As comunidades de formigas de serapilheira nas florestas semidecíduas do Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais

Flávio Siqueira de Castro1, Alexandre Bahia Gontijo2, Wesley Duarte da Rocha3 e Sérvio Pontes Ribeiro4

Resumo

As formigas são importantes componentes dos ecossistemas florestais, não só por serem altamente abun- dantes, constituindo grande parte da biomassa , mas porque têm um papel crucial na dinâmica e estruturação das comunidades na maioria dos ecossistemas terrestres. Este estudo apresenta resultados de um levantamento da fauna de formigas que ocorrem na serapilheira de uma área de Mata Atlântica do Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil (PERD). As coletas foram realizadas entre janeiro de 2005 e dezembro de 2007, segundo o Protocolo de Formigas de Serapilheira, parte integrante do Programa TEAM. O PERD possui 11 das 14 subfamílias de Formicidae conhecidas para a região neotropical. Essas comunidades de formigas são encontradas em diferentes pontos do parque, cada um com sua peculiarida- de biogeográfica.

Palavras chave: Formigas de folhedo, conservação da Mata Atlântica, PERD.

Abstract

Important components of forest ecosystems, the , not only because they are highly abundant, constitut- ing much of the animal biomass, have a crucial role in the dynamics and structure of communities in most ter- restrial ecosystems. This paper presents results of an inventory of the fauna of ants in the leaf litter of the Atlantic forest of Parque Estadual do Rio Doce-MG (PERD). Collections were performed between January 2005 and December 2007, according to the Litter- Protocol, part of the TEAM Program. The PERD has 11 of the 14 subfamilies of Formicidae known for the neotropical region. These communities of ants are found in different parts of the park, each with its peculiar biogeographical.

Keywords: Litter-dwelling ants, conservation of the Mata Atlântica, PERD.

1 Biólogo, Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais. Laboratório de Ecologia Evolutiva de Insetos de Dossel e Sucessão Natural, DEBIO/ICEB, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, CEP 35400-00. 2 Biólogo, Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais. Laboratório de Ecologia Evolutiva de Insetos de Dossel e Sucessão Natural, DEBIO/ICEB, Universidade Federal de Ouro Preto,Ouro Preto-MG, CEP 35400-000. 3 Biólogo, Mestre em Zoologia. Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-BA, CEP 45662-000, Laboratório de Mirmecologia, Convênio UESC/CEPEC, Centro de Pesquisas do Cacau, CP 7, CEP 45600-000. Itabuna-BA. 4 Biólogo, Doutor em Ecologia pelo Imperial College at Siwood Park, University of London. Laboratório de Ecologia Evolutiva de Insetos de Dossel e Sucessão Natural, DEBIO/ICEB, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto-MG, CEP 35400-00.

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 5 Introdução

Classificados em uma única família tróficas, como por exemplo: predadoras de (, , Formicidae), as invertebrados, desfoliadoras, coletoras de formigas são organismos eussociais, carac- pólen e néctar, além de participarem da terizados pelo cuidado cooperativo da ciclagem de nutrientes atuando como prole, sobreposição geracional de operárias decompositoras (ROSA da SILVA; dentro da colônia e um sistema altamente BRANDÃO, 1999). Importantes na forma- desenvolvido de castas (WILSON, 1971). ção do solo, formigas epigéicas (forrageiam Estas castas são formadas por grupos sobre o solo) e, principalmente, as formigas especializados de membros da colônia com de serapilheira (folhedo) e de solo, são res- adaptações para tarefas distintas. A casta ponsáveis pelos processos de mineraliza- das operárias, por exemplo, é responsável ção do solo, devido a sua extensiva ativida- pela maior parte do trabalho realizado pela de escavatória (bioturbação, revolvimento colônia no dia-a-dia. Isto inclui localizar e dos perfis do solo por animais) (GUNADI; coletar alimentos, cuidar dos jovens e VERHOEF, 1993), promovendo modifica- defender o ninho (HÖLLDOBLER; WIL- ções físicas nos ambientes (FOLGARAIT, SON, 1990). 1998) e vasta circulação de nutrientes vitais Na região Neotropical (Américas para o funcionamento dos ecossistemas Central e do Sul, ao sul do México até a (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990). Além Argentina), o número de espécies descritas disso, as assembléias de formigas respon- está em torno de 2800, em 112 gêneros e dem positivamente aos padrões de suces- 14 subfamílias. O Brasil, juntamente com a são ecológica (FOWLER, 1998; VASCON- Colômbia, está entre os países com a maior CELOS et al., 2008), sendo também res- riqueza de espécies de formigas da região ponsáveis pela dispersão e predação das Neotropical, possuindo cerca de 2000 espécies vegetais através da atividade de espécies descritas, 92 gêneros e as 14 sub- coleta de sementes (GUIMARÃES JR. et famílias com ocorrência na região al., 2002; KALIF et al., 2002; PIZO; OLIVEI- (BRANDÃO, 1991; FERNÁNDEZ; SEN- RA, 2000). DOYA, 2004). Devido a essa variedade de relações São encontrados em praticamente e serviços ecológicos prestados pelas todos os estratos das florestas (BRÜHL et assembléias de formigas, inúmeros proto- al., 1998), ocupando um número significati- colos de avaliação e monitoramento de vo de nichos e desempenhando um papel comunidades de formigas foram propostos crucial na estruturação das comunidades (ANDERSEN et al., 2002, 2004; MAJER, em ecossistemas tropicais (BRÜHL et al., 1983), utilizando esses organismos como 1998). Influenciam ecologicamente na dinâ- bioindicadores de qualidade ambiental, mica dos ambientes em diferentes guildas principalmente em áreas de reabilitação de

6 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 minerações (ANDERSEN et al., 2003; pré-requisito para a compreensão dos COSTA, 2008) e no acompanhamento a mecanismos responsáveis pela composição longo prazo de mudanças nos ecossiste- das comunidades nessas florestas. Além mas (BATRA, 2006; CORBARA et al., 2006; disso, estudos de comunidades de formigas LONGINO; COLWELL, 1997) de solo em Mata Atlântica são escassos em A diversidade e predominância da Minas Gerais, sendo mais expressivos os fauna de formiga associada à serapilheira trabalhos realizados em áreas do Cerrado e têm sido muito estudadas (LONGINO, matas em áreas urbanas (CASTRO et al., 1994; MAJER et al., 1997; MAJER; DELA- dados não publicados). BIE, 1999), representando cerca de 50% Esse estudo tem o objetivo de apre- delas associadas a serapilheira em flores- sentar resultados parciais de uma série de tas tropicais (DELABIE; FOWLER, 1995). amostragem segundo o Protocolo de Segundo Silva & Silvestre (2004), a compo- Formigas de Serapilheira TEAM Rio Doce, sição faunística da serapilheira por outros focados em dados de composição e riqueza invertebrados, e a maior diversidade de referentes ao inventário de comunidades de sítios para nidificação e micro habitats formigas em diferentes localidades do PERD. podem favorecer a manutenção da fauna de formiga. Apesar do grande número de táxons, Material e métodos abundância e de sua importância funcional, Área de Estudo a caracterização biogeográfica da entomo- fauna é pouco pesquisada e conhecida em inventários de biodiversidade tropical. A dis- Dentre os inúmeros biomas encon- tribuição dos insetos e demais invertebra- trados no Brasil, a formação florestal cha- dos é bem menos conhecida que a dos ver- mada Mata Atlântica é provavelmente uma tebrados. Especificamente para esses das mais ricas em biodiversidade, podendo taxóns, a informação disponível está, em abrigar milhares de espécies ainda desco- geral, menos sistematizada (DINIZ, 1998). nhecidas para a ciência. Em suas diversas Especialmente nas florestas tropicais, as fitofisionomias estendidas ao longo da faixa formigas são um importante componente litorânea, permeando para o interior do biológico da serapilheira (WARD, 2000), país, apresenta limites com vários outros sendo ecologicamente importantes na maio- biomas, caracterizando incontáveis confi- ria dos ecossistemas terrestres (LEPONCE gurações de ambientes e ecossistemas, et al., 2004). Segundo Brühl et al. (1999), o que por muitas vezes se apresentam de entendimento da dinâmica dessas comuni- forma extremamente restrita e peculiar. No dades em ambientes florestais tropicais é entanto é também o bioma mais ameaçado,

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 7 com praticamente todo seu domínio devastado, cerca de 95% (MITTERMEIER et al., 1999, MORELLATO; HADDAD, 2000), levando em conta sua ocorrência nas áreas de maior con- centração populacional do país. Tal fato torna seu estudo um fator crucial para a conser- vação e compreensão da biodiversidade como um todo. Na região do médio Rio Doce, estado de Minas Gerais, a Mata Atlântica apresenta uma fitofisionomia caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual Submontana marcada por uma percentagem média de árvores decíduas, ou seja, que perdem totalmen- te a folhagem durante um período do ano (RIZZINI, 1997; VELOSO et al., 1991). Nessa região localiza-se o Parque Estadual do Rio Doce (PERD), a maior floresta continua pre- servada no estado de Minas Gerais, com aproximadamente 36.000 ha de área de mata, permeada por pelo menos 40 lagoas naturais, perenes ou sazonais, abrangendo parte dos municípios de Timóteo, Marliéria e Dionísio – entre as coordenadas 19º 48’18” – 19º 29’ 24” S e 42o 38’30” – 42o 28’ 18” W (IEF, 1994). Gilhuis (1986) definiu o PERD como um “mosaico” vegetacional com diversos tipos de fitofisionomias (FIG. 1)

FIGURA 1 — Mapa de localização dos plots (IMA) do Projeto TEAM Rio Doce, sobrepostos sobre o mapa de Vegetação de GILHUIS (1986). Adaptado e modificado de HIRSCH, 1995, 2003; IBGE, 2003 apud HIRSCH; DIAS, 2007.

8 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 O PERD, maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do Estado de Minas Gerais, é considerado como um dos maiores fragmentos de mata do país (MORELLATO; HADDAD, 2000). Protegido por leis estaduais como unidade de conservação no status de Parque Estadual há 65 anos, foi a primeira unidade de conservação criada no estado (IEF, 2009). Apesar disso, o PERD sofre diversas ameaças à sua integridade: caça e pesca ile- gais, incêndios criminosos (estes amplamente combatidos pelos guarda-parques do IEF e Polícia Militar Ambiental) e especulações imobiliárias e fundiárias em suas zonas de entor- no e amortecimento.

O Protocolo de Formigas de Serapilheira, Programa TEAM Rio Doce

O Protocolo de Formigas de co-climáticas (solo e clima). O projeto Serapilheira, parte integrante do Programa TEAM tem o objetivo de monitorar mudan- TEAM Rio Doce (Programa de Ecologia, ças em larga-escala na biodiversidade das Avaliação e Monitoramento de Florestas florestas tropicais, permitindo comparações Tropicais - Conservation International), foi de todos os dados, nas diferentes estações estabelecido e executado entre janeiro de de campo, proporcionando um sistema de 2005 e dezembro de 2007, em seis áreas alerta do status da biodiversidade, que (IMA – Estação de Monitoramento possa servir de guia na identificação, plane- Integrado) de 100 ha no PERD (Parque jamento e implementação de programas de Estadual do Rio Doce - IEF), localizados ao conservação eficazes (TEAM Initiative web sul (Lagoa Gambá-Gambazinho – LG), site, 2007). sudeste (Trilha do Aníbal - Ponte Queimada - TA), na região central (Garapa Torta - GT, Amostragem Trilha da Lagoa Preta – LP e Trilha da Lagoa Central - TLC) e ao noroeste (Trilha As coletas foram realizadas nos do Macuco – Lagoa Juquita - TM) na unida- anos de 2005 (quatro campanhas de de de conservação (Figura 1). Foram reali- campo, 960 m2 de área amostrada), 2006 zadas coletas sistemáticas ao longo dos (três campanhas de campo, 500 m2 de área anos, no começo e ao final de cada período amostrada) e 2007 (três campanhas de climático do ano, duas na estação chuvosa campo, 440 m2 de área amostrada). As (entre outubro a março) e duas na seca campanhas de campo foram realizadas ao (abril a setembro). longo dos três anos em quatro epócas por Através de uma rede de estações de ano, em períodos iniciais e intermediários campo, nas quais são monitorados grupos das estações chuvosa e seca. da fauna (formigas, borboletas, mamíferos Em cada uma das seis áreas foram e aves), a vegetação e as condições edáfi- montados quatro transectos lineares de 100

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 9 m de extensão por campanha de campo (FIG. 2). Em um intervalo de 10 metros, ao longo do transecto (FIG. 3a), 1 m2 de área de serapilheira foi amostrada (FIG. 3b), sendo esta peneirada e levada para laboratório e posterior separação em extrator de Mini-Winkler (BATRA, 2006; DELABIE et al., 2000). O extrator Mini-Winkler é um aparato de captura não atrativa de espécies de formi- gas de serapilheira. O aparato consiste em um saco em forma de losango, em cor clara (geralmente branco ou azul claro), com um pote coletor contendo álcool 95% na sua parte inferior. A serapilheira peneirada foi passada para sacos de malha (com perfurações 4 mm de diâmetro) (FIG. 4a e 4b) e, posteriormente, colocada nos Mini-Winkler, pendurando-os em uma corda (FIG. 4c), onde permaneceram por 24 horas. Durante esse tempo, os inse- tos de serapilheira (especialmente formigas e cupins) tendem a sair do saco perfurado como um comportamento em resposta aos distúrbios causados ao seu habitat (grande agi- tação do material e luz), e caem, eventualmente, no pote coletor (BESTELMEYER et al., 2000). A colocação do pote coletor na parte inferior e a cor clara do tecido do aparato deve- se a este comportamento. Após esse período, todo o material colocado dentro dos Mini- Winkler foi retirado, revolvido e retornado para o aparato para permanecer por mais 24 horas. Ao final das 48 horas, os potes coletores foram retirados e etiquetados.

FIGURA 2 — Disposição dos transectos (linhas azuis) para coleta de formigas e cupins em uma parcela de 100 ha. A linha pontilhada indica as divisões entre quatro quadrantes do IMA, onde foi colocado aleatoriamente um transecto. As linhas amarelas indicam as trilhas permanentes que estão paralelas umas das outras a uma distância de 200 metros.

10 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 Fotos: Marcos Toledo Seniuk, 2005 Toledo Fotos: Marcos

FIGURA 3 — Transecto linear do Protocolo de Formigas de Serapilheira do projeto TEAM Rio Doce (a) e coleta de 1 m² de serapilheira (b). Fotos: Marcos Toledo Seniuk Toledo Fotos: Marcos

FIGURA 4 — Processamento das amostras de serapilheira peneirada (a) coletadas pelo projeto TEAM Rio Doce; saco de malha perfurada (4 mm diâmetro) (b); Extrator de Mini-Winkler (c).

A identificação dos espécimes em Resultados gênero e morfo-espécies foi realizada no Laboratório de Ecologia Evolutiva de Insetos Foram identificados 7048 indivíduos de 51 de Dossel e Sucessão Natural, gêneros, pertencentes a 11 subfamílias: DEBIO/ICEB//UFOP e posteriormente envia- Amblyoponinae, Cerapachyinae, Dolichoderinae, dos para confirmação e identificação em Ecitoninae, Ectatomminae, Formicinae, espécies para o Laboratório de Mirmecologia Heteroponerinae, , Ponerinae, do CEPEC/CEPLAC, Ilhéus, BA. Proceratiinae e Pseudomyrmecinae (TAB. 1)

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 11 TABELA 1

Subfamílias e gêneros de formigas encontradas nos Plots do Projeto TEAM Rio Doce em relação ao Brasil (BRA) e a região Neotropical (NEO). Número de táxons descritos entre parênteses (NEO - BRA). (segundo BRANDÃO, 1991; FERNÁNDEZ; SENDOYA, 2004)

(Continua...) SubFamílias Tribos Gêneros LG LP TA TLC TM Amblyoponinae (1 - 1) (3 - 2) Amblyoponini Amblyopone X X Prionopelta X X X Cerapachyinae (3 - 3) (4 - 4) Cerapachyini Cerapachys X X Dolichoderinae (1 - 1) (10 - 6) Dolichoderini Azteca X Dolichoderus X X Linepithema X Ecitoninae (2 - 2) (5 - 5) Ecitonini Eciton X Labidus X X Neivamyrmex X Nomamyrmex X Ectatomminae (2 - 2) (3 - 3) Ectatommini Ectatomma X X X X X Gnamptogenys X X Typhlomyrmex X Formicinae (5 - 4) (15 - 6) Camponotini Camponotus X X X X X Lasiini Acropyga X Plagiolepidini Brachymyrmex X X X Myrmelachista X Nylanderia X X Heteroponerinae (1 - 1) (2 - 2) Heteroponera X Myrmicinae (17 - 15) (59 - 44) Adelomyrmecini Cryptomyrmex X X Attini Acromyrmex X X Apterostigma X X X Cyphomyrmex X X Mycocepurus X X Myrmicocrypta X Sericomyrmex X X X Trachymyrmex X X Blepharidattini Wasmannia X X X X Cephalotini X X Crematogastrini Crematogaster X X X X X Dacetini Acanthognathus X Basiceros X X X X Strumigenys X X X X Formicoxenini Nesomyrmex X Myrmicini Hylomyrma X X X X X Pheidolini Pheidole X X X X Pheidologetonini Carebara X X X X Solenopsidini Carebarella X X X

12 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011

(Conclusão) SubFamílias Tribos Gêneros LG LP TA TLC TM Megalomyrmex X X X Solenopsis X X X X Stegomyrmecini Stegomyrmex X X Stenammini Rogeria X X X X X Ponerinae (3 - 3) (12 - 8) Ponerini Anochetus X Hypoponera X X X X Leptogenys X Odontomachus X X X X X Pachycondyla X X X X X Thaumatomyrmecini Thaumatomyrmex X X X Proceratiinae (2 - 2) (3 - 3) Proceratiini Discothyrea X X X Pseudomyrmecinae (1 - 1) (2 - 2) Pseudomyrmecini Pseudomyrmex X

Legenda: LG = Lagoa Gambá - Gambazinho, TLC = Trilha da Lagoa Central, LP = Lagoa Preta, TM = Trilha do Macuco – Lagoa Juquita. TA = Trilha do Aníbal – Ponte Queimada,

Até o momento foram identificadas 196 morfoespécies de formigas, sendo que 98 espécies foram confirmadas por especialistas (Tabela 2). Três espécies novas foram encon- tradas nesta amostragem: Hylomyrma sp2 (não descrita) e Stegomyrmex olindae (FEITO- SA et al., 2008) na TM e Basiceros sp2 (não descrita) na LP. Outras espécies raras também foram coletadas: Wasmannia villosa, Thaumatomyrmex contumax e Cryptomyrmex longino- dus, além dos gêneros Cerapachys, Typhlomyrmex e Myrmelachista (TAB. 1).

Informações sobre algumas espécies de formigas de folhedo encontradas no Parque Estadual do Rio Doce

Stegomyrmex olindae Feitosa, Brandão & Diniz, 2008 (FIG. 5) Distribuição Geográfica: No Brasil nos estados de TO (espécie tipo), BA, MA, MT e MG (parátipo PERD). Biologia: São formigas cripticas que vivem em serapilheira, com ocorrência rara e

Foto: Flávio Siqueira de Castro, 2009 encontrada em áreas de florestas primá- rias. Operárias, geralmente, andam solitá- rias e são consideradas predadoras de ovos de miriápodes como as centopéias e FIGURA 5 — Operária de Stegomyrmex olindae Feitosa, Brandão & Diniz, 2008. os piolhos-de-cobra (FEITOSA et al., 2008).

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 13 TABELA 2

Espécies de formigas de serapilheira identificadas nos plots do Projeto TEAM Rio Doce

(Continua...) SubFamília Espécies LG LP TA TLC TM Amblyoponinae Amblyopone cf. armigera Mayr, 1897 X X Amblyopone lurilabes Lattke, 1991 X X Prionopelta antillana Forel, 1909 X X X Cerapachyinae Cerapachys splendens Borgmeier, 1957 X X Dolichoderinae Dolichoderus imitator Emery, 1894 X X Dolichoderus lutosus Smith F., 1858 X Linepithema iniquum (Mayr, 1870) X Linepithema pulex Wild, 2007 X X Ecitoninae Eciton burchelli (Westwood, 1842) X Labidus coecus (Latreille, 1802) X Labidus praedator (Smith F.,1858) X Nomamyrmex hartigii (Westwood,1842) X Ectatomminae Ectatomma permagnum Forel, 1908 X X X X Ectatomma suzanae Almeida, 1986 X X X Ectatomma tuberculatum (Olivier,1792) X X X Gnamptogenys gracilis (Santischi, 1929) X X Gnamptogenys minuta (Emery,1896) X Gnamptogenys porcata (Emery,1896) X X Formicinae Acropyga goeldii Forel, 1893 X Acropyga smithii Forel, 1893 X Brachymyrmex australis Forel, 1901 X X X Camponotus (Myrmothrix) atriceps (Smith F.,1858) X Camponotus (Mymocladoecus) crassus (Mayr, 1862) X Camponotus (Mymocladoecus) latangulus Roger, 1863 X Camponotus (Mymocladoecus) rectangularis Emery, 1890 X Camponotus (Myrmobrachys) trapezoideus Mayr, 1870 X Camponotus (Myrmoclaedocus) bidens Mayr, 1870 X Camponotus (Myrmophaenus) novogranadensis Mayr, X X 1870 Camponotus (Tanaemyrmex) balzani Emery, 1894 X

14 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 (Continua...) SubFamília Espécies LG LP TA TLC TM Camponotus (Tanaemyrmex) melanoticus Emery, 1894 X X Camponotus (Tanaemyrmex) punctulatus andigenus X X X Emery, 1903 Camponotus senex (Smith F.,1858) X Myrmicinae Cryptomyrmex longinodus Férnandez & Brandão, 2003 + X X Acromyrmex subterraneus brunneus Forel, 1912 X X Apterostigma gp. pilosum Mayr, 1865 X X X Mycocepurus goeldii Forel, 1893 X Mycocepurus smithii Forel, 1893 X X Myrmicocrypta squamosa Smith F., 1860 X X Basiceros prox. bruchi Santischi, 1922 X X Basiceros speciosa Brown & Kempf,1960 X Nesomyrmex spininoidis Mayr, 1887 X Nesomyrmex wilda Smith M.R., 1943 X Basiceros cf. balzani (Emery, 1894) X Basiceros iheringi (Emery,1888) X X X Basiceros rugifera (Mayr, 1887) X Basiceros stenognatha Brown & Kempf,1960 X X Basiceros sp2* X Wasmannia auropunctata (Roger,1863) X X X X Wasmannia lutzi Forel, 1908 X Wasmannia rochai Forel, 1912 X X Wasmannia villosa Emery,1894 + X Cephalotes maculatus (Smith F.,1876) X X Cephalotes pusillus (Klug,1824) X Crematogaster acuta (Fabricius,1804) X X Crematogaster cp. limata Smithi F., 1858 X X Crematogaster longispina Emery,1890 X X X X X Crematogaster nigropilosa Mayr, 1887 X X X X Acanthognathus ocellatus Mayr, 1887 X X Acanthognathus prox. rudis Brown & Kempf, 1969 X Acanthognathus stipulosus Brown & Kempf,1969 X Strumigenys alberti (Forel, 1893) X X Strumigenys appretiata (Borgmeier,1954) X X Strumigenys brevicornis (Mann, 1922) X X Strumigenys crassicornis (Mayr,1887) X X Strumigenys eggersi (Emery,1890) X X X

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 15 (Conclusão) SubFamília Espécies LG LP TA TLC TM Strumigenys denticulata (Mayr, 1887) X X Strumigenys subdentata (Mayr, 1887) X X X Strumigenys maynei (Forel, 1916) X Strumigenys elongata Roger,1863 X X X X Strumigenys perparva (Brown, 1958) X X X Strumigenys precava (Brown, 1954) X X Strumigenys schmalzi Emery, 1905 X Strumigenys silvestrii Emery, 1906 X X Strumigenys sublonga Brown, 1958 X Hylomyrma reitteri (Mayr,1887) X X X X X Hylomyrma sp2* X Carebara urichi (Wheeler, 1922) X X Megalomyrmex drifti Kempf, 1961 X X Megalomyrmex goeldii Forel, 1912 X Megalomyrmex modestus Emery, 1896 X X Megalomyrmex silvestrii Wheeler W.M., 1909 X Rogeria besucheti Kluger, 1994 X X Stegomyrmex olindae Feitosa, Brandão & Diniz, 2008* X Ponerinae Anochetus diegensis Forel, 1912 X Hypoponera distinguenda Emery, 1890 X X X X Leptogenys pusilla (Emery,1890) X Odontomachus haematodus (Linnaeus,1758) X X X Odontomachus meinerti Forel, 1905 X X X X X Pachycondyla ferruginea Smithi F., 1858 X Pachycondyla gilberti Kempf, 1960 X X Pachycondyla gp. harpax (Fabricius,1804) X X X X X Pachycondyla venusta Forel, 1912 X X X Pachycondyla verenae (Forel, 1922) X X Pachycondyla villosa inversa Smith F., 1858 X Thaumatomyrmex contumax Kempf, 1975 + X X X Proceratiinae Discothyrea sexarticulata Borgmeier,1954 X X X Pseudomyrmecina e Pseudomyrmex gp. pallidus Smith F., 1855 X Pseudomyrmex tenius (Fabricius, 1804) X

Legenda: LG = Lagoa Gambá - Gambazinho, TLC = Trilha da Lagoa Central, LP = Lagoa Preta, TM = Trilha do Macuco – Lagoa Juquita TA = Trilha do Aníbal – Ponte Queimada, *nova espécie e + raras

16 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 Wasmannia villosa Emery, 1894 (FIG. 6) Distribuição Geográfica: No Brasil, RS (espécie tipo), SP, MG. Biologia: A mirmecologia tem conheci- mento somente de rainhas dessa espé- cie, operárias nunca foram encontradas (LONGINO; FERNÁNDEZ, 2007). Foto: Flávio Siqueira de Castro, 2009 Gênero endêmico da região Neotropical, as Wasmannia são também chamadas de “pequena formiga de fogo”, devido à fama da espécie W. auropunctata, conhecida praga introduzida por todo o trópico (DELABIE, 1989; LONGINO;

FIGURA 6 — Rainha de Wasmannia villosa Emery, 1894 FERNÁNDEZ, 2007). Fotos: Flávio Siqueira de Castro, 2009

FIGURA 7 — Operária de Strumigenys appretiata Borgmeier, 1954 Strumigenys appretiata Borgmeier, 1954 (FIG. 7). Distribuição Geográfica: Brasil, SC (espécie tipo), sul de MG. Biologia: O gênero Strumigenys pertence à tribo Dacetini, constituída por mirmicíneos dacetinis predadores. Pouco se conhece sobre sua biologia, mas acredita-se que sejam predadores de pequenos artrópodes, como colêmbolos (BROWN; KEMPF, 1960).

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 17 Fotos: Flávio Siqueira de Castro, 2009

A

FIGURA 8 — Indivíduo de uma colônia de Thaumatomyrmex contumax Kempf, 1975. (A e B)

Thaumatomyrmex contumax Kempf, 1975 (FIG. 8, A e B). Distribuição Geográfica: Brasil; PE (espécie tipo), BA, MG. Biologia: Thaumatomyrmex contumax é uma predadora de miliapodes da família Polyxenidae (BRANDÃO et al., 1991). Essas presas são cobertas por inúmeros pêlos rígidos e impalatáveis. As formigas utilizam suas mandíbulas para predarem esses miriápodes e os ferroam com um potente aguilhão intro- duzido na membrana entre os segmen- tos do corpo. Quando levadas ao ninho, as presas passam por uma limpeza, onde seus pêlos são retirados com o auxílio da mandíbula. Posteriormente são consumidos pelos adultos, e o que B sobra é dividido entre as larvas (BRANDÃO et al., 1991).

18 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 Odontomachus meinerti Forel, 1905 (FIG. 9 A e B) Distribuição Geográfica: Sudeste do México ao Sul do Brasil (PR), MG, Bolívia. Biologia: A musculatura da mandíbu-

la das formigas do gênero Fotos: Flávio Siqueira de Castro, 2009 Odontomachus, possui uma enorme força para realizar uma abertura em 180º, o que ocasiona uma potente e veloz mordida. As presas são agarra- das e atacadas com o aguilhão. A velocidade da mordida é considerada uma das mais rápidas do reino animal, cerca de 230 Km/h (Odontomachus bauri) (PATEK et al., 2006).

FIGURA 9 — Rainha de Odontomachus meinerti A Forel 1905. (A e B)

B

MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 19 Discussão Considerações finais

A partir dos dados obtidos, foi possí- O conhecido fato de que há grande vel detectar uma alta riqueza de subfamí- endemismo em alguns ecossistemas, como lias: 11 das 14 subfamílias que ocorrem na ocorre em ambientes florestais, demonstra região Neotropical (BOLTON, 1994; a fragilidade de várias espécies, as quais possivelmente estão ameaçadas devido à FERNÁNDEZ; SENDOYA, 2004) são fragmentação, isolamento e diminuição de encontradas no parque, bem como altos área de seus habitats. As condições edáfi- valores para riqueza de gêneros, com a co-evolutivas da região do PERD, levando- identificação de 50 gêneros dos, aproxima- se em conta a topografia atual, demonstram damente, 92 registros no Brasil, incluindo a bem a existência dessa grande heteroge- região Amazônica e o Cerrado (BRANDÃO, neidade de habitats e condições de micro- 1991; FERNÁNDEZ; SENDOYA, 2004). habitats. Entre os plots do Gambazinho e o Praticamente toda a área do Parque Macuco, por exemplo, foi possível encon- encontra-se bem preservada. A grande trar diferentes comunidades de formigas de heterogeneidade estrutural da floresta acordo com a topografia, ou seja, uma como um todo, se deve às diversas fitofi- comunidade de formiga econtrada em bai- sionomias encontradas, regiões com mata xada possui espécies típicas desse habitat, primárias e também secundárias. A forma- especialmente quando esta fica alagada ção secundária foi praticamente formada em alguma época do ano, diferindo das depois de um grande incêndio no final da comunidades encontradas em crista (topo década de 1960. Essa grande diversidade de morro) e rampa (CASTRO, 2009). de habitats, bem como a presença de Bem diferente dos outros grandes lagoas e dificuldade de acesso às diversas remanescentes de Mata Atlântica no sudes- te brasileiro, os quais são constituídos por áreas, aliadas aos fatores determinantes florestas extremamente úmidas com folha- de um padrão climático sazonal (seca e gem perene (MORELLATO; HADDAD, chuva), variações de temperatura e umida- 2000), o PERD mantém o pouco do que de, e profundidade de serapilheira (GONTI- resta de um tipo de floresta semi-caducifo- JO et al., 2007), provavelmente possibilita- lia de interior (que perdem parte da folha- ram a evolução e a composição diversifica- gem). A continuidade de todos os progra- da de comunidades de formigas de folhedo mas e projetos conservacionistas institucio- no PERD. O grande número de sub-famí- nais, além de ações de Organizações da lias e gêneros e, certamente, uma alta Sociedade Civil de Interesse Público - diversidade de espécies encontrados nos OSCIPs e Organizações não diferentes pontos do parque, demonstram Governamentais - ONGs nessa região, bem essa possibilidade. deve ser estimulada, pois está será a última

20 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.3, n.5, dez./jan. 2010/2011 chance de uma geração entender e manter uma parte de um Bioma único e extremamen- te ameaçado. Foto: Reuber Lana Antoniazzi Júnior 2007 Foto: Reuber Lana

FIGURA 10 — Espécime de Jequitibá rosa (Cariniana legalis (Mart.) Kuntze). Parcelas do Projeto TEAM Rio Doce - Trilha da Lagoa Preta, área com o predomínio de mata alta primária.

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