Damiana Bregalda Jaensich
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades Instituto de Artes Damiana Bregalda Jaensich Cosmocoreografias: poéticas e políticas do mover entre artes e territórios indígenas e da arte contemporânea Rio de Janeiro 2017 Damiana Bregalda Jaensich Cosmocoreografias: poéticas e políticas do mover entre artes e territórios indígenas e da arte contemporânea Tese apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Artes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Arte e Cultura Contemporânea Orientador: Prof. Dr. Ricardo Gomes Lima Rio de Janeiro 2017 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEHB J22 Jaenisch, Damiana Bregalda. Cosmocoreografias: poéticas e políticas do mover entre artes e territórios indígenas e da arte contemporânea / Damiana Bregalda Jaenisch. – 2017 298 f.: il. Orientador: Ricardo Gomes Lima. Tese (doutorado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Artes. 1. Arte indígena - Brasil – Teses. 2. Arte moderna – Séc. XXI – Teses. 3. Corpo como suporte da arte – Teses. 4. Movimento na arte – Teses. 5. Arte – Aspectos políticos – Teses. I. Lima, Ricardo Gomes, 1950-. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Artes. III. Título. CDU 7.031.3(81):7.036”20” Bibliotecária: Eliane de Almeida Prata. CRB7 4578/94 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese, desde que citada a fonte. _______________________________________ __________________ Assinatura Data Damiana Bregalda Jaenisch Cosmocoreografias: poéticas e políticas do mover entre artes e territórios indígenas e da arte contemporânea Tese apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Artes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Arte e Cultura Contemporânea. Aprovada em 30 de junho de 2017. Banca Examinadora: ___________________________________________ Prof. Dr. Ricardo Gomes Lima (Orientador) Instituto de Artes - UERJ _____________________________________________ Profa. Dra. Isabela Nascimento Frade Instituto de Artes - UERJ _____________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Gustavo Lima de Campos Instituto de Artes - UERJ _____________________________________________ Prof. Dr. Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque Instituto de Ciências Sociais – UERJ _____________________________________________ Profa. Dra. Elsje Maria Lagrou Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017 AGRADECIMENTOS Os agradecimentos ganham lugar especial em uma tese que se propõe a tratar da produção e circulação de conhecimentos e de pessoas entre mundos diversos, sobretudo quando o conhecimetno é entendido como gerado nas relações. O percurso foi de aprendizado sobre estar junto e com quem. Sobre o que os encontros podem gerar em termos de possibilidades e limites de ação nos e dos corpos. Como diz Alberto Alvares, cineasta guarani, “você depende da chuva, do sol, do dia, do vento, da noite, da terra e do céu” para realizar um filme. Seres humanos e não-humanos, visíveis e invisíveis atravessam e compõem a realização de um trabalho. A todos que compuseram meus dias e noites ao longo deste trajeto, eu agradeço. Aos que neste momento pude lembrar e nomear aqui, aos que porventura me escapam à memória e nomeação. A tudo o que se fez força neste percurso. A Leticia Vianna pela escuta dos desejos pelo ingresso no doutorado, por abrir um caminho me apresentando a Ricardo Lima. Este que tão generosamente acolheu meu projeto e ao longo da orientação depositou em mim toda a confiança necessária para eu andar confiante no que acreditava e sentia ser o caminho a seguir. Muitos aprendizados nas partilhas, sempre vitalizantes nossos encontros. Isso foi muito importante. Obrigada, Ricardo. A experiência de acompanhamento do projeto de formação de pesquisadores guarani em São Paulo em período que antecedeu o doutorado apontou os possíveis caminhos a seguir. Sou muito grata à oportunidade de ter estado junto e a todas as trocas realizadas. Aos que convivi no Departamento de Patrimônio Imaterial, especialmente a Mônia e Ivana, neste período, e aos demais técnicos e consultores que acompanharam a execução do projeto. À equipe do Centro de Trabalho Indigenista, a Marcos Tupã, que representou a Comissão Guarani Yvyrupa no projeto e ao xondaro ruvixa Pedro Vicente pelos muitos ensinamentos. A cada um dos pesquisadores (Alexandre Werá, Donizete Karai, Edson Tejekupe, Miller Orue, Nilson da Silva, Silvio Euzébio, Vilmar da Silva, Vitalino Euzébio, Vladmir Karai Poty, Kerexu Mirim, Cristian da Silva, Osmar Veríssimo e Joraci Taoya) e lideranças guarani, xondaros e xondarias que tão bem me receberam nas suas aldeias. A todos os Guarani que encontrei e conversei ao longo deste projeto e para além dele. Com todos aprendi que há tanto por aprender, desaprender, sentir e fazer. Especialmente a Jera Guarani e Kerexu, por compartilharem comigo sua casa e um tanto de vida, pela inspiração que faz mover. Ao xeramoi Elias e Iara, que com força e brandura me motivaram a seguir o caminho. A Alberto Alvares e Sandra Benites pelas aulas de Guarani, quando em cada palavra traziam um pouco de mundo. À Els Lagrou, Marcos Albuquerque e Marcelo Campos pela interlocução durante a qualificação e em outros momentos do percurso. A possibilidade deste diálogo tornou menos solitário o percurso pela academia. Suas considerações foram preciosas para reconhecer os caminhos e escolhas a serem feitas na continuidade do trabalho. À Isabela Frade que se soma à banca de defesa de tese, Fernanda Gomes e Luiz Felipe Ferreira que acolheram o convite para suplência da banca. A Alexandre Surrallés que me recebeu enquanto orientador no exterior para o período do doutorado sanduíche junto ao Laboratoire d’Anthropologie Sociale no Collège de France. Ao acolhimento no Laboratoire por Tiziana Manicone. Aos professores na UERJ e fora dela que de alguma forma me alimentaram no caminho: Eleonora Fabião, Ivair Reinaldim, Ricardo Basbaum, Roberto Corrêa, Marco Antonio Gonçalves, Aparecida Vilaça. A Ailton Krenak pela generosidade que permitiu fluir uma conversa inesperada em meio a tantas atividades que aconteciam em São Paulo das quais ele participava. Sua presença mágico-política foi marco dos bons encontros que este caminho me proporcionou. Aos co-curadores da 31ª e 32ª edições da Bienal de São Paulo, especialmente a Luiza Proença, Pablo Lafuente e Júlia Rebouças pela abertura ao diálogo e partilha do percurso da curadoria destas exposições. A Valéria Macedo e Lu Favoreto (que algumas vezes e generosamente me recebeu na sede da Cia Oito), pelas conversas sobre a experiência de construção e realização do Projeto Esquiva. Ao Ju que carinhosamente me recebeu em sua casa em São Paulo entre as idas e vindas de aldeias e atividades. À Faperj e à Capes pelo apoio financeiro à Pesquisa. Em meio à precarização da educação, o ensino público e o subsídio à pesquisa se configuraram em privilégio. Mas é direito que deve ser assegurado, ampliado e estendido a muitos mais. Às amigas do mestrado que seguiram para a vida: Mayra, vizinha querida que reencontro para partilhar Paris; Jana que é sempre casa aberta e cheia de carinho, me acolhe e entende, em Porto Alegre ou onde quer que esteja. Aos colegas amigos da UERJ que o Encontro Vulnerável aproximou: Ana Paula, Nathália, Leandra, Jac, Ivo. Fernanda, Nathália e Paula, pelos encontros eufóricos em torno da arte, de oráculos e de muita vida. Aos encontros com e em Paquetá que suavizaram a dureza do processo da escrita. Boas companhias partilhando o estado de tese ou ajudando a sair um pouco dele, no Parque Darke, em rodas de mulheres no farol das luas cheias. Muito alimento nestes encontros. Jojo, Maraca, Chris, Mari, Sabrina, Lu e outra Lu, Fer, Nat e outras tantas mais. Naíla, pela amizade amorosa que acompanha tantos ciclos, pelos sonhos partilhados e motivação de gestar novos projetos pela vida. Ao meu pai e à poesia que me legou viver. À minha mãe pela força de ação e emoção que me constituem. Andréia, Leti e Vivi pelo aprendizado da distância que as escolhas trazem. Ao Samuel, pela magia cotidiana do estar junto. Companheiro de viagens para tantas direções. Nada se aprende sem vivenciar na prática e sem sentir dentro de si. Xondaro Mbaraete Lições da Deriva Primeira: sem barro não há texto. Segunda: sem paisagem não há conto. Terceira: sem solo não há sonho. Redemoinho de pó e primavera. Babel invertida. Cones devorando o céu. No ar alvoroçado de fuligem tudo é rastro. (…) Deixemos de rodeios: o tempo nos varre. A história é esta: não há moral da história. Quem puder entenda. As obras são redemoinhos: deslocamentos sem programa, abismos dos signos, esconderijos de palavras. Se esta foto ou este texto não devem estar aqui é porque o ar os arrastou. Estes embates e quedas são por fim seu poder de re-volta. Procurar o silêncio no relâmpago / Semear de rumores a terra. Notas, recortes, palavras, interrupções e sobressaltos. Horrores, confusões, destroços do cotidiano. Os gestos são somente os passos de um rito onde as ilusões se pisoteiam/se estapeiam. Ali nos lomeríos um esforço pertinaz: pescar claridade numa idade turva enlameada de vermelho Francis Alys RESUMO JAENSICH, Damiana Bregalda. Cosmocoreografias: poéticas e políticas do mover entre artes e territórios indígenas e da arte contemporânea. 2017. 298 f. Tese (Doutorado em Arte e Cultura Contemporânea) – Instituto de Artes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. Este trabalho é sobre relação. Sobre circulação de pessoas, práticas e saberes entre mundos diversos. Sobre a relação de corpos com territórios e concepções diversas de corpo e território. Sobre a relação entre sujeitos em trânsitos, humanos e não-humanos, entre modos distintos de produzir humanidade e mundo. Sobre inscrição da diferença no espaço. Visibilidade e invisibilidade. Falas, escutas e silenciamentos. Dos corpos, da diferença. Sobre resistência e luta. Através do corpo que se move, inscreve presença, dança e canta para se fazer forte, se fazer ver e ouvir. O corpo em movimento é entendido aqui como dispositivo de produção de vida e de relação.