conclui‐se que é importante ter em conta três realidades: o aluno; o meio social e familiar; e a instituição escolar. É a partir destas realidades que se evidenciam os fatores de insucesso e se facilita a compreensão das suas causas.

A perspetiva atual demonstra que não é possível estabelecer uma relação de causalidade linear, pois o insucesso escolar congrega uma constelação de variáveis de vários níveis (psicológicas, sociais, ambientais e culturais) que se correlacionam num sistema complexo. Face à complexidade e diversidade de causas que estão na base do sucesso e insucesso escolar, esta problemática multidimensional requer uma abordagem multivariada com recurso a vários tipos de estratégias e intervenções de níveis diferenciados, congregando esforços de toda a comunidade educativa e de todos os agentes com responsabilidades em matéria de educação.

Tendo em conta a temática em análise, o conceito de sucesso escolar foi restringido neste documento à sua vertente de sucesso na avaliação.

Após a observação dos dados disponibilizados (Gráficos 66 a 83) verifica‐se:

• Aumento das taxas de retenção e desistência consoante o aluno progride no nível de escolaridade;

• Aumento significativo da taxa de retenção e desistência do 1º Ciclo do Ensino Básico público e privado (10,5%) ultrapassando a taxa de retenção e desistência de Portugal Continental (4,6%) e Região Autónoma da Madeira (7,4%) em 2012/2013, contrariamente ao que se verificava em 2006/2007;

• Aumento da taxa de retenção e desistência do 2º Ciclo do Ensino Básico público e privado (2,5%), ampliando o diferencial da taxa de retenção/desistência relativamente a Portugal continental e à Região Autónoma da Madeira;

106

• Diminuição da taxa de retenção e desistência do 3º Ciclo do Ensino Básico (5,2%) reduzindo o diferencial da taxa de retenção/desistência relativamente a Portugal Continental e à Região Autónoma da Madeira, que continuam a apresentar taxa de retenção inferior;

• Aumento da taxa de transição e conclusão no Ensino Secundário (11,1%) reduzindo significativamente o diferencial da taxa de taxa de transição e conclusão relativamente a Portugal Continental e à Região Autónoma da Madeira, que continuam a apresentar taxas superiores;

• Taxa de transição e conclusão muito baixa nos programas de recuperação de escolaridade (Programa Oportunidade);

• Reduzida taxa de transição e conclusão do Ensino Recorrente e Programa Reativar;

• Ausência de um modelo padrão nos gráficos de evolução da taxa de retenção.

Gráfico 66 ‐ Taxa de retenção/desistência no Ensino Básico em Portugal Continental, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) 30,0

25,0

20,0

% 15,0

10,0

5,0

0,0 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB 2006/07 2012/13 Portugal Continental 3,9 10,3 18,4 4,6 12,4 15,7 RAM 8,3 16,7 21,3 7,4 12,7 16,9 RAA 3,4 10,9 15,6 11,1 17,0 24,9 Terceira 2,1 12,4 20,0 9,1 15,9 19,9 Angra do Heroísmo 3,0 15,5 25,2 10,5 18,0 20,0

Fonte: INE

107

Gráfico 67 ‐ Evolução da taxa de retenção/desistência no 1.º Ciclo do Ensino Básico em Portugal, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) 16,0

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 Portugal Continental 3,9 3,6 3,4 3,5 3,2 4,5 4,6 RAM 8,3 6,3 6,1 5,8 5,1 6,6 7,4 RAA 3,4 5,7 6,4 7,3 6,7 12,4 11,1 Terceira 2,1 5,4 5,9 10,3 5,6 12,1 9,1 Angra do Heroísmo 3,0 7,3 6,9 15,1 6,8 13,4 10,5

Fonte: INE

Gráfico 68 ‐ Evolução da taxa de retenção/desistência no 2º Ciclo do Ensino Básico em Portugal, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) 20,0

18,0

16,0

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 Portugal Continental 10,3 7,8 7,5 7,5 7,1 11,0 12,4 RAM 16,7 13,5 11,7 12,8 11,9 13,6 12,7 RAA 10,9 8,6 9,0 10,1 11,0 14,2 17,0 Terceira 12,4 7,0 9,2 13,9 12,4 16,8 15,9 Angra do Heroísmo 15,5 6,3 9,0 16,0 14,6 18,6 18,0

Fonte: INE

108

Gráfico 69 ‐ Evolução da taxa de retenção/desistência no 3º Ciclo do Ensino Básico em Portugal, Madeira, Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) 30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 Portugal Continental 18,4 13,7 13,8 13,5 12,9 15,2 15,7 RAM 21,3 20,3 18,8 19,4 19,1 20,7 16,9 RAA 15,6 15,3 16,4 18,2 18,8 23,4 24,9 Terceira 20,0 19,8 17,6 14,7 15,4 20,0 19,9 Angra do Heroísmo 25,2 25,4 21,6 15,9 17,2 21,7 20,0

Fonte: INE Gráfico 70 ‐ Evolução da taxa de transição/conclusão no Ensino Secundário em Portugal, Madeira. Açores, Terceira e Angra do Heroísmo (redes pública e privada ‐ 2006/2007 – 2012/2013) 85,0

80,0

75,0

70,0 % 65,0

60,0

55,0

50,0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 Portugal Continental 75,4 79,4 81,3 81,1 79,5 80,3 81,2 RAM 70,7 73,4 73,3 75,6 75,3 75,8 80,2 RAA 72,3 72,4 75,2 74,5 74,1 71,1 74,7 Terceira 68,5 76,1 72,8 79,0 73,6 72,5 79,4 Angra do Heroísmo 67,2 75,8 68,7 80,7 71,4 69,3 78,3

Fonte: INE

109

Gráfico 71 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino não regular, nos Açores (redes pública e privada ‐ 2006/2007 ‐ 2013/2014) 100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 RAA RAA RAA RAA RAA RAA RAA RAA 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 Ensino Recorrente 27,7 17,1 20,9 22,4 23,1 31,7 14,3 11,1 PROFIJ 77,8 82,0 74,9 78,1 71,0 70,0 70,6 71,3 Programa Oportunidade 43,9 60,5 40,7 29,3 14,0 14,6 20,1 37,8 Ensino Profissional 88,3 85,5 84,3 83,6 85,0 83,3 80,9 78,9

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 72 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino não regular, no concelho de Angra do Heroísmo (rede pública e privada ‐ 2006/2007‐2013/2014) 100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

% 50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 Ensino Recorrente 8,7 21,6 2,9 6,3 9,1 6,5 9,4 9,9 PROFIJ 66,5 80,0 76,0 79,6 80,6 78,1 76,9 79,7 Programa Oportunidade 22,7 67,9 56,1 46,5 12,9 14,1 22,9 38 Ensino Profissional 82,8 84,2 87,5 78,2 77,2 81,2 78,5 72,5

Fonte: Direção Regional de Educação

110

Gráfico 73 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2011/2012 – 2013/2014) 100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

% 50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2011/12 2012/13 2013/14 1º CEB 79,8 86,9 91,9 2º CEB 82,9 92,9 89,1 3º CEB 91,2 72,6 76,2 Oportunidade 56,3 28,6

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 74 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBI de Angra do Heroísmo (2010/2011 – 2013/2014) 100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

% 50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 1º CEB 91,6 85,8 88,3 91,0 2º CEB 84,4 79,0 77,1 77,6 3º CEB 84,1 71,5 82,3 82,3 PROFIJ 72,7 Oportunidade 10,0 15,5 22,0 29,3

Fonte: Direção Regional de Educação

111

Gráfico 75 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na EBS Tomás de Borba (2010/2011 – 2013/2014) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 1º CEB 93,5 86,2 82,8 86,6 2º CEB 84,8 81,6 81,0 78,2 3º CEB 87,5 78,8 86,5 80,1 Secundário 75,7 69,3 85,1 75,1 Oportunidade 22,2 3,7 15,7 51,1 Profissional 86,1

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 76 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo e modalidade de ensino, na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2010/2011 – 2013/2014)

90,0

80,0

70,0

60,0

50,0 % 40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 3º CEB 78,5 79,4 76,0 84,4 Secundário 65,8 63,9 72,1 69,4 Recorrente 9,1 6,5 9,4 9,9 PROFIJ 80,6 78,1 76,9 80,6 Oportunidade 5,4 33,3 27,3 31,8

Fonte: Direção Regional de Educação

112

Gráfico 77 ‐ Taxa de transição/conclusão, por ciclo de estudo, no Colégio Santa Clara (2006/2007 ‐ 2013/2014) 100,0

99,0 %

98,0

97,0 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 1.º Ciclo 100,0 99,5 99,5 99,5 100,0 100,0 99,4 99,4 2.º Ciclo 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 98,0

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 78 ‐ Taxa de transição/conclusão, na Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (2009/2010 ‐ 2013/2014) 100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0% 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 PROFISSIONAL 60,0% 60,0% 80,0% 70,0% 60,0% REATIVAR 40,0% 70,0% 70,0%

Fonte: Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

113

Gráfico 79 ‐ Taxa de transição/conclusão, no INETESE, no Polo de Angra do Heroísmo (2006/2007 ‐ 2014/2015) 100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0% 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 PROFISSIONAL 79% 88% 83% 79% 78% 70% 64% 64% REATIVAR 64% 69% 91% 50%

Fonte: INETESE ‐ Polo de Angra do Heroísmo

Gráfico 80 ‐ Taxa de transição/conclusão, no Polo de Angra do Heroísmo, da Escola Profissional da Praia da Vitória (2006/2007 ‐ 2014/2015) 100,0%

90,0%

80,0%

70,0%

60,0%

% 50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0% 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 PROFISSIONAL 95,5% 91,8% 91,9% 91,9% 87,9% 88,0% 91,8% 96,1% PROFIJ 80,9% 71,7% 84,4% 74,7% 81,4% 73,2% 96,4% REATIVAR 38,3% 43,5% 41,3% 59,1% 61,8% 46,3% 66,1%

Fonte: Escola Profissional da Praia da Vitória

114

Gráfico 81 ‐ Taxa de transição/conclusão ‐ Cáritas da Ilha Terceira (2010/2011 ‐ 2014/2015) 70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0% 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 REATIVAR 36,3% 46,8% 60,7% 45,4%

Fonte: Cáritas da Ilha Terceira

Gráfico 82 ‐ Taxa de transição/conclusão dos diferentes niveis e modalidades de ensino do concelho de Angra do Heroísmo por estabelecimento de educação e ensino (2014/2015) 100

90

80

70

60

% 50

40

30

20

10

0 Ensino Ensino Programa 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB PROFIJ Secundário Recorrente Oportunidade EBI FFD 91,9 89,1 76,2 28,6 EBI AH 91 77,6 82,3 72,7 29,3 EBS TB 86,6 78,2 80,1 75,1 51,1 ES JEA 84,4 69,4 9,9 80,6 31,8 Colégio Santa Clara 99,4 98

Fonte: Direção Regional de Educação

115

Gráfico 83 ‐ Taxa de transição/conclusão dos diferentes niveis e modalidades de ensino do conselho de Angra do Heroísmo por estabelecimento de educação e ensino (2014/2015) 100

90

80

70

60

% 50

40

30

20

10

0 Ensino Profissional Programa Reativar EBS TB 86,1 ES JEA EP SCMAH 60 70 INETESE 64 50 EP PV 96,1 66,1 UF ‐Cáritas 45,4

O elevado número de retenções no sistema de ensino açoriano tem uma dimensão educativa e social bem mais vasta que a descrita pelas estatísticas da educação. Para além de constituir um indicador da ineficiência educativa, a elevada percentagem de alunos com retenções acumuladas sugere a existência de uma cultura de retenção que legitima socialmente essa ineficiência. Não se trata de uma responsabilidade exclusiva de quem reprova, mas da forma como resignadamente se aceita na sociedade a “inevitabilidade” de uma parte significativa dos alunos ter de passar pela experiência de pelo menos um ano de retenção.

O problema, sendo antigo, continua ainda a ter um efeito nefasto sobre os trajetos escolares e sobre a missão fundamental da escola. Esta questão poderá ainda ser considerada mais grave quando se sabe que os trajetos de insucesso se iniciam muito cedo, logo a partir do 1º ciclo, e que na sua maioria se saldam em mais do que uma retenção ao longo do percurso escolar. Vale a pena lembrar a conclusão final do relatório da EURIDYCE de 2011:

“A existência de uma cultura de retenção leva a uma aplicação mais frequente desta prática em determinados países, nos quais predomina ainda a ideia de que repetir um ano é benéfico para a aprendizagem dos alunos. Este ponto de vista é corroborado pela profissão docente, pela comunidade escolar e pelos próprios pais. Na Europa, esta convicção persiste e tem efeitos práticos sobretudo na Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. Não basta a alteração da legislação em matéria de retenção para mudar esta convicção, que deve ser suplantada por uma abordagem

116

alternativa para responder às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Assim, o desafio consiste mais em questionar determinados pressupostos e convicções do que em alterar a legislação.”

É necessário promover culturas de sucesso e mobilizar a sociedade, as famílias e as escolas para que contribuam não só para gerações mais escolarizadas, mas melhor escolarizadas.

5.5.2 ‐ Escolarização Em matéria de educação foram definidas regras que consagram o objetivo de proporcionar a todas as crianças e jovens o maior número possível de anos de escolaridade, nas melhores condições possíveis. As questões críticas que se colocam aos diferentes sistemas educativos é saber como se pode garantir que, frequentando a escola, todos os jovens aprendem e como garantir que todos os alunos têm percursos escolares longos e de qualidade. A resposta positiva a essas questões exige a verificação de que as as escolas, os professores, os técnicos e os dirigentes da administração educativa tenham as condições e os recursos necessários para o fazer. Na realidade, e em qualquer sistema educativo, as escolas enfrentam efetivas dificuldades para concretizar a missão e os objetivos que lhes estão atribuídos, no sentido de garantir que todos os alunos aprendem e atingem níveis de qualidade nas suas aprendizagens.

Os objetivos da educação mudaram profundamente e com isso mudaram também os desafios que a escola enfrenta. Esta mudança requereu alterações profundas na configuração dos sistemas de ensino, nos princípios de organização das escolas, no estatuto e no papel dos professores, no trabalho pedagógico, nos recursos e nos instrumentos de ensino, nas exigências e responsabilidades que são colocadas aos agentes do sistema de educação.

Quando todos os jovens estão na escola a sociedade inteira, com todos os problemas de desigualdade, passa a estar no interior da escola. A escola do passado era frequentada apenas por uma parte minoritária de jovens de grupos sociais homogéneos, hoje é frequentada por todos. É nesta diversidade que reside a principal dificuldade de garantir que todos aprendem, mesmo os que não querem, os que não tem motivação e os que revelam dificuldades diferentes.

A diversidade dos problemas requer a diversidade das soluções. A desigualdade na escola requer medidas e ações que permitam mitigar os efeitos dessa desigualdade: requer diversidade de instrumentos, de meios, de estratégias e de agentes, requer políticas que permitam às escolas e aos professores diversificar os meios de ação para, com mais autonomia profissional, acionarem as competências técnicas e profissionais e tomarem as decisões que se revelam necessárias à resolução dos problemas.

Exige‐se à escola a garantia de que todos aprendem. Mas as escolas e os professores não podem enfrentar este desafio sozinhos, porque, na realidade a questão não é apenas a de ensinar. Requerem‐se políticas

117

educativas inovadoras e adequadas ao desafio que as escolas e os professores enfrentam, com o envolvimento dos governos, das escolas que formam professores, dos centros de investigação, das famílias e das autoridades locais. Todos os agentes e atores sociais devem ser convocados a participar e a assumir uma parte das responsabilidades que este desafio envolve.

Embora a escola por si só não possa fazer face a todos os fatores geradores de desigualdade, nomeadamente os decorrentes do meio social e familiar, deverá dispor de programas e meios que contrariem quer a reprodução, quer a acentuação das disparidades sociais existentes. Explorar medidas e ações que permitam mitigar a desigualdade na escola e os efeitos dessa desigualdade, constituem matérias que deveem ser alvo da atuação da administração educativa.

Pelo exposto, e considerado o contexto do item em análise, o conceito de escolarização será entendido neste documento, na sua aceção mais simples: o da frequência da instituição escolar. Sabe‐se que não é o facto de se ter frequentado a escola que permite concluir que o indivíduo ficou escolarizado, ou seja, que adquiriu um conjunto de conhecimentos e de competências suscetíveis de o capacitar para satisfazer os requisitos elementares do saber escolar. Também se sabe que existem indivíduos alfabetizados, isto é, que satisfazem esses requisitos, sem nunca terem frequentado a escola. Porém, a necessidade de dispor de um indicador que assentasse na informação proporcionada pelos Censos, levou a adotar o conceito minimalista de escolarização, associado à relação percentual entre o número total de alunos matriculados num determinado ciclo de estudos (independentemente da idade) e a população residente em idade normal de frequência desse ciclo de estudo (taxa bruta de escolarização). A utilização deste indicador, para além de possibilitar avaliar a cobertura e a frequência escolar, permite fornecer alguns indicadores relativamente ao abandono escolar.

Da observação dos elementos disponibilizados verifica‐se que o sistema educativo não assegura na totalidade as condições para a concretização das aprendizagens fundamentais por parte dos jovens, no tempo previsto para a conclusão dos diferentes ciclos de ensino. Existe um desfasamento entre a idade real dos alunos e a idade ideal de frequência em todos os ciclos e níveis de ensino. A situação agrava‐se à medida que se progride na escolaridade, sendo que os alunos em que se verifica este desfasamento apresentam piores desempenhos nas avaliações internacionais. Esta discrepância tende a ser superior no Ensino Secundário e pode comprometer o sucesso do alargamento da escolaridade para 12 anos.

A análise dos dados disponíveis (Quadros 49 e 50) revela um desfasamento etário em todos os ciclos e níveis de escolaridade, revelador de insucesso escolar e repetências múltiplas. Veja‐se, por exemplo, que no Ensino Secundário a percentagem de alunos a frequentar o 10º, 11º e 12º anos, nas idades consideradas ideais é de apenas 53,2%. Neste contexto importa referir que, de acordo com os Censos de 2011, 3,4% dos indivíduos

118

com 15 ou mais anos não possui qualquer nível de escolaridade, 35,2% possui o 3º Ciclo do Ensino Básico e 23,8% o Ensino Secundário.

Quadro 49 ‐ Taxa bruta de pré‐escolarização e de escolarização (2012/2013) Taxa Bruta de Pré‐ Taxa Bruta de Escolarização escolarização Ensino Básico Ensino Secundário Portugal Continental 90,4 112,6 122,0 RAM 94,0 112,5 114,5 RAA 92,0 112,5 96,0 Terceira 94,5 108,6 99,7 Angra do Heroísmo 99,7 106,7 91,3 Fonte: INE

Quadro 50 ‐ Percentagem de alunos matriculados em idade ideal de frequência de acordo com o nível de escolaridade (2011)

EPE (3 ‐ 5 anos) 1ºCEB (6 ‐ 9 anos) 2ºCEB (10 ‐11 anos) 3ºCEB (12 ‐14 anos) Secundário (15‐17 anos)

90,3% 94,6% 77,4% 74,6% 53,2% Fonte: INE/DRE

5.5.3 ‐ Abandono Escolar Numa perspetiva formal, o conceito de abandono escolar pode ser definido como a interrupção da frequência do sistema de ensino antes da idade legalmente estabelecida para a escolaridade obrigatória. A definição é decalcada da definição legal da escolaridade obrigatória e, ainda que esteja associada a um determinado nível de ensino, a referência essencial é sempre o número de anos da escolaridade obrigatória. Neste contexto, em sede de inquérito ou recenseamento, a identificação do abandono escolar é sempre a frequência escolar interrompida antes de atingida a idade obrigatória legal.

No caso do abandono escolar o presente documento utiliza dois indicadores, correspondentes a dois grupos etários específicos: (1) o «abandono escolar»; e (2) o «abandono precoce».

O que é designado por «abandono escolar» – tradicionalmente identificado nos países de tradição anglo‐ saxónica por dropout – é expresso pela respetiva taxa calculada pela razão entre população residente com idades compreendidas entre os 10 e 15 anos que abandonou a escola sem concluir o 9º ano, e a população residente com idades compreendidas entre os 10 e 15 anos, multiplicado pela base 100. Este é o indicador tradicional utilizado para aferir do grau de concretização da escolaridade obrigatória de 9 anos.

O segundo indicador deveria designar‐se por «saída escolar precoce», como tradução literal do conceito consagrado internacionalmente de “early school leaving”. Porém, na terminologia estatística portuguesa esta medida passou a ser designada por «abandono precoce». Este indicador foi adotado em 1999 pelo

119

Employment Committee da UE, com o objetivo de monitorizar e reduzir o abandono escolar precoce entre os Estados Membros. Trata‐se de uma taxa calculada a partir da razão entre o número de indivíduos entre os 18 e 24 anos que não concluíram o ensino secundário e não se encontram a frequentar o sistema educativo ou um curso de formação profissional durante o mês anterior ao inquérito ou ao recenseamento, e o total da população residente entre 18 e 24 anos. Esta é a definição adotada pelo EUROSTAT e que constitui um dos indicadores de referência para monitorização do desempenho dos sistemas de ensino nacionais.

O abandono escolar (10‐15 anos) era o indicador privilegiado para aferir a concretização da escolaridade obrigatória de 9 anos. Recentemente, os valores revelados pelo Censos 2011 tornam este fenómeno como residual. É de assinalar o progresso registado nas duas últimas décadas. No concelho de Angra do Heroísmo, de cerca de 13,14% no final da década de 1980, a taxa de abandono registou uma queda significativa durante a década de 1990. À entrada deste século cifrava‐se em 5,21% e dez anos mais tarde em 2,19% (Gráfico 84).

Gráfico 84 ‐ Evolução da taxa de abandono escolar em Portugal, Açores e concelho de Angra do Heroísmo 20

18

16

14

12

% 10

8

6

4

2

0 1991 2001 2011 Portugal Continental 12,51 2,17 1,54 Região Autónoma dos Açores 17,15 4,79 2,36 Angra do Heroísmo 13,14 5,21 2,19

Portugal Continental Região Autónoma dos Açores Angra do Heroísmo

Fonte: INE A redução do abandono escolar precoce é um dos cinco objetivos fundamentais da “Estratégia Europa 2020” para promover o crescimento e o emprego, e tem como meta reduzir a atual média de abandono escolar precoce da UE para 10% até ao final da década. Em 2014 (Gráfico 85) a Região Autónoma dos Açores (32,8%) 120

continua a apresentar uma taxa de abandono precoce superior à Região Autónoma da Madeira (27,7%) e ao território continental (16,7%).

A manter‐se o ritmo de decréscimo atual, os Açores chegarão a 2020 com uma taxa de abandono precoce superior à recomendada pela União Europeia, que tem priorizado politicamente esta questão pelas implicações que as fracas qualificações escolares têm na coesão social e na qualidade do emprego. Embora não existam dados desagregados por ilha e concelho, não parece plausível, face aos demais indicadores, que o concelho de Angra do Heroísmo se constitua como exceção ao exposto.

Gráfico 85 ‐ Evolução da taxa de abandono precoce em Portugal, Portugal Continental, Açores e Madeira 50 45 40 35 30

% 25 20 15 10 5 0 2011 2012 2013 2014 Portugal 23 20,5 18,9 17,4 Continente 22 19,8 18,1 16,7 RAA 43,8 34,1 35,8 32,8 RAM 30,6 27,2 26,2 27,7

Portugal Continente RAA RAM

Fonte: Pordata

A comparação dos valores médios de abandono precoce na UE 28 (11,1%) e nos Açores (32,8%) em 2014, mostra quão elevada é a taxa de saída escolar precoce nos Açores. Os dados apresentados aconselham a que se proceda ao balanço dos resultados das estratégias desenvolvidas e a uma revisitação das recomendações europeias nesta matéria (Conselho da União Europeia, 2011 e 2014).

As recomendações europeias apontam a adoção de ações para a redução dos números do abandono escolar precoce devem desenrolar‐se em diferentes frentes, no sentido de prevenir o risco de abandono (assegurando uma educação de qualidade desde os primeiros anos de vida), de o evitar (reagindo aos sinais de alerta e dando o devido apoio) e de compensar os que já abandonaram (possibilitando o reingresso no sistema, reconhecendo as aprendizagens já realizadas e qualificando).

121

5.5.4 ‐ Atraso Escolar Entre os potenciais fatores potenciadores do abandono escolar encontram‐se a escolarização dos pais, o mercado de trabalho (desemprego) e o insucesso (atraso escolar). O insucesso escolar, entendido como a repetência ou retenção durante um ou mais anos ao longo do percurso escolar dos alunos, é apontado por vários estudos como fator preditivo do abandono escolar. Essa relação não é, contudo, estritamente unívoca.

Sendo compreensível que trajetos de repetências acumuladas tendem a aumentar o risco de abandono, também é admissível que o insucesso seja uma antecipação de quem já optou, a prazo, pelo abandono. Ou seja, o abandono tanto pode ser o resultado do insucesso, como este poderá ser o resultado de uma decisão antecipada de um abandono futuro. Perante essa perspetiva de um abandono a prazo alguns alunos desinvestem no esforço para o sucesso.

Importa não descurar as condições sociais dos que abandonam, especialmente o papel que o capital familiar tende a desempenhar num menor investimento na escolarização. Ora a indução social do abandono tanto pode ser feita pelas condições familiares como pelos contextos sociais envolventes, nomeadamente dos próximos (grupos de amigos, colegas de escola e pares). A acrescer ao referenciado não se pode ignorar que o tipo de aprendizagens potencia trajetos de sucesso ou de insucesso. Quando os alunos constroem trajetos a partir de histórias de retenção, logo no primeiro ciclo, a probabilidade de insucesso reiterado e de abandono é maior, considerando que os conhecimentos e competências básicas indispensáveis às aprendizagens nos ciclos seguintes não estão consolidados.

Assim sendo, torna‐se importante conhecer a dimensão deste fenómeno, recorrendo a uma variável de aproximação ao problema ‐ atraso escolar‐ a partir dos dados do último Censo. As taxas de atraso escolar por ciclo medem a proporção entre os indivíduos a frequentar um determinado ciclo de ensino com idade superior à idade ajustada, no total de indivíduos com idade ajustada a esse ciclo. O indicador não dá a dimensão da repetência, tão só o número de indivíduos com, pelo menos, um ano de atraso em relação à idade ajustada à frequência do ciclo.

O conceito de atraso deverá ser entendido como uma mera aproximação ao problema da repetência e do insucesso, com todas as limitações metodológicas que esta opção representa. Ao analisar o atraso em 2011/2012 (Gráfico 86), verifica‐se que cerca de 38% dos alunos que frequentavam o 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e 71% do Ensino Secundário tinham, pelo menos, um ano de atraso. Dado que o atraso é cumulativo, a redução destes valores só será possível se se reduzir o atraso registado nos ciclos iniciais.

Para ultrapassar este problema é necessário encontrar estratégias credíveis que permitam fazer face às dificuldades dos alunos, das escolas e dos professores. A prevenção do abandono precoce deverá passar pela promoção das aprendizagens e do sucesso escolar, ainda no pré‐escolar e nos primeiros anos do Ensino Básico, através de estratégias que envolvam a escola, os professores e o contexto social e familiar dos alunos. 122

Gráfico 86 ‐ Taxa de atraso concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012) 80,0% 71,3% 70,0%

60,0%

50,0%

38,4% 40,0% 38,1%

30,0%

20,0%

10,0% 8,3%

0,0% 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB Ens. Secundário

Fontes: INE/DRE

5.6 ‐ Oferta Formativa no PROFIJ, Reativar e cursos profissionais De acordo com a legislação em vigor, a direção regional competente em matéria de emprego e qualificação profissional apresenta à direção regional competente em matéria de educação, até 15 de dezembro de cada ano, a lista de prioridades dos cursos de dupla certificação a oferecer pelas unidades orgânicas, estabelecimentos de ensino particular e escolas profissionais que integram o sistema educativo regional, no ano letivo seguinte.

Por sua vez, as unidades orgânicas, estabelecimentos de ensino particular e escolas profissionais têm que remeter à direção regional competente em matéria de educação, até 15 de fevereiro, a relação de todos os cursos que pretendem oferecer para o ano, biénio e triénio seguintes, consoante a tipologia dos cursos, incluindo os que pretendam reiniciar. Ou seja, anualmente, antes do termo segundo período letivo, os estabelecimentos de ensino devem planear e definir a respetiva oferta educativa e formativa para o ano letivo seguinte.

Ponderados os interesses das escolas e das comunidades que servem, considera‐se que o planeamento da oferta formativa deve ter em conta as necessidades dos meios socioeconómicos em que as escolas se inserem. Importa não negligenciar o contributo dos cursos para o incremento da oferta educativa do concelho e, consequentemente, para o respetivo aumento dos níveis de escolarização e desenvolvimento local.

123

A realização de estágios enquadrados nas diversas instituições do concelho deve constituir‐se numa oportunidade de conjugar o trabalho com a comunidade com os recursos locais para contribuir para o sucesso das iniciativas de formação e para o próprio desenvolvimento local.

Refira‐se, que qualquer proposta de oferta formativa, remete para a necessidade de uma concertação cuidadosa e sustentada das necessidades do tecido empresarial com a realidade social do concelho, fundada em estudos de mercado ou de diagnóstico efetuados pelas entidades competentes. A título ilustrativo, parece importante referir mormente os cursos relativos à pesca, dado que constitui área de aposta consensual, não apenas no Município, mas até mesmo nos Açores.

Lembra‐se que a formação profissional tem uma tradição significativa no concelho e que o seu êxito depende da capacidade de impulsionar trajetórias profissionais e de vida bem‐sucedidas, que correspondam às expetativas criadas. Há, ainda, um caminho a percorrer no sentido de desmistificar a opção pelos cursos profissionais como uma via de último recurso. A educação e a formação profissional não são dois sistemas alternativos e disjuntos mas sim uma panóplia de caminhos possíveis, com vias de acesso entre si, em que as trajetórias e os saberes se podem e devem entrecruzar, permitindo a cada jovem ir construindo o seu próprio caminho (Conselho Nacional de Educação, 2012).

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Quadro 51 ‐ Oferta formativa (2014/15) PROFIJ Nível Operador/a de Informática EBI dos Biscoitos Empregado/a Comercial Operador/a Agrícola EBI Francisco Operado Agrícola Ferreira Drummond Operador de Informática Nível II EBI de Angra do Operador(a) de Jardim Heroísmo Operador(a) de Informática Operador Agrícola ‐ Tipo 2 Empregado Comercial ‐ Tipo 3 Técnico Comercial Técnico Animador Sociocultural Técnico de Secretariado Técnico de Análise de Laboratório ES Jerónimo Técnico de Auxiliar de Saúde Emiliano de Andrade Técnico de Produção Agrícola Nível IV Técnico de Logística Técnico Administrativo Técnico de Ação Educativa Programador de Informática‐1 Programador de Informática‐2 Cursos Profissionais ES Jerónimo Técnico de Auxiliar de Saúde ‐ Profissional Emiliano de Andrade Técnico de Apoio à Infância EBS Tomás de Borba Técnico de Apoio à Gestão Desportiva Técnico de Produção Agrária ‐ Variante Produção Animal‐1.º ano Técnico de Turismo Ambiental e Rural‐1.º ano Santa Casa da Técnico de Produção Agrária ‐ Variante Produção Vegetal‐2.º ano Misericórdia de Nível IV Angra do Heroísmo Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores‐2.º ano Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos‐3.º ano Técnico de Sistemas de Informação Geográfica‐3.º ano Técnico de Transportes Técnico de Biblioteca, Arquivo e Documentação INTESE Técnico de Comunicação ‐ Marketing, Rel. Públicas e Publicidade Técnico de Vendas (Programa Reativar) Fonte: Direção Regional de Educação

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Quadro 52 ‐ Oferta Formativa (2015/16) PROFIJ Nível Operador/a de Informática ‐ Tipo 2 Empregado/a Comercial ‐ Tipo 2 Empregado/a de Andares ‐ Tipo 2 Pasteleiro/a ‐ Padeiro/a ‐ Tipo 2 Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade ‐ Tipo 2 EBI dos Biscoitos Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade ‐ Tipo 3 Pasteleiro/a ‐ Padeiro/a‐ Tipo 3 Empregado/a de Andares‐ Tipo 3 Operador/a de Informática ‐ Tipo 3 Nível II Empregado/a Comercial ‐ Tipo 3 EBI Francisco Ferreira Drummond Operador/a de Jardinagem ‐ Tipo 2 EBI de Angra do Heroísmo Acompanhamento de Crianças ‐ Tipo 2 Operador(a) de Informática ‐ Tipo 2 Restaurante/Bar‐Tipo 2 Cozinheiro/a‐ Tipo 2 Empregado/a Comercial ‐ Tipo 3 ES Jerónimo Emiliano de Andrade Técnico/a de Produção Agropecuária Técnico/a de Contabilidade Nível IV Técnico/a de Informática ‐ Instalação e Gestão de Redes Técnico/a de Apoio Familiar e de Apoio à Comunidade Cursos Profissionais ES Jerónimo Emiliano de Andrade EBS Tomás de Borba Técnico de Apoio à Gestão Desportiva Santa Casa da Misericórdia de Angra Técnico de Mecatrónica do Heroísmo Técnico de Apoio Psicossocial INTESE Técnico de Gestão (Angra do Heroísmo) Nível IV Técnico de Restauração ‐ Cozinha/Pastelaria Técnico de Restauração ‐ Restaurante/Bar Escola Profissional da Praia da Vitória Técnico de Gás Técnico de Instalações Elétricas REATIVAR B1 B2 ES Jerónimo Emiliano de Andrade B3 S3 Santa Casa da Misericórdia de Angra Calceteiro(a) B3 Nível III do Heroísmo S3 (Tipo A) Nível IV INTESE Operador de Logística (II) Pasteleiro/Padeiro (II) Empregado(a) de Andares (II) Nível II Operador Informático (II) Escola Profissional da Praia da Vitória Técnico de Vendas (IV) Técnico de Gás (IV) Nível IV Técnico de Ação Educativa (IV) Fonte: Direção Regional de Educação

126

5.7 ‐ Alunos do Regime Educativo Especial Um dos maiores desafios do sistema de ensino é a necessidade de construir uma escola inclusiva, que respeite a diversidade dos alunos e procure garantir o seu sucesso educativo através de traçados curriculares diferenciados e adequados.

O conceito de educação inclusiva invoca um paradigma em termos educativos, ou seja, uma conceção de escola onde todas as crianças e jovens, sem exceção, têm a mesma igualdade de oportunidades, independentemente dos valores culturais ou das limitações físicas e intelectuais. Alguns autores defendem a educação inclusiva como sendo um sistema de educação onde os alunos com necessidades educativas especiais frequentam ambientes de sala de aula regular, apropriados para a idade, com colegas que não têm deficiência ou especiais dificuldades e onde lhes são oferecidos os apoios necessários às suas necessidades individuais, de modo a atingirem os mesmos objetivos que os seus pares mas por caminhos diferentes.

É grande o desafio que se coloca à escola inclusiva porque, mais do que aceitar a presença de alunos com necessidades educativas especiais na escola de ensino regular, há que construir e promover a existência de um único sistema educativo em desfavor da dualidade de sistemas (regular e especial) tantos anos praticado na educação.

No sentido de otimizar os princípios onde se alicerça a inclusão, a escola deve reconhecer as necessidades dos discentes que a frequentam, adaptando‐se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, garantindo um bom nível de educação para todos, através de currículos adaptados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas diferenciadas e diversificadas, de utilização de recursos e de cooperação com a comunidade. A escola inclusiva não pretende eliminar barreiras à aprendizagem, mas sim acompanhar o discente e ajudá‐lo a ultrapassar os obstáculos com que se depara na sua vida de estudante de modo a obter sucesso escolar.

Nos Açores, a assunção da noção de escola inclusiva, onde todos os alunos possam encontrar as respostas educativas que lhes permitam realizar um percurso escolar em comum, surge plasmada no Decreto Legislativo Regional n.º 15/2006/A, de 7 de abril, alterado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 17/2015/A, de 22 de junho.

A publicação do Decreto Legislativo Regional n.º 15/2006/A, de 7 de abril, constitui um momento fundamental da afirmação da educação especial no contexto do Sistema Educativo Regional. Definindo a «educação especial» como o conjunto dos apoios especializados a prestar às crianças e alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente, aquele diploma operou uma mudança de paradigma ao proceder à separação entre, por um lado, o que corresponde a apoio especializado a prestar a

127

alunos com deficiência e, por outro, o conjunto dos apoios a prestar a alunos com dificuldades de aprendizagem.

Enquanto «modalidade especial de educação escolar» (artigo 19.º e seguintes da Lei de Bases do Sistema Educativo), a «educação especial» dirige‐se às crianças e alunos que revelam dificuldades provenientes de alterações em estruturas e funções do corpo com caráter permanente, tipicamente problemáticas de alta intensidade e baixa frequência de ocorrência. Neste contexto, cabe à escola proceder à aplicação rigorosa de critérios de elegibilidade através de uma avaliação por referência à Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde – Versão para Crianças e Jovens (CIF‐CJ) da Organização Mundial de Saúde. Tal avaliação depende, além do mais, de procedimentos céleres e igualmente rigorosos de referenciação.

A entrada em vigor do Decreto Legislativo Regional n.º 15/2006/A, de 7 de abril, permitiu que a Região Autónoma dos Açores alinhasse as suas políticas educativas, não apenas com aquilo que se constitui, hoje, como matéria largamente consensual no seio da comunidade científica sobre esta matéria, mas também com os princípios e recomendações contidos nos diversos tratados e declarações de direito internacional a que o Estado Português está vinculado em matéria de necessidades educativas especiais e de não discriminação em razão de deficiência e saúde (Declaração de Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, 1994, da UNESCO; Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2007 e seu Protocolo Opcional de 2009, das Nações Unidas).

A organização atual dos apoios especializados a alunos com necessidades educativas especiais permanentes encontra‐se localizada na rede de estabelecimentos públicos de educação pré‐escolar e ensinos básico e secundário, aos quais cabe promover as respostas educativas que melhor se adequem ao processo de ensino e de aprendizagem dos alunos a ser enquadrados pela educação especial. As respostas diferenciadas existentes podem concentrar alunos com determinado tipo de problemas em escolas de referência.

A observação dos elementos disponibilizados (Gráficos 87 e 88) permite verificar que de 2011/2012 a 2014/2015, registou‐se um aumento de 81,8% de alunos com necessidades educativas especiais e uma quebra de 18% de alunos com necessidades educativas especiais integrados em turmas do ensino regular.

Em relação ao ano letivo 2014/2015, observa‐se que 14,4% das crianças e alunos matriculados no ensino público do concelho de Angra do Heroísmo estão abrangidas pelo Regime Educativo Especial (Gráfico 89). A Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond (Gráficos 90 e 91) é a unidade orgânica que apresenta maior percentagem de alunos com necessidades educativas especiais (23,9%) seguindo‐se‐lhe com 19% Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo (Gráficos 92 e 93). A Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade (Gráficos 96 e 97) é a que apresenta o valor mais baixo, em termos absolutos (75) e percentuais (5,9%). 128

Para dar resposta aos alunos com deficiência comprovada e dificuldades de aprendizagem, a rede escolar do concelho de Angra do Heroísmo dispôs no ano letivo 2014/2015 de 17 docentes de ensino especial e de apoios educativos, a que corresponde um rácio de 44 alunos por docente.

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, no âmbito dos projetos de construção, ampliação e remodelação de estabelecimentos educativos, tem procurado intervir de forma a criar condições adequadas, garantindo o cumprimento dos pressupostos inerentes ao princípio da «escola Inclusiva». Gráfico 87 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015)

800

700

600

500 Alunos 400 de

Nº 300

200

100

0 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 390 413 503 573 Integrados em UNECAS* 21 49 93 174 TOTAL 411 462 596 747

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular Gráfico 88 ‐ Regime de frequência dos alunos do regime educativo especial no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015)

100

90

80

70

60

% 50

40

30

20

10

0 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular (%) 95 89 84 77 Integrados em UNECAS (%)* 5111623

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

129

Gráfico 89 ‐ Relação entre o número de alunos do regime educativo especial e o número de alunos matriculados no concelho de Angra do Heroísmo (2011/2012 ‐ 2014/2015)

23,9% 25,0%

19,0%

20,0% 14,4% EBI FFD 13,6% EBI AH 15,0% EBS Tomás de Borba ES Jerónimo Emiliano de Andrade 10,0% Total 5,9%

5,0%

0,0%

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 90 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial, na EBI Francisco Ferreira Drummond (2012/2013 ‐ 2014/2015)

160

140

120

100 Alunos 80 de

Nº 60

40

20

0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 83 89 127 Integrados em UNECAS* 91125 TOTAL 92 100 152

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

130

Gráfico 91 ‐ Regime de frequência dos alunos do regime educativo especial na EBI Francisco Ferreira Drummond (2012/2013 ‐ 2014/2015)

100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

% 50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 90,2 89,0 83,6 Integrados em UNECAS* 9,8 11,0 16,4

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

Gráfico 92 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial na EBI Angra do Heroísmo (2012/2013 ‐ 2014/2015)

300

250

200 Alunos 150 de

Nº 100

50

0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 146 153 183 Integrados em UNECAS* 40 51 80 TOTAL 186 204 263

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

131

Gráfico 93 ‐ Regime de Frequência dos alunos do Regime Educativo Especial na EBI Angra do Heroísmo (2012/13 ‐ 2014/15)

80,0

70,0

60,0

50,0

% 40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 78,5 75,0 69,6 Integrados em UNECAS* 21,5 25,0 30,4

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

Gráfico 94 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial na EBS Tomás de Borba (2012/2013 ‐ 2014/2015)

300

250

200 Alunos 150 de

Nº 100

50

0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 164 190 188 Integrados em UNECAS* 03169 TOTAL 164 221 257

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

132

Gráfico 95 ‐ Regime de frequência dos alunos do regime educativo especial na EBS Tomás de Borba (2012/2013 ‐ 2014/2015)

100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

% 50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 100,0 86,0 73,2 Integrados em UNECAS* 0,0 14,0 26,8

Fonte: Direção Regional de Educação

* Alunos não integrados em turmas do ensino regular

Gráfico 96 ‐ Evolução do número de alunos do regime educativo especial na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2012/2013 ‐ 2014/2015)

80

70

60

50 Alunos 40 de

Nº 30

20

10

0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 20 71 75 Integrados em UNECAS* 000 TOTAL 20 71 75

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

133

Gráfico 97 ‐ Regime de Frequência dos alunos do regime educativo especial na ES Jerónimo Emiliano de Andrade (2012/2013 ‐ 2014/2015)

100,0

90,0

80,0

70,0

60,0

% 50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Integrados em Turmas do Ensino Regular 100,0 100,0 100,0 Integrados em UNECAS* 0,0 0,0 0,0

Fonte: Direção Regional de Educação. * Alunos não integrados em turmas do ensino regular

5.8 ‐ Reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) Os serviços de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) são assegurados nos Açores pela Rede Valorizar. Inserido no quadro da política de educação e formação de adultos, o RVCC constitui um serviço através do qual se reconhecem, validam e certificam as competências escolares e profissionais (até ao nível do ensino secundário) adquiridas ao longo da vida, em contextos formais, não formais e informais, por parte de candidatos que desejem vê‐las reconhecidas, que cumulativamente sejam maiores de 18 anos e possuam (no caso de uma certificação de nível secundário) pelo menos 3 anos de experiência profissional.

O processo de RVCC permite ao adulto a possibilidade de certificar os conhecimentos e as competências resultantes da experiência que adquiriu em diferentes contextos ao longo da sua vida. Parte‐se, assim, das experiências de vida para iniciar um processo que reconhece os saberes e as competências, atribuindo ao adulto uma certificação.

De acordo com a informação disponibilizada pela Rede Valorizar, no concelho de Angra do Heroísmo, de 2012 a 9 de abril de 2015 apenas foram validadas e certificadas competências escolares (Quadros 53 e 54). Verifica‐ se que para além do maior número de certificações se ter registado no ano de 2014, foram os «desempregados à procura de novo emprego» os que mais solicitaram o reconhecimento, a validação e

134

certificação das competências escolares. Constata‐se ainda que a maior parte das certificações de competências são relativas ao 2º Ciclo do Ensino Básico.

Quadro 53 ‐ Evolução do número de processos de RVCC no concelho de Angra do Heroísmo (2012‐2015) Desempregados à Desempregados à procura Empregados por conta de Empregados por conta Inativos‐Outros procura do 1º emprego de novo emprego outrem própria

1ºCEB 2ªCEB 3ºCEB Sec. 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB Sec. 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB Sec. 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB Sec. 1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB Sec.

2012 25 1 18 2 4 18 13 1 3 4 2

2013 76 48 12 9 2 11 12 1

2014 2 17 204 86 6 1 1 5 6 7 1

2015 1 3 4 2 1 13 6 1

Fonte: Rede Valorizar ‐ Divisão de Validação e Certificação de Ativos (abril 2015)

Quadro 54 ‐ Processos de certificação de competências escolares por nível de escolaridade Ciclo/Nível de Ensino

1ºCEB 2ºCEB 3ºCEB Secundário 2012 25 6 40 20 2013 76 50 24 21 2014 25 208 91 12 2015 1 3 19 8 Fonte: Rede Valorizar ‐ Divisão de Validação e Certificação de Ativos (abril 2015)

5.9 ‐ Ação Social Escolar De acordo com a Lei de Bases do Sistema Educativo, os apoios e complementos educativos têm como objetivo “(…) contribuir para a igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar”. Constituem modalidades de apoio no âmbito da ação social escolar, designadamente: (1) o apoio alimentar; (2) os transportes escolares; (3) o alojamento; (4) os auxílios económicos; e (5) a prevenção de acidentes e seguro escolar.

A ação social escolar, enquanto modalidade dos apoios e complementos educativos, destina‐se a crianças e jovens oriundos de famílias em situação socioeconómica desfavorecida. Os montantes a atribuir nas diversas modalidades de apoio são fixados pelo Governo Regional, sendo o escalão de apoio em que o agregado familiar se integra determinado tendo em conta o rendimento familiar, a composição da família, a existência na família de encargos especiais devidos a doença, deficiência ou outro qualquer motivo atendível.

No ano letivo 2014/2015 (Gráfico 98) o número total de alunos abrangidos pela ação social escolar representa 58,4% dos alunos matriculados na rede pública do concelho de Angra do Heroísmo. Mais de 50% da população escolar da EBI Francisco Ferreira Drummond (71,7%), EBS Tomás de Borba (65,3%) e EBI de Angra do Heroísmo (59,3%), beneficiaram de apoios no âmbito dos escalões da ação social escolar.

135

Perante a crise social e as dificuldades que as famílias enfrentam é crucial que o sistema de ação social escolar, enquanto mecanismo promotor do reequilíbrio dos rendimentos e dos encargos com a educação suportados pelas famílias, promova a equidade do sistema educativo, reforce e alargue a política de apoio às famílias no âmbito socioeducativo, por forma a assegurar que nenhuma criança ou jovem, potencialmente mais fragilizado do ponto de vista económico, fique fora do sistema escolar ou impedido de prosseguir estudos.

A garantia da igualdade de oportunidades no acesso à educação constitui um mecanismo fundamental para gerar justiça social e desenvolvimento. Tratando‐se de uma questão de defesa do Estado Social, é o campo privilegiado das parcerias, das alianças e das responsabilidades partilhadas. Por conseguinte, a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, como instituição próxima dos munícipes e da sua realidade, enfrenta novos desafios no que toca ao contorno da crise económica com os escassos recursos que possui. Porque, tal como referiu Sir Arthur Lewis, economista britânico, galardoado com o Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel em 1979, “A Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido”. Gráfico 98 ‐ Evolução do número de alunos subsidiados (%), por unidade orgânica, no concelho de Angra do Heroísmo (2008/2009 – 2014/2015) 80,0%

70,0%

60,0%

50,0% %

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0% 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 EBI de Angra do Heroísmo 37,7% 49,9% 51,9% 52,0% 50,0% 54,8% 59,3% EBI F.F.Drummond 59,2% 56,4% 62,3% 71,7% EBS Tomás de Borba 51,9% 52,6% 53,3% 59,5% 58,2% 60,1% 65,3% ES Jerónimo Emiliano de Andrade 40,4% 39,8% 36,2% 30,4% 29,5% 35,6% 39,6% Total 43,3% 47,9% 48,6% 51,0% 49,0% 53,4% 58,4%

Fonte: Direção Regional de Educação

5.10 ‐ Transportes Escolares A rede de transportes escolares é constituída por carreiras públicas, por circuitos com veículos privativos das Juntas de Freguesia e IPSS e por circuitos de aluguer. No decurso do ano letivo 2014/2015 os trajetos do serviço público de transportes foram assegurados pela Empresa de Viação Terceirense, em horário e número de veículos em circulação diferenciado, durante o período escolar. 136

O acesso a esta modalidade de transporte efetua‐se através da atribuição de passe, comparticipado a 100% aos alunos sujeitos a escolaridade obrigatória que residam a mais de 3 km do estabelecimento de ensino que devam frequentar, sendo reduzido para 2 km para as crianças da Educação Pré‐Escolar e para os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. No caso de encerramento de estabelecimentos de educação e ensino ou em situações excecionais de perigosidade, penosidade ou inclinação da via a percorrer que a isso obriguem, o limite é reduzido para 1 km.

De acordo com o Decreto Legislativo Regional n.º 23/2006/A, de 12 de junho, o transporte escolar deve ser feito utilizando a rede de transporte público coletivo de passageiros que sirva a localidade onde se situa a escola (Quadros 55 e 56), podendo nas situações em que não exista uma rede de transporte público que sirva a escola, ou em que esta não tenha características adequadas ao transporte dos alunos, funcionar em regime de serviço regular especializado. No decurso do ano letivo 2014/2015, o transporte coletivo de crianças da Educação Pré‐Escolar e os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico dos estabelecimentos de educação e ensino do concelho de Angra do Heroísmo efetuou‐se através de circuitos em regime de serviço regular especializado. Quadro 55 – Número de alunos transportados e tempo de deslocação (transporte público) no 2º e 3º Ciclos EBI Francisco EBI Angra do ES Jerónimo EBS Tomás de Borba Ferreira Drummond Heroísmo Emiliano de Andrade Nº Tempo Nº Tempo Nº Tempo Nº Tempo

Alunos Deslocação* Alunos Deslocação* Alunos Deslocação* Alunos Deslocação* Altares 1 65 1 70 Cinco Ribeiras 11 25 19 15 15 20 Doze Ribeiras 2 40 17 30 2 35 Feteira 63 5 2 15 Nossa Senhora da Conceição 5 15 Porto Judeu 110 12 2 25 1 35 4 25 Posto Santo 14 25 22 20 25 25 Raminho 1 65 1 60 Ribeirinha 84 10 3 20 39 10 Santa Bárbara 24 30 31 20 21 25 Santa Luzia 1 30 2 20 São Bartolomeu de Regatos 3 25 105 15 33 20 São Bento 4 15 4 25 São Mateus da Calheta 28 25 133 10 35 20 São Pedro 3 10 3 5 2 5 Sé 1 10 Serreta 4 35 2 40 Terra Chã 8 25 106 15 21 20 Vila de São Sebastião 13 5 1 35 4 35 Outras 5 1 7 5 TOTAL 191 183 464 216 Fonte: Empresa de Viação Terceirense. * Tempo de deslocação contabilizado em minutos.

137

Quadro 56 – Número de alunos transportados e tempo de deslocação (transporte público) no Ensino Secundário e outras modalidades ES Jerónimo EBS Tomás de Emiliano de Borba Andrade Nº Tempo Nº Tempo

Alunos Deslocação Alunos Deslocação Altares 5 65 16 70 Cinco Ribeiras 1 15 5 20 Doze Ribeiras 1 30 6 35 Feteira 1 25 14 15 Nossa Senhora da Conceição 6 15 Porto Judeu 4 35 36 25 Posto Santo 6 20 4 25 Raminho 1 55 7 60 Ribeirinha 1 20 32 10 Santa Bárbara 3 20 11 25 Santa Luzia 2 20 São Bartolomeu de Regatos 6 15 27 20 São Bento 5 10 5 25 São Mateus da Calheta 5 5 28 10 São Pedro 1 5 3 5 Sé 1 10 Serreta 2 35 3 40 Terra Chã 5 15 15 20 Vila de São Sebastião 20 35 Outras 3 15 TOTAL 59 247 Fonte: Empresa de Viação Terceirense

5.11 ‐ Recursos Humanos A criação de mecanismos, que possibilitem uma maior estabilidade do corpo docente nos estabelecimentos de educação e de ensino em prol da melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos e das crianças que constituem o cerne do Sistema Educativo Regional deve ser um dos objetivos prioritários da política educativa. O recrutamento de docentes, deve procurar conciliar, de forma equilibrada e razoável, a prossecução do interesse público com a satisfação de expectativas profissionais dos docentes, quer através da colocação eficiente e racional dos recursos humanos necessários, quer da possibilidade de continuidade pedagógica, com claras vantagens para o sistema, no que toca ao reforço da qualidade dos serviços de educação prestados.

A rede pública do concelho de Angra do Heroísmo dispõe de um corpo docente estável (Quadros 57 a 60). No atual contexto de redução do número de alunos, aumento da idade de reforma dos docentes e de distribuição desigual de alunos e docentes pelas unidades orgânicas, o Município, enquanto parceiro e

138

corresponsável pela política educativa local, considera‐se participante disponível no processo de reajustamento da rede escolar do concelho (Gráficos 99 a 101).

Quadro 57 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções, na Educação Pré‐Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico, no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) Ed. Pré‐Escolar 1º Ciclo TOTAL TOTAL Quadro Contratados Quadro Contratados ES Jerónimo Emiliano de Andrade 0 0 0 0 0 0 EBI de Angra do Heroísmo 17 0 17 47 0 47 EBI Francisco Ferreira Drummond 9 0 9 16 1 17 EBS de Tomás de Borba 21 0 21 42 2 44 Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 58 ‐ Pessoal docente, em exercício efetivo de funções, nos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário, no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) 2º Ciclo 3º Ciclo / Secundário TOTAL TOTAL Quadro Contratados Quadro Contratados ES Jerónimo Emiliano de Andrade 0 1 1 110 39 149 EBI de Angra do Heroísmo 57 6 63 6 17 23 EBI Francisco Ferreira Drummond 13 3 16 18 6 24 EBS de Tomás de Borba 23 16 39 60 17 77 Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 59 ‐ Pessoal docente, em exercício efetivo de funções, na Educação Especial, no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) Ed. Especial (120) Ed. Especial (700) TOTAL TOTAL Quadro Contratados Quadro Contratados ES Jerónimo Emiliano de Andrade 0 0 0 0 2 2 EBI de Angra do Heroísmo 9 0 9 0 0 0 EBI Francisco Ferreira Drummond 3 3 6 1 0 1 EBS de Tomás de Borba 11 4 15 2 0 2 Fonte: Direção Regional de Educação

Quadro 60 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no Ensino Artístico no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) Ensino Artístico TOTAL Quadro Contratados ES Jerónimo Emiliano de Andrade ‐ ‐ ‐ EBI de Angra do Heroísmo ‐ ‐ ‐ EBI Francisco Ferreira Drummond ‐ ‐ ‐ EBS de Tomás de Borba 23 4 27 Fonte: Direção Regional de Educação

139

Gráfico 99 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo por unidade orgânica (2014/2015)

ES Jerónimo EBS de Tomás de Emiliano de Borba; 225 Andrade; 152

EBI Francisco EBI de Angra do Ferreira Heroísmo; 159 Drummond; 73

Fonte: Direção Regional de Educação

Gráfico 100 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo por nível de ensino (2014/2015)

160

140

120

100

80

60

40

20

0 Ed. Pré‐ 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo / Ed. Ensido Escolar Secundári Especial Artítico o ES Jerónimo Emiliano de Andrade 00114920 EBI de Angra do Heroísmo 17 47 63 23 9 0 EBI Francisco Ferreira Drummond 917162470 EBS de Tomás de Borba 21 44 39 77 17 27

Fonte: Direção Regional de Educação

140

Gráfico 101 ‐ Pessoal docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo por unidade orgânica (2014/2015)

160

140

120

100

80

60

40

20

0 ES Jerónimo EBI de Angra do EBI Francisco EBS de Tomás de Emiliano de Andrade Heroísmo Ferreira Drummond Borba Ed. Pré‐Escolar 017921 1º Ciclo 0471744 2º Ciclo 1631639 3º Ciclo / Secundário 149 23 24 77 Ed. Especial 29717 Ensido Artítico 00027

Fonte: Direção Regional de Educação

Além de docentes, a escola integra um conjunto diversificado e relevante de outros profissionais cuja ação é essencial no processo de construção de uma escola de qualidade. O sistema educativo não pode deixar de ter em conta as especiais características do papel dos recursos humanos, que, embora não diretamente implicados no processo de ensino em si, constituem um fator indispensável ao sucesso deste, na vertente da organização e funcionamento dos estabelecimentos de educação ou de ensino e do apoio à função educativa.

A rede pública do concelho de Angra do Heroísmo dispõe de um corpo não docente constituído por 290 profissionais não docentes, desde assistentes operacionais (195), assistentes técnicos (45) e outras categorias não especificadas (50), distribuídos pelas quatro unidades orgânicas (Quadro 62). A categoria profissional mais representada é a dos assistentes operacionais.

141

Quadro 61 ‐ Pessoal não docente em exercício efetivo de funções no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015)

EBI de Angra do EBI Francisco EBS Tomás de ES Jerónimo Heroísmo Ferreira Borba Emiliano Andrade Drummond TOTAL

PSICÓLOGO 2 1 2 2 7

TÉCNICO SUPERIOR OUTRAS 1 1 3 5 LICENCIATURAS

TERAPEUTA DA 1 1 FALA TÉCNICO DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA TERAPEUTA 0 OCUPACIONAL

INTÉRPRETE DE LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA 0

TÉCNICO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E 1 1 REABILITAÇÃO

TÉCNICO DE REABILITAÇÃO E 1 1 PSICOMOTROCIDADE

TÉCNICO DE SERVIÇO SOCIAL 2 2

TÉCNICO DE INFORMÁTICA 1 1 2

MONITOR DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 0

COORDENADOR TÉCNICO 0

ASSISTENTE TÉCNICO 16 5 14 10 45

CHEFE DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO 1 1 ESCOLAR

ASSISTENTE OPERACIONAL 67 17 71 40 195

TOTAL 90 23 91 86 290 Fonte: Direção Regional de Educação

142

6 – Ensino Superior Na atualidade, o papel do ensino superior é encarado não só na visão tradicional da criação, gestão e transmissão do saber, mas também como um elemento decisivo de inclusão social, habilitando os cidadãos com melhores oportunidades e possibilitando uma integração com êxito na sociedade do conhecimento. Em consequência destas expectativas acrescidas por parte da sociedade, a esfera de responsabilidades das instituições de ensino superior passa a abarcar novos elementos, como sejam a relevância da educação e formação, a empregabilidade, a investigação orientada, a consultoria e o apoio científico e técnico especializado.

O ensino superior deve sustentar uma cultura que requeira pensamento disciplinado, encoraje a curiosidade, desafie as ideias existentes e produza novas ideias, contribuindo para a preparação de cidadãos que se querem sabedores, críticos e livres. A assunção plena destes objetivos, por parte do poder político e da sociedade, proporcionará às instituições de ensino superior um campo privilegiado para participarem em políticas de mudança, promovendo a sua reestruturação e desenvolvimento de forma a melhor delinearem programas estratégicos orientados para a sua prossecução, assumindo as responsabilidades de centros de ciência, cultura e de vanguarda do pensamento.

A Universidade dos Açores, em particular o seu campus de Angra do Heroísmo, tem assumido um papel preponderante em áreas fundamentais ao desenvolvimento, designadamente, nos domínios da inovação, do empreendedorismo, da criação e difusão de conhecimento e transferência de tecnologia. Porém, atuando num ambiente cada vez mais globalizado, marcado por uma concorrência crescente na captação de alunos, é fundamental que Universidade dos Açores garanta recursos suficientes e sustentáveis por forma a reter os melhores talentos e a reforçar a excelência da sua atividades de investigação e de ensino.

O que se mede, hoje em dia, à entrada do mercado de trabalho, são mais aptidões e menos informações, é o domínio dos instrumentos intelectuais, é a capacidade de integrar interdisciplinarmente esses instrumentos, é o domínio da nova linguagem da era da informação e da computação, é, principalmente, a capacidade e a disponibilidade para continuar a aprender. O ensino superior tem a obrigação de formar pessoas, prepará‐las para a vida ativa em sociedade, para o exercício da sua cidadania, treiná‐las como futuros agentes privilegiados de progresso social. Este é um dos maiores desafios que se coloca à Universidade dos Açores, mormente ao campus de Angra do Heroísmo.

A Universidade dos Açores tem a sua sede em Ponta Delgada e compreende os polos de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta. O campus de Angra do Heroísmo integra o Departamento de Ciências Agrárias e a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo. O Departamento de Ciências Agrárias está vocacionado para a formação, investigação, divulgação cultural e prestação de serviços nos domínios da Agricultura, da Saúde e Produção Animal, da Engenharia do Ambiente, da Biotecnologia e da Tecnologia 143

Alimentar e a Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo tem por missão formar enfermeiros e outros técnicos de saúde especializados nas áreas da prestação de cuidados, gestão, investigação, ensino e formação.

No campus de Angra do Heroísmo é ainda ministrado o curso técnico superior profissional de Agropecuária que tem por objetivo formar técnicos superiores profissionais. Os cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP) têm uma duração de dois anos (quatro semestres), correspondendo o último semestre a um estágio realizado em contexto de trabalho numa das empresas ou entidades com as quais a Universidade dos Açores já estabeleceu o necessário protocolo. Os CTeSP conferem diploma de técnico superior profissional.

Ao observar os elementos disponibilizados (Quadros 62 e 63) verifica‐se que a taxa de preenchimento de vagas de acesso é significativamente baixa (74,8%) atingindo o valor de 57,5% no campus de Angra do Heroísmo. Constata‐se a existência de vários cursos com uma taxa de procura inferior a 50% e uma reduzida taxa de matrículas na maioria dos mestrados, com especial incidência no campus de Angra do Heroísmo, que não registou nenhum doutoramento no ano letivo 2014/2015.

Da análise dos dados (Quadros 64 e 65) constata‐se que o número de alunos inscritos no 1º ano pela 1ª vez na Universidade dos Açores, com residência permanente na Região Autónoma dos Açores, se fixou em 51,7% no ano letivo 2013/2014. Por outro lado, verifica‐se que os alunos com residência permanente no concelho de Angra do Heroísmo, 53% (34% em 2011/2012) optaram por estabelecimentos de ensino superior fora da Região Autónoma dos Açores, 14% (25% em 2011/2012) pelo campus de São Miguel e apenas 33% (41% em 2011/2012) pelo campus de Angra do Heroísmo. Este valor tem vindo a decrescer (Gráfico 102). Compete à Universidade dos Açores contextualizar e refletir sobre os dados patenteados, nomeadamente no quer concerne às opções manifestada pelos alunos residentes na Região Autónoma dos Açores. No ano letivo 2014/2015 frequentaram o campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores 436 alunos (Quadro 66).

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Quadro 62 ‐ Número de vagas e matriculas na Universidade dos Açores (2014‐2015)

1º Ano Polos Vagas Matriculados Vagas Cursos Preenchidas (Total) São Miguel Terceira Horta CET Agropecuária 25 25 24 24 Desenvolvimento de Produtos Multimédia 20 20 20 20 Total 45 45 44 20 24

Licenciaturas Arquitetura (Preparatórios) 25 12 15 15 Biologia 37 22 25 25 Ciclo Básico de Medicina 39 39 44 44 Curso de Engenharia‐ Eng. Civil, Eng. 43 14 30 30 Mecânica, Eng. Electronica e Computadores Ciências Agrárias 46 32 29 29 Ciências da Nutrição (Preparatórios) 16 2 3 3 Ciências Farmacêuticas (Preparatórios) 16 10 9 9 Comunicação Social e Cultura 33 33 34 34 Economia 30 22 28 28 Educação Básica 27 27 29 29 Energias Renováveis 32 22 20 20 Enfermagem 63 44 41 41 Enfermagem 55 47 48 48 Estudos Europeus e Politica Internacional 29 21 17 17 Estudos Portugueses e Ingleses 26 9 9 9 Gestão 85 90 95 95 Guias da Natureza 33 21 21 21 História 26 22 24 24 Informática‐ Redes e Multimédia 56 41 47 47 Medicina Veterinária (Preparatórios) 17 18 15 15 Proteção Civil e Gestão de Riscos 35 37 42 42 Psicologia 48 45 44 44 Relações Públicas e Comunicação 36 37 35 35 Serviço Social 40 41 47 47 Sociologia 34 35 33 33 Turismo 45 47 50 50 Total 972 790 834 696 138 0 Fonte: Universidade dos Açores

145

Quadro 63 ‐ Número de vagas e matriculas na Universidade dos Açores (2014‐2015) (continuação)

1º Ano Polos Vagas Matriculados Vagas Cursos Preenchidas (Total) São Miguel Terceira Horta Mestrados Ambiente, Saúde e Segurança 30 29 14 14 Ciências da Comunicação 20 5 4 4 Ciências Económicas e Empresariais 60 62 50 50 Ciências Sociais 18 11 9 9 Educação Pré‐Escolar e Ensino do 1º CEB 35 40 35 35 Engenharia Agronómica 20 8 6 6 Engenharia e Gestão de sistemas de Água 20 7 3 3 Engenharia Zootécnica 20 9 6 6 Filosofia Contemporânea:Valores e Sociedade 15 8 6 6 Geologia do Ambiente e Sociedade 20 4 3 3 Gestão do Turismo Internacional 20 16 14 14 Gestão e Conservação da Natureza 30 30 23 23 Ordenamento do espaço Marítimo (Erasmus Mundus) 17 17 Relações Internacionais 15 10 8 8 Tecnonologia e Segurança Alimentar 20 7 6 6 Tradução e Assessoria Linguística 20 6 5 5 Total 363 252 209 165 44 0

Doutoramentos Ciências Económicas e Empresariais 5 1 1 Geologia S/Limite 1 1 História Insular e Atlântica (sécs. XV‐XX) 10 6 4 4 Total 15 6 6 6 TOTAL 1395 1093 1093 887 206 0 Fonte: Universidade dos Açores

146

Quadro 64 ‐ Alunos inscritos no 1º ano pela 1ª vez em estabelecimentos de ensino superior com residência permanente na Região Autónoma dos Açores*

RAA

Alunos Inscritos Total Campus de Angra do Heroísmo Outros Alunos Universidade Escola Estabelecimentos Açores (a) U. Açores Total Enfermagem Ensino 2011/2012 2142 1042 236 116 352 1100 2012/2013 1944 1024 225 50 275 920 2013/2014 1985 1027 220 28 248 958 Fonte: DGEES‐MEC. * Inclui CET’s. Inclui alunos inscritos no Campus de Angra do Heroísmo

Quadro 65 ‐ Alunos inscritos no 1º ano pela 1ª vez em estabelecimentos de ensino superior com residência permanente no concelho de Angra do Heroísmo* Concelho de Angra do Heroísmo

Alunos Inscritos Outros Estabelecimentos Campus de Angra do Heroísmo Total Alunos Ensino Universidade Universidade Escola Enfermagem Total Outros Açores Açores (a) 2011/2012 432 143 36 179 106 147 2012/2013 391 131 23 154 81 156 2013/2014 419 123 16 139 60 220 Fonte: DGEES‐MEC. * Inclui CET’s. a) Inclui alunos inscritos no Campus de Ponta Delgada

Gráfico 102 ‐ Evolução de inscritos no 1º ano pela 1ª vez em estabelecimentos de ensino superior com residência permanente Angra do Heroísmo (%)

60

50

40

% 30

20

10

0 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Campus Ponta Delgada 25 21 14 Campus Angra do Heroísmo 41 39 33 Outros Estabelecimentos Ensino 34 40 53

Fonte: DGEES‐MEC

147

Quadro 66 ‐ População Escolar do Polo de Angra do Heroísmo (2014‐2015) Cursos 1º Ano 2º Ano 3ºAno 4ºAno CET Agropecuária 24 Total 24

Licenciaturas Ciências Agrárias 29 22 18 Ciências da Nutrição (Preparatórios) 3 9 Ciências Farmacêuticas (Preparatórios) 9 7 Energias Renováveis 20 23 25 Enfermagem 41 28 29 52 Engenharia e Gestão do Ambiente 5 7 Guias da Natureza 21 15 13 Medicina Veterinária (Preparatórios) 15 14 Total 138 123 92 52

Mestrados Engenharia Agronómica 6 1 Engenharia e Gestão de Sistemas de Água 3 10 Engenharia Zootécnica 6 6 Gestão e Conservação da Natureza 23 6 Tecnonologia e Segurança Alimentar 6 8 Total 44 31

Doutoramentos Gestão Interdisciplinar da Paisagem 7 Total 7 TOTAL 162 123 99 52 Fonte: Universidade dos Açores

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7 ‐ Infraestruturas escolares públicas

7.1 ‐ Caraterização dos Estabelecimentos de Ensino Ao longo dos últimos anos o parque escolar do concelho tem sido objeto de intervenções de manutenção e requalificação relativamente profundas, numa perspetiva de criar condições para a prática de um ensino moderno, adaptado aos conteúdos programáticos, às didáticas e às novas tecnologias de informação e comunicação. Da análise da informação concedida pelas unidades orgânicas (Quadros 67 a 71) constata‐se que embora exista uma diferenciação positiva relativamente aos estabelecimentos de ensino construídos recentemente, os demais apresentam uma eficácia física e funcional adequada.

Relativamente aos estabelecimentos de ensino, sejam da responsabilidade do Governo Regional dos Açores ou sejam de responsabilidade municipal, importa ter presente que a modernização do parque escolar não passa apenas pela construção de novos edifícios escolares, sendo necessário manter um modelo de requalificação constante e consistente, ao nível da conservação e manutenção dos edifícios existentes e na sua constante adaptação funcional em função das alterações entretanto ocorridas em termos dos curricula e das práticas educativas e formativas. A reutilização das infraestruturas e dos equipamentos escolares existentes, em detrimento de novas construções, permite melhorar a resposta da rede pública de forma eficaz e equitativa. Quadro 67 ‐ Infraestruturas da Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond Educação Pré‐Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico Edifício(s)

Nº de Salas (c) Serviço Estabelecimento de Ensino Estado Almoço (b) Conservação Educação Pré‐ Segurança (a) 1º Ciclo Geral (a) Escolar

EB1/2/3/JI de S. Sebastião B 4 5 B S EB1/JI de Porto Judeu B 2 7 B S

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala CR / Campo Refeitório Ginásio Balneários Recreio Polivalente Biblioteca Jogos EB1/2/3/JI de S. Sebastião S S S S S S S EB1/JI de Porto Judeu S N S S S N S

Prolongamento Horário (b) Estabelecimento de Ensino Educação Educação ATL ( b) 1º Ciclo Inglês Expressões Outra(s) Pré‐ Escolar Física EB1/2/3/JI de S. Sebastião N N N N N N N EB1/JI de Porto Judeu N N N N N N N

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Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas EB1/2/3/JI de S. Sebastião S S S ‐ S EB1/JI de Porto Judeu S S S ‐ S Nota: (a)Estado de Conservação: B – Bom / R – Razoável / D – Deficiente / I – Inexistente (b) Existência: S – Sim / N – Não / SI – Sem Informação (c) Número total de salas

2º/3º Ciclo do Ensino Básico Nº Total de Salas de Aula (a) Nº Sala de Estabelecimento de Ensino NA/NM/SCN/SFQ/EV LabCN / LabFQ AT/AT1/Oficinas Outros Informática

EB1/2/3/JI de S. Sebastião 24 2 3 ‐ 1

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala Convívio Sala Polivalente CR/Biblioteca Refeitório Recreio

EB1/2/3/JI de S. Sebastião S S S S S

Instalações Gimnodesportivas (b) Estabelecimento de Ensino Sala Desporto Pavilhão Campo Jogos Outros Balneários

EB1/2/3/JI de S. Sebastião S S S ‐ S

Edifício(s) Estabelecimento de Ensino Segurança Estado Conservação Geral (c)

EB1/2/3/JI de S. Sebastião B B

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas

EB1/2/3/JI de S. Sebastião S S S ‐ S

Nota: (a) AN ‐ Sala de Aula Normal; ANM ‐ Sala de Música; SCN ‐ sala de Ciências/Biologia; SFQ ‐ sala de FQ; EV ‐ sala de Educação Visual; LabCN ‐ Laboratório Ciências da Natureza/Biologia; Laboratório FQ ‐ Sala de Físico‐Química; AT ‐ Sala de Trabalhos Manuais; AT1 ‐ Sala de Trabalhos Oficinais (b): S ‐ Sim / N ‐ Não / SI ‐ Sem Informação (c): B ‐ Bom / R ‐ Razoável / D ‐ Deficiente / I ‐ Inexistente

150

Quadro 68 ‐ Infraestruturas da Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo Educação Pré‐Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico Edifício(s) Estado Nº de Salas (c) Serviço Estabelecimento de Ensino Segurança Conservação Educação Almoço (b) 1º Ciclo (a) Geral (a) Pré‐Escolar EB1,2,3/JI de Angra do Heroísmo ‐ Carreirinha B 3 10 B S EB1/JI S. João de Deus R 2 6 B S EB1/JI da Ribeirinha B 3 5 B S EB1/JI Infante D. Henrique D 2 18 R S

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala CR / Campo Refeitório Ginásio Balneários Recreio Polivalente Biblioteca Jogos EB1,2,3/JI de Angra do Heroísmo ‐ S S S S S S S Carreirinha EB1/JI S. João de Deus S S S S S S S EB1/JI da Ribeirinha S S S S S S S EB1/JI Infante D. Henrique S S S S S S S

Prolongamento Horário (b) Estabelecimento de Ensino Educação Educação ATL ( b) 1º Ciclo Inglês Expressões Outra(s) Pré‐ Escolar Física EB1,2,3/JI de Angra do Heroísmo ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Carreirinha EB1/JI S. João de Deus ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ EB1/JI da Ribeirinha ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ EB1/JI Infante D. Henrique S S ‐ ‐ S S S

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas EB1,2,3/JI de Angra do Heroísmo ‐ S S S S Carreirinha EB1/JI S. João de Deus S S S S EB1/JI da Ribeirinha S S S S EB1/JI Infante D. Henrique S S S S Nota: (a)Estado de Conservação: B – Bom / R – Razoável / D – Deficiente / I – Inexistente (b) Existência: S – Sim / N – Não / SI – Sem Informação (c) Número total de salas

2º/3º Ciclo do Ensino Básico Nº Total de Salas de Aula (a) Nº Sala de Estabelecimento de Ensino NA/NM/SCN/SFQ/EV LabCN / LabFQ AT/AT1/Oficinas Outros Informática

EB1/2/3/JI de Angra do Heroísmo 59 2 6 4

151

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala Convívio Sala Polivalente CR/Biblioteca Refeitório Recreio

EB1/2/3/JI de Angra do Heroísmo S S S S S

Instalações Gimnodesportivas (b) Estabelecimento de Ensino Sala Desporto Pavilhão Campo Jogos Outros Balneários

EB1/2/3/JI de Angra do Heroísmo S S S S

Edifício(s) Estabelecimento de Ensino Segurança Estado Conservação Geral (c)

EB1/2/3/JI de Angra do Heroísmo S B

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas

EB1/2/3/JI de Angra do Heroísmo S S S S

Nota: (a) AN ‐ Sala de Aula Normal; ANM ‐ Sala de Música; SCN ‐ sala de Ciências/Biologia; SFQ ‐ sala de FQ; EV ‐ sala de Educação Visual; LabCN ‐ Laboratório Ciências da Natureza/Biologia; Laboratório FQ ‐ Sala de Físico‐Química; AT ‐ Sala de Trabalhos Manuais; AT1 ‐ Sala de Trabalhos Oficinais (b): S ‐ Sim / N ‐ Não / SI ‐ Sem Informação (c): B ‐ Bom / R ‐ Razoável / D ‐ Deficiente / I – Inexistente

Quadro 69 ‐ Infraestruturas da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba Educação Pré‐Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico Edifício(s) Estado Nº de Salas (c) Estabelecimento de Ensino Segurança Serviço Almoço (b) Conservação Educação 1º Ciclo (a) Geral (a) Pré‐Escolar EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba B 2 7 B S EB1/JI do Pico da Urze R 1 3 B S EB1/JI das Cinco Ribeiras D 1 2 R S EB1/JI das Doze Ribeiras R 1 2 R S EB1/JI do Posto Santo R 1 2 R S EB1/JI de Santa Bárbara D 1 2 R S EB1/JI de S. Bartolomeu R 2 3 R S EB1/JI de S. Mateus da Calheta B 2 6 B S EB1/JI do Cantinho R 1 2 R S EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha D 2 5 R S

152

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala CR / Campo Refeitório Ginásio Balneários Recreio Polivalente Biblioteca Jogos EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba S S S S S S S EB1/JI do Pico da Urze S S N S S N S EB1/JI das Cinco Ribeiras N S N N S N S EB1/JI das Doze Ribeiras N S N S S N S EB1/JI do Posto Santo S S N S S N S EB1/JI de Santa Bárbara N S N N S N S EB1/JI de S. Bartolomeu N S N N S N S EB1/JI de S. Mateus da Calheta S S S S S N S EB1/JI do Cantinho N S N N S N S EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha S S S S S N S

Prolongamento Horário (b) Estabelecimento de Ensino Educação Educação ATL ( b) 1º Ciclo Inglês Expressões Outra(s) Pré‐ Escolar Física EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba N N N N N N N EB1/JI do Pico da Urze N N N N N N N EB1/JI das Cinco Ribeiras N N N N N N N EB1/JI das Doze Ribeiras N N N N N N N EB1/JI do Posto Santo N N N N N N N EB1/JI de Santa Bárbara N N N N N N N EB1/JI de S. Bartolomeu N N N N N N N EB1/JI de S. Mateus da Calheta N N N N N N N EB1/JI do Cantinho N N N N N N N EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha N N N N N N N

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba S S S N S EB1/JI do Pico da Urze S S S N S EB1/JI das Cinco Ribeiras S S S N S EB1/JI das Doze Ribeiras S S S N S EB1/JI do Posto Santo S S S N S EB1/JI de Santa Bárbara S S S N S EB1/JI de S. Bartolomeu S S S N S EB1/JI de S. Mateus da Calheta S S S N S EB1/JI do Cantinho S S S N S EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha S S S N S Nota: (a)Estado de Conservação: B – Bom / R – Razoável / D – Deficiente / I – Inexistente (b) Existência: S – Sim / N – Não / SI – Sem Informação (c ) Número total de salas

153

2º/3º Ciclo do Ensino Básico / Secundário Nº Total de Salas de Aula (a) Nº Sala de Estabelecimento de Ensino NA/NM/SCN/SFQ/EV LabCN / LabFQ AT/AT1/Oficinas Outros Informática

EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba 40 / 33 / 0 / 0 / 3 2 / 2 0 / 0 / 2 0 3

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala Convívio Sala Polivalente CR/Biblioteca Refeitório Recreio

EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba S S S S S

Instalações Gimnodesportivas (b) Estabelecimento de Ensino Sala Desporto Pavilhão Campo Jogos Outros Balneários

EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba S S S S S

Edifício(s) Estabelecimento de Ensino Segurança Estado Conservação Geral (c)

EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba B B

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas

EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba S S S N S

Nota: (a) AN ‐ Sala de Aula Normal; ANM ‐ Sala de Música; SCN ‐ sala de Ciências/Biologia; SFQ ‐ sala de FQ; EV ‐ sala de Educação Visual; LabCN ‐ Laboratório Ciências da Natureza/Biologia; Laboratório FQ ‐ Sala de Físico‐Química; AT ‐ Sala de Trabalhos Manuais; AT1 ‐ Sala de Trabalhos Oficinais (b): S ‐ Sim / N ‐ Não / SI ‐ Sem Informação (c): B ‐ Bom / R ‐ Razoável / D ‐ Deficiente / I – Inexistente

Quadro 70 ‐ Infraestruturas da Escola Básica Integrada dos Biscoitos – EB1/JI dos Altares e EB1/JI do Raminho

Educação Pré‐Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico Edifício(s) Estado Nº de Salas (c) Estabelecimento de Ensino Segurança Serviço Almoço (b) Conservação Educação 1º Ciclo (a) Geral (a) Pré‐Escolar EB1/JI dos Altares B 1 3 R S EB1/JI do Raminho B 1 2 R S

154

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala CR / Campo Refeitório Ginásio Balneários Recreio Polivalente Biblioteca Jogos EB1/JI dos Altares S S S S S S S EB1/JI do Raminho S S S S S N S

Prolongamento Horário (b) Estabelecimento de Ensino Educação Educação ATL ( b) 1º Ciclo Inglês Expressões Outra(s) Pré‐ Escolar Física

EB1/JI dos Altares S S Ver observação*

EB1/JI do Raminho N N N N N N N *A EB1/JI dos Altares, para além da carga letiva de oferta obrigatória (que inclui Educação Física, Inglês, Expressões, EMR...), oferece atividades de enriquecimento curricular até às 16h50, com diversas temáticas, para alunos da Educação Pré‐Escolar e do 1º Ciclo. Esta oferta foi cancelada na EB1/JI do Raminho dado o diminuto número de interessados e mantém‐se na EB1/JI dos Altares com Clube de Artes Plásticas, Desporto, Futsal, Jogos Ambientais, Kickboxing, Línguas Estrangeiras, Música e Teatro, Oficina de Jogos, Oficina de Leitura e Tecnologias de Informação e Comunicação.

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas EB1/JI dos Altares S S S S EB1/JI do Raminho S S S S Nota: (a)Estado de Conservação: B – Bom / R – Razoável / D – Deficiente / I – Inexistente (b) Existência: S – Sim / N – Não / SI – Sem Informação (c ) Número total de salas

Quadro 71 – Infraestruturas da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade 2º/3º Ciclo do Ensino Básico / Secundário Nº Total de Salas de Aula (a) Nº Sala de Estabelecimento de Ensino NA/NM/SCN/SFQ/EV LabCN / LabFQ AT/AT1/Oficinas Outros Informática

ES Jerónimo Emiliano de Andrade 49 4 2

Espaços de Apoio (b) Estabelecimento de Ensino Sala Convívio Sala Polivalente CR/Biblioteca Refeitório Recreio

ES Jerónimo Emiliano de Andrade S N S S S

Instalações Gimnodesportivas (b) Estabelecimento de Ensino Sala Desporto Pavilhão Campo Jogos Outros Balneários

ES Jerónimo Emiliano de Andrade S S S S

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Edifício(s) Estabelecimento de Ensino Segurança Estado Conservação Geral (c)

ES Jerónimo Emiliano de Andrade S B

Informática (b) Quadros Interativos nas salas (b) Estabelecimento de Ensino Rede PC(s) nas Existência < 50% ≥ 50% Informática salas

ES Jerónimo Emiliano de Andrade S S S S Nota: (a) AN ‐ Sala de Aula Normal; ANM ‐ Sala de Música; SCN ‐ sala de Ciências/Biologia; SFQ ‐ sala de FQ; EV ‐ sala de Educação Visual; LabCN ‐ Laboratório Ciências da Natureza/Biologia; Laboratório FQ ‐ Sala de Físico‐Química; AT ‐ Sala de Trabalhos Manuais; AT1 ‐ Sala de Trabalhos Oficinais (b): S ‐ Sim / N ‐ Não / SI ‐ Sem Informação (c): B ‐ Bom / R ‐ Razoável / D ‐ Deficiente / I – Inexistente

7.2 ‐ Capacidade Instalada dos Estabelecimentos de Ensino Tanto a taxa de ocupação como o número de salas de aula, esta última diretamente relacionada com a capacidade instalada, são fatores determinantes, a par da população em idade escolar e das infraestruturas e espaços de apoio, para o reordenamento e definição de um parque escolar que se pretende bem equipado e de qualidade.

De acordo com a informação disponibilizada (Quadros 72 e 73) verifica‐se que a capacidade instalada (oferta) na rede pública, ao nível concelhio, dos diferentes níveis e modalidades de ensino é significativamente superior à procura.

A construção, a ampliação e a requalificação de infraestruturas escolares no concelho, associada à diminuição da taxa de natalidade, desencadeou um processo de sublotação em estabelecimentos de educação e ensino que urge resolver. Tendo por base esta situação é imprescindível proceder à reorganização da rede escolar existente. A carta escolar da Região Autónoma dos Açores em vigor data de 2006 (Resolução do Conselho do Governo n.º 70/2006, de 29 de junho).

Relativamente ao ano letivo de 2014/2015 (Quadros 74 e 75) assinala‐se que o número de alunos por docente varia de 9,4 na Educação Pré‐Escolar e 12,9 alunos no 1.º Ciclo de Ensino Básico, sendo de 9,1 alunos por docente, se considerar todos os níveis e modalidades de ensino.

Por outro lado, o número médio de alunos por turma é 16,5 na Educação Pré‐Escolar e 16,9 alunos no 1.º Ciclo de Ensino Básico. Por outro lado, o maior número de turmas verifica‐se no 1º CEB (28,8% do número total), sendo 40,4% referente ao 1º e 2º ciclos do Ensino Básico (Quadro 76). De salientar a percentagem significativa de turmas de percursos formativos não regulares.

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Quadro 72 ‐ Taxa de ocupação ‐ Educação Pré‐Escolar no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) EPE Nª Capacidade Taxa de Nº Alunos Nº Turmas Salas Máxima Ocupação

Concelho de Angra do Heroísmo 461 28 32 640 72% EBI de Angra do Heroísmo 114 6 10 200 57% EB 1,2,3/JI de Angra do Heroísmo 44 2 3 60 73% EB1/JI de S. João de Deus 18 1 2 40 45% EB1/JI da Ribeirinha 35 2 3 60 58% EB1/JI Infante D.Henrique 17 1 2 40 43% EBI Francisco Ferreira Drummond 111 6 6 120 93% EB1,2,3/JI de São Sebastião 71 4 4 80 89% EB1/JI de Porto Judeu 40 2 2 40 100% EBS Tomás de Borba 208 14 14 280 74% EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba 27 2 2 40 68% EB1/JI do Pico da Urze 10 1 1 20 50% EB1/JI das Cinco Ribeiras 16 1 1 20 80% EB1/JI das Doze Ribeiras 15 1 1 20 75% EB1/JI do Posto Santo 14 1 1 20 70% EB1/JI de Santa Bárbara 19 1 1 20 95% EB1/JI de S.Bartolomeu 29 2 2 40 73% EB1/JI de S. Mateus da Calheta 37 2 2 40 93% EB1/JI do Cantinho 16 1 1 20 80% EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha 25 2 2 40 63% ES Jerónimo Emiliano de Andrade EBI dos Biscoitos* 28 2 2 40 70% EB1/JI dos Altares 17 1 1 20 85% EB1/JI do Raminho 11 1 1 20 55% Fonte: DRE. * Só foram considerados os estabelecimentos de edução e ensino da rede pública concelho de Angra do Heroísmo

Quadro 73 ‐ Taxa de Ocupação ‐ 1º Ciclo no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) 1ª Cico do Ensino Básico Nª Capacidade Taxa de Nº Alunos Nº Turmas Salas Máxima Ocupação

Concelho de Angra do Heroísmo 1423 84 91 2093 68% EBI de Angra do Heroísmo 630 34 39 897 70% EB 1,2,3/JI de Angra do Heroísmo 183 10 10 230 80% EB1/JI de S. João de Deus 69 4 6 138 50% EB1/JI da Ribeirinha 84 5 5 115 73% EB1/JI Infante D.Henrique 294 15 18 414 71% EBI Francisco Ferreira Drummond 201 11 12 276 73% EB1,2,3/JI de São Sebastião 94 5 5 115 82% EB1/JI de Porto Judeu 107 6 7 161 66% EBS Tomás de Borba 538 34 35 805 67% EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba 126 7 7 161 78% EB1/JI do Pico da Urze 51 3 3 69 74% EB1/JI das Cinco Ribeiras 23 2 2 46 50% EB1/JI das Doze Ribeiras 19 2 2 46 41% EB1/JI do Posto Santo 36 2 2 46 78% EB1/JI de Santa Bárbara 35 2 3 69 51% EB1/JI de S.Bartolomeu 42 3 3 69 61% EB1/JI de S. Mateus da Calheta 104 6 6 138 75% EB1/JI do Cantinho 29 2 2 46 63% EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha 73 5 5 115 63% ES Jerónimo Emiliano de Andrade EBI dos Biscoitos* 54 5 5 115 47% EB1/JI dos Altares 39 3 3 69 57% EB1/JI do Raminho 15 2 2 46 33% Fonte: DRE. * Estabelecimentos de edução e ensino da rede pública concelho de Angra do Heroísmo

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Quadro 74 ‐ Alunos por turma e educador no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) EPE Média Rácio Nº Alunos Nº Turmas NºEducadores Alunos/Turma Alunos/Educador

Concelho de Angra do Heroísmo 461 28 49 16,5 9,4 EBI de Angra do Heroísmo 114 6 17 19,0 6,7 EB 1,2,3/JI de Angra do Heroísmo 44 2 EB1/JI de S. João de Deus 18 1 EB1/JI da Ribeirinha 35 2 EB1/JI Infante D.Henrique 17 1 EBI Francisco Ferreira Drummond 111 6 9 18,5 12,3 EB1,2,3/JI de São Sebastião 71 4 EB1/JI de Porto Judeu 40 2 EBS Tomás de Borba 208 14 21 9,9 9,9 EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba 27 2 EB1/JI do Pico da Urze 10 1 EB1/JI das Cinco Ribeiras 16 1 EB1/JI das Doze Ribeiras 15 1 EB1/JI do Posto Santo 14 1 EB1/JI de Santa Bárbara 19 1 EB1/JI de S.Bartolomeu 29 2 EB1/JI de S. Mateus da Calheta 37 2 EB1/JI do Cantinho 16 1 EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha 25 2 ES Jerónimo Emiliano de Andrade EBI dos Biscoitos* 28 2 2 14,0 14,0 EB1/JI dos Altares 17 1 EB1/JI do Raminho 11 1 Fonte: DRE. * Estabelecimentos de edução e ensino da rede pública concelho de Angra do Heroísmo

Quadro 75 ‐ Alunos por turma e professor no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) 1ª Cico do Ensino Básico Nº Média Nº Alunos Nº Turmas Rácio Alunos/Professor Professores Alunos/Turma

Concelho de Angra do Heroísmo 1423 84 110 16,9 12,9 EBI de Angra do Heroísmo 630 34 44 18,5 14,3 EB 1,2,3/JI de Angra do Heroísmo 183 10 EB1/JI de S. João de Deus 69 4 EB1/JI da Ribeirinha 84 5 EB1/JI Infante D.Henrique 294 15 EBI Francisco Ferreira Drummond 201 11 17 18,3 11,8 EB1,2,3/JI de São Sebastião 94 5 EB1/JI de Porto Judeu 107 6 EBS Tomás de Borba 538 34 44 15,8 12,2 EB1,2,3/JI/S/EA Tomás de Borba 126 7 EB1/JI do Pico da Urze 51 3 EB1/JI das Cinco Ribeiras 23 2 EB1/JI das Doze Ribeiras 19 2 EB1/JI do Posto Santo 36 2 EB1/JI de Santa Bárbara 35 2 EB1/JI de S.Bartolomeu 42 3 EB1/JI de S. Mateus da Calheta 104 6 EB1/JI do Cantinho 29 2 EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha 73 5 ES Jerónimo Emiliano de Andrade EBI dos Biscoitos* 54 5 5 10,8 10,8 EB1/JI dos Altares 39 3 3 EB1/JI do Raminho 15 2 2 Fonte: DRE. * Estabelecimentos de edução e ensino da rede pública concelho de Angra do Heroísmo

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Quadro 76 ‐ Turmas por unidade orgânica no concelho de Angra do Heroísmo (2014/2015) T. Proj. Curr. EPE 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Profij Oportunidade PEREE Profissional TOTAL Adaptado EBI de Angra do Heroísmo6 34178 2 3 6 2 78 EBI Francisco Ferreira Drummond 6 11 5 8 2 3 2 37 EBS Tomás de Borba 14 34 12 15 16 5 9 3 108 ES Jerónimo Emiliano de Andrade* 22 18 15 5 1 1 62 EBI Biscoitos** 2 5 7 Total 28 84 34 53 34 19 13 18 5 4 292 Fonte: DRE. Nota: *Não inclui o Ensino Recorrente e o Programa Reativar. **EB1/JI dos Altares e EB1/JI do Raminho

7.3 ‐ Intervenção na Educação Pré‐Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, no âmbito das suas competências, tem vindo a desenvolver ações de modernização, requalificação e melhoramento das condições do parque escolar do concelho. Para além das obras já realizadas e das que estão a decorrer, de carácter mais estrutural, há que realçar o esforço despendido com a manutenção de todo o parque escolar, procurando, em conjunto com as juntas de freguesia, dar uma resposta rápida e eficiente às pequenas obras que diariamente são solicitadas e que se revelam de extrema importância para a estabilidade das atividades letivas, bem como para o conforto e bem‐ estar da comunidade educativa. Neste âmbito verifica‐se que a Câmara Municipal prevê despender € 389 400 no período de 2015 a 2017 (Quadro 77) em obras de requalificação e manutenção.

Quadro 77 ‐ Obras de requalificação e manutenção no concelho de Angra do Heroísmo (2012 a 2017) 2012 2013 2014 2015 2016 2017 EBI de Angra do Heroísmo 90739,66 94828,43 67758,97 48300,00 51200,00 58700,00 EB 1,2,3/JI de Angra do Heroísmo (Carreirinha) 29000,89 34092,10 29080,66 5000,00 8600,00 8600,00 EB1/JI de S. João de Deus 14445,38 15786,32 15671,01 5000,00 5900,00 13400,00 EB1/JI da Ribeirinha 7852,83 6055,89 0,00 18500,00 18700,00 18700,00 EB1/JI Santo Amaro 6410,89 6863,49 0,00 0,00 0,00 0,00 EB1/JI Beato João Baptista Machado 6934,87 6277,74 0,00 0,00 0,00 0,00 EB1/JI Infante D.Henrique 26094,80 25752,89 23007,30 19800,00 18000,00 18000,00 EBI Francisco Ferreira Drummond 21156,73 21135,70 19751,64 3800,00 6200,00 13700,00 EB1/JI de Porto Judeu 21156,73 21135,70 19751,64 3800,00 6200,00 13700,00 EBS Tomás de Borba 146537,70 118635,67 111064,05 46300,00 73300,00 63400,00 EB1/JI do Pico da Urze 23533,30 23278,18 23957,27 4900,00 14100,00 6600,00 EB1/JI das Cinco Ribeiras 21119,46 2771,90 3623,30 1600,00 900,00 0,00 EB1/JI das Doze Ribeiras 6496,84 7351,00 7366,19 5500,00 1500,00 0,00 EB1/JI do Posto Santo 20341,98 23607,03 21031,55 9700,00 5500,00 5500,00 EB1/JI de Santa Bárbara 6148,71 6896,11 5131,22 3000,00 16200,00 16200,00 EB1/JI de S.Bartolomeu 8432,97 9223,61 8670,02 10100,00 12500,00 5000,00 EB1/JI de S. Mateus da Calheta 24176,33 24258,15 24048,39 5000,00 9600,00 12100,00 EB1/JI do Cantinho 18400,12 4209,32 4617,13 2000,00 4100,00 4100,00 EB1/JI Prof. Maximino F. Rocha 17887,99 17040,37 12618,98 4500,00 8900,00 13900,00 EBI dos Biscoitos* 15163,73 13133,27 24474,59 5500,00 9500,00 9500,00 EB1/JI dos Altares 10742,36 7873,67 7314,69 3000,00 5100,00 5100,00 EB1/JI do Raminho 4421,37 5259,60 17159,90 2500,00 4400,00 4400,00 TOTAL 273597,82 247733,07 223049,25 103900,00 140200,00 145300,00 Fonte: CMAH

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Para além do exposto há que considerar o investimento efetuado na construção de novas infraestruturas escolares nas freguesias da Ribeirinha (EB1/JI da Ribeirinha) e de Santa Bárbara (EB1/JI de Santa Bárbara), cujo modelo concetual assenta na articulação dos vários setores funcionais, na garantia de condições para o seu funcionamento integrado e na possibilidade de abertura de alguns setores à utilização pela comunidade exterior em períodos pós‐letivos.

Os vários setores funcionais dos estabelecimentos de educação e ensino estão articulados através de um percurso tridimensional que constitui uma sucessão de espaços interiores e exteriores de valência diversificada, relacionados com diferentes situações de aprendizagem formal e informal.

Com a entrada em funcionamento da EB1/JI de Santa Bárbara proceder‐se‐á ao encerramento da EB1/JI das Doze Ribeiras e da EB1/JI das Cinco Ribeiras, para além da transferência para o novo edifício da EB1/JI de Santa Bárbara, libertando o edifício escolar situado Às Oito.

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8 ‐ Infraestruturas desportivas As infraestruturas desportivas são um fator decisivo para a concretização de qualquer política desportiva, que deverá ser fundamentada no conceito social e cultural de serviço público, com o objetivo de procurar assegurar o acesso progressivo da população a uma prática desportiva adequada às capacidades e preferências de cada um. Salienta‐se que as autarquias desempenham um papel importante na dinamização e investimento no desenvolvimento desportivo local. A diversidade de equipamentos destinados à prática desportiva apresenta diversas possibilidades para que os munícipes possam praticar desporto e manter um estilo de vida ativo.

Apesar do número, tipo, distribuição espacial e qualidade das infraestruturas desportivas do concelho de Angra do Heroísmo (Quadro 78) ser satisfatório, é necessário continuar a proceder a reajustamentos de equipamentos e materiais desportivos em algumas das freguesias do concelho. Nesse sentido refira‐se a construção de mais duas infraestruturas desportivas, uma da responsabilidade da autarquia na freguesia do Posto Santo e a outra do Governo Regional na freguesia de Santa Bárbara.

Quadro 78 ‐ Infraestruturas desportivas por freguesia e por equipamento TIPO DE INSTALAÇÕES

Freguesia Pequenos Grandes Piscina Piscina Pavilhão Pista de Salas de Outras TOTAL Campos Campos Descoberta Coberta Desportivo Atletismo Desporto Instalações Altares 1 1 Angra (Conceição) 7 2 2 7 1 19 Angra (Santa Luzia) 4 1 5 Angra (São Pedro) 10 1 4 5 4 1 11 4 40 Angra (Sé) 4 2 2 8 Cinco Ribeiras 1 1 Doze Ribeiras 1 1 Feteira 1 1 2 Porto Judeu 2 1 2 5 Posto Santo 1 3 4 Raminho 1 1 Ribeirinha 1 1 1 3 Santa Bárbara 1 1 São Bartolomeu de 1 1 2 Regatos São Bento 8 2 2 2 5 8 27 S. Mateus da 10 1 1 2 2 16 Calheta Serreta 1 1 Terra Chã 2 1 1 1 1 1 7 Vila de São 1 1 1 1 4 Sebastião TOTAL 51 12 5 8 14 4 29 25 148 Fonte: Direção Regional do Desporto. Nota: Pequenos Campos (Campo de Futebol/Voleibol/Basquetebol/ Ténis/Polidesportivo, etc.); Grandes Campos (Campo de Futebol); Salas de Desporto (Ginásio, Sala de Musculação/Squash/Judo/Cardio/Ténis de Mesa, etc.); Outras Instalações (Carreira de Tiro, Pista de Salto/Patinagem/Lançamento de Peso e Dardo, Corta Mato, Aeromodelismo, Picadeiro, Minigolfe, Circuito de Manutenção, Bowling, etc.)

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9 ‐ Equipamentos sociais de apoio a crianças e jovens Em tempo de profundas transformações sociais onde, apesar das grandes evoluções tecnológicas e do crescimento económico alcançado, as exclusões teimam em emergir e persistir, importa uma intervenção social cada vez mais integrada – do ponto de vista dos atores e das dimensões abrangidas, bem como das estratégias para fazer face à multidimensionalidade dos fenómenos.

Embora de uma maneira geral a rede de serviços e equipamentos sociais (RSES) se destine a apoiar as necessidades sociais da população em geral, existem contudo serviços e equipamentos específicos dirigidos a grupos alvo como as crianças e os jovens, os idosos, a população com deficiências ou incapacidade, bem como as pessoas afetadas por outras problemáticas, contribuindo muitas destas valências, direta ou indiretamente, para a mitigação da pobreza ou da exclusão social.

As respostas sociais destinadas à infância e juventude podem subdividir‐se em três grandes grupos: (1) as dirigidas às crianças e jovens em geral; (2) às crianças com deficiências ou incapacidade; e (3) as destinadas às crianças e jovens em perigo.

Qualquer intervenção deve ser sustentada por um conhecimento sempre atualizado e rigoroso da realidade. Só conhecendo melhor se poderá intervir melhor, no sentido de uma maior eficácia e eficiência da ação: “um bom diagnóstico é garante da adequabilidade das respostas às necessidades locais e é fundamental para garantir a eficácia de qualquer projeto de intervenção” (Guerra, 2000). Neste contexto, a generalidade das respostas sociais da rede de serviços e equipamentos sociais dirigidas à infância e juventude tendem a contribuir para a atenuação das situações de exclusão social e pobreza infantil, procurando mitigar possíveis carências em algumas áreas de bem‐estar da criança. A titulo de exemplo, as creches, por serem inclusivas, os centros de atividades de tempos livres, por constituírem um apoio à escolaridade e ao sucesso escolar, a intervenção precoce, por promover ações de natureza preventiva e habilitativa nos domínios da saúde e da ação social, os centros de apoio familiar e aconselhamento parental e equipa de rua para crianças e jovens, por combaterem diretamente a exclusão através da prevenção do risco social e apoio a crianças e jovens em perigo – sendo os centro de acolhimento temporário para acolhimento urgente e temporário e o lar de infância e juventude para acolhimento por um período mais longo.

Ainda no âmbito do apoio, a rede de serviços e equipamentos sociais engloba um conjunto vasto de respostas sociais dirigidas à população com deficiência. Neste âmbito, e principalmente no que diz respeito às pessoas com níveis de incapacidade severa, tem vindo a promover a autonomia, a participação e a inclusão social, através, por exemplo, do desenvolvimento e disseminação territorial de respostas sociais como os centros de atividades ocupacionais, que visa capacitar, incluir e tornar socialmente úteis pessoas com incapacidades graves, que não se enquadrem no mercado normal de trabalho, nem mesmo em regime de emprego protegido. 162

De acordo com a informação disponível (Quadros 79 a 85) observa‐se que no ano letivo de 2014/2015 a capacidade instalada (oferta) foi superior à procura em todas as respostas sociais a crianças e jovens do concelho de Angra do Heroísmo.

9.1 ‐ Creches A creche é uma resposta social vocacionada para o apoio à criança e à família, desenvolvida em equipamento de natureza socioeducativa, para acolher crianças até aos três anos de idade, durante o período diário correspondente ao impedimento dos pais ou da pessoa que tenha a sua guarda de facto.

Neste contexto, as creches assumem um papel determinante para a efetiva conciliação entre a vida familiar e profissional das famílias, proporcionando à criança um espaço de socialização e de desenvolvimento integral, com base num projeto pedagógico adequado à sua idade e potenciador do seu desenvolvimento, no respeito pela sua singularidade. Quadro 79 ‐ Creches no concelho de Angra do Heroísmo Nº de Capacidade Freguesia Instituição Particular Frequência Creches Instalada

Nossa Senhora da Associação dos Funcionários da Administração 1 52 51 Conceição Regional da Ilha Terceira

Nossa Senhora da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo 1 36 36 Conceição

Santa Luzia Cáritas da Ilha Terceira 1 42 29

Sé Confederação Operária Terceirense 1 35 28

Sé Centro Infantil de Angra do Heroísmo 1 65 57

São Pedro Obra Maria Madre Maria Clara 1 42 41

São Pedro Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo 1 26 26

São Pedro Irmandade Nossa Senhora do Livramento 1 56 39

Porto Judeu Casa do Povo do Porto Judeu 1 47 44

São Mateus da Calheta Centro Social e Paroquial de São Mateus da Calheta 1 55 29

Terra Chã Casa do Povo da Terra ‐ Chã 1 50 31

Total 11 506 411 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social (dezembro 2014) 163

A concentração quase total destes equipamentos na sede do concelho deixa sem resposta a grande maioria das freguesias rurais do concelho. Este facto tem implicações para as famílias em que ambos os pais trabalham, levando a que muitos deles tenham que recorrer a amas (muitas delas também sem formação e sem condições adequadas para desenvolver este trabalho) ou a familiares, especialmente os avós. No entanto, este último recurso também é por vezes dificultado pelo facto de muitos avós ainda estarem a trabalhar.

9.2 ‐ Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL) Com a evolução da sociedade e com as mudanças surgidas na estrutura familiar, os pais são obrigados a procurar estes espaços de tempos livres institucionalizados, para que os seus filhos se mantenham ocupados durante o tempo extraescolar.

A rápida evolução das estruturas familiares, com a entrada massiva das mulheres no mundo do trabalho, com os próprios avós, muitas vezes também ainda a trabalhar, este tipo de estruturas de apoio tornou‐se de facto um imperativo, pois os pais têm muita dificuldade em acompanhar os filhos logo após o termo do horário escolar. Para além disso, este tipo de estruturas tem ajudado também a ultrapassar o frequente desajustamento entre os horários escolares e as necessidades das famílias.

Os centros de atividades de tempos livres constituem uma resposta social desenvolvida em equipamento ou serviço, que proporciona atividades de lazer a crianças e jovens a partir dos 6 anos, nos períodos disponíveis das responsabilidades escolares e de trabalho, desenvolvendo‐se através de diferentes modelos de intervenção, nomeadamente acompanhamento ou inserção social, prática de atividades específicas e multiactividades. Quadro 80 ‐ Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL) Nº de Capacidade Freguesia Instituição Particular Frequência CATL Instalada Nossa Senhora da Associação dos Funcionários da Administração Regional 1 60 56 Conceição da Ilha Terceira Sé Confederação Operária Terceirense 1 66 48 Sé Jardim Infantil de São Gonçalo 1 81 71 Sé Centro Infantil de Angra do Heroísmo 1 70 64 Centro Cultural, Social e Recreativo de Nossa Senhora São Pedro 1 20 20 da Piedade São Bento Centro Social de São Bento 1 30 22 Posto Santo Centro Comunitário do Posto Santo 1 27 7 Ribeirinha Centro Social e Paroquial da Ribeirinha 1 40 11 Porto Judeu Casa do Povo do Porto Judeu 1 50 45 Terra ‐ Chã Centro Comunitário da Terra ‐ Chã 1 100 49 Santa Bárbara Casa do Povo de Santa Bárbara 1 28 28 Vila de São Sebastião Centro Comunitário de São Sebastião 1 40 20 São Mateus da Calheta Centro Social e Paroquial de São Mateus da Calheta 1 50 20 Total 13 662 461 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social (dezembro 2014) 164

9.3 ‐ Equipa de Rua de Apoio a Crianças e Jovens A Equipa de Rua de Apoio a Crianças e Jovens constitui uma resposta social desenvolvida através de um serviço, destinada ao apoio a crianças e jovens em situação de perigo, desinseridas a nível sócio‐familiar e que subsistem pela via de comportamentos desviantes.

Quadro 81 ‐ Equipa de rua de apoio a crianças e jovens Nº de Equipas de Rua Capacidade Freguesia Instituição Particular de Apoio a Crianças e Frequência Instalada Jovens Santa Luzia Cáritas da Ilha Terceira 1 80 80 Centro Comunitário da Terra Terra ‐ Chã 1 100 87 ‐ Chã Total 2 180 167 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social (dezembro 2014)

9.4 ‐ Centro de Acolhimento Temporário Os centros de acolhimento temporário correspondem a uma resposta social desenvolvida em equipamento, destinada ao acolhimento urgente e temporário de crianças e jovens em perigo, de duração inferior a seis meses, com base na aplicação de medida de promoção e proteção.

O acolhimento institucional de crianças e jovens em perigo visa afastá‐las do perigo em que se encontram, colocando‐as ao cuidado de uma entidade que disponha de instalações e de equipa técnica adequadas à satisfação das necessidades das crianças e jovens em acolhimento, proporcionando‐lhes condições que permitam a sua educação, bem‐estar e desenvolvimento integral.

A dinâmica de funcionamento deste tipo de resposta deve contar com a intervenção de equipas multidisciplinares bem preparadas e quantitativamente suficientes, bem como com a participação efetiva das crianças e suas famílias em todo o processo.

Quadro 82 ‐ Centro de Acolhimento Temporário Nº de Centro de Capacidade Freguesia Instituição Particular Acolhimento Frequência Instalada Temporário Irmandade de Nossa Senhora São Bento 1 20 12 do Livramento Total 1 20 12 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social (dezembro 2014)

9.5 ‐ Lar de Infância e Juventude Os lares de infância e juventude são uma resposta social de acolhimento, desenvolvida em equipamento específico, para crianças e jovens em perigo dos 0 aos 18 anos, de ambos os sexos, de duração superior a 6

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meses. Os objetivos desta resposta social são assegurar alojamento, satisfazer as necessidades básicas, fornecendo condições aproximadas, o quanto possível, a uma estrutura familiar, mas também fornecer meios que contribuam para o seu desenvolvimento e valorização pessoal, profissional e social em cooperação com a comunidade, escola e família.

Os lares de infância e juventude, em articulação com as entidades competentes no âmbito da infância e juventude e CPCJ, deverão ter como finalidades a reintegração da criança ou do jovem na sua família ou na comunidade de origem, no mais breve curto prazo de tempo, ou quando isto não for possível incrementar o acolhimento familiar ou a gradual autonomização do jovem. Desta forma, para evitar a rutura com os laços familiares e a comunidade de origem, as crianças e os jovens deverão ser acolhidos em lares que se localizem próximo do seu local de residência: a admissão neste tipo de resposta deve ser objeto de cuidadosa ponderação, procurando‐se sempre que o encaminhamento seja o mais consentâneo com a origem, natureza e aspirações da criança.

Quadro 83 ‐ Lares de infância e juventude Nº de Lares de Capacidade Freguesia Instituição Particular Infância e Frequência Instalada Juventude Irmandade Nossa Senhora do Nossa Senhora da Conceição 1 12 3 Livramento Irmandade Nossa Senhora do Santa Luzia 1 10 6 Livramento Irmandade Nossa Senhora do São Pedro 1 20 2 Livramento Centro Social e Paroquial de São Pedro 1 12 8 São Pedro Irmandade Nossa Senhora do São Bento 1 50 23 Livramento Irmandade Nossa Senhora do São Bento 1 10 6 Livramento Irmandade Nossa Senhora do Terra ‐ Chã 1 12 2 Livramento Irmandade Nossa Senhora do Terra ‐ Chã 1 11 8 Livramento Santa Casa da Misericórdia da Terra ‐ Chã 1 6 5 Praia da Vitória Santa Casa da Misericórdia da Terra ‐ Chã 1 11 7 Praia da Vitória

Total 10 154 70

Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social (dezembro 2014)

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9.6 ‐ Centro de Atividades Ocupacionais ‐ CAO Para as pessoas com deficiências e incapacidades com significativas limitações da atividade e restrições na participação, decorrentes de alterações nas estruturas e funções (pessoas com incapacidades graves), cuja integração socioprofissional no mercado regular de emprego ou em centro de emprego protegido se encontra condicionada, mas que evidenciam potencial para uma integração social ativa, está prevista uma resposta social adequada à diversidade e especificidade das suas necessidades e do seu desenvolvimento – o programa de atividades ocupacionais.

Os centros de atividades ocupacionais (CAO) para pessoas com incapacidades constituem‐se como uma resposta social tendo como principal objetivo promover e disponibilizar condições que contribuam para uma vida com qualidade através do desempenho de atividades socialmente úteis, sempre que possível na comunidade, com vista ao desenvolvimento das suas capacidades, como seres ativos, criativos e criadores. Estas atividades não implicam uma vinculação às exigências de rendimento profissional ou de enquadramento normativo de natureza jurídico‐laboral.

Quadro 84 ‐ Centro de Atividades Ocupacionais Nº de Centro de Capacidade Freguesia Instituição Particular Atividades Frequência Instalada Ocupacionais Associação Cristã da Terra ‐ Chã 1 50 47 Mocidade ‐ ACM Total 1 50 47 Fonte: Direção Regional da Solidariedade Social (dezembro 2014)

Quadro 85 ‐ Equipamentos sociais de apoio a crianças e jovens ‐ capacidade instalada e oferta disponível

Nº de Capacidade Oferta Frequência Instituições Instalada Disponível (%) Creches 11 506 411 18,8% Centro de Atividades de Tempos Livres 13 662 461 30,4% Equipa de Rua de Apoio a Crianças e Jovens 2 180 167 7,2% Lares de Infância e Juventude 10 154 70 54,5% Centro de Acolhimento Temporário 1 20 12 40,0% Centro de Atividades Ocupacionais 1 50 47 6,0%

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10 ‐ Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Angra do Heroísmo A intervenção tutelar de promoção e proteção, expressa na Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (LPCJP), desenvolve‐se relativamente a casos em que se verifique a ameaça dos direitos essenciais (cívicos, sociais, económicos e culturais) da criança ou jovem até aos 18 anos de idade que, por tal, se vê em situação de perigo para a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento, requerendo‐se, deste modo, a atuação do Estado.

O sistema social e o sistema judiciário desencadeiam ações que visam proporcionar as condições adequadas à promoção dos direitos e proteção das vítimas, de qualquer forma de exploração ou abuso, abandono ou tratamento negligente, ou quando se vejam privados de um ambiente familiar que garanta o seu bem‐estar e desenvolvimento integral.

No ano de 2014, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Angra do Heroísmo (Gráfico 103) acompanhou 399 processos e arquivou 197. Negligência, abandono, maus tratos, abusos, exposição a modelos de conduta desviante estão presentes, a vários níveis, nas trajetórias de vida de muitas crianças e jovens, realidade que também está presente no concelho de Angra do Heroísmo (Quadro 86). O escalão etário 15 aos 18 anos representa 47,2% do total de crianças e jovens acompanhados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do concelho de Angra do Heroísmo (Gráfico 103).

As CPCJ(s) devem ser agentes ativos na promoção de um modelo de governação integrada, em que cada elemento é tão importante quanto o outro, sendo que o resultado final é a soma de todas as partes.

Gráfico 103 ‐ Evolução do volume processual global 500

400

300

200

100

0 2012 2013 2014 N.º Processos acompanhados 366 419 399 N.º Processos arquivados 131 160 197

Fonte: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do concelho de Angra do Heroísmo

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Quadro 86 ‐ Distribuição dos processos em função da intervenção e escalão etário Motivos de Intervenção Escalão Etário 2012 2013 2014 0‐5 6 2 1 6‐10 2 3 2 Absentismo Escolar 11‐14 51 26 15 > 15 61 61 45 0‐5 6‐10 Abandono Escolar 11‐14 1 2 > 15 2 3 10 0‐5 7 3 5 Exposição a modelos de comportamento 6‐10 7 4 4 desviante 11‐14 7 2 5 > 15 3 1 3 0‐5 1 2 6‐10 1 3 4 Maus tratos físicos 11‐14 4 1 2 > 15 3 1 0‐5 2 6‐10 1 1 Maus tratos psicológicos/abuso emocional 11‐14 2 1 > 15 0‐5 23 22 13 6‐10 11 18 7 Negligência 11‐14 7 7 2 > 15 2 3 1 0‐5 6‐10 1 Prática de facto qualificado de crime 11‐14 > 15 0‐5 1 6‐10 Uso de estupefacientes 11‐14 1 > 15 1 Fonte: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do concelho de Angra do Heroísmo

Gráfico 104 ‐ Número de processos por escalão etário 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2012 2013 2014 0‐5 37 28 23 6‐10 22 28 18 11‐14 72 38 26 > 15 71 69 60

Fonte: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do concelho de Angra do Heroísmo 169

11 ‐ Diagnóstico estratégico A análise das Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), masi conhecida por análise SWOT, criada por dois professores da Harvard Business School (Kenneth Andrews e Roland Christensen), serve de base para delinear as estratégias a seguir, ou seja, as grandes linhas de orientação estratégica devem ser extraídas das suas conclusões.

As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual e relacionam‐se, quase sempre, com fatores internos. As oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e estão relacionadas com fatores externos. Para a análise SWOT contribuem os dados quantitativos anteriormente apresentados e as aferições e perceções manifestadas pelos diversos envolvidos.

Forças (pontos fortes)

• Corpo docente experiente, qualificado e estável;

• Qualidade das infraestruturas educativas;

• Melhoria nos níveis de ensino obrigatório;

• Rede de escolas públicas;

• Generalização da oferta da Educação Pré‐Escolar, desde os três anos de idade;

• Taxa de ocupação dos espaços escolares;

• Boa integração urbana da maioria das escolas e facilidades de acesso;

• Rentabilização das infraestruturas existentes nas freguesias;

• Oferta ao nível do ensino superior;

• Envolvimento da autarquia nas questões educativas e sociais.

Fraquezas (pontos fracos)

• Baixa escolaridade da população;

• Iliteracia e analfabetismo funcional;

• Escolarização insuficiente no ensino obrigatório;

• Insucesso escolar e abandono escolar precoce elevados;

• Inadequação dos horários de funcionamento normal das escolas com os horários de trabalho dos pais;

170

• Insuficiências das ofertas de ocupação de tempos livres e atividades extracurriculares;

• Pouca divulgação da oferta formativa junto da população geral;

• Escolas da zona rural caracterizadas por uma frequência escolar reduzida;

• Pouco envolvimento das famílias no acompanhamento escolar dos alunos;

• Falta de apoio ao nível da orientação vocacional, escolar e profissional;

• Número de crianças com necessidades educativas especiais;

• Débil articulação do tecido económico e produtivo e a vida ativa com as escolas;

• Aumento significativo dos níveis de desemprego;

• Fracos níveis de qualificação da mão‐de‐obra;

• Escassez na criação de emprego e nas saídas profissionais;

• Baixos níveis culturais e de rendimentos das famílias;

• Pobreza elevada mesmo com políticas de apoio social;

• Pouca eficácia em certas políticas de proteção social.

Oportunidades

• Reduzida dimensão da população;

• Facilidade de acesso a fontes de informação;

• Facilidade no acesso interpessoal;

• Promoção de parcerias educativas;

• Diversificação das respostas sociais desenvolvidas pelas IPSS’s;

• Oferta da componente de apoio à família;

• Desenvolvimento de atividades extracurriculares de enriquecimento curricular;

• Promoção da inclusão social de jovens em risco através da articulação com a CPCJ;

• Inserção profissional dos jovens através de uma potencial intervenção articulada entre a Agência para a Qualificação e Emprego e o Gabinete de Inserção Profissional (GIP);

• Possibilidade de desenvolver respostas educativas adequadas à população adulta;

• Oferta de formação para os desempregados e população em geral, no sentido da sua requalificação e criação de competências noutras áreas;

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• Existência de políticas sociais regionais;

• Melhoria nas políticas de proteção social aos mais desfavorecidos.

Ameaças

• Crise económica, mercado global e dependência externa;

• Reduzida dimensão geográfica e populacional;

• Envelhecimento global da população;

• Desvalorização social do papel da escola;

• Insuficiência de recursos humanos que viabilizem o acompanhamento regular dos alunos com percursos escolares problemáticos (orientação vocacional, escolar e profissional);

• Insuficiência de respostas adequadas no âmbito da educação especial;

• Fraco prestígio social do ensino profissional;

• Desproporcionalidade entre a oferta formativa e o mercado de trabalho;

• Fraca diversificação das atividades económicas;

• Sazonalidade do mercado de trabalho;

• Lacunas na informação estatística nacional e regional;

• Tempo de disponibilização dos dados estatísticos;

• Falta de informação estatística de âmbito administrativo organizada, sistematizada e interligada.

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12 ‐ Princípios, objetivos e ação Os sistemas educativos têm sido confrontados com alterações significativas resultantes da universalização da escolaridade e do alargamento das missões que a sociedade atribui à escola, bem como das reivindicações de participação e descentralização emergentes nos estados democráticos. É sobretudo na segunda metade da década de 1980 que, nos Açores, se põe em causa a conceção de escola como estabelecimento dependente diretamente do Estado e enclausurado sobre si mesmo, se afirma a escola como projeto societário, mas com forte dimensão comunitária, se promove o envolvimento das famílias e de diversos agentes educativos locais e se procura uma política educativa local.

A procura de uma política educativa, estruturada a partir do local, converge com o princípio de descentralização administrativa presente na Constituição da República Portuguesa e o importante papel atribuído aos Municípios no domínio da educação.

O mundo contemporâneo apresenta múltiplos e complexos desafios a nível educativo. Múltiplos porque são diversas e multidimensionais as missões e objetivos futuros dos sistemas educativos; complexos porque a educação, a formação e a qualificação das pessoas estão no centro das profundas alterações das economias e sociedades emergentes, inicialmente chamadas “sociedades da informação”, e hoje cada vez mais conhecidas como “sociedades do conhecimento e da aprendizagem”. A formação de cidadãos competentes no rigor da aplicação prática dos conhecimentos, bem como a capacidade de perceção do mundo global que os rodeia, sem nunca perderem de vista a dimensão local, deve ser um dos desafios que se colocam ao sistema educativo.

A educação deve ser encarada, nas ditas “sociedades do conhecimento” simultaneamente causa e efeito do que de mais profundo ocorre ao nível dos diferentes processos de transição em curso e na emergência de um novo paradigma societário. Os desafios transfiguram‐se em oportunidades para a educação, assumindo‐ se as sociedades como “aprendentes” ao longo da vida, nas diferentes dimensões, lugares ou formas. A educação deve ser vista como o sustentáculo do desenvolvimento humano, sendo simultaneamente causa e efeito de uma sociedade do conhecimento e da aprendizagem, de acordo com uma perspetiva abrangente, que procura valorizar as diferentes vertentes da dimensão humana a nível social, económico e cultural, rumo a uma sociedade sustentável, evoluída e com responsabilidade.

A centralidade dos processos de educação e da aprendizagem exige estudos sobre o presente e prospetivas sobre o futuro, onde a escola e os sistemas educativos sejam pensados mediante uma atitude que se baseie num plano de respostas ao impacto das mutações tecnológicas, tendências demográficas ou dinâmicas de globalização. Assumir uma atitude proactiva sobre a educação é uma necessidade, cuja construção exige uma visão e intencionalidade na escolha entre os múltiplos cenários de futuras possibilidades antecipáveis.

173

Uma atitude de reflexão e avaliação prospetiva amplamente participada, desejavelmente estimulante no plano intelectual e mobilizadora para a ação, deve ser uma opção incontornável. A relação entre a escola e a comunidade envolvente, bem como a monitorização cuidadosa do processo educativo é determinante para o desenvolvimento e melhoria do próprio sistema. As dificuldades dos sistemas educativos centralizados em dar satisfação aos problemas surgidos na sociedade moderna conduziram ao reforço das ligações entre os atores locais nomeadamente, escolas, Municípios e outras instituições e organizações locais. Isto tende a reforçar as ligações locais através de parcerias, projetos conjuntos, redes de colaboração de forma a envolver uma grande diversidade de atores e movimentos numa intervenção educativa alargada e envolvente.

Perspetivando um instrumento de gestão territorial que fornecesse as condições necessárias para responder aos novos desafios, criou‐se a figura da «carta educativa», um documento dinâmico, fundamental para o planeamento estratégico de cada região. A sua existência pressupõe o entendimento de que o desenvolvimento social de uma população só é possível através da melhoria da educação, ensino, formação e cultura.

A elaboração deste instrumento de planeamento permite à autarquia implementar uma estratégia no sentido de orientar a gestão do sistema educativo em função do desenvolvimento socioeconómico e cultural, tomar decisões relativas à reconversão e adaptação do parque escolar existente, restantes equipamentos de apoio e prever a respetiva expansão ou redução, definir prioridades, otimizar recursos e evitar ruturas e inadequações da rede educativa à dinâmica social e desenvolvimento urbanístico.

As políticas de educação e de formação de âmbito regional e municipal estão no cerne não só da criação e da transmissão de conhecimentos, mas também do estímulo à criatividade, determinando de forma essencial o potencial de inovação e desenvolvimento da sociedade.

No decurso do trabalho de preparação da Carta Educativa do Concelho de Angra do Heroísmo, constatou‐se a existência de problemas estruturais que atingem o concelho e que constituem um considerável obstáculo ao desenvolvimento, ao crescimento económico e à coesão social no Município, e que importa ultrapassar. Neste contexto a Carta Educativa assume um papel preponderante, ao definir um quadro de ações cujo intuito é o desenvolvimento sustentado dos sistemas de educação e de formação do concelho de Angra do Heroísmo, na base de uma estreita complementaridade com os departamentos competentes em matéria de educação e formação profissional e de empregabilidade e emprego do Governo Regional, com outros departamentos governamentais, instituições e demais atores sociais.

Os Municípios desde há muito que foram convocados para o grande objetivo de uma educação que pudesse garantir, a todos os cidadãos, os saberes necessários para uma participação plena na vida comum e no desenvolvimento económico. Para além das responsabilidades já assumidas no âmbito da gestão da rede e da afetação dos públicos escolares, materializadas nas cartas educativas, aos Municípios coloca‐se hoje a 174

missão de associar a educação e o desenvolvimento integrado em projetos articulados concretizados através de objetivos simultaneamente realistas e desafiantes

A Carta Educativa do concelho de Angra do Heroísmo tem como missão contribuir para um concelho educador, inovador, criativo e de excelência e visa o articular de estratégias entre todos os atores da comunidade educativa. No que respeita às linhas orientadoras da estratégia de desenvolvimento dos sistemas de educação, a Carta Educativa assume como referência os princípios e objetivos que se expõem e que consubstanciam as medidas propostas: Princípios

1. Reconhecimento de que a educação e a formação são fundamentais para o desenvolvimento da comunidade, para o seu progresso, para a obtenção de uma melhor qualidade de vida e, como tal, o seu desenvolvimento interessa a todos os cidadãos;

2. Reconhecimento de que as comunidades têm o direito de ter facilitado o acesso à educação e à formação e de que estas devem permitir responder às suas necessidades;

3. Reconhecimento de que só é possível desenvolver com eficácia o processo educativo e formativo se existirem condições físicas de qualidade que permitam a criação de um ambiente seguro e agradável de aprendizagem e socialização;

4. Reconhecimento de que só com o empenhamento e a qualidade de atuação de todos os intervenientes no ato educativo é possível conseguir bons resultados e tirar o máximo proveito dos meios disponíveis;

5. Reconhecimento de que a aposta na qualidade dos processos é fundamental para conseguir melhores desempenhos educacionais;

6. Reconhecimento da necessidade fundamental de estabelecer pontes entre todos os interessados nos atos educativos, de modo a construir redes que potenciem as capacidades de atuação de todos os intervenientes no ato educativo e formativo. Objetivos

1. Criar uma oferta de Educação Pré‐Escolar que contribua para efetivar a sua universalização e que responda às necessidades de todas as famílias;

2. Concentrar, sempre que possível e desejável, as escolas de 1º Ciclo do Ensino Básico, aumentando desta forma as condições de qualidade do parque escolar, de modo a que o processo educativo se possa desenvolver de forma harmoniosa;

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3. Contribuir para a diminuição do insucesso escolar criando as condições necessárias ao estabelecimento de redes de cooperação entre diferentes entidades que sobre ele possam atuar;

4. Contribuir para a melhoria do desempenho do sistema educativo e colaborar na formação, em diferentes níveis, dos seus “atores”;

5. Incentivar um melhor desempenho das diferentes unidades educativas e colaborar para a visibilidade da ação educativa das escolas junto da comunidade;

6. Apoiar o desenvolvimento de ações que contribuam para uma elevação do nível educacional da comunidade e dos seus membros;

7. Contribuir para melhorar a oferta educativa e formativa disponível no concelho de modo a que ela possa dar resposta às necessidades da comunidade.

Estes princípios e objetivos convergem naquilo que a sociedade espera de um sistema de educação e formação: (1) o desenvolvimento integral do indivíduo, para que possa realizar as suas potencialidades; o desenvolvimento da sociedade, fomentando a democracia; (2) a redução das disparidades e das injustiças; e (3) o desenvolvimento sustentado da economia, garantindo‐se que as competências dos recursos humanos acompanham a evolução económica e tecnológica.

Em conformidade com este conjunto de convicções, apresentam‐se as medidas de atuação que se enunciam. Optou‐se, por não detalhar de imediato todas as linhas de atuação, optando‐se por apresentar um rumo consensual para a política concelhia no campo da educação. Em cada momento, e em função das opções políticas e gestionárias dos autarcas, as medidas devem ser desenvolvidas e adequadas, ganhando assim a Carta Escolar a flexibilidade e a estabilidade que um documento orientador desta natureza deve merecer. Medidas

A – Medidas de carácter geral

1. Promover a defesa do sistema educativo público, universal e de qualidade, em colaboração com a comunidade educativa, agindo por forma a assegurar a frequência e o sucesso escolar;

2. Dinamizar a participação da comunidade educativa na vida local através do apoio a projetos e ações das escolas, unidades orgânicas ou outras instituições;

3. Assegurar uma taxa de pré‐escolarização de 100%, ao nível concelhio e a criação de condições que garantam a universalidade do acesso às componentes de desenvolvimento educativo e social e à componente de apoio social;

4. Apoiar projetos sócio‐educativos alicerçados nos valores da solidariedade, sustentabilidade e ecoeficiência, que valorizem as boas práticas dinamizadas pelos estabelecimentos de ensino do 176

concelho e que potenciem uma melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos em prol da promoção do sucesso educativo;

5. Apoiar projetos direcionados para a promoção da inclusão e transição para a vida ativa, proporcionando aos jovens com necessidades educativas especiais o desempenho de uma profissão que lhes garanta uma maior qualidade de vida;

6. Promover a adesão do Município de Angra do Heroísmo à Rede de Cidades Educadoras, cujos princípios orientadores assentam numa política de educação para a cidadania, na qual a cidade assume, "para além das suas funções tradicionais (económica, social, política e de prestação de serviços), uma função educadora, caracterizada por uma intencionalidade e uma responsabilidade, cujo objetivo é a formação, promoção e desenvolvimento de todos os seus cidadãos, a começar pelas crianças e jovens";

7. Promover a adesão do Município de Angra do Heroísmo aos Compromissos de Aalborg (Agenda 21 Local) e fazer do concelho um exemplo a nível ambiental, social e económico, construindo um Município mais justo, com uma melhor qualidade de vida para todos e que assume as suas responsabilidades pelo ambiente global;

8. Dar continuidade à representação do Município nas Assembleias das unidades orgânicas conforme a legislação em vigor e dinamizar o funcionamento do Conselho Local de Educação de Angra do Heroísmo;

9. Instalar sistemas de informáticos que promovam a modernização, agilizando os procedimentos de gestão das escolas e dos respetivos serviços municipais, através da criação e disponibilização de uma base de dados;

10. Assegurar a monitorização e avaliação permanente da Carta Educativa. B. Organização da rede escolar

1. Redefinir as áreas de influência das unidades orgânicas, visando a compatibilização da capacidade dos equipamentos com a(s) realidade(s) da distribuição demográfica no concelho;

2. Acompanhar e propor a implementação das ofertas formativas em função das novas necessidades de desenvolvimento local em articulação com as instituições de ensino e as estruturas de concertação de âmbito concelhio;

3. Em coordenação com o departamento competente do Governo Regional colaborar na redefinição da oferta formativa numa perspetiva de racionalização e aproveitamento dos recursos, tendo em conta

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o exposto no presente documento, as especificidades das unidades e modalidades de ensino, assim como, os princípios que as consubstanciam.

4. Proceder ao encerramento da EB1/JI das Doze Ribeiras e da EB1/JI das Cinco Ribeiras com a entrada em funcionamento da nova infraestrutura escolar na freguesia de Santa Bárbara;

5. Colaborar com o Governo Regional na racionalização da oferta do 3º Ciclo Ensino Básico aceitando que ela seja restrita a estabelecimentos de ensino que ministram o ensino secundário;

6. Pugnar para que os cursos do Programa Formativo de Inserção de Jovens e outros programas profissionalizantes similares sejam progressivamente circunscritos às Escolas Profissionais, propondo‐se que, para evitar constrangimentos e ruturas no sistema de ensino, numa primeira fase se estabeleçam protocolos entre as unidades orgânicas e as escolas profissionais por forma a rentabilizar recursos nomeadamente nas componentes de formação tecnológica e técnica;

7. Pugnar para que os cursos do Programa Reativar e similares sejam lecionados apenas nas Escolas Profissionais ou em instituições formativas extra‐escolares certificadas para o efeito, propondo‐se que, para evitar constrangimentos ou ruturas no sistema de ensino, numa primeira fase se estabeleçam protocolos entre as unidades orgânicas e as escolas profissionais por forma a rentabilizar recursos nomeadamente nas componentes de formação tecnológica. C. – Manutenção das infraestruturas escolares municipais

1. Estabelecer e executar um plano de conservação e manutenção do parque escolar do Município, prosseguindo a recuperação, beneficiação e modernização gradual dos edifícios escolares do 1º Ciclo do Ensino Básico e da Educação Pré‐Escolar, com vista à elevação da qualidade do ambiente educativo;

2. Estabelecer acordos de cooperação com as unidades orgânicas visando para transferir para os respetivos fundos escolares as verbas necessárias à manutenção dos edifícios escolares da Educação Pré‐Escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico. D. – Ação social escolar

1. Incrementar um Programa Municipal de Ação Social Escolar, dirigido a crianças e famílias carenciadas, da Educação Pré‐Escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico, acompanhando e apoiando medidas que minimizem o impacto da perda das condições socioeconómicas das famílias;

2. Apoiar, em regime de complementaridade, as famílias e os alunos carenciados no transporte escolar, material escolar e das refeições, garantindo de que nenhuma criança ou jovem potencialmente mais fragilizado do ponto de vista económico fique fora do sistema escolar ou impedido de prosseguir estudos;

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3. Em colaboração com o Governo Regional e as instituições da freguesias abrangidas, visar o transporte e refeição escolar gratuita para as crianças e alunos deslocados e a deslocar das freguesias, cujos estabelecimentos de ensino foram ou sejam encerrados;

4. Promover o alargamento das redes de transporte escolar por forma a fornecer transporte escolar gratuito para as crianças da Educação Pré‐Escolar e para os alunos sujeitos a escolaridade obrigatória que residam a mais de 1 km do estabelecimento de ensino que frequentam;

5. Fornecimento de refeição gratuita às crianças e alunos a quem for atribuído o Escalão I (um) de rendimento da ação social escolar (alunos institucionalizados, alunos beneficiários do rendimento social de inserção e alunos cujos membros do agregado familiar se encontrem em situação de desemprego);

6. Em articulação com o Governo Regional dos Açores, apoiar a instituição de programas de apoio à família e de oferta atividades de enriquecimento curricular pós‐letivo;

7. Reforçar o desenvolvimento de programas municipais de apoio nos períodos de interrupção letiva;

8. Apoiar projetos promotores de comportamentos e hábitos alimentares saudáveis. E. – Oferta educativa para adultos

1. Apoiar projetos desenvolvidos no quadro de um processo de Educação ao Longo da Vida – cursos de educação e formação, educação de adultos, outros programas de formação de 2ª oportunidade, e outros, orientados para as necessidades comunitárias, trabalhando em parceria com instituições públicas, associativas e privadas;

2. Apoiar a criação de uma Universidade Sénior/Academia nos domínios logísticos e a nível de parcerias no sentido de possibilitar a manutenção e aprofundamento das ofertas para a população sénior. F. – Ensino superior

1. Reforçar a relação com a Universidade dos Açores, através de convénio adequado e do desenvolvimento de projetos de parceria e de cooperação;

2. Alargar e reforçar o programa de bolsas de estudo e de empréstimos a estudantes com dificuldades económicas residentes no concelho, visando garantir que nenhum jovem potencialmente mais fragilizado do ponto de vista económico fique fora do sistema escolar ou impedido de prosseguir estudos. G. – Formação profissional e fomento da empregabilidade

1. Criar um Gabinete de Inserção Profissional (GIP) em parceria com o Governo Regional e as instituições representativas dos empregadores locais e dos trabalhadores, com o objetivo de proporcionar aos jovens e adultos desempregados do concelho, um apoio na definição ou desenvolvimento do seu percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho;

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2. Promover e apoiar a realização de iniciativas de fomento ao emprego jovem, qualificado e com direitos, privilegiando as parcerias com as instituições de ensino locais, a Câmara de Comércio e a articulação com a Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional;

3. Contribuir para a formação profissional dos jovens, em particular de estudantes e residentes no concelho de Angra do Heroísmo, através do acolhimento de estágios em diferentes serviços da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo;

4. Incentivar e apoiar a criação, o desenvolvimento e o crescimento sustentado de novas empresas, através da promoção de ações de capacitação, da disponibilização de espaços, equipamentos, serviços e de uma rede de parceiros orientados para a criação de valor, em parceria com o Governo Regional dos Açores, a Universidade dos Açores e a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo. H. – Outras medidas de política educativa

1. Promover a atribuição prémios escolares, destinados a enaltecer o mérito, a excelência, a dedicação, o esforço no trabalho e desempenho proporcionando, também, o reconhecimento público dos alunos;

2. Assinalar datas e efemérides através da dinamização de projetos junto da comunidade educativa;

3. Fomentar a divulgação do concelho e das práticas educativas mais relevantes em programas, projetos e redes nacionais e internacionais;

4. Promover um Programa de Ocupação de Jovens para apoiar os estudantes do ensino secundário que, pretendendo ingressar no ensino superior, não o tenham conseguido;

5. Promover e apoiar projetos e ações de estímulo à participação ativa dos jovens na sociedade, incentivando o papel mobilizador do movimento associativo local e a iniciativa social, impulsionando atividades juvenis de natureza comunitária, o trabalho cívico e a participação dos jovens na vida local;

6. Desenvolver programas e iniciativas municipais que estimulem nos jovens diferentes expressões artísticas e culturais, no sentido do reforço e valorização da criatividade juvenil;

7. Desenvolver e apoiar as iniciativas artísticas e manifestações de arte urbana protagonizadas por jovens, em prol da valorização e qualificação do espaço público;

8. Dinamizar e promover a rede de equipamentos municipais para a juventude como espaços de formação, de convívio e de recursos para a criação, produção e desenvolvimento de projetos, privilegiando as ações concebidas por e para jovens;

9. Avaliar as condições para a criação de locais de estudo disponíveis em horário alargado em equipamentos municipais destinados aos jovens;

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10. Desenvolver os programas com vista à construção de novos equipamentos desportivos municipais destinados à prática de modalidades com adesão juvenil;

11. Desenvolver linhas de apoio, técnico e financeiro, dirigidas ao movimento associativo juvenil, através de isenções de taxas, da cedência de espaços e meios disponíveis, para o desenvolvimento das suas atividades regulares e pontuais relevantes;

12. Apoiar o desenvolvimento de projetos/ações de ocupação dos tempos livres dos jovens, em parceria com a comunidade juvenil e o movimento associativo juvenil.

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13 ‐ Monitorização Entendendo‐se a Carta Educativa como um documento aberto que se encontra em permanente atualização, o Município deve proceder anualmente a uma atualização do grau de execução das políticas associadas a este documento, bem como, a um acompanhamento, avaliação e ponderação das medidas propostas no mesmo. A monitorização deve visar atualizar a informação e a análise contida na Carta Educativa de modo a que esta reflita a atualidade da realidade educativa e formativa do concelho, podendo, se necessário, serem introduzidas as alterações que o ajustem à realidade.

Outro dos objetivos da monitorização é averiguar se as medidas propostas neste documento estão a ser cumpridas, se a sua implementação está a ser desenvolvida como o previsto e se os resultados da concretização dessas medidas estão a ser os esperados, de modo a (re)ajustarem‐se diretrizes ou, se necessário, definirem‐se novas trajetórias. Deste modo, a monitorização e avaliação é estruturada segundo três eixos de ação: (1) recolha de Informação; (2) tratamento de dados; e (3) avaliação dos resultados obtidos.

A recolha de informação será realizada periodicamente, de preferência no final de cada ano letivo, através de um inquérito por questionário, que se enviará às escolas e às instituições de formação.

A informação que se pretende recolher incidirá sobre o número de alunos que frequentaram as instituições (educativas e formativas) por ano, ciclo e estabelecimentos de ensino; taxa de abandono escolar e de sucesso/insucesso; recursos físicos e humanos; taxa de ocupação dos estabelecimentos de ensino, bem como sobre os serviços fornecidos por cada estabelecimento de ensino e formação.

No levantamento procurar‐se‐á ainda, recolher informação relativa às modificações ocorridas no sistema educativo do concelho, relacionadas com a intervenção em estruturas e equipamentos, de modo a avaliar os resultados e as ações previstos.

O tratamento da informação recolhida de modo a permitir a atualização da informação contida na Carta Educativa, permitindo a observação da evolução dos indicadores educacionais: (1) população em idade escolar (por ano, ciclo e estabelecimento de ensino); (2) taxa de escolarização e de pré‐escolarização; (3) taxa de sucesso/insucesso escolar; (4) taxa de abandono escolar; (5) estado de ocupação e conservação dos estabelecimentos de ensino.

A análise e tratamento da informação recolhida será utilizada para elaborar um relatório que apontará as modificações e os (re)ajustamentos a integrar na Carta Educativa. Este relatório será entregue no mês de Dezembro de cada ano civil e estará sujeito a parecer do Conselho Local de Educação, assim como a apreciação dos competentes órgãos autárquicos. O relatório deve dar conta da atualização dos dados referentes ao ano letivo anterior, apresentar as ações concretizadas, assim como custos reais e previstos.

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A monitorização e avaliação da Carta Educativa ficará a cargo dos serviços da Câmara Municipal, cabendo àquele órgão proceder à devida reflexão e avaliação do processo de implementação da Carta Educativa, tendo em última análise, como objetivo a qualidade e a adequação da intervenção da mesma às necessidades do sistema educativo e formativo do concelho. A monitorização procurará envolver todos os atores educativos da comunidade no sentido de acompanhar a execução do projeto com rigor e transparência.

Para a reavaliação, monitorização e revisões da Carta Educativa é necessário criar uma base de dados que permita uma constante atualização dos dados educativos estatísticos, que funcionará como instrumento de constante manutenção e atualização. A constituição da base de dados deve ter como suporte a informação constante da Carta Educativa, sendo a sua disponibilização uma ação a desenvolver no futuro próximo. A elaboração desta base tem como finalidade não só a monitorização e revisão da Carta Educativa, mas também permitir à autarquia gerir melhor os recursos disponíveis, bem como obter uma melhor e mais equitativa distribuição dos mesmos pelos estabelecimentos de ensino da sua responsabilidade. Outra das suas funções é complementar e promover uma interação entre todos os estabelecimentos de ensino, fazendo com que todos os intervenientes se sintam parte integrante no processo educativo.

A circulação de informação descentralizada e articulada entre os diversos participantes permite dar a conhecer a parte e o todo, proporcionando que cada escola se sinta como fazendo parte desse todo e assim mais motivada a colaborar com as restantes estruturas envolventes.

Face à necessidade de permanente monitorização e atualização, a Carta Educativa deve ser encarada pelo Município como um projeto inacabado, que apresenta um conjunto de propostas que deve ser permanentemente reavaliado e atualizado.

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Glossário

• Densidade Populacional ‐ intensidade do povoamento expressa pela relação entre o número de habitantes de uma área territorial determinada e a superfície desse território (habitualmente expressa em número de habitantes por quilómetro quadrado).

• Família Clássica ‐ conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera‐se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupe uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento.

• Grupo Etário ‐ intervalo de idade, em anos, no qual o indivíduo se enquadra, de acordo com o momento de referência.

• Índice de Dependência de idosos ‐ relação entre a população idosa e a população em idade ativa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 (10^2) pessoas com 15‐64 anos). Um valor inferior a 100 significa que há menos idosos do que pessoas em idade ativa.

• Índice de Dependência de Jovens ‐ relação entre a população jovem e a população em idade ativa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 (10^2) pessoas com 15‐64 anos. Um valor inferior a 100 significa que há menos jovens do que pessoas em idade ativa.

• Índice de Dependência Total ‐ relação entre a população jovem e idosa e a população em idade ativa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 (10^2) pessoas com 15‐64 anos). Um valor inferior a 100 significa que há menos jovens e idosos do que pessoas em idade ativa.

• Índice de Envelhecimento ‐ relação entre a população idosa e a população jovem, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos (expressa habitualmente por 100 (10^2) pessoas dos 0 aos 14 anos). Um valor inferior a 100 significa que há menos idosos do que jovens.

• Índice Sintético de Fecundidade ‐ número médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos de idade), admitindo que as mulheres estariam submetidas às taxas de

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fecundidade observadas no momento. Valor resultante da soma das taxas de fecundidade por idades, ano a ano ou grupos quinquenais, entre os 15 e os 49 anos, observadas num determinado período (habitualmente um ano civil). O número de 2,1 crianças por mulher é considerado o nível mínimo de substituição de gerações nos países mais desenvolvidos.

• Nado‐Vivo – é a expulsão ou extração completa, relativamente ao corpo materno e independentemente da duração da gravidez, do produto da fecundação que, após esta separação, respire ou manifeste quaisquer outros sinais de vida, tais como pulsações do coração ou do cordão umbilical ou contração efetiva de qualquer músculo sujeito à ação da vontade, quer o cordão umbilical tenha sido cortado, quer não, e quer a placenta esteja ou não retida. Os nascimentos totais incluem o total de nados‐vivos e de fetos‐mortos.

• Óbito ‐ cessação irreversível das funções do tronco cerebral.

• População Ativa ‐ conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, constituíam a mão‐de obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico (empregados e desempregados).

• População em Risco de Pobreza ou de Exclusão Social ‐ indivíduos cujo rendimento monetário equivalente se situa abaixo do limiar de risco de pobreza, ou que vivem em situação de privação material severa ou em agregados familiares com intensidade laboral muito reduzida. Estes indivíduos apenas são contados uma vez, mesmo que estejam presentes em diversos sub‐ indicadores. O limiar de risco de pobreza corresponde a 60% da média do rendimento nacional disponível (após transferências sociais). A privação material abrange indicadores relativos à pressão económica e a bens duráveis. As pessoas que vivem em situação de privação material severa têm condições de vida muito limitadas pela falta de recursos, e são sujeitos a pelo menos 4 das 9 seguintes dificuldades: i) pagar renda de casa e serviços de utilidade pública, ii) manter a casa adequadamente aquecida, iii) enfrentar despesas inesperadas, iv) comer carne, peixe ou um equivalente de proteína dia‐sim dia‐ não, v) gozar uma semana de férias fora de casa, vi) ter automóvel, vii) ter máquina de lavar roupa, viii ) ter TV a cores, ou ix) ter telefone. As pessoas que vivem em agregados familiares com intensidade laboral muito reduzida têm idades de 0‐59 anos e vivem em agregados familiares onde os adultos (com idades entre os 18 e os 59 anos) trabalharam menos de 20% do seu potencial total de trabalho durante o ano passado. A população em risco de pobreza ou de exclusão social inclui as pessoas cujo rendimento não atinge o limiar de risco de pobreza, ou que enfrentam privação material severa ou que têm intensidade laboral muito reduzida.

• População Inativa ‐ população que, independentemente da sua idade, no período de referência não podia ser considerada economicamente ativa, isto é, não estava empregada, nem desempregada. 185

• População Residente ‐ pessoas que, independentemente de no momento de observação – zero horas do dia de referência – estarem presentes ou ausentes numa determinada unidade de alojamento, aí habitam a maior parte do ano com a família ou detêm a totalidade ou a maior parte dos seus haveres.

• Prestações Sociais ‐ as prestações sociais são transferências para as famílias, em dinheiro ou em espécie, destinadas a cobrir os encargos financeiros resultantes de um certo número de riscos ou necessidades, e efetuadas através de regimes organizados de forma coletiva ou, fora desses regimes, por unidades das administrações públicas ou instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias. Incluem os pagamentos feitos pelas administrações públicas aos produtores que beneficiem famílias individualmente e efetuados no âmbito de riscos ou necessidades sociais. A lista de riscos ou necessidades que podem dar lugar a prestações sociais é, por convenção, estabelecida da forma seguinte: a) Doença; b) Invalidez, incapacidade; c) Acidente de trabalho ou doença profissional; d) Velhice; e) Sobrevivência; f) Maternidade; g) Família; h) Promoção do emprego; i) Desemprego; j) Habitação; k) Educação; l) Outras necessidades básicas. As prestações sociais dividem‐se em dois tipos: (1) As transferências sociais em espécie, que incluem a produção não mercantil das administrações públicas e ISFLSF e a produção mercantil adquirida pelas administrações públicas e ISFLSF; (2) As prestações sociais exceto transferências sociais em espécie, que incluem as prestações da segurança social em dinheiro, outras prestações de seguro social e as prestações de assistência social em dinheiro. As prestações sociais incluem as pensões de velhice, de invalidez e de sobrevivência, os apoios à doença e aos cuidados de saúde, os subsídios de desemprego e outras transferências em dinheiro, em bens ou em serviços que apoiam as famílias e combatem a exclusão social.

• Saldo Natural ‐ diferença entre o número de nados‐vivos e o número de óbitos num dado período de tempo.

• Taxa Bruta de Escolarização ‐ relação percentual entre o número total de alunos matriculados num determinado ciclo de estudos (independentemente da idade) e a população residente em idade normal de frequência desse ciclo de estudo. Educação Pré‐Escolar 3‐5 anos; Ensino Básico – 1.º Ciclo 6‐9 anos; Ensino Básico – 2.º Ciclo 10‐11 anos; Ensino Básico – 3.º Ciclo 12‐14 anos; Ensino Secundário 15‐17 anos; Ensino Superior 18‐22 anos.

• Taxa Bruta de Mortalidade ‐ número de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de óbitos por 1000 (10^3) habitantes).

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• Taxa Bruta de Natalidade ‐ número de nados‐vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de nados‐vivos por 1000 (10^3) habitantes).

• Taxa Bruta de Nupcialidade ‐ número de casamentos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de casamentos por 1000 (10^3) habitantes).

• Taxa Bruta de Pré‐ Escolarização – relação percentual entre o número total de crianças inscritas na Educação Pré‐Escolar (independentemente da idade), e a população residente em idade normal de frequência desse ciclo de estudo (3‐5 anos).

• Taxa de Abandono Precoce de Educação e Formação ‐ taxa que permite definir o peso da população residente com idade entre 18 e 24 anos, com nível de escolaridade completo até ao 3º ciclo do ensino básico que não recebeu nenhum tipo de educação no período de referência sobre o total da população residente do mesmo grupo etário. A taxa de abandono precoce de educação e formação é a percentagem de pessoas entre os 18 e os 24 anos que deixou de estudar sem ter completado o secundário.

• Taxa de Atividade ‐ taxa que permite definir o peso da população ativa sobre o total da população com 15 e mais anos. A taxa de atividade representa o número de ativos por cada 100 pessoas com 15 e mais anos. Os ativos são a mão‐de‐obra disponível para trabalhar, incluindo‐se na população ativa os trabalhadores que estão empregados e desempregados.

• Taxa de Atraso Escolar ‐ razão entre os indivíduos que frequentam um determinado ciclo de ensino com idade superior à idade ajustada e o total de indivíduos com idade ajustada a esse ciclo. Este indicador não nos dá a dimensão da repetência mas apenas o número de indivíduos com, pelo menos, um ano de atraso em relação à idade ajustada à frequência do ciclo.

• Taxa de Desemprego ‐ taxa que permite definir o peso da população desempregada sobre o total da população ativa. A taxa de desemprego representa o número de desempregados por cada 100 ativos. Os ativos são a mão‐de‐obra disponível para trabalhar, incluindo‐se na população ativa os trabalhadores que estão empregados e desempregados.

• Taxa de Desemprego de Longa Duração ‐ peso da população desempregada há 12 ou mais meses sobre o total da população ativa. A taxa de desemprego de longa duração representa o número de desempregados há mais de um ano por cada 100 ativos. Os ativos são a mão‐de‐obra disponível para trabalhar, incluindo os trabalhadores que estão empregados e desempregados

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• Taxa de Emprego ‐ taxa que permite definir a relação entre a população empregada e a população com 15 e mais anos de idade. A taxa de emprego representa o número de empregados por cada 100 pessoas com 15 e mais anos.

• Taxa de Fecundidade – número de nados‐vivos de mulheres de um determinado grupo de idade, observado durante um certo período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao efetivo médio de mulheres desse grupo de idade nesse período (habitualmente expressa em número de nados‐ vivos por 1000 (10^3) mulheres). A taxa de fecundidade é o número de nascimentos por cada 1000 mulheres em idade fértil, ou seja, entre os 15 e os 49 anos de idade. A taxa de fecundidade pode ser calculada para diversas idades.

• Taxa de Retenção e Desistência – relação percentual entre o número de alunos que não podem transitar para o ano de escolaridade seguinte e o número de alunos matriculados, nesse ano letivo.

• Taxa de Transição ‐ relação percentual entre o número de alunos que, no final de um ano letivo, obtêm aproveitamento (podendo transitar para o ano de escolaridade seguinte) e o número de alunos matriculados, nesse ano letivo.

• Taxa Real de Pré‐Escolarização – relação percentual entre o número de crianças inscritas na Educação Pré‐Escolar e a população residente para cada uma das idades dos 3 aos 5 anos. Relação percentual entre o número de crianças inscritas na Educação Pré‐Escolar, em idade normal de frequência desse ciclo de estudo (3‐5 anos), e a população residente dos mesmos níveis etários. A relação percentual entre população escolar (segundo o recenseamento anual de alunos matriculados) e população residente (segundo os Censos e as estimativas intercensitárias do Instituto Nacional de Estatística), para cada idade, não deveria ser superior a 100%. Na prática, uma vez que estamos a trabalhar com dados provenientes de fontes diferentes (ME/GEPE e INE), o cálculo conduz‐nos, para algumas idades, a valores superiores. Nestes casos apresentaremos o valor máximo, teoricamente admissível 100%.

• Taxa Real de Escolarização ‐ relação percentual entre o número de alunos matriculados num determinado ciclo de estudos, em idade normal de frequência desse ciclo, e a população residente dos mesmos níveis etários. Educação Pré‐Escolar 3‐5 anos; Ensino Básico – 1.º Ciclo 6‐9 anos; Ensino Básico – 2.º Ciclo 10‐11 anos; Ensino Básico – 3.º Ciclo 12‐14 anos; Ensino Secundário 15‐17 anos; Ensino Superior 18‐22 anos.

• Trabalhador por Conta de Outrem ‐ indivíduo que exerce uma atividade sob a autoridade e direção de outrem, nos termos de um contrato de trabalho, sujeito ou não a forma escrita, e que lhe confere o direito a uma remuneração, a qual não depende dos resultados da unidade económica para a qual trabalha.

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• Trabalhador por Conta Própria ‐ um trabalhador por conta própria pode ser classificado como trabalhador por conta própria como isolado ou como empregador. Indivíduo que exerce uma atividade independente, com associados ou não, obtendo uma remuneração que está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos. Os associados podem ser, ou não, membros do agregado familiar. Um trabalhador por conta própria pode ser classificado como trabalhador por conta própria como isolado ou como empregador.

• Trabalhador por Conta Própria como Empregador‐ indivíduo que exerce uma atividade independente, com associados ou não, obtendo uma remuneração que está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos e que, a esse título, emprega habitualmente um ou vários trabalhadores por conta de outrem para trabalharem na sua empresa.

• Trabalhador por Conta Própria como Isolado ‐ indivíduo que exerce uma atividade independente, com associados ou não, obtendo uma remuneração que está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos e que, habitualmente não contrata trabalhador (es) por conta de outrem para com ele trabalhar(em). Os associados podem ser ou não membros do agregado familiar.

• Valor Acrescentado Bruto ‐ valor bruto da produção deduzido do custo das matérias‐primas e de outros consumos no processo produtivo. Os valores são brutos quando não deduzem o consumo de capital fixo.

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