A Caminho Do Planetário: Uma História De Paisagens Sonoras, Poéticas E Existenciais Das Psicodelias Nordestinas (Recife 1972- 1976)
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
A CAMINHO DO PLANETÁRIO: UMA HISTÓRIA DE PAISAGENS SONORAS, POÉTICAS E EXISTENCIAIS DAS PSICODELIAS NORDESTINAS (RECIFE 1972- 1976) HENRIQUE MASERA LOPES 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: HISTÓRIA E ESPAÇOS LINHA DE PESQUISA: CULTURA, PODER E REPRESENTAÇÕES ESPACIAIS A CAMINHO DO PLANETÁRIO: UMA HISTÓRIA DE PAISAGENS SONORAS, POÉTICAS E EXISTENCIAIS DAS PSICODELIAS NORDESTINAS ( RECIFE 1972- 1976) HENRIQUE MASERA LOPES NATAL, MAIO DE 2017. 2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI CCatalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - CCHLA Lopes, Henrique Masera. A caminho do planetário: uma história de paisagens sonoras, poéticas e existenciais das psicodelias nordestinas (Recife 1972- 1976) / Henrique Masera Lopes. - 2017. 245f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós- Graduação em História. Orientador: Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior. 1. Contracultura - Recife (Pernambuco). 2. História (Brasil). 3. Movimentos musicais. 4. Espaço. I. Albuquerque Júnior, Durval Muniz de. II. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU 78.03(813.4) 3 HENRIQUE MASERA LOPES A CAMINHO DO PLANETÁRIO: UMA HISTÓRIA DE PAISAGENS SONORAS, POÉTICAS E EXISTENCIAIS DAS PSICODELIAS NORDESTINAS ( RECIFE 1972- 1976) Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós- Graduação em História, Área de Concentração em História e Espaços, Linha de Pesquisa: Cultura, Poder e Representações Espaciais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação do Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior. NATAL, MAIO DE 2017 4 HENRIQUE MASERA LOPES A CAMINHO DO PLANETÁRIO: UMA HISTÓRIA DE PAISAGENS SONORAS, POÉTICAS E EXISTENCIAIS DAS PSICODELIAS NORDESTINAS ( RECIFE 1972- 1976) Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela comissão formada pelos professores: Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior ( UFRN) Prof. Dr. Edwar de Alencar Castelo Branco ( UFPI) Prof. Dr. Raimundo Pereira Alencar Arrais ( UFRN) Prof. Dr. Renato Amado Peixoto ( UFRN) Natal, Maio de 2017. 5 AGRADECIMENTOS São muitas as pessoas que tenho a agradecer de coração durante a trajetória de realização desta pesquisa. Cada uma delas foi fundamental para que chegasse aqui agora com a alegria e o alívio de finalizar essa trajetória que começou ainda em 2014 - antes de iniciar o Mestrado- e que agora se desfecha. Justamente num momento político marcado pela consolidação precária de mais um Golpe inventado no Brasil, que dessa vez se disfarçou pateticamente de ''cruzada anti- corrupção" e que dia após dia deixa mais claro que se impôs com o auxílio da grande mídia e de parte do poder judiciário como meio possível para retrocessos de toda ordem. Sou grato a todos os colegas de turma no PPGH-UFRN que entraram nesse processo comigo em 2015, em especial ao Jandson Bernardo, Henrique Lucena, Patrícia Morais e Antônio Ferreira, com quem sempre mantive boas conversas durante o primeiro ano do curso. Sou grato a todas as pessoas envolvidas nos afazeres diários das instituições que frequentei durante a realização da pesquisa: aos funcionários e funcionarias da Fundação Joaquim Nabuco em Recife, da Editora Três em São Paulo e do CCHLA-UFRN em Natal. Agradeço também à Clara por me hospedar em São Paulo e ao Fravo e todo o pessoal da Casa Azul, por me receberem durantes as viagens de pesquisa à Recife. Meus sinceros agradecimentos a cineasta Kátia Mesel que entrevistei em Recife no ano de 2016. Obrigado por me receber em sua casa, abrir suas gavetas e conversar sobre suas vivências experimentadas na década de 70. Obrigado aos colegas da base de pesquisa '' Cartografias Contemporâneas", aos que já passaram por lá Diego José, Felipe Cavalcanti, Priscila Farias, Jéssica Dalcin e também aos que chegaram recentemente, Paulo Higor, Clara Minervino, Matheus Ramos, Pedro Almeida, Jussier Dantas. Sou grato pelos momentos de diálogo e troca de conhecimentos. Agradeço aos professores, começando por Raimundo Nonato, que fez da disciplina História Cultura dos Espaços um momento de reflexão importante. Ao Renato Amado, que na disciplina de Teoria e Metodologia da História trouxe a leitura do filósofo Jean Baudrillard, o que acabou abrindo um horizonte de possibilidades para o segundo capítulo desse trabalho. Também agradeço ao Renato pela leitura e arguição que realizou durante a banca de qualificação em 2016. Ao professor Raimundo Arrais, suas aulas na disciplina de Historiografia e Produção dos Espaços foram pra mim momentos de escuta e de diálogo, que me fizeram compreender melhor não só as muitas maneiras de escrever história, mas também o processo tortuoso que a pesquisa e a escrita suscitam nesse período de dois anos. Também agradeço ao professor pela leitura e arguição do meu trabalho na banca de qualificação. Ao professor Sebastião Vargas, pelas conversas que mantivemos fora das salas e pelas dicas de leitura. Ao 6 professor Edwar de Alencar Castelo Branco, meus sinceros agradecimentos por ter aceito o convite para fazer parte da banca de defesa desta dissertação. Ao professor Durval Muniz não sei nem por onde começar a agradecer. Foram dois anos de muitos diálogos e cada um desses vários momentos foram fundamentais para a construção desta dissertação. Das disciplinas de Leituras Dirigidas aos Seminários, passando pela experiência em sala de aula e pelas inúmeras contribuições trazidas por sua leitura. Mais que um orientador com o qual sigo aprendendo nos últimos sete anos, Durval foi um grande incentivador ao longo dos altos e baixos que experimentei nesse processo. Sou grato pelos aprendizados que levo pra vida. Amizades, todas elas, muito obrigado por estarem por aqui criando e tecendo universos conjuntos. Em especial aos meus amigos Pedras e Walter Nazário, parceiros de correria cotidiana e criação musical com as bandas Igapó de Almas e Esquizophanque, pessoas que eu admiro e que são companheiros de tantos momentos da vida. Sou grato por aprender com vocês! Maria Di Lia, Netuno, Sol, Délia, Rudá, Maurizio, Esmeraldo, Rafael, Lucas, Geovane, Dora, Jan, Alvaro, Wagner, Leilane, Jota, Carlos Gurgel, obrigado pela presença única e pelas boas conversas. Cristina, Paulo, Jéssica, Pedro, Flávia, Thiago, Chará, Maia, Uli, Jamal, meus vizinhos de comunidade, obrigado por estarem por perto vivendo em harmonia, autonomia e respeito mútuo. Obrigado de coração aos meus familiares por todo o apoio, dedicação e amor. Estamos entrelaçados na vida e só quero o melhor pra cada um de vocês. Obrigado a minha mãe, minha irmã e meu pai por tudo que já fizeram e fazem por mim. Verônica, Rafa e Marcos. Amo vocês! Também dedico esse trabalho a minha avó, Alba, que se foi recentemente. Meu agradecimento final é pra Luísa, minha companheira linda, amorosa, a pessoa que esteve mais próxima de mim durante todo esse período. Sua presença me faz feliz. Obrigado por tudo! Todos os momentos que passamos juntos, das dores às delícias, me fazem sentir que você tem muito a me ensinar sobre a vida e contigo quero seguir aprendendo, vivendo, amando. Esta dissertação foi realizada com o incentivo fundamental de bolsa de pesquisa concedida pela CAPES, que me deu a tranquilidade necessária pra me dedicar aos estudos. 7 RESUMO Este trabalho se ocupa em pesquisar a relação entre história, música e a invenção de espaços de experimentação coletivos. Seu objetivo principal é compreender as condições históricas de possibilidade das paisagens sonoras, poéticas e existenciais cartografadas pelas psicodelias nordestinas que foram expressas musicalmente entre 1972 e 1976 na cidade de Recife. O ponto de partida é a movimentação musical e existencial ligada à contracultura que emergiu na década de 70 na capital pernambucana. Através desse momento iremos compreender certos deslocamentos que se deram no período e que estão presentes na discografia de jovens compositores que lançavam seus primeiros discos à época, como Zé Ramalho, Lula Côrtes, Alceu Valença, Marconi Notaro, Flaviola e a banda Ave Sangria. A dissertação se divide em três capítulos: o primeiro deles propõe uma espécie de cartografia de experiências contraculturais na cidade de Recife. Aqui o objetivo será compreender - a partir destas movimentações musicais – os territórios existenciais e as estratégias de vida que ganharam corpo neste momento, no país, marcado pela repressão política com a ditadura civil e militar. O segundo capítulo consiste numa análise que parte da experiência coletiva que envolveu a produção do álbum Paêbiru: Caminho da Montanha do Sol - lançado por Lula Côrtes e Zé Ramalho em 1975 – para entender certos tensionamentos espaço-temporais que ganharam consistência na década de 70 através dos eventos da Era Espacial e de que maneira essas transformações reverberam na desterritorialização do Nordeste. Por fim, o capítulo final, procura traçar um histórico sobre a construção de um arquivo sonoro nordestino ao longo do século XX e como a discografia destes jovens músicos da década de 70 remanejam, atualizam e transgridem os comandos vindos desse arquivo, inventando paisagens sonoras, poéticas e existenciais em suas obras que expressam uma ruptura, uma fissura, uma quebra