Orquestra Gulbenkian 21:30H 21:00H 21:00H — Grande Auditório Grande / Sexta, 19:00H
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Orquestra Gulbenkian Michał Nesterowicz Artur Pizarro 07 + 08 Abril 2016 quinta, 21:00h / sexta, 19:00h Grande Auditório Solistas da Orquestra Gulbenkian 8 Abril 2016 sexta, 21:30h — Grande Auditório artur pizarro © sven arnstein MUSICA.GULBENKIAN.PT mecenas mecenas mecenas mecenas mecenas mecenas rising stars música de câmara concertos de domingo ciclo piano coro gulbenkian grandes intérpretes 07 quinta 7 Abril 2016 21:00h — Grande Auditório 08 sexta 8 Abril 2016 19:00h — Grande Auditório 04 Orquestra Gulbenkian Michał Nesterowicz maestro Artur Pizarro piano Franz Liszt Modest Mussorgsky / Maurice Ravel Les Préludes, S. 97 Quadros de uma exposição Promenade José Júlio Lopes I. Gnomus Corpus * Promenade para orquestra e piano II. Il vecchio castello intervalo Promenade III. Tuileries IV. Bydlo Fryderyk Chopin Promenade Rondo à la Krakowiak, V. Ballet des petits poussins dans leurs coques em Fá maior, op. 14 VI. Samuel Goldenberg et Schmuÿle VII. Limoges. Le marché VIII. Catacombae. Sepulchrum Romanum Cum mortuis in lingua mortua IX. La cabane sur des pates de poule (Baba-Yaga) X. La Grande Porte de Kiev Duração total prevista: c. 2h Intervalo de 20’ * Estreia mundial – Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian 03 08 sexta 8 Abril 2016 04 21:30h — Grande Auditório Solistas da Orquestra Gulbenkian Jordi Rodriguez violino Pedro Pacheco violino Leonor Braga Santos viola Levon Mouradian violoncelo Ludwig van Beethoven Quarteto para Cordas n.º 4, em Dó menor, op. 18 n.º 4 Allegro ma non tanto Scherzo: Andante scherzoso quasi allegretto Menuetto: Allegretto Allegro – Prestissimo Wolfgang Amadeus Mozart Quarteto para Cordas n.º 17, em Si bemol maior, K.458, A caça Allegro vivace assai Menuetto e Trio: Moderato Adagio Allegro assai Duração total prevista: c. 50’ Concerto sem intervalo 04 Franz Liszt raiding, 22 de outubro de 1811 bayreuth, 31 de julho de 1886 Les Préludes, S. 97 composição: 1854 estreia: weimar, 23 de fevereiro de 1854 duração: c. 15’ franz liszt, por wilhelm von kaulbach, 1856 © dr Franz Liszt foi uma das figuras mais préludes, o n.º 3 – cujo título se refere a uma proeminentes do romantismo musical, tendo Ode das Nouvelles méditations poétiques (1823), exercido uma influência notável enquanto de Alphonse de Lamartine –, foi trabalhado pianista e compositor tanto na sua época a partir de material de uma abertura que Liszt como sobre as gerações subsequentes. havia composto em 1848 para o seu ciclo coral Após a estrondosa carreira de virtuoso Les quatre éléments (1844-45). Nele o compositor itinerante que desenvolveu entre 1839 e faz uso da forma cíclica a que recorre amiúde 1847, dando um contributo sem precedentes nas obras da maturidade: um motivo básico para o alargamento das possibilidades de três notas passará por transformações técnicas do piano, o ano de 1848 marcou contínuas em termos melódicos, rítmicos, um ponto de viragem na sua carreira, com o harmónicos, tímbricos e dinâmicos, estabelecimento em Weimar e a concentração constituindo-se como o fator unificador da quase exclusiva no ensino e na composição. variedade de ambientes em presença – do Nos 12 anos que se seguiriam estabeleceu meditativo ao dramático, do pastoral ao assim a sua reputação enquanto compositor, triunfante. Dois acordes em pizzicato nas assumindo-se como um dos principais cordas abrem uma breve introdução, em que os representantes da Nova Escola Alemã. violinos enunciam o motivo primordial do qual Entre as inovações concebidas neste período o compositor faz derivar todos os temas da obra. conta-se a invenção do poema sinfónico, Numa primeira secção surge uma importante para além das técnicas associadas ao nível e fluente melodia nos segundos violinos e nos da transformação temática, bem como da violoncelos. A segunda secção inicia-se de experimentação formal e harmónica. Desses forma tempestuosa, mas acaba por desvanecer- anos datam 12 dos seus 13 poemas sinfónicos, se numa atmosfera pastoral. Por fim, a secção nos quais explora temas variados extraídos da culminante transforma os dois temas líricos literatura romântica, da história, da mitologia em toques de batalha, encerrando a obra de ou da imaginação. O poema sinfónico Les modo triunfante. luís miguel santos 05 José Júlio Lopes lisboa, 9 de março de 1957 Corpus para orquestra e piano composição: 2016 estreia: lisboa, fundação calouste gulbenkian, 7 de abril de 2016 duração: c. 25’ Em memória de Berta Pizarro e de Júlio Alberto Lopes, para o Artur broken piano © dr Tanto quanto se pode dizer de uma peça do discurso harmónico da orquestra, musical que ela tem um assunto ou um tema, para perfurar e transformar; outras vezes Corpus é sobre morte e vida, sobre existir – coexistindo ensimesmada, presa no gesto sem mistificações: são inquietações humanas. e na evocação de uma música interior. Neste sentido – e evitando sobre a criação Nesta peça, ideia de fragmento (o grande musical a tentação romântica da descrição fragmento) corresponde à ideia de ruína, figurativa –, a peça revela (um) pensamento, ou seja a sedimentação de material de uma antagonismos, revolta, tensão dramática. história sonora comum. Esse material surge Corpus tem como princípio criativo a ideia em camadas sobrepostas, em discursos que de movimento. É a ignição de um “motor se amontoam. A peça inicia-se, de resto, pela harmónico” que gera a sua construção. evocação de uma memória musical não muito É um movimento contínuo, através do qual longínqua que ecoa (o grande gesto pianístico), corpos harmónicos (entidades intervalares) num processo reiterado de reverberações são sucessivamente usados e desagregados e reconhecimentos partilhados, e desliza e, mais à frente, reagrupados noutro corpo por entre muitas das referências que ecoam harmónico. Sucessivamente. Compondo na memória – de que também fazem parte e descompondo. Até ao infinito. irreprimíveis ruínas do contemporâneo Não sendo um concerto para piano (na omnipresente –, num processo de designação convencional), o piano é o abstratização crescente e imparável. protagonista: é o piano o portador deste A esperança faz acreditar que este processo processo de contágio e de transformação. sucessivo seria infinito. A escrita do piano é por isso predominantemente Corpus é dedicada ao Artur Pizarro, em horizontal e “pontiaguda”, entrando umas memória de duas pessoas cuja existência vezes em choque com a resistência vertical é realmente infinita. josé júlio lopes 06 Fryderyk Chopin zelazowa wola, 1 de março de 1810 paris, 17 de outubro de 1849 Rondo à la Krakowiak, em Fá maior, op. 14 composição: 1828 duração: c. 15’ broken piano © dr dança krakowiak © dr Fryderyk Chopin alcançou uma posição polonaise e da mazurka. O papel da orquestra de destaque na história da música devido é aqui bastante diminuto, tendo o próprio à sensibilidade do seu estilo melódico e compositor elaborado também uma versão harmónico, bem como à sua exploração das a solo. Concebida em duas partes, a obra características técnicas e expressivas do inicia-se com um idílico Andantino, quasi piano, o seu instrumento de eleição. A sua allegretto, uma introdução pacífica e com produção concentra-se quase exclusivamente um certo toque exótico conferido pelo perfil na música para esse instrumento, tendo pentatónico da melodia com que o piano em vários géneros fornecido contributos solista se apresenta delicadamente sobre relevantes para o repertório. Ao nível da a trompa e as cordas. Uma passagem de um música para piano e orquestra, Chopin brilhantismo inesperado opera a transição foi autor de seis obras, todas anteriores a para o Rondó propriamente dito, Allegro non 1831, data do seu estabelecimento em Paris. troppo, cabendo à orquestra anunciar o ritmo Constituindo a sua terceira experiência neste da krakowiak. O piano apresenta o 1.º tema, domínio, o Rondo à la Krakowiak, em Fá maior, em Fá maior, marcado pelo seu caráter rítmico op. 14, foi composto ainda em Varsóvia, em e ebuliente. Na extensa passagem de bravura 1828, já depois das Variações sobre “Là ci darem que se segue, o sabor polaco desvanece-se por la mano”, op. 2 (1827) e da Fantasia sobre árias instantes, apesar de a música nunca perder polacas, op. 13 (1828). Trata-se de uma peça em vivacidade e brilhantismo, até que emerge de bravura, que coloca em evidência a sua um divertido tema de dança, em Ré menor, exigência técnica, baseada na krakowiak, novamente evocativo dos salões de baile de uma dança rápida e sincopada da região de Cracóvia. O pianismo virtuosístico impõe-se Cracóvia (tal como faria mais tarde no 3.º mais uma vez, conduzindo desta feita a uma andamento do Concerto n.º 1), dança que secção mais branda. A colorida música de por essa altura conquistava popularidade dança regressa e é elaborada com imaginação nos salões de baile de Viena e Paris, a par da até ao final. 07 Modest Mussorgsky karevo, 21 de março de 1839 são petersburgo, 28 de março de 1881 Maurice Ravel ciboure, 7 de março de 1875 paris, 28 de dezembro de 1937 Quadros de uma exposição composição: 1874 / 1922 (orq.) duração: c. 30’ modest mussorgsky, por ilya repine, 1881 © dr Modest Mussorgsky foi um dos mais notáveis sugerem a figura bizarra desse ser. Um plácido compositores russos de finais do século XIX, interlúdio em Lá bemol maior retoma o tema cuja orientação inovadora, em particular da Promenade, introduzindo O Velho Castelo, no domínio da ópera e da canção, exerceria em Sol sustenido menor, que representa uma influência determinante no imaginário um trovador cantando diante de um castelo da geração modernista de Debussy e Ravel. medieval. Novo interlúdio em Si maior, um Integrado no chamado “Grupo dos Cinco”, pouco mais extrovertido, conduz a O Jardim revelou uma preocupação especial com a das Tulherias, na mesma tonalidade, música procura de uma identidade musical russa, caprichosa que descreve brincadeiras de inspirando-se para o efeito na história, no crianças. Em Bydlo (Sol sustenido menor), folclore e em outros temas nacionalistas.