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Gastropoda, Bivalvia, Polyplacophora E Scaphopoda

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Bolm Inst. oceanogr., S Paulo, 41(112):13-27, 1993 Malacofauna marinha da região costeira do Canal de São Sebastião, SP, Brasil: Gastropoda, Bivalvia, Polyplacophora e Scaphopoda Alvaro Esteves MIGOTI01; Claudio Gonçalves T1AG01 & Aimê RacheI Magenta MAGALHÃEsl 1 Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Caixa Postal 83, 11600-970 São Sebastião, SP, Brasil) 2 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Catarina (Caixa Postal 476, 88010-970 Florianópolis, SC, Brasil) • AbstrocL· Between June 1982 and February 1983 a survey of the marine molluscs of the Channel of São Sebastião, State of São Paulo, was carried out A total of 195 species were found: 103 gastropods, 87 bivalves, 4 chitons, and 1 scaphopod. 140 species belong to the Caribbean fauna, 22 are circumtropical or worldwide in distribution, 13 are endemic to the Brazilian coast, and 10 belong to the Patagonian fauna. Most species (77,6 %) were found in the intertidal zone.142 species, recorded for the region by other authors and not found in the present survey, are also listed A reduction in the number of species was also observed comparing the present data (1982-1983) with more recent data from other authors (1987-1989). This situation is probably due to chronic pollution and other environmental impacts. • Resumo: Um levantamento faunístico dos moluscos marinhos do Canal de São Sebastião foi realizado entre junho de 1982 e fevereiro de 1983. Um total de 195 espécies foram encontradas: 103 gastrópodes, 87 bivalves, 4 quitons e 1 escafópodo. 140 espécies pertecem a fauna caribeana, 22 são cosmopolitas ou circuntropicais, 13 são endêmicas da costa brasileira e 10 pertecem à fauna patagÔnica. A maioria das espécies foi encontrada na região entremarés. São também listadas outras 142 espécies de moluscos registradas por outros autores para a região e não reencontradas. Foi notada uma redução no número de espécies ao se comparar os dados do presente trabalho com dados mais recentes, obtidos por outros autores. Levanta-se a hipótese de que esta situação é devida a poluição crônica e outros impactos ambientais. • Descriptors: Marine molluscs, Community composition, Intertidal environment, Check lists, Biological survey, Environmental impaet, Gastropoda, Bivalvia, Polyplacophora, Scaphopoda, São Sebastião, São Paulo, Brazil. • Descritores: Moluscos marinhos, Composição da comunidade, Região entremarés, Lista das espécies, Levantamentos biológicos, Impacto ambiental, Gastropoda, Bivalvia, Polyplacophora, Scaphopoda, São Sebastião: SP, Brasil. publicaram os resultados de suas excursões à Dha de Introdução Aleatrazes, e Luederwaldt (1929 a,b), à Ilha de São Sebastião. Os primeiros registros da malacofauna marinha do Morretes (1949, 1953), Marcus, E. (1953,1955, 1957, litoral norte do Estado de São Paulo são de Ihering (1897), 1958), Mareus, E.B.R. (1953, 1956, 1972, 1971), Mareus & num relato de viagem científica à Ilha de São Sebastião. Marcus (1955, 1957, 1960), Klappenbaeh (1964, 1965, Duas décadas após, Luederwaldt & Fonseca (1923) 14 Bolm lnst. oceanogr. S Paulo, 41(1/2), 1993 1966), Narchi (1966), Righi (1967), Ditadi (1969), Penna A amostragem na região entremarés foi feita durante (1971), Montouchet (1972), Penna-Neme (1978), marés baixas de sizígia. Em substrato consolidado foram Penna-Neme & Leme (1978), Duarte (1980), Morgado utilizadas pinças, ponteiras de aço e martelos. Nas praias (1980) Penna-Neme & Cruz-Natali (1984), Rios (1985), arenosas as coletas foram feitas através de escavações com Domaneschi (1986), Tiago (1989), Amaral et aI. (1990), auxílio de pá, em locais onde haviam vestígios indicativos Morgado et ai. (1990) e Shimizu (1991) contribuíram da presença de moluscos, como rastros e orifícios de sig~ificativamente para ampliar o conhecimento da galerias. Além disso, cavamos em diferentes locais das malacofauna de São Sebastião. praias, até a profundidade de 30 em no substrato, e triamos O presente trabalho consiste em um levantamento o sedimento coletado em peneira com malha de 1 mm, faunístico dos moluscos marinhos da região de São selecionando os moluscos nele presentes. Sebastião. VJSaDdo apresentar uma lista abrangente, os No infralitoral foi empregado mergulho livre e registros dos autores citados acima foram também autônomo. No substrato rochoso, foi Usado o mesmo incluídos, nos casos das espécies não reencontradas. procedimento da região entremarés. O substrato não­ A região estudada e o Canal de São Sebastião como um consolidado foi amostrado de maneira não quantitativa, todo sofrem interferência ambiental crônica com os em pontos situados a 5 e a 10 m de profundidade; as coletas pequenos, mas constantes, vazamentos de petróleo, a foram realizadas, em mergulho autônomo, com o auxílio descarga de esgotos domésticos sem tratamento e o afluxo de pá, até a profundidade de 30 cm no sedimento. O de material terrígeno particulado de origem antrópica material coletado foi transferido para sacos de náilon e, (Schaeffer-Novelli, 1990). Entre 1978 e 1989 foram posteriormente, triado em peneira com malha de 1 mm. registrados 76 acidentes com petróleo em São Sebastião, Além dos moluscos coletados diretamente, seixos, relacionados às atividades do Terminal Marítimo madeira, algas e corais, dentre outros materiais e Almirante Barroso - TEBAR, da PETROBRÁS, que organismos foram levados ao laboratório e examinados na liberaram para o ambiente marinho um total estimado de busca de espécimes. 11.000 m3 (fonteCETESB-GOEJDAEM, 1989). A Baía do Os animais foram anestesiados em solução aquosa de Araçá e a Praia do Cabelo Gordo de Dentro foram muito cloreto de magnésio a 7,5% ou de propilenofenoxetol, afetadas por serem ambas abrigadas, de sedimento fino (cf. fixados em formol salino 4% e c()I1&ervados em álcool Amaralet al., 1990) e, portanto, muitos sensíveis à poluição 80%. por·óleo (AP!, 1985; Schaeffer-Novelli, 1990). A identificação preliminar das espécies foi baseada em Em 1988, parte da Baía do Araçá foi aterrada para a Abbott (1974) e Rios (1985) e, J>O$teriormente, confirmada futura ampliação do Porto de São Sebastião. Em 1989, a por comparações com material da coleção do Museu de dragagem de um canal, para a instalação do emissário Zoologia da Universidade de São Pay1Q (MZUSP) e com submarino de esgostos domésticos da cidade, causou O auxílio de especialistas. profundo impacto no restante da baía, formando várias ilhotas de areia, alterando o perfil das praias e as áreas de A região de estudo sedimentação, assoreando costóes rochosos, e soterrando os pneumatóforos de Laguncularia racemosa e Avicennia O Canal de São Sebastião (S40 Sebastião, SP), com schaueriana. mais de 20 km. de extensão, estende-se entre o continente Tendo em vista os inúmeros impactos ambientais que e a ilha de São Sebastião no eixo NE/SW; sua largura é de o Canal de São Sebastião vem sofrendo, um melhor aproximadamente 7 km. na entrada sul, 6 km na entrada conhecimento faunístico e florlstico é necessário para que norte e 2 km na região central (FurtadQ, 1978). Está situado se possa avaliar a extensão destes impactos. Sob este numa zona de transição, denominada Província enfoque, os dados deste trabalho foram comparados, Zoogeográfica Paulista, com limite none entre os Estados quando possível, aos de Amaral et aI. (1990) e de Shimizu do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, e sul, entre o Rio (l99í), obtidos cerca de cinco anos após o período em que Grande do Sul e o Uruguai. Esta província abriga coletamos nossas amostras, visando verificar se houve representantes da fauna caribeana e da fauna patagônica, alteração no número de espécies de moluscos da região além de espécies circuntropicais e endêmicas (Palacio, entremarés de algumas das praias estudadas. 1982). A região de estudo abrange a porção sul do Canal de São Sebastião (Fig. 1), da Ponta do Guaecá (23°50'S, Material e métodos 45"27'W) à Baía do Araçá (23°48'S, 45"24'W), incluindo a região entremarés e o infralitoral de nove costões As coletas foram qualitativas e realizadas entre junho rochosos, de sete praias arenosas, de uma baía areno­ de 1982 e fevereiro de 1983. Foram considerados somente lodosa (Baía do Araçá) e de uma laj e rochosa, os espécimes vivos. parcialmente emersa (Laje dos Moleques ou Farol dos Moleques). MIGO'ITO et aJ.: Malacofauna marinha: Levantamento faunís?co: Canal de São Sebastião: SP 15 CANAL DE SÃO SEBASTIÃO FIg. 1. locais de coleta. 1. Ponta do Guaecá; 2. Praia de Barequeçaba; 3. Costão Praia de BarequeçabalPonta do Baleeiro; 4. Ponta do Baleeiro; 5. Praia do Segredo; 6. Ponta do Jarobá; 7. Praia do Cabelo Gordo de Dentro; 8. Costão Praia do Cabelo Gordo/Prala das Pitangueiras; 9. Praia das Pitangueiras; 10. Costão Praia das Pitanguelras/Prala do 21mbro; 11. Praia do 21mbro; 12. Costão Praia do 'Zlmbro/Prala Grande; 13. Praia Grande; 14. Laje dos Moleques; 15. Costão Praia Grande/Prala Preta; 16. Praia Preta; 17. Costão Praia PretalBala do Araçá 18. Bafa do Araçá. A temperatura da água superficial do canal, próximo poliplac6foro) são endêmicas da costa brasileira e 10 (5 ao Iaborat6rio do CEBIMar, variou, entre março de 1979 gastr6podes, 4 bivalves e 1 poliplac6foro) pertencem à e março de 1991, de 16,5 a 31,O"C (média de 23,7"C) e a fauna patagônica. salinidade, entre 29 e 36 (média de 33,9); a temperatura Os moluscos mais comuns (encontrados em pelo do ar variou de 9 a 3goC (média de 24,5°C) (CEBIMar, menos oito locais de coleta) fo~am os gastr6podes 1991). Anachis Iyrata, Astraea phoebia, Bittium varium, Cerithium atratum, C. ebumeum, ColliseUa subrugosa, Costoanachis catenato, C sertularianun, Crepidula plana, Diodoro patagonica, Fissurella clench~ Leucozonia Resultados nossa, Littorina fiava, Mitrella argus, Morula nodulosa, Nodilittorina Iineolata, Olivella minuta, Rissoina catesbyana, Siphonaria hispida, Tegula viridula, Thais Foram coletadas 195 espécies de moluscos: 103 haemostoma e Tricolia affinis, os bivalves Arca imbricata, gastr6podes, 8:7 bivalves, 4 poliplac6foros, e 1 escaf6podo Arcopsis adamsi, Barbatia candida, Brachidontes (Tabs 1, 2 e 3). Destes, 185 foram identificados a nível de so/isianus, Chama congregata, Corbula s p, Crassostrea espécie e 10, a nível de gênero.
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    Localidades Fossilíferas Da Formação Pirabas (Mioceno Inferior) Fossiliferous Localities of the Pirabas Formation (Lower Miocene)

    Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Nat., Belém, v. 5, n. 2, p. 207-224, maio-ago. 2010 Localidades fossilíferas da Formação Pirabas (Mioceno Inferior) Fossiliferous Localities of the Pirabas Formation (Lower Miocene) Vladimir de Araújo TávoraI André Augusto Rodrigues dos SantosII Raphael Neto AraújoIII Resumo: A Formação Pirabas ocorre exposta descontinuamente ao longo de falésias costeiras, cortes de estradas, minas a céu aberto e em subsuperfície, nos estados do Pará, Maranhão e Piauí. Este trabalho trata de recompilação bibliográfica que reúne um conjunto de 27 localidades fossilíferas da Formação Pirabas, sendo 21 no estado do Pará, três no Maranhão e três no Piauí, além de outras 15 localidades apenas noticiadas. Para cada uma delas consta pela primeira vez a localização geográfica georreferenciada, plotada em mapa de localização, listagem do conteúdo macrofossilífero e dos autores que desenvolveram trabalhos de pesquisa. Palavras-chave: Localidades fossilíferas. Mioceno Inferior. Formação Pirabas Abstract: The Pirabas Formation occurs in twenty-seven geographic localities in the Pará, Maranhão and Piauí states, where has been recorded in outcrops along coastal cliffs, roadcuts, mines and in the underground. In this paper, for the first time, the localities were located in map and georeferentiated, its macrofossiliferous content recorded, and the researchers that studied the specific geographic village were listed. Keywords: Fossiliferous localities. Early Miocene. Pirabas Formation I Universidade Federal do Pará. Instituto de
  • Hauser, I., Oschmann, W., Gischler, E

    Hauser, I., Oschmann, W., Gischler, E

    Facies (2007) 53:451–478 DOI 10.1007/s10347-007-0111-7 ORIGINAL ARTICLE Modern bivalve shell assemblages on three atolls offshore Belize (Central America, Caribbean Sea) Ilona Hauser Æ Wolfgang Oschmann Æ Eberhard Gischler Received: 2 November 2006 / Accepted: 24 April 2007 / Published online: 20 June 2007 Ó Springer-Verlag 2007 Abstract The Belize atolls—Glovers Reef, Lighthouse Introduction Reef and Turneffe Islands—show differences in geomor- phology, lagoonal depth, bottom sediment, growth of Bivalve assemblages are indicators for lagoonal habitats in mangroves and sea-grass, exposure to waves and currents the Caribbean. For instance, Robertson (1963) and Purdy as well as in their sedimentation rates and their age. Bi- et al. (1975) investigated the bivalve fauna of the Belize shelf valve shell assemblages in lagoonal areas reflect these and Ekdale (1974, 1977) studied the fauna of the Yucata´n geomorphological differences. On each atoll, 32 to 44 re- shelf. Other studies on bivalves in the Caribbean and adja- cent sediment samples were taken (total number of samples cent areas are available from MacKinnon and Jones (2001) 111) and bivalve shells subsequently identified. The on Grand Cayman, Hoskins (1964) in the Gulf of Batabano resulting database (32,122 bivalve shells in total) was (Cuba) and Turney and Perkins (1972) in Florida Bay. analysed using Q-mode cluster analyses. Both the distri- Vermeij (1978), Petuch (1982) and Vermeij and Petuch bution of species characteristic of different lagoonal habi- (1986) described the development of the molluscan prov- tats and the distribution of bivalves with different life and inces in the Eastern Pacific and the Western Atlantic feeding habits were investigated.
  • Inferência De Padrões De Distribuição Da Família Veneridae (Mollusca, Bivalvia) No Brasil Através De Base Secundária De Dados

    Inferência De Padrões De Distribuição Da Família Veneridae (Mollusca, Bivalvia) No Brasil Através De Base Secundária De Dados

    Neotropical Biology and Conservation 10(3):123-131, september-december 2015 Unisinos - doi: 10.4013/nbc.2015.103.02 Inferência de padrões de distribuição da família Veneridae (Mollusca, Bivalvia) no Brasil através de base secundária de dados Distribution patterns inference of the family Veneridae (Mollusca, Bivalvia) in Brazil through secondary database Valesca Paula Rocha1, 2 [email protected] Resumo Veneridae é considerada uma das maiores famílias do Recente, e também uma das mais Helena Matthews-Cascon1 diversas dentro de Bivalvia, distribuindo-se tanto em ambiente marinho quanto estuarino. [email protected] Estudos de cunho biogeográficos são importantes para manejo e conservação da biodi- versidade. O trabalho tem como objetivo inferir os padrões de distribuição latitudinais e longitudinais, reunindo e listando a composição de venerídeos para a costa do Brasil a partir de base secundária de dados. A composição e distribuição geográfica foram de- terminadas a partir de levantamento bibliográfico, bem como acesso a bancos de dados online, e classificadas em padrões de distribuição atuais (latitudinais e longitudinais). Se- gundo dados da literatura, registram-se 40 espécies para a família no Brasil, sendo obser- vada semelhança na malacofauna de Veneridae entre Brasil, Caribe e Golfo do México. As espécies de venerídeos foram classificadas em oito padrões latitudinais e cinco longi- tudinais. O trabalho aponta uma provável distribuição da família e indica a necessidade de aprofundar o conhecimento da malacofauna no país. Palavras-chave: biogeografia, heterodonta, venerídeos, Atlântico Ocidental. Abstract Veneridae is one of the largest families of Recent, also one of the most diverse within Bivalvia, being found in marine and estuarine environments.