Os Diferentes Sentidos De Se Okupar
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JULIA VILELA CAMINHA OS DIFERENTES SENTIDOS DE SE OKUPAR: experiências brasileiras e europeias Rio de Janeiro 2015 JULIA VILELA CAMINHA OS DIFERENTES SENTIDOS DE SE OKUPAR: experiências brasileiras e europeias Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Planejamento Urbano e Regional. Orientadora: Profa. Dra. Luciana Corrêa do Lago Rio de Janeiro 2015 CIP - Catalogação na Publicação Caminha, Julia Vilela C183d Os diferentes sentidos de se okupar: experiências brasileiras e europeias / Julia Vilela Caminha. -- Rio de Janeiro, 2015. 121 f. Orientadora: Luciana Corrêa do Lago. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, Programa de Pós Graduação em Planejamento Urbano e Regional, 2015. 1. Ocupações. 2. Movimentos sociais. 3. Geografia humana. 4. Direito à moradia. 5. Planejamento urbano. I. Lago, Luciana Corrêa do, orient. II. Título. Elaborado pelo Sistema de Geração Automática da UFRJ com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). JULIA VILELA CAMINHA OS DIFERENTES SENTIDOS DE SE OKUPAR: experiências brasileiras e europeias Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Planejamento Urbano e Regional. Aprovado em ____/_____/_____ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Profa. Dra. Luciana Corrêa do Lago Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - UFRJ ___________________________________________________ Prof. Dr. Orlando Alves dos Santos Junior Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - UFRJ ___________________________________________________ Profa. Dra. Tatiana Tramontani Ramos Departamento de Geografia - UFF AGRADECIMENTOS Este trabalho só pode ser construído com diferentes tipos de auxílios, a começar pelos diversos autores a quem recorri, além deles, inúmeras pessoas me ajudaram na pesquisa e na escrita deste trabalho. Arriscando me esquecer de alguém... O primeiro agradecimento é para a professora Luciana Lago, pela orientação paciente ao longo tempo. Aos professores da banca, Orlando Junior e Tatiana Ramos, pela leitura e conselhos. Aos amigos do mestrado por me ajudarem a continuar o curso e me divertirem, em especial Mari, Thai, Mila, Dani, Nayana e Ana, pelas inúmeras trocas e ensinamentos. Aos amigos da especialização que me fizeram entender o IPPUR: Heitor, Rodrigo e Vanessa. Às amigas de toda a vida: Ma, Lili e Popó. Ao CAp UERJ pelos amigos que me trouxe: Bici, Carol, Dito, Elisa, Érika, Fabi, Fezi, Garritano, Joanão, Jojo, Karen, Lilu, Marcelo, Natália, Naná e Saulo. Aos amigos da Geo-UFF sem os quais nunca chegaria ao final da graduação: Barrão, Broch, Chico, Clark, Dani, Digão, Felipe, Igor, Justin, Lelê, Luana, Mari, Miguel, Play, Preah, Rafa, Ricardo, Sasá, Teto, Tutu, Vercilo, entre tantos outros. Aos amigos do Direito e “cunhados”: Renan e Bruninho. Aos amigos mais recentes, mas não menos importantes: Flack, Mari Feijó, Marianinha e Pither. Ao Michael pelo acolhimento e histórias. Ao Rodrigo, meu bem, pelas discussões, fotos e apoio nos momentos finais e decisivos. À Zazá pelos mapas, resmungos característicos e amizade. À Maria Clara pelas traduções, conversas noites adentro e ensinamentos. À Lolô, minha afilhada, amiga da Geo, do mestrado e da vida. À Laila, essa amiga sem a qual a gente não vive. Aos membros do SqEK, em especial Ju Canedo – companheira de congresso e ex-vizinha –, além de Claudio Cattaneo e Miguel Martínez, que possibilitaram minha ida à Barcelona. Aos amigos (e conhecidos) de Barcelona, sem os quais não descobriria o que são okupas, em especial Luci e Ma. À Paola e ao Alex por me acolherem, alimentarem, divertirem e pelos bate- papos. À família, muitos agradecimentos: à vovó Olga, aos irmãos João e Pedro, à Lucila e aos meus pais, Ana e Chico, os amores da minha vida. Ao meu pai também pela leitura lado a lado, essencial para a finalização. À minha mãe, um agradecimento mais que especial, pelas leituras e palpites pacientes. A todos que estão na luta, acreditam e defendem ocupações. Ao CNPq pela bolsa que ajudou a me dedicar ao mestrado. “Cuando vivir es un lujo, okupar es un derecho” (lema dos okupas) RESUMO As ocupações de imóveis ociosos são uma alternativa de acesso à moradia de extrema relevância em alguns países, especialmente na últimas décadas, quando ocorre a intensa mercantilização das cidades e o aumento da especulação imobiliária. Assim, as ocupações podem ser entendidas como resultado tanto da espoliação quanto de ações subversivas e contestatórias realizadas do/pelo trabalhador. O objeto deste trabalho é um tipo específico de ocupação: a ocupação urbana, resultante da associação entre pessoas com o intuito de ocupar um imóvel. Cada local possui uma racionalidade específica, resultante de suas condições sociais, políticas, econômicas e culturais. Observou-se que, na Europa, as ocupações contêm sentidos múltiplos, para além da questão da moradia, lidando com novas formas de gestão e socialização como alternativas às relações socioeconômicas forjadas no capitalismo. Em termos metodológicos, a pesquisa se utilizou de técnicas como observação de ocupações na Europa e no Brasil, além de revisão bibliográfica sobre o tema, em especial os textos desenvolvidos pelo SqEK e o NuPed. A dissertação explora o caso das ocupações europeias Vall de Can Masdeu, Can Vies e bancos expropriados, localizados em Barcelona; Christiania, em Copenhagen; Regenbogenfabrik, em Berlim; e 59 Rivoli, em Paris; e, por fim, o exemplo brasileiro do MNLM e sua ocupação carioca Manoel Congo. Espera-se demonstrar que as ocupações tratam de práticas espaciais emancipatórias, ajudam na conscientização e emancipação das pessoas, levando-as a exigir mais do que a satisfação das carências “não radicais”, entendendo que as necessidades radicais são parte fundamental da vida do ser humano. Palavras-chave: Ocupação de imóveis. Imóveis ociosos. Valor de uso. Necessidades radicais. Práticas espaciais. Squat. ABSTRACT Squatting empty buildings is an alternative access to housing of extreme relevance in some countries, especially in the recent decades, with the intense commercialization of cities and the rise of real estate speculation. About it, the squats can be understood as a result of both spoliation and subversive actions and or contestatory, made of/by the workers. The major concern of this paper is a specific type of occupation: the urban squat, resulting from the association between individuals with the aim of squatting a building. Each place has a specific rationality, resulting from their social conditions, political, economic and cultural. It was observed that, in Europe, the squats contains multiple senses, in addition to the issue of housing, dealing with new forms of management and socialization as alternatives to socioeconomic relations forged in capitalism. In methodological terms, the research used techniques such as observation of squats in Europe and in Brazil, as well as a review of the literature on the subject, in particular the texts developed by SqEK and the NuPed. The dissertation explores the case of squats Vall de Can Masdeu, Can Vies and banks expropriated, located in Barcelona; Christiania in Copenhagen; Regenbogenfabrik, in Berlin; 59 Rivoli, Paris; and, finally, the example of Brazilian MNLM’s squat Manoel Congo, in Rio de Janeiro. It is expected, with this dissertation, show that squats are emancipatory spatial practices, and help in raising awareness and empowering people, leading them to demand more than the satisfaction of the "no radical" need to understand that the radical needs are key for human being . Keywords: Squat. Empty buildings. Radical needs. Spatial practices. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Fotografia 1– CSA Can Vies após o despejo: um dia após ....................................... 56 Fotografia 2 – CSA Can Vies após o despejo: quatro dias após ............................... 56 Fotografia 3 – CSA Can Vies em reconstrução: segundo dia ................................... 56 Fotografia 4 – CSA Can Vies em reconstrução: uma semana .................................. 56 Fotografia 5 – Entrada do Banc Expropiat ................................................................ 57 Fotografia 6 – Pôster de apoio ao Banc .................................................................... 57 Fotografia 7 – Entrada do Ateneu La Porka .............................................................. 58 Fotografia 8 – Entrada do Ateneu La Porka com membros do SqEK ....................... 58 Fotografia 9 – Cartaz feminista no Ateneu La Porka ................................................. 59 Fotografia 10 – Casal Tres Lliris ................................................................................ 59 Fotografia 11 – Aftersquat 59 Rivoli: escadaria ......................................................... 62 Fotografia 12 – Aftersquat 59 Rivoli: fachada............................................................ 62 Fotografia 13 – Vall de Can Masdeu: o edifício okupado e parte de suas hortas...... 64 Fotografia 14 – Área de cultivo do Vall, com a cidade de Barcelona ao fundo ......... 66 Fotografia 15 – Símbolo okupa no topo do edifício de Can Masdeu. ........................ 67 Fotografia