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l^i^s ^r AFRO • NQ 35 • JUNHO • 1999

DinglRIAL GCAR • Grupo Cultural AFRO REGGAE

Coordenador Executivo: José Júnior Este mês de maio trouxe de Quase todos os veículos de co- dade de Deus, Mangueira, Mor- Tesoureiro: Plácido Pascoal novo a favela para o centro municação falaram do evento e ro da Coroa — enfrentavam ve- Coordenação de Promoção e Eventos: Luiz das atenções, para as pri- voltaram a ressaltar a importância lhos problemas, e novamente Lopes (Teko ) meiras páginas dos jornais, para os de projetos que permitam uma quase todos os veículos de co- Coordenadora Social: Márcia Florêncio telejornais dos diversos canais, em nova visão das favelas, sem o pri- municação noticiavam a opera- Coordenador de Circo: Sérgio Henrique diversos horários. vilégio do lugar-comum que sem- ção desastrada da polícia nestas Coordenador de Saúde: José Marmo Tudo começou com flores: no pre as associa a crime, miséria, vi- comunidades. Coordenador do C. Cultural: Anderson Sá dia das mães, na comunidade de olência. E a comunidade de Vigá- Nesse caso, entretanto, a rea- Consultor Administrativo: Romário dos Santos Vigário Geral, o filme Orfeu, acom- rio correspondeu plenamente, na ção das comunidades foi bastan- Editor do Afro Reggae Notícias: Ecio de Salles panhado por shows de rappers medida em que tanto o filme quan- te contundente: os sinais de fu- Diretoria: Megan Mylan, Mônica Cavalcanti. como Mr. Catra, MV Bill, Perigo to os shows transcorreram na mais maça, vindos dos veículos e Plácido Pascoal e Waly Salomão absoluta paz, isto sem falar na pneus incendiados, traziam um Zona Sul, da Banda AfroReggae I Conselho Consultivo: Enza Bozetti. Jane e II (esta acompanhada pelo Boa- empatia entre o filme e o público, recado claro, o de que o povo Galvão, João Costa Batista, Lorenzo Zanetti, to) e de Caetano Veloso fez valer cujas reações foram do silêncio das favelas não está disposto a Marcelo Fontes do Nascimento Viana de San- de novo o bordão "capa de revis- comovido ao aplauso delirante. suportar calado as arbitrariedades ta Ana, Moema Valarelli e Victor Valia ta, folha de jornal", de uma das Porém, nem tudo são (nem que se cometem contra ele, mas músicas da Banda AfroReggae que nunca foram) flores: nesse mesmo está muito afim de ter acesso à fala da comunidade. ínterim outras comunidades — Ci- cultura, à educação, à saúde... NOTICIAS ANO VI • N0 35 • JUNHO DE 1999 Uma publicação bimestral do GCAR Jorn.Responsável: Monica Cavalcanti (MTb.17.889) 4* Jornalista: Leonardo Lichote da Silva e - > Paula L. Pinto 0" Revisão: Ecio de Salles Edição de Arte e capa: Luís Henrique 9> Nascimento (021 224 8910) Capa desta edição (foto): Bob Wolfenson Fotografia: Sérgio Henrique Em nome do GRTJCON-MG tunidade de adquirir um Disciplina Urbana; Juízo 0 Colaboradores: lerê Ferreira, Oswaldo venho agradecer o envio do exemplar do ARJNT de n 33, Crítico; Ryo Radikal Repz; Filhos Guilherme, Jânio Carvalho(BA), DJ TR AHN, este importante veicu- estou impressionado com o do Gueto; TITO; Manifesto 021; Mariano Ramalho, Vanderlei Berzó, lo de comunicação da comu- trabalho de vocês em prol da Contexto; Cooperativa e DJ Cleston Kabeça, Makandau, Ras Adauto, Djalma comunidade negra carioca e (Delfa/SP), Athayde Motta, Rosana nidade negra brasileira. Es- 0 CD está à venda nas Heringer, Márcio Libar, Roberto Moura, pero que vocês continuem também do Brasil. principais lojas de hip-hop. Para Arnaldo Allemand Branco firmes no trabalho que de- Marcos R. Costa Barros - Penha adquirir por postal é só escrever Agente Administrativo: Altair Martins senvolvem e na luta pela ci- Escriturário: Bráulio R. M. Nunes para Caixa PostaMI 086, CEP Núcleos Comunitários de Cultura dadania do povo negro bra- ARN - Valeu. Enviaremos os 20236-970, (DYAK números 34 e 35 (este exem- Centro Cultural Afro ReggaeVigário sileiro. Produções). legal Erisvaldo Pereira Pereira dos plar). Ag. de Projeto: Luís Gustavo, Edilso Santos - Coordenador do Maceió, Robson Souza e Rosemary Santos GRUCON -MG Faço um programa de reggae PROMOÇÃO ARN/DYAK Instrutores: Apache (capoeira), Paulo chamado Brisa de Jah, gos- Ganhe CDs Hlp Hop pelo Rio. "Negueba" (percussão), Branco (futebol), Escreva ou envie e-mail para o lolanda Demétrio (dança aero-rítmica), E aí galera do Afro Reggae, taria de receber o ARN para Michele Costa (dança). Lápis (capoeira). poder divulga -Io. ARN dizendo o nome de sua estou cheio de saudade dai banda preferida na coletânea. Cantagalo do Brasil, estou escrevendo MarceUo "Tuc's" - Bela Vista - SP São 24 CDs (12 para o RJ, 12 Circo do Mundo - Instrutora: Ana Carolina Programa Baticum: Fábio Conceição, para os demais estados). para informar o meu novo Tekko Rastafari, Guapi Géis, Gisele Sobral Valido até 15 de setembro/99. endereço, espero receber o e Viviane Motta Sou leitora assídua do Afro Resultado no ARN de outubro. ARN por aqui, valeu. Reggae Notícias, e gostei Agradecimentos: COINTER/UERJ, CTE/ Jochen Hank - Freiburg - UERJ, ABIA (Jane Galvão), Associação de de mais da edição anterior, Moradores de Vigário Geral [Seu Lins e Alemanha na qual pude ler um artigo Renato). CEM João Goulart, CAMPO de Júlio Barroso muito (Hector Watte), Cindy Albertal Lessa, ARN - Valeu Jochen, já rece- bom. Mas a matéria indca FASE/SAAP, Fundação Ford, IBISS (Nanko bemos todas suas informações. haver outro, no ARN 33, Van Buuren), M.W. Barroso. Tiragem: 10.000 exemplares que eu não tenho. Vocês Impressão: Jornal dos Sports Venho por meio desta mani- poderiam providenciar. festar minha satisfação em Grata. Sede: Rua Senador Dantas, 117/ 1508-Centro-Rio de Janeiro-RJ- conhecer um pouco da Monica Ribeiro - SP atividade realizada pelo CEP 20031-201-TeL/Fax: (021) 220 7804-e:mail:[email protected] Grupo Cultural Afro Reggae. - home page: www.afroreggae.org.br Recém chegado ao Rio, ao vi- ARN - Estamos enviando sitar o I.P.C.N., tive a opor- para seu endereço. 0 JORNAL AFRO REGGAE NOTÍCIAS é uma publicação do GRUPO CULTURAL AFRO REGGAE (GCAR) e não se responsabiliza pelas alterações de última O AfrO Reggae IMotlCiaS é uma das atividades promovidas pela Entidade Grupo Cultural Afro hora nos horários e endereços fornecidos pelos organizadores de eventos e Reggae, que desenvolve trabalhos sociais nas comunidades de Vigário Geral e Morro Cantagalo, entre elas os de empresas citadas. As matérias assinadas resgate da cidadania através da música, apoio pedagócio e de saúde. Para quem estiver interessado em contribuir são de total responsabilidade de seus financeiramente com o GCAR: Banco do Brasil Ag. 0288-7, C/C 62727-5, autores. AFRO REGGAE • Ne 35 • JUNHO • 1999

DEFYuriéda velha guarda revender?". E aí começa a divulgação: a verdade dói. O Ryo Radycal Repz inco- através de zine, por internet mesmo, to- moda muita gente. do HipHop carioca e atua em das as vertentes. Se fosse possível divul- O que você acha que mudou da seufavorhá muito tempo; há gar através de sinal de fumaça, seria fei- to. As rádios alternativas dão uma força experiência do Tiro Inicial para essa onze anos está ajrente do legal, até porque já tinha uma expectati- experiência agora? va muito grande de um trabalho oriun- O RRR estaria no Tiro Inicial... Só que, projetopoUtico-musicalRyo do do Rio de Janeiro, um trabalho com a naquela época, graças a Deus eu saí. Por- que ali, todo mundo, por mais boa von- RadikalRepz. Só que agora real característica do Rio de Janeiro — não teve nenhum tipo de imposição. tade que tenha, ficou à mercê de interes- Yuri, a partir da DYAK Cada um mostrou aquilo que tem, a sua ses estranhos. Muita gente foi prejudi- cara, com duas músicas cada grupo, a sua cada, muitos grupos até terminaram em Produções, estálançando a realidade, a sua vontade e isso é que está decorrência daquele trabalho. A diferen- sendo bem aceito. ça do Hip Hop Pelo Rio é a seguinte: é coletânea HipHop pelo Rio. do Hip Hop para o Hip Hop. É incom- Entrevistamos Yuri para saber Você acha que o "Hip Hop pelo Rio" parável uma coletânea com a outra, por- alterou a visão que outros estados que no "Hip Hop Pelo Rio" há as caracte- maissohreessahistória. têm do Hip Hop feito no Rio de rísticas dos grupos, não houve imposi- Janeiro? ção; coisa que não aconteceu na outra As pessoas que orbitam na cultura Hip coletânea. Hop, já tinham ciência de que tinha um Como surgiu a idéia de gravar o CD? trabalho de qualidade sendo feito no Rio Na gravação do CD, como funcionou A gente estava há muito tempo correndo de Janeiro. Agora, o grosso mesmo do a parte referente à infra-estrutura? atrás. Eu já tinha escutado muita ladai- público que está escutando o Hip Hop Quem mixou, quem produziu, quem nha e nenhuma ação efetiva em prol de realmente não tinha essa noção. Isso foi gravou, essas coisas? gravar um número grande de grupos que positivo porque eles se apavoraram com Cada música foi produzida pelo respecti- tem aí no Rio de Janeiro. E eu estava de o CD. Quer dizer, se apavoraram positi- vo grupo. E aí, os grupos me apresenta- saco cheio de promessa: "num futuro vamente falando. Ultrapassou as expec- ram o material. O segundo passo foi o da próximo eu vou gravar"... Eu acho que tativas até deles mesmos. pré-masterização, no estúdio Nas Lajes, quem tem atitude vai e faz. que é o principal estúdio de base de Hip O Mr. Catra participa do CD? Quem participa da coletânea? Qual Hop. E com o trabalho pré-masterizado foi o critério de escolha? Indiretamente. Ele faz uma participação ficou tudo mais fácil, todas as nuances que na música "Cidade sem Lei", do Ryo Participam o Disciplina Urbana; Juízo tinham de um trabalho para o outro su- Radycal Repz. E no Contexto. Só que Crítico; Ryo Radikal Repz; Filhos do miram. nessa época [as gravações são de 96 pra Gueto; TITO; Manifesto 021; Con- trás] ele se chamava "Negativo". texto; Cooperativa e DJ Cleston. O principal ponto para selecionar as ban- Por que as músicas do RRR que LANÇAMENTO DO das foi pegar as que estavam agindo, cor- entraram no CD não foram as mais rendo atrás. Porque o Hip Hop tem vári- "pesadas"? CD HIP HOP PELO RIO as vertentes e eu procurei deixar isso bem Existem músicas bem mais conturbadas, nítido no CD. Teve grupos de amigos mas se eu lançasse alguma dessas eu po- Dia 3 de Julho, às 19h meus que não entraram no CD. Por quê? deria até estar fechando espaço para os Campo de futebol Porque de repente eles não estariam pre- outros trabalhos. De repente ia criar toda de Vigário Geral parados psicologicamente para assumir uma celeuma em cima de uma música só uma responsabilidade dessas. que poderia ser positiva ou negativa. Eu ENTRADA FRANCA queria botar umas músicas mais Como vocês conseguiram, sem Participação de bandas da coletânea apoio nenhum, fazer um CD palatáveis, para ouvidos sensíveis. Porque totalmente independente? Já vinham sendo viabilizados recursos Sérgio Henrique para fazer o CD do Ryo Radycal Repz. Só que é aquela velha história: uma andori- nha sozinha não faz verão. Sabedor de como as forças agem nos bastidores, eu preferi optar por chegar a várias outras pessoas. E fazer um trabalho desse não é difícil, quando você quer. É só investir no trabalho, em vez de ficar se fantasian- do. E a distribuição do CD, como tá rolando? HIP HOP Ele tá sendo distribuído no Brasil intei- ro, em áreas de atuação que muitas gra- PELO RIO vadoras não têm acesso. Nosso trabalho não é um trabalho de outro mundo, é um trabalho honesto. De que adianta eu ficar fechado num feudo comercial e não querer mostrar meu trabalho para o res- to do país? Esse é um grande erro que algumas pessoas cometem. Não é tão £ caro quanto imaginam. É possível, é só querer. Você contacta as pessoas. De re- pente o indivíduo compra o CD, gosta e pergunta: "pó, como é que eu faço para 't.M/í DEF YURI com um exemplaria coletânea AFRO REGGAE • NQ 35 • JUNHO • 1999

«c I)A IVLUOllM. COM A MAIOWA. PELA MiUOllLV

lerê Ferreira R U.A., década de 60... TR - A sigla PPPOMAR se refere à do você exigir da Benedita ou do maioria. Sabemos que a maioria é Edson Santos uma postura, eles vão composta por negros. O partido dar o máximo de si. E infelizmente é Emergem, em meio as fortes re cuidará somente dos interesses dos pouco. Prova disso é que o negro está pressões do sistema branco negros? sucumbindo a cada momento na sua contra o povo afro-americano, Celso - É bom deixar transparente que própria história. dois líderes conhecidos como Malcolm falo pelo PPPOMAR, mas também por X e Pr. Martin Luther KingJr. Homens TR - Quais são as parcerias com mim. E a minha opinião nem sempre que devolveram ao negro o orgulho que o PPPOMAR já conta? está de acordo com ele. Sou da opi- e a vontade de lutar pela liberdade e Celso - No meio artístico, temos As nião que os brancos casados com pela conquista dos seus direitos. In- Sublimes, Leci Brandão, KLJay, que negros e os negros de pele clara (con- felizmente, esses líderes foram assas- representa a frente do partido em São siderados brancos no Brasil) não po- sinados, mas não vencidos. Surge en- Paulo, G.O.G., com frente em Brasília, dem assumir cargos de ponta no par- tão um partido formado por negros X, do Câmbio Negro, MV Bill, joga- tido. Vou mais além, sou da opinião dos guetos, denominado "Panteras Ne- dores de futebol, os quais prefiro não de que os brancos não possam fazer gras". Profundos conhecedores das citar os nomes por uma questão de parte do partido, para que a gente não leis americanas e altamente ética, já que estes não foram informa- volte àquela história de que o branco contestadores das formas de tratamen- dos sobre esta entrevista, camelôs, tomou conta das religiões afro-brasi- to as quais o negro era submetido, os juizes, desembargadores, advogados, leiras, do etc... Quem morria Panteras tinham como marcas estudantes, sociólogos, autoridades defendendo o samba, cujo único cri- registradas a pantera negra e o pu- religiosas, donas de casa, emprega- me era estar com o na mão, nho cerrado para o alto, com o bra- das domésticas. Enfim, gente do povo, era o negro. Hoje o negro não é dono do: "Poder para o povo preto!" (veja doutores ou não. do samba e toda a riqueza que o sam- O filme "Panteras Negras", já em sua TR - Com todas as medidas adotadas ba gera, vai para o branco, restando locadora). pelo partido no ato de seleção dos ao negro apenas empurrar o carro ale- seus membros, você pode afirmar se górico no carnaval. Isso não é racis- há risco de traição, mesmo mantendo Brasil, hoje... mo ou ódio algum. Só que um japo- uma unidade negra? nês, por exemplo, não permitiria que Celso - É claro que existe. É possível Desde a resistência de Palmares, não um negro o representasse politicamen- que a gente seja traído por alguns 'àZÀ se ouve falar em algo que caracteri- te. Precisamos de um partido de ne- políticos do nosso partido. Prefiro zasse a luta política do negro de for- gros, formado por negros e para os correr o risco de ser traído pelo MV ma tão abrangente. Algo que repre- negros, onde não precisaremos mais Bill ou pelo Mr. Catra, do que correr sentasse um povo de cabelos crespos pedir esmolas nem as bênçãos dos o risco de ser traído pelo Ruben e pele escura, construtores da nação caciques desses partidos para olhar Medina, Roberto Medina ou Márcio e sem motivo algum de comemorar por nós. Mas se o partido entender Fortes. O sofrimento da raça negra tem os 500 anos de Brasil. Baseado nestas que os brancos farão pane também, que ser medido pela própria raça ne- realidades nasceu o Partido Popular vou acatar. gra. Poder para a Maioria — PPPOMAR. TR - Qual a sua opinião em relação Com a palavra, Celso Athaíde, seu TR - Quantos estados já aderiram aos partidos que também ideal izador: ao PPPOMAR? sustentam um discurso de maioria? Celso - A lei determinou que estivés- Celso - O PT é o partido com o qual semos organizados em nove estados. TR - Como se deu a idéia de mais me identifico. E acredito que nós Já estamos em quinze. Mas a gente só formar o partido? negros em geral. Temos Benedita da quis lançar o partido de fato depois Celso - Foi quando conheci a . Silva, Jurema Batista, Pitanga, Edson que se tivesse a real convicção dos Eu tinha a Bahia como referência ra- Santos — pessoas que objetivos e sonhos de cada um de nós. cial, e pensava que o indubitavelmente lutam ferozmente Vamos criar um fato político em no- e o haviam revoluciona- em favor do povo negro. Só que eles vembro de 99, porque, segundo a lei do o estado. Lá descobri que o negro precisam entender que hoje represen- determina, por não termos nenhum representa 87% da população e não tamos 98,4% na rua, 0,1% nas empre- político formado, precisamos ter o tem absolutamente nada. Se eles re- sas nacionais e 2,3% nas universida- apoio de 1% dos votos para as próxi- presentam quase 90%, por que eles des. O negro é inferior e precisa se mas eleições. O que representa algo não votam neles mesmos e detêm a conscientizar disso. Ele não é inferior em torno de 250 mil assinaturas. Te- maior parte do mercado? Então des- individualmente, mas coletivamente, mos apenas 10%. Por isso, vamos cri- cobri que a melhor forma de lutar e os números comprovam isso. Nossa ar o dia do PPPOMAR, quando co- contra a desigualdade era tomando o única forma de ascensão é no tráfico, lheremos assinaturas em todo o país, poder. Não o poder pelo prazer, pelo no futebol ou no samba. O PT é um não de adeptos apenas, mas de pes- revanchismo, mas pela justiça. A lei partido de divisões. Ele defende o soas que apoiam a nossa causa, que nos faculta esse direito de lutar. A idéia negro, o homossexual, o nordestino, darão crédito para que o partido con- amadureceu ainda mais após uma o deficiente físico, a mulher, corra nas eleições de 2000. conversa com pessoas do rap, que se arregimentando, assim, votos de to- tornaram apoiadores diretos dessa dos os segmentos da população e não TR - Pessoas que tiveram sua fundação. se define para lado nenhum. E quan- trajetória em outro partido poderão AFRO REGGAE • Ne 35 • JUNHO • 1999 se filiar ao PPPOMAR? bilidade de filiação. Mas na minha Celso - No meu pensamento sim. Des- concepção devem ficar onde estão. de o momento em que elas sejam Porque é lá que vão ter que comba- convencidas que o nosso caminho é ter as críticas que vão vir contra nós mais parecido com o que elas imagi- e lutar contra o poder, que será con- navam para si. O PPPOMAR adotou tra nós. O PPPOMAR, ao contrário uma comissão de ética que determi- do time do Bangu, do Olaria e do nará a entrada de pessoas. As pesso- movimento negro, por exemplo, as não vão entrar apenas por dinhei- apresentará perigo. Infelizmente, o ro, poder ou modismo. Não precisa- único sentimento que o negro causa mos de gente pura e simplesmente, no Brasil é de compaixão. Sempre mas de pessoas com postura compa- se dirige ao negro como um coitadi- tível com os nossos objetivos. Por- nho. Os órgãos que existem para o que sabemos que vamos ficar numa negro não são dirigidos por negros. alça de mira. Tudo o que fizermos E quando são, estes não têm caneta será muito questionado. Qualquer para decidir o destino deles mesmos. deslize de um membro do partido ex- O movimento negro precisa fazer plodirá como uma bomba atômica. uma grande reflexão e ver o quanto Precisamos ter a atenção redobrada será importante na retomada da nos- e jamais ignorar esse fato. Então, os sa história, mas lutando de outra for- políticos de outros partidos, que par- ma. Não lutando pelos nossos direi- ticularmente têm a minha admiração tos, mas pelo poder. Porque nós so- e travam uma luta muito extrema, mos a maioria e o poder não foi feito terão de avaliar a fundo essa possi- para minoria. Distribuição e vendas MAISUMLANÇAMNETO

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Esta coluna é pautada e redigida pelos jovens (participantes dos projetos do Grupo Cultural Afro Reggae) moradores do Parque Proletário de Vigário Geral, como Ando (20), autor da presente matéria. A música em minha vida

Eu creio que os primeiros ritmos O tempo passou e eu comecei que entraram nos meus ouvi- a ouvir outros sons. O rádio do meu dos e nos ouvidos de muitos quarto já ficava em outras rádios recém nascidos de bairros de periferia como Rpc, Transamérica e Cidade, foram o , o samba e o funk. Na daí então comecei a prestar aten- minha infância ouvia o dia todo tropi- ção nas músicas e grupos interna- cal 105,5 FM: Pagode, Samba o dia cionais, como Nirvana, Guns & todo, de vários grupos como Fundo Roses, Simply Red. de Quintal, Zeca Pagodinho, Jovelina O momento maravilhoso da músi- Ando é coordenador do Centro Cultural Afro Reggae Vigário Legal e Pérola Negra, Almir Guineto e muitos ca na minha vida chegou através de vocalista da Banda AfroReggae/Nova Cara outros, e sem eu querer sabia cantar um amigo (Jorginho Shuk, in os novos e velhos sucessos daquela memorian) que havia conhecido o diretamente por , é claro. tou ouvindo um Racionais, Câmbio época, pois de tanto ouvir simultanea- Reggae, diretamente por Robert Nes- O CD gravado na fita era "Legend" Negro, Mv Bill, Potencial 3 e outros mente decorava as letras. Tive também ta Marley (Bob Marley). E então em (que pena não entender o idioma, mas internacionais: Beast Boys, Public muito contato com a Seresta, pois mi- sua casa sempre tocava e eu achava o sinto) e hoje influencio vários ami- Enemy, Hammer, Coolio, 2 Pac . . . nha mãe sempre gostou, e me levava super chato e sempre falava "Pô Shuk gos a gostarem de Reggae, pois é o Mas o som que me impressiona é sempre para as portas dos botequins tira essa música que vai acabar me ritmo que ouvirei até a morte. o som que a minha banda faz, uma da vida e sempre rolava uma seresta, dando sono" e ele falava "E, eu tam- Com a cabeça mais aberta pra mú- grande mistura de congada com funk, e aos 10 anos de idade eu já estava bém não gostava". Um belo dia pedi sica hoje em dia me amarro em Hip com embolada, com samba etc. Que enganando no pandeiro, acompanhan- pra ele gravar uma fita para mim. Foi Hop, pois as letras são demais e as visualmente também é demais. É cla- do os seresteiros da antiga. então que me apaixonei pelo Reggae, batidas super modernas e sempre es- ro que é a Banda AfroReggae!

jlyj .W, J^-úJJüJO JjJJí JIíJ^^JJ iJJlL Rio : Rua Alvarenga Peixoto, 80 • Vigário Geral • RJ • CEP 21240-690 •Teí.: (021) 372 4955 • Fax: (021) 371 7110 • Telex: (021) 35358 • São Paulo: Av. Brigadeiro Faria Lima, 830 • Conj. 64 • Pinheiros • SP • CEP 01452-000 «Te!.: (011) 210 6122 • Fax: (011) 212 2759 DANDO VIDA A SUA IMAGEM AFRO REGGAE » N0 35 ' JUNHO * 1999 AFRO REGGAE » N0 35 « JUNHO * 1999

^r Cláudio Zoli na ár Carlos Albuquerque se seis anos, Zoli dividiu seu tempo entre apresentações aqui e ali, e mui- / ' to tempo em casa, juntando materi- E assim, com a rima funkeada do al, fazendo letras, compondo, testan- rap de Max de Castro, que Cláu- do melodias, e atando timbres e so- dio Zoli entra em "Férias", seu noridades em disco de gente que o mais novo disco. E soul music à ca- inspira, bacanas como D'Angelo, rioca, safra 1999. Produto bom, Isley Brothers, Maxwell, Sly & The classe A. Family Stone e Jimi Hendrix. Nem poderia ser diferente. Zoli Ao mesmo tempo em que man- é um artista versátil, bom em todos tém intacto o espírito (soul) da sua os fundamentos: cantor classudo, novo no soul do Brasil? rap internacional, convidado pelo Ice ARN - E o dência, música, Zoli avança algumas casas e guitarrista de notas certas e macias, CZ - Eu acho que aconteceu muita Blue, áo Racionais, em São Paulo,« seu CD ao toda vez. se permite usar samplers e scratches dançarino ocasional, charmeiro, coisa legal. Acho que o próprio Ed Motta vi o quanto que o hip hop cresceu vivo? É só que ne-1 (cortesia do DJ Tubarão). Tradição e funkeiro, roqueiro, sangue bom e é um cara que representa bem essa ga- no Brasil, a força que tem, o públi- especulação ou já guinho gra- modernidade lado a lado. Em suas dez outros etceteras. lera. Mas a minha escola foi realmente co que tem. A gente vê que o é certo? va uma faixas — nove em parceria com Férias é seu quarto disco solo e, 2Mi aÉi áe Nrás. muito o Cassiano e o Tim Maia. O meu hip hop, os DJs e samplers vi- CZ - A gente está certo de música mi- ' m Bernardo Vilhena —, o clima sereno segundo ele mesmo, seu melhor trabalho tem uma essência da música eram para ficar e para acres- lançar esse disco, a gente só nha vira 1 do disco revela que Zoli soube espe- trabalho. Vale dizer que no disco deles... Na verdade, eu não segui mui- não sabe se vai lançar este ano música de 1 rar a sua hora chegar com tranqüilidade Zoli também revê um velho ami- to um padrão radiofônico, do que tá ainda. Eu vou batalhar pra gente trabalho do I monástica, mas, ei, ele não esperou go: o violão, presente em várias lançar, porque eu acho que um disco disco. sentado. "Pista Vazia", por exemplo, vendendo pra caramba. Eu segui o meu faixas de Férias. "Eu comecei to- não atrapalha o outro. Mas vai rolar esse foi gravada originalmente em 1987, padrão, junto com a produção do João cando violão, como quase todo ARN - num estúdio em Niterói, no Rio, e re- Marcello Bôscoli, do Max de Castro. Às disco ao vivo. Inclusive já tem título, vai mundo, mas esse lado ficou (Teve cuperada a partir da fita cassete ori- vezes a gente encontra um pouco de ser Zoli Show, que é uma música do disco esquecido porque sou apai- uma ginal. Tem mais. Da suave balada dificuldade pelo fato de estar fazendo Férias. xonado pela guitarra. Assim, história "Houve" ao groove macio de "Juro uma música que a gente se preocupou foi ótimo voltar ao violão e ARN- Quando se fala do CD muito por mim" (com talk box de João ARN - Zoli, fala do seu último mais em fazer uma boa letra e poesia centar mostrar esse meu lado Férias ou sobre seu trabalho, engraçada, de Marcello, em sutil intervenção, e ecos CD — Férias — pra gente Por do que simplesmente uma música co- algo à que muitas pessoas sempre se menciona o Noites de uma menina que de George Benson na voz e guitarra que você ficou tanto tempo sem mercial pra tocar na rádio. Hoje eu vejo música tam- não conhecem", Prazer, seu grande sucesso. Isso cantava Noites de de Zoli), passando pelo clima festivo gravar? bém. conta ele. que o padrão das rádios está muito na é legal para você, porque é uma Prazer o tempo inteiro. de "Zoli Show", tudo dá a impressão Cláudio Zoli - Na verdade o Férias Sem gra- banalização total das letras. A gente vê ARN - E como está a divulgação? música que marcou, ou atrapalha Só que na parte "tocando de que a vida "Férias" vai ser boa e foi muito trabalho. E Férias é uma músi- var há qua- muita coisa montada, muita coisa copia- Você está fazendo shows? um pouco sua produção de B.B.King sem parar", ela tudo (de legal) vai rolar. Lá em ca do Cassiano, que jâ tinha há muito da, e essas coisas estão dando certo. CZ - Eu estou agora na fase de divul- coisas novas? cantava assim: "trocando de cima, o síndico da soul music tempo, mas que nunca rolou em rádio. Então quem está tentando fazer uma gação do disco. A gente fez essa minha Z - É super legal, porque essa música biquíni sem parar..." (risos) E era carioca deve estar aplaudin- Eu sempre tocava essa música no vio- música mais legal não encontra espaço. participação no festival de rap, eu vou está sempre me surpreendendo, as pes- uma coisa muito engraçada. A bre do. E, para variar, pe- lão. E em todo disco meu sempre tem Por outro lado a gente tem ido super participar de um festival em São Paulo, soas estão sempre me surpreendendo. garota ficou surpresa: "Ué, não é aqui no dindo retorno, gra- uma música do Cassiano. Esse disco nada bem. A gente está começando a divul- e a gente pretende agora nas férias de Sempre tem uma surpresa das pessoas isso? O que é então?") Brasil. O cara ves, médios e agu- mais é que uma homenagem ao gar agora e está tendo uma resposta dos. julho fazer o lançamento do disco Féri- em relação a essa música. É uma músi- CZ - A vida inteira eu ouvi isso, cara. vinha direto para Cassiano. Eu fiquei (o meu último disco muito legal de venda do disco. as, no Canecão. ca que é super marcante, que as pesso- Eu fazia os playbacks no Rio de Janeiro, cá fazer show. foi Fetiche em 92) esses seis anos tra- ARN - E você está atento para ARN - Você tem trabalhado com as adoram. Eu ainda encontro muita gen- a galera, todo mundo trocando... Eu ti- balhando essas músicas que fazem par- ARN - E a parceria as novidades; logo na primeira outras pessoas, feito outro tipo te que acha que foi o Tim que gravou. nha que falar: Não! É o B.B. King... Aí te do Fmas. com o Bernardo Vilhena? música, Férias, rola um rap. Agora, às vezes, parece que só tem uma depois B.B. King pas- de som? CZ - É importante falar sobre o ARN - Falando sobre o seu Como você está trabalhando música, só tem Noites de Prazer... Mas sou a ser CZ - Tem essa galera que rola, do Ali Bernardo Vilhena, na minha vida, na trabalho, é impossível não falar isso? eu tive A Francesa, gravada pela Marina, uma fe- Star Black, que a gente junta quando minha carreira, como parceiro. do soul, de pessoas como o CZ - Eu acho que o hip hop hoje é que é minha e do Cícero, tive Felicida- está a fim, quando tem tempo, para fa- Essa insistência da nossa par- MARY GIL Cassiano, o Tim Maia. O que uma linguagem muito poderosa no Bra- de Urgente, minha e do Ronaldo Santos zer show. Tem até a idéia de gravar um ceria. Porque a gente já tra- você acha que tá rolando de sil. Eu participei do primeiro festival de que a Elba Ramalho gravou. Por coinci- disco... sem compromisso. balha há dez anos e não tem nenhum mega hit. Esse disco é um grande Salão Especializado em desafio pra gente. Eu espero que todas as Beleza Negra: pessoas que acompa- nharam o meu trab? Permanente Afro * Rastafari • lho, durante a min' .a carteira, que não eno «n- Relaxante * Trancas • Entrelace • Hidrataçao • traram meu disco para comprar... Que com- Corte • Escova • Maquilagem • Manicure e prem esse disco agora e Pedicure • Depilação * Estética Corporal aguardem o Zoli Show. Anuncíé no jornal Afr gae è seja Visto em todo o Brasil. Contatos com^édo no Telpfax 07804 ou e-mail: [email protected] (0211 íjr e 10 AFRO REGGAE • N 35 • JUNHO • 1999

por Ecio de Salles história de amor, a história de uma barra estava pesada. Mas, enfim, tem CD - Para nós seria uma frustração paixão tão grande.que faz o homem cenas filmadas em favelas reais e muito grande fazer um filme sobre as ir procurar a mulher no inferno, pas- montadas com essa favela cenográfica favelas cariocas, sobre essas popula- sada no ambiente de uma favela cari- que foi feita pelo Clóvis Bueno, que ções de baixa renda, essas comuni- No dia 23 de abril estreou oca de hoje em dia. Mas, nos anos é um extraordinário diretor de arte. dades de periferia, e a razão desse Orfeu, de Carlos Diegues, no 50, quando o Vinícius escreveu a peça, Nós tiramos um pedacinho de cada filme (os moradores das favelas) não o ver. O cinema virou uma coisa meio circuitão. No dia 9 de maio, no não havia tráfico de drogas nas fave- favela. Por exemplo, o largo da fave- la é exatamente igual ao largo do de classe média, porque o cinema hoje entantoeleteveitnuiestréia las, não havia hip-hop, não havia baile funk, não havia também a Vidigal. Uma ruazinha lá, a gente ti- está dentro dos shoppings, custa caro, diferente eradicaL ojümefoi superpopulação que existe hoje. A rou da Mangueira. Os painéis com e a população mais pobre do país, exibido dentro da favela de favela era uma coisa muito mais líri- desenhos eu tirei do Cantagalo. Até particularmente do Rio de Janeiro, se Vigário Geral, para um público ca. Agora, eu acho que a coisa mais trabalhei muito com atores favelados, afastou do cinema. Então essa con- versa toda que a gente teve com vocês deumassetemãpessoas, com bonita que tem, que está na peça do moradores da própria comunidade, o Vinícius e que eu procuro grupo de teatro Nós do Morro, lá do foi no sentido de tentar encontrar uma direito a sbow de grupos de hip manter, é que o grande Vid igal, e mais u ns ^^^ solução para fazer com que, se não hop das'bandas' paradoxo da favela meninos que ^iHíSi ■ todos, pelo menos uma grande parte AfroReggpeede carioca é que ela trabalham na ^^ da população de baixa renda desta cidade, sobretudo as comunidades CzteUtnoVeloso Âk é ao mesmo tem- es- ^T faveladas, vejam esse filme. Para gos- (veja nota na ^k po uma vergo- co- M nha social, e 1 a J| tar ou para não gostar, mas pelo me- página 11)— ^Ê um tesouro nos que saiba que esse assunto inte- grande iíléúi ressa a um cineasta brasileiro. levadaacabo 1 pela Rio Vermelho (produtora doJUme), peloGCARe cul- pdaAssessoria tural ines- timável. A fave- Especial de Eventos da la carioca é uma espécie Prefeitura da Cidade do Rio de de trailler df) Brasil. É o lugar onde Janeiro. Nessaocasião, a pobreza e a injustiça social são aproveitamospamfazeresta mais flagrantes, mas é também o lugar onde a cultura brasileira é entrevista com Carlos Diegues mais original.

ARN - Como surgiu a idéia de fazer ARN - Como o hip-hop entrou esse filme? no filme? Como ele funciona Carlos Diegues - Eu tinha 15 anos em "Orfeu"? quando assisti à estréia da peça "Orfeu CD - O hip-hop hoje é uma lin- da Conceição", do Vinícius de Moraes, guagem contemporânea, a favela no Teatro Municipal do Rio de Janei- está se expressando através do ro. E eu vi pela primeira vez na mi- hip-hop. No filme há músicas de nha frente — eu, um menino de clas- Racionais MCs, Mr. Catra, MV se média morando em Botafogo —, Bill, Bolt, Mr. Zoy porque essa num palco nobre como aquele, com é uma linguagem da favela de aquele público todo engravatado, uma hoje. O Orfeu do nosso filme, cultura totalmente diferente da minha: como na peça, é o líder de uma o samba, atores negros, os costumes escola de samba. Mas, outras da favela... E aquilo para mim foi uma formas musicais estão sendo re- descoberta extraordinária. Depois eu alizadas, exprimindo o senti- vi o filme francês que foi feito dessa da favela. Murilo Beníclo (E) é o traficante peça, que era uma traição à peça do Luclnho e Tony Garrido é Orfeu Vinícius, porque era uma transforma- ARN - Falando em comunidade, o ção da peça num objeto de turismo. filme foi feito numa favela de interpretação da Zezé Motta, onde Desde então eu botei na cabeça: um projetada. Por quê? CD - Primeiro porque é muito difícil a maioria é de atores negros favelados, obs.: este depoimento de Carlos dia vou fazer essa peça no cinema. e quando eles chegavam na favela Diegues foi feito antes da exibição Agora a família do Vinícius recupe- você filmar hoje. Eu filmei oito sema- do filme em Vigário Geral, portanto nas; se fosse filmar todo o filme numa cenográfica para filmar eles ficavam rou os direitos cia peça e do roteiro não pudemos registrar suas impres- favela real, duraria umas 20 ou 30, o espantados: "pó, mas é igual!". original do filme, e a Renata e a Paula sões sobre o evento em si. que triplicaria o custo do filme. Mas o (cia Rio Vermelho) me estimularam ARN - E a exibição de "Orfeu" na principal motivo é que eu acho um muito e eu resolvi fazer. Mas nós fize- favela? Colaborou: Leonardo Lichote absurdo, durante dois, três meses, in- mos o filme de hoje, não aquele da vadir uma comunidade dessas, blo- peça que eu vi. ou que eu teria feito quear as passagens. Metade do filme em 1956. se passa à noite, então o trabalhador ARN - Quais são as diferenças não ia poder voltar para casa porque básicas da peça do Vinícius, eu estou bloqueando a passagem, a AFRO MUZENZA passada na década de 50, para o dona de casa não pode ouvir a sua filme, passado nos dias de hoje? novela porque atrapalha o meu som Investindo em você sem preconceito: CD - O Vinícius começava a peça di- direto... Então, fizemos uma favela Relaxamento nacional e importado; permanente zendo assim: "esta peça, sempre que cenográfica, onde se passa grande nacional e importado; cortes moderno e afro - montada, deverá ser atualizada, tanto parte do filme, e filmamos algumas implantes e trancas; e o que há de mais novo em na sua música quanto na sua lingua- cenas em diferentes favelas. Então tem alisamento. Venha conferir!!! gem, nos seus costumes etc." E foi isso cenas na Mangueira, na Tavares Bas- Conheça o dia da noiva! SOB NOVA DIREÇÃO que nós fizemos. O espírito da peça tos, no Vidigal, na Rocinha. Quis fil- está no filme como ele é: uma bela mar no Dona Marta mas não deu, a Rua Carolina Machado, 752 - Madureira - RJ - Tel.:(021) 450-1161 - Fax 450-1261 9 AFRO REGGAE • N 35 • JUNHO • 1999 11 a f r antenas Orfeu exibição do filme, até o aplauso levando a sétima arte para várias história da guitarra e estilos de consagrador no final. Não se comunidades cariocas), que o tocá-la, terminou com um invade pode deixar de notar que o filme patrocinou. Aliás, o prefeito Luiz verdadeiro baile, com Zoli Vigário exibido, de graça, na quadra do Paulo Conde esteve lá em tocando seus maiores sucessos, CIEP Mestre Cartola, bem no pessoa, conferindo os como Noite de Prazer, sobrando Gerai meio de uma favela, foi um resultados positivos de sua espaço ainda para uma grande ' lerê Ferreira filme recém política cultural. jam com a participação da Banda lançado, e AfroReggae/Nova Cara. que está arrebentando Baticum - nas ^ 4 anos Afro bilheterias. E Reggae teve mais: Parece que foi ontem. O com Regina Baticum, programa de rádio do na CDD Grupo Cultural Afro Reggae, em Case de O Grupo Cultural Afro Reggae, parceria com o CTE da UERJ, mestre de desde março deste ano, vem completou no dia 15 de maio, 4 cerimônias, realizando um trabalho junto ao anos de existência, tocando o apresentaram- projeto do Casa Santa Ana, na melhor da música negra se, ao vivo, Cidade de Deus. Trata-se de um antes e mundial. O programa é transmitido pela rádio Bicuda, trabalho que visa à integração depois do entre o jovem e o idoso através filme, a 99,3 FM. A data foi Caetano Veloso canta com LG, da do estímulo musical. Na prática, Banda AfroReggae/Nova Cara Banda AfroReggae II, Boato, comemorada com a distribuição o projeto consiste na união do Perigo Zona Sul, MV Bill, Mr. de brindes, como camisetas do coral da terceira idade da Casa Catra, Banda AfroReggae/Nova Programa e do Afro Reggae, CD Dia 9 de maio, Dia das Mães de Santa Ana com a Banda mágico em Vigário Geral. 0 Cara e Caetano Veloso, que do Sine Calmon e o vídeo AfroReggae II. O projeto já teve filme Orfeu (leia matéria na além de cantar junto com a Legend, de Bob Marley oportunidade de se apresentar página 10) que havia levado a Banda AfroReggae, encerrou a ao vivo: foi no I Congresso de favela para o cinema, nesse dia, noite cantando para uma platéia Zoli em Geriatria do Rio de Janeiro, levou o cinema para a favela, em delírio — democratizar a ÜC realizado no Rio Othon Palace. realizando assim o desejo de cultura é isso. Estão de Vigário Carlos Diegues (diretor do parabéns a Rio Vermelho Filmes, O projeto Casa de Santa Ana é O projeto Usina Musical, do filme), Paula Lavigne e Renata que teve esta idéia luminosa, coordenado por Dona Lourdes e GCAR, patrocinado pela Magalhães (produtoras), desde o nós do Afro Reggae, que tem apoio do IBISS (Instituto início das filmagens, de não organizamos o evento, e a Secretaria Especial de Trabalho Brasileiro de Inovação em Saúde restringir o filme ao circuito dos Prefeitura da Cidade do Rio de da Prefeitura do Rio de Janeiro, Social). Este é um trabalho shopings. E foi sensacional, Janeiro, através da Assessoria promoveu na quinta-feira," dia 13 pioneiro no Rio de Janeiro, e já cerca de 7 000 (é verdade: sete Especial de Eventos (que de maio, um workshop de conta com vários convites para mil) pessoas em silêncio, na articula um projeto chamado guitarra com Cláudio Zoli. O que apresentar-se. O telefone para mais completa paz, assistindo à Cinema Comunitário que já vem começou com toques sobre contato é(021)342-2027.

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Mmwwmm immr* L wr Uma promoção ARN e Universal a anhe CD's de Sine Calmon e Morrão Fumegante. Se você se liga no som do Sine Calmon, e ^Píquer pra você o primeiro trabalho do cara — Fogons Babilônia— é só escrever para o Afro Reggae Notícias dizendo PORQUE VOCÊ QUER 0 CD. Serão sorteados 24 discos. Vale carta: Rua Senador Dantas, 117 - S/1.233 - Centro-RJ e vale e-mail: [email protected]. Atençào para o prazo!!! Pelo correio: valem as doze primeiras cartas postadas até 15 de SETEMBRO de 1999. Por e-mail: valem as doze primeiras mensagens enviadas até 15 de AGOSTO de 1999. Resultados no ARN de outubro/99. 12 AFRO REGGAE • Ns 35 • JUNHO • 1999 Swrçpte^

Ecio de Salles irmãos quando a batida do não só musicalmente, mas Leonardo Lichote reggae guia seus passos. social e politicamente Paula Lacerda No Brasil, a coisa demorou, também, tanto que uma mas, enfim, os brasileiros música gravada por ele veio a OReggae SunSplash puderam experimentar o ser o hino do Partido Popular Isurgiu em 1978, na melhor do reggae em um da . Jamaica, quando grande festival, nos moldes do Por outro lado, é uma pena quatro jovens jamaicanos SunSplash. No sábado, dia 22 que alguns artistas deram forma real ao seu de maio, no clube Via anteriormente anunciados, sonho, um ano depois, Bob Funchal, um pouco da magia como Culture e Israel Marley e Peter Tosh, do festival jamaicano Vibration, tenham ficado só na participando do evento, o encantou a cidade de São promessa. Da mesma forma, puseram para sempre no Paulo, reunindo grandes a possibilidade de que o mapa dos grandes festivais, astros do reggae internacional. Festival estenda-se a outras daqueles que além de fazer Esta edição foi fechada praias (como o Rio de Janeiro, muito sucesso local, atraem antes do evento realmente por exemplo) é só uma turistas do mundo inteiro. acontecer, porém podemos esperança. Resta torcer para t Da Jamaica para o mundo imaginar o sucesso que deve que a Shock Produções, m foi um pulo. Afinal, depois ter sido pelo nível dos artistas organizadora do evento, que Marley lançou o seu grito convidados: Gregory Isaacs — animada por esta primeira de beleza, tornou-se dono de uma discografia pra experiência, encontre energia impossível evitar o lá de extensa, que, por sinal para produzir novas edições alastramento do ritmo: os inclui inúmeros clássicos —; deste Reggae Sunsplash grandes festivais de reggae, Lloyd Cole; Dennis Brown, Festival Brasil 99. E também então, tomaram o planeta, dono de uma performance de saber se a partir de agora vai unindo milhões de jovens, de palco das mais arrepiantes; e ter Sunsplash todo ano. Afinal, Gregory Isaacs diversos continentes, que nem Max Romeo, um dos artistas a gente merece. se conhecem, mas que sentem mais respeitados da Jamaica, Johnny 1$. :-v.5-v.:-v O reggae subiu pras montanhas .:.v/-v.:-v amaico ♦ cnmping _A Harítíes muito som* .café da manhã Gds, Discos, cultura rasta. Janches naturais posters, camisetas, cachoeiras* *sucos e drinks bandeiras, adesivos e caminhadas* Jaricas v acessórios reggae Compra Venda e ^roca Sana: a uma hora de CasilMro de Abreit-BR 101, 3 2 horas do Rio de Janeiro conlatos: (021) 71 I-S90I- Caixa postal: 109.903- Casimiro de Abreu-RJ Rua 24 de Maio, 116, Kua Alta Cj. 14 Centro - SP - Tel.: (Oll) 223-3492 AFRO REGGAE • Ns 35 • JUNHO • 1999 13 Caetano Veloso

chei boa a decisão de Paula Lavigne, Renata Magalhães tes, mas nunca como ali vi ressaltarem-se as sugestões sexuais. e Carlos Diegues de exibir o seu "Orfeu" nas favelas. Afi- Parecia que o sexo — que, de resto, não tem papel preponderan- nai seria a mais brilhante e profunda visão cinematográ- te no filme — era o único estímulo que unia a multidão. Depois fica da realidade das favelas cariocas que estaria sendo leva- disso, a vaia velada ao policial interpretado por Stepan Nercessi- da para o ambiente que a inspirou. Quando Paula an, o aplauso contido a Orfeu quando ele parte para enfrentar o me disse que a exibição inaugural seria traficante Lucinho—e sobretudo o silêncio tenso durante o pran- em Vigário Geral, senti-me pessoal- to do menino-dos-cabelos-verdes sobre os corpos de Orfeu e Eurí- mente mais próximo do projeto do dice, tensão que mostrou sua força quando relaxada no aplauso que pelo fato de ser autor da trilha final—todas essas reações começaram a ganhar sentido ao som "fcifc, musical do filme. É que tudo isso do hip-hop. passava a ser um pretexto para uma Essas impressões se confirmaram no show que se seguiu à reaproximação física com o pesso- projeção. Tudo foi beleza e festa, tudo foi uma profunda confir- al do Afro Reggae. E foi emocio- mação poética de que Orfeu não morreu nem morrerá nunca — nante rever o centro cultural com e isso por causa do Brasil: Vinícius de Moraes viu isso no meio sua nova decoração. Sobretudo, dos anos 50, o mundo o reconheceu na contrafação cinemato- foi entusiasmante assistir ao gráfica que os franceses lançaram na década seguinte, Carlos ensaio da banda AfroReggae. Diegues agarrou-se teimosamente à idéia — e agora, ali, Toní Os meninos que, junto com Garrido e Mr. Zoi e eu e a turma do Afro Reggae estávamos re- Regina Case, eu apadrinhei em confirmando essa ligação inevitável entre o destino do Brasil e 1994, cresceram em todos os o mito de Orfeu. Senti ali o que sinto onde quer que veja gente À sentidos. A tímida reprodução ouvindo música popular no Brasil: adequação natural. Quando 9> do samba-reggae baiano que as pessoas cantavam as letras das minhas canções comigo, eu tinha sido seu primeiro estímu- sentia o que sinto no Canecão, na Praça Castro Alves, na praia lo foi substituída por uma per- de Fortaleza, no Teatro Municipal: a força da MPB, responsável formance musical e teatralmente pelas questões das diferenças sociais e raciais, mas superando- bem elaborada, com canto, toque e as em si mesma, atravessando-as, vivendo para além delas. Or- dança em alto grau de adestramen- feu. Os meninos do AfroReggae têm um número em que repre- to. Por outro lado, o estilo mais rap/ sentam uma visão de mascarados, lembrando a chacina que hip hop—hoje dominante nas áre- marcou sua comunidade — e tantas outras que marcam as áre- as periféricas das cidades brasilei- as desfavorecidas do Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os com- ras — tinha passado a alinhavar to- ponentes surgem encapuzados, deixando-se ver apenas os olhos das as outras referências à cultura e um focinho para respirar. Eles me sugeriram que, ao entrar popular negro-mestiça de que eles lançam para fazer o número com eles, eu entrasse encapuzado, mistu- mão: samba carioca, capoeira, samba-reg- rado ao grupo, de modo que eu só tirasse o capuz quando fosse gae. Tudo num tom de profissionalismo irre- iniciar o dueto com um dos cantores. Assim fizemos. E houve tocável. Fiquei deslumbrado. E foi com muito grande animação na platéia. Mas animação muito maior houve orgulho que ensaiei com eles os números que quando Toni Garrido veio cantar o samba-enredo do filme co- faríamos juntos na noite da projeção. nosco. A multidão enlouqueceu. No entanto, a concentração da A noite da projeção de "Orfeu" em Vigário Ge- força estava toda no que marcadamente se apresentava no idi- ral foi um dos eventos mais bonitos de que eu já oma hip-hop mais puro. Assim, MV Bill (extraordinariamente ca- participei em minha vida. 0 filme propriamente dito rismático, como um líder religioso), e sobretudo Mr. Catra (uma foi visto por um número enorme de pessoas residentes força da natureza, um explosivo concentrado de vontade revo- ali: adultos solitários, casais, grupos de senhoras ido- lucionária) é que foram os donos da noite. 0 púbtfÉte Vigário sas, turmas de adolescentes — e crianças, Gerai viu "Orfeu", entendeu que nós somos de MB definiu muitas crianças irrequietas e alegres. claramente o perfil que nosso Orfeu tem e/ou deve tSpra ele-, o Já tinha visto esse filme em perfil do rapper urbano internacionalmente comprometido com vários lugares diferen- uma poesia que dê conta da violência injusta. 14 CADERNO AFRO REGGAE • Ne 35 • JUNHO • 1999

[mm 13 Sr EciodeSalles ffi^-W nas, tendo por fun- dos melhores sambistas, inclusi- sibilidade de diálogo entre essas do, os barracos de ve os de raiz, da nossa cidade diferenças, que são muitas vezes Este número do uma favela de fren- não abrem mão da sua. De mais mutuamente enriquecedoras, e Afro Reggae Notíci- te pro mar. a mais, se o hip hop é norte-ame- não simplesmente diluidoras as surge ainda sob Há quem diga que o hip ricano e o samba brasileiro, é como querem alguns. Marcelo o impacto da recente exibição do hop não tem nada a ver com a preciso dizer que os antepassa- D2 entendeu isso. (Pode-se até filme Orfeu na favela de Vigário cultura carioca, que o negócio dos de ambos viajaram nos mes- não gostar, mas que seu traba- Geral. Trago o filme à aqui aqui é samba. No entanto, a ver- mos navios: negreiros. lho tem uma das possíveis caras novamente porque, pra falar do dade dessa opinião se desfaz (Tanto um quanto outro for- do Rio, lá isso tem.) Rio de Janeiro, neste momento quando se conhece de perto o maram-se a partir de manifesta- A trilha de Orfeu também pro- pelo menos, vale a pena come- hip hop, sua história e seus intér- ções culturais africanas; ritmos põe esta questão: entre o samba çar por Orfeu. pretes — os rapeadores (pra usar que, ao conhecerem outras ter- de Caetano (Vinícius e Tom O filme é pontuado pela bela uma versão brasileira do termo ras e outras culturas, foram se Jobim) e o hip hop dos Racionais trilha sonora original, composta rapper) de hoje, ou pelo menos transformando em outros: jongo, e MV Bill há um caminho a ser por Tom e Vinícius para a peça, alguns deles, atuam movidos por salsa, soul, reggae — samba ou seguido. Não posso dizer aonde e que é revisitada com primor razões, em alguns pontos, seme- hip hop.) este caminho levará, mas ele tem por Caetano Veloso, no filme de lhantes às dos sambistas. Evidentemente, hip hop e trilhado até agora o caminho in- Carlos Diegues. Todavia, como Mas o hip hop não é coisa de samba não são a mesmíssima verso ao da criminalidade, da o próprio Vinícius solicitou que americano, enquanto o samba é coisa, até porque pertencem a miséria e do conformismo — é a peça fosse sempre atualizada, produto genuinamente nacional? diferentes culturas, mas se há um que lá estão ainda as pegadas de o hip hop entra na história, con- Sim, entretanto a calçajeans tam- (pelo menos um) aspecto positi- Cartola, Candeia, D. Ivone Lara, ferindo mais força a algumas ce- bém o é, e mesmo assim muitos vo da globalização, este é a pos- Zeca Pagodinho...

Arnaldo Allemand-Branco

»fJ3l'RCH Domingo, das 12 às 14h - AFRO REGGAE PRODUÇÕES ARTÍSTICAS APRESENTA 0 ESPETÁCULO Rádio Bicuda Patrocínio: FM 99,3 - |f^ 0 Ti^-imiTllllli " hiCOMACOMA • Reggae, ianda M.W.Barroso Charme, Soul, Hip Hop etc* Apoio: (021) 220- vA APro 7804/ ftifiiTm* 587-7152 Reqqae 587-^' ) ca in Realização CONTATOS GCÁRe PARA SHOWS: Centro de (021)220-7804, Uma redlizdcãü: Tecnologia Educacional rA 9-917-0555 e da UERJ ARPA 508-1001 CÓD. 82368 B AFRO REGGAE • N 35 • JUNHO • 1999 CADERNO 15

LANÇAMENTOS - Por DJah Tekko Rastafari Para divulgação desta coluna, os produtores, gravadoras ou selos devem enviar materiais (CD, release e fotos) para redação deste informativo.

ALPHA BLONDY BANDA PRODUTO GARNETT SILK "LORD "YITZHAK RABIN NACIONAL WATCHOVER OUR

Gravado Banda de SHOULDERS" los estúdios PRODUTO NACIONAL reggae do Gamett ÍUFF GONG, Rio Grande Silk um em do Sul, nome Kingston, e mantém um desconhecido mixado no estilo de por aqui, Marley reggae porém teve Music, com roots, a uma arranjos ata nwuselactMii me marca importância srtvercalçjzzla impecáveis registrada expressiva simpfewn do parceiro da banda é no redrosenalaxYO africano TVNOIOVN OJiíiaOHd m o seu vocal . VatóÍ Boncana capiileton pulsante Inciou sua anthony(malvq Maíga e participações especiais do rasta Paulo Dionísio, que de maneira carreira como do I Threes, Pam Hall e Judy Mowatt, Dean DJ "Litlle Fraser, "Stick" Thompson e Ear! "Chinna simples e envolvente , interpreta e compôs Bimbo", em 1987 juntou-se a Sugar Minotfs Smith". Destaque para a faixa-tituio, "Yitzhak cinco músicas. Neste CD, das 14 faixas, Youth Promotion, e em 1989 se tornou cantor, Rabin", em homenagem ao ex-primeiro- destaques para: NAÇÃO , Homem Sapiens, rebatizado de Gamett Silk. Em 1990 se ministro israelense, assassinado em 1995. Bopha, Bom Dia Jamaica, A Mão do Justo , converteu à filosofia Rastafari. Porém Gamett Alpha Blondy nasceu na Costa do Marfim e é Homem Rasta e Rastafari. Contatos para e sua mãe saem de cena em 1994, quando de família islâmica, mas admira o judaísmo e shows : (051) 485-2355 / (051) 336-8980, é morreu queimado, após a explosão de bujão seu maior sonho é unir essas duas religiões mais um lançamento da Atração Fonográfica de gás na sua casa, em Manchester-Jamaica. ao cristianismo, formando um movimento Ltda, à venda nas principais lojas. Vale a pena conferir este trabalho, que intergalático pela paz. Outras boas faixas: apresenta alguns hits que marcaram, como : "Les imbéciles", "Armée Française" e "Cry Of My People ",o hino Rasta "Babylon "Guerre Civile". Este é para quem gosta do MIKAL ROSE #, Be Still", "Lord Watch Over our Shoulders" mais puro reggae. Da Stern's Music do NUH CARBON" (remix), "Zion In A Vision". E hits inéditos Brasil Ltda. como: "So Divine", "LetThem Talk", "Home Anteriormente Town" e o reggae love "You Gonna Need conhecido Love". Stern's Music do Brasil Ltda. CONSCiOUS - II como Michael Neste segundo Rose, BLOCO AFRO ILÊ AIYÊ vocalista da volume, a Completando fase áurea coletânea 25 anos de do "Conscious resistência, legendário Ragga", é o Bloco Afro "Black uma llê Aiyê não síntese do Uhuru ", poderia ragga , foi a deixar de agressivo, primeira banda a ganhar um swingado, ganhar um Grammy, na categoria disco presente tão com todo revelação ("anthem"). Dono de uma voz bom quanto a vibrante, vem agora em trabalho solo - "Nuh gravar em malandragem jamaicana, mesclado com Carbon" - gravado no estúdio Music Works e uma letras conscientes e acrescido de vocais produzido por Jah Scream. Para dar molho ao gravadora ocasionais. O ragga é o casamento perfeito seu balanço, conta com a dupla vocal Brian & como a - do reggae com o hip-hop, com pitadas de Tony Gold e músicos como Clevie Browne, Natasha Records. Resistente e mantendo-se balanço totalmente dançante. Destaques Mikey Bennet, Willie Lindo, Dean Fraser e tradicionamente na linha de bloco afro de raiz, para as feras do ragga como: Mikal Rose, Sly Dunbar. Procura mesclar as variantes de certamente este CD vai agradar a muitos que Bounty Kyller, Merciless, Capleton, Al Reggae (roots, raggamurfin e dancelhall), procuram preservar este estilo. Destaques Campbell, entre outros. criando um trablho bem dançante. neste CD são as faixas: Oue Bloco É Esse e O Mais Belo Dos Belos (sucesso já popularizado Destaques para as faixas: Babylon Destaques para as faixas: Original, Nuh e gravado por outros artistas), Badauê, llê Para Drops A Ground, How You A Go Say Carbon, Friends Indeed, Where Is That Love, Somar, Poeira, Negra Fissura (um bom samba- ,More Weed, Hard Times, African Song, Good Vibes, Money e Warmonger. Um reggae), e as participações especiais de Milton Rastafariman e Mama.Também da Stern's lançamento da Stern's Music do Brasil Ltda. Nascimento na faixa Negrice Cristal e da Music do Brasil Ltda. cantora Daúde na faixa Adeus Bye Bye. À venda nas principais lojas.