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MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL O VISÍVEL E O INVISÍVEL

“Há coisas que são abissais e os abismos não se podem filmar, sugerem-se. Entre uma cena e outra pode ficar uma sugestão.” , catálogo da Cinemateca Manoel de Oliveira, 1981

“É aliás disso que eu gosto em geral no cinema: uma saturação de signos magníficos que se banham na luz da sua ausência de explicação. É por isso que eu acredito no cinema.” Manoel de Oliveira em conversa com Jean-Luc Godard, Libération, setembro de 1983 Expressões como mistério, ocultação ou invisibilidade são frequente- abre-se a filmes em que Manoel de Oliveira participou como ator ou em mente usadas perante uma obra cinematográfica em que a clareza e que foi retratado. a visibilidade de determinados signos surge muitas vezes aliada à sua Oliveira terminou o seu filme inaugural, DOURO, FAINA FLUVIAL mais profunda ambiguidade, um cinema intimista que convida o espec- (1931), ainda na época do mudo, com apenas 23 anos, altura em que tador à reflexão sobre aquilo que vê e ouve e a preencher as elipses do no contexto da burguesia portuense se afirmava como desportista de que não é dito e não é mostrado, do que não podendo a imagem dar a renome, datando o último de 2014. Entre essas datas, mais de 60 filmes, ver, deve ocultar. Em 2006, Manoel de Oliveira designou um filme de longas e curtas-metragens, espelhando períodos produtivos com uma curta-metragem como DO VISÍVEL AO INVISÍVEL, título que nos ser- grande, involuntária, assimetria de intensidade. Muito do que sobre o viu de inspiração para voltar ao seu cinema. cineasta foi escrito não cessa de salientar a excentricidade dessa longa Este programa é a primeira verdadeira integral Manoel de Oliveira história de “últimos filmes” e consequentes recomeços, associados (1908-2015) na Cinemateca, iniciando-se na data do seu aniversário aos grandes hiatos e silêncios daquela que se tem classificado como de nascimento, com NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR, para a primeira fase da obra de Oliveira, no arco temporal de 50 anos que depois recuar aos começos e seguir a ordem de uma cronologia, que culmina em 1971, altura em que, já com mais de 60 anos de idade, em dezembro termina com OS CANIBAIS (1988) e se prolonga ao mês realiza O PASSADO E O PRESENTE e começa a filmar com inesperada de janeiro. Prevê-se uma edição alusiva no decurso do próximo ano. É regularidade. Entre os principais títulos desse primeiro período, simultaneamente a quarta integral na Cinemateca, depois de três outras marcado por um mais forte pendor documental, estão os muito distintos retrospetivas necessariamente incompletas (as de 1981, 1988 e 2008) DOURO, FAINA FLUVIAL, O PINTOR E A CIDADE (1956) e ACTO DA dado que Oliveira não cessou de filmar. Ao revisitar agora a totalidade da PRIMAVERA (1963), mas também ficções como ANIKI BÓBÓ (1942) e obra de Oliveira, espera-se deste programa que contribua para renovar A CAÇA (1964). Nos intervalos, muitos projetos que não passaram do olhares sobre a obra de um criador que, à revelia dos cânones, não papel, entre os quais “Angélica” (1952), só concretizado em 2010 como conhecia limites para a criatividade e para a experimentação. De fora fica O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA. mais uma vez MIRAMAR, PRAIA DAS ROSAS, curta-metragem de 1938, Uma característica determinante da obra de Oliveira foi o desenvolvimento de que se continua a desconhecer o paradeiro de qualquer material. OS de uma prática acompanhada por uma profunda reflexão sobre o meio CANIBAIS e O DIA DO DESESPERO (este último a programar em janeiro) cinematográfico materializada nessa mesma prática. Um pensamento são apresentados em cópias novas 35 mm. Pela primeira vez desde há que evoluiu de uma crença inicial numa “especificidade” do cinema muito tempo, O PÃO é apresentado na sua versão longa (de 1959), e enquanto arte da imagem e da montagem (partilhada com as numa cópia recém-restaurada pelo Arquivo da Cinemateca (a exibição vanguardas contemporâneas de DOURO) para um cinema assente na da versão mais curta, de 1964, está prevista em janeiro). A retrospetiva força da palavra. Entre os títulos fundamentais que lançam as bases de

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 2 um “sistema Oliveira” que perdurará muitos anos, não cessando de se personagens sujeitas a destinos trágicos e a um desejo de absoluto, que renovar, estão O PINTOR E A CIDADE, a primeira obra que realiza a cores, as conduz frequentemente à morte. Personagens sublimes e perversas, e em que insiste pela primeira vez em planos propositadamente mais que desde o precoce ANIKI BÓBÓ discorrem sobre as preocupações do longos; ACTO DA PRIMAVERA, pelo modo como sublinha o artifício da cineasta, “sobre a noite e sobre as estrelas, sobre o diabo e as tentações.” representação e o cinema anuncia a sua presença material no momento É assim que filma o charme discreto da burguesia nortenha do século em que se filma a si próprio, produzindo uma coalescência de tempos XIX, como é assim que filma o povo (“o palco do povo”), a realidade, a diferentes. Mas também O PASSADO e o PRESENTE e BENILDE OU A cultura e a história portuguesa. Um mundo em que os atores, “no seu VIRGEM MÃE (1974). mistério essencial” (as palavras são do cineasta), representam um papel O PASSADO E O PRESENTE inicia a referida segunda fase da obra determinante quando dão corpo e voz às personagens: Leonor Silveira, de Oliveira e o seu crescente reconhecimento crítico (não isento de Luis Miguel Cintra, Diogo Dória, Ricardo Trêpa ou Leonor Baldaque, para polémicas conhecidas), que se prolonga com BENILDE, AMOR DE citar apenas alguns dos “modelos” da grande “família” do cineasta a que PERDIÇÃO (1978) e FRANCISCA (1981). A designada “tetralogia dos se juntam nomes como Bulle Ogier, Catherine Deneuve, John Malkovich, amores frustrados” traduz a relação profunda que se estabelece daí para Michel Piccoli, Marcello Mastroianni, Michael Lonsdale, Jeanne Moreau a frente entre cinema, literatura e teatro: as peças de Vicente Sanches e ou Claudia Cardinale. José Régio, os romances de Camilo Castelo Branco e Agustina Bessa-Luis, Escrevia Agustina Bessa-Luis em 2000: “Manoel de Oliveira não faz fil- que acompanhará Oliveira durante muitos anos a partir de FRANCISCA, mes continuamente para chegar à perfeição, mas porque ama o impre- assim como o produtor . Aos elaborados movimentos de visto, o desconhecido de cada trabalho. Ele tem ciúme do que lhe escapa câmara de O PASSADO E O PRESENTE, BENILDE contrapõe já a transição em cada filme que faz, e por isso persegue de uma forma narcísica o que definitiva para um cinema assente na expansão da duração do plano, lhe foge”. É o que não cessam de provar as suas últimas longa-metragens: em que a câmara reconquista a imobilidade de um ponto de vista fixo, SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA (2009), O ESTRANHO preservando a tão hierática relação com o teatro, que se prolongará ao CASO DE ANGÉLICA (2010) e O GEBO E A SOMBRA (2012). longo da obra de Oliveira, assumindo diferentes configurações. Na sua “E a alma o que é?” “A alma é um vício”, o vício que todos os filmes teatralidade, estes e outros títulos tinham caminhado ao encontro do de Oliveira perseguem, como afirmou João Bénard da Costa a partir que de mais moderno se estava a fazer nessa altura no cinema. Como deste extraordinário diálogo de FRANCISCA. “Os abismos, as almas, os escreveu João Bénard da Costa sobre O PASSADO E O PRESENTE – “Era pensamentos não se filmam. Só se filma o que é fotografável e é por o filme mais moderno feito alguma vez em .” isso que eu não gosto de sair do concreto.” Oliveira não filma almas, mas Como todos os grandes artistas, Oliveira estabelecia uma conceção de corpos que nos aparecem frequentemente como fantasmas, o visível e o mundo e uma obra imersa em contradições. Uma obra dominada por invisível.

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 3 dezembro 2018 ffSala M. Félix Ribeiro | Qua. [12] 19:00 marcada pelo efémero e pela frustração” (João Bénard da Costa). Apresentado no V Congresso DOURO, FAINA FLUVIAL ffSala M. Félix Ribeiro | Ter. [11] 21:30 Internacional da Crítica, em 1931, sem som e sem de Manoel de Oliveira ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [14] 15:30 qualquer acompanhamento musical, DOURO é Portugal, 1931-1934 – 18 min exibido na versão distribuída comercialmente em NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR versão sonorizada com música de Luís de Freitas Branco 1934, sonorizada com música de Luís de Freitas de Manoel de Oliveira ANIKI BÓBÓ Branco, a convite de António Lopes Ribeiro, que propôs a Oliveira estrear o filme como com Luis Miguel Cintra, Diogo Dória, de Manoel de Oliveira complemento de GADO BRAVO. O programa Miguel Guilherme, Luís Lucas, Carlos Gomes, com Nascimento Fernandes, Fernanda Matos, António Sequeira Lopes Horácio Silva, António Santos prossegue com ANIKI BÓBÓ, a primeira longa- metragem de Manoel de Oliveira, segundo Portugal, Espanha, França, 1990 – 108 min | M/12 Portugal, 1942 – 68 min duração total da projeção: 86 min | M/6 o conto de Rodrigues de Freitas, Meninos com a presença de Diogo Dória, Luís Lucas, Milionários. O título é a invocação de um jogo Luis Miguel Cintra, Miguel Guilherme, DOURO, FAINA FLUVIAL é o primeiro momento Ricardo Trêpa e Ruy de Carvalho infantil para dividir os que serão “polícias” e da obra de Manoel de Oliveira, que, para este “ladrões”. Uma belíssima incursão no mundo da A História de Portugal vista à luz das suas filme, também colheu forte inspiração num dos infância, que é simultaneamente um documento derrotas, contada pelo Alferes Cabrita aos géneros “vanguardistas” mais em voga na época, excecional sobre a cidade do no começo homens da sua companhia em plena guerra o do “filme-sinfonia” (em particular num dos da década de quarenta. colonial. Ou um filme sobre militares em guerra mais célebres filmes desta corrente, o BERLIN, que evocam momentos de história, e que termina DIE SINFONIE DER GROSSTADT de Walter ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [13] 19:00 com a morte do Alferes Cabrita no dia 25 de abril Ruttmann). “Os portugueses patearam, mas de 1974. Um filme essencial sobre os “Non” da alguns estrangeiros, como Pirandello ou o crítico HULHA BRANCA História de Portugal. NON é palavra buscada ao do Temps, Émile Vuillermoz, não esconderam de Manoel de Oliveira Padre António Vieira, que a chamava “terrível o seu entusiasmo e propagaram pela Europa Portugal, 1932 – 10 min / mudo palavra”. O corpo e a alma de um país nunca se essa obra-prima que tinham descoberto em A CANÇÃO DE LISBOA Lisboa. Caminhando do mais abstrato para o mostraram tanto como neste olhar de um dos de Cottinelli Telmo seus maiores realizadores. Prémio Especial do mais concreto, com uma prodigiosa intuição da força atrativa da montagem e capacidade com Beatriz Costa, Vasco Santana, António Silva, Júri em Cannes. A anteceder a projeção do filme, Teresa Gomes, Sofia Santos, Manoel de Oliveira são apresentadas imagens de Manoel de Oliveira expressiva desta, Oliveira lançou o primeiro marco da sua comédia humana, porventura já Portugal, 1933 – 93 min em rodagem. duração total da projeção: 103 min | M/12

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 4 HULHA BRANCA, filme rodado com uns ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [14] 19:00 enquadramentos, que a versão de 1934 não restos de película que sobejaram de DOURO, respeitava. Esta derradeira versão teve estreia FAINA FLUVIAL, foi feito para assinalar a DOURO, FAINA FLUVIAL na Cinemateca em 18 de junho de 1996. inauguração da Central Hidroelétrica do Ermal, de Manoel de Oliveira PORTUGAL JÁ FAZ AUTOMÓVEIS (ou EM em Rio Ave, fundada em janeiro de 1932, pelo Portugal, 1931-1994 – 17 min PORTUGAL JÁ SE FABRICAM AUTOMÓVEIS) pai de Manoel de Oliveira, industrial visionário. versão sonorizada com música de Emmanuel Nunes foi uma encomenda de Eduardo Ferreirinha, Oliveira assinou o filme com o nome de Cândido PORTUGAL JÁ FAZ AUTOMÓVEIS que criou, em 1938, o modelo Edfor da Ford. Foi Pinto (Manoel Cândido Pinto de Oliveira é de Manoel de Oliveira com este carro que Manoel de Oliveira venceu o seu nome completo). Não lhe planeava Portugal, 1938 – 9 min / mudo em 1938 a II Rampa do Gradil, de que ficaram divulgação mais do que caseira e nunca falou imagens num dos jornais de atualidades dela até encontrar uma cópia em 1998, que a FAMALICÃO desse ano. Considerado desaparecido durante Cinemateca então exibiu pela primeira vez, 66 de Manoel de Oliveira muito tempo (após estreia no Trindade, a 3 de anos depois da rodagem. Contemporânea de Portugal, 1940 – 23 min fevereiro de 1938, como complemento de A HULHA BRANCA é A CANÇÃO DE LISBOA, O PINTOR E A CIDADE ROSA DO ADRO de Chianca de Garcia), o filme a primeira e a mais famosa das chamadas foi redescoberto pela Cinemateca em 1998 e de Manoel de Oliveira “comédias à portuguesa”, e provavelmente o exibido nesse ano. Mas só se localizou, até hoje, Portugal, 1956 – 27 min mais popular filme português de sempre, em a banda imagem, que é tudo o que vamos ver, duração total da projeção: 76 min | M/6 que é de notar a presença de Manoel de Oliveira perdida a música original de Carlos Calderón num papel secundário, contracenando com O primeiro filme de Oliveira é uma obra- e a locução de Fernando Pessa. FAMALICÃO vários atores lendários. Evocação de ambientes prima do cinema de vanguarda e “o primeiro é, na obra de Manoel de Oliveira, o filme mais lisboetas “típicos” com uma brilhante faceta filme de Manoel de Oliveira é o primeiro parecido com um “documentário”, na aceção musical para que contribuiu a partitura filme em que Manoel de Oliveira é grande em lata e corrente do termo. “Toda a lógica (ou original composta por Jaime Silva Filho e René qualquer contexto” (José Manuel Costa). Em ilógica) do comentário é inseparável da voz Bohet. Cottinelli Telmo, que era arquiteto, 1994, Manoel de Oliveira voltaria a DOURO de Vasco Santana. O filme assenta no ator e mistura com muita inteligência cenários para rever a sua versão original, produzindo no nosso conhecimento dele… a um ponto que naturais e cenários de estúdio, que reproduzem uma nova versão musicada com um trecho torna legítimo afirmar que ele, ator, é também certos bairros de Lisboa. de Litanie du feu et de la mer (1969-1971), um dos assuntos da obra”. (José Manuel Costa) de Emmanuel Nunes, que lhe parecia mais O PINTOR E A CIDADE é o primeiro filme a concordante com o espírito vanguardista da cores de Oliveira, que nele, pela primeira vez, obra, ao mesmo tempo que recuperava os também usou planos longos. Voltando ao Porto

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 5 de DOURO não fez um DOURO a cores mas um por diferentes mãos, por diferentes hábitos aldeia de Trás-Os-Montes, e mostra também, filme que é praticamente o oposto da obra de ou fardas.” Nesta sessão, apresenta-se uma de forma magistral, a impercetível passagem 1931. A exibição do filme (em 1956) coincidiu novíssima cópia restaurada pelo Arquivo da do quotidiano à representação do sagrado e o com o início da redescoberta de Oliveira, com Cinemateca da mais longa destas versões. regresso ao quotidiano, confundindo o ritual as primeiras homenagens prestadas ao Autor com a representação. e com o primeiro prémio internacional, ganho ffSala M. Félix Ribeiro | Ter. [18] 21:30 em Cork, na Irlanda, em 1957. ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [27] 15:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Qua. [19] 19:00 ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [28] 15:30 A CAÇA ff Sala M. Félix Ribeiro | Ter. [18] 19:00 de Manoel de Oliveira O PASSADO E O PRESENTE O PÃO Portugal, 1963 – 21 min de Manoel de Oliveira de Manoel de Oliveira ACTO DA PRIMAVERA com Maria de Saisset, Bárbara Vieira, Pedro Pinheiro, Manuela de Freitas, Duarte de Almeida Portugal, 1959 – 59 min | M/12 de Manoel de Oliveira Conhecem-se duas versões de O PÃO, com habitantes da aldeia da Curalha Portugal, 1971 – 115 min | M/12 documentário de Manoel de Oliveira que Portugal, 1962 – 90 min Adaptado de uma peça de Vicente Sanches, acompanha o “ciclo do pão” produzido para duração total da projeção: 111 min | M/12 O PASSADO E O PRESENTE é um dos mais a Federação dos Industriais de Moagem. Esta A abrir a sessão, A CAÇA, poderosa discutidos filmes de Oliveira e um dos seus primeira versão de 1959, com cerca de uma alegoria sobre o destino humano em forma trabalhos mais próximos do humor feroz hora, que foi mostrada nesse mesmo ano na “semidocumental”, que alguns defendem ser de Luis Buñuel. Uma sátira social sobre Feira Industrial de Lisboa, e uma segunda o mais “buñueliano” dos filmes de Manoel uma mulher obcecada pelas memórias dos significativamente mais curta, remontada por de Oliveira. A CAÇA, uma das obras-primas maridos defuntos e que não consegue amar os Oliveira em 1964, que estreou comercialmente absolutas de Oliveira, tem uma concisão maridos vivos. A morte do segundo faz reviver em 1966 (a programar em janeiro). Em várias e uma força direta um tanto raras no seu uma série de situações, juntando o macabro e ocasiões Oliveira referiu preferir a mais curta, cinema. Esta poderosa alegoria sobre o o grotesco. Primeiro título da “tetralogia dos dado que esta primeira havia sido realizada destino humano em forma semidocumental amores frustrados”, que o liga a BENILDE numa altura em que estava “sedento de teve problemas com a censura salazarista, OU A VIRGEM MÃE, AMOR DE PERDIÇÃO cinema”, mostrando demasiado e assim que obrigou Oliveira a filmar um desenlace e FRANCISCA, O PASSADO E O PRESENTE prejudicando a ideia central do filme: “a feliz. A apresentar na versão que inclui os é o grande “necrofilme português”, como lhe ideia de que o pão é como uma corrente de dois finais. ACTO DA PRIMAVERA fixa uma chamou João César Monteiro. um rio que passa por vários lugares, passa representação da Paixão de Cristo numa

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 6 ffSala M. Félix Ribeiro | Qua. [19] 21:30 seus mais extraordinários filmes, e, à época partir de um argumento próprio com texto de da estreia, um dos mais polémicos. Oliveira Agustina Bessa-Luis. VISITA OU MEMÓRIAS BENILDE OU A VIRGEM MÃE realizou simultaneamente duas versões, com E CONFISSÕES é um filme autobiográfico, de de Manoel de Oliveira diferentes “takes” dos vários planos: uma “memórias e confissões”, facto que esteve na com Maria Amélia Matta, Jorge Rola, Jacinto Ramos, para a televisão e outra para o cinema. Na origem da vontade do realizador em mantê- Maria Barroso, Augusto de Figueiredo, Glória de versão televisiva, Ritinha, a irmã de Simão lo inédito durante o seu tempo de vida. “Uma Matos (Teresa Collares Pereira) fazia a ligação entre casa é uma relação íntima, pessoal, onde se Portugal, 1974 – 106 min | M/12 os vários “episódios”. A adaptação de Oliveira encontram as raízes”, “a meu pedido, a Agustina BENILDE OU A VIRGEM MÃE é a adaptação respeita o texto de Camilo quase na íntegra. fez um texto, muito bonito, a que chamou Visita. fiel da peça homónima de José Régio (1947) E eu acrescentei-lhe algumas reflexões sobre a e foi o filme que marcou a consagração ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [21] 19:00 casa e sobre a minha vida” (Manoel de Oliveira). internacional de Oliveira. É uma obra que nos ffSala M. Félix Ribeiro | Sáb. [22] 21:30 leva à significação última da corporalidade e VISITA OU MEMÓRIAS E CONFISSÕES da oralidade, permanentes manifestações da de Manoel de Oliveira FRANCISCA morte ou da luta contra ela. Maria Barroso e com Manoel de Oliveira, Maria Isabel Oliveira, Urbano de Manoel de Oliveira Augusto de Figueiredo que, à data da estreia da Tavares Rodrigues, Teresa Madruga, Diogo Dória com Teresa Meneses, Diogo Dória, Manuela de Freitas, peça tinham representado os protagonistas, Portugal, 1982 – 68 min | M/12 Mário Barroso, João Guedes surgem agora nos papéis da criada e do padre. Realizado no início dos anos oitenta para Portugal, 1981 – 167 min | M/12 ser visto como filme póstumo, VISITA OU FRANCISCA é o filme da última heroína da ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [20] 19:00 MEMÓRIAS E CONFISSÕES levou Manoel de “tetralogia dos amores frustrados” (interpretada Oliveira a filmar a casa da Rua Vilarinha, no por Teresa Meneses). Oliveira filma a partir do AMOR DE PERDIÇÃO Porto, projetada pelo arquiteto José Porto, que de Manoel de Oliveira romance Fanny Owen de Agustina Bessa-Luís fez construir e foi a sua casa de família desde (1979), escrito com base em factos verídicos com Cristina Hauser, António Sequeira Lopes, que se casou em 1940 e durante cerca de Elsa Wallenkamp, Ruy Furtado, Henrique Viana, (Porto, século XIX, círculo intelectual e boémio quatro décadas mas foi forçado a vender. Entre de que fazia parte Camilo Castelo Branco). António J. Costa, Ricardo Pais, Maria Barroso os momentos associados à vida nessa casa Portugal, 1978 – 261 min | M/12 FRANCISCA é um filme de espelhos e reflexos. está a reconstituição da detenção de Oliveira Uma das obras máximas de Oliveira. a sessão decorre com intervalo pela PIDE, em 1963, altura em que conheceu O Amor de Perdição de Camilo Castelo o escritor Urbano Tavares Rodrigues. Na obra Branco por Manoel de Oliveira, num dos de Oliveira, é o filme seguinte a FRANCISCA, a

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 7 ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [27] 19:00 ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [28] 21:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Sáb. [29] 21:30

A PROPÓSITO DA BANDEIRA MON CAS OS CANIBAIS NACIONAL O Meu Caso de Manoel de Oliveira de Manoel de Oliveira de Manoel de Oliveira com Leonor Silveira, Luis Miguel Cintra, Diogo Dória Portugal, 1987 – 7 min com Bulle Ogier, Luis Miguel Cintra, Portugal, 1988 – 99 min | M/12 Axel Bougousslavsky, Fred Personne Baseado na novela de Álvaro Carvalhal, este LISBOA CULTURAL França, Portugal, 1986 – 88 min / versão original em francês, filme-ópera, inteiramente cantado, com de Manoel de Oliveira legendada eletronicamente em português | M/12 música de João Paes, é dos mais livres de Portugal, 1983 – 61 min Baseado em José Régio (O Meu Caso), Samuel toda a obra de Oliveira. Versão irónica do duração total da projeção: 68 min | M/12 Beckett (Pour En Finir et Autres Foirades) e na tema dos “amores frustrados” que tanto A PROPÓSITO DA BANDEIRA NACIONAL Bíblia (Livro de Job), o filme, falado em francês, ocupou o cineasta nos anos setenta, em parte de uma ideia e de exposição homónima pertence à mesma vertente de OS CANIBAIS, que a perversão das relações amorosas e do pintor Manuel Casimiro (filho de Oliveira) que Oliveira realizou a seguir. No centro de o sacrifício carnal são literalmente levados no Museu de Évora em 1984. Integrado na série tudo, está a representação, com a peça O Meu às últimas consequências. Também é um documental “Capitais Culturais da Europa”, Caso de Régio mostrada sob três ângulos: em filme atravessado de uma ponta à outra por LISBOA CULTURAL foi produzido para a RTP palco, em montagem acelerada e retomada, um dos temas obsessivos do realizador: a em colaboração com outras estações europeias com toda a banda sonora, em marcha representação. Representação que passa de televisão. Não é um documentário sobre atrás. Segue-se, um quadro crepuscular da de um tom macabro ao de um Carnaval. Lisboa, é uma reflexão sobre o discurso cultural civilização moderna, sobre trechos do Livro de O trabalho foi distinguido com o prémio de de Lisboa que conta com as participações de Job, terminando com uma recriação de Piero melhor música do Festival Internacional de Eduardo Lourenço, Diogo Dória, Maria Barroso, della Francesca. Sitges em 1989. A apresentar numa nova José Azeredo Perdigão, José Augusto França ou cópia 35 mm. Eduardo Prado Coelho, que evocam Fernando Pessoa, Fernão Lopes, Nuno Gonçalves, entre muitos outros escritores, criadores, pensadores, artes e correntes de pensamento associados à cidade de Lisboa.

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 8 janeiro 2019 ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [3] 15:30 SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE BENILDE OU A VIRGEM MÃE ESCULTURA EM PEDRA Prossegue em janeiro a retrospetiva integral da de Manoel de Oliveira de Manuel Casimiro, com supervisão de Manoel de obra de Manoel de Oliveira, apresentada em Oliveira com Maria Amélia Matta, Jorge Rola, Jacinto Ramos, detalhe no programa de dezembro passado. Maria Barroso, Augusto de Figueiredo, Glória de Portugal, 1986 – 60 min Incluindo segundas passagens de obras então Matos duração total da projeção: 97 min | M/12 programadas, esta segunda parte concentra- Portugal, 1974 – 106 min | M/12 Em AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO, José -se entre 1991, o ano de A DIVINA COMÉDIA, e BENILDE OU A VIRGEM MÃE é a adaptação Régio apresenta os quadros do seu irmão Júlio O VELHO DO RESTELO (2014), o último filme fiel da peça homónima de José Régio (1947) (Saúl Dias). Aqui, a pintura é investida de um papel revelador num efeito de transfiguração que Oliveira realizou, correspondendo ao perío- e foi o filme que marcou a consagração trazido pelos poemas de José Régio e pela do mais prolífico da sua extensa obra. São mais internacional de Oliveira. É uma obra que nos música de Carlos Paredes. A sessão prossegue de três décadas em que desenvolve um cinema leva à significação última da corporalidade e da oralidade, permanentes manifestações da com duas raridades. VILAVERDINHO é uma quase artesanal, conotado com o artificialismo obra rara de Manoel de Oliveira, apresentada e com a teatralidade, que derivam da sua rela- morte ou da luta contra ela. Maria Barroso e Augusto de Figueiredo que, à data da estreia apenas em ocasiões muito especiais, como ção muito particular com a realidade filmada. da peça tinham representado os protagonistas, é o caso desta sessão, que corresponde à sua Não havia freio para a criatividade e originali- surgem agora nos papéis da criada e do padre. estreia na Cinemateca e à primeira vez em dade sem limites do cineasta, pelo que já em que o filme é mostrado em Lisboa. Introduzido pela voz do próprio cineasta, VILAVERDINHO 1972, a propósito da estreia de O PASSADO E ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [3] 19:00 presta homenagem à “aldeia transmontana O PRESENTE, João César Monteiro escrevia: ffSala Luís de Pina | Ter. [8] 18:30 “O país tem um cineasta maior que o próprio melhorada” que lhe dá o nome. SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESCULTURA EM PEDRA, país. O que fazer? Ou se encurta o cineasta ou AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO exibido uma única vez na Cinemateca, no Ciclo se alarga o país.” Alargou-se o cineasta, que foi de Manoel de Oliveira “Manoel de Oliveira em Contexto”, documenta o grande responsável pela expansão de uma de- Portugal, 1965 – 16 min um encontro de escultores e a sua matéria- terminada ideia de cinema de autor muito para VILAVERDINHO prima, a pedra. Assinado por Manuel Casimiro, lá das nossas fronteiras físicas. de Manoel de Oliveira filho de Oliveira, o documentário contou com a Como aconteceu em dezembro, a retrospetiva Portugal, 1964 – 21 min sua supervisão. abre-se a filmes em que Manoel de Oliveira foi retratado.

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 9 ffSex. [4] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro Oliveira em 1963, que estreou comercialmente de textos literários de autores diversos, entre os em 1966. Em várias ocasiões, Oliveira referiu quais José Régio. FRANCISCA preferir a mais curta, dado que esta primeira de Manoel de Oliveira havia sido realizada numa altura em que estava ffSex. [4] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro com Teresa Meneses, Diogo Dória, Manuela de Freitas, “sedento de cinema”, mostrando demasiado ffSeg. [14] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro Mário Barroso, João Guedes e assim prejudicando a ideia central do filme: Portugal, 1981 – 167 min | M/12 “a ideia de que o pão é como uma corrente O DIA DO DESESPERO FRANCISCA é o filme da última heroína da de um rio que passa por vários lugares, passa de Manoel de Oliveira “tetralogia dos amores frustrados” (interpretada por diferentes mãos, por diferentes hábitos com Mário Barroso, Teresa Madruga, por Teresa Meneses). Oliveira filma a partir do ou fardas.” Nesta sessão, apresenta-se uma Luis Miguel Cintra, Diogo Dória romance Fanny Owen de Agustina Bessa-Luís novíssima cópia digital, resultado de um Portugal, 1992 – 76 min | M/12 (1979), escrito com base em factos verídicos restauro da mais longa destas versões pelo Oliveira aproxima-se dos últimos anos de (Porto, século XIX, círculo intelectual e boémio Arquivo da Cinemateca. Camilo Castelo Branco a partir de cartas do de que fazia parte Camilo Castelo Branco). escritor, refletindo os seus conflitos e dramas FRANCISCA é um filme de espelhos e reflexos. ffSex. [4] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro e a relação atormentada com Ana Plácido. Uma das obras máximas de Oliveira. ffSex. [11] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro Inteiramente filmado na casa de Camilo em S. Miguel de Seide, é um dos mais austeros ffSex. [4] 18:30 | Sala Luís de Pina A DIVINA COMÉDIA filmes de Oliveira. O plano que acompanha as de Manoel de Oliveira rodas da carruagem no início do filme, assim O PÃO com Maria de Medeiros, Miguel Guilherme, Luis como o plano-sequência final, tornam O DIA de Manoel de Oliveira Miguel Cintra, Mário Viegas, Leonor Silveira, DO DESESPERO um exemplo elucidativo da Diogo Dória, Portugal, 1959 – 59 min | M/12 utilização que Oliveira deles faz. A apresentar Paulo Matos, José Wallenstein Conhecem-se duas versões de O PÃO, numa cópia nova 35 mm. Portugal, 1991 – 140 min | M/12 documentário de Manoel de Oliveira que acompanha o “ciclo do pão” produzido para a Numa estranha casa de “alienados”, cruzam- Federação dos Industriais de Moagem. Esta se personagens singulares. De Adão e Eva a primeira versão de 1959, com cerca de uma Raskolnikoff, de Jesus e Lázaro a Ivan Karamazoff, hora, que foi mostrada nesse mesmo ano na orientados por um estranho diretor que parece Feira Industrial de Lisboa, e uma segunda, ser outro membro do grupo. O mais hermético significativamente mais curta, remontada por dos filmes de Oliveira, inspirado numa plétora

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 10 ffSáb. [5] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro história de D. Rodrigo de Manacor, LE SOULIER ffSeg. [7] 18:30 | Sala Luís de Pina DE SATIN é um dos filmes mais ambiciosos LE SOULIER DE SATIN alguma vez feitos e é, para alguns, a obra máxima CINÉMATON Nº 102 O Sapato de Cetim de Oliveira e um dos grandes monumentos da de Gérard Courant de Manoel de Oliveira história do cinema. França, 1981 – 3 min / mudo com Luis Miguel Cintra, Patrícia Barzyk, Anne Consigny, ffSeg. [7] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro MANOEL DE OLIVEIRA – ÉCRAN Jean Pierre Bernard, Manuela de Freitas, Henri de José Nascimento, Augusto Seabra Serre, Anny Romand, Isabelle Weingarten, Marie MON CAS / O MEU CASO Portugal, 1981 – 53 min Christine Barrault, Maria Barroso, Jorge Silva Melo de Manoel de Oliveira duração total da projeção: 56 min | M/12 Portugal, França, 1985 – 406 min / versão original em francês, com Bulle Ogier, Luis Miguel Cintra, CINÉMATON Nº 102 é um retrato de Oliveira, legendada eletronicamente em português | M/12 Axel Bougousslavsky, Fred Personne filmado em 1981, que pertence à famosa sessão com dois intervalos França, Portugal, 1986 – 88 min / versão original em francês, galeria de retratos mudos que Gérard Courant legendada eletronicamente em português | M/12 Quase sete horas de duração; planos realiza sistematicamente desde há muitos Baseado em José Régio (O Meu Caso), Samuel geralmente longuíssimos, no limite material da anos. MANOEL DE OLIVEIRA – ÉCRAN é Beckett (Pour en finir et autres foirades) e na duração do “magasin”; câmara normalmente um raro documentário assinado por José Bíblia (Livro de Job), o filme, falado em francês, imóvel, impondo um único ponto de vista sobre Nascimento e Augusto Seabra para a série pertence à mesma vertente de OS CANIBAIS, personagens que, também normalmente, estão da RTP “Écran”, que assinala os 50 anos que Oliveira realizou a seguir. No centro de tudo, estáticas e se falam sem se olhar e sem olhar de carreira cinematográfica de Manoel de está a representação, com a peça O Meu Caso para a câmara, fixando um algures indefinido Oliveira. Excertos de filmes do cineasta são de Régio mostrada sob três ângulos: em palco, e não situado; uma extensíssima sucessão contextualizados num trabalho que conta em montagem acelerada e retomada, com toda de “recitativos” ou “árias” em que uma só com as importantes participações de António a banda sonora, em marcha atrás. Segue-se, personagem (tantas vezes) se espraia em falas Lopes Ribeiro, Henrique Alves Costa, João um quadro crepuscular da civilização moderna, de intensa e tensa duração; um texto ideológica e Bénard da Costa, Alberto Seixas Santos, sobre trechos do Livro de Job, terminando com esteticamente avesso a qualquer moda ou gosto Henrique Espírito Santo, Manuel Costa e Silva, uma recriação de Piero della Francesca. dominante. São estas as aparências exteriores António Casimiro, Agustina Bessa-Luís ou Lia do opus magnum do cinema português, este Gama. Primeiras exibições na Cinemateca. LE SOULIER DE SATIN que, em 1985, valeu a Manoel de Oliveira o Leão de Ouro em Veneza. Adaptação integral da obra de Claudel sobre a

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 11 ffSeg. [7] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro humanas, das fraquezas das pessoas e das ffQua. [9] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffQua. [16] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro crueldades a que recorrem para sobreviver. Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza. OS CANIBAIS VALE ABRAÃO de Manoel de Oliveira de Manoel de Oliveira ffTer. [8] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro com Leonor Silveira, Luis Miguel Cintra, Diogo Dória com Leonor Silveira, Luis Miguel Cintra, Isabel Ruth ffSeg. [21] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro Portugal, 1988 – 99 min | M/12 Portugal, 1993 – 203 min | M/12 Baseado na novela de Álvaro Carvalhal, este O CONVENTO A versão integral de um dos mais célebres filme-ópera, inteiramente cantado, com música filmes de Manoel de Oliveira, inspirado de Manoel de Oliveira de João Paes, é dos mais livres de toda a obra na Madame Bovary de Flaubert, tal como com Catherine Deneuve, John Malkovich, Luis Miguel de Oliveira. Versão irónica do tema dos “amores foi recriada por Agustina Bessa-Luís no Cintra, Duarte de Almeida, Leonor Silveira frustrados” que tanto ocupou o cineasta nos romance homónimo. VALE ABRAÃO é um Portugal, França, 1995 – 91 min / legendado eletronicamente em anos setenta, em que a perversão das relações português | M/12 filme “sensualista”, dominado pelas cores, os amorosas e o sacrifício carnal são literalmente perfumes, as atmosferas – e pela presença Partindo mais uma vez de um texto de levados às últimas consequências. Também é majestosa do rio Douro. Agustina Bessa-Luís, Manoel de Oliveira volta um filme atravessado de uma ponta à outra por em O CONVENTO a alguns dos seus temas um dos seus temas obsessivos: a representação. de eleição. Aqui, a visita de um investigador ffTer. [8] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro Representação que passa de um tom macabro americano a Portugal, a propósito de uma tese ffSex. [18] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ao de um Carnaval. O trabalho foi distinguido inovadora sobre a verdadeira nacionalidade de com o prémio de melhor música do Festival Shakespeare, é o pretexto para uma alegoria Internacional de Sitges em 1989. A apresentar complexa sobre a luta entre o Bem e o Mal e de Manoel de Oliveira numa nova cópia 35 mm. as suas figuras no mundo dos homens e das com Luis Miguel Cintra, Beatriz Batarda, Diogo Dória, mulheres. Em O CONVENTO, a “família” de Isabel Ruth, Ruy de Carvalho, Glicínia Quartin atores de Oliveira adquiriu uma dimensão Portugal, França, 1994 – 96 min | M/12 internacional com as presenças de duas Adaptado de uma peça de Prista Monteiro, estrelas: Catherine Deneuve e John Malkovich. A CAIXA é um dos filmes mais negros e sarcásticos de Oliveira, em que as Escadinhas de São Cristóvão, na Mouraria, se transformam num microcosmos dos vícios e virtudes

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 12 ffQua. [9] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro autobiográficas da obra do cineasta português. ffSex. [11] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffQua. [23] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro No entanto, nem tudo é autobiografia, nem ffSeg. [28] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro tudo é explícito: VIAGEM AO PRINCÍPIO DO PARTY MUNDO é o filme do mistério do reencontro INQUIETUDE de Manoel de Oliveira com as raízes (em duplo sentido literal e de Manoel de Oliveira com Irene Papas, Michel Piccoli, metafórico), para o que muito contribui a com José Pinto, Luis Miguel Cintra, Isabel Ruth, Leonor Leonor Silveira, Rogério Samora espantosa participação de Isabel de Castro, Silveira, Irene Papas, Ricardo Trêpa, Leonor Portugal, França, 1996 – 93 min / legendado em português | M/12 no papel de uma velha camponesa incapaz de Baldaque Durante a festa do décimo aniversário de entender a língua francesa falada pelo seu neto Portugal, França, Espanha, Suíça, 1998 – 114 min | M/12 casamento, um casal encontra um outro casal criado em França. Aparentemente construído em “sketches”, mais velho, com o qual se entrega a um estranho INQUIETUDE é um filme surpreendente em ffSex. [11] 18:30 | Sala Luís de Pina jogo de sedução, que é mais pela posse das que os diferentes episódios comunicam entre si almas do que pela dos corpos. A grande comédia AMOR DE PERDIÇÃO de forma original. A peça Os Imortais, de Prista humana num confronto em que se escalpelizam Monteiro, em que José Pinto e Luis Miguel de Manoel de Oliveira as suas paixões e desejos. Diálogos de Agustina Cintra se enfrentam, revela-se uma encenação com Cristina Hauser, António Sequeira Lopes, Bessa-Luís. a que assiste a personagem de Suzy, na segunda Elsa Wallenkamp, Ruy Furtado, Henrique Viana, história, adaptada de António Patrício, da qual António J. Costa, Ricardo Pais, Maria Barroso ffQui. [10] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro surge, como um rio, a narrativa lendária da Mãe Portugal, 1978 – 261 min | M/12 ffSex. [25] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro de um Rio, escrita por Agustina Bessa-Luís e sessão com intervalo interpretada por Irene Papas. Primeira aparição, VIAGEM AO PRINCÍPIO DO MUNDO O Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco na obra de Oliveira, de Ricardo Trêpa e de Leonor de Manoel de Oliveira por Manoel de Oliveira, num dos seus mais Baldaque. com Marcello Mastroianni, Jean-Yves Gautier, Leonor extraordinários filmes, e, à época da estreia Silveira, Diogo Dória, Isabel de Castro em Portugal, um dos mais polémicos. Oliveira Portugal, França, 1997 – 95 min / legendado eletronicamente em realizou simultaneamente duas versões, com português | M/12 diferentes “takes” dos vários planos: uma para a Marcello Mastroianni, naquele que foi o seu televisão (na qual Ritinha, irmã de Simão, faz a último trabalho, interpreta a personagem de ligação entre os vários “episódios”) e outra para um realizador, “duplo” do próprio Manoel de o cinema. A adaptação de Oliveira respeita o Oliveira, numa das mais explícitas incursões texto de Camilo quase na íntegra.

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 13 ffSáb. [12] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro homónima deu origem à curta-metragem/ ffTer. [15] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffQua. [30] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro vídeo--clip de Oliveira (que na Cinemateca foi ffSeg. [21] 18:30 | Sala Luís de Pina apenas anteriormente mostrada em projeção MOMENTO contínua na Sala 6X2). JE RENTRE À LA MAISON / VOU PARA de Manoel de Oliveira CASA Portugal, 2002 – 6 min ffSeg. [14] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro de Manoel de Oliveira LA LETTRE / A CARTA com Michel Piccoli, Antoine Chappey, Leonor PALAVRA E UTOPIA Baldaque, de Manoel de Oliveira de Manoel de Oliveira Leonor Silveira, Catherine Deneuve, John com , Leonor Silveira, Pedro com Lima Duarte, Luis Miguel Cintra, Ricardo Trêpa, Malkovich Abrunhosa, Luis Miguel Cintra Ronaldo Bonnachi, Miguel Guilherme, Leonor Portugal, França, 2001 – 89 min / legendado em português | M/12 Portugal, França, 1999 – 108 min / legendado em português Silveira, Renato Di Carmine Em Paris, um grande ator de teatro é surpreendido duração total da projeção: 114 min | M/12 Portugal, França, Brasil, Espanha, 2000 – 132 min | M/12 pela notícia da morte da mulher e filha num Adaptação libérrima de A Princesa de Clèves, Em PALAVRA E UTOPIA, Manoel de Oliveira acidente de automóvel. O tempo passa, ele o livro de Madame de La Fayette. Oliveira regressa, de forma definitiva e magnífica, à (Piccoli) divide o tempo entre o neto pequeno transpõe a ação para a época contemporânea, figura do Padre António Vieira, que já surgira em e o teatro, mas a sua vida muda radicalmente. e essa opção é determinante quanto à definição LISBOA CULTURAL e que paira sobre NON OU O detonador da mudança é a proposta de do que está em jogo no sacrifício e na renúncia VÃ GLÓRIA DE MANDAR, e voltará a dominar um papel de protagonista num telefilme que da Senhora de Clèves: a fidelidade a um mundo a construção de O QUINTO IMPÉRIO – ONTEM considera desprezível, a que se segue um filme em vias de extinção, a um sistema de códigos COMO HOJE. Mas, em PALAVRA E UTOPIA, é a americano que adapta uma versão do Ulisses e valores de que ela é a última representante. figura, a vida e a palavra de Vieira que dominam de Joyce. É a meio desta rodagem que o ator Chiara Mastroianni, naquele que muito o filme do princípio ao fim. decide calmamente: “Vou para casa.” provavelmente é o seu melhor papel no cinema, é extraordinária no modo como dá corpo a esta dilaceração. Um dos pontos mais altos da obra de Oliveira. “Uma nova maneira de reler a literatura” (Peter von Bagh). Prémio do Júri no Festival de Cannes. MOMENTO assinala um segundo encontro entre Oliveira e o cantor e compositor Pedro Abrunhosa, cuja música

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 14 ffQui. [17] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffQui. [17] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro O PRINCÍPIO DA INCERTEZA é o outro lado do espelho de ESPELHO MÁGICO cuja produção O PÃO OLIVEIRA, O ARQUITECTO antecede em três anos. Trata-se da adaptação de Manoel de Oliveira de Paulo Rocha que Oliveira fez do primeiro volume da trilogia Portugal, 1959-1963 – 24 min com Manoel de Oliveira, Duarte de Almeida, de Agustina, O Princípio da Incerteza. Oliveira Leonor Silveira deu ao filme o título da trilogia. O todo em vez PORTO DA MINHA INFÂNCIA França, Portugal, Alemanha, 1993 – 78 min | M/12 da parte. À parte voltou para O ESPELHO MÁ- de Manoel de Oliveira Paulo Rocha realizou dois filmes para a série GICO, adaptação libérrima de A Alma dos Ricos. com Ricardo Trêpa, Jorge Trêpa, Rogério Samora, “Cinéma, de Notre Temps”, sobre Manoel de António Fonseca, Manoel de Oliveira, Agustina ffSeg. [21] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro Bessa-Luis Oliveira e sobre Shohei Imamura. Este foi o pri- meiro, filmado em Lisboa (na Cinemateca) e Portugal, 2001 – 60 min O IMPROVÁVEL NÃO É IMPOSSÍVEL no Douro (de Oliveira, quando preparava VALE duração total da projeção: 84 min | M/12 de Manoel de Oliveira ABRAÃO), e é apresentado como a reunião de A abrir a sessão mostramos a versão mais curta Portugal, 2006 – 19 min dois homens do cinema português contem- de O PÃO: versão de 1963 do documentário porâneo. Foram feitas duas versões, e o filme UM FILME FALADO filmado em 1959, que seria estreada em 1966. teve estreia em sala numa versão para cinema de Manoel de Oliveira O programa prossegue com um filme que nos mais longa do que a transmitida como emissão com Leonor Silveira, Catherine Deneuve, Irene Papas, conduz a um regresso ao passado de Oliveira. do “Cinema, do Nosso Tempo”. É esta a versão Stefania Sandrelli, John Malkovich O pretexto para (voltar a) filmar a sua cidade, (portuguesa) que vamos ver. “Não queria nada a mesma do primeiro DOURO, FAINA FLUVIAL Portugal, França – 2003 – 96 min / legendado em português de didático, de retrato explicativo. Queria um duração total da projeção: 115 min | M/12 e de tantos outros dos seus filmes, foi o Porto ramo de flores venenosas, uma salva de palmas 2001 Capital Europeia da Cultura. “Este é um A atriz fetiche de Oliveira, Leonor Silveira, para o velho mestre canibal.” (Paulo Rocha). filme sobre o Porto, é um filme sobre a infância rodeada por outros nomes de eleição da sua de Manoel de Oliveira, é um filme sobre a “família” cinematográfica – John Malkovich, ffSex. [18] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro memória do Porto como o Porto era ao tempo Catherine Deneuve, Irene Papas, a que se junta, aqui, Stefania Sandrelli, reunidos numa viagem da infância de Manoel de Oliveira, é um filme O PRINCÍPIO DA INCERTEZA sobre os abrigos e é um filme sobre os começos às origens da civilização pelo Mediterrâneo. de Manoel de Oliveira e os fins de uma grande e maravilhosa viagem” IMPROVÁVEL NÃO É IMPOSSÍVEL é um com Leonor Baldaque, Leonor Silveira, Ricardo Trêpa, (João Bénard da Costa). documentário sobre a Fundação Calouste Isabel Ruth, Luis Miguel Cintra Gulbenkian, no cinquentenário da sua existência, Portugal, França, 2002 – 133 min | M/12 fazendo parte de MUNDO VISÍVEL.

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 15 ffTer. [22] 18:30 | Sala Luís de Pina ffTer. [22] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro Baseado no romance de Agustina Bessa-Luís A A PROPÓSITO DA INAUGURAÇÃO ffSex. [25] 18:30 | Sala Luís de Pina Alma dos Ricos, ESPELHO MÁGICO reencontra DUMA ESTÁTUA (PORTO 1100 ANOS) várias personagens de O PRINCÍPIO DA O QUINTO IMPÉRIO – ONTEM COMO HOJE INCERTEZA. Um elenco sumptuoso, composto de Artur Moura, Albino Baganha, António Lopes Fernandes de Manoel de Oliveira por “oliveirianos” assíduos ou ocasionais, num Portugal, 1970 – 29 min com Ricardo Trêpa, Luis Miguel Cintra, Glória de filme que suscitou enorme entusiasmo. SEVER DO VOUGA UMA EXPERIÊNCIA Matos, Miguel Guilherme de Paulo Rocha Portugal, França, 2004 – 127 min | M/12 ffQui. [24] 18:30 | Sala Luís de Pina locução de Alexandre O’Neill Baseado na peça de José Régio El Rei Sebastião A 15ª PEDRA – MANOEL DE OLIVEIRA Portugal, 1970 – 30 min (1949), à volta da figura do Rei, do homem e da E JOÃO BÉNARD DA COSTA EM duração total da sessão: 59 min | M/12 mítica personagem do Encoberto, que faz igual- CONVERSA FILMADA Uma sessão dedicada a dois trabalhos que conta- mente parte da mitologia muçulmana, na crença de Rita Azevedo Gomes ram com a participação de Manoel de Oliveira. A de que uma manhã de nevoeiro o verá regressar Portugal, 2004 – 74 min | M/12 num cavalo branco. “Contra modos e tempos, PROPÓSITO DA INAUGURAÇÃO DUMA ESTÁ- Em A 15ª PEDRA, apresentado nas edições 2005 silêncios e reservas, Oliveira nunca deixou de o TUA é um filme produzido, planificado, montado dos festivais de Marselha, Procida e Doclisboa, proclamar [a José Régio] primus inter pares, va- e supervisionado por Manoel de Oliveira (pri- Rita Azevedo Gomes põe à conversa Manoel de lorização atribuída a Fernando Pessoa. (…) Ma- meira exibição na Cinemateca). Como descreve Oliveira e João Bénard da Costa, num filme que noel de Oliveira diz que ‘este é o meu filme mais a sua introdução, ‘’Aqui se lembra a evolução é um registo de cumplicidades a partir de consi- esperançoso.’ De profundis, não sou eu quem o da cidade do Porto ao longo dos tempos. Com derações sobre a arte e, em particular, o cinema. a presúria do burgo em 868 d. C. começam os contradirá” (João Bénard da Costa). 1100 anos da cidade, onde ainda subsistem mar- ffQui. [24] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro cas da presença de Romanos e Árabes…”. SEVER ffQua. [23] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro DO VOUGA UMA EXPERIÊNCIA tem produção ffTer. [29] 18:30 | Sala Luís de Pina NICE, À PROPOS DE JEAN VIGO de Cunha Telles com o patrocínio da Shell Por- de Manoel de Oliveira tuguesa, realização de Paulo Rocha e supervisão ESPELHO MÁGICO França, 1983 – 58 min / legendado eletronicamente em português creditada a Manoel de Oliveira. O filme aborda de Manoel de Oliveira a questão agrícola em Portugal, sublinhando os com Ricardo Trêpa, Leonor Silveira, Marisa Paredes, Leonor EN UNE POIGNÉE DE MAINS AMIES problemas devidos à má qualidade das alfaias e Baldaque, Glória de Matos, Lima Duarte, Michel de Jean Rouch, Manoel de Oliveira das sementes e propondo como solução a meca- Piccoli, Luis Miguel Cintra, Duarte de Almeida França, 1996 – 25 min / legendado eletronicamente em português nização e a criação de uma cooperativa. Portugal, 2005 – 137 min | M/12 duração total da projeção: 83 min | M/12

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 16 A sessão reúne dois trabalhos reveladores da Portugal, França, 2006 – 68 min / legendado em português com Ricardo Trêpa, Manoel de Oliveira, Leonor relação de Manoel de Oliveira com França. duração total da projeção: 74 min | M/12 Baldaque, Maria Isabel de Oliveira, Luis Miguel NICE, À PROPOS DE JEAN VIGO integra a série Manoel de Oliveira presta tributo a Luis Cintra, Leonor Silveira “Regards sur la ” e resultou de um convite Buñuel, propondo em uma Portugal, 2007 – 75 min da televisão francesa, que já antes dera origem continuação de BELLE DE JOUR, juntando os duração total da projeção: 93 min | M/12 a LISBOA CULTURAL (mostrado em dezembro). dois protagonistas de Buñuel, em Paris, 39 A abrir a sessão, RENCONTRE UNIQUE, “Nice está ligada a uma paixão de Oliveira: a anos depois do seu encontro. Michel Piccoli realizado por Manoel de Oliveira para o filme obra de Jean Vigo. Mais do que um olhar sobre volta a interpretar o papel de Henri, guardador coletivo CHACUN SON CINÉMA ou CE PETIT a cidade ou uma possível comparação entre o do segredo que Séverine (Bulle Ogier no COUP AU COEUR QUAND LA LUMIÈRE passado e o presente, o filme é o olhar de um papel interpretado por Catherine Deneuve no S´ETEINT ET QUE LE FILM COMMENCE. Entre estranho, mais apaixonado pela imagem do que primeiro filme) quer descobrir. DO VISÍVEL os trabalhos encomendados a uma trintena de pelo ‘real’” (Manuel Cintra Ferreira). Em EN UNE AO INVISÍVEL, estreado no Festival de Veneza, conhecidos cineastas, que assim comemoram POIGNÉE DE MAINS AMIES, Rouch e Oliveira põe em cena os problemas modernos de o aniversário do Festival de Cannes, o episódio filmam a quatro mãos um percurso pelo rio Dou- comunicação entre as pessoas. de Oliveira destaca-se e é o que leva porventura ro. O pacto entre os dois cineastas é atravessa- mais longe a ironia, encenando o impossível do por referências à poesia e ao cinema, em que ffSáb. [26] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro encontro de Krustchev com o Papa João XXIII, pairam as sombras de DOURO, FAINA FLUVIAL com um fabuloso toque de humor. PAINÉIS e de ANIKI BÓBÓ, num filme que também é a RENCONTRE UNIQUE DE SÃO VICENTE DE FORA é uma reflexão celebração de um espaço e de uma amizade. de Manoel de Oliveira pessoal de Manoel de Oliveira sobre os Painéis com Duarte de Almeida, Michel Piccoli de São Vicente de Fora, uma obra do século XVI ffSex. [25] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro França, 2007 – 3 min / legendado em português atribuída ao pintor Nuno Gonçalves (primeira exibição na Cinemateca). A partir do livro de DO VISÍVEL AO INVISÍVEL PAINÉIS DE SÃO VICENTE DE FORA – Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva, de Manoel de Oliveira VISÃO POÉTICA um casal de cientistas portugueses residente com Leon Cakoff, Ricardo Trêpa de Manoel de Oliveira nos Estados Unidos, CRISTOVÃO COLOMBO, O Brasil, 2005 – 6 min com Ricardo Trêpa, Diogo Dória, ENIGMA defende a possibilidade do navegador BELLE TOUJOURS Daniel Punilhas, Ângelo do Carmo ser português, um alentejano nascido em Cuba Portugal, 2010 – 15 min (de onde teria derivado o nome da ilha). de Manoel de Oliveira com Michel Piccoli, Bulle Ogier, CRISTOVÃO COLOMBO, O ENIGMA Ricardo Trêpa, Leonor Baldaque de Manoel de Oliveira

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 17 ffSeg. [28] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffTer. [29] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA O CONQUISTADOR CONQUISTADO de Manoel de Oliveira O CINEMA, MANOEL DE OLIVEIRA E EU de Manoel de Oliveira com Pilar López de Ayala, Ricardo Trepa, Luis Miguel de João Botelho com Ricardo Trêpa Cintra, Leonor Silveira, Ana Maria Magalhães, Portugal, 2016 – 80 min | M/12 Isabel Ruth Portugal, 2012 – 14 min “Uma fotografia velha, de 36 anos. A mão dele no Portugal, Espanha, França, Brasil, 2010 – 94 min SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA meu ombro. Bênção, dádiva. Depois, uma longa duração total da projeção: 107 min | M/12 LOURA história de mais de quatro décadas de amizade, Em 1965, Manoel de Oliveira rodou dois de Manoel de Oliveira admiração e aprendizagem. Uma viagem ao ci- filmes com José Régio, que permaneceram com Catarina Wallenstein, Ricardo Trêpa, Diogo nema de Oliveira, ao seu método, ao seu modo inacabados até 2008. No primeiro filme, Dória, Rogério Samora, Leonor Silveira, Miguel de filmar, às suas prodigiosas invenções cine- Régio, em Vila do Conde, recitava o célebre Guilherme, Carlos Santos matográficas. Mais de um século de vida, mais poema Romance de Vila do Conde, publicado Portugal, 2009 – 64 min de um século de cinema, todo o cinema. A sorte no livro O Fado. No segundo, contra as duração total da projeção: 78 min | M/12 e o saber dele, a minha sorte. E como, para ele, muralhas do Castelo de Marvão, Régio SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA e agora para mim, documentário e ficção vão de recitava o poema O Poeta Doido, O Vitral e LOURA é uma incursão lisboeta e queirosiana par, de cinema se trata, atrevi-me a filmar uma a Santa Morta, publicado no livro Poemas de do cineasta portuense, que o realizou entre as história magnífica que o Manoel amava mas Deus e do Diabo. Os filmes permaneceram longas CRISTOVÃO COLOMBO, O ENIGMA que nunca filmou, que deixou para trás, como mudos até 2001, ano em que Manoel de e O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA. A se a mão dele e os seus olhos lá perto de Deus, Oliveira pediu a Luis Miguel Cintra que partir do conto original de Eça, o filme de ou no meio dos Deuses, me conduzissem e, que gravasse os poemas, e Valérie Loiseleux Oliveira decorre na Lisboa contemporânea, ainda hoje, ele possa através de mim continuar procedeu então à montagem final com seguindo as personagens de Macário e Luísa a filmar” (João Botelho). o título comum A VIDA E A MORTE. O Vilaça e as suas atribulações amorosas. Uma ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA é a ffQua. [30] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro extraordinária adaptação. A abrir a sessão, O concretização de um projeto perseguido CONQUISTADOR CONQUISTADO (uma das A VIDA E A MORTE (ROMANCE DE VILA por Manoel de Oliveira ao longo de várias partes do filme coletivo CENTRO HISTÓRICO; DO CONDE e O POETA DOIDO, O VITRAL décadas (em 1988, em Alguns Projetos Não primeira exibição na Cinemateca), curta- E A SANTA MORTA) Realizados e outros Textos, a Cinemateca metragem de Oliveira com um intenso sentido de Manoel de Oliveira publicou o argumento de “Angélica”, de humor no modo como encara o turismo na com José Régio, voz de Luis Miguel Cintra originalmente escrito em 1952 e inspirado contemporaneidade. Portugal, 1965-2008 – 13 min (6 min e 7 min) num episódio vivido pelo realizador).

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 18 Mantendo o essencial da história então cinema, posta em marcha a partir da vinda A última longa-metragem de Manoel de concebida, Oliveira adaptou-a aos dias de a Lisboa de um técnico de som, a pedido de Oliveira, realizada a partir de uma peça de hoje: “Uma noite, Isaac, jovem fotógrafo, um realizador amigo que sofreu um acidente. Raul Brandão, conta a história de Gebo, um hóspede da pensão de Dona Rosa na Régua, A descoberta da cidade e insólitas aventuras contabilista, que vive com a mulher e a nora, é chamado de urgência por uma família abrem espaço a uma aparição muito especial inquieto pela ausência do filho, João que, rica para tirar o último retrato da filha da de Manoel de Oliveira que é, por si só, uma quando reaparece, altera o estado das coisas, mesma, Angélica, uma jovem que morreu verdadeira homenagem ao cinema. A abrir ou o das expectativas. A pobreza está no logo após o casamento. Na casa em luto, a sessão, UM SÉCULO DE ENERGIA, curta- centro de O GEBO E A SOMBRA, “o dinheiro Isaac descobre Angélica e fica siderado metragem produzida pela EDP que inclui nunca se perdoa”. Um filme terrível e austero, pela sua beleza. Quando coloca o olho na imagens filmadas por Oliveira, a apresentar em que se “sorri bastante (…) pela delicadeza objetiva da sua máquina fotográfica, a jovem pela primeira vez na Cinemateca. e graça com que Oliveira condimenta a parece retomar vida, apenas para ele. Isaac austeridade da sua mise-en-scène, e pela fica instantaneamente apaixonado por ela. ffQua. [31] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro delicadeza, em estado de graça, do seu sexteto A partir daí, Angélica atormentá-lo-á noite de atores” (Luís Miguel Oliveira, Ípsilon). A e dia, até ao esgotamento.” CHAFARIZ DAS VIRTUDES sessão abre com CHAFARIZ DAS VIRTUDES de Manoel de Oliveira e O VELHO DO RESTELO (primeiras exibições ffQui. [31] 18:30 | Sala Luís de Pina Portugal, Áustria, 2014 – 1 minuto / sem diálogos na Cinemateca), respetivamente um plano de Oliveira apresentado como “filme-trailer” da UM SÉCULO DE ENERGIA O VELHO DO RESTELO Viennale 2014 em resposta a um convite de Portugal, 2015 – 15 min de Manoel de Oliveira Hans Hurch, e um último trabalho de ficção: STORY com Diogo Dória, Luis Miguel Cintra, com argumento original do próprio Oliveira, O Ricardo Trêpa, Mário Barroso Viagem a Lisboa VELHO DO RESTELO reúne as personagens de Portugal, França, 2014 – 19 min de Dom Quixote, Luís Vaz de Camões, Teixeira de com Rudiger Vogler, Patrick Bauchau, O GEBO E A SOMBRA Pascoaes e Camilo Castelo Branco num banco Teresa Salgueiro, Manoel de Oliveira de Manoel de Oliveira de jardim do século XXI para um “um mergulho livre e sem esperança na História”. Portugal, Alemanha, 1994 – 100 min / legendado em português com Michael Lonsdale, Claudia Cardinale, Jeanne duração total da projeção: 115 min | M/12 Moreau, Leonor Silveira, Luis Miguel Cintra, Realizado no âmbito de “Lisboa, Capital da Ricardo Trepa Cultura”, LISBON STORY é uma típica história Portugal, 2012 – 95 min / legendado em português de Wim Wenders à volta da errância e do duração total da projeção: 115 min | M /12

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 19 ffSala M. Félix Ribeiro | Ter. [18] 21:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [27] 19:00 calendário dezembro 2018 ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [27] 15:30 A PROPÓSITO DA BANDEIRA A CAÇA NACIONAL ffSala M. Félix Ribeiro | Ter. [11] 21:30 ACTO DA PRIMAVERA LISBOA CULTURAL ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [14] 15:30

NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR ffSala M. Félix Ribeiro | Qua. [19] 19:00 ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [28] 21:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [28] 15:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Qua. [12] 19:00 MON CAS O PASSADO E O PRESENTE DOURO, FAINA FLUVIAL

ANIKI BÓBÓ ffSala M. Félix Ribeiro | Sáb. [29] 21:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Qua. [19] 21:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [13] 19:00 OS CANIBAIS BENILDE OU A VIRGEM MÃE HULHA BRANCA janeiro 2019 A CANÇÃO DE LISBOA ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [20] 19:00 ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [3] 15:30 ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [14] 19:00 BENILDE OU A VIRGEM MÃE AMOR DE PERDIÇÃO DOURO, FAINA FLUVIAL ffSala M. Félix Ribeiro | Qui. [3] 19:00 PORTUGAL JÁ FAZ AUTOMÓVEIS ffSala Luís de Pina | Ter. [8] 18:30 FAMALICÃO ffSala M. Félix Ribeiro | Sex. [21] 19:00 O PINTOR E A CIDADE AS PINTURAS DO MEU IRMÃO JÚLIO VISITA OU MEMÓRIAS E CONFISSÕES VILAVERDINHO ff Sala M. Félix Ribeiro | Ter. [18] 19:00 ffSala M. Félix Ribeiro | Sáb. [22] 21:30 SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE O PÃO ESCULTURA EM PEDRA FRANCISCA

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 20 ffSex. [4] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffSeg. [7] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffSex. [11] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffQua. [16] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffSeg. [28] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro FRANCISCA VALE ABRAÃO INQUIETUDE ffSex. [4] 18:30 | Sala Luís de Pina ffTer. [8] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffSáb. [12] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro O PÃO ffSex. [18] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffQua. [30] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro A CAIXA MOMENTO ffSex. [4] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro LA LETTRE / A CARTA ffSex. [11] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffTer. [8] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffSeg. [21] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro A DIVINA COMÉDIA ffSeg. [14] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro O CONVENTO ffSex. [4] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro PALAVRA E UTOPIA Seg. [14] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ff ffQua. [9] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffTer. [15] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro O DIA DO DESESPERO OS CANIBAIS ffSeg. [21] 18:30 | Sala Luís de Pina ffSáb. [5] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro JE RENTRE À LA MAISON / VOU PARA ffQua. [9] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro CASA LE SOULIER DE SATIN ffQua. [23] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro PARTY ffQui. [17] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffSeg. [7] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro O PÃO MON CAS / O MEU CASO ffQui. [10] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro PORTO DA MINHA INFÂNCIA ffSex. [25] 15:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffSeg. [7] 18:30 | Sala Luís de Pina VIAGEM AO PRINCÍPIO DO MUNDO ffQui. [17] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro CINÉMATON Nº 102 OLIVEIRA, O ARQUITECTO ffSex. [11] 18:30 | Sala Luís de Pina de Gérard Courant de Paulo Rocha MANOEL DE OLIVEIRA – ÉCRAN AMOR DE PERDIÇÃO de José Nascimento, Augusto Seabra

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 21 ffSex. [18] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffQui. [24] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro DO CONDE e O POETA DOIDO, O VITRAL O PRINCÍPIO DA INCERTEZA NICE, À PROPOS DE JEAN VIGO E A SANTA MORTA) EN UNE POIGNÉE DE MAINS AMIES O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA ffSeg. [21] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro de Jean Rouch, Manoel de Oliveira O IMPROVÁVEL NÃO É IMPOSSÍVEL ffQui. [31] 18:30 | Sala Luís de Pina UM FILME FALADO ffSex. [25] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro UM SÉCULO DE ENERGIA DO VISÍVEL AO INVISÍVEL LISBON STORY ffTer. [22] 18:30 | Sala Luís de Pina BELLE TOUJOURS de Wim Wenders A PROPÓSITO DA INAUGURAÇÃO

DUMA ESTÁTUA (PORTO 1100 ANOS) ffSáb. [26] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro ffQua. [31] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro de Artur Moura, Albino Baganha, António Lopes Fernandes RENCONTRE UNIQUE SEVER DO VOUGA UMA EXPERIÊNCIA CHAFARIZ DAS VIRTUDES de Paulo Rocha PAINÉIS DE SÃO VICENTE DE FORA – O VELHO DO RESTELO VISÃO POÉTICA O GEBO E A SOMBRA ffTer. [22] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro CRISTOVÃO COLOMBO, O ENIGMA ffSex. [25] 18:30 | Sala Luís de Pina O QUINTO IMPÉRIO – ONTEM COMO HOJE ffSeg. [28] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro O CONQUISTADOR CONQUISTADO ffQua. [23] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA ffTer. [29] 18:30 | Sala Luís de Pina LOURA ESPELHO MÁGICO ffTer. [29] 19:00 | Sala M. Félix Ribeiro ffQui. [24] 18:30 | Sala Luís de Pina O CINEMA, MANOEL DE OLIVEIRA E EU A 15ª PEDRA – MANOEL DE OLIVEIRA de João Botelho E JOÃO BÉNARD DA COSTA EM CONVERSA FILMADA ffQua. [30] 21:30 | Sala M. Félix Ribeiro de Rita Azevedo Gomes A VIDA E A MORTE (ROMANCE DE VILA

MANOEL DE OLIVEIRA INTEGRAL | CINEMATECA | DEZEMBRO 2018 - JANEIRO 2019 22

Cinemateca Portuguesa ­‑ Museu do Cinema Rua Barata Salgueiro, 39 ­‑ 1269­‑059 Lisboa, Portugal Tel. 213 596 200 | Fax 213 523 189 Horário da bilheteira: abertura às 14h. [email protected] | www.cinemateca.pt Venda online em cinemateca.bol.pt | Não há lugares marcados. Informação diária sobre a programação: tel. 213 596 266. Programa sujeito a alterações. Classificação Geral dos Espetáculos: IGAC. Preço dos bilhetes: 3,20 Euros. Estudantes/Cartão jovem, Reformados e Pensionistas ­‑> 65 anos ­‑ 2,15 euros. Transportes: Metro: Marquês de Pombal, Avenida | bus: 736, 744, 709, 711, 732, 745 Amigos da Cinemateca/Estudantes de Cinema ­‑ 1,35 euros. Amigos da Cinemateca / marcação de bilhetes: tel. 213 596 262.