A Raça Crioula Lageana: Sua História E Percepções Para O Seu Futuro
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA A raça Crioula Lageana: sua história e percepções para o seu futuro. Thiago Filipe Veiga Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção de grau de Engenheiro Agrônomo no Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 30 de Novembro de 2007. 2 A raça Crioula Lageana: sua história, e percepções para o seu futuro. THIAGO FILIPE VEIGA Termo de Aprovação Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção de grau de Engenheiro Agrônomo no Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina. _____________________________________________________ SERGIO A. FERREIRA DE QUADROS Prof. Dr., Depto. de Zootecnia e Des. Rural/ CCA/UFSC ______________________________________________________ EDISON MARTINS Méd. Veterinário. Dr., Epagri Lages/SC ______________________________________________________ CLÓVIS T. RABELLO IMPROTA Méd. Veterinario. Msc., Cidasc Florianópolis/SC 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me concedido a oportunidade de fazer aquilo que amo. Aos meus familiares, que sempre me apoiaram e incentivaram, em especial a minha mãe Zenaide Salete Veiga, que sempre foi um exemplo de dignidade e coragem, e minha namorada Vanessa Tosatti, que esteve sempre ao meu lado. Ao meu orientador Prof. Dr. Sérgio A. Ferreira de Quadros, pelo apoio. Ao Méd. Veterinário Dr. Edison Martins, que foi grande incentivador, e companheiro durante o período de estágio e com quem aprendi muito. Ao Méd. Veterinário Msc. Clóvis T. Rabello Improta, pela disponibilidade e auxilio no desenvolvimento deste trabalho. A todos os funcionários da Epagri, Estação Experimental de Lages que me receberam com muito carinho, e que foram essenciais para o desenvolvimento deste trabalho. A todos aqueles que participaram deste trabalho, cedendo tempo e conhecimento, para que ele pudesse ser realizado, em especial os criadores da ABCCL: Nelson Camargo, Assis Camargo, Márcio Camargo, e Jairo Duarte. A todos colegas e amigos que participaram desta maravilhosa fase da minha vida. 4 “As raças nativas de gado de uma região constituem uma forma de expressão do povo que a habita. Permitir seu desaparecimento seria o mesmo que permitir a destruição dos marcos físicos de sua civilização. Uma raça nativa de gado é um monumento tão necessário a ser preservado como qualquer monumento histórico, que identifique, caracterize ou dê relevo a uma tradição querida” (Otávio Domingues, 1956) 5 SUMÁRIO Página Lista de Figuras ........................................................................................... vi Lista de Tabelas .......................................................................................... vi Resumo ....................................................................................................... vii 1 – Delimitação do Assunto ........................................................................ 08 2 - Objetivo Geral ....................................................................................... 10 2.1 – Objetivos Específicos ................................................................. 10 3 - Justificativa ........................................................................................... 11 4 – Revisão Bibliográfica ............................................................................. 13 4.1 - O Termo Crioulo e suas definições .............................................. 13 4.2 – A introdução dos Bovinos nas Américas e a formação da raça Crioula Lageana ..................................................................................... 14 4.3 -Origens das raças Ibéricas e da raça Crioula Lageana ............... 22 4.4 – Conservação do Germoplasma Crioulo ...................................... 23 4.5 – Crioula Lageana e Turismo Rural ............................................... 26 5 - Formulação do Problema ...................................................................... 29 5.1 – Hipótese ....................................................................................... 29 6 - Metodologia ........................................................................................... 31 7 - Resultados e Discussão ........................................................................ 34 8 - Conclusão .............................................................................................. 63 9 - Considerações Gerais ........................................................................... 64 10 – Referências .......................................................................................... 68 11 – Anexos ................................................................................................. 74 6 Lista de Figuras Pág. Figura 1: Vaca Africana Vermelha, na ExpoLages 2007....................................17 Figura 2: Touro Africano Preto, Grande Campeão ExpoLages 2007...................18 Figura 3: Touro jovem Barroso, na ExpoLages 2007...........................................18 Figura 4: Touro jovem Salino, na ExpoLages 2007............................................. 19 Figura 5: Touro Oveiro Vermelho, Fazenda Igrejinha (Lages/SC)....................... 19 Figura 6:Touro Brasino, Fazenda Canoas (Ponte Alta/SC)..................................20 Figura 7:Vaca Baia, Fazenda da Cadeia (Curitibanos/SC)...................................20 Figura 8:Grau de interesse dos turistas de hotéis fazenda em relação às atrações dserra catarinenseDados globais..........................................................................60 Figura 9: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense com idade abaixo do 50 anos............................................................60 Figura 10: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense com idade acima dos 50 anos.......................................................... 61 Figura 11: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense, com pais de origem rural..................................................................61 Figura 12: Grau de interesse dos entrevistados, em relação às atrações da Serra Catarinense, com pais de origem urbana............................................................. 62 Lista de Tabelas Tabela 1: Raças Ibéricas, com similitudes fenotipicas ou com parentensco......23 7 RESUMO Os bovinos não são nativos do continente Americano, foram trazidos pelos colonizadores no inicio do século XVI. Após 400 anos de miscigenação e seleção natural, estes animais adquiriram extrema adaptabilidade às condições ambientais em que foram selecionados. A raça Crioula Lageana descende dos bovinos Ibéricos chegados ao Brasil sob a tutela dos missionários jesuítas. No século passado, muitos desses animais foram cruzados com bovinos de raças exóticas (européias), e os resultados positivos obtidos destes cruzamentos foram atribuídos exclusivamente as raças européias o que estimulou a importação de reprodutores destas raças, implicando em drástica redução na população de bovinos crioulos. A extinção dessas raças pode se constituir na perda de importantes características de interesse para a produção animal, e sua utilização pode significar importante alternativa para pecuária moderna. O presente trabalho teve como objetivo, realizar uma revisão histórica da raça, além de identificar as diferentes percepções de criadores desta e de outras raças quanto à aceitação e possibilidades de exploração da raça no espaço da Região do Planalto Catarinense. O trabalho foi desenvolvido na região do Planalto Catarinense, onde foram entrevistados criadores da raça Crioula Lageana, criadores de outras raças, proprietários de hotéis fazenda e turistas. A metodologia utilizada foi a do Discurso do Sujeito Coletivo (LEFÈVRE & LEFÈVRE, 2005), para todos os grupos de entrevistados, exceto os turistas, ao qual foi aplicado um questionário estruturado (questões fechadas). Com base nos resultados obtidos conclui-se que a Associação Brasileira de Criadores da Raça Crioula Lageana (ABCCL), neste momento tem como principais metas o desenvolvimento de um mercado diferenciado dos produtos da raça, em especial a carne, a multiplicação de material genético de qualidade com base no programa de seleção e melhoramento da associação, e a formalização da raça junto ao Ministério da Agricultura. Já no que se refere aos criadores de outras raças, existe um bom conhecimento sobre a raça, principalmente da história destes animais na região, mas nota-se um certo preconceito em relação a ela. Quanto à utilização no setor turístico, a raça apresenta grande potencial, já que teve grande aceitação por parte dos proprietários de estabelecimentos de turismo e turistas. Palavras chave: Crioula Lageana, percepções, possibilidades de exploração. 8 1 - DELIMITAÇÃO O gado bovino não é nativo da América, foi introduzido no Continente após os “descobrimentos”. Sobre o gado crioulo é pouco o que se sabe sobre sua ancestralidade, a única certeza é que estes animais chegaram juntamente com os “descobridores”, mais especificamente na segunda viagem de Colombo em 1493. O gado trazido pelos “descobridores” aportou primeiramente na ilha La Espanhola, onde hoje localiza-se o Haiti e a República Dominicana (PRIMO, 1993). Os embarques oficialmente eram realizados em Sevilha, mas segundo alguns historiadores, algumas caravelas partiram para as Américas da Galicia, região norte da Espanha. No entanto