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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 270.3.53.O

DATA: 05/10/09

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Ordinária - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 14h15min

TÉRMINO: 17h09min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador

Incluídos os seguintes discursos: do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Ordinária da Câmara dos Deputados nº 259, realizada em 28 de setembro de 2009; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Ordinária da Câmara dos Deputados nº 261, realizada em 29 de setembro de 2009. CÂMARA DOS DEPUTADOS

Ata da 270ª Sessão, em 05 de outubro de 2009 Presidência dos Srs......

ÀS 14 HORAS E 15 MINUTOS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Michel Temer Marco Maia Antonio Carlos Magalhães Neto Rafael Guerra Inocêncio Oliveira Odair Cunha Nelson Marquezelli Marcelo Ortiz Giovanni Queiroz Leandro Sampaio Manoel Junior CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Não havendo quorum regimental para abertura da sessão, nos termos do § 3° do art. 79 do Regimento Interno, aguardaremos até meia hora para que ele se complete.

3 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. FRANCISCO RODRIGUES, servindo como 2° Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Passa-se à leitura do expediente.

O SR...... , servindo como 1° Secretário, procede à leitura do seguinte

III - EXPEDIENTE

4 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

5 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

A SRA. SOLANGE AMARAL - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Tem V.Exa. a palavra.

A SRA. SOLANGE AMARAL (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, quero registrar a importância para o Brasil de ver a cidade do Rio de Janeiro escolhida para sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de

2016.

A nossa Casa foi representada pelo Presidente Michel Temer, que estava presente na hora em que foi tomada a decisão.

Já fizemos contato com o Presidente Michel Temer para informar que protocolamos na Mesa pedido de criação de Comissão Externa para acompanhar os preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, passada a cerimônia, passados os festejos, o Município do Rio de Janeiro, os governantes, todos nós queremos que a cidade receba os investimentos necessários para melhoria da infraestrutura de transportes, do meio ambiente e realização das obras.

E nós aqui, Deputados de diversos partidos, vamos poder acompanhar as liberações orçamentárias e as situações relativas ao entrosamento com o COB.

Aproveito a oportunidade para deixar registrado os nossos parabéns a Carlos

Arthur Nuzman e Carlos Roberto Osório, representantes do COB.

É importante que a Câmara dos Deputados, de maneira progressiva, esteja presente, acompanhando todas essas questões durante os 7 anos de preparação até que se realizem os Jogos Olímpicos, essa grande oportunidade dada ao Brasil.

Portanto, demos entrada a esse requerimento, e certamente o Presidente vai deferir a criação dessa Comissão Externa, sem ônus para a Câmara dos Deputados,

6 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 no sentido de levar a Câmara a todos os lugares em que sua presença seja necessária.

Sr. Presidente, se V.Exa. me permite, também informo que solicitamos a realização de uma sessão solene, pois acho que esse é um momento especial, já que, na América do Sul, até então, nenhuma outra cidade havia conseguido ser sede dos Jogos Olímpicos.

Para os Jogos Pan-Americanos, o então Prefeito César Maia preparou uma infraestrutura de equipamentos. Mas nós precisamos ir mais longe.

Deixo aqui os cumprimentos ao Presidente Lula, ao Ministro Orlando Silva, ao

Governador Sérgio Cabral, ao Prefeito Eduardo Paes. Não se trata de questões partidárias. Trata-se da candidatura e da vitória do Brasil e do Rio de Janeiro.

Renovo a importância dessa Comissão Externa para acompanharmos, em nome da população do Rio de Janeiro, honrando o nosso mandato, todos os investimentos, orçamentos e obras que certamente serão feitos na nossa cidade.

Obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - A generosidade em relação ao tempo concedido à Deputada Solange Amaral se justifica pelo fato de que S.Exa. tem de viajar agora.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra, pela ordem, à Sra.

Deputada Janete Capiberibe.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (Bloco/PSB-AP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, na quinta-feira, dia 1º, reuni-me com os Srs. Patrick

Azevedo e Magno Amanajás, representantes da empresa de telefonia celular Oi, no

Amapá, e reiterei a urgência da implantação do serviço de telefonia móvel celular em

7 Municípios: Serra do Navio, Pedra Branca, Itaubal, Amapá, Tartarugalzinho, Cutias e Pracuúba, hoje completamente isolados.

Ouvi dos executivos o compromisso de implantar o serviço o mais rapidamente possível, já que o objetivo da empresa é dar cobertura total a pelo menos 12 dos 16 municípios amapaenses. Serra do Navio e Pedra Branca deverão ser os primeiros, ainda em 2010. Manterei as populações informadas dessa minha ação política para que o serviço de telefonia celular chegue aos 7 Municípios citados com brevidade.

Sr. Presidente, solicito a divulgação deste pronunciamento nos órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Deputada Janete, o pedido de V.Exa. será atendido.

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O SR. VITAL DO RÊGO FILHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. VITAL DO RÊGO FILHO (Bloco/PMDB-PB. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com satisfação e sentimento de orgulho que venho a esta tribuna saudar a atuação de todos os integrantes do Comitê Olímpico Internacional — COI, do Presidente Lula e de todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a vitoriosa caminhada que concedeu à cidade do Rio de Janeiro a possibilidade de ser a sede dos Jogos

Olímpicos de 2016, feito jamais experimentado pelo Brasil.

Essa vitória olímpica reforça o nosso orgulho de ser brasileiros. Hoje somos um país de primeira classe, como disse o Presidente Lula, principalmente porque essa vitória se dá quando o Brasil vive momento ímpar em sua economia, destacando-se no mercado internacional, na geração de empregos, com melhor distribuição de renda e maciço investimento público em todas as Capitais do País, visando não somente a cidade do Rio de Janeiro, em função da candidatura vencedora para sediar as olimpíadas e também a Copa do Mundo de Futebol. Tudo isso significa, indubitavelmente, que o País se encontra em crescimento, com equilíbrio econômico.

Há um ano, era improvável que o Rio fosse o vencedor na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. As candidaturas fracas para 2004 e 2012 a haviam levado a uma eliminação rápida, e a cidade brasileira parecia fadada ao fracasso novamente, tanto que ficou apenas em quinto lugar no relatório técnico do Comitê

Olímpico Internacional — COI, no ano passado.

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O Rio de Janeiro, que era o grande azarão da disputa há um ano, tornou-se sexta-feira a primeira cidade sul-americana a receber o direito de realizar uma olimpíada, a de 2016, graças à eloquência do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos seus apoiadores e ao recém-adquirido poderio econômico do Brasil.

A candidatura brasileira, representada pela cidade do Rio de Janeiro, ganhou um reforço de peso com apoio do Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que assegurou aos membros do Comitê que a economia brasileira havia resistido bem à crise do crédito global e estava crescendo. E, aliado a isso, estava o fato de que o Banco Mundial prevê que o Brasil se tornará a quinta maior economia do mundo até 2016.

O projeto olímpico apresentado ao mundo não se comprometeu a acabar com as favelas brasileiras nem com a desigualdade econômica nacional, resultados de crises financeiras que o Brasil viveu por décadas. Mas os governantes atuais estão empenhados em transformar as favelas em locais mais adequados em relação a hoje, sendo certo que essa responsabilidade é para a atual governança e seus sucessores, sem, contudo, esconder aos visitantes realidades brasileiras como a pobreza e a deficiência na segurança pública, que existe em muitos países chamados desenvolvidos.

Srs. Deputados, muitas dúvidas a respeito da segurança pública e do financiamento para um evento como as olimpíadas, no qual se conglomeram os maiores esportistas do mundo, atingiram seu auge depois dos Jogos Pan-

Americanos de 2007. Para os organizadores, o evento regional foi um sucesso, mas críticos sem critério de avaliação da conjuntura socioeconômica continuam insistindo em que foi um desastre.

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Temos também que ressaltar que o Brasil receberá um programa especial de preparação para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 e que boa parte das obras de infraestrutura que estão sendo preparadas para a Copa do Mundo servirá também para os Jogos Olímpicos.

Sem sombra de dúvidas, os investimentos anunciados, em torno de R$26 bilhões, são muito menores do que o ganho que o Brasil vai ter com a realização das olimpíadas.

Caros pares, outro evento que é merecidamente destacado no mundo e que é realizado todos os anos no País e acontecerá no próximo dia 18 de outubro é o

Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, que não mexe somente com a rotina do autódromo, mas também de toda a cidade de São Paulo, destacando-se a rede hoteleira, bares, restaurantes e demais segmentos ligados ao turismo, que contam com expressivo faturamento na época do GP Brasil.

Esse evento também se traduz em grande soma de empregos diretos e indiretos, com mais de 8 mil pessoas trabalhando em prol do evento. Desses empregos, 600 estão na área desportiva, outros tantos estão ligados à área gastronômica, outros ao setor turístico e outros ao apoio logístico e transporte de pessoas, envolvendo desde taxistas até os helicópteros da maior frota do Brasil, entre outros segmentos empenhados nesse grande evento mundial.

Para concluir, Sr. Presidente, espero voltar a esta tribuna após esses eventos acima citados para reverenciar seu pleno sucesso, assim como fiz agora para dizer que o sonho olímpico se tornou realidade e que a conquista desse sonho não é do povo carioca, mas de todos os brasileiros, que há décadas esperam eventos dessa magnitude. Ganha o Rio de Janeiro, ganha o Brasil, ganham todos os brasileiros.

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Sr. Presidente, solicito que este meu pronunciamento seja divulgado nos

órgãos de comunicação da Casa.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - V.Exa. será atendido, nos termos regimentais.

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O SR. ERNANDES AMORIM - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ERNANDES AMORIM (PTB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, estou com alguns problemas no Estado de Rondônia. Fui cerceado do direito sagrado de exercer meu mandato. O Ministério Público Federal entrou com denúncia contra mim, inclusive tornando indisponíveis meus bens, porque denunciei aqui o cartel dos frigoríficos no Estado. O próprio Ministério, que defende um grupo interessado nesse cartel, montou um esquema conivente com alguns

órgãos responsáveis. E isso vem me prejudicando, deixando à margem da lei meu trabalho na condição de Deputado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Deputado Ernandes Amorim, V.Exa. está inscrito no Pequeno Expediente e terá mais tempo para se pronunciar.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Francisco Rodrigues.

O SR. FRANCISCO RODRIGUES (DEM-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, também quero me aliar a todos os companheiros

Parlamentares e à população brasileira pela escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. Elogio o Presidente Michel Temer, que, em nome da Câmara dos Deputados, manifestou-se naquela brilhante solenidade em que ocorreu a decisão do Comitê Olímpico Internacional — COI.

Sr. Presidente, nós sabemos das enormes desigualdades sociais do nosso

País e de como é importante acompanhar de forma efetiva os preparativos e os projetos para esse evento, no sentido de que possamos dar uma demonstração ao mundo da grandeza e da capacidade de aglutinação de nossos dirigentes. Mais do que isso, sabemos da visibilidade que o País terá antes, durante e depois da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, que deixará indelevelmente marcado para os dirigentes de todos os Países o papel político do Brasil no concerto das Nações.

Isso é motivo de muita alegria para todos nós brasileiros. Esperamos que o planejamento e a execução de todas as obras necessárias à realização desse evento seja realmente de grande valia.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - V.Exa. será atendido nos termos regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Passamos ao período do Pequeno

Expediente em que os Deputados poderão usar a palavra por até 5 minutos.

O primeiro orador inscrito é o Deputado Francisco Rodrigues, do Democratas de Roraima.

O SR. FRANCISCO RODRIGUES (DEM-RR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última semana, a convite do Comandante da

Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, tive oportunidade de visitar o Centro Logístico da Aeronáutica — CELOG, instituição importantíssima para a Aeronáutica brasileira, cujo Comandante é o Brigadeiro do Ar Edgard de Oliveira Júnior. Fui acompanhado pelo Brigadeiro do Ar José Magno Resende de Araújo, Assessor Parlamentar do

Comando da Aeronáutica na Câmara dos Deputados. Por desdobramento, tive também oportunidade de conhecer, em Washington, a Comissão Aeronáutica

Brasileira — CAB, que tem em seu comando o Coronel-Aviador Carlos Eduardo da

Costa Almeida.

Quero dizer da importância estratégica do CELOG para o País, cuja missão é normatizar, executar, controlar e supervisionar as atividades logísticas de procura, de compra, de recebimento e de distribuição do material aeronáutico necessário para a Força Aérea Brasileira; desenvolver ações no Instituto de Fomento e

Coordenação Industrial — IFI, ao Centro Técnico Aeroespacial — CTA, visando dar continuidade a projetos de fabricação de material aeronáutico, como também à convalidação e homologação de materiais bélicos e de equipamentos aeroespaciais de emprego militar; realizar ainda as atividades necessárias ao controle de qualidade; identificar e cadastrar as empresas produtoras e fornecedoras de material aeronáutico e bélico; realizar as atividades necessárias à nacionalização do material

15 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 aeroespacial e bélico, de forma a assegurar a operação e o emprego das aeronaves da Força Aérea Brasileira, seus componentes, acessórios e equipamentos.

Sr. Presidente, trata-se de uma instituição estratégica para o País, com uma vinculação direta com o Comando-Geral de Apoio — COMGAP, sediado em Brasília.

Ela possui um sistema invejável de planejamento, execução, compras e distribuição para as diversas instituições da Força Aérea Brasileira, funcionando permanentemente e em tempo real.

Tive oportunidade de ir a São Paulo visitar o CELOG e, na sequência, a CAB, em Washington, e percebi que há grande necessidade de interação entre essas instituições. Um fator que me chamou sobretudo a atenção, Sr. Presidente, foi o fato de que os recursos para suprimentos são fundamentais.

Hoje, para se ter ideia, a Força Aérea Brasileira tem em torno de 700 aeronaves, e mais de 300 estão no chão por falta de peças de reposição que realmente deem segurança ao voo. São aeronaves importantíssimas para o País, como os Hércules. Para as emergências, parece-me que temos 25 Hércules, entretanto apenas 3 ou 4 estão operando, por falta de recursos para aquisição de peças de reposição.

Sr. Presidente, peças de reposição na Aeronáutica não são peças de reposição de carro, que se encontram em qualquer esquina, em qualquer loja.

Trata-se de equipamentos fabricados em outros países e que precisam estar sempre dentro da linha de produção das fábricas, com os pedidos disponíveis, para que as entregas sejam realizadas em tempo hábil de utilização.

Agradeço ao Comando da Aeronáutica, ao Tenente-Brigadeiro-do-Ar, Juniti

Saito, e a assessoria do Comando da Aeronáutica, que me deram a oportunidade de

16 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 ter essa experiência e ver a importância desse centro de logística para o País. Na votação do Orçamento, teremos de nos debruçar para dotar de recursos suficientes essa área, no sentido de que essas operações sejam cada vez mais eficientes, eficazes e disponíveis, como reclama a sociedade brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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A SRA. JANETE CAPIBERIBE (Bloco/PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, realizamos, na quinta-feira, dia 1º, juntamente com o Deputado Estadual Camilo Capiberibe e a Assembleia Legislativa, audiência pública para debater a implantação de uma escola técnica naval no Estado do

Amapá.

Além de estudantes e da sociedade civil organizada, que levaram sua contribuição ao debate, recebemos o Secretário de Educação Profissional e

Tecnológica do Ministério da Educação, Prof. Eliezer Moreira Pacheco; o Reitor do

Instituto Federal de Educação Tecnológica do Estado Amapá, Prof. Emanuel Alves de Moura; o Coordenador da Política de Formação Humana na Área de Pesca

Marinha Continental, Aquicultura Familiar, Portos e Navegação da Secretaria de

Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Edmar Almeida de

Moraes; a Assessora Técnica da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Caetana Juracy Silva, e também um representante dos construtores navais e estaleiros do Amapá, Sr. Domingos Marreiro.

Essa audiência foi resultado da progressão que estamos fazendo, desde meados de 2008, com a criação do grupo de trabalho que elabora uma política pública para a navegação fluvial na Amazônia. Estamos trabalhando em várias frentes, como a aprovação da Lei nº 11.970/2009, que previne o escalpelamento.

No aniversário de 100 anos das escolas federais do Brasil, o Amapá ainda não tem nenhuma funcionando. Duas estão sendo implantadas: uma em Laranjal do Jari, onde o Prefeito já disponibilizou o terreno, com cursos de informática, secretariado e meio ambiente e aporte de 4,2 milhões de reais para a construção do prédio e 2 milhões de reais para a compra de equipamentos; a outra, em Macapá, com os

18 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 cursos Informática e mineração e aporte de 12,9 milhões de reais para a construção do prédio e compra de equipamentos. Serão 240 vagas para Macapá e 240 para

Laranjal do Jari, com capacidade para 4,2 mil estudantes, sendo 3 mil na Capital,

Macapá, e 1.200 em Laranjal do Jari.

Segundo o Secretário Eliezer Pacheco, o Governo Federal está determinado a implantar os centros, apesar da omissão do Governo do Estado, que até agora não disponibilizou o terreno para o Município de Macapá, parte pela qual ficou responsável. Por isso, os cursos só começarão em 2010, conforme previsto, se houver a cedência de outro espaço pela Secretaria Estadual de Educação, já que o terreno para todo esse investimento que o Governo Lula está fazendo para a educação tecnológica e a formação da juventude não foi cedido.

A escola de construção naval e de navegação fluvial, que trabalhamos para ver implantada, terá impacto significativo na economia do Amapá, com a formação de profissionais ainda mais qualificados, fortalecendo a vocação do Estado para a construção naval e para movelaria, design e pesca, conforme sugestão que apresentei ao Secretário Eliezer Pacheco, no momento da realização do seminário.

Além disso, terá reflexos determinantes na segurança da navegação fluvial a partir da foz do Rio Amazonas para toda a região amazônica.

Os construtores navais do Amapá foram unânimes ao afirmar o compromisso do Governador João Capiberibe com o setor e o descaso que enfrentam no Governo

Waldez Góes.

Acreditamos que o debate com a sociedade amapaense nos fará retomar e aprimorar o desenvolvimento sustentável do setor, tornando a escola naval do

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Amapá um projeto piloto para que sejam implantados centros idênticos nos demais

Estados da Amazônia.

Agradeço a todos os que participaram deste debate tão importante.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - V.Exa. será atendida, nos termos regimentais.

Deputada Janete Capiberibe, cumprimento-a pelo pronunciamento. Concordo plenamente com suas opiniões.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao nobre Deputado

Laerte Bessa, sem partido, mas que, pelo que eu soube, está no PSC.

O SR. BESSA - No PSC, Sr. Presidente, com muito orgulho.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Como a Mesa ainda não recebeu essa informação, para a Casa V.Exa. ainda está sem partido. Mas não deixou de ser

Deputado. V.Exa. dispõe de até 5 minutos.

O SR. LAERTE BESSA (Sem Partido-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, infelizmente, a Casa está meio atrasada, porque já estou filiado ao PSC desde a última quarta-feira. Tenho que cobrar da Casa para que faça essa atualização. Estou muito orgulhoso de pertencer ao Partido Social Cristão, ao qual me filiei, repito, na última quarta-feira.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vim aqui não só pedir, mas também reclamar e exigir das autoridades identidade para as nossas polícias, principalmente as do Distrito Federal.

O plano de cargos e salários da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do

Distrito Federal está aguardando apenas a votação neste Plenário para ir ao

Senado. Espero que o Presidente Michel Temer se sensibilize e o coloque na pauta de amanhã, para que possamos votá-lo, pois ele é, simplesmente, a identidade dos nossos militares do Distrito Federal. Há muito tempo o projeto está na Casa, e há um retardo muito grande em colocá-lo na pauta.

Convido os militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito

Federal para participar da sessão de amanhã. A votação não pode passar desta semana. Já foi votada a urgência, e estamos aguardando que seja votado o projeto.

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É a identidade e a vida de nossos militares, e temos que exigir que se cumpra o que foi acordado recentemente com a Presidência da Casa.

Também, Sra. Presidenta, gostaria de cobrar a aprovação do Projeto de Lei

Orgânica das Polícias Civis, que já se encontra tramitando na Casa, mas a lei que compete à Polícia Civil do Distrito Federal ainda não chegou aqui. Tanto a Polícia

Civil do Distrito Federal quanto a Polícia Federal são filhas de um só pai: o

Departamento de Segurança Pública do Rio de Janeiro, antiga Capital Federal. A

Polícia Civil do Distrito Federal é federal.

E a lei que compõe as 2 instituições está amarrada no Ministério do

Planejamento, com o nosso querido Ministro Paulo Bernardo. Vai fazer 1 ano que a lei foi assinada pelo Presidente da República e que está sendo encaminhada para a

Casa Civil da Presidência República. Vai fazer 1 ano que o Ministério do

Planejamento está encaminhando a lei.

Nós não estamos mais dispostos a tolerar essa descaracterização da nossa instituição, essa falta de respeito das nossas autoridades com a segurança pública.

Será que durante 1 ano não deu para prepararem alguns ajustes a serem feitos na lei? Estão querendo até tirar a Polícia Civil da Polícia Federal. Vão colocar a Polícia

Civil do Distrito Federal onde? Nós não concordamos com isso. Já temos o apoio do

Ministro da Justiça no sentido de que a Polícia Civil fique junto com a Polícia

Federal.

Quero cobrar do Ministro do Planejamento que, com a máxima urgência possível, envie a lei à Casa Civil da Presidência da República, para que possamos trazê-la de imediato para esta Casa e votá-la. É também a identidade de nossos policiais civis que está sendo retardada. Não podemos dar azo a que o crime

22 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 organizado cresça no Distrito Federal. Hoje, a polícia não pode sequer atuar porque não tem identidade. As nossas polícias, tanto a Polícia Civil do Distrito Federal como a Polícia Federal, estão trabalhando clandestinamente. E nós não podemos aceitar isso. A Lei Orgânica é a vida dos policiais, é a identidade dos policiais, e nós exigimos que essa lei seja encaminhada o mais rapidamente para esta Casa, para que possamos decidir o destino dos nossos policiais civis, dos nossos policiais militares e também dos policiais federais.

Como disse, o plano de cargos e salários já está na Câmara, mas ainda não foi colocado em pauta. Então, peço que ele seja colocado na pauta de terça ou quarta-feira. Policiais militares e militares do Corpo de Bombeiros estarão aqui amanhã e vão ocupar toda a galeria para conseguir, aí assim, que se paute o projeto, porque me parece que aqui as coisas só acontecem quando existe pressão.

Os funcionários de cartórios estiveram semana passada nesta Casa e conseguiram colocar em pauta a PEC dos Cartórios. Recentemente, os suplentes de

Vereadores fizeram pressão e conseguiram a votação em 2 turnos, em tempo recorde, da PEC que deu a eles o direito de assumir os cargos em seus Municípios.

Por que um projeto do próprio Governo que está merecendo análise urgente nesta

Casa não tem merecido atenção? Precisamos colocá-lo em pauta.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

Durante o discurso do Sr. Laerte Bessa, o Sr. Luiz

Couto, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a

cadeira da presidência, que é ocupada pela Sra. Janete

Capiberibe, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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A SRA. PRESIDENTA (Janete Capiberibe) - Convido para fazer uso da palavra no Pequeno Expediente, pelo tempo de até 5 minutos, o Deputado Pedro

Wilson, do PT de Goiás.

O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, é uma honra para o Parlamento ter uma mulher na presidência dos trabalhos. Nossa luta, Deputada Janete Capiberibe, é para que as mulheres também tenham direito permanente de estar na Mesa da Câmara. Não é possível, num país em que 51% da população é feminina, só termos 46 representantes mulheres. Deveria ser metade mais 1. É uma honra, nobre Deputada representante do bravo povo do Amapá.

Srs. Deputados Osório Adriano, Ernandes Amorim e Luiz Couto, estamos aqui nesta tarde comunicando que hoje tivemos uma sessão solene — quero agradecer a presença ao Deputado Luiz Couto — que comemorou os 50 anos da Universidade

Católica de Goiás, hoje Pontifícia Universidade Católica de Goiás, onde fui professor por 38 anos e também reitor.

Quero homenagear o Reitor Wolmir Therezio Amado e todos os outros reitores, o Padre Naca, o Padre Viveiros de Castro, o Padre Cristóbal Alvarez, o

Padre Vaz, padre jesuíta que depois foi Bispo de Petrópolis, o Padre José Pereira de

Maria, que foi substituído por mim, Ivo Mauri, Dario Nunes, Clélia Brandão e

Marisvaldo Amado.

Saúdo também D. Washington, Grão-Chanceler e Presidente da Sociedade

Goiana de Cultura, e os Grão-Chanceleres D. Antônio e D. Fernando, conterrâneo do ilustre Deputado Luiz Couto.

24 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

A Universidade Católica conta, na sua história de 50 anos, com mais de 70 mil estudantes, professores, servidores, pós-graduados, enfim, toda uma leva de homens e mulheres que fizeram da universidade a pioneira do Centro-Oeste.

Por isso, Sra. Presidenta, quero saudar, mais uma vez, nesta tarde, a universidade pelos seus 50 anos. Ontem foi Dia de São Francisco, o santo da paz e da justiça social. Hoje, dia 5, Dia de São Benedito, que tenhamos as bênçãos de

Deus para que essa universidade continue a fazer educação, cultura, ensino, pesquisa, extensão e ação comunitária a favor da população de Goiânia e de Goiás.

A história de cada um é a história de todos. Quero saudar cada professor do

Departamento de Artes e Arquitetura, onde eu dava aulas, o Departamento de

História, Geografia, Ciências Sociais e Relações Internacionais — HGS, o Serviço

Social, enfim, todos os departamentos e todas as entidades dos professores, estudantes e servidores, que honram essa universidade, criada por Juscelino

Kubitschek, cujo nome tem estado presente no desenvolvimento do Centro-Oeste.

Sra. Presidenta, peço a transcrição na íntegra de artigo que traz inclusive uma poesia de Cora Coralina, que agora faria 120 anos se viva estivesse. Mulher corajosa, que, no começo do século passado, saiu da cidade de Goiás, Vila Boa, foi para São Paulo, voltou como doceira. Grande poetisa, honrada por todos os grandes críticos da literatura brasileira.

Esta é a homenagem à Universidade Católica de Goiás, agora reconhecida pela igreja como pontifícia universidade, que tem mais de 50 cursos, pós-graduação e pesquisa. Isso significa que é uma entidade presente, no século XXI, com capacidade de produzir conhecimento a serviço da vida.

25 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Nesta tarde, renovo meus cumprimentos e minhas congratulações à

Universidade Católica de Goiás e a todo o seu corpo docente, discente e funcional e a todos os que nela trabalharam no passado.

A Universidade Católica de Goiás tem um vasto estudo sobre o cerrado. E o jornal O Estado de S. Paulo divulgou, ontem, extensa reportagem sobre a realidade do cerrado. Mais uma vez, a destruição da natureza brasileira é reconhecida. É preciso aprovar a PEC do Cerrado, da Caatinga e do Pampa, para que tenhamos políticas de zoneamento agroecológico.

Essa é a universidade que mais realizou estudo e pesquisa sobre o cerrado

— som, cultura, espécies, fauna, flora, água, floresta, frutos. Vamos lutar cada vez mais para que o cerrado seja um bioma nacional, junto com caatinga e pampa.

Parabéns ao jornal O Estado de S. Paulo pela reportagem sobre o cerrado brasileiro.

A SRA. PRESIDENTA (Janete Capiberibe) - Parabéns, Deputado Pedro

Wilson, pela riqueza de sua fala, de compromisso com o conhecimento e com a equidade de gênero.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

26 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 27 A 27-E)

27 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, Sras.

Deputadas, Srs. Deputados, os bancários da Paraíba, como os bancários do Brasil, estão em greve. O Sindicato dos Bancários da Paraíba emitiu a seguinte nota:

Bancários em greve mostraram solidariedade e fizeram o pagamento dos servidores públicos.

Os bancários abriram uma exceção para que os servidores recebessem os seus salários, através do Banco Real, mas denunciam que o Governo do Estado colocou uma tropa de choque, viaturas e policiais militares a serviço do BRADESCO para intimidá-los e tentar inviabilizar a greve.

Os bancários estão fazendo greve por melhores salários e condições de trabalho e pela manutenção do emprego. O movimento é constitucional, legal, legítimo e conta com o apoio da população, que entende que não é para prejudicar clientes e usuários, mas contra a intransigência dos banqueiros.

Sra. Presidenta, eu gostaria que essa nota fosse registrada na íntegra nos

Anais da Casa, fazendo parte do nosso pronunciamento.

Quero tratar também de tema que está sendo uma constante em diversas

Capitais do País: as chacinas. Pessoas são executadas e providências para a identificação dos criminosos nunca ocorrem — quando ocorrem, não há visibilidade e as investigações não chegam a nada. Por quê? Porque, infelizmente, a maioria é de policiais, que usam de informações, fardas, armas, munições para matar gente, praticar essas chacinas.

Precisamos retomar essa luta para impedir que novamente as Comissões de

Direitos Humanos da OEA da ONU cheguem a um relatório dizendo que o Brasil

28 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 pode ser punido porque não enfrentou as questões de racismo, grupos de extermínio, chacinas, sistema penitenciário apodrecido e corrompido.

Essa situação revela a necessidade de ação mais enérgica do Judiciário, do

Ministério Público, do Executivo e do Legislativo.

Sra. Presidenta, não podemos aceitar que pessoas sejam executadas, que chacinas sejam praticadas. Ontem, houve uma em Curitiba. Mas há também no Rio de Janeiro, em São Paulo. Ocorrem execuções sumárias em quase todas as

Capitais e grandes cidades. A violência continua. Só há um jeito para acabar com ela: constituir uma polícia encarregada de fazer trabalho de inteligência, mapeamento e identificação desses criminosos, pegá-los em flagrante e tirá-los de suas corporações.

Eles não podem continuar enlameando as Polícias Militar e Civil. Devem ser afastados porque não são policiais, são bandidos. E bandidos devem estar na cadeia, para que os bons policiais, que são a maioria, continuem assegurando a ordem e a tranquilidade e combatendo a violência, dando ao cidadão o direito de ir e vir sem ser molestado, violentado, assaltado.

Sra. Presidenta, era o que queríamos expressar neste Pequeno Expediente.

Agradeço pelo tempo a mais que V.Exa. me concedeu.

A SRA. PRESIDENTA (Janete Capiberibe) - Deputado Luiz Couto, parabenizo V.Exa. pela coragem de fazer denúncias tão sérias e clamar por solução para esses malefícios que existem em nossa sociedade.

NOTA A QUE SE REFERE O ORADOR

29 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINA 30)

30 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

A SRA. PRESIDENTA (Janete Capiberibe) - Concedo a palavra, pela ordem, ao Sr. Deputado Pedro Wilson.

O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, permita-me fazer uma breve intervenção, enquanto o próximo orador se dirige à tribuna.

Peço a V.Exa. que determine transcrever nos Anais da Câmara dos

Deputados reportagem do Correio Braziliense de hoje que traz denúncia sobre a situação de moradores da Vila de Araras, no Município de Faina, a 70 quilômetros da cidade de Goiás, pessoas portadoras de um tipo câncer de pele que não estão sendo bem atendidas nos seus direitos à saúde.

Faço apelo ao Ministério da Previdência para que verifique a situação. Não tenho informação, mas parece ser uma doença degenerativa que atinge a pele, fazendo com que seus portadores se sintam rejeitados pela sociedade.

Sra. Presidenta, peço a transcrição dessa denúncia sobre o direito humano de cada um viver e ter tratamento adequado à saúde.

Obrigado.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 32 A 32-D)

32 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

A SRA. PRESIDENTA (Janete Capiberibe) - Concedo a palavra, no Pequeno

Expediente, ao Deputado Osório Adriano, do DEM do Distrito Federal.

O SR. OSÓRIO ADRIANO (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil vive um momento de grande euforia, com a conquista do direito de sediar as Olimpíadas de 2016 na cidade do Rio de

Janeiro.

É uma conquista histórica porque é a primeira vez que um país sul-americano tem a oportunidade de patrocinar esse evento da maior importância esportiva e de confraternização mundial.

Historicamente, essa honraria nos enaltece e mesmo causa surpresa a todos os países, em face de termos competido com fortes candidaturas de importantes cidades, em que se destacaram as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Esse é um resultado que coloca o Brasil no círculo dos países mais desenvolvidos — o Presidente Lula afirmou que, com essa vitória, fomos promovidos ao Primeiro Mundo —, mas, ao mesmo tempo, nos traz extraordinária responsabilidade.

As Olimpíadas, além da confraternização esportiva de todos os povos e de todas as raças, constituem fator excepcional de alavancagem econômica e social do país em que se realizam. Entretanto, o brilho, o encanto e o êxito desse grandioso evento somente podem ser conquistados com elevados investimentos públicos e privados, com vigor atlético e com a efetiva e entusiástica participação de todo o povo.

Não podemos nos deixar embalar somente pela euforia do momento em que o Presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogger, anunciou o Rio de

33 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, num cenário espetacular e de expectativa mundial. É preciso agir desde o primeiro momento em que assumimos perante o mundo o compromisso de realizá-los.

Também não podemos ficar navegando em expectativas das nossas atuais ou futuras potencialidades, em função da situação em que nos encontramos, privilegiados por uma razoável situação de equilíbrio econômico-financeiro no contexto internacional ou por recém-descobertos recursos energéticos nas camadas do pré-sal, que darão impulso ao nosso futuro desenvolvimento econômico.

A verdade é que estamos com muitos pontos vulneráveis em nossa economia e atrasos em matéria de desenvolvimento do esporte, do atletismo e, muito especialmente, da educação, da saúde e da segurança públicas.

Inicialmente, já se estimam em cerca de 29 bilhões os investimentos necessários em obras de infraestrutura para atender à realização das competições e

à hospedagem dos 15 mil atletas e mais de 1 milhão de turistas esperados. Veja-se que nas grandes Olimpíadas de Pequim participaram 10.500 atletas e cerca da metade dos turistas previstos para o evento do Rio de Janeiro.

A grandeza do evento no Rio de Janeiro se projeta de forma ainda maior em termos dessas participações atléticas e do público internacional.

O Rio de Janeiro terá que resolver muitos problemas. Terá que dobrar a capacidade hoteleira; ampliar e construir novos estádios; ampliar e asfaltar avenidas; abrir novos túneis e reconstruir a estrutura portuária, que se encontra totalmente depreciada; ampliar o metrô e linhas de transportes urbanos; reformar aeroportos; despoluir a Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas, cenários de

34 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 importante parte das competições; e, além de outras providências, resolver o grande problema das favelas, dos morros e da segurança.

Esses são grandes desafios, mas há outro que, julgo, exigirá responsabilidade maior, e não somente do Rio de Janeiro, mas também de todo o povo brasileiro e, em grande parte, do próprio Governo Federal.

Refiro-me à formação do nosso elenco de atletas, que devem competir com qualidade e competência.

Abro parêntese para dizer que o Governador Arruda, do Distrito Federal, anunciou a inauguração, para os próximos dias, da primeira vila olímpica do seu programa. Quando da eleição, S.Exa. havia prometido 10 vilas olímpicas. Já vai inaugurar a primeira. É um bom exemplo a ser seguido.

Como sede das Olimpíadas, temos a obrigação de nos apresentar com dignidade e em condições de honrar o nosso País, conquistando posições de destaque em todas as competições, em 33 modalidades olímpicas — se não forem aprovadas outras —, entre as quais temos tido poucos, mas brilhantes destaques no atletismo, no basquete, no futebol, na ginástica artística e rítmica, no judô, na natação, na vela e no vôlei de praia e de quadra.

Queremos medalhas de ouro, ou de prata, ou de bronze. Muitas, Sr.

Presidente. Sim, queremos muitas, muito mais do que temos conquistado. Mas o fato de grande importância será estarmos presentes para competir com os nossos atletas em todas as áreas e modalidades esportivas em igualdade de condições.

Infelizmente, se temos conquistas que nos honram nas competições passadas, isso se deve mais ao esforço e à superação pessoal dos nossos atletas.

O Brasil não tem investido nessa área como deveria. Essa é a grande preocupação.

35 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O povo brasileiro tem demonstrado, como sempre acontece, seu entusiasmo e desejo de que tudo dê certo.

Mas só o desejo é muito pouco, Sr. Presidente. Cabe ao Governo não ficar somente com palavras e promessas vazias.

Temos que trabalhar muito e dar condições aos nossos jovens. O tempo urge, o tempo é agora.

Era o que tinha a dizer neste momento, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Osório Adriano, a Sra.

Janete Capiberibe, § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr.

Luiz Couto, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Com a palavra o último orador do

Pequeno Expediente, Deputado Ernandes Amorim, do PTB de Rondônia. S.Exa. dispõe de até 5 minutos.

O SR. ERNANDES AMORIM (PTB-RO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na verdade, mesmo depois da TV Câmara, da Rádio Câmara e do

Jornal da Câmara, é importante que se fale aqui, porque o Brasil todo nos ouve e vê.

Peço a V.Exa. a divulgação do meu pronunciamento na A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Tenho denunciado, constantemente, as ações de um grupo de frigoríficos que comanda o mercado da carne, que explora a volonté e dá os preços que bem entende aos produtos da pecuária. Eu fiz essas denúncias no meu Estado.

Convoquei o Ministro da Agricultura, Sr. Reinhold Stephanes, a comparecer à

Comissão de Agricultura desta Casa. S.Exa. foi lá, mostrei a verdade e denunciei que no Ministério da Agricultura existe uma quadrilha de fiscais favorecendo um grupo de frigoríficos.

Denunciei não só à Procuradoria da República, como também à Polícia

Federal, ao próprio Banco Central e aos órgãos competentes que o BNDES — banco que é do povo, que é nosso, que é do trabalhador, que tem recursos do FGTS

— tem dado dinheiro a rodo a esses grandes frigoríficos, sem garantias reais.

Sabemos que esses frigoríficos estão falidos. Além de dever ao banco, esse grupo comprou, há poucos meses, milhares de cabeças de gado dos produtores e não pagou. Ele foi à praça, vendeu títulos falidos, pegou dinheiro das pessoas que confiaram no empreendimento. Esses frigoríficos querem enganar o povo brasileiro, através da mídia, dizendo que estão fazendo a fusão dos Frigoríficos JBS e Bertin.

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Ainda bem que os Deputados Beto Faro e Zonta apresentaram requerimento, na Comissão de Agricultura, da qual nós fazemos parte, propondo a oitiva desses frigoríficos — o Friboi, o MARFRIG e outros — que novamente pretendem, por meio da mídia, conseguir bilhões e bilhões de reais junto ao BNDES. E o Governo Federal nada diz, nada fez nem mandou fiscalizar. Essa gente quer continuar enganando o pequeno produtor de gado, quer enganar, de um jeito ou de outro, o povo brasileiro.

Temos de trazer à Comissão de Agricultura essas empresas, inclusive o CADE, para nos explicar a fusão desses grandes frigoríficos, o que não está correto.

Além do mais, Sr. Presidente, em vez de respeitarem as prerrogativas que a

Constituição, em seu art. 53, dá a todos os Parlamentares, essa máfia que age dentro do Ministério e que tem tentáculos em Rondônia e em todos os outros

Estados, juntamente com outros órgãos, fizeram denúncias contra a minha pessoa e indisponibilizaram meus bens.

Agora, eu pergunto: por que a indisponibilidade dos meus bens? Por que eu estava denunciando? Por que eu estou defendendo o cidadão pecuarista? Por que eu estou defendendo a economia? Por que eu estou defendendo o dinheiro do trabalhador que está no BNDES?

Eu requeri a esta Casa, Sr. Presidente, que seja constituída Comissão

Externa, aprovada pela Comissão de Agricultura, para ir a Rondônia, com 5

Deputados Federais. Solicitei que houvesse o acompanhamento de um delegado da

Polícia Federal e de um Procurador da República. Lamentavelmente, a Mesa não decidiu, e aí é que faço as minhas reclamações. A Mesa — desculpe-me estar fazendo essa reclamação num momento em que o Presidente Michel Temer está ausente — não tem cumprido com a sua obrigação. Qual é a obrigação da Mesa?

38 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Dar apoio, sustentabilidade ao Deputado no cumprimento do seu mandato e não nos deixar na mão. E a Casa nos deixou na mão.

Outro requerimento de minha autoria será votado amanhã na Comissão de

Agricultura. Nele faço novamente essa convocação para irem ao Estado de

Rondônia.

Espero que a Mesa nos conceda o direito de viajar, os meios para viajar, para que eu possa, através da imprensa local, mostrar a quem anda publicando coisas que não deve, e até aos próprios poderes — ao Ministério Público Federal, ao Poder

Judiciário, ao Ministério da Agricultura —, a verdade.

E a verdade tem de ser esclarecida. Não posso ser prejudicado por falta de apoio nesta Casa. Estou aqui, na condição de Deputado Federal, para cumprir o meu mandato. E esta Casa tem a obrigação de apoiar a ida dos Parlamentares ao

Estado de Rondônia.

Sr. Presidente, solicito seja feita uma matéria sobre todo esse assunto, para ser divulgada no programa A Voz do Brasil e no Jornal da Câmara. Esse jornal deve publicar também os nossos trabalhos aqui na Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - V.Exa. será atendido, nos termos regimentais.

39 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Eduardo Gomes, do PSDB do Tocantins.

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O SR. EDUARDO GOMES (PSDB-TO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer pequenos registros acerca de alguns assuntos tratados por esta Casa nos últimos dias.

Quero dizer que, cumprindo nossa responsabilidade de Presidente da

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, iniciamos um movimento junto às lideranças partidárias, aos setores vinculados à área de tecnologia e inovação, àqueles que, nesta Casa, acreditam na universalização da banda larga, no rigoroso cumprimento do Governo da sua responsabilidade de oferecer aos Municípios brasileiros o serviço de banda larga.

E o fizemos, acima de tudo, Sr. Presidente, para que, em relação ao programa de universalização da banda larga, ou mesmo aos projetos de cidade digital que nós defendemos, quando chegarmos aos Municípios não tenhamos a impressão de que tratamos de um futuro que já passou.

Os Parlamentares vão atrás de recursos, os Prefeitos fazem toda a mobilização, as escolas são equipadas, mas falta uma liga muito forte no programa, uma política pública definida, com sintonia adequada, para que o Brasil realmente entre na era digital e haja aproveitamento de todo o investimento aplicado. Isso só ocorrerá se esta Casa aprovar o mais rapidamente possível a Lei do FUST. São aproximadamente 8 bilhões de reais disponíveis para cumprir as metas de superávit todos esses anos, mas simplesmente a Liderança do Governo, os partidos do

Governo não se entendem. O próprio Partido dos Trabalhadores, ao qual pertence

V.Exa., concorda em votar a Lei do FUST, assim como vários outros partidos.

Então, enquanto discutimos o recurso que pode vir da exploração da camada do pré-sal — isso para 2017, 2018, ainda sem volume dimensionado —, esta Casa

41 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 deixa de votar a liberação imediata de 8 bilhões de reais, caso do FUST, e outras matérias. A própria aprovação da regulamentação da Emenda 29 liberaria para a saúde brasileira 12 bilhões de reais.

Quero chamar a atenção desta Casa para o fato de que assuntos do dia a dia das obrigações parlamentares tramitam nesta Casa e precisam ser priorizados. O caso do FUST é cabal. O recurso é recolhido, e esse fundo é composto para a universalização da banda larga, e não para cumprir superávit.

Ainda há pouco, a Comissão de Orçamento desta Casa promoveu, num acordo geral, a redução da meta de superávit, e essa redução se deu na composição global de superávit, sem levar em conta que recursos setoriais, como é o caso do FUST, também estão sendo utilizados para compor essa meta.

Nada mais justo que a matéria seja votada por este Plenário — sei que é praticamente unânime — e que possamos colocá-la à disposição da sociedade brasileira como política de Estado. São 8 anos de recolhimento, e temos mais recursos para o próximo ano.

O próximo Presidente da República, independentemente do seu partido, vai precisar desse recurso para promover a universalização da banda larga. Por isso, peço a atenção de todos e, mais uma vez, deixo registrada a necessidade de a Lei do FUST ser votada por este Plenário.

Sr. Presidente, esta Casa não conseguiu fazer a reforma eleitoral que pretendia, fez a que pôde. Mais uma vez, deixamos a situação tensa e sem uma definição especifica do que seja fidelidade partidária e em que curso ela se dá.

Cerca de 40 Deputados tiveram de mudar de partido por vários motivos — sabemos que alguns deles mudaram por razões regionais.

42 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Quero dar as boas-vindas à bancada do PSDB à grande Deputada Rita

Camata, candidata à Vice-Presidência da República na chapa do Governador José

Serra em 2002. Rita Camata filiou-se ao PSDB e é uma aquisição excepcional para os quadros do partido. O Deputado Marcelo Itagiba, que passa a integrar os quadros do PSDB do Rio de Janeiro, especialista em segurança pública, dedicado

Parlamentar e muito respeitado nesta Casa, é outra grande aquisição para o partido.

Também o Deputado Geraldo Thadeu, de Minas Gerais, nos honra com sua filiação.

Que esses 3 Parlamentares sejam bem acolhidos no ninho tucano. Sei que temos muito trabalho pela frente. Sabemos o que passam alguns quando saem do partido e, outras vezes, quando o partido sai deles. Essa é a realidade regional no

País, que se confronta com a lei que aprovamos. Em alguns casos, realmente é impossível conciliar as atividades política e partidária no Estado.

Sr. Presidente, antes de entrar no assunto específico que me traz ao Grande

Expediente de hoje, quero desejar toda a sorte do mundo ao Comitê Olímpico

Brasileiro e parabenizá-lo pela grande vitória em Copenhague. Simbolizo os meus cumprimentos numa pessoa que esteve conosco vários anos na Câmara dos

Deputados e que, com sua habilidade, com sua forma amável de fazer política, muita competência e muita dedicação, colheu essa grande vitória. Refiro-me ao

Prefeito Eduardo Paes.

No nome de S.Exa., que foi nosso colega tantos anos nesta Casa e agora é

Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, cumprimento todos os membros da comitiva que esteve em Copenhague. Eduardo Paes é um jovem dinâmico e competente. E tenho certeza de que vai cumprir todas as metas para que o Brasil realize uma grande Olimpíada em 2016.

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Como disse o Deputado Osório Adriano, espero que não deixe apenas o legado de bons prédios e boas instalações, mas que, num processo esportivo e educacional, o Brasil descubra seus talentos e uma forma permanente de dar ao esporte caráter muito mais social que competitivo. Afinal de contas, a criança que pratica algum tipo de esporte tem muito menos chance de ser apresentada ao mundo das drogas e ao mundo do crime.

De fato, o esporte ainda é e, graças a Deus, continuará sendo em todo o mundo um grande instrumento de inclusão social e de transformação da vida das pessoas, sem falar no impacto que geram para o nosso sistema de saúde os investimentos na prática esportiva — o Deputado Maurício foi Secretário de

Educação do Estado de Alagoas e sabe do que estou falando. Quando se investe na infância e na adolescência, o risco de se desenvolverem doenças é menor.

Portanto, no nome do Prefeito Eduardo Paes e da sua equipe, parabenizo todos os que participaram da grande vitória em Copenhague.

Sr. Presidente, peço especial atenção ao programa A Voz do Brasil e aos

órgãos de comunicação desta Casa para o pronunciamento que passo a fazer a partir de agora, com a graça e o benefício de ter vivido cada dia dos 21 anos de criação do Estado do Tocantins, que comemoramos hoje.

Como disse repetidas vezes neste plenário, o Estado do Tocantins tem uma característica toda especial: nasceu durante a Assembleia Nacional Constituinte, nasceu de iniciativa legislativa.

O então Deputado Federal Siqueira Campos, depois de uma luta centenária, iniciada com Joaquim Teotônio Segurado, deu início à materialização do Estado do

Tocantins no Congresso Nacional, por 2 vezes vetada. O projeto de lei, embora

44 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 tivesse sido aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, foi vetado pelo Presidente da República.

Pois bem. A insistência e a habilidade de Siqueira Campos em conversar com os membros da Assembleia Nacional Constituinte finalmente deram ao Estado do

Tocantins, em 5 de outubro de 1988, a tão sonhada autonomia, hoje comemorada por todos nós, em seus 21 anos.

Neste momento, o Tocantins vive mais um capítulo. Não o que gostaríamos que tivesse, o de um Estado democrático, que teve a sua primeira eleição, para um mandato-tampão, feita pelo voto direito — eram 2 anos de mandato, houve eleições livres e democráticas e foi eleito o Governador Siqueira Campos.

Hoje, por uma coincidência do destino, a Assembleia do meu Estado realiza convenção para o preenchimento do cargo de Governador, para mandato-tampão.

O mandato, que irá até janeiro de 2011, será referendado, será oficializado pelo voto de 24 Parlamentares. Nada contra os Deputados. Pelo contrário, são pessoas honradas, eleitas pelo povo. Nada contra o Governador interino.

Mas, Sr. Presidente, com 21 anos, o Tocantins merecia ter a possibilidade de exercer, mais uma vez, o voto. Dizem que eleição para período menor do que 2 anos é muito cara. Hoje, estamos na era de eleição em urnas eletrônicas. E eleição para apenas 1 cargo majoritário não iria levar mais do que 8 horas, tempo suficiente para todos os tocantinenses votarem. Então, Sr. Presidente, isso não é justificativa, nem aqui, nem na Paraíba, nem no Maranhão. Teríamos que ter eleição direta.

O processo de cassação do Governador Marcelo Miranda foi tão contundente, além de claro e cristalino, que recebeu 7 votos favoráveis no TSE. Eu chego à conclusão, Sr. Presidente, de que o fato de contratar 25 mil funcionários para fazer

45 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 campanha e colocar o Estado na bancarrota para tentar ganhar a eleição de qualquer jeito deu ao ex-Governador Marcelo Miranda o seguinte raciocínio: ele não perdeu 1 ano de mandato com a cassação do TSE, mas, do jeito como foi o processo, ele ganhou 3 anos. A morosidade da Justiça deu a ele a possibilidade de governar o meu Estado de forma ilegítima nos últimos 3 anos. Resultado: uma série de dívidas que não foram pagas; uma conta que não fecha; dívidas na saúde; funcionários em situação instável; o Estado sem saber seu comprometimento — o

Governador interino não sabe ainda o volume do comprometimento das finanças do

Estado.

A sorte é que o Tocantins é um Estado promissor, muito forte, localizado na região central do País, com terras férteis, com água em abundância e com um povo muito trabalhador.

Nós precisamos somar, Sr. Presidente, todos esses erros, todas essas mazelas, para construir um futuro baseado em uma nova proposta. Agora, com 21 anos, o Estado atinge a sua maioridade.

Hoje, é realizada uma convenção para eleição indireta, mas, em outubro de

2010, as urnas devem voltar a falar. E qual será o grito preso na garganta de uma população que teve o Governo ilegítimo, instituído com compra de votos, cassado pela Justiça e substituído por uma eleição feita por 24 Parlamentares? Esta é a grande dúvida e a grande tarefa da população tocantinense agora: descobrir, a partir do que viveu durante esses 21 anos, o seu destino.

Sr. Presidente, para falar nos próximos 21 anos, quero chamar a atenção e pedir destaque especial, afinal de contas, talvez seja este o meu presente para o

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Estado do Tocantins nos seus 21 anos, para o fato de que precisamos retomar nesta

Casa discussão que o Tocantins terá que enfrentar.

Esta Casa votou recentemente em primeiro turno e votará em segundo turno, quando será aprovada, matéria sobre a federalização do funcionalismo dos ex-Territórios. Apenas no Estado de Rondônia, o custo poderá chegar a 40 milhões de reais por mês. Com todos os benefícios sociais, chegará a 800 milhões. É o que dizem os especialistas e técnicos em orçamento. Então, nos ex-Territórios, constituídos já com uma certa estrutura bancada pelo Governo Federal há anos, nós teremos ainda esse investimento.

Não estou dizendo que isso é injusto. Até votei a favor, porque entendo que os Estados mais novos devem ter uma espécie de subvenção, já que recebem brasileiros de todos os Estados do País, como, por exemplo, da sua Paraíba,

Presidente, para novas ocupações. Mas quero chamar a atenção, e a partir de agora vou defender isto todos os dias nesta Casa, para o fato de que há uma discussão que precisa ser retomada em relação às disposições transitórias da Constituição, especialmente àquela que cria o Estado do Tocantins.

Na época, este foi o entendimento, o Estado do Tocantins, por não ser ex-Território, por ser um Estado criado a partir da divisão da área territorial de Goiás

— o Estado possui área de 277 milhões, 620 mil, 914 quilômetros quadrados e hoje tem 139 Municípios —, teria que receber do Governo Federal investimento de aproximadamente 100 milhões de dólares por ano durante os primeiros 10 anos, o que daria 1 bilhão de dólares em 10 anos, aproximadamente 1 bilhão e 800 milhões de reais.

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Desse recurso, depois de muita luta, depois de muita articulação na Comissão de Orçamento, depois de ver n vezes sendo negociados, com base na Lei Kandir, os recursos de empréstimos do BANERJ, no Rio de Janeiro, e tantas outras questões nacionais que atropelavam a pretensão do Tocantins e que se sobrepunham a esse seu desejo simples, nós conseguimos receber aproximadamente 498 milhões.

Sr. Presidente, o Estado do Tocantins é credor do Governo Federal em aproximadamente 1,3 bilhão de reais.

Se formos levar em conta o tratamento que o Governo Federal dará aos ex-Territórios com a federalização da folha de pagamento, nós teremos, para toda a dívida com o Estado, apenas um ano e meio de cumprimento da PEC que estamos aprovando agora. Portanto, nada mais justo do que rediscutir, repactuar com o

Governo Federal esse valor.

Entendemos que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando, por meio da sua equipe econômica, fez o primeiro ajuste, para 490 milhões, levava em conta também a situação econômica do País.

Por isso, a bancada precisa se articular, sob pena de deixar de cumprir a obrigação com o povo tocantinense. E tenho certeza de que posso contar com o apoio dos Senadores João Ribeiro, Kátia Abreu e Sadi Cassol e dos Deputados

Vicentinho Alves, Lázaro Botelho, Osvaldo Reis, Nilmar Ruiz, Moisés Avelino, João

Oliveira e Laurez Moreira. A totalidade da bancada deve mobilizar-se, porque há uma situação de desequilíbrio do Estado do Tocantins quanto aos ex-Territórios e a outras demandas que há na Casa.

Em toda discussão do Orçamento, sempre acompanhamos as demandas e a repactuação de dívida de Estado em face da Lei de Responsabilidade Fiscal. E não

48 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 podemos penalizar o Estado do Tocantins só porque fizemos o dever de casa. Toda a folha de pagamento, que sofreu esse descontrole maluco do ex-Governador cassado, mesmo assim manteve-se no índice da Lei de Responsabilidade Fiscal, rigorosamente todo o recurso foi à custa do Tesouro do Estado. A contrapartida é para os empréstimos internacionais.

Um Estado que oferece milhares de oportunidade de emprego tem, sim, de receber atenção do Governo Federal. E merece. Contudo, precisa mobilizar sua bancada para isso.

Ora, Sr. Presidente, nós observamos que um Brasil novo está surgindo a partir dos Estados que ganharam autonomia. Hoje, boa parte dos investimentos, dos recursos e desse boom que estamos vendo na engenharia, na construção civil, muito dessa economia revigorada vem de investimentos em Estados novos, territórios que viraram Estado, como o Estado do Tocantins.

Eu ainda quero ver, Sr. Presidente, se Deus quiser, o Plenário desta Casa aprovar a criação do Estado do Carajás, que é uma luta antiga do Deputado

Giovanni Queiroz, e do Estado do Maranhão do Sul, que é uma luta também antiga do ex-Deputado Sebastião Madeira, hoje Prefeito da cidade de Imperatriz.

O Brasil precisa pensar a sua redivisão, os seus espaços, a distribuição de poder, porque, Sr. Presidente, o País se emociona e se mobiliza para a Copa do

Mundo e para as Olimpíadas, mas esses eventos não deixam de ser mais um pouco de concentração nos Estados do Sul e do Sudeste. Então, nós precisamos repensar,

Sr. Presidente, o nosso País.

Ouço o Deputado Maurício Quintella Lessa.

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O Sr. Maurício Quintella Lessa - Deputado Eduardo Gomes, primeiramente, quero parabenizá-lo pelo pronunciamento que faz nesta tarde, tratando de vários temas, como as Olimpíadas, a fidelidade partidária, os 21 anos da constituição do

Estado do Tocantins. Eu quero tratar de um desses temas, a fidelidade partidária.

Neste mandato, nós assistimos a uma nova interpretação do TSE, confirmada depois pelo STF, que modificou o que o legislador colocou na Constituição e era a sua vontade. O STF fez nova interpretação da lei e determinou a perda de mandato para Parlamentares, Governadores, Prefeitos que mudassem de partido. A exemplo da eleição municipal, nós assistimos agora a uma verdadeira movimentação de troca de partidos. Centenas de Deputados Estaduais e Deputados Federais mudaram de partido, obviamente com vistas à próxima eleição. Isso demonstra, Deputado

Eduardo Gomes, que o TSE e o STF devem limitar-se a julgar baseados nas leis que saem desta Casa, naquilo que nós legislamos. Não funcionou o que o STF quis, simplesmente porque eles não têm o sentimento da população, não representam o povo e, portanto, não têm condições de fazer essa modificação. Está aí o resultado: apenas um Deputado Federal foi cassado por troca de partido. Aqueles que entraram com ação e criticaram a mudança de partido agora festejam a entrada de

Parlamentares em suas legendas, e a Câmara dos Deputados, por conta disso também, acabou não fazendo a reforma política, tão necessária para o País. Não é mantendo Deputado e Senador presos, casados com o partido perpetuamente, que se constrói a democracia e se fortalecem os partidos do País. Isso só vai se dar quando fizermos uma reforma partidária profunda. Lista partidária, financiamento público de campanha eleitoral, esses, sim, são os temas que devemos abordar.

Parabenizo V.Exa. por ter tocado nesse assunto.

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O SR. EDUARDO GOMES - Agradeço a V.Exa. e incorporo o seu aparte ao meu pronunciamento, Deputado Maurício Quintella Lessa, com quem tive a honra de dividir assento no Conselho Nacional de Presidentes de Câmaras Municipais, S.Exa. como Presidente da Câmara de Maceió e eu como Presidente da Câmara de

Palmas, minha querida capital.

Sr. Presidente, encerrando meu pronunciamento, sobre os Municípios tocantinenses quero lançar um desafio. O Estado passa por um momento de ampla radiografia das mazelas sofridas nos últimos anos, dos desmandos, do gasto excessivo e sem controle. O Governador interino, Carlos Henrique Gaguim, hoje passa pela convenção e anuncia uma série de medidas para conter gastos, economizar, dar eficiência à gestão pública. Quero propor, com todo o respeito à autoridade de S.Exa., mas também com a necessidade de quem conhece a vida de cada Município tocantinense, que com 50% dos recursos que economizar a partir de agora evitando os desvios e desmandos do Governo passado proponha um amplo programa de ajuste e de convênio com os Municípios tocantinenses, que viveram esses anos todos de enrolação, dívidas que o Governo do Estado contraía com eles e não pagava.

Nesses 21 anos, o Estado com maioridade, eu, como disse no início do meu pronunciamento, orgulho-me muito de ter vivido cada um dos dias, do lado do

Governador Siqueira Campos e dos meus companheiros. Espero que, em 2010, a população tenha um grande momento de reflexão sobre o seu destino, sobre aquilo que quer. Espero que o Governo Federal pague a dívida com o Estado do Tocantins, que acompanhe o pagamento dessa dívida, porque é preciso reconhecer também que, dos R$498 milhões pagos ao Estado, pouco foi dado como prestação de conta.

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O Governo enrolou e inventou um tal apostilamento. A sociedade precisa cobrar os recursos e acompanhar a execução desses recursos sofridos que os Estados do

Norte e do Nordeste disputaram para conquistar. Num estalar de dedos, ganham-se

R$10 milhões para isso, R$20 milhões para aquilo, Lei Kandir, uma coisa e mais outra, e os Estados menores ficam menores numa parte que não poderiam ficar, quando deveriam receber mais investimento e mais atenção do Governo central.

Sr. Presidente, desejo a todos os tocantinenses um grande 5 de outubro, quando comemoramos os 21 anos da nossa autonomia.

Quantos momentos emocionantes. Aqui, faço uma homenagem ao meu saudoso pai, que também dedicou a sua vida ao Estado e hoje empresta o seu nome, digo com muito orgulho, ao Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, na cidade de Palmas.

Mando um abraço a todos os meus amigos, que sabem que, mais do que festejar no meu Estado, era importante vir a esta tribuna sagrada da Câmara dos

Deputados cobrar 1,3 bilhão de reais que o Governo Federal deve ao Estado do

Tocantins.

Parabéns, Tocantins!

Essa terra é nossa!

52 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao segundo orador do

Grande Expediente, Deputado Luiz Carlos Setim, que dispõe de até 25 minutos.

O SR. LUIZ CARLOS SETIM (DEM-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Parlamentares, iniciamos este nosso pronunciamento no Grande

Expediente com uma pergunta: em busca da paz, será necessário ao homem viver com violência? Pode parecer paradoxal, mas o título acima reflete a realidade vivida pela humanidade desde a fase dos primatas. São inúmeras as razões porque escolhemos o binômio Violência e Paz como fonte de referência na reflexão que ora propomos a esta Casa. Na realidade, são tantos os motivos que ousar aqui expor uma defesa acerca do tema significa mexer numa das mais profundas feridas da sociedade brasileira e de grande parte da comunidade internacional.

Uma das maiores preocupações nossas é buscar entender as razões por que a violência tem aumentado tanto nos últimos anos e onde se encontra a raiz disso tudo. Infelizmente, o Brasil é considerado uma das sociedades mais violentas no mundo, com índices assustadores de violência urbana. O episódio ocorrido ontem, em nossa capital, Curitiba, uma chacina que vitimou 8 pessoas, incluindo 1 criança de 5 meses, demonstra o porquê da nossa preocupação em falar de violência.

Entender a violência como reação parece ser um dos pontos mais importantes aqui. Há inúmeras atitudes de violência que são promovidas por outras atitudes de ação propriamente ditas; por exemplo, a fome. Assim, compreende-se que a ação fome pode promover a reação violência. Ou seja, uma necessidade pode criar uma consequência, de relevância extrema, como, quem sabe, foi essa chacina em Curitiba.

53 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Em princípio, o ser humano não comete violência sem motivo. De forma geral, em todo o mundo, as principais causas da violência são: agressão física ou moral, desrespeito, prepotência, frustrações, crises ou doenças mentais, fracassos, entre outras. Interessante perceber que, na grande maioria das atitudes de violência, o uso inadequado ou equivocado de palavras leva a atitudes consequentemente audaciosas, sob fundamentação negativa. Ou seja, o ato de violência acontece para resolver o que o uso do diálogo não foi capaz de fazer.

Em países latinos, sistematicamente, o ato de violência ocorre, na maioria das vezes, causado por desrespeito. No Brasil, por exemplo, o desrespeito é oriundo de injustiças nos mais diversos níveis, assim como afrontamentos sociais, econômicos ou por relacionamentos conjugais, entre outros. Cada vez mais as atitudes machistas vão de encontro àquelas de busca incessante de liberdade, seja de mulheres, seja de outros destinatários que, com a natural evolução da humanidade, vão deixando de se sentir pressionados pelo que antes era tido como definitivo.

Assim, nota-se que a conquista de liberdade, por vezes, ocorre tendo sido perseguida antes pela violência.

Ressalte-se aqui o momento de válida comemoração por que o Brasil logo passará, quando do transcurso do aniversário de 20 anos da criação da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, ou seja, o Estatuto da Criança e do Adolescente. O documento oficializa uma série muito importante de ações primordiais para o acolhimento da criança e do adolescente na sociedade, teoricamente respeitando seu espaço e seu tempo, assim como prevendo punição para o descumprimento dos violadores ou violentadores daqueles mesmos direitos.

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Pesarosamente, Sr. Presidente, a criança, o jovem, o adolescente não são dignamente respeitados como tais em todos os ambientes familiares ou nos grupos sociais com quem convivem. Entre esses grupos, seguramente, a escola precisa atuar na formação de seus clientes e compreendê-los como identidades autônomas de sentimentos e desprovidas, muitas vezes, de orientação e formação pessoal adequadas.

Sem segurança, nos diversos níveis que esse vocábulo deve ser traduzido, não há como deixar de promover violência. Não nos deixemos enganar e nos confrontemos com a triste realidade de muitas escolas brasileiras, a começar pelo afrontamento produzido por estudantes contra colegas, assim como contra professores e demais profissionais, muitas vezes. Esse tipo de violência, cada vez mais intensa, é algo que choca a sociedade de forma particular. Custa aceitar que, sendo a escola um ambiente cuja finalidade é educar, possa, ao contrário, destruir relacionamentos, ferir e até matar pessoas, a exemplo de tantos casos recém-ocorridos em diversos países e também aqui no Brasil.

Ainda dificilmente seríamos mais plenos de realidade se não citássemos a violência promovida contra a natureza, em sua maioria ocasionada pelos homens: o esgoto industrial e doméstico jogado em rios e outras águas, sem tratamento algum; queimadas, cortes, caçadas; uso de gases e outros poluentes; pesca predatória; uso indevido de agrotóxicos; enfim, uma gama de atitudes que nada mais são do que a autoviolência. Não menor, a intensa devastação de valores que o homem cada vez mais promove, o empobrecimento das atitudes, a facilitação excessiva e diminuição da aplicabilidade de atos concretamente positivos e coerentes com o bem-estar do homem e da sociedade como um todo.

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Na política, muitas vezes, a falta de preparo do representante legal e do cidadão que o elegeu é notória, seja por questão de conhecimento científico do meio que representa, de suas atribuições, das leis a que está sujeito a agir em sua gestão ou das leis nos diversos âmbitos. Enfim, o despreparo dos políticos tem gerado, constantemente, muita descrença, insegurança e, com isso, uma violência ora mais velada, ora escancarada.

Chegamos a arriscar citar que está mais concentrada nos jovens a energia negativa produzida no tocante ao descrédito ao político, no Brasil. Fato compreensível, pois está no jovem a maior intensidade referente à esperança no

País e custa-lhe aceitar que os representantes políticos, ou seja, aqueles que praticamente definem o desenvolvimento e regulamentam normas e leis, possam usar o seu tempo de trabalho negociando concessões e atribuições de cunho particular e mais: artimanhas, acordos de interesses escusos, negociatas. Enfim, não podendo afirmar que estes atos têm sido pontuais — a exemplo do que recentemente ocorreu e ainda ocorre na política brasileira —, apenas esses acontecimentos certamente incitam grande mal-estar na Nação e, muitas vezes, ajudam a gerir ou gerem atos de violência.

Nosso intento, ao decidirmos produzir um texto com relativo fôlego, certamente não foi o de trazer à tona o ato de violência com a intenção de promover mal-estar, muito menos o de fazer um tratado em torno deste assunto. Deixemos aos profissionais da mídia a triste tarefa de fazê-lo, ao transmitir as ocorrências, e aproveitemos a oportunidade de sugerir que os façam, sim, mas com maior preocupação em qualidade, menos agressividade e mais respeito pela sociedade.

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Bastante frequentemente, a mídia tem papel fundamental na formação da opinião pública e muitas vezes sentencia a argumentação da sociedade frente a temas relevantes, como os que envolvem ações cometidas com violência. Mais do que isso, os meios de comunicação têm sido responsáveis por disseminações crescentes e constantes de imagens, palavras e sons que parecem perpetuar a TV, rádio e a imprensa escrita de motes negativos, mensagens violentas. Cabe aqui não apenas refletir sobre o tema, mas antes promover uma revisão de postura da imprensa, permitindo um “estar” social saudavelmente reflexivo e não unicamente fomentado por atos de violência.

Desejamos convidar, neste momento, a imprensa para agir com maior influência na promoção da paz, usando seus veículos midiáticos para aproximar mais as pessoas.

Assim, ao termos aqui refletido sobre algumas situações específicas acerca da violência, parece-nos já podermos elencar as principais causas externas ao indivíduo, promovendo a violência física: acesso a armas de fogo e outras, assunto muito discutido nesta Casa; discriminação e pobreza; quanto ao gênero, os homens são mais violentos em praticamente todas as culturas; comparando a cultura moderna e antiga, seria correto dizer que a sociedade atual é mais violenta? Este assunto gera dúvidas, pois, a exemplo do período medieval, a inquisição — a mando da Igreja Católica —, ou em outros períodos, utilizavam-se de tortura para extrair informações de inimigos. E mais: distúrbios de personalidade e predisposição inata à violência.

No caso de violência psicológica, ações consideradas desumanas, como depreciação, rejeição, indiferença, discriminação, desrespeito e punições

57 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 exageradas podem ser consideradas tipos graves de violência, ocasionando atitudes igualmente sérias. Neste caso, podem ocasionar estados psicológicos ou emocionais comprometedores, ainda que não fisicamente aparentes. O assédio moral também aqui se enquadra.

A violência cultural é aquela que se constitui na substituição, forçada ou não, de valores culturais de um determinado grupo social por outro. No Brasil, poderíamos citar a invasão na privacidade cultural de tribos indígenas, por exemplo, onde tenta-se impor valores externos àqueles aprendidos e mantidos por eles.

E ainda violência verbal, violência contra a mulher e a violência infantil, tão e cada vez mais séria ou mais noticiada ou menos velada, tendo a pedofilia como atitude muito grave aqui. Por intermédio também da arte, como na literatura e nas artes plásticas, o artista exprime sua revolta ou atitude de desafeto transmitindo ao leitor/apreciador sua expressão. Isto ocorre ainda no cinema e televisão. Não é diferente, por vezes, no esporte em geral. O boxe e o futebol, como exemplos, podem ser tradutores de atos de violência.

Na condição de políticos, representantes da sociedade frente ao Governo

Federal, cabe-nos uma reflexão necessária a todos sobre a violência política. No passado, relacionava-se diretamente a atentados e assassinatos. O terrorismo era o principal vetor dinamizador da violência política. Também violenta é a imposição de ideologias a massas — situação possivelmente mais praticada no passado, pois hoje o ser humano, de modo geral, está muito mais politizado.

Com o advento da democracia pelos gregos — por mais que também não deixasse de trazer momentos de violência —, o Ocidente iniciou uma fase

58 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 historicamente política menos violenta. No entanto, fases intensamente negativas se destacaram, a exemplo das guerras mundiais, do nazismo e o fascismo.

Os atos de violência são marcas constantes na história da humanidade, desde o homem da Bíblia de Adão e Eva, como, por exemplo, o homem primata arrastando a mulher primata pelos cabelos; os romanos se divertindo com massacres no Coliseu; a sociedade medieval; o 11 de Setembro, de triste lembrança, e muitos outros. Omitirmos ou não enfrentarmos este fato representaria inverdade diante de fatos inegáveis, ou seja, usar da própria violência — aqui psicológica — para o não enfrentamento da verdade, em busca do que, verdadeiramente, sempre desejamos: a paz.

Todavia, vale refletir sobre o que Anne McCornick citou: “A luta para manter a paz é infinitamente mais difícil que qualquer operação militar”. Daí a dicotomia maior do ser humano, ou seja, o eterno conflito entre os opostos?

Qualquer que seja a premissa relativa à paz, parece óbvia a sua oposição em relação à violência. No entanto, não se deve confundir esta atitude com conflito, pois este pode, sim, existir como promotor de paz. Muitas vezes, nos conflitos destacam-se discussões importantes que se tornam esclarecedoras e germinadoras de paz — ou seja, por meio de um conflito inteligentemente guiado pode-se gerar também a paz.

Caminhando frontalmente em oposição à violência, a caminho da paz, passamos sempre, antes, pela não violência — ato promotor de oposição à violência ou vetor utilizado para a sustentação da não violência. Assim, deseja-se alcançar a paz ou a ausência de violência.

59 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Algumas atitudes que parecem ser simples são, na realidade, muito eficientes na busca da paz, como: respeitar a diversidade; ouvir o próximo com a intenção real de compreendê-lo; promover fraternidade e solidariedade, respeitando as diferenças culturais; buscar equilíbrio entre os gêneros e etnias.

“A primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos todos uma porção de erros e fraqueza”, disse Voltaire. E, acima de tudo, o mais nobre dos sentimentos é o amor.

Sinônimo de tranquilidade, calma, ausência de perturbação, serenidade interior, confiança, isenção de ira. Paz de espírito. Em simbologia, internacionalmente reconhecido, o pombo e a bandeira branca.

A humanidade, instintivamente, sabe que precisa de pessoas que se importem com o que acontece às outras pessoas, relacionando-se com o mundo de forma pacífica e humilde, sob a ótica da busca do melhor para aquele a quem se dedica. “Não existe um caminho para a paz: a paz é o caminho”, disse Gandhi.

Outros pacificadores reconhecidos mundialmente representam ícones da promoção de paz. Dentre eles, Jesus Cristo, Buda, Madre Teresa de Calcutá, Martin

Luther King, Dom Helder Câmara, Nelson Mandela, personalidades que souberam direcionar suas forças e crenças em prol de um mundo melhor, buscando a justiça pelo caminho da paz, incentivando, cada qual ao seu modo, o amor entre os homens.

Ainda marcante tem sido um bom número de pessoas, nem sempre conhecidas amplamente, e organizações que trabalham intensamente pela paz.

Elas buscam promover um convívio humano respeitoso, fraterno e solidário.

60 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

De nossa parte, compreendemos e enfatizamos que se encontra no diálogo a força motriz para a promoção e manutenção da paz. É indispensável vencer distâncias e ressentimentos e querer, realmente, promover o bem do próximo, pois não se vai longe quando se age unicamente em prol de si próprio.

Outras atitudes importantes: a partilha, a tolerância, a solidariedade realizada por meio de gestos concretos e verdadeiramente generosos. Entendida como justiça, a paz também busca contemplar a todos com, pelo menos, o necessário à própria dignidade e que todos tenham as condições de vida e desenvolvimento reais.

Não precisamos tapar os olhos com uma venda e, assim, deixar de encarar que o homem tem uma natural e aparente dificuldade de viver em paz, buscando, muitas vezes, algum tipo de violência que possa dar conta de seu ócio existencial, de sua necessidade de retaliar, descarregar sua energia desregulada em seus semelhantes.

O Sr. Nilson Mourão - V.Exa. me concede um aparte, Deputado?

O SR. LUIZ CARLOS SETIM - Pois não, Deputado Nilson Mourão.

O Sr. Nilson Mourão - Deputado, eu estou ouvindo atentamente o discurso de V.Exa. — quero parabenizá-lo —, um discurso oportuno e importante no plenário desta Casa. V.Exa. está exaltando o papel da paz na construção de um mundo mais humano e mais solidário em meio a um mundo que promove, de certo modo, guerra.

Nós temos hoje um massacre na Palestina, conduzido pelo exército de ; nós temos um massacre perpetrado pelos Estados Unidos e outros países ocidentais no

Iraque e no Afeganistão, com milhares de pessoas mortas e destruição em massa.

O discurso de V.Exa. vem alertar neste plenário todos nós e as pessoas que

61 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 acompanham a sessão de que esse é um caminho errado e equivocado para a humanidade. O caminho certo é colocarmos as bases para construirmos a paz entre os homens. Parabéns, Deputado, por seu pronunciamento.

O SR. LUIZ CARLOS SETIM - Muito obrigado. Incorporarei ao meu pronunciamento o aparte de V.Exa., que foi muito oportuno.

Retomo a leitura, Sr. Presidente. No entanto, estaremos nos deixando extinguir caso esse ócio tome conta de nossos corações, espíritos e mentes. E a paz, incessantemente buscada, precisa fazer parte da agenda diária dos nossos lares, ambientes de trabalho ou todo outro espaço e momento em que estivermos, principalmente aqui nesta Casa. Assim, por certo, maior felicidade estará sendo promovida sempre.

O limiar entre a paz e a violência é perigosamente tênue e deve ser respeitado, sob pena de alcançar objetivos nunca antes pensados. Está no amor a oportunidade que o homem tem de permitir a construção de um mundo melhor. É com isso que sonhamos!

E, sob o manto dos mestres divinos, rogamos para que, na condição em que nos encontramos — a de Deputado Federal —, sejamos, sempre, iluminados ao representarmos a Nação brasileira e colaborarmos com o seu destino.

Antes de encerrar, Sr. Presidente, convido os Srs. Parlamentares a refletirem sobre o tema Paz, como fez o nobre Deputado.

O nosso trabalho, a nossa responsabilidade e o nosso exemplo nesta Casa, em busca da ética, do bem comum, da justiça, serão os alicerces para uma sociedade mais tolerante, mais justa, mais fraterna e com mais paz.

62 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Nesses dias em que vivemos a emoção do anúncio em Copenhague das

Olimpíadas em nosso País, nós rogamos que o espírito olímpico que todos estamos vivenciando neste momento, com a escolha do Rio de Janeiro para ser a sede das

Olimpíadas de 2016, sirva para que essa tênue diferença entre o amor e o ódio, entre a paz e a violência, seja a grande motivação para praticarmos o bem.

Encerro, Sr. Presidente, com um pensamento de Eleanor Roosevelt, ex-Primeira-Dama dos Estados Unidos: “Não basta falar de paz. É preciso acreditar nela. E não basta acreditar nela. É preciso trabalhar por ela”.

Isso é o que nós procuramos fazer, e fazemos, nesta Câmara dos Deputados, representando o nosso Estado do Paraná e a nossa querida São José dos Pinhais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Muito obrigado, Deputado Luiz Carlos

Setim.

Quero parabenizá-lo pelo pronunciamento. A partir do fato que ocorreu em

Curitiba de uma chacina, V.Exa. faz uma análise completa de como superar a violência construindo a paz. A paz não se realiza sem a justiça se completar. E o amor, como diz a própria Escritura Sagrada, está sempre associado à verdade. Na busca desses 4 elementos, nós teremos condições de construir esse mundo de paz, de justiça, onde o amor não seja uma palavra vazia, mas um compromisso, para que possamos resgatar a cidadania, superando as relações violentas e construindo relações solidárias.

Parabéns, Deputado Luiz Carlos Setim! O pronunciamento de V.Exa. é uma peça que leva todos os Parlamentares a uma reflexão, a uma meditação.

63 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Nós não podemos continuar aceitando as chacinas que ocorrem em nossas cidades, principalmente nas grandes cidades, em que inclusive inocentes crianças são executadas.

Parabéns, Deputado Luiz Carlos Setim, pelo pronunciamento, que, para nós,

é um motivo de meditação. E que juntemos a essa meditação as nossas orações, para que o mundo volte a pensar na paz, e não na guerra, e não na violência.

O SR. LUIZ CARLOS SETIM - Muito obrigado, Sr. Presidente. Assim nós esperamos.

64 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Dando continuidade ao Grande

Expediente, concedo a palavra ao Deputado Nilson Mourão, do PT do Acre. S.Exa. dispõe de até 25 minutos.

O SR. NILSON MOURÃO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Ilustre

Presidente, Deputado Padre Luiz Couto, Srs. Parlamentares, quero, em primeiro lugar, manifestar a minha solidariedade à nação pela morte de uma das maiores cantoras do nosso continente: Mercedes Sosa.

Lembro-me, com muita saudade, de suas canções. De forma viva, elegante, com uma capacidade artística extraordinária, Mercedes Sosa percorreu o nosso continente, enfrentou a ditadura militar na Argentina e muito contribuiu para reunir milhares de pessoas combatentes, lutadoras, contra as ditaduras que à época tomavam conta da nossa América.

Mercedes Sosa faz a sua viagem final, depois de ter cumprido a sua missão conosco. Desejo a ela paz na despedida e na passagem para outro mundo. Como dizia em uma de suas canções, “Se se cala o cantor, cala a vida”.

Paz, Mercedes Sosa!

Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, tecerei alguns comentários, neste horário dedicado ao Grande Expediente, sobre a descoberta do pré-sal, uma grande conquista do povo brasileiro no Governo do Presidente Lula, tendo à frente a

PETROBRAS.

Desde 2006, o Brasil é autossuficiente em petróleo. Com efeito, graças a uma luta que já tem mais de 50 anos, hoje produzimos petróleo na escala necessária para suprir nossas necessidades.

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Entretanto, essa autossuficiência, embora real, é apenas volumétrica. Explico.

Em 2008, a PETROBRAS exportou um recorde de 673 mil barris/dia de petróleo e derivados e a sua balança comercial registrou um superávit de 103 mil barris/dia. Em outras palavras, nossas exportações de petróleo e derivados superaram amplamente as nossas importações. Contudo, os dados da Agência Nacional do

Petróleo — ANP demonstram que, no mesmo ano, a nossa balança comercial de petróleo e derivados (incluindo gás natural) registrou um déficit financeiro de

US$11,9 bilhões.

Como isso é possível? Metodologias contábeis à parte, há 2 fatores reais básicos que explicam essa discrepância. Em primeiro lugar, o óleo produzido atualmente no Brasil é pesado, de baixa qualidade e de refino mais difícil. Nosso

País exporta esse óleo com considerável deságio e importa óleo leve de boa qualidade, que é mais fácil de refinar, mas consideravelmente mais caro. Em segundo lugar, o Brasil ainda tem uma baixa capacidade de refino e de produção de derivados de petróleo, o que o obriga a importar grandes quantidades desses caros produtos, especialmente quando a economia cresce.

Foi o que aconteceu no ano passado. Com o grande aquecimento da sua economia, o Brasil foi obrigado a gastar US$5,14 bilhões somente com importações de óleo diesel. Isso indica que é preciso passar da autossuficiência apenas volumétrica para a autossuficiência financeira, logística e tecnológica da nossa produção de petróleo e derivados.

Obviamente, o pré-sal pode ser a grande ferramenta para conduzir a bom termo esse processo de independência. Além do grande volume das reservas, que irão, pelo menos, duplicar nossa capacidade de produção, é preciso considerar que

66 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 o petróleo do pré-sal é de excelente qualidade, com alto preço no mercado internacional.

Há, porém, um problema. A depender do marco regulatório a ser implantado, o Brasil poderá ou não desenvolver a sua capacidade de refino e produção dos estratégicos derivados de petróleo.

As grandes empresas multinacionais de petróleo têm tecnologia e capacidade de refino e produção concentradas em suas matrizes. Elas não têm interesse em investir nessa área no Brasil. Querem apenas o acesso ao óleo bruto. Quem tem interesse em investir nessa área crucial para o Brasil é a PETROBRAS. Por isso, a nossa empresa de petróleo está investindo na construção de 5 novas refinarias que nos permitirão dar um salto logístico na economia do petróleo.

Contudo, se o modelo a ser adotado para a exploração do pré-sal for o da concessão, como querem as multinacionais e os conservadores do País, é provável que esses estratégicos investimentos não tenham continuidade. É que as multinacionais, que estão muito capitalizadas, mas que não têm acesso a novas reservas, estão desesperadas para explorar o pré-sal. Como no modelo de concessão ganha o acesso às reservas aquela companhia que pagar mais, é evidente que elas jogarão muito pesado para desbancar a PETROBRAS. Assim, a nossa companhia de petróleo, que não está capitalizada como as multinacionais, teria de endividar-se e abandonar seus investimentos para conseguir ganhar algum leilão dos blocos do pré-sal, o que prejudicaria todo seu planejamento estratégico.

Na prática, o modelo de concessão significaria, dessa forma, o comprometimento do processo da nossa autossuficiência financeira, comercial logística e tecnológica na

área de petróleo e derivados.

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Ora, não podemos ser apenas exportadores de óleo cru. Temos de construir toda uma cadeia produtiva baseada no petróleo que agregue valor, gere empregos e tecnologia e estimule outros segmentos da economia, como o da indústria de construção naval, por exemplo. Foi por isso que o Governo optou pelo modelo de partilha e por tornar a PETROBRAS a grande operadora das reservas. Optou-se por investir em nossa independência, garantindo-se, ao mesmo tempo, a participação lucrativa das multinacionais que quiseram aderir ao novo modelo.

Ressalte-se que o modelo da partilha é adotado por todos os membros da

OPEP. Coincidência? Atraso? De forma alguma. É que ele assegura o controle estratégico das reservas. Trocando em miúdos: com esse modelo podemos ditar o ritmo e o volume da exploração das reservas, de acordo com os interesses do País, pois o óleo permanece como propriedade da União, mesmo depois de retirado das jazidas. Não fosse a partilha, a OPEP não conseguiria modular a contento o preço do petróleo no mercado internacional.

Assim sendo, a opção posta nos parece clara: ou continuamos com o modelo da concessão, que nos converterá em meros exportadores de óleo bruto, ou adotamos o modelo de partilha, que nos possibilitará, em conjunto com outras medidas, dar um salto de qualidade em nosso desenvolvimento econômico e social.

Mesmo com a retirada da urgência dos projetos, não podemos atrasar demasiadamente essa decisão. A pressa é dada pelo tempo de maturação dos investimentos que terão de ser feitos. Toda a licitação do pré-sal está paralisada até que façamos essa escolha estratégica. É conveniente que tudo esteja resolvido até o final deste ano ou, no mais tardar, até o início do próximo. Pode parecer pouco

68 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 tempo, mas, para quem pensa na construção de um grande país, é mais do que suficiente.

Ilustre Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, atendendo a um apelo desta

Casa, sobretudo da Oposição, o Governo do Presidente Lula retirou a urgência dessa matéria. O Presidente Michel Temer, com a sua capacidade e iniciativa, com o prestígio que tem na Casa, conseguiu estabelecer um acordo entre todos os partidos políticos, todas as bancadas, para que o marco regulatório do pré-sal seja votado em novembro.

Temos tempo. Agora, os partidos políticos devem discutir, a sociedade deve debater, os Parlamentares devem acumular leituras, reflexões, para avançar no debate da matéria, estratégica para o País. O pré-sal, como disse muito bem o

Presidente Lula, é o nosso passaporte para o futuro.

Todos nós, todas as pessoas minimamente informadas conhecem a chamada crise de energia, de esgotamento do petróleo e da energia fóssil. Dados indicam que estamos com prazos contados, em marcha regressiva. É justamente neste momento que as pesquisas feitas pela PETROBRAS, os investimentos do Governo brasileiro e o empenho do Presidente Lula apontam para essas grandes jazidas. Vamos explorá-las e trabalhar com a visão de construir este País com grandeza.

Sr. Presidente, o pré-sal deveria unir todos os Parlamentares, todos os partidos, todas as bancadas desta Casa, para aqui estabelecermos o marco regulatório, que ficará para a história do País.

O pré-sal é do povo brasileiro, não é de nenhum partido, nem de nenhum governo. Mas coube ao Presidente Lula a liderança desse processo e cabe a ele, sim, conduzi-lo para que o povo brasileiro seja o grande beneficiado.

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É desejo do Presidente Lula que os recursos do pré-sal sejam destinados para as áreas da educação, de novas tecnologias e de combate à fome. Se neste plenário ampliarmos muito o leque naquilo que devemos investir com os recursos do pré-sal, significa que não iremos resolver problema algum neste País.

Sou daqueles que acreditam que devemos fazer algumas opções claras e definidas para que o País avance. A opção na área da educação é correta, a opção no desenvolvimento de novas tecnologias nos coloca em condição de disputa e competição no mundo globalizado e a opção no combate à fome é por uma questão de solidariedade e redução das desigualdades em nosso País.

Era o que tinha a dizer, ilustre Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Muito obrigado, Deputado Nilson Mourão.

Associo-me ao pronunciamento de V.Exa., que tem toda razão e expõe com muita clareza como essa riqueza pode ser usada, no sentido de trazer qualidade de vida para o povo.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Magela, do PT do Distrito Federal, quarto inscrito para o Grande Expediente. S.Exa. dispõe de até 25 minutos.

O SR. MAGELA (PT-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Parlamentares, nesta tarde, quero abordar um tema que considero importante para o Brasil, especialmente para os brasileiros. Trata-se da postura do Governo quanto à gestão do superávit primário, especialmente no ano de 2009, e as perspectivas para 2010.

Sabemos que este Governo adotou uma postura muito responsável no tratamento da dívida, que por certo causou divergências, especialmente no PT, já que os Parlamentares do partido e muitos dos militantes advogavam que, no início do Governo, deveríamos ter uma meta de superávit menor para ter uma condição de investir mais e ajudar o Brasil a crescer. Naquele momento, a meta de superávit do

Governo ultrapassava 4% do Produto Interno Bruto e se colocou aquilo como uma questão a ser perseguida com muita tenacidade.

Isso foi muito importante para que o Brasil adquirisse a confiança dos investidores externos, para que pudesse adotar uma postura de política econômica transparente, e que, ao mesmo tempo, pudesse dispor de recursos para abater a dívida e colocar o Brasil numa condição adequada de enfrentamento desta aflição para o povo brasileiro.

A partir de setembro de 2008, tivemos que enfrentar uma crise mundial gerada pelo capitalismo, pela incapacidade de os instrumentos capitalistas responderem às necessidades dos povos de todos os países. O Brasil teve uma postura absolutamente adequada, a partir da liderança do Presidente Lula e do

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Partido dos Trabalhadores, de enfrentar esta crise não de forma chorosa, choramingando, mas com postura altiva, de avançar com projetos, sobretudo, estruturantes. O Governo adotou uma posição de investir na manutenção e no avanço do PAC — Programa de Aceleração do Crescimento, não deixando que esse projeto sofresse qualquer interrupção. Tivemos que alterar as metas do superávit.

Em 2009, mais uma vez, o Governo adotou a postura acertada de excluir os investimentos da PETROBRAS da meta de superávit. Tal decisão favoreceu que essa meta pudesse ser revista para menos. Agora, novamente, o Governo tomou a atitude corajosa de rever para menos a meta do superávit primário para 2009, para atender às necessidades do Brasil. O País precisa crescer e, para crescer, o Estado precisa investir, e investir sobretudo em projetos estruturantes, em projetos que o coloque em condições de liderança dos países que superam a crise neste momento.

O Presidente Lula, o nosso Governo, tem acertado nesse aspecto.

Temos agora o debate para o ano de 2010. Eu tenho a função de ser o

Relator-Geral do Orçamento e quero provocá-lo. Nós temos a previsão de que, para o ano de 2010, o superávit primário terá o índice de 3,3%. Quero abrir este debate com o Governo na Comissão do Orçamento, porque, certamente, esse é um percentual para um país que já terá superado a crise. Não há nenhuma dificuldade, não há nenhum problema fazermos a revisão desse índice ainda este ano, por meio de uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, se o Governo assumir a posição de que ele pode ser menor. Assim, poderemos ter mais recursos para investir nos projetos estruturantes, como, por exemplo, o agora iniciado Programa

Minha Casa, Minha Vida. Esse projeto vai permitir a milhões de brasileiros, em pouco tempo, terem moradia digna, própria, adequada, urbanizada, com qualidade,

72 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 permitindo-nos superar, ou começar a superar o problema do déficit habitacional do

País.

Sr. Presidente, considero esse debate importante. Precisamos pensar em discutir com a sociedade qual é exatamente o papel do Governo. Temos de acabar com a aflição dessa dívida. Não precisamos ter uma dívida externa — e já não a temos — que nos aflige, que nos estrangula, como foi no passado. Temos de fazer o

País superar o Índice de Desenvolvimento Humano que ainda nos preocupa; temos de avançar na implantação de infraestrutura para termos condições de crescimento; precisamos avançar nas condições de qualidade de vida que nosso povo tanto almeja; precisamos avançar no atendimento à saúde e segurança. E isso só será possível se tivermos mais recursos para investimentos no desenvolvimento do

Brasil, e só conseguiremos se enfrentarmos o debate sobre a meta de superávit primário adequada para o País.

O Brasil já fez revisões, já teve coragem de adaptar sua meta às condições que o mundo e o País enfrentam nessa crise. Temos de aplaudir a posição do

Governo brasileiro, temos de aplaudir o Presidente Lula pelo debate que tem feito nessa área. Hoje estamos em condições de discutir um índice de superávit diferente do que o do início do Governo, porque o País tem agora credibilidade, respeito e apoio interno e externo para as medidas que tem tomado.

Portanto, quero iniciar este debate. Naturalmente, não pretendo concluí-lo numa intervenção. Vou levá-lo à Comissão Mista de Orçamento, trazê-lo ao plenário, apresentá-lo às autoridades monetárias, às autoridades do Planejamento e da

Fazenda do Governo, ao segmento empresarial e aos trabalhadores.

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É o que desejo abordar neste rápido pronunciamento, neste período do

Grande Expediente, Sr. Presidente, dizendo que, neste momento, o Brasil precisa continuar avançando. Nós nos orgulhamos de dizer que estamos fazendo a superação, a saída da crise. E há o reconhecimento internacional dessa situação.

Agora, precisamos continuar avançando no sentido de baixar os índices do superávit primário para termos mais recursos para fazer investimentos.

Com muito orgulho e muita honra, Deputado Luiz Carlos Setim, concedo a

V.Exa. um aparte.

O Sr. Luiz Carlos Setim - Deputado Magela, é importante o pronunciamento que V.Exa. traz a esta Casa nesta data. Acho que esse debate deve realmente ser realizado. Temos de aproveitar o momento que a economia brasileira vive, momento esse que eu até me arvoraria em dizer que foi importante até — quem sabe? — para a conquista das Olimpíadas de 2016. O Comitê Olímpico Internacional deve ter apreciado, além do posicionamento de nossas autoridades e de nossos atletas, as condições financeiras e econômicas, o superávit, o índice da economia e as reservas brasileiras. Acredito que este é o momento oportuno, porque estamos bem.

E quando estamos bem, temos de planejar nosso futuro. V.Exa. nos traz um tema que é importante discutirmos. Realmente, esse otimismo nos faz pensar em nosso superávit. Foi dito que fomos os últimos a entrar na crise e, pela variação, somos os primeiros a dela sair. Portanto, o momento é oportuno, e V.Exa. traz um tema muito importante para ser discutido nesta Casa. Parabéns, Deputado!

O SR. MAGELA - Deputado Luiz Carlos Setim, agradeço a V.Exa. a contribuição, e solicito que suas palavras, tão apropriadas, com as quais concordo integralmente, sejam incorporadas ao meu pronunciamento. V.Exa. tem razão ao

74 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 afirmar que uma instituição plural, multinacional, como o Comitê Olímpico

Internacional, jamais decidiria, por tão ampla margem de votos, conceder ao Brasil a honra de sediar o maior evento esportivo do mundo, se o País não estivesse adequadamente preparado para fazê-lo.

Sem dúvida, uma das questões envolvidas nesse processo é a economia. Se o País precisa fazer investimentos da ordem de 30 bilhões de reais e se não tivesse condições para tal, o Comitê Olímpico Internacional certamente não nos concederia a honra de sediar as Olimpíadas.

É exatamente por este desafio que precisamos dispor de recursos para amortizar e superar a dívida, mas também são necessários recursos para desenvolver projetos ousados, como o que vamos realizar em 2016, que precisam ser preparados desde já.

A Copa do Mundo precisa de investimentos não apenas para a modernização dos estádios, mas também para a implantação da infraestrutura urbana e mobilidade para atender às demandas e necessidades que tal evento requer.

De fato, precisamos olhar com muito otimismo e determinação para o futuro do País, construído a cada dia. A revisão dos índices do superávit que o Governo determinou fosse feita em 2009 e o que poderemos fazer para 2010 nos darão as condições necessárias para ter investimentos seguros no futuro do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Parabenizo o Deputado Magela pelo pronunciamento e solicito ao Deputado Luiz Carlos Setim que assuma a Presidência da sessão, para que eu utilize o tempo destinado ao Partido dos Trabalhadores nas Comunicações de Liderança.

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O Sr. Luiz Couto, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada

pelo Sr. Luiz Carlos Setim, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

76 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Dando sequência à sessão, concedo a palavra ao nobre Deputado Luiz Couto, para uma Comunicação de

Liderança, pelo PT. S.Exa. dispõe de 8 minutos.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Partido dos Trabalhadores está também de luto pela morte da cantora argentina Mercedes Sosa:

“Luto na música: Morre a cantora argentina

Mercedes Sosa.

(...) ‘Foi uma mulher que transcendeu as fronteiras

da música e projetou o folclore não apenas como um

emblema artístico e cultural em nível mundial, como

também o canto de liberdade e de justiça’, acrescentou.”

Ela se transformou no seu canto de liberdade e de justiça. Durante o período da repressão, na época da ditadura, Mercedes Sosa “foi a voz dos que não tinham voz e levou a angústia pelos direitos humanos na Argentina a todo o mundo”.

Queremos registrar que a música latino-americana perde uma voz em defesa da dignidade do ser humano, dos direitos humanos, da liberdade, da democracia.

Mercedes é aquela que cantava Razón de Vivir.

O Governo brasileiro lamenta a perda dessa artista, em nota de pesar do

Ministro da Cultura, Juca Ferreira:

“Aquela que cantou a vida permanece nos quatro

cantos da nossa América. Uma voz potente que, ao

demolir fronteiras, nos ensinou algo muito além dos

territórios e bandeiras. Com Mercedes Sosa aprendemos

77 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

o quanto temos a compartilhar como povos e nações. Ela

nos deu o sentido de lugar, de pertencimento a uma

latinidade que nos consagra em beleza e tragédias

comuns.

Voz e atitude comprometida da mulher fraterna

pela arte iberoamericana. Voz imortal que continuará em

nossas vozes, por ter dado tantas graças à vida, e que

esta fosse uma vida de tempos melhores, por isso — e

portanto — para nós permanece o seu canto... gracias,

Mercedes, ‘que nos ha dado tanto’!”

Esta é a nota do Ministério da Cultura que assumimos também neste momento. Registro este voto de pesar pela morte dessa mulher lutadora, que sempre cantou a vida e nos deu tantas lições. Temos muito a agradecer não apenas a Mercedes Sosa, mas a todos aqueles que trabalharam e continuam trabalhando em favor da liberdade, da justiça e da verdade.

Sr. Presidente, aproveito o tempo que me resta para afirmar que é cada vez mais importante que aquelas propostas definidas na 1ª Conferência Nacional de

Segurança Pública comecem a ser implementadas no País.

Na semana passada tive uma conversa com Dr. Ricardo Balestreri, homem que estuda o tema, que tem uma visão correta de como efetivamente fazer com que os brasileiros tenham segurança pública de qualidade, investindo principalmente em inteligência, análise, mapeamento dos crimes, para que possa haver um trabalho preventivo.

78 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Propusemos a realização de um seminário no nosso Estado, para o qual vamos convidar o Dr. Ricardo Balestreri e outras autoridades, quando vamos tratar da segurança pública e dos direitos humanos, dois temas integrados. Não há segurança pública sem respeito aos direitos humanos, aos direitos fundamentais pelos quais o ser humano luta para construir uma sociedade livre, solidária, justa e fraterna, onde haja dignidade para todos, onde todos possam viver de maneira digna.

Nesse sentido, a partir dessa conversa, verificamos a vontade plena do

Secretário Nacional de Segurança Pública de tratar do problema. Propusemos continuar a conversa. Ele aceitou, porque há muito a se fazer. A segurança pública no País necessita de uma nova cultura que não seja violência e repressão, mas um processo educativo, em que cada cidadão tenha a consciência de que tem direitos, mas também tem diversos deveres a cumprir. Se associarmos a luta pelos direitos à luta pelo cumprimento dos nossos deveres como cidadãos, com certeza vamos mudar nossa realidade de violência.

Preocupa-me sempre, Sr. Presidente, que, todas vez que um relator da ONU ou da OEA vem a este País, o relatório que depois encaminha traga pontos que não mudam. Isso significa que estão faltando políticas públicas.

Primeiro, temos tortura, que continua presente em muitas delegacias, penitenciárias e cadeias. Segundo, racismo, que ainda é forte, mesmo quando dizemos que somos um país que respeita a pluralidade. Veja o que ocorreu em São

Paulo, com uma pessoa negra que estava no carro e foi espancada porque achavam que queria assaltar o Carrefour. Ou seja, há tantas coisas que ocorrem em relação ao racismo. Terceiro, execuções sumárias, a partir dos grupos de extermínio.

79 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

Quarto, nosso sistema penitenciário, que está apodrecido, corrompido, que não ressocializa, não reeduca ninguém, não modifica nada. Mais ainda, a violência do crime organizado, que vai tomando conta de diversos espaços.

Esses assuntos vão ser motivo de novas conversas com o Dr. Ricardo

Balestreri e vão estar na pauta do seminário que vamos realizar em João Pessoa.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo tempo que me concedeu a mais.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Deputado Luiz Couto, é muito oportuna a homenagem que presta à personalidade argentina Mercedes Sosa.

V.Exa. termina seu pronunciamento tratando de violência, assunto que trouxemos a esta Casa nesta data, no Grande Expediente.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Francisco Rodrigues, para uma Comunicação de Liderança, pelo

Democratas. S.Exa. disporá de até 6 minutos.

O SR. FRANCISCO RODRIGUES (DEM-RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero comunicar a esta Casa e obviamente à população brasileira que meu Estado completa hoje 21 anos de existência. Portanto, em meu entendimento, atinge sua maioridade.

O Estado de Roraima foi criado com base no art. 14 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias, quando o Constituinte se debruçava sobre a nova Carta

Magna brasileira, em 1988.

É lógico que não poderíamos deixar passar em branco esta data, que tem um simbolismo muito grande para Roraima, que, à época, era Território Federal, administrado, obviamente, por Brasília.

Roraima ocupa uma posição estratégica e política muito importante, porque estamos separados da Venezuela e da República Cooperativista da Guiana por

1.910 quilômetros de fronteira — ao nordeste, a Guiana; ao norte e parte do oeste, a

Venezuela.

Não poderíamos esquecer o seu primeiro Governador eleito, no dia 1º de janeiro de 1990, com o Estado já constituído, o Brigadeiro Ottomar de Sousa Pinto, que nos deixou em 2007.

O Estado tem uma extensão de 224 mil e 298 quilômetros quadrados, portanto, 2,6% do território brasileiro e 4% da Amazônia Legal. Sua população é de

406 mil habitantes, cuja concentração hoje — mais de 60% — fica nos centros

81 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 urbanos, o que demonstra o esvaziamento do campo e uma política errada do

Estado brasileiro.

O Estado de Roraima tem um potencial fantástico, com matéria-prima para geração de energias limpas, alternativas, como a água, que vem por meio da

Hidrelétrica de Cotingo, pela qual reclamamos há mais de 20 anos. A energia limpa, produzida pelos minerais estratégicos, como o nióbio, existe em abundância no nosso Estado.

Portanto, na data de hoje, quando comemoramos o aniversário de 21 anos de

Roraima, apesar de viver com algumas dificuldades e da ação muitas vezes contrária aos interesses do Estado praticados pelo Governo Federal, nós enxergamos um novo amanhecer.

Nós entendemos que o Governador do Estado, José de Anchieta Júnior, tem procurado, com todas as dificuldades, encontrar caminhos para que possamos estabelecer uma relação de confiança e de credibilidade e, mais do que isso, de ação sobre aquele Estado. Com certeza, Roraima será um dos Estados mais importantes na geopolítica brasileira, porque ali dispomos de imensurável quantidade de matérias-primas, como ouro, nióbio, diamante, cassiterita, entre tantas outras. Nós temos uma riquíssima biodiversidade. Sabemos que essa biodiversidade será importante para a humanidade no próximo milênio. Temos também água em abundância.

Portanto, eu me congratulo com toda a população do meu Estado. Quero dizer a todos aqueles que nos assistem ou nos ouvem que nós, desta tribuna, ao longo de quase 20 anos, sempre estivemos determinados em levar o melhor alento para todo aquele povo.

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Nós sabemos que, infelizmente, o Governo não tem sido muito generoso com aquele Estado. Não podemos culpar apenas o atual Governo, porque assim também foi com o Governo anterior. Mas, Sr. Presidente, a fé do nosso povo é inabalável. A nossa população, composta de mais de 60% de migrantes, demonstra que no tecido social que forma aquele Estado existe um enorme espírito de brasilidade, uma enorme confiança e crença de que poderemos ser importantes vetores na ocupação da Amazônia, na proteção das nossas fronteiras e no desenvolvimento do nosso povo, que é ordeiro e trabalhador.

Portanto, parabéns a Roraima, parabéns a seu povo. Nós temos certeza de que cada vez mais caminharemos na vanguarda de um novo tempo de desenvolvimento e crescimento do nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Sr. Deputado, esta Presidência se associa a V.Exa. nos cumprimentos à população de Roraima, um Estado pujante e importante, por estar na fronteira norte. V.Exa. faz referência à importância de

Roraima, Estado relativamente novo, que, apesar da pouca idade, contribui enormemente para o desenvolvimento do nosso País.

Os nossos cumprimentos a V.Exa. pelo tema, pela lembrança, pela homenagem, extensivos ao Estado de Roraima, às suas autoridades, ao seu

Governador e, especialmente, à sua população.

Parabéns!

83 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176

O SR. PEDRO WILSON - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero saudar também o Estado de Roraima e me congratular com os roraimenses, que é um povo aberto à Colômbia, ao Equador, à Venezuela, ao

Suriname, às Guianas. Certamente, dentro de um estratégico plano de desenvolvimento do Brasil, Roraima sempre vai ser um ponto exponencial para receber e também de exportar produtos, cultura, educação.

Sr. Presidente, Deputado Francisco Rodrigues, Deputado Luiz Couto, servidores desta Casa, eu não poderia deixar de fazer uma lembrança e pedir que conste dos Anais da Casa matéria publicada no Jornal de Brasília de hoje sobre o falecimento de Mercedes Sosa, o que entristece a todos.

Todos nós que participamos da luta contra a ditadura, da luta pela democracia não poderíamos nos esquecer do nome de Mercedes Sosa, cantora latino- americana, amiga do Brasil, que esteve em Goiânia por 3 vezes. Dona de uma voz

única, cantava músicas de , cantora extraordinária do Chile. Mercedes

Sosa teve a carreira marcada por canções de protesto, como , um hino de todos que lutam pelos direitos humanos, que lutam pela vida. Gracias a la

Vida, graças à vida que Deus nos deu e que esta América Latina inconclusa nos revela.

Quero deixar minha solidariedade ao povo da Argentina, à família de

Mercedes Sosa, a Fagner, a tantos artistas brasileiros que foram amigos de

Mercedes Sosa. Eu a vi cantar pela primeira vez em São Paulo, na década de 1970.

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Mercedes Sosa, Sr. Presidente, estabeleceu estreitos laços com grandes nomes da música nacional e tinha a capacidade de transformar sua música, que tinha uma beleza contundente, numa bela mensagem por liberdade, cidadania e democracia na América Latina.

Viva para sempre em nossa memória Mercedes Sosa, como Violeta Parra,

Clara Nunes, Elis Regina!

Sr. Presidente, por fim, gostaria de registrar que a luta pela arte e pelo turismo brasileiro sustentável continua. O Ministro Luiz Barretto, do Ministério do Turismo, que tem continuado o extraordinário trabalho da Ministra Marta Suplicy e do Ministro

Mares Guia, assinará, quarta-feira, dia 7 de outubro, a liberação de mais de 7 milhões de reais para a revitalização do Rio das Almas, em Pirenópolis — Projeto

Beira Rio. O Rio das Almas nasce na Serra dos Pirineus, Município de Pirenópolis. É um importante rio e afluente do Rio Tocantins. Essa revitalização possibilitará um turismo sustentável, melhoria no saneamento da cidade histórica de Pirenópolis, que recebe milhares de brasileiros todos os anos, principalmente o povo de Brasília, que tem um carinho muito grande pela cidade.

Por isso quero saudar o Ministro Luiz Barretto, que vai àquela cidade assinar, junto com o Prefeito Nivaldo Melo e Secretário Rodriguinho, a liberação dessa verba do Ministério do Turismo. Teve a ajuda também do nosso amigo Gilberto Carvalho.

Está de parabéns Pirenópolis. Está de parabéns o Prefeito Nivaldo e o

Secretário Rodriguinho por mais essa injeção de recursos para melhorar as condições de turismo sustentável na cidade de Pirenópolis.

À noite, o Ministro Luiz Barretto também vai inaugurar, com o Presidente do

IPHAN, do Ministério da Cultura, com o apoio da PETROBRAS, da Caixa Econômica

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Federal, o Museu de Arte Sacra, da Igreja do Carmo, e o Museu do Divino, no prédio da antiga cadeia. É mais turismo, mais meio ambiente do cerrado, do sertão, da savana, é mais cultura sacra do povo religioso, da folia do Divino Espírito Santo.

Parabéns, Prefeito Nivaldo Melo; Secretário Rodriguinho; Ministro do Turismo

Luiz Barretto e toda a sua equipe, que tem dado forte apoio para criar infraestrutura em todos os municípios brasileiros, principalmente nas cidades históricas, a fim de que o turismo nacional, seja da Cidade de Goiás, Vila Boa, seja de Pirenópolis, seja de Alto Paraíso, seja de Formosa, seja do Rio Araguaia, da cidade de Aragarças.

Quem pode viajar para o exterior, tudo bem, mas quem não puder poderá viajar pelo

Brasil e conhecer Pirenópolis.

Por isso saúdo o povo de Pirenópolis. Estaremos na quarta-feira junto com o

Ministro Luiz Barretto, com o Presidente do IPHAN e com todos aqueles que ajudaram a fazer essa reivindicação.

Parabéns Pirenópolis, parabéns Prefeito Nivaldo Melo, Secretário da Cultura

José Antônio da Silva e também a toda a população religiosa da querida Pirenópolis, cidade histórica que marca o coração do Brasil e do cerrado.

Sr. Presidente, peço a transcrição nos Anais da Casa do documento

Parabéns Pirenópolis, 282 anos de pura beleza, para que essa cidade possa acolher cada vez mais brasileiros de todos os recantos do País.

Muito obrigado a V.Exa. pela atenção. (Manifestação das galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Parabéns, Deputado Pedro Wilson. Pirenópolis é uma cidade próxima à Capital, Brasília. A V.Exa., representante do Estado de Goiás, os nossos cumprimentos pela homenagem à cidade de Pirenópolis. Agradeço também à comunidade de Goiás pela visita a esta Casa. MATÉRIA E DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 87 A 87-E)

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O SR. LUIZ COUTO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero desejar pronto restabelecimento ao nosso companheiro Deputado

Pedro Wilson. S.Exa. é um lutador, ainda está com sua saúde debilitada, mas não falta ao trabalho, está sempre atento. Precisamos tê-lo nesta Casa, mas com saúde plena. É isto que desejamos. Espero que S.Exa. recupere plenamente a saúde e que retorne ao nosso convívio cheio de vida e saúde, porque ele é muito importante para a história do nosso País.

O companheiro Pedro é importante não apenas como professor. Durante 38 anos, foi professor da Universidade Católica de Goiás. Foi reitor, presidente da

Comissão de Direitos Humanos, um homem sempre antenado com as causas populares.

A homenagem que hoje foi prestada à Universidade Católica de Goiás tem muito a ver com a marca Pedro Wilson, com a cara, com o compromisso, com a vida desse Parlamentar. Antes mesmo de conhecê-lo, eu já o admirava, porque ele também assessorava os movimentos populares, a Pastoral da Juventude, a Pastoral

Universitária. Era um homem que tinha um pé na academia, tinha um pé na sociedade, um pé nos movimentos sociais e também na vida política e nunca deixou de exercer sua função plenamente. Então, essa homenagem prestada hoje à

Universidade Católica de Goiás é uma homenagem também ao nosso companheiro

Pedro Wilson.

Outro assunto, Sr. Presidente. Sabemos que esta Casa contrata empresas terceirizadas. Há um processo, as empresas se apresentam e, muitas vezes,

88 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 270.3.53.O Tipo: Ordinária - CD Data: 05/10/2009 Montagem: 4176 quando chega ao final, algumas delas entram em processo de falência, e o prejuízo

é dos servidores terceirizados.

Achamos fundamental que esta Casa encontre um jeito de assegurar tranquilidade aos servidores, porque eles estão aqui agora, mas daqui a pouco podem ser jogados na rua da amargura. Fui hoje procurado por algumas pessoas, porque estão dizendo, por exemplo, que, se houver 2 pessoas contratadas pela empresa, um pai e um filho, um vai ter de ser despedido.

O que diz aqui, e essa não é a interpretação real, é que a contratada não poderá ocupar os postos de trabalho alocados junto à contratante com empregados, incluindo os ocupantes de função de preposto que, em relação a servidores da

Câmara dos Deputados, sejam cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade até o 3º grau, inclusive.

Ou seja, o nepotismo é algo para não existir no serviço público. Agora, não pode é o servidor público indicar alguém da sua relação familiar, por exemplo, o tio, o sobrinho. Há uma lista de quem não pode.

Acho que essa interpretação que está sendo dada está incorreta. O que se diz é em relação aos servidores da Câmara dos Deputados. Eles é que não podem indicar para trabalhar nessas empresas pessoas que sejam da sua linha familiar, ou seja, parentes em linha reta, colateral e por afinidade.

Então, espero que não haja injustiça e que esses servidores que fazem um trabalho para nós de limpeza e de vigilância não sejam prejudicados. Que os responsáveis pela licitação revejam essa interpretação que deram. Informaram-me que há uma lista com o nome de servidores terceirizados que serão retirados. Não é isso que se diz nas obrigações da executante dos serviços.

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Espero que se cumpra a lei, porque nós não aprovamos lei do nepotismo para o setor privado. Aprovamos, sim, lei para impedir que haja nepotismo no serviço público, tanto na esfera do Legislativo como nas esferas do Executivo e do

Judiciário.

Espero, Sr. Presidente, que não haja injustiça com relação aos servidores terceirizados que fazem excelente trabalho em benefício desta Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Obrigado, Deputado Luiz Couto.

Esta Presidência também se associa às homenagens prestadas por V.Exa. neste momento.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Apresentação de proposições.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar queiram fazê-lo.

APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Vai-se passar ao horário de

VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

Não há oradores inscritos.

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VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Carlos Setim) - Encerro a sessão, designando para amanhã, terça-feira, dia 6, às 14h, a seguinte

ORDEM DO DIA

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(Encerra-se a sessão às 17 horas e 9 minutos.)

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO À ABERTURA DA SESSÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA DOS

DEPUTADOS Nº 259, REALIZADA EM 28 DE SETEMBRO DE 2009 — RETIRADO

PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (PTB-PI. Pela ordem.) - Sr. Presidente, quero apenas dar conhecimento à Casa, formalmente, do falecimento do Deputado Alberto Silva.

V.Exa. esteve presente no velório, no Salão Negro do Senado.

Alberto Silva foi Governador do Piauí por duas vezes, Prefeito de Parnaíba por 2 vezes, Senador por duas vezes e também Deputado Federal por 2 mandatos.

Homem público por excelência, preocupado com o Piauí, com o Nordeste, até certo ponto era um sonhador, estava sempre estudando projetos, ideias e ações em favor do desenvolvimento social e econômico do Piauí.

Grande engenheiro, diplomado na grande escola dos velhos tempos, a primeira do Brasil, àquela época a única e excelsa escola de engenharia, a Escola

Federal de Engenharia de Itajubá, Alberto Silva era de uma inteligência excepcional.

Sr. Presidente, com essas rápidas palavras solicito a V.Exa. a suspensão dos trabalhos, em homenagem ao nosso colega falecido, Dr. Alberto Tavares Silva.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Deputado Paes Landim, já temos requerimento, de autoria do Deputado Mauro Benevides e outros, sobre a suspensão dos trabalhos. V.Exa. também poderá assiná-lo. A Presidência já irá levantar a presente sessão.

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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO ORDINÁRIA DA

CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 261, REALIZADA EM 29 DE SETEMBRO DE

2009 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (PTB-PI.) - Sr. Presidente, há poucos instantes, o

Deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo, egresso da Universidade de São

Paulo — USP, falou sobre a indicação de José Antonio Dias Toffoli para a Suprema

Corte do País.

S.Exa. afirmou que o fato de ele ser jovem não é motivo para barrar sua indicação. Citou o caso de Marco Aurélio e Celso de Mello. Eu acrescentaria também a designação do Ministro José Francisco Rezek. Digo ainda que a sua experiência está comprovada na sua responsável, séria e competente advocacia, não só na advocacia privada, como à frente da Advocacia-Geral da União, onde se destacou pela isenção com que se houve em todas as questões submetidas a sua apreciação.

O Ministro Toffoli, como advogado, nunca distinguiu cor partidária para patrocinar causas de clientes. Embora ligado ao PT, amigo pessoal do Presidente

Lula, de quem foi advogado eficiente e cuidadoso, recordo-me de que não tinha intimidade com Toffoli, mas, acompanhando suas sustentações orais no Tribunal

Superior Eleitoral, onde geralmente vou às terças e quintas-feiras à noite, ao descer da tribuna, certa feita, perguntei-lhe: “Dr. Toffoli, o senhor poderia ser advogado de um parlamentar do PTB, do Piauí, junto à Justiça eleitoral? O senhor iria ao Piauí?”

Imediatamente, com a maior boa vontade, respondeu-me que estava à disposição da causa do Parlamentar piauiense.

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Toffoli é um homem sério e independente, tem uma vida dedicada ao Direito.

Está aí a demonstração de apreço prestada pela Ordem dos Advogados do Brasil ao apoiar sua indicação. Recebeu também a manifestação de apoio dos seus colegas da Universidade de São Paulo, onde foi excelente aluno de graduação, em cuja solenidade esteve presente inclusive outro ex-aluno da USP, o Presidente da

Câmara, Deputado Michel Temer.

Portanto, o Ministro José Antonio Dias Toffoli, que foi um seminarista, um homem disciplinado mentalmente, cartesianamente, com bom conhecimento do latim, que é um instrumento fundamental da língua portuguesa e para o próprio raciocínio jurídico, tem todas as credenciais para que o Senado da República confirme a indicação do seu nome feita pelo Presidente Lula. Ao fazê-lo, o

Presidente homenageia um advogado jovem, competente, estudioso, que sempre exerceu com muita eficiência e decência as suas obrigações profissionais e institucionais.

Além do mais, Sr. Presidente, é uma tradição da Suprema Corte de que, ali empossado, o Ministro se desvincula de quaisquer eventuais ligações pessoais e partidárias. Poderia aqui citar inúmeros casos, mas este Pequeno Expediente não comporta fazê-lo.

Não tenho a menor dúvida, pelo perfil do Ministro Toffoli, de um jovem equilibrado, sereno e metódico, de que ele será, acima de tudo, juiz da Constituição no Supremo Tribunal Federal.

A indicação do Presidente da República, de um jovem advogado, de quem foi cliente, juntamente com o seu partido, como também a indicação de um colega do

PTB, o Ministro José Múcio, mostra exatamente o espírito suprapartidário com que o

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Presidente escolhe os Ministros para os Tribunais Superiores e para o Tribunal de

Contas da União.

Foi a primeira indicação do Presidente Lula para o Tribunal de Contas da

União no seu Governo e o fez com maestria, grandeza e acerto.

Sobre ambos espero ainda, quando da confirmação de Toffoli pelo Supremo

Tribunal Federal, reportar-me com mais tempo, porque são duas figuras que vão engrandecer o Governo Lula pela indicação que S.Exa. acabou de fazer, uma já resolvida pelo Senado Federal e a outra, se Deus quiser, o será, com certeza, amanhã ou depois.

Muito obrigado.

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