CHISTES: DO SOSLAIO A UM OLHAR PSICANALÍTICO Ernesto Pacheco Richter* Alberto Shibaki Souza** RESUMO: Os chistes como formação do inconsciente têm sido negligenciados nos estudos psicanalíticos se comparado aos sonhos, atos falhos e sintomas. Sigmund Freud salientou sua importância em “Os chistes e sua relação com o inconsciente”, no qual relaciona o processo onírico ao de elaboração dos chistes. Com o objetivo de ressaltar sua relevância acadêmica apontamos reflexões de psicanalistas e outros autores que se aproximam do campo freudiano. Apresentamos, a seguir, uma analogia entre o processo de elaboração dos chistes e o civilizatório para enfatizar sua relação com o inconsciente, bem como seu inerente caráter social. Propomos, assim, que o texto freudiano seja retomado em sua plenitude, sobretudo se considerarmos o antagonismo que o riso e o risível apresentam na contemporaneidade: por um lado, a ditadura da felicidade demanda rostos sorridentes nas redes sociais; por outro, o politicamente correto tolhe a expressão do riso. PALAVRAS-CHAVE:: Chiste. Psicanálise. Riso. Risível. *Doutorando e Mestre em Psicologia Social e Especialista em Teoria Psicanalítica - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Psicólogo - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Secretaria PEPG em Psicologia Social, Faculdade de Ciências Humanas e Saúde – PUC/SP. Rua Monte Alegre, 984 - Perdizes - São Paulo – SP - CEP: 05014-901 E-mail:
[email protected] / Tel.: (11) 3129-4888 **Especialista em Teoria Psicanalítica - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Psicologia Clínica - Conselho Federal de Psicologia. Psicólogo - Universidade São Marcos. Av. N. Senhora do Sabará, 960 - apto 132B - Vila Isa - São Paulo – SP - CEP 04686-001 / E-mail:
[email protected] 169 Ernesto Pacheco Richter e Alberto Shibaki Souza Introdução É precisamente ao olharmos para isso que veremos com mais certeza aquilo que não está totalmente ali, aquilo que está de lado, e que é o inconsciente.