Controle Social: Segurança: Quando a Sociedade Promessas De Participa Paz Para O Rio 30 Anos

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Controle Social: Segurança: Quando a Sociedade Promessas De Participa Paz Para O Rio 30 Anos ISSN 2176-719X N. 46 Janeiro 2011 Ano XXVIII TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO www.tcm.rj.gov.br Controle Social: Segurança: quando a sociedade promessas de participa paz para o Rio 30 anos Missão: Exercer o controle externo da gestão dos recursos públicos, a serviço da sociedade carioca. Visão: Ser referência como órgão de controle, reconhecido pela sociedade como indispensável à melhoria da gestão pública e à defesa do interesse social. o preâmbulo do Texto Constitucional, os representantes do povo brasileiro atribuíram ao Estado Democrático por eles instituído a missão de assegurar o pleno exercício dos Ndireitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores supremos de uma sociedade. A preocupação com a garantia e a proteção dos direitos sociais e individuais encontra-se, assim, irradiada por todos os capítulos da Carta de 1988. Embora seja ampla e generosa a tutela de direitos e garantias fundamentais incorporada à Constituição de 1988, ainda não vivemos a democracia plena no Brasil. O conjunto de valores e preceitos constitucionais – tais como a moralidade pública, a proibição de discriminação, o pluralismo político, o respeito à dignidade da pessoa humana, entre outros – aplica-se às relações entre os indivíduos e os órgãos e agentes do Poder Público, e devem exercer, efetivamente, sua força jurídica. A constitucionalização do Direito Administrativo, cujas normas e diretrizes encontram-se no Capítulo VII da Carta Magna, fez emergir um novo direito, reconhecido pela doutrina como o “direito fundamental à boa administração”, fundado nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e supremacia do interesse público sobre o privado. Se, por um lado, a Constituição outorga aos cidadãos a titularidade e a prerrogativa de direitos, por outro, permanece latente a necessidade de que estes sejam, de fato, exercidos em sua plenitude. Espera-se, portanto, que a sociedade cumpra com a sua palavras do Presidente responsabilidade e ponha em prática toda a potencialidade dos direitos de que é detentora, através da participação popular – seja contribuindo com sugestões e demandas voltadas para a elaboração de planos de governo que venham ao encontro de suas necessidades, tomando parte nas decisões relativas às políticas públicas adotadas pelo Estado, que interferem diretamente na vida da coletividade, seja por meio da fiscalização e do controle social dos atos da administração pública, utilizando-se dos diversos canais existentes para esta finalidade, tais como as audiências públicas, as ouvidorias, os Tribunais de Contas, o Ministério Público, enfim, atuando firmemente em todas as instâncias ao alcance da sociedade. A participação popular e o controle social das políticas públicas são a contrapartida fundamental da sociedade na tarefa maior de construção de uma democracia plena. A sociedade e o Poder Público devem ser coadjuvantes no processo de fortalecimento da democracia, unidos pelo desenvolvimento e aprimoramento das instituições públicas, sobretudo no que toca à moralidade e à ética dos gestores, assegurando, desta forma, a efetividade dos direitos e garantias fundamentais inscritos na Constituição de 1988. Não poderia encerrar sem aludir ao sucesso da política pública de segurança implantada pelo Governador Sérgio Cabral nas comunidades do Rio de Janeiro – refiro- me às Unidades de Polícia Pacificadora - UPPs -, que conta com o amplo apoio da população onde foram instaladas e com o reconhecimento público de seus resultados positivos, objeto de matéria constante neste número da Revista TCMRJ. Felizmente, o Estado retoma as comunidades antes dominadas pela ação de criminosos e espoliadas em sua cidadania, em parceria com o Prefeito Eduardo Paes, que atuou de forma célere e determinada, ao restabelecer os serviços essenciais da Prefeitura às áreas atingidas, tais como limpeza urbana e iluminação. Parabéns ao Governador Sérgio Cabral e ao Prefeito Eduardo Paes! As populações das áreas atendidas pelas UPPs são hoje muito mais livres e felizes com a presença do Estado, assegurando-lhes o exercício de seus direitos constitucionais Revista TCMRJ n. 46 - janeiro 2011 1 Retrato dos Bairros 95 A bucólica e tranquila Urca, com seus antigos fortes e edificações que perpetuam a história do núcleo sumário inicial da Cidade do Rio de Janeiro, e Madureira, polo comercial da Zona Norte, são os bairros percorridos nesta edição. Gente que faz a diferença 98 Controle social e gestão pública 3 Iolanda Maltaroli - Fundadora do Os diversos aspectos do Controle Social são abordados Solar Meninos de Luz, no Pavão- nesta edição por especialistas no assunto: o conselheiro Pavãozinho, a educadora Iolanda Zilton Rocha, do TCE/BA, o analista de Finanças e destinou sua vida a ajudar o Controle da CGU, Francisco Carlos da Cruz Silva, próximo. Sua ONG hoje propicia a procuradora Vanice Lírio do Valle, os técnico de educação, em período integral, controle Ely Celia Corbari, do TCE/PR e Marcos para 400 alunos, além de aulas de idiomas, dança, Mayo Simões, do TCMRJ, a ouvidora Eliana Pinto, informática, teatro e fotografia. o gerente de Fomento ao Fortalecimento da Gestão e Controle Social da CGU, Fábio Félix Cunha da Silva, Controle Popular das Contas Públicas: mais o procurador de Justiça do Ministério Público, Airton que uma possibilidade real, um direito 102 Florentino de Barros, a ex-presidente do Conselho Monografia vencedora do “Prêmio Maurício Caldeira Nacional de Assistência Social, Marcia Maria Biondi de Alvarenga”, edição 2010, de autoria de Marcio Pinheiro e a advogada e professora de Mediação e André Conde Martins, analista judiciário do TRT 1ª Práticas Restaurativas, Celia Passos. Região e Marília Carneiro Freitas Filgueiras, residente da PGE do RJ. Segurança: promessa de paz para o Rio 73 O Estado Gestor e a Cidadania 114 Após um período Síntese da tese apresentada pelo Conselheiro conturbado, no qual Antonio Carlos Flores de Moraes, na Universidade de o tráfico de drogas Salamanca, para obtenção do grau de Doutor. desafiava o poder da policia e atemorizava História para principiantes 126 a cidade, o Rio volta O conselheiro aposentado do TCE/RJ, Humberto a viver momentos de Braga, aguça o conhecimento contando, em seu artigo, tranquilidade. Com um pouco da história da História. mais de uma dezena de comunidades pacificadas, o carioca volta a acreditar nas políticas públicas de Vale a pena ler de novo 127 segurança. O ex-ministro Tarso Genro, o governador Matérias publicadas na imprensa que, por seu Sérgio Cabral, o chefe da Polícia Civil, Allan interesse e atualidade, merecem ser relidas. Turnowski, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio, e o especialista em segurança pública, criador do BOPE, Paulo César Amêndola falam TCMRJ Em Pauta 129 das UPPs, da situação atual e vislumbram um futuro O Colar do Mérito Victor Nunes de paz para o Rio. Leal e os diversos eventos, No mesmo bloco, o procurador de Justiça Astério solenidades e atividades que o Pereira dos Santos aborda o sistema penitenciário TCMRJ realizou ou participou, no contexto da política pública de segurança; e o no período de outubro de 2010 presidente da Federação das Indústrias do Estado a janeiro de 2011, estão no Em do RJ, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, analisa a Pauta. importância da segurança pública para a economia do Rio de Janeiro. Visitas 145 Indagados sobre como a sociedade pode participar Por dentro do TCMRJ 149 das políticas públicas de segurança, moradores da Livros 150 Barra da Tijuca e marechal Hermes manifestam suas Cartas 151 opiniões. Controle Social “O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem caráter, nem dos sem moral. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”. Martin Luther King ada cidadão pode e deve - individualmente ou coletivamente - orientar à Administração a adotar Cmedidas que realmente atendam ao interesse público, além de exigir que o gestor preste contas de sua atuação. Assegurado pela Constituição de 88, o controle social não obriga o cidadão a fiscalizar e a controlar, mas assegura este direito. Revista TCMRJ n. 46 - janeiro 2011 3 Revista TCMRJ n. 46 - janeiro 2011 3 Os Tribunais de Contas e os desafios para a promoção do controle social Para o Conselheiro Zilton Rocha, do TCE/BA, os Tribunais de Contas precisam se ajustar a cada momento histórico vivido pelo povo a quem servem. “Se querem se desvincular de um passado, onde sua missão era focar o controle apenas na conformidade, precisam caminhar, agora, em direção ao fortalecimento do Controle Social”. Controle social e gestão pública Conselheiro Zilton Rocha Tribunal de Contas do Estado da Bahia 1. INTRODUÇÃO HÉMON: nunca proporei que se respeite quem houver praticado o mal. CREONTE: e por acaso não foi um crime o que ela fez? HÉMON: não é assim que pensa o povo de Tebas. CREONTE: com que então cabe à cidade impor-me as leis que devo promulgar? HÉMON: vê como tua linguagem parece ser a de um jovem inexperiente! CREONTE: é em nome de outrem que estou governando neste país? HÉMON: ouve: não há estado algum que pertença a um único homem! CREONTE: não pertence a cidade, então, ao seu governante? HÉMON: só num país inteiramente deserto terias o direito de governar sozinho! (Diálogo entre Hemon e seu pai na tragédia Antígona, de Sófocles) o berço da democracia, regimes democráticos, pois demonstra somos um país de muitos contrastes. o clamor popular dos que não basta existir em textos legais Segundo dados do Relatório tebanos, registrado no alerta com os mais avançados princípios e elaborado pela ONU, sobre o Índice proferido por Hémon, não instrumentos de participação popular, de Desenvolvimento Humano (IDH), Nfoi suficiente para Creonte anular é preciso verificar sua efetivação no divulgado no dia 03 de novembro de seu édito e impedir, a tempo, que sua cotidiano da sociedade. 2010, o Brasil apresenta um índice tirania causasse a morte de Antígona, Não estamos inseridos em uma inferior à média da América Latina, do próprio Hémon e de Eurídice, além tragédia grega, tampouco vivemos em ocupando a 73ª posição entre 169 de toda tragédia que abalou Tebas.
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