Revista Eletrônica Do IBPI - REVEL
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1 2 Revista Eletrônica do IBPI - REVEL O IBPI – Instituto Brasileiro de Propriedade Intelectual não se responsabiliza pelos conteúdos, bem como pelas opiniões emitidas nos artigos publicados nesta revista. A responsabilidade é dos próprios autores. Você pode reproduzir o conteúdo desta revista para fins não comerciais e desde que dê crédito aos autores originais. Plataforma de publicação digital: www.ibpibrasil.org ISSN – 2176-5057 Editorial Direção acadêmica – Karin Grau-Kuntz Direção Internacional – Gert Würtenberger Edição deste número – Marcus Lessa Layout Capa: Roberto Grau-Kuntz Conselho Editorial Allan Rocha de Souza Bruno Lewicki Denis Borges Barbosa Enzo Baiocchi Guilherme Carboni Newton Silveira Pedro Paranaguá Roberto Reis Victor Albuquerque 3 Sumário Apresentação Marcus Lessa 5 Doutrina . Sobre a oposição entre o pensamento jusnaturalista e histórico na primeira metade do século XIX, exemplificada na Propriedade Intelectual Jens Eisfeld 8 . Derecho de Patentes y Salud Pública: Impacto de los Tratados de Libre Comercio Ana María Pacón 38 . Notas em defesa da licença compulsória: da fundamentação à eficácia Gabriel Francisco Leonardos Raul Murad Ribeiro de Castro 75 . Fiscalizar é preciso; intervenção não é preciso Daniel Campello Queiroz 102 . O Instituto da Transação e a solução de potenciais conflitos a envolver sinais distintivos Paulo Figueiredo 112 . O direito autoral e a noção de autoria Eduardo Tibau de Vasconcellos Dias 118 4 . As hipóteses de incidência patentária do art. 10 do CPI/96 Denis Borges Barbosa 143 Atualidades . The Legally Protected Functions of Trademarks According to the Case Law of the European Court of Justice Gert Würtenberger 168 . Who Owns the Rights to Photographic Reproductions of Historical Sites? Gert Würtenberger 178 Comentários . Who stole my history? Paulo Coelho 185 . Comentário Karin Grau-Kuntz 187 Anexo . Fotografia de capa 191 5 Apresentação É com prazer que apresentamos este número – o quarto – da Revista Eletrônica do IBPI – REVEL. Seguindo nas mudanças introduzidas a partir da edição anterior, este número traz textos internacionais como o de Ana Maria Pacón, sobre as disposições sobre PI dos Tratados de Livre Comércio (TLPs) e seus efeitos nas políticas de saúde pública dos países em desenvolvimento, chamando a atenção para a importância de flexibilizações que permitam harmonizá-las com as necessidades de acesso a medicamentos nesses países. Gert Würtenberger comenta, na seção de atualidades, a decisão da Corte de Justiça Europeia no caso L’Oreal, e a difícil questão quanto à definição da abrangência da proteção marcária para funções além da garantia de origem, e questiona ainda, com base na jurisprudência alemã, quem é o titular dos direitos de reprodução fotográfica de localidades históricas. A partir das notícias quanto à eventual opinião pela sua inadmissibilidade, Paulo Figueiredo discute a importância dos assim chamados “acordos para co-existência de marcas” e oferece um conjunto de requisitos que, no seu entender, se atendidos, deveriam ensejar a aprovação dos mesmos pelo INPI. No que toca o direito de patentes, Denis Barbosa analisa as hipóteses de incidência patentária do art. 10 do Código de Propriedade Industrial. O tema du jour – direito de autor – é abordado em dois artigos, de Eduardo Tibau e Daniel Campello, além de um texto de Paulo Coelho comentado pela Karin Grau-Kuntz. Os textos abordam a noção do autor – também sob a perspectiva de um best-seller –, além de oferecer considerações sobre o projeto de reforma da Lei de Direitos Autorais brasileira. Gabriel Leonardos e Raul de Castro escrevem sobre a evolução do instituto de licença compulsória, a “verificação da eficácia material das [suas] diversas formas de manifestação” e o seu papel na garantia da função social da propriedade, discussão pertinente aos diversos direitos de propriedade intelectual. A seção de textos clássicos foi ligeiramente modificada neste número, e traz um texto de Jens Eisfeld, traduzido pela Karin Grau-Kuntz, sobre um tema histórico e jusfilosófico importante para a compreensão da propriedade intelectual: a oposição entre o jusnaturalismo e a escola histórica alemã durante a primeira metade do século 19. Este é o texto de abertura do presente número. Continuamos a apresentar opções de capa para a Revista, todas de autoria de Roberto Grau-Kuntz. O tema que inspira este número consiste na apresentação de fotografias vinculadas aos assuntos temáticos da Revista. Se escolhido este Layout, Roberto pretende apresentar, a 6 Revista Eletrônica do IBPI - REVEL cada novo número da Revista, uma fotografia diferente, sempre adequada ao motivo em azul contrastado com linhas fortes negras. A fotografia escolhida para ilustrar a capa deste número retrata a casa de cultura da cidade de Puchheim. No fim desta publicação o leitor encontrará a fotografia matriz e informações sobre o edifício retratatado. Por fim, lembro aos leitores que com a publicação deste número abrimos a chamada de artigos para o número 5 da Revista Eletrônica do IBPI, que será publicada no segundo semestre de 2011. Marcus Lessa 7 Doutrina 8 Sobre a oposição entre o pensamento jusnaturalista e histórico na primeira metade do século XIX, exemplificada na Propriedade Intelectual Jens Eisfeld Resumo: O autor, considerando a redescoberta de fontes históricas, procede a uma análise inovadora da oposição entre o pensamento jusnaturalista e histórico na primeira metade do século XIX, explica a importância do pensamento jusnaturalista para a formação do direito de propriedade intelectual e as razões que levaram a Escola Histórica do Direito a manter uma posição hostil em relação ao conceito de Propriedade Intelectual. Palavras-chave: propriedade intelectual, jusnaturalismo, Escola Histórica do Direito, Title: On the opposition between Natural Law and the German Historical School of Law in the first half of the 19th Century exemplified by an analysis of Intellectual Property Rights. Abstract: In light of the rediscovery of historicism and historical sources, the Author offers an innovative analysis of the opposition between Natural Law and the German Historical School of Law in the early 19th Century, explains the importance of prime in the formation of intellectual property law and the reasons why the latter maintained a hostile stance in regards to the concept of intellectual property. Keywords: intellectual property, justanuralism, German Historical School of Law. _____________________________________ Este artigo foi publicado originariamente no livro “Grundlagen und Grundfragen des Geistigens Eigentums”, organizado por Louis PAHLOW e Jens EISFELD, dedicado a Diethelm Klippel em ocasião de seu 65º aniversário, e publicado como volume 13 na coleção “Geistiges Eigentum und Wettbewerbsrecht” pela Editora MOHR SIEBECK: Tübingen, 2008 (ISBN 978-3-16-149559-5). O trabalho foi traduzido do alemão para o português por Karin Grau-Kuntz e a tradução foi revista pelo Prof. Ignácio Maria Poveda Velasco. Dr. LL.M. Pesquisador titular de cadeira de pesquisa na Universidade de Bayreuth, Alemanha. 9 Revista Eletrônica do IBPI - REVEL Introdução Diethelm KlippelNT analisou, em diversas publicações, a discussão sobre a Propriedade Intelectual na literatura jurídica em língua alemã dos séculos XVIII e XIX.1 Nessas ocasiões ele demonstrou a extraordinária importância do Direito Natural do século XIX para a formação, fundamentação e implementação de direitos de autor, de inventor e relativos à atividade empresarial, como direitos de natureza imaterial. Ele contrapôs o efeito revolucionário do Direito Natural para a história da Propriedade Intelectual do século XIX à Escola Histórica do Direito, [escola] predominantemente romanista, que adotou e manteve, até mesmo para além da segunda metade do século XIX, uma posição hostil em relação ao conceito de Propriedade Intelectual, atitude que, por sua vez, dificultou de uma forma geral a modelação dogmática dos direitos mencionados.2 Isso suscita questionar as razões que geraram essa oposição. Poder-se-ia afirmar que o conceito jusnaturalista do direito de propriedade seria mais flexível do que o conceito correspondente do Direito Romano, limitado aos bens corpóreos. Porém, ao proceder a uma análise mais cuidadosa, constata-se ser tal afirmação insatisfatória, posto ela pressupor que a Escola Histórica do Direito estivesse vinculada ao conceito de propriedade do Direito Romano de tal forma que, mesmo se a proteção civil da propriedade intelectual viesse a ser considerada como necessária, ela não se deixaria estender de forma a alcançar as obras do espírito. Isto seria, porém, subestimar a flexibilidade da Escola Histórica do Direito no trato com as fontes do NT Diethelm Klippel é professor titular das cadeiras de Direito Civil e História do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Bayreuth, Alemanha. 1 Historische Wurzeln und Funktionen von Immaterialgüter- und Persönlichkeitsrechten im 19. Jahrhundert, in: ZNR 1982, 132 ss.; Dölemeyer/Klippel, Der Beitrag der deutschen Rechtswissenschaft zur Theorie des gewerblichen Rechtsschutzes und Urheberrechts, in: Beier entre outros (Org.), Gewerblicher Rechtsschutz und Urheberrecht in Deutschland. Festschrift zum hundertjährigen Bestehen der Deutschen Vereinigung für gewerblichen Rechtsschutz und Urheberrecht und ihrer Zeitschrift, 1991, 185 ss.; Klippel, Die Idee des geistigen Eigentums in Naturrecht und Rechtsphilosophie des 19. Jahrhunderts, in: Wadle (Org.), Historische Studien zum Urheberrecht in Europa. Entwicklungslinien und Grundfragen, 1993,